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Introdução O conjunto dos números reais

Introdução

O universo de suporte do Cálculo Diferencial e Integral, que vamos


estudar, é o conjunto dos números reais - R.
Estes números são os objectos matemáticos que se usam genericamente
para medir: quantificar grandezas como distâncias, comprimentos, áreas,
volumes, velocidade, ... - e no Cálculo desenvolvem-se ferramentas que
permitem dar resposta a necessidades muito concretas deste tipo.

Já após milénios de desenvolvimento, a abordagem moderna do Cálculo é


creditada a Newton e Leibniz (séc. XVII) que, nomeadamente,
relacionaram os conceitos de derivada e integral (medida de uma área).

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Introdução
O que são os números reais?

Mas, o que são os números reais, afinal?


Curiosamente, apesar de serem conceitos abstractos que servem de modelo
a grandezas muito “reais”, sendo usados como tal desde a antiga Grécia,
esta pergunta ocupou muitos grandes matemáticos do século XIX. Só no
fim desse século, como parte integrante de um grande movimento de
fundamentação rigorosa da Matemática, foi estabelecida uma formalização
do conceito de número real, como entidade matemática bem definida.
Mas uma abordagem destas questões terá de ficar para mais tarde, e só
em disciplinas mais avançadas serão desvendados todos os mistérios
envolvendo R.
Entretanto, para termos uma base de trabalho, admitimos como princípio
um conjunto de propriedades que caracterizam os números reais e toda a
estrutura matemática que lhes está associada, e que na maior parte é já
bem conhecida desde o Ensino Secundário.
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A estrutura do conjunto dos números reais

Para o desenvolvimento dos conceitos e ferramentas do Cálculo Diferencial


e Integral (ex: limites, derivadas, integrais, ...) conta-se com uma
estrutura rica definida em R:

Uma estrutura algébrica, que permite operar com números reais;


Uma ordenação, compatível com as operações algébricas, que permite
comparar estas grandezas;
Uma propriedade, conhecida como completude, que garante a
possibilidade de medir, para qualquer unidade pré-definida (1), o
comprimento de qualquer segmento de recta com um número real.

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Subconjuntos importantes

São já familiares as operações algébricas em R (adição, multiplicação,


subtracção, divisão, radiciação, potência, ...), bem como a ordenação
usual e respectivas propriedades.
Sabe-se também que R contém como subconjuntos importantes

N = {0, 1, 2, 3, . . .} (números naturais)


Z = {. . . , −2, −1, 0, 1, 2, . . .} (números inteiros)
m
Q = { : m, n ∈ Z, n 6= 0} (números racionais)
n

e que há números
√ reais que não são racionais - os irracionais - como, por
exemplo, 2, e e π.

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Intervalos

Outro tipo de subconjuntos de R que ocupam um lugar de destaque são


os intervalos: I ⊆ R é um intervalo sse

∀a, b, c ∈ R, (a, b ∈ I ∧ a ≤ c ≤ b) ⇒ c ∈ I.

Podem ser da forma: ∅, {a}, ]a, b[, ]a, b], [a, b[, [a, b], ]a, +∞[, [a, +∞[,
] − ∞, b[, ] − ∞, b] ou R =] − ∞, +∞[.

A terminologia seguinte, embora seja aplicável em contextos mais gerais, é


já bem conhecida a respeito de intervalos:
Os intervalos dos tipos ∅, ]a, b[, ]a, +∞[, ] − ∞, b[ e R dizem-se abertos;
∅, [a, b], [a, +∞[, ] − ∞, b] e R dizem-se fechados;
e ]a, b] ou [a, b[ não são abertos nem fechados.

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Subconjuntos limitados, majorados e minorados

Por outro lado, um intervalo, por exemplo, do tipo [a, b[ é limitado; um


intervalo como [a, +∞[ é limitado inferiormente mas não superiormente.
Em geral,
◮ S ⊆ R diz-se limitado superiormente ou majorado sse existe a ∈ R tal
que a ≥ x para todo o x ∈ S; e um tal a diz-se um majorante de S.
◮ S ⊆ R diz-se limitado inferiormente ou minorado sse existe a ∈ R tal
que a ≤ x para todo o x ∈ S; e um tal a diz-se um minorante de S.
◮ S ⊆ R diz-se limitado quando é majorado e minorado.
Exemplos:
]0, 1] é majorado e o conjunto dos majorantes é [1, +∞[; é minorado e o
conjunto dos minorantes é ] − ∞, 0]; é portanto limitado.
N é minorado mas não majorado em R; não é limitado.

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Supremo e ínfimo

Dados S ⊆ R não vazio e a ∈ R,


◮ a é o supremo de S se a é um majorante de S e a ≤ M para todo o
majorante M de S;
◮ a é o ínfimo de S se a é um minorante de S e m ≤ a para todo o
minorante m de S.

Por exemplo, sup ]0, 1] = 1 e inf ]0, 1] = 0.


É claro que o supremo e o ínfimo de um subconjunto S, caso existam, são
únicos. Se pertencerem a S, dizem-se o máximo e o mínimo de S,
respectivamente. O termo genérico extremo designa máximos e mínimos
indiscriminadamente.

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Axioma do supremo

Usando o conhecimento que temos dos reais, facilmente nos convencemos


que o supremo de um subconjunto majorado S 6= ∅ de R existe sempre:
vemos que o conjunto dos majorantes de S é sempre um intervalo fechado
do tipo [a, +∞[ e este tem um mínimo, a = sup S.
No√entanto, isto não é verdade em qualquer conjunto. Por exemplo,
[0, 2[ ∩ Q é não vazio e majorado em Q mas não tem supremo em Q.
De facto, esta é uma das possíveis formas de formular a já referida
completude de R e é a propriedade estrutural que distingue R de Q.
Admitimos então que em R é válido o seguinte princípio:
(Axioma do supremo)
Seja S ⊆ R não vazio.
◮ Se S tem um majorante, então S tem supremo;
◮ Se S tem um minorante, então S tem ínfimo.
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Representação geométrica de R - a recta real

As propriedades de R tornam possível estabelecer uma correspondência


bijectiva entre este conjunto e os pontos de uma recta, de forma que a
ordenação e a distância entre os números seja reflectida na posição relativa
dos respectivos pontos da recta. Em geral, representamos os pontos da
recta pelos números reais que lhe correspondem:

Recta Real

a -1 0 < b 1 < 2 < 2


|a|
|b-a|

- +
R R

Aos intervalos de R correspondem segmentos de recta, semi-rectas ou toda


a recta real.
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Representação geométrica de R - a recta real

A completude de R corresponde 2 = sup S


ao facto de a todo o ponto da S
recta estar associado um número real. “falha” racional

A recta real funciona então como uma régua graduada capaz de medir o
comprimento de qualquer segmento de recta, com qualquer grau de
precisão pretendido.
Tanto os racionais como os irracionais estão distribuídos ao longo de toda
a recta real de uma forma densa. Isto quer dizer que entre dois quaisquer
reais há um racional e um irracional.
Esta afirmação percebe-se bem se tivermos em consideração a já familiar
representação dos números reais em forma de dízima.

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Representação decimal

É comum representarmos os números inteiros pela sua expansão decimal.


Por exemplo: 2138 = (2 × 103 ) + (1 × 102 ) + (3 × 101 ) + (8 × 100 ).
Quanto aos números reais não inteiros, é bem conhecido que também
podem ser expressos na forma de uma dízima. De facto, prova-se que:

◮ toda a expressão da forma

x0 , x1 x2 x3 . . . (x0 ∈ Z, x1 , x2 , . . . ∈ {0, . . . , 9})

define um único número real;


◮ todo o número real x admite uma descrição x = x0 , x1 x2 x3 . . . desta
forma.
Esta representação é única, excepto para os números que admitem uma
dízima que termina numa sequência infinita de 9’s: por exemplo, 0, 999 . . .
e 1, 000 . . . definem ambos o número natural 1.
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Representação decimal

Exemplos:
5
= 1, 25 = 1 + (2 × 10−1 ) + (5 × 10−2 );
4
1 notação
= 0, 333 . . . = 0, (3)
3
= (3 × 10−1 ) + (3 × 10−2 ) + (3 × 10−3 ) + · · ·

Esta última expressão, uma “soma com um número infinito de parcelas”,


pode representar-se por
+∞
X 3

k=1
10k
1
e chama-se uma série; diz-se então que 3 é a soma desta série.
(As séries de números reais serão objecto de estudo, mais à frente, nesta disciplina)
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Representação decimal

Mas, que significado se atribui a esta “soma”? Precisamente,


n
1 X 3
= lim
3 n→+∞ k=1 10k
1
ou seja, 3 pode ser arbitrariamente aproximado pelas sucessivas dízimas
finitas:
1
≈ 0, 3 (erro < 0, 1)
3
1
≈ 0, 33 (erro < 0, 01)
3
1
≈ 0, 333 (erro < 0, 001)
3
···
Ainda dizendo de outra
P
forma, 13 é o supremo de todos os termos da
n 3
sucessão crescente k=1 10k = (0, 3; 0, 33; 0, 333; . . .).
n≥1
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Representação decimal e completude

Em geral, o facto de toda a dízima x0 , x1 x2 x3 . . . representar um número


real, está relacionado directamente com a completude de R:
P 
n xk
◮ A sucessão k=1 10k é crescente e o conjunto dos seus termos,
n≥1
as dízimas finitas correspondentes, é majorado (por 1, por exemplo);
logo, este conjunto tem um supremo, que se mostra facilmente ser o
limite da sucessão, e é por definição o número que admite a expansão
decimal 0, x1 x2 x3 . . ..
◮ Por outro lado, se S ⊆ R é não vazio e majorado, a expansão decimal
y0 , y1 y2 y3 . . . do seu supremo pode ser obtida indutivamente do
seguinte modo:
y0 = max{n ∈ Z | existe n, . . . ∈ S} (existe porque S é majorado)
y1 = max{k ∈ {0, 1, . . . , 9} | existe y0 , k . . . ∈ S}
y2 = max{k ∈ {0, 1, . . . , 9} | existe y0 , y1 k . . . ∈ S}
y3 = max{k ∈ {0, 1, . . . , 9} | existe y0 , y1 y2 k . . . ∈ S}
...
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Representação decimal - dízimas periódicas e não periódicas

Finalmente, recorde-se que os números racionais são precisamente os que


admitem expansões em dízimas periódicas:

x0 , x1 . . . xi (xi+1 . . . xi+p )

e existem algoritmos simples para passar da forma fraccionária para a


forma decimal e vice-versa.
Os irracionais são então aqueles cuja expansão decimal não é periódica.
Note-se que um número irracional, sendo o limite das correspondentes
dízimas finitas, pode ser sempre visto como o limite de uma sucessão de
números racionais, ou seja, aproximado com a precisão que se pretenda
por números racionais.

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Sucessões
Definição

Usamos atrás o conceito de sucessão e alguns factos relacionados, que


veremos agora com um pouco mais de detalhe.
Uma sucessão de números reais é uma função s : N → R. É habitual
designar a imagem de n por sn (dito o termo de ordem n) e representar a
sucessão na forma (sn )n ou mesmo s1 , s2 , s3 , . . . (quando é clara a intenção
subjacente...).

Exemplos:
◮ ((−1)n )n
◮ (n3 )n
◮ (cos n)n
◮ 1, 12 , 13 , 41 , . . . (é clara a intenção de sugerir a sucessão ( n1 )n≥1 )

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Sucessões
Limite - definição

Seja (sn )n uma sucessão e seja L ∈ R. Diremos que L é o limite da


sucessão (sn )n , e escreveremos limn→+∞ sn = L (ou sn → L) se, para n
suficientemente grande, sn estiver tão próximo de L quanto for requerido.
Mais precisamente, diremos que limn→+∞ sn = L se

∀ε > 0 ∃N ∈ N ∀n ∈ N n > N ⇒ |sn − L| < ε .
| {z }
sn ∈ ]L−ε,L+ε[

L+ε
(

L s1 s 2 sN s5 s3
|

( |
(
(

L-ε
L-ε L L+ε
1 2 ... N n > N ... termos da sucessão
gráfico da sucessão

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Sucessões
Limite - exemplos
1
1. lim = 0 pois y=1/x
n→+∞ n
dado qualquer ε > 0,
basta tomar N > 1ε para garantir que :
1 1 1
n > N ⇒ | − 0| = < < ε.
n n N ε

|
|
1 2 N
1 1/ε
2. lim √ = 0 pois
n→+∞ n
1
∀ε > 0 ∃N ∈ N ∀n ∈ N (n > N ⇒ | √ | < ε).
n
1
De facto, basta tomar N ∈ N maior que ε2
. Então n > N implica
1 1 1
| √ | = √ < √ < ε.
n n N
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Sucessões
Unicidade do limite

O limite de uma sucessão, quando existe, é único.

De facto, suponhamos que limn→+∞ sn = L1 e limn→+∞ sn = L2 com


L1 , L2 ∈ R distintos. Seja ε = |L2 −L
2
1|
(> 0). Como limn→+∞ f (x) = L1 ,
existe N1 ∈ N tal que
n > N1 ⇒ |sn − L1 | < ε.
Por outro lado, como limn→+∞ f (x) = L2 , também existe N2 ∈ N tal que
n > N2 ⇒ |sn − L2 | < ε.

Mas então, para qualquer n > max{N1 , N2 }, (
tem-se |sn − L1 | < ε e |sn − L2 | < ε, o que
|
(( |
(
L-ε L1 L2 L+ε
é absurdo pois os intervalos ]L1 − ε, L1 + ε[ e 1 2

]L2 − ε, L2 + ε[ são disjuntos.


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Sucessões
Existência de limite

É fácil verificar que nem toda a sucessão tem limite, por exemplo (n2 )n ou
((−1)n )n . Uma sucessão com limite diz-se convergente, caso contrário
diz-se divergente.
E como é que sabemos se uma sucessão é ou não convergente? Nem
sempre é fácil responder, mas há um caso em que podemos garantir a
convergência: quando a sucessão é monótona e limitada.
Dizemos que (sn )n é:
◮ crescente se m < n ⇒ sm < sn para todos m, n ∈ N;
◮ decrescente se m < n ⇒ sm > sn para todos m, n ∈ N;
◮ monótona se for crescente ou decrescente;
◮ limitada se {sn | n ∈ N} for um subconjunto limitado de R.

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Sucessões
Sucessões monótonas e limitadas

Toda a sucessão monótona e limitada é convergente.

Demonstração: Suponhamos que (sn )n é uma sucessão crescente e


limitada (o caso decrescente é análogo). Como (sn )n é limitada, existe
L = sup{sn | n ∈ N}. Vejamos que limn→+∞ sn = L.
Seja ε > 0. Como L é o supremo de {sn | n ∈ N}, existe algum sN no
intervalo ]L − ε, L] (caso contrário, existiria um majorante de {sn | n ∈ N}
menor que L...). Mas então, se n > N, e porque (sn )n é crescente, resulta
que sn > sN . Como sn ≤ L = sup{sn | n ∈ N}, concluimos que
sn ∈ ]L − ε, L] e logo |sn − L| < ε. Logo

∀ε > 0 ∃N ∈ N ∀n ∈ N (n > N ⇒ |sn − L| < ε)

e portanto limn→+∞ sn = L.
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Sucessões
Sucessões monótonas e limitadas

Notas:
◮ Basta que a sucessão seja monótona e limitada a partir de um
determinado termo sp , pois é fácil ver que
limn→+∞ sn = limn→+∞ sn+p .
◮ O resultado permanece válido se substituirmos monótona por
não-crescente ou não-decrescente.
◮ Toda a sucessão convergente é necessariamente limitada, pois

∀ε > 0 ∃N ∈ N (n > N ⇒ |sn − L| < ε)

implica que só um número finito de termos (s1 , . . . , sN ) podem estar


fora do intervalo ]L − ε, L + ε[. Mas não tem que ser monótona! Por
n
exemplo, limn→+∞ (−1) n = 0.

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Sucessões
Subsucessões

Uma subsucessão da sucessão (sn )n é uma sucessão que se obtém a partir


de s1 , s2 , s3 , . . . eliminando alguns termos desta sucessão e mantendo os
restantes. Por exemplo, s2 , s4 , s6 , . . . = (s2n )n é uma subsucessão de (sn )n .
Genericamente, representamos uma subsucessão de (sn )n na forma (sin )n ,
onde i1 < i2 < i3 < . . . são números naturais.
1
Exemplos: ( 2n )n , ( n13 )n e ( n!
1
)n são subsucessões de ( n1 )n ;
(1, 41 , 12 , . . .) ou (1, 21 , 31 , 13 . . .) nunca poderão ser subsucessões de ( n1 )n∈N ;
para qualquer sucessão (sn )n∈N , pode-se considerar a subsucessão dos
termos de índice par, (s2n )n∈N , a subsucessão dos termos de índice ímpar,
(s2n+1 )n∈N , a subsucessão dos termos cujos índices são múltiplos de 3,
(s3n )n∈N , ...

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Sucessões
Limites de subsucessões

É claro que a existência de limite de uma subsucessão (sin )n não implica a


existência de limite de (sn )n∈N ; e podem até existir subsucessões de uma
mesma sucessão com diferentes limites.
Por exemplo,
- a sucessão (sn )n∈N = ((−1)n )n∈N = (1, −1, 1, −1, . . .) não é
convergente, mas a subsucessão (a2n )n∈N tem limite 1 (é constante = 1) e
a subsucessão (s2n+1 )n∈N tem limite −1 (é constante = −1);
- para qualquer n ∈ N, a sucessão (0, 0, 1, 0, 1, 2, 0, 1, 2, 3, . . .) tem
uma subsucessão convergente para n.
Por outro lado, é fácil ver que se (s2n )n∈N → l e (s2n+1 )n∈N → l , então
também (sn )n∈N → l .
Isto verifica-se facilmente a partir da definição de limite e resulta do facto
de todos os termos da sucessão serem da forma a2n ou a2n+1 , para algum
n ∈ N.
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Sucessões
Limites de subsucessões

Além disso:
Se limn→+∞ sn = L, então limn→+∞ sin = L para toda a subsucessão (sin )n
de (sn )n .

De facto, se
∀ε > 0 ∃N ∈ N (n > N ⇒ |sn − L| < ε),
então também é válido

∀ε > 0 ∃N ∈ N (n > N ⇒ |sin − L| < ε),

pois i1 < i2 < i3 < . . . implica que in ≥ n para todo n, e logo n > N
implicará sempre in > N.

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