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Sumário
Apresentação ........................................................................................................... 2
1. Introdução....................................................................................................... 3
2. A queda do liberalismo e o espírito autoritário .............................................. 4
Apresentação
1. Introdução
território alemão anterior à guerra foi distribuído entre Polônia (Alta Silésia), Bélgica
(Eupen-et-Malmédy) e França (Alsácia-Lorena), e todas as suas colônias integraram o
mandato internacional da Liga das Nações. Um plano de desarmamento foi imposto,
com a restrição de tamanho do exército alemão (100 mil homens) e de seus
equipamentos bélicos, além da dissolução de seu estado-maior. A Alemanha também foi
obrigada a pagar pensões às famílias de soldados mortos durante o conflito, bem como
uma multa de US$ 5 bilhões; além disso, recursos da monta de US$ 7 bilhões foram
confiscados, incluindo diversas patentes científicas alemãs. Ao fim e ao cabo, “o tratado
de Versalhes condenou as democracias exauridas à vigilância constante e à necessidade
de uma atenção permanente contra uma Alemanha revisionista e irreconciliável”
(KISSINGER, 1999).
Ao ganho de poder político por parte dos setores sociais mais populares
chamamos de “política de massas”, segundo conceituação tradicional do campo. É à
ascensão da política de massas e às drásticas mudanças ocorridas no pós-Grande Guerra
que Eric Hobsbawm evoca o fim de facto do século XIX e o início do “breve século
XX”, conforme defendeu em vida.
Creio pois que a espécie de opressão com que os povos democráticos são
ameaçados não se parecerá em nada com a que a precedeu no mundo; nossos
contemporâneos não poderiam encontrar uma imagem dela em suas
lembranças. Procuro em vão em mim mesmo uma expressão que reproduza
exatamente a idéia que formo dela e a encerra; as velhas palavras –
despotismo e tirania – não convêm. A coisa é nova, é preciso pois procurar
defini-la, já que não posso nomeá-la. (TOCQUEVILLE, 2004, p. 389)
controle e repressão de qualquer ato, público ou privado, que possa representar uma
tentativa, ainda que débil, de contestação e divergência.
Os três principais exemplos de ideologias totalitárias que se transformaram em
regimes políticos concretos – o comunismo, o fascismo e o nazismo – apresentam
algumas características que, a rigor, são fundamentais para se caracterizar um tipo de
governo ou de ideário político como totalitário:
2.3. O comunismo
2.4. O nazismo
2.5. O fascismo
nazista. Entretanto, é preciso esclarecer duas coisas: primeiro, que as alianças formadas
objetivavam o enfrentamento de um inimigo comum, a União Soviética e seu
comunismo revolucionário; segundo, seus valores basilares diferiam muito daqueles que
animavam o nazismo e o fascismo, o que impede que sejam objetivamente classificados
como tais. Podemos citar dois casos como exemplo.
Em Portugal, o Estado Novo português – inaugurado a partir da Constituição de
1933 e comandado pelo Presidente do Conselho de Ministros, Dr. António de Oliveira
Salazar – foi um regime político em que se mesclavam corporativismo, doutrina social
da Igreja, Integralismo Lusitano (ideologia que advogava o retorno ao regime
monárquico orgânico experimentado nos primeiros séculos da história portuguesa) e as
idéias do pensador francês Charles Maurras, fundador da Action Française. O
salazarismo combateu tanto o liberalismo quanto o comunismo, apoiou oficialmente a
Igreja Católica, facilitou o trânsito de refugiados judeus para outras nações e se manteve
neutro durante a Segunda Guerra Mundial, apesar da grande pressão exercida tanto por
Aliados quanto pelo Eixo. Um aspecto fundamental da ideologia salazarista foi seu
profundo nacionalismo: Portugal possuía uma missão civilizadora única que se
manifestara em diversos momentos de sua história e que definia, em última instância, a
razão de ser do povo português.
Por sua vez, a Espanha, sacudida por diversos golpes militares e por uma guerra
civil que é considerada por muitos como o balão de ensaio da Segunda Guerra, viu a
formação de uma ideologia que buscou ser uma síntese entre o nacional-sindicalismo,
de caráter corporativista, e o carlismo, profundamente monárquico. O franquismo – o
nome se deve ao general Francisco Franco, que governou a Espanha de 1939 a 1975 –
buscava um resgate da glória imperial espanhola, perdida desde a invasão das tropas
napoleônicas, e lutava por expurgar todas as influências que pudessem macular a
restauração do que se via como verdadeiro espírito hispânico. Apesar de Franco ter
recebido apoio de Itália e Alemanha durante a guerra civil – e de, nos anos 1940, ter se
formado a Divisão Azul, uma larga divisão militar de voluntários que lutou ao lado da
Alemanha nazista no front russo –, a Espanha, assim como sua contraparte ibérica,
conseguiu se manter neutra durante a Segunda Guerra.
Outros fenômenos semelhantes, de menor escala ou menos longevos, puderam ser
observados em diversos países da Europa: na Romênia, a Guarda de Ferro (nome vulgar
da Legião de São Miguel), fundada nos anos 1930 por Corneliu Zelea Codreanu; na
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Áustria, a ditadura nacionalista de Engelbert Dollfuss, que foi assassinado por agentes
do governo nazista alemão em 1934; na Bélgia, o proto-fascismo do Partido Rexista,
fundado pelo jornalista católico Léon Degrelle.
O ano de 1917 foi marcado pelo avanço do primeiro grande evento revolucionário
de um século que seria marcado pelo despontar de inúmeros movimentos
revolucionários, globais ou localizados, à esquerda e à direita. De certo modo, pode-se
compreendê-lo como um paradigma do ímpeto revolucionário do século XX. Entre
fevereiro e novembro daquele ano, no distante e isolado Império Russo, múltiplos
grupos sociais e políticos, reunidos em uma consoante composição contrária ao status
quo czarista, protagonizariam a Revolução russa. No entanto, para compreender o
fenômeno, é necessário retomar o prelúdio da débâcle do czarismo russo: a Revolução
de 1905.
No final do século XIX e início do século XX, a Rússia enfrentava uma situação
interna bastante conturbada. Grupos políticos contrários ao regime, moderados e
radicais, organizavam as massas em sindicatos, assembléias e movimentos na cidade e
no campo com o fito de transformar o regime vigente – fosse pela via reformista, fosse
pela via revolucionária. A Coroa mantinha a ordem de maneira precária e
freqüentemente recorria a dura repressão policial na tentativa de sufocar os movimentos.
Em 1904, controvérsias entre os impérios russo e japonês sobre a região da
Manchúria explodiram na chamada Guerra Russo-Japonesa. O clima interno na Rússia
era de acirramento político e intensa repressão, cujo ápice foi o massacre do Domingo
Sangrento, a 9 de janeiro de 1905, em São Petersburgo. A derrota para o Japão, que
levou o Império Russo a assinar a Paz de Portsmouth, expôs ainda mais a frágil situação
da Coroa. O czar fez concessões aos opositores políticos na tentativa de apaziguar os
ânimos políticos e, apesar das promessas de maior participação política à população
feitas no Manifesto de Outubro, a situação não melhorou. Em dezembro, o Soviete dos
Delegados dos Trabalhadores de São Petersburgo, liderado então por Parvus e Leon
Trotsky, tenta tomar o poder em uma ação revolucionária, mas fracassa.
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O ingresso da Rússia na Primeira Guerra termina por ser o fator final de erosão da
autoridade do regime. Acumulando derrotas frente à Alemanha e tendo suas principais
rotas de abastecimento interrompidas pelos otomanos, a situação econômica e social do
povo russo piora em ritmo acelerado. Em fevereiro de 1917, após o morticínio de
trabalhadores famintos em greve, os grupos de oposição passam a contar com a adesão
da soldadesca russa. Em março, Nicolau II abdica, marcando o fim do regime
monárquico.
Os governos provisórios que se sucederam em 1917 – primeiro liberais, depois
socialistas moderados – não conseguem responder aos anseios da população, que se
voltam para os socialistas radicais conhecidos por bolcheviques. As Teses de Abril, de
Lênin, passaram a compor o núcleo ideológico dos revolucionários: todo o poder aos
sovietes, nacionalização da terra, controle operário da indústria, fim imediato da guerra
(que denunciavam como imperialista). O slogan bolchevique “Pão, Paz e Terra” se
tornou o mote da massa radicalizada que começava a se erguer contra o próprio governo
interino. Após as falhas da administração de Aleksandr Kerenski, a situação chega a um
patamar insustentável. No final de outubro de 1917, forças revolucionárias tomam o
Palácio de Inverno e postos estratégicos em São Petersburgo, dando início ao regime
marxista-leninista que dominará a Rússia e boa parte dos países do Cáucaso e da Europa
oriental por mais de 70 anos.
Todos os cautelosos movimentos para a reforma de cima foram varridos por uma
maré revolucionária nas ruas que, no início de novembro, o governo de Max von Baden
já não conseguia controlar. Os levantes em toda a Alemanha foram provocados por um
motim de marinheiros em Wilhelmshaven e Kiel no final de outubro. Ordenados por
uma última missão suicida contra a frota britânica, os marinheiros decidiram que
preferiam salvar suas próprias peles a tentar salvar a “honra alemã”. A notícia do motim
levou à formação de inúmeros conselhos de trabalhadores, marinheiros e soldados, o
que arruinou as administrações locais. Em 8 de novembro, uma República foi
proclamada no “Estado Livre” da Baviera, sob um conselho de trabalhadores, soldados
e camponeses liderado por Kurt Eisner. O esforço de guerra alemão desmoronou, a
autoridade do regime estava rapidamente se desfigurando, e a ameaça de greves e guerra
civil nas ruas era cada dia mais visível.
No dia 9 de novembro, Max von Baden fez um último esforço para salvar o que
podia da situação. Realizaram-se rápidas negociações entre os social-democratas
moderados e os líderes do Partido Social-Democrata Independente da Alemanha
(Unabhängige Sozialdemokratische Partei Deutschlands, USPD), e um acordo de
compromisso do governo foi acordado: a constituição de um conselho de governo com
três membros de cada partido. O novo governo estava empenhado em organizar eleições
para uma assembléia constituinte nacional, que seria eleita por todos os homens e
mulheres com mais de vinte anos de idade. Até que este órgão eleito pudesse assumir o
poder, o governo temporário concordaria com um armistício, lideraria negociações de
paz, procuraria garantir um abastecimento adequado de alimentos para a população, e
supervisionaria a desmobilização ordenada das tropas e o retorno de ex-soldados para a
vida e o trabalho civis. Enquanto isso, a lei e a ordem deveriam ser mantidas, as pessoas
deveriam desistir do saque e da violência e ajudar a construir um futuro melhor.
No contexto de greves e manifestações generalizadas, os obstáculos a uma
transição pacífica para uma nova ordem eram formidáveis. A USPD concordou em
cooperar com o Partido Social-Democrata Alemão (Sozialdemokratische Partei
Deutschlands, SPD), apesar de seus objetivos gerais serem bastante diferentes, e o novo
governo – que duraria apenas algumas semanas – recebeu a devida legitimidade
popular: primeiro por um encontro de delegados do conselho em Berlim, em novembro;
em dezembro, por um grupo mais amplo de delegados dos conselhos de trabalhadores e
soldados de toda a Alemanha.
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herói público em toda a Itália. Seu estilo dramático, seus olhos para publicidade e sua
denúncia de alto volume do governo também o tornaram um modelo para outro inimigo
do liberalismo: Benito Mussolini.
O episódio desacreditou o governo de Nitti aos olhos de grande parte do público,
que, por sua falta de vontade de conceder grandes reformas ou de protestos, não
encontrava nenhuma aliança política adequada. A frágil maioria de Nitti se tornou
insustentável, o que provocou sua renúncia e substituição pelo veterano Giolitti. Mais
uma vez, Giolitti tentou apelar tanto para a esquerda quanto para a direita: por um lado,
traçou planos de incorporar a classe trabalhadora ao governo e, por outro, planejou
reduzir os subsídios alimentares que desagradavam a burguesia. Liberais, democratas
cristãos (apesar do notório anti-clericalismo do primeiro-ministro) e até mesmo um
punhado de socialistas moderados juntaram-se à nova coalizão. A maioria dos
socialistas, entretanto, era implacavelmente hostil ao governo.
Em setembro de 1920, os operários, que lideravam uma grande campanha salarial
no norte do país, ocuparam as fábricas em que trabalhavam. Dentro de dias, 400 mil
trabalhadores ocupavam fábricas em diversas cidades da região. Os empregadores
exigiram que o governo interviesse para esmagar a ocupação. No entanto, Giolitti
seguiu a política de neutralidade que adotou em disputas industriais anteriores à guerra,
convencido de que o uso da força levaria a um banho de sangue. Esta política enfureceu
os industriais: mais uma vez, em seus olhos, o governo estava falhando em cumprir seu
dever. Embora a ocupação tenha colapsado em um mês, como Giolitti havia previsto,
essa demonstração de complacência não foi perdoada. No campo, assim como nas
cidades, a situação não era diferente, e o crescimento socialista não demorou a aparecer
nas eleições locais, realizadas no final de 1920: 26 das 69 províncias do país,
principalmente aquelas localizadas no norte e centro da Itália, passaram a ser
governadas pelo partido.
O crescimento do poder socialista, tanto institucional quanto prático, e a inação do
governo liberal para conter a crescente ameaça vermelha levaram ao início de revoltas
anti-socialistas. Proprietários de terras e pessoas de classe média começaram a recorrer
a grupos fascistas locais, percebidos como os únicos que se punham entre os socialistas
e o controle político total. Em novembro de 1920, a inauguração do novo conselho
socialista em Bolonha se transformou em uma revolta promovida por esquadrões
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ocidentais, apesar do desagrado que tinham com relação a Franco e seu movimento
golpista, apoiavam o bando sublevado menos por acreditar em suas pretensões e mais
por desejar afastar qualquer possibilidade de ver a Espanha transformada em um posto
avançado da Rússia soviética.
européia até então não só eram estranhos aos americanos, como chegavam às raias da
imoralidade.
Além disso, os Estados Unidos eram animados por uma convicção inabalável: que
sua singularidade no panteão das nações, além de absoluta, encerrava um conjunto de
características que poderiam ser aplicadas universalmente. Assim, na visão americana,
os Estados Unidos eram o paradigma de um mundo novo que estava nascendo. Foi essa
convicção que animou o presidente Woodrow Wilson a formular, ao longo das
conversações que resultaram no Tratado de Versalhes, a proposta de paz conhecida
como Catorze Pontos.
industrial, que havia sido de 114 em agosto de 1929, era de 54 em março de 1933. A
construção de negócios, que totalizava US$ 8,7 bilhões em 1929, caiu para US$ 1,4
bilhão em 1933. Houve um declínio de 77% na produção de manufaturas duráveis
durante esse período. Graças às políticas trabalhistas da Hoover, os salários reais de fato
aumentaram. Os perdedores, é claro, eram aqueles que não tinham nenhum salário. O
desemprego, que havia sido de apenas 3,2% em 1929, subiu para 24,9% em 1933 e
26,7% em 1934. Estimava-se que cerca de 34 milhões de homens, mulheres e crianças
não tinham renda alguma, o que correspondia a 28% da população americana.
Os proprietários não podiam cobrar aluguéis e, portanto, não podiam pagar
impostos. As receitas da cidade entraram em colapso, reduzindo o sistema de alívio,
como era, e os serviços da cidade. Chicago devia seus professores $ 20 milhões. Em
algumas áreas, as escolas fecharam a maior parte do tempo. Em Nova York, em 1932,
mais de 300 mil crianças não puderam estudar porque não havia fundos. Dentre os que
ainda freqüentavam o sistema de ensino, aproximadamente 20% sofriam de desnutrição.
Em 1933, 1.500 faculdades haviam quebrado ou fechado.
Nas eleições de 1932, Franklin Delano Roosevelt, do Partido Democrata, foi
eleito o 32º presidente dos Estados Unidos. Grande parte da legislação do New Deal foi
promulgada nos primeiros três meses da presidência de Roosevelt, que ficou conhecida
como os Cem Dias. O primeiro objetivo da nova administração foi aliviar o sofrimento
da grande quantidade de trabalhadores desempregados no país. Agências como a Works
Progress Administration (WPA) e o Civilian Conservation Corps (CCC) foram
estabelecidas para dispensar ajuda governamental de emergência e de curto prazo, e
para fornecer empregos temporários, especialmente em projetos de construção e
trabalho juvenil nas florestas nacionais. Antes de 1935, o New Deal tinha por foco
revitalizar as empresas agrícolas do país. Para reanimar a atividade industrial, a
National Recovery Administration (NRA) recebeu autoridade para ajudar a moldar os
códigos industriais que regem práticas comerciais, salários, horas, trabalho infantil e
negociação coletiva. O New Deal também tentou regular a hierarquia financeira do país,
a fim de evitar a repetição do crash da bolsa de valores de 1929 e as enormes falências
bancárias que se seguiram. A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) concedeu
o seguro do governo para depósitos bancários em bancos membros do Sistema da
Reserva Federal e a Securities and Exchange Commission (SEC) foi formada para
proteger o público investidor de práticas fraudulentas de mercado de ações. O programa
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