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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – TCE-RS

Código Assunto
MT-DCF-0401 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Introdução

CAMPO DE APLICAÇÃO:
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

Em decorrência do planejamento da auditoria são elencadas as matérias e quesitos a


serem examinados, os quais deverão ser organizados por áreas de exame, ou grandes itens,
que estão a seguir relacionados.

Também são a seguir apresentados os objetivos gerais de análise em cada grande


item de exame e as unidades passíveis de serem auditadas no âmbito da administração direta
municipal, quais sejam: executivos municipais e legislativos municipais.

Para cada grande item (área de exame), estão listados os procedimentos de auditoria
que são possíveis de serem realizados, dentro do histórico de procedimentos de auditoria já
adotados pelo Tribunal para esses tipos de unidade auditada e que se encontram em vigor.
Destaca-se que a forma imperativa como são apresentados os procedimentos em cada item
(“verificar”, “elaborar”, ou similar) aplica-se somente para aqueles procedimentos que a
Equipe de Auditoria entender como necessários para cumprir o previsto no planejamento da
auditoria (Ver item 7 do Manual Geral de Auditoria - Volume I) e realizar o exame de
situações novas e relevantes percebidas, quando da auditoria in loco. Portanto, o elenco de
procedimentos apresentados para cada grande item, neste Volume IV, não deve ser entendido
como de verificação compulsória em todos os Planos Operativos de Auditoria e em todas as
unidades a serem auditadas.

Sobre a forma de apresentação das matérias e quesitos, ver também seções 9.3.5.,
9.3.6., e 9.5.3. do Manual Geral de Auditoria-Volume I.

Os procedimentos de consulta informatizada que couberem em cada procedimento


estão indicados sucintamente, após o respectivo procedimento, sob a denominação Consulta
Informatizada, que deverão ser procurados no Volume VIII deste Manual, denominado
CONSULTA INFORMATIZADA PARA A ESFERA MUNICIPAL.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 02/05/2006 Revisão: 03


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0402 Procedimentos de Auditoria para a Adm. Direta Municipal-Sistema Administrativo-Organizacional

CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

2. SISTEMA ADMINISTRATIVO-ORGANIZACIONAL

2.1. Objetivos de Análise

A análise do Sistema Administrativo-Organizacional do órgão auditado tem como


objetivo avaliar como estão distribuídas e organizadas as suas diversas áreas de atuação em
função de melhor atingir os objetivos da ação governamental a serem alcançados em
consonância com o Plano Plurianual, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei
Orçamentária Anual.

O Sistema Administrativo-Organizacional encontra-se devidamente estruturado quando


as atribuições de cada Secretaria, Diretoria, Setor, ou outra unidade administrativa estão
claramente definidas em termos de atribuições e responsabilidades, sem superposições e sem
lacunas a serem preenchidas.

2.2. Procedimentos

Verificar:

a) se a estrutura organizacional da administração (Secretarias Municipais ou órgãos


equivalentes) encontra-se legalmente definida na legislação municipal, com suas respectivas
áreas de competência (p. ex.: Secretaria da Fazenda: administração financeira, tributária, dívida
pública, contabilidade e auditoria);

b) se foi estabelecida, no mínimo por decreto, a estrutura básica de cada Secretaria


Municipal, compreendendo órgãos de assistência/assessoramento, direção, execução, apoio
administrativo, etc., e também elencadas as respectivas atribuições;

c) a existência de políticas, diretrizes, planos e metas a serem atingidas, em cada área de


governo, devidamente formalizadas e à disposição dos agentes públicos responsáveis pelo seu
cumprimento/atingimento;

d) observância do princípio de segregação de funções e da formalização dos atos de


delegação de competência;

e) existência de manuais, fluxogramas, instruções ou documentos similares, por área de


governo (Saúde, Educação, etc.) e/ou objeto (Patrimônio, Almoxarifado, Obras, Receita, etc.),
que disponham sobre os procedimentos administrativos e/ou operacionais indispensáveis ao
perfeito funcionamento da administração pública. Com essa providência, profissionaliza-se a
administração, evitando-se que o “como fazer” seja privilégio de determinado(s) servidor(es);

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 02/05/2006 Revisão: 02


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0402 Procedimentos de Auditoria para a Adm. Direta Municipal-Sistema Administrativo-Organizacional
f) elaboração periódica de relatórios, por área de Governo, informando sobre o
desempenho econômico-financeiro, orçamentário, administrativo e dos resultados operacionais
(metas previstas/alcançadas), propiciando-se, assim, condições à autoridade competente de
avaliar a execução do plano de trabalho e decidir sobre sua continuidade, promoção de ajustes,
correções de desvio, etc..

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 02/05/2006 Revisão: 02


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0403 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal-Sistema de Controle Interno

CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO.

3. SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

3.1. Objetivos de Análise

A análise deste item objetiva a verificação da efetiva atuação do Sistema de Controle


Interno do Município, coordenado pela Unidade Central de Controle Interno, ou equivalente, de
responsabilidade do Poder Executivo, no sentido de atender às disposições contidas nos artigos
31, 70 e 74 da Constituição Federal.

3.2. Procedimentos

Verificar:
a) se a efetiva fiscalização do Município (Executivo e Legislativo) vem sendo realizada
pela Unidade Central de Controle Interno, ou equivalente, sob a responsabilidade do Poder
Executivo (art. 31, caput, e 74, inc. I a IV, da Constituição Federal e art. 59 da LRF), com
competências e forma de atuação definidas em lei;

Observação:

I- Conforme a Informação nº 44/2003, nos municípios compete ao Poder Executivo as


responsabilidades relacionadas com o Sistema de Controle Interno, na forma que a lei ordinária
estabelecer. O caput do artigo 31 da Constituição Federal afasta dos municípios a incidência das
disposições do art. 70, parte final, e 74, caput, da Lei Maior, aplicáveis somente nos Estados-
Membros e na União.

b) se a Unidade Central de Controle Interno audita, periodicamente, o funcionamento


das áreas operacionais vinculadas à realização da despesa (Setor de Compras, de Licitações, de
Engenharia, etc.), quanto à observância das normas legais vigentes (em especial a Lei Federal
nº 4.320/64 e a Lei Federal nº 8.666/93) e os princípios constitucionais da legalidade,
impessoalidade, moralidade, eficiência e publicidade, a partir de mecanismos e formas de
atuação padronizados;

c) se os integrantes da Unidade Central de Controle Interno são servidores efetivos


especificamente designados para essa finalidade, conforme o entendimento do Parecer da
Auditoria nº 03/2003 e das Informações nºs 60/2002 e 44/2003 da Consultoria Técnica;

d) a existência de salvaguardas legais para os profissionais da Unidade Central de


Controle Interno que lhes assegurem independência para se desincumbirem de suas atribuições
funcionais;

e) se a Unidade Central de Controle Interno planeja sua atuação, através de plano de


trabalho que contemple todas as áreas da administração, priorizando maior freqüência de
investigações nos setores mais suscetíveis a erros/desvios, ou de grande complexidade, ou que
consumam expressivo volume de recursos financeiros;

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 02/05/2006 Revisão: 03


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0403 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal-Sistema de Controle Interno
f) se as irregularidades/ilegalidades apuradas pela Unidade Central de Controle Interno
são comunicadas ao chefe do Poder Executivo, para providências e ao Tribunal de Contas do
Estado, nos termos do art. 74, parágrafo 1º, da Constituição Federal;

g) se a Unidade Central de Controle Interno exerce a fiscalização prévia, concomitante e


posterior nas diversas áreas de atuação da Unidade, emitindo relatórios periódicos;

h) a utilização por parte da administração superior dos relatórios de auditoria produzidos


pela unidade de controle interno, como elemento hábil à tomada de decisões gerenciais e/ou
corretivas, com vistas a reparar/evitar a ocorrência de ilegalidades/irregularidades/deficiências;

i) se os profissionais do controle interno recebem, periodicamente,


treinamento/orientação, através de cursos, seminários, palestras, etc., visando adquirir
conhecimentos, ou mesmo atualizá-los ou aprimorá-los e bem executar sua obrigação funcional;

j) a existência de controles cuja manutenção não se justifica, em face do custo ser


superior ao risco, da duplicidade de controle, da existência de outra forma mais racional e menos
onerosa de controle, da irrelevância do que se pretende controlar, etc. ;

l) a realização, por parte da Unidade Central de Controle Interno, de averiguações


periódicas visando avaliar se o fluxo de operações de receita vem se desenvolvendo em
conformidade com as normas legais e, ainda, se os procedimentos administrativos praticados
pelos agentes públicos asseguram confiabilidade, eficiência e eficácia ao sistema de arrecadação;

m) se a Unidade Central de Controle Interno audita, periodicamente, o cumprimento da


legislação e os procedimentos relacionados à área de pessoal, bem como a despesa daí resultante,
com a finalidade de confirmar seu regular processamento;

n) se o controle interno promove levantamentos periódicos, durante o exercício, do


estoque existente no almoxarifado, com a finalidade de detectar desvios e impropriedades.

o) Para se configurar a existência de um Sistema de Controle Interno, no âmbito


municipal, devem ser respondidas afirmativamente as seguintes verificações mínimas:

I) Existência de Lei de iniciativa do Poder Executivo, abrangendo os dois poderes;

II) Responsável e demais integrantes da Unidade de Controle Interno serem servidores


efetivos;

III) Elaboração de relatórios periódicos nas áreas de receitas, despesas e administração de


pessoal;

IV) Encaminhamento de tais relatórios aos secretários responsáveis, ao Prefeito ou a quem


este determinar;

V) Recebimento de retorno dos responsáveis, por parte da Unidade de Controle Interno,


sobre os relatórios encaminhados ;

VI) Avaliação dos retornos recebidos e conferência das correções, por parte da Unidade de
Controle Interno.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 02/05/2006 Revisão: 03


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Código Assunto

MT-DCF-0404 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Receitas

CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

4. RECEITAS

4.1. Objetivos de Análise

O exame da área da Receita tem como objetivos:

a) diagnosticar o nível de gerenciamento das receitas próprias e de transferências em


termos de segurança e eficiência;

b) avaliar a correção e a confiabilidade dos lançamentos contábeis e dos


procedimentos administrativos realizados pelos setores envolvidos na arrecadação;

c) atendimento das disposições constitucionais e legais pertinentes à preservação e à


maximização da receita pública.

Este item é analisado somente nos Executivos Municipais.

4.2. Procedimentos

4.2.1. GESTÃO GLOBAL DAS RECEITAS

4.2.1.1. Disposições das Leis 4.320/64 e 101/2000

Examinar:

a) se a previsão da receita observou as disposições contidas no art. 30 da Lei Federal


nº 4.320/64 e no art. 12 da Lei Complementar nº 101/00, no sentido de utilização de normas
técnicas e de considerar: efeitos das alterações na legislação; variação dos índices de preços;
oscilação do crescimento econômico e outras circunstâncias conjunturais que possam alterar a
produtividade de cada fonte, com demonstrativos da sua evolução nos últimos três anos e de
projeções acompanhadas de metodologia de cálculo e das premissas utilizadas;

b) se tais estudos e estimativas foram colocadas à disposição do Poder Legislativo,


acrescidos da estimativa da receita corrente líquida, até 30 dias antes do prazo final, para
encaminhamento de suas propostas orçamentárias, como determina o § 3º do art. 12 da LC
nº101/00;

c) existência de normas, instruções de serviço ou instrumento similar que disponha


sobre o funcionamento e os procedimentos administrativos atinentes ao sistema de receita;

d) se a classificação da receita guarda conformidade com o orçamento municipal,


com a Lei Federal nº 4.320/64 e com as determinações desta Corte de Contas;
Consulta Informatizada

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto

MT-DCF-0404 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Receitas


e) o desdobramento das receitas em metas bimestrais de arrecadação nos prazos
previstos, referência ao contingenciamento de despesas por meio de limitação de empenho
(art. 13 da LC nº 101/2000);
Consulta Informatizada
f) o desempenho da arrecadação em relação à previsão da receita orçamentária
(LC nº 101/2000, art. 58);
Consulta Informatizada
g) se as concessões de incentivos foram autorizadas por lei, respeitado o princípio da
anterioridade, devidamente demonstradas contrapartidas de efetivo conteúdo social e de
benefícios à sociedade e respeito às exigências do art. 14 da LC nº 101/2000 (Parecer
nº 54/2001);

h) se houve respeito às exigências do art. 14 da LC nº 101/2000 nos casos de


extinção da Ação de Execução Fiscal em razão de transação, a qual deve ter sido autorizada por
lei (Informação nº 36/2001);

i) em qualquer dos casos previstos nas alíneas “g” e “h”, as medidas compensatórias,
se previstas, deverão ser prévias à concessão dos benefícios (Informações nºs: 57/2000 e 36/2001
e Pareceres nºs: 54/2001e 85/2001).

4.2.1.2. Lançamentos e Registros Contábeis

Examinar:

a) por amostragem, se existem casos de estorno de receita (lançamento a débito dessa


conta), com o intuito de examinar sua exatidão;

b) por amostragem, a documentação que deu suporte aos lançamentos nas contas de
receita, com a finalidade de confirmar a correção do registro contábil;

c) a observância do princípio da segregação de funções, visando impedir o acesso


exclusivo de um servidor a todas ou as mais importantes fases de uma determinada operação.

4.2.1.3. Programa de Integração Tributária

Caso o Município tenha aderido ao Programa de Integração Tributária, previsto na


Lei Estadual nº 10.339/95, e assinado convênio com a Secretaria da Fazenda do Estado,
examinar:

a) se constam no convênio os procedimentos de: controle sobre a nota fiscal do


produtor, programa de educação fiscal, treinamento de servidores, implementação de turmas
volantes, bem como atendimento aos contribuintes de ICMS através de comunicação direta com
a Fazenda Estadual por terminal específico.

b) se nos relatórios enviados à Secretaria da Fazenda constam: comunicação de


verificação de entradas (CVE), comunicação de verificação de saídas (CVS), comunicação de
Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08
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Código Assunto

MT-DCF-0404 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Receitas


verificação de indícios (CVI), comunicação de verificação no trânsito (CVT) e comunicação de
compras da Prefeitura (CCP).

Observações:

I - CVI consiste na relação de possíveis irregularidades detectadas no confronto entre


as notas fiscais de entradas retidas e os valores registrados na Guia Anual-Modelo B.
II - CVT consiste na relação de irregularidades detectadas no trânsito que devem ser
encaminhadas à respectiva Delegacia Regional da Secretaria da Fazenda para emissão de auto de
lançamento.

4.2.2. GESTÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

4.2.2.1. Introdução

Para priorizar o foco de exame das receitas tributárias (exceto de matéria de decisão
de processo e determinação de ICE), cabe ser comparado o montante arrecadado dos principais
tributos municipais, a saber: IPTU (rubrica 1.1.1.2.02.), ISSQN (rubrica 1.1.1.3.05) e taxas
(fonte 1.1.2.), com os respectivos montantes arrecadados em idênticos períodos de apuração de
exercícios anteriores, a fim de se verificar se houve queda de participação de cada um dos
referidos tributos em relação ao total de receitas correntes (categoria econômica 1.), ou
decréscimo real de arrecadação (utilizando fator de correção determinado pela Supervisão). Nos
casos em que ocorrer redução percentual de participação, ou diminuição de arrecadação em
valores corrigidos, procurar saber se entre as razões se encontra alguma forma de renúncia de
receita (caput do art. 70 da Constituição Federal e art. 10, inciso X, da Lei Federal nº 8.429/92).
Consulta Informatizada
No caso das taxas descer até o nível 4 (subfonte), ou até o nível 5 (rubrica) para
identificar a taxa que sofreu o(s) decréscimo(s).
Consulta Informatizada
4.2.2.2. Itens passíveis de verificação

Entre os procedimentos a serem feitos em auditoria, com relação a tributos, verificar:

a) a efetiva responsabilidade na gestão fiscal nos estágios de: instituição, previsão,


arrecadação e efetivo recolhimento dos tributos de competência constitucional do Órgão, nos
termos do artigo 30, inciso III, e artigos 145 e 156 da Constituição Federal e art. 11 da LC
nº101/00;

b) se as hipóteses de concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza


tributária das quais decorram renúncias de receitas (art. 14 da LC nº 101/2000) foram
acompanhadas de estimativa do impacto orçamentário-financeiro do exercício em que deva
iniciar sua vigência e nos dois seguintes, bem como se atenderam a pelo menos uma das
condições estabelecidas pelos incisos I e II do referido artigo e se estão amparadas na legislação
municipal;

c) se as providências adotadas para o combate à sonegação, no âmbito da fiscalização


das receitas, as ações desenvolvidas com o objetivo de recuperação de créditos nas instâncias
Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08
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administrativa e judicial e, ainda, se houve a adoção de medidas para o incremento das receitas
tributárias e de contribuições (art. 58 da LC 101/2000);

d) a existência de documentação formal estabelecendo o fluxo operacional dos


setores responsáveis pela gestão da receita municipal;

e) a existência de níveis de acesso, conforme a hierarquia das funções dos servidores,


no sistema responsável pelo banco de dados e pela elaboração de informações gerenciais das
receitas;

f) se periodicamente são elaborados e submetidos ao titular da Secretaria da Fazenda


relatórios gerenciais sobre o comportamento da arrecadação tributária, contendo, inclusive,
comentários e dados que permitam a tomada de decisão superior;

g) através de amostragem, se a atualização monetária, as multas e os juros de mora


aplicáveis aos tributos e demais receitas próprias pagas com atraso são calculados e cobrados
pela Tesouraria e, principalmente, pela rede bancária, em conformidade com os índices e/ou
critérios estabelecidos na legislação municipal;
Consulta Informatizada
h) através de amostragem, se nos pagamentos através da tesouraria as guias de
arrecadação identificam o nome do pagador, contêm o valor arrecadado, a origem e classificação
da receita, assim como a data e a assinatura/rubrica do agente responsável pelo recebimento;

i) através de amostragem, na arrecadação da receita própria efetuada por intermédio


de estabelecimentos bancários, se: o produto da arrecadação é imediatamente colocado à
disposição do órgão/entidade; a tarifa paga pelos serviços bancários prestados está dentro dos
parâmetros de mercado; a manutenção dos contratos frente à relação custo/benefício;

j) a periodicidade da realização de conciliações nos saldos bancários;

l) a qualidade dos procedimentos administrativos adotados no exame das ações


recursais que visem impugnações de autos de lançamentos;

m) por amostragem, se foi observada, no parcelamento de créditos tributários, a


legislação pertinente (lei específica e/ou Código Tributário Municipal), especialmente quanto ao
prazo máximo para pagamento, incorporação de encargos ao principal, atualização de prestações,
suspensão do parcelamento em razão de inadimplência de prestações;
Consulta Informatizada
Observações:

I - Conforme a Informação nº 41/2001, é possível o desconto de IPTU por


pagamento antes do vencimento com fulcro no parágrafo único do art. 160 do CTN e com
observância ao artigo 14 da Lei Complementar nº 101/2000.

II - De acordo com o Parecer nº 07/2003, é possível a isenção de IPTU para imóveis


de interesse cultural através de lei autorizadora e com normas de preservação dos bens dispostas
em legislação específica.

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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n) se a administração dividiu a área do Município em zonas fiscais para fins de
avaliação do valor venal dos imóveis, conferindo-lhes pesos diferenciados segundo o
maior/menor grau de serviços e infra-estrutura urbana disponível, entre outros aspectos inerentes
ao imóvel, para fins de IPTU e Imposto de Transmissão;

Observação:

I - Ver Parecer nº 32/2002 que dispõe sobre a necessidade de lei prévia para
definição de zona urbana para instituição do IPTU. Nos municípios recém emancipados, poderá
ser utilizada, transitoriamente, a legislação do município de origem, para evitar a perda de
recursos por parte do município emancipado.

o) se a fiscalização atua sistematicamente no sentido de detectar novas construções


em situação irregular perante o fisco;

p) se o Município promoveu ações com a finalidade de adequar-se ao exercício das


competências tributárias definidas na Lei Complementar nº 116/2003;

q) a situação do cadastro dos prestadores de serviço do município em termos de


apresentação dos elementos necessários para a perfeita identificação do contribuinte (ramo de
atividade, localização, dados pessoais/estabelecimento, alíquota aplicável, etc.);

r) por amostragem, se os valores arrecadados de Imposto sobre Serviços de Qualquer


Natureza (ISSQN) encontram-se de acordo com a legislação municipal, atentando, também, para
o atendimento do art. 88 do ADCT, acrescentado pela EC nº 37/02, que introduziu a alíquota
mínima de 2 % para esse tributo;
Consulta Informatizada
s) se a administração mantém equipes de fiscalização com vistas a detectar possíveis
irregularidades nas informações prestadas pelos contribuintes de ISSQN, ou mesmo identificar
prestadores de serviço não cadastrados;

t) se as taxas e contribuições de melhoria estão sendo cobradas de acordo com a


legislação municipal;
Consulta Informatizada
u) se a administração instituiu contribuição de melhoria, relativamente a obras que
propiciaram valorização dos imóveis por elas beneficiados, emitindo, para tanto, lei específica e
prévia, respeitado o princípio da anterioridade, para cada obra (Parecer nº 06/2002);

v) se entre os contribuintes inadimplentes do Município se encontram


fornecedores/credores regulares da administração, bem como agentes políticos;

x) se a instituição da contribuição para o custeio da iluminação pública (que é


facultativa), se deu através de lei, com obediência aos princípios da anterioridade tributária e da
anualidade, nos termos das alíneas “a” e “b” do inciso III do art. 150 da Constituição Federal
(Informação nº 11/2003 e Parecer nº 09/2003);

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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Código Assunto

MT-DCF-0404 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Receitas


z) se foi feita à retenção do IR, na fonte, incidente sobre valores pagos pelo
município, a qualquer título, inclusive pelas autarquias e fundações municipais (art. 158, inciso I,
da C. F.), como segue:

z1) 1,5 % sobre o valor dos contratos de prestação de serviços, caracterizadamente de


natureza profissional, celebrado com pessoas jurídicas, nos termos do art. 647 do Decreto
Federal nº 3.000/99;

z2) 1 % sobre o valor dos contratos de prestação de serviços de limpeza,


conservação, segurança, vigilância e locação de mão-de-obra, firmados com pessoas jurídicas,
civis ou mercantis, nos termos do art. 649 do Decreto Federal nº 3.000/99;

z3) 1,5% sobre os valores pagos ou creditados a cooperativas de trabalho,


associações de profissionais, ou assemelhados, relativos a serviços pessoais prestados por
associados destas ou colocados a disposição, nos termos do art. 652 do Decreto Federal
nº 3.000/99.

4.2.3. TRANSFERÊNCIAS CORRENTES E DE CAPITAL

a) Verificar se a administração confere os valores recebidos a título de transferências:


constitucional, estadual e federal, com os índices estabelecidos pela legislação em vigor. Efetuar
testes;
Consulta Informatizada
b) Examinar se existe controle e acompanhamento sobre as parcelas de recursos
repassados à administração, por força de convênio firmado com outras esferas de governo;
Consulta Informatizada
c) confrontar os valores dos auxílios e subvenções recebidos da União e do Estado
com os constantes no balancete da receita de dezembro;
Consulta Informatizada
d) verificar se foram efetuados, os devidos, prestações de conta e os seus respectivos
encaminhamentos aos órgãos concessores.

4.2.4. RECEITA DA DÍVIDA ATIVA

4.2.4.1. Introdução

O exame das receitas da dívida ativa visa avaliar as providências tomadas pela
administração para receber as receitas não recolhidas, no prazo de vencimento.

A dívida ativa é o conjunto de créditos não pagos dentro do prazo e que foram
inscritos com a finalidade de cobrança, principalmente através da execução fiscal.

Na execução fiscal basta a inscrição do crédito em dívida ativa e a emissão da


certidão para o ingresso em juízo.

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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MT-DCF-0404 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Receitas

Com relação à prescrição do crédito tributário observar os casos de interrupção


(hipóteses do parágrafo único do art. 174 do CTN, por exemplo) e os de suspensão (§ 3º do
art. 2º da Lei Federal nº 6.830/80, por exemplo).

4.2.4.2. Itens passíveis de verificação

Entre os procedimentos a ser realizado em auditoria, examinar:

a) se os termos de inscrição em dívida ativa possuem os requisitos constantes no art.


2º, parágrafo 5º, da Lei Federal nº 6.830/80 e art. 202 do Código Tributário Nacional, que
deverão estar presentes nas certidões de dívida ativa, quais sejam:

- o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio ou


residência de um e de outros;

- o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os


juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;

- a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;

- a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem


como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;

- a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e

- o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver


apurado o valor da dívida;

b) se estão inscritos em dívida ativa todos os créditos tributários e não-tributários


(art. 39, § 2º da Lei nº 4.320/64) lançados e não-arrecadados, discriminados por exercício;
Consulta Informatizada

Observação:

I – As Certidões de Decisão do Tribunal de Contas se enquadram na noção de título


executivo líquido, cuja natureza é não tributária e, em face da regra do artigo 206, § 5º, I, do
Código Civil, estão sujeitos ao prazo prescricional de cinco anos.1

II - Ver também MT-DCF-0111 Relatório de Acompanhamento de Cumprimento de


Decisões - Títulos Executivos emitidos pelo TCE-RS.

III - Dos Procedimentos em relação às Certidões de Decisão - Títulos Executivos:

1
Ver Parecer nº 25/2008 (Decisão AD-0006-2011, Processo nº 1026-0200/08-2)
Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08
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MT-DCF-0404 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal–Receitas

A - NO PLANEJAMENTO DA AUDITORIA

O Livro de Certidões está disponibilizado nos Sistemas Corporativos do TCE


(ICE/Compromisso/Livro de Certidões - CAL0080/CAL0050). O Livro de Certidões contém
todas as informações relativas às Certidões de Decisão emitidas pelo TCE, bem como os
registros de todas as ocorrências financeiras e não-financeiras já comprovadas, concernente a
cada Certidão.

No planejamento da auditoria extrair o Relatório CAL1030 com a seleção dos


seguintes critérios:
a) tipo de certidão: “Certidão de Imputação de Débito”;
b) município: selecionar o município/órgão a ser auditado; e
c) situação: “Para verificação em auditoria”; esta opção incluirá todos os títulos
“em certidão” e “baixados parcialmente”, do Município ou do Órgão a ser
auditado;

A partir desse relatório, consultar o Livro Eletrônico de Certidões (CAL0080). A


partir do Livro, acessar o CAL0050 (botão: dados da Certidão), para verificar a situação de cada
um dos títulos, tendo em vista que é no Livro de Certidões, nas guias de ocorrências financeiras,
não-financeiras e verificações em auditoria que são lançadas todas as informações
correspondentes já comprovadas perante o TCE;

Se for necessário consultar os documentos que dão suporte às averbações junto ao


Livro Eletrônico de Certidões. O acesso se faz mediante consulta ao PVR do Processo ACD
relativo ao título, por meio do botão “Dados ACD” do CAL0080;

Caso o PVR do ACD não esteja completo, entrar em contato com a Assessoria da
Direção-Geral, via e-mail, para solicitar a imediata complementação.

Os registros constantes nas guias de “ocorrências financeiras”, de “ocorrências não


financeiras” e de “itens para verificação” podem ser impressos. Basta clicar na impressora das
guias correspondentes no CAL0050 para gerar os relatórios, que correspondem, respectivamente,
aos relatórios CAL1017, CAL1018 e CAL1070.

O formulário ST-03.04 – Requisição de Documentos, disponível em rede


(Word/modelos) será utilizado para a requisição junto ao responsável pela cobrança de
documentação comprobatória e de outras informações necessárias.

B – NA EXECUÇÃO DA AUDITORIA

Verificar as providências adotadas pelo Responsável pela cobrança e relatar no


RACD (ST-03.05) anexando documentação comprobatória e dependendo da situação abordar a
matéria em relatório de auditoria.

É recomendável transcrever no campo “observações” do RACD (ST-03.05), de


forma sucinta, o conteúdo do relatado nas folhas de instrução e, se for o caso, do relatado no
processo de contas.

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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O objetivo é esclarecer a situação atual de cada título.

No acompanhamento do cumprimento das decisões devem-se evitar as situações


transcritas no item 8 do POP-DG-0004.

Examinar:

a) se a Certidão foi QUITADA anexar as respectivas Guia de Arrecadação Municipal


que comprove o pagamento e Memória de Cálculo da atualização do valor, indicando o índice de
correção.

b) se a Certidão se encontra em PARCELAMENTO (em procedimento de cobrança


administrativa ou judicial) anexar o Termo de Parcelamento celebrado, Legislação municipal
reguladora da matéria, Guia de arrecadação municipal que comprove os pagamentos realizados e
Memória de Cálculo da atualização do valor, indicando o índice de correção.

c) se a Certidão se encontra em EXECUÇÃO JUDICIAL, anexar a Petição Inicial,


Extrato atualizado da movimentação do Processo e nos casos de Suspensão ou Arquivamento do
feito, Decisão Judicial que contenha a justificativa.

Na AUSÊNCIA DAS MEDIDAS DE COBRANÇA, anteriormente descritas, utilizar


a Informação fornecida pelo Administrador como documentação comprobatória do apontamento
em relatório de auditoria.

C - EM RELAÇÃO AOS REGISTROS CONTÁBEIS DAS RECEITAS E DOS


CRÉDITOS

Deverá ser verificado na auditoria o correto registro contábil das receita e dos
créditos a receber de acordo com o Plano de Contas que em vigor.

A orientação do TCE-RS em relação aos lançamentos contábeis são no sentido de


que cada CERTIDÃO tenha registro INDIVIDUALIZADO possibilitando assim o
acompanhamento de sua cobrança através do sistema SIAPC.

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

a) Quando do Recebimento da Certidão, duas possibilidades de inscrição:

1ª - Inscrição como dívida ativa não-tributária

D – 1.2.2.1.1.02.00.02.01.00 - INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO -


TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Ativo realizável a Longo Prazo – Divida Ativa Não-Tributária (SP)
C – 6.2.3.1.7.10.01.02.01.00 - INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO -
TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Variação Ativa Extra-orçamentária – Incorporação de Direito (SP)

2ª - Inscrição como créditos a receber

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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D – 1.2.2.4.9.99.00.01.00.00 - INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO -
TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Ativo realizável a Longo Prazo – Créditos Diversos a Receber (SP)
C – 6.2.3.1.7.10.01.02.01.00 - INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO -
TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Variação Ativa Extra-orçamentária – Incorporação de Direito (SP)

b) Quando do Recebimento parcial ou total da Receita da Certidão:

1ª - Inscrição como dívida ativa não-tributária

D - 1.1.1.1.2.00.00.00.00.00 – BANCOS CONTA MOVIMENTO


Ativo Circulante – Disponível (SF)
C – 4.1.9.3.2.99.01.02.00.00 - RECEITA DA DÍVIDA ATIVA NÃO-TRIBUTÁRIA
PROVENIENTE DA INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO - TÍTULO EXECUTIVO DO
TCE
Resultado - Receita da Dívida Ativa Não-Tributária (SF)

2ª - Inscrição como créditos a receber

D - 1.1.1.1.2.00.00.00.00.00 – BANCOS CONTA MOVIMENTO


Ativo Circulante – Disponível (SF)
C – 4.1.9.9.0.99.00.50.00.00 - RECEITAS DECORRENTES DO RECEBIMENTO
DE CERTIDÃO - TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Resultado Receitas Diversas (SF)

c) Registro da Baixa Parcial ou Total do Direito, pelo Recebimento da Receita


da Certidão:

1ª - Inscrição como dívida ativa não-tributária

D – 5.1.3.1.2.02.00.02.01 - COBRANÇA DE CERTIDÃO DE DECISÃO - TÍTULO


EXECUTIVO DO TCE/RS
Variação Passiva orçamentária (SP)
C – 1.2.2.1.1.02.00.02.01.00 - INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO -
TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Ativo realizável a Longo Prazo – Divida Ativa Não-Tributária (SP)

2ª - Inscrição como créditos a receber

D – 5.1.3.1.2.04.00.01 - RECEBIMENTO DE OUTROS CRÉDITOS


PROVENIENTES DE CERTIDÃO DE DECISÃO - TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Variação Passiva orçamentária (SP)
C – 1.2.2.4.9.99.00.01.00.00 - INSCRIÇÃO DE CERTIDÃO DE DECISÃO -
TÍTULO EXECUTIVO DO TCE/RS
Ativo realizável a Longo Prazo – Créditos Diversos a Receber (SP)

Confirmar os registros contábeis do ingresso de receitas cujas Certidões estão


na situação de “Quitação” e “Parcelamento” (quando já tiver ocorrido algum pagamento) e os
créditos a receber nas situações “Parcelamento”, “Execução Judicial” e “Outras Medidas
Adotadas”, observando se não ocorreram ESTORNOS ou CANCELAMENTOS posteriores à
data de ingresso da receita.

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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c) qual o procedimento da administração na cobrança da dívida ativa, nas esferas
administrativa e judicial, como forma de incrementar a arrecadação e evitar a prescrição do
crédito;
Consulta Informatizada
d) a ocorrência de baixas de valores inscritos em dívida ativa sem a devida
autorização legislativa;
Consulta Informatizada
Observação:
I - Ver Informação nº 47/2000, sobre o instituto da remissão previsto no
art. 150, § 6º, da Constituição Federal e no art. 172 do Código Tributário Nacional. Uma vez
inscrita, a dívida ativa só poderá ser cancelada com autorização legislativa ou por decisão
judicial.

e) a existência de créditos prescritos, identificando o período de ocorrência, para fins de


responsabilização do administrador e, se há entre eles fornecedores/credores da administração, agentes
políticos e servidores (observar sigilo, não nominar, identificar com código de matrícula e de
cadastro);

f) se os casos de remissão do crédito tributário foram autorizados com fulcro no


art. 172 do Código Tributário Nacional e de acordo com os critérios estabelecidos em lei
municipal (ver Informação nº 47/2000);

g) por amostragem, se quando da cobrança da dívida ativa é acrescido ao valor


principal à correção monetária, a multa e os juros, nos termos estabelecidos no Código Tributário
Municipal;
Consulta Informatizada
h) por amostragem, se os saldos em dívida ativa dos contribuintes correspondem aos
valores apresentados pela Contabilidade, em 31 de dezembro;
Consulta Informatizada
i) por amostragem, se são atualizados monetariamente, pelo menos em periodicidade
anual, os créditos inscritos em dívida ativa;
Consulta Informatizada
j) se estão sendo aplicados os mesmos critérios para a cobrança da dívida ativa aos
devedores inscritos em dívida ativa e que também são fornecedores/credores regulares da
administração, agentes políticos e servidores (observar sigilo, não nominar, identificar com código de
matrícula e de cadastro);

4.2.5. GESTÃO DAS DEMAIS RECEITAS CORRENTES

4.2.5.1. Introdução

Na esfera municipal, além das transferências correntes, das receitas tributárias e da


receita da dívida ativa, cabe ser examinadas, entre as demais receitas correntes, a Patrimonial e a

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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de Serviços, a Agropecuária e a Industrial. Essas duas últimas são menos expressivas e podem
até não existir em diversos municípios.
Consulta Informatizada
A exemplo do sugerido em relação às principais receitas tributárias na subseção
4.2.2.1., verificar se cada uma das quatro subcategorias econômicas mencionadas (1.3, 1.6., 1.4.
e 1.5, respectivamente) reduziu a participação em relação ao total das receitas correntes ou
decresceu em valores corrigidos, em comparação com idênticos períodos de exercícios
anteriores, com vistas a identificar a ocorrência de alguma forma de renúncia de receita,
consoante às disposições do caput do art. 70 da Constituição Federal e do art. 10, inciso X, da
Lei Federal nº 8.429/92.
Consulta Informatizada
4.2.5.2. Itens passíveis de verificação

Entre os procedimentos a serem realizados em auditoria com relação a essas demais


receitas correntes, verificar:

a) se os rendimentos de aluguéis, arrendamentos e concessões de uso estão de acordo


com as condições estabelecidas em contrato;
Consulta Informatizada
b) no caso da ocorrência de receita agropecuária e/ou industrial, verificar se a
administração dispõe de controles administrativos e operacionais que possibilitem avaliar, de
forma objetiva, a manutenção da(s) respectiva(s) atividade(s) econômica(s);
Consulta Informatizada
c) nas prestações de serviços de máquinas/equipamentos a terceiros se são
obedecidos os princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade, no sentido da não
utilização de tais serviços para favorecimentos pessoais ou políticos;

d) se, nas prestações de serviço, os valores cobrados estão de acordo com os preços
fixados pela legislação municipal;
Consulta Informatizada
e) se os controles sobre a execução dos serviços são satisfatórios e se identificam de
quem partiu a autorização para a realização do serviço, o tipo de serviço executado, a máquina
empregada, o operador, etc..

4.2.6. RECEITA DE ALIENAÇÃO DE BENS

Verificar:

a) se as alienações ocorridas no período examinado foram precedidas de autorização


legislativa, avaliação prévia e licitação (concorrência para bens imóveis e todas as modalidades
para bens móveis), conforme art. 17, incisos I e II, da Lei nº 8.666/93;
Consulta Informatizada

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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b) em caso de venda de bens adquiridos em decorrência de procedimentos judiciais
ou de dação em pagamento, se os mesmos foram avaliados, se foi comprovada a necessidade ou
utilidade da alienação e, por fim, se foi realizada licitação (concorrência ou leilão), de acordo
com o estabelecido art. 19 da Lei Federal nº 8.666/93;
Consulta Informatizada
c) se, nas concorrências para venda de bens imóveis, exigiu-se, na fase de
habilitação, tão-somente o recolhimento de quantia correspondente a 5% da avaliação (art. 18 da
Lei Federal nº 8.666/93);
Consulta Informatizada
d) nos casos de venda de bens móveis por leilão, se o valor de avaliação, isolada ou
globalmente, não superou o limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b”, da Lei Federal
nº 8.666/93, conforme dispõe o art. 17, § 6º, da mesma lei;
Consulta Informatizada
e) o cumprimento do art. 44 da LC nº 101/00, que veda a aplicação de receita oriunda
da alienação de bens e direitos para o financiamento de despesa corrente (exceto a destinada a
regimes de previdência).
Consulta Informatizada

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 15-04-2011 Revisão: 08


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CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

5. DESPESAS

5.1. Objetivos de Análise

A análise da despesa pública objetiva avaliar se as mesmas obedecem aos


princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da economicidade,
bem como se atendem à finalidade pública e ao equilíbrio das contas públicas.

5.2. Procedimentos

5.2.1. GESTÃO GERAL DA DESPESA

Examinar:

a) se a administração estabeleceu um quadro de cotas bimestrais de realização da


despesa, com a finalidade primordial de compatibilizar o fluxo de desembolso (despesa) com o
dos ingressos (receita), e, assim, evitar a formação de execução orçamentária deficitária, ou ter
de recorrer a recursos onerosos (empréstimos) - arts. 47 a 50 e 80 da Lei Federal nº 4.320/64 e
arts. 9º e art. 52 da LC nº 101/2000;

b) se estão sendo obedecidas às disposições do art. 9º da Lei Complementar


nº 101/00 quanto à limitação de empenho, segundo critérios fixados na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, nos caso em que a realização da receita possa não comportar o cumprimento das
metas fiscais, ao final de cada bimestre;

Consulta Informatizada

c) se a despesa obedece regularmente às fases de Empenho, Liquidação e


Pagamento, de acordo com os artigos 59 a 63 da Lei Federal nº 4.320/64.

Consulta Informatizada

Observação: a ocorrência de despesas empenhadas que excederam os créditos


orçamentários e os créditos adicionais, com infringência ao art. 167, inciso II, da Constituição
Federal não necessita ser vista em auditoria, pois o exame de consistência do PAD impede que as
informações sejam entregues no Tribunal, caso ocorra esse tipo de situação.

5.2.2. PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

Verificar:

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 29-07-2010 Revisão: 06


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a) se a administração realizou licitação quando o valor da contratação (obras,
serviços, compras, etc.) exigia a deflagração desse procedimento (art. 2º e 23 da Lei Federal
nº 8.666/93);

b) se houve fracionamento deliberado de despesas com a finalidade de evasão ao


procedimento licitatório, ou sua efetivação em modalidade mais simples;

Consulta Informatizada

c) a ocorrência de licitação elaborada “pró-forma”, através de indícios como:


propostas assinadas em branco; assinatura na proposta não pertence ao fornecedor; propostas
sem carimbo/CNPJ do fornecedor; semelhança no preenchimento dos diversos campos do
convite/proposta; data do fornecimento anterior à do julgamento da licitação; data da nota de
empenho anterior à do julgamento da licitação, etc.);

d) quando houver indício de irregularidade, se as empresas fornecedoras e/ou


participantes de licitações se encontram legalmente constituídas e em pleno funcionamento,
através dos órgãos conveniados com o Tribunal de Contas do Estado (convênio com o Estado do
Rio Grande do Sul/Fiscalização do ICMS, assinado em 09-01-96; acordo de intercâmbio com o
Tribunal de Contas do Município de São Paulo, assinado em 05-10-95; acordo de intercâmbio
com os Tribunais de Contas dos Estados de Santa Catarina e Paraná, assinado em 24-03-95), ou
acionando a fiscalização tributária dos municípios jurisdicionados. Também, poderá ser
solicitada a colaboração desses órgãos para o exame de outros aspectos atinentes ao
fornecimento de bens ou serviços (notas fiscais calçadas, ausência de estoque para fornecimento,
superfaturamento de preços, etc.);

e) a obediência, nos expedientes licitatórios, das seguintes normas estabelecidas


na Lei Federal nº 8.666/93 e alterações posteriores:

e1) seleção de proposta mais vantajosa - art. 3º;

e2) observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,


igualdade, publicidade e probidade administrativa - art. 3º;

e3) proibição de inserção nos atos convocatórios de cláusulas que acarretem


prejuízo ao amplo caráter competitivo dos processos licitatórios - art. 3º, § 1º, incisos I e II;

e4) adoção de critérios de desempate previstos na lei - art. 3º, § 2º, e art. 45, § 2º;

e5) adoção da modalidade de licitação adequada, publicidade e respectivos prazos


- arts. 21 a 23;

e6) abertura de processo administrativo - forma e conteúdo - art. 38;

e7) cláusulas essenciais do edital, tais como: objeto, prazo, sanções por
inadimplemento, critérios de julgamento e de aceitabilidade dos preços: unitário e global, entre
outros - art. 40;

e8) vinculação da administração às regras estabelecidas no edital - art. 41;


Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 29-07-2010 Revisão: 06
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e9) processamento e julgamento da licitação - arts. 43 a 46;

e10) critérios de desclassificação das propostas - art. 48;

e11) anulação e revogação da licitação - art. 49;

e12) vedações, condições e elementos indispensáveis nas licitações de obras e


serviços - art. 7º;

e13) obrigatoriedade de programação da totalidade das obras e serviços - art. 8º;

e14) pessoas físicas ou jurídicas impedidas de participar da execução de obra ou


serviço e do fornecimento de bens necessários - art. 9º;

e15) diretrizes a serem observadas nos projetos básicos e executivos de obras e


serviços - art. 12.

e16) requisitos prévios para a realização das compras - artigos 15, 16 e 17.

e17) documentação necessária para a habilitação dos licitantes: habilitação


jurídica, art.28, regularidade fiscal, art.29, qualificação técnica, art.30, qualificação econômico-
financeira, art.31, forma de apresentação de documentos, art.32 e normas para a participação de
consórcios, art.33;

f) nos casos da administração optar pela pré-qualificação de licitantes nas


concorrências, se a adoção do procedimento resultou de proposta devidamente justificada e
aprovada por autoridade superior e, ainda, se foram observadas as exigências relativas àquela
modalidade de licitação, à convocação dos interessados, ao procedimento e à análise da
documentação - art. 114 da Lei Federal nº 8.666/93;

g) a instituição de registros cadastrais de licitantes (art. 34 a 37 da Lei Federal


nº 8.666/93), atentando para os seguintes aspectos:

g1)emissão de certificado de inscrição no cadastro, com prazo de validade de um


ano;

g2) ampla divulgação da existência do cadastro;

g3) convocação anual - imprensa oficial e privada - para atualização dos registros
e ingresso de novos interessados;

g4) documentação cadastral, nos termos dos artigos 27 a 32 da Lei Federal


nº 8.666/93;

g5) classificação dos inscritos por categorias, com subdivisões em grupos,


conforme a qualificação técnica/econômica;

g6) registros sobre a atuação do licitante no cumprimento de suas obrigações;

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 29-07-2010 Revisão: 06


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g7)alteração, suspensão ou cancelamento do registro de licitante que deixar de
satisfazer as exigências legais;

h) se as comissões permanentes ou especiais, instituídas com a finalidade de


apreciar documentos relativos ao registro cadastral e/ou licitações instauradas pela
administração, atendem às exigências legais - art. 51 da Lei Federal nº 8.666/93 -, especialmente,
quanto:

h1) ao número mínimo de membros (três);

h2) ao número mínimo de servidores do quadro de pessoal permanente (dois);

h3) à qualificação técnica dos servidores;

h4) à presença das condições que permitam a substituição de comissão de


licitação por servidor, no caso de convite;

h5) à comissão de registro cadastral integrada por profissionais legalmente


habilitados, no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos;

h6) ao prazo de investidura (um ano);

h7) à impossibilidade de recondução de todos os membros de comissão


permanente para o período seguinte;

i) nos processos de dispensa e inexigibilidade de licitação, se a administração


observou as exigências da legislação vigente: art. 24, inc. III a XXIV, 25 e 26 da Lei Federal
nº 8.666/93 (justificativa do ato, prazo para comunicação à autoridade superior com vista à
ratificação, publicação na imprensa oficial, razões da escolha do contratado, justificativa do
preço, etc.) e aos princípios constitucionais;

j) Verificar se o valor das compras, dos serviços e obras contratadas com dispensa
de licitação, fundamentada nos incisos I, II e XXIII do art. 24 da Lei Federal 8.666/93, guarda
conformidade com os preços praticados no mercado.

5.2.3. CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Como critério geral de amostragem, nos exames dos contratos de prestação de


serviços em vigor na unidade auditada, sugere-se que a amostra represente pelo menos 20% das
despesas liquidadas no período examinado, nas seguintes contas da despesa:

- Serviços de Consultoria (código 3.3.3.9.0.35);


- Outros Serviços de Terceiros - Pessoas Físicas (código 3.3.3.9.0.36);
- Locação de Mão-de-Obra (código 3.3.3.9.0.37);
- Outros Serviços de Terceiros - Pessoas Jurídicas (código 3.3.3.9.0.39).

Consulta Informatizada

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 29-07-2010 Revisão: 06


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Na amostra selecionada devem ser examinados os seguintes quesitos em relação à
Lei Federal nº 8.666/93 e alterações:

a) se os contratos apresentam, no mínimo, as cláusulas descritas no art. 55 e se a


duração dos contratos observa o estabelecido no art. 57;

b) a existência de cláusula prevendo a possibilidade de rescisão unilateral dos


contratos quando presentes os motivos elencados nos incisos I a XII e XVII do art. 78, bem
como a possibilidade de modificá-los, com vistas à melhor adequação às finalidades do interesse
público, respeitados os direitos dos contratados (art. 58, incisos I e II);

c) se os contratos mencionam os nomes das partes e os de seus representantes, a


finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o nº do processo da licitação, da dispensa ou da
inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta lei e às cláusulas contratuais (art.
61), bem como a sua publicação, resumida nos termos do parágrafo único do mesmo artigo;

d) se nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e


inexigibilidades, cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação, a administração formalizou o instrumento contratual respectivo (art. 62);

e) se as alterações se processaram nos termos estabelecidos no art. 65 e se a


administração fiscaliza a execução do contrato, de acordo com o estabelecido no art. 67;

f) se correm por conta do contratado as despesas provenientes de reparos,


substituições, remoções e reconstruções nos casos em que se verifiquem vícios, defeitos ou
incorreções resultantes de execução e materiais empregados (art. 69);

g) se os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da


execução do contrato ficam sob a responsabilidade do contratado, conforme disciplina o art. 71;

h) se ocorreu a retenção da contribuição previdenciária de 11% do valor bruto da


nota fiscal ou fatura de prestação de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra,
inclusive em regime de trabalho temporário, nos termos do art. 31 da Lei Federal nº 8.212/91,
com a redação dada pela Lei Federal nº 9.711/98;

i) se o recebimento do objeto contratado se processa de acordo com o estabelecido


nos arts. 73 e 74;

j) se a administração tem rescindido os respectivos contratos, na ocorrência de


qualquer uma das hipóteses previstas no artigo 78;

l) nos casos em que ocorrer rescisão amigável ou administrativa, se a mesma foi


precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente (art. 79, § 1º);

m) quando da ocorrência da rescisão por ato unilateral e escrito da administração,


se há observância dos itens elencados no art. 80;

n) o atendimento do artigo 28, caput e § 1º, da Lei Federal nº 9.069/95, que dispõe
que índices de preços ou índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos, para

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 29-07-2010 Revisão: 06


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fins de correção monetária dos contratos, deverão ser aplicados com periodicidade anual, sendo
nula a cláusula com periodicidade inferior.

Observações da Seção:

Quanto a contratos ver os seguintes Pareceres e Informações:

I - Parecer 35/97: Possibilidade de contratação de serviços advocatícios, em


caráter temporário, para cobrança da dívida ativa do Município. Condições necessárias.

II - Parecer nº 57/2000: Possibilidade de cobrança da dívida ativa através de banco


comercial. Justificativas da contratação e condições necessárias. Não existe necessidade de
autorização legislativa prévia.

III – Informação nº 57/2000: Acordo judicial em que o Poder Público é réu.


Necessidade de amparo legal para a transação judicial. Demonstração, por meio de farta e
dominante jurisprudência, de vantagens efetivas e inequívocas para o Poder Público. Condições
para alterações contratuais com vistas à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.
Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade. Medidas prudenciais da Administração.

IV - Informação nº 70/2000: Possibilidade de contratação de terceiros para a


cobrança de dívida ativa. Condições necessárias. Distinção entre cobrança da dívida ativa e
arrecadação dos valores na mesma inscrita. Possibilidade de contratação de instituições
financeiras não-oficiais.

V – Parecer nº 47/2001: Terceirização de serviços públicos. Condições


necessárias. Consolidação das conclusões contidas no Parecer Coletivo nº 03/97 e nos Pareceres
nº 69/2000 e nº 73/2000.

5.2.4 CONVÊNIOS

5.2.4.1 – CONCEITOS

Convênio é acordo, mas não é contrato.

No contrato, os interesses das partes são divergentes e opostos, inicialmente,


enquanto que, nos convênios, os interesses são comuns e coincidentes, entre os partícipes2.
Nestes, os signatários do documento, denominados partícipes, associam-se, para a execução de
um objeto.

O contrato distingue-se pela presença de duas ou mais partes, pretendendo uma


delas o objeto - a prestação de serviço, a compra de alguma coisa, a realização de obra, a locação
de um bem - e a outra, a contra - prestação respectiva - a remuneração ou outra vantagem. Já no
convênio entre partícipes, as pretensões são sempre as mesmas, variando apenas a cooperação
entre si, de acordo com as possibilidades de cada um, para a realização de um objetivo comum,
com a característica de associação cooperativa. Nos convênios, não há que existir a
contraprestação em dinheiro, senão a mútua colaboração.

2
Informação 66/2000
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Não obstante, reina significativa confusão entre estes dois institutos, de modo que,
às mais das vezes, a Administração utiliza um pelo outro, com sérias conseqüências.

Os convênios não são dotados de personalidade jurídica, porque dependentes da


vontade de cada um, tendo em vista a execução de objetivos comuns. É uma cooperação
associativa, sem vínculos contratuais, entre órgãos e entidades da Administração ou entre estes e
o particular.

O convênio poderá, de preferência, valer-se de um órgão de execução comum, que


poderá até ter personalidade de direito privado ou público. É um ato administrativo complexo em
que uma entidade púbica acorda com outras entidades públicas ou privadas, na realização de
obras ou serviços públicos de competência da primeira, enquanto que nos consórcios a
competência é de todas.

Organização Não Governamental - ONG

Pela definição literal é qualquer organização de natureza não estatal. É um grupo


social organizado, sem fins lucrativos, constituído formal e autonomamente, caracterizado por
ações de solidariedade no campo das políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões
políticas em proveito das populações excluídas da condição de cidadania.

Organização Social – OS

É a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado (associação ou


fundação), sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do
Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço de natureza social (Lei
Federal nº 9.637/98).

Contrato de Gestão
É o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada
como organização social, com vistas à formação de parceria entre as
partes para fomento e execução de atividades relacionadas com ensino,
pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação
do meio ambiente, cultura e saúde (art. 5º da Lei Federal nº 9.637/98).

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP

É a qualificação jurídica dada à pessoa jurídica de direito privado, sem fins


lucrativos, instituída por iniciativa de particulares para desempenhar serviços sociais não
exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico
instituído por meio de Termo de Parceria.

Termo de Parceria
É o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as
entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as
partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público,
previstas no art. 3º da Lei Federal nº 9790/99.

As OSCIPs são regidas pela Lei Federal nº 9.790/99 que foi regulamentada pelo
Decreto nº 3.100/99.
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Os objetivos sociais dessas entidades devem ter pelo menos uma das seguintes
finalidades (artigo 3º da Lei Federal nº 9.790/99):
- promoção da assistência social;
- promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
- promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata a Lei;
- promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata a Lei;
- promoção da segurança alimentar e nutricional;
- defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
- promoção do voluntariado;
- promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
- experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
- promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;
- promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e
de outros valores universais;
- estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às
atividades mencionadas no artigo 3º da Lei.

Diferenças entre Organizações Sociais e OSCIPs

Organização Social Organização da Sociedade Civil de


Interesse Público
Fundamentação Lei Federal nº 9.637/98 Lei Federal nº 9.790/99
Legal Decreto nº 3.100/99
Contratualização Contrato de Gestão Termo de Parceria
Qualificação Discricionária – Critérios subjetivos Ato vinculado – pedido de qualificação
quanto à conveniência e à deve ser dirigido ao Ministério da
oportunidade Justiça.
Quadro Diretivo Participação do Poder Público e Sem a participação do Poder Público,
representante da sociedade civil. sendo seu corpo decisório formado por
seus sócios.
Patrimônio São responsáveis pela gestão de O termo de parceria indica que recursos
Público determinado patrimônio público. podem ser destinados a uma entidade,
mas não à gestão de patrimônio público.

5.2.4.2. FASE DA CELEBRAÇÃO E FORMALIZAÇÃO

Existência de avaliação pela concedente: da viabilidade, oportunidade e


conveniência dos convênios; dos planos de trabalho e termos de convênios; da capacidade
técnica e operacional das entidades proponentes para executá-los (por meio de prévia publicação
de edital para habilitação e seleção das ONGs por existência de qualificação ou título público);

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dos custos dos objetos propostos (compatibilidade com os preços de mercado).

Além disso, verificar:

a) se os órgãos/entidades concedente estabeleceram critérios objetivamente


aferíveis e transparentes para escolha das entidades privada que receberão recursos por meio de
convênios;

b) se a escolha de determinada entidade privada para a celebração de convênio foi


formalmente justificada (especialmente quando tal escolha não se der por meio de concurso de
projetos ou de outro critério inteiramente objetivo), com indicação dos motivos determinantes e
demonstração do interesse público envolvido na parceria;

c) se as condições da convenente para consecução do objeto foram devidamente


avaliadas e os seus objetivos estatutários ou regimentais têm relação com o objeto pactuado;

d) se foi comprovada a situação de regularidade fiscal e cadastral do convenente


perante a Administração Pública, tais como: data de fundação; dados completos de localização;
nome, cargo e CPF dos integrantes de seus órgãos internos; dados completos do profissional ou
organização contábil responsáveis pela escrita contábil da entidade; títulos jurídicos (se houver):
utilidade pública (federal, estadual e/ou municipal); entidade beneficente de assistência social
(federal); organização social (federal); organização da sociedade civil de interesse público
(federal), com sua data de concessão, prazo de validade, discriminação dos benefícios a eles
associados e situação atual (regular, suspenso ou cancelado);

e) se houve adequada apreciação do texto das minutas do convênio e de seus


aditivos pelos setores técnicos e jurídico do órgão/entidade concedente, acompanhado dos
documentos previstos nos incisos I e II do art. 8º da IN/CAGE nº 01/063 ou norma municipal
análoga, e se a aprovação da autoridade competente deu-se após e fundamentou-se nestes
pareceres;

f) se a concedente possui todos os dados da Entidade Convenente (nome; CNPJ);

g) quais foram os procedimentos e critérios adotados pelos órgãos e entidades


concedentes em seus pareceres técnicos na realização das avaliações quanto aos aspectos da
execução física e atingimento dos objetivos pactuados;
Observação:

Poderá ser constatado: Ausência de pareceres técnicos e jurídicos ou pareceres superficiais;


inexistência de análises detalhadas de custos dos objetos propostos; falta de verificação da qualificação e da
capacidade da entidade para executar o objeto conveniado; falta de critérios para a seleção das entidades privadas,
no caso de haver diversos interessados; ausência de manifestação acerca da oportunidade e da conveniência da
celebração do ajuste.

h) se foi dada à devida publicidade como condição de eficácia dos convênios (art.
8º, III, ”d”, da IN/CAGE nº 01/02 ou norma municipal análoga).

3
Observamos que a IN/CAGE nº 01/06 aplica-se à esfera estadual e serve apenas de referência, devendo ser utilizada a
legislação municipal própria.
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Em relação aos Recursos Orçamentários, verificar:

a) se os convênios celebrados pela administração atendem ao disposto na


legislação municipal, inclusive PPA, LDO e LOA e, ainda, a Lei Federal nº 8.666/93 no
parágrafo único do art. 38 (aprovadas previamente pela assessoria jurídica) e no seu artigo 116
(cláusulas e informações necessárias), especialmente no tocante:

b) proposta orçamentária original;

c) emenda legislativa orçamentária que alocaram os recursos e o nome do


proponente (do vereador ou emenda popular)

Em relação ao Contrato de Gestão, Termo de Parceria, etc., verificar:

a) se o objeto do convênio pactuado é compatível com o objetivo do programa e


com a finalidade da ação orçamentária (ver LDO e LOA) a que se vincula;

b) nomes, CPF e dados de localização dos beneficiários diretos, quando houver;

c) montante dos recursos transferidos e a transferir;

d) execução financeira com as despesas executadas discriminadas analiticamente


por fornecedor.

Em relação ao Plano de Trabalho, verificar:

Sobre os Planos de Trabalho (notadamente objetos, metas e projeto, no caso de


obras e serviços, projeto básico) da ONG (Art. 116, § 1º, da Lei 8.666/93 ou norma municipal
análoga):

a) examinar se o Plano de Trabalho contém as informações obrigatórias e a


especificação completa do bem a ser produzido ou adquirido e/ou dos serviços a serem
prestados.
Observações:

I - Poderá ser constatado: plano de trabalho pouco detalhado, mal elaborado; objeto impreciso;
elaboração de cronogramas irreais, sem a correlação entre a previsão de realização de despesas e a execução do
objeto; metas insuficientemente descritas; caracterização insuficiente de carência dos recursos; projeto básico
incompleto e/ou com informações insuficientes; ausência de projeto básico; falta de comprovação da existência de
contrapartida (art. 8º, § 4º, da IN/CAGE 02/06 ou norma municipal análoga); orçamento subestimado ou
superestimado.

b) à prévia aprovação do plano de trabalho detalhado (identificação e prazo de


execução do objeto, metas a serem atingidas, etapas ou fases de execução, plano de aplicação de
recursos financeiros, cronogramas de desembolso, custo previsto em cada item/etapa/fase, etc.);

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c) situação do cronograma de execução física com indicação dos bens a serem
adquiridos, os serviços a serem contratados ou obras a serem executadas;

d)licitações realizadas com dados e lances de todos os licitantes;

5.2.4.3. FASE DE EXECUÇÃO

a) Examinar se a fiscalização do convênio e o acompanhamento de sua realização


são efetivamente realizados pela concedente (art. 10º, III, “b”, da IN/CAGE nº 01/06 ou norma
municipal análoga).
Observações:

I - Poderá ser constatado que houve análises e estas são superficiais e pequena quantidade de
realização de vistorias "in loco".

b) Verificar se o órgão/entidade concedente promoveu a rescisão/suspensão do


convênio nas hipóteses previstas em normas regulamentares e dispositivos do instrumento de
celebração.

c) Avaliar se o órgão concedente tomou providências quanto à instauração de


Tomada de Contas Especial nas hipóteses previstas nas normas regulamentares e dispositivos do
convênio.

d) Verificar se a licitação e contratação (ou procedimentos análogos que atendam


aos princípios da igualdade, legalidade, moralidade, publicidade e eficiência) realizadas pela
ONG Convenente (art. 10º, II, “f”, da IN/CAGE nº 01/06 ou norma municipal análoga).
Observações:

I - Poderá ser constatado:

Na Licitação - Ausência de quaisquer procedimentos de licitação ou análogos; Contratação direta,


sem a devida motivação (ex. dispensa indevida sob alegação de emergência); Realização de mero procedimento de
cotação de preços, sem qualquer publicidade e sem verificação da habilitação dos fornecedores; Não-aquisição pelo
critério de menores preços ofertados por item; Simulação de procedimentos de cotação, junto a empresas novas,
pequenas ou fantasmas; Ausência de, no mínimo, três propostas no convite; Procedimentos de aquisição
fraudulentos. Com empresas que não são do ramo do objeto cotado, empresas abertas há pouco tempo antes da
vigência do convênio, empresa fantasma, com endereço inexistente; Aquisição de produtos e serviços por preços
superiores aos de mercado; Aquisição fracionada do objeto.

Na Contratação - Ausência de cláusulas indispensáveis; Vigência por prazo indeterminado;


Previsão de reajuste por prazo inferior a um ano.Valores de reajuste pré-determinados, sem vinculação a índices de
preços; Prorrogação ou alteração do contrato após expiração do prazo de vigência, ou sem base legal; Acréscimos
ilegais, acima dos limites permitidos, por meio de termos aditivos; Uso indevido de contrato para execução de
objeto diverso do ajustado.

e) Examinar se há indícios de ocorrência de procedimentos fraudulentos com


relação à condução do processo que indiquem possível ocorrência de direcionamento de licitação
ou de licitação montada.

f) Verificar se há indícios de ocorrência de procedimentos fraudulentos com


relação às propostas apresentadas que indiquem possível ocorrência de conluio entre as empresas
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ou de licitação montada.

g) Analisar se há indícios de ocorrência de procedimentos fraudulentos com


relação às empresas participantes que indiquem possível ocorrência de conluio, de
direcionamento de licitação ou de licitação montada.

h) Observar se o orçamento apresenta sobrepreço.

i) Examinar se a natureza e a especificação do objeto contratual e o valor


inicialmente contratado foram mantidos durante a execução, ressalvadas as alterações,
porventura ocorridas, de acordo com o estabelecido na legislação.

j) Verificar a existência de avaliação de resultados, concomitante e final, baseada


em indicadores adequados;

l) Verificar se os resultados obtidos são compatíveis com os propósitos do


convênio.

m) Observar se há indicadores de eficiência, eficácia e efetividade previstas e


implementadas.
Observação:

Poderá ser constatado: Realização de pagamentos antecipados; falta de procedimentos de avaliação


dos resultados e de benefícios alcançados; falta de aferição da satisfação do público-alvo em relação ao objeto
implementado.

n) Quanto à execução financeira do convênio, verificar se:

- o pagamento dos valores contratados está sendo realizado de acordo com o


previsto na legislação e no instrumento de convênio;
- os bens, serviços ou obras objeto do convênio foram efetivamente
recebidos/prestados, de acordo com as especificações;
- os recursos liberados foram depositados e geridos em conta bancária específica;
- a movimentação dos recursos na conta específica do convênio está devidamente
respaldada por documentos que comprovam a prestação dos serviços/entrega de materiais;
- a contrapartida financeira prevista está sendo executada;
- há indícios de procedimentos fraudulentos com relação às notas fiscais de
prestação de serviços ou fornecimento de bens;

o) Verificar se a escrita contábil das entidades privadas em relação aos recursos


transferidos por meio de convênios observou as Normas Brasileiras de Contabilidade ou o
Manual de Procedimentos Contábeis para fundações e Entidades de Interesse Social do Conselho
Federal de Contabilidade.
Observação:

Poderá ser constatado: Movimentação irregular das contas específicas (art. 10º, II, “b”, da
IN/CAGE nº 01/06 ou norma municipal análoga); indícios de fraudes nos pagamentos e documentos comprobatórios
de despesas; utilização dos recursos em finalidade diversas, em despesas não permitidas e em data posterior à de
vigência do convênio; ausência de atestado comprovando a realização de serviços/obras ou o fornecimento de bens
na documentação que respalda as despesas; falta de registro do número do convênio nos documentos

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comprobatórios das despesas realizadas, o que permite a utilização do documento em mais de uma prestação de
contas; realização de despesas em finalidade diversa a do objeto conveniado; pagamento de despesas de um
convênio com recursos de outro ajuste; realização de despesas de competência de entidade concedente com recursos
dos convênios, ajustes; pagamento de despesas de custeio da entidade, v.g, pagamentos de contas telefônicas e de
salários de empregados; aquisição de itens que integram o ativo imobilizado das entidades; pagamentos indevidos de
juros e multas; realização de pagamentos, com recursos de convênio, para serviços prestados por terceiros à
concedente; ausência de cláusula prevendo a quem cabe a propriedade dos bens adquiridos, produzidos,
transformados ou construídos com recursos do ajuste, quando da sua extinção; existência de cláusula estabelecendo
que alguns bens são de propriedade da entidade concedente, sem qualquer tipo de controle ou tombamento dos
materiais e equipamentos; inobservância do art. 26 da Lei Complementar n. 101/2000, o qual estabelece a
necessidade de autorização, por lei específica, para a destinação de recursos públicos ao setor privado; pagamento de
fornecedores em dinheiro; ausência de notas fiscais para comprovação das despesas; aplicação dos recursos em
objeto distinto do pactuado ou fora da vigência do convênio; pagamentos antecipados e pagamentos indevidos de
juros e multas; indícios de fraude, como a emissão de nota fiscal com data anterior a de autorização de sua
impressão e, ainda, pagamentos por mercadorias não entregues.

5.2.4.4. FASE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

a) Examinar se a prestação de contas se dá nos termos dos respectivos Controles


Internos ou de norma municipal aplicável.

b) Verificar se a prestação de contas está constituída dos elementos exigidos e foi


apresentada nos prazos regulamentares.

c) Examinar se a análise da prestação de contas obedece aos ritos, prazos e


providências estipulados nos arts. 11 a 14 da IN/CAGE nº 01/06 ou norma municipal análoga.

d) Observar se a prestação de contas apresenta realização de despesas não


permitidas, em finalidade diversa ou fora da vigência do convênio, não impugnadas pelo órgão
concedente.

e) se as receitas das aplicações financeiras dos recursos foram aplicadas no objeto


do convênio;

Consulta Informatizada

f) à devolução de recursos não utilizados;

Consulta Informatizada

g) à realização físico-financeira do objeto conveniado (fases da despesa,


licitações, contratos, etc.).

Consulta Informatizada

Observações:
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I - Conforme o Parecer da Auditoria nº 03/95, é possível o instrumento de


Convênio para ajuste com o Centro de Integração Empresa - Escola/CIE-E/RS para a contratação
de estagiários.

5.2.5. DESPESAS COM PUBLICIDADE

Com relação a despesas com publicidade, verificar:

Consulta Informatizada

a) se a administração mantém em seu poder a documentação referente a todas as


matérias divulgadas nos veículos de comunicação, propiciando ao controle externo plenas
condições de examinar o gasto (inciso IV do art. 74 da Constituição Federal), quanto a sua
adequação ou não aos preceitos legais/constitucionais (§ 1º do art. 37 da Constituição Federal,
PPA, LDO e LOA);

b) se a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas da


administração possui caráter educativo, informativo ou de orientação social, assim como não
contém nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de servidores ou
autoridades públicas (Parecer Coletivo da Auditoria nº 05/90, aprovado em sessão plenária de
09-05-90; decisão no Processo nº 8228-0200/95-6, Recurso de Reconsideração referente ao
Processo nº 1363-0200/94-9, exarada em sessão plenária de 28-08-96);

c) se as despesas com publicidade atendem aos princípios constitucionais da


moralidade, da impessoalidade, da economicidade, bem como ao princípio da razoabilidade.

d) se entre os credores das despesas com publicidade não estão as RÁDIOS


COMUNITÁRIAS, vedadas de contratar, de forma onerosa, SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO
COMUNITÁRIA, admitindo-se patrocínio sob a forma de apoio cultural. (Decisão TP-
0546/2010 - Processo de Contas nº 849-0200/09-0 tendo como base a Informação CT nº 022-
2009)

5.2.6. AUXÍLIOS E SUBVENÇÕES

Sobre auxílios e subvenções devem ser examinados os seguintes aspectos:

Consulta Informatizada

a) se estão sendo obedecidas às vedações constantes no art. 19, inciso I, da


Constituição Federal quanto à subvenção de cultos religiosos ou igrejas e manutenção com os
mesmos, ou seus representantes, de relações de dependência ou aliança. Essa restrição não se
aplica às entidades religiosas, cujas despesas tenham finalidade harmônica ao interesse público.
Não pode ser subvencionada a atividade religiosa em si. (Parecer da Auditoria n° 167/94);

b) se as subvenções sociais atendem à prestação de serviços essenciais de


assistência social, médica e educacional (art. 16, caput, da Lei Federal nº 4.320/64).;

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Observação:

I- Ver Parecer 19/2003 referente à Associação mantida com recursos públicos e


não apenas subvencionada. Possibilidade de se caracterizar como entidade que deveria se
integrar à Administração Indireta. Possibilidade de Tomada de Contas Especial com fundamento
no art. 104 do RITCE.

c) se as entidades subvencionadas têm condições de funcionamento consideradas


satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização (art.17 da Lei Federal nº 4.320/64);

d) se o cálculo do valor das subvenções, sempre que possível, foi com base em
unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição, obedecidos aos padrões
mínimos de eficiência previamente fixados (parágrafo único do art. 16 da Lei Federal nº
4320/64), sendo que, nos mesmos termos, devem ser examinadas as prestações de contas;

e) a vedação de auxílios para investimentos que devam se incorporar ao


patrimônio de empresas privadas com fins lucrativos (art. 21 da Lei Federal nº 4.320/64);

f) se os auxílios e as subvenções têm amparo na Lei Orçamentária e na legislação


local;

g) se os auxílios concedidos às empresas possuem mecanismos de contrapartida e


de salvaguarda, no sentido de assegurar benefícios à comunidade, tais como criação de empregos
(Parecer da Auditoria nº 53/2000);

h) se a concessão de Auxílios para cobrir necessidades de pessoas físicas ou


déficits de pessoas jurídicas atendeu às exigências do art. 26 da LC nº 101/2000.

5.2.7. DESPESAS COM PRECATÓRIOS

No caso de existência de precatórios judiciais solicitar a sua composição


atentando para os seguintes fatos:

a) em relação ao art.100 da Constituição Federal, com as alterações das Emendas


Constitucionais nºs 30/2000 e 37/2002:

a1) se os precatórios expedidos pelo Judiciário, até 1º de julho, foram incluídos no


orçamento do ano seguinte para serem pagos até o final do exercício;

Consulta Informatizada

a2) se foram pagos os precatórios incluídos no orçamento;

Consulta Informatizada

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a3) se os valores dos precatórios estão sendo atualizados monetariamente,
confrontando-os com o saldo registrado na contabilidade;

Consulta Informatizada

a4) se as dotações orçamentárias e os créditos abertos foram consignados ao Poder


Judiciário (art. 100, § 2º , da C.F.).

b) em caso da existência de precatórios emitidos a partir de 05-05-2000 e não


pagos na execução do orçamento a que foram incluídos, verificar se os seus valores compõem a
Dívida Pública Consolidada do Município (Resolução do Senado Federal nº 40/2001);

Consulta Informatizada

c) se foi observada a ordem de apresentação dos precatórios nos pagamentos de


sentenças judiciárias, nos termos do art. 67 da Lei Federal 4.320/64;

d) o cumprimento da disposições introduzidas no artigo 78 do Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias (acrescentado pela Emenda Constitucional nº 30/2000)
quanto aos parcelamentos dos precatórios.

Consulta Informatizada

5.2.8. DESPESAS POR ADIANTAMENTO

Sobre despesas através do regime de adiantamento (de pequeno valor e de


freqüência indeterminada) examinar se existe lei municipal disciplinando o regime de
adiantamento, destinado às despesas que não possam se subordinar ao processo normal de
aplicação - art. 68 da Lei Federal nº 4.320/64. Em caso positivo, verificar se a legislação local
vem sendo observada (empenho do valor adiantado, autorização, valores máximos, realização de
despesas previstas na lei, aplicação de penalidades para prestação de contas fora do prazo,
documento fiscal, licitação, natureza da despesa, parecer do órgão contábil, etc.).

5.2.9. DESPESAS INDENIZÁVEIS

Examinar em relação a estas despesas:

a) se a administração assumiu despesas decorrentes de atos praticados por


servidores públicos (multas de trânsito, danos causados a terceiros, etc.) sem a instauração de
procedimento administrativo, indispensável à apuração da responsabilidade do agente
administrativo - art. 37, § 6º da Constituição Federal;

Consulta Informatizada

b) se a administração dispõe e se utiliza de normas e mecanismos de controle


sobre a utilização de bens e serviços públicos (telefone, fax, veículos, etc.), por servidores para
fins particulares (ou a impossibilidade do uso, ou critérios para ressarcimento de valores);

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c) se a administração assumiu despesas decorrentes de composições de lides
judiciais (transação, acordo) feitas sem amparo legal, ou tratando de matérias ou situações sobre
as quais não havia farta e dominante jurisprudência, ou em que não ficaram comprovadas as
vantagens ao poder público, ou as ações não apresentavam risco iminente de condenação da
administração (Informação nº 57/2000);

d) se houve casos de contratações de prestações de serviços superpostos,


especialmente de consultoria e de assessoramento e de advogados para o exercício de atividades
que se confundem com as atribuições do Assessor Jurídico/Procurador, o que fere o princípio da
economicidade (art. 37 da C.F.);

e) se ocorreu ressarcimento aos cofres municipais, por parte de servidor, se houve


a observância das disposições legais municipais pertinentes, especialmente quanto ao prazo,
valores das parcelas, regularidade dos recolhimentos, etc.

Aprovação: Victor Luiz Hofmeister Data: 29-07-2010 Revisão: 06


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CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

6. AGENTES POLÍTICOS

Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões,


investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição,
designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Esses agentes
atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas atribuições com
prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis
especiais. Não são servidores públicos, nem se sujeitam ao regime jurídico único
estabelecido pela Constituição de 1988. Têm normas específicas para sua escolha,
investidura, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade, que lhes
são privativos. 4 (sublinhou-se).

6.1. Objetivos de Análise

Os procedimentos de auditoria na área de “agentes políticos” objetivam a verificação do


atendimento dos princípios constitucionais (caput do artigo 37) da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência no que se refere à remuneração dos prefeitos, vice-prefeitos,
secretários municipais e vereadores, inclusive quanto ao recebimento de verbas indenizatórias.

6.2. Procedimentos

6.2.1. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

Consulta Informatizada

Na análise da remuneração, verificar:

a) se a fixação ou a alteração dos subsídios se deu através de lei específica, de iniciativa da


Câmara, conforme artigos 29, incisos V e VI, e 37, inciso X, da Constituição Federal. A fixação não pode
ser feita através de decreto, resolução ou outros tipos de normatização que não seja lei. Caso não tenha
sido através de lei, adota-se como remuneração devida o valor estabelecido em ato regular, editado em
legislatura anterior, devidamente atualizado.

b) se a remuneração dos agentes políticos está sendo paga de acordo com o ato de fixação
(valor do subsídio, verba de representação, critérios de reajuste, periodicidade);

c) a ocorrência de adiantamento de parte da remuneração mensal aos agentes políticos sem


previsão legal;
4
in Direito Administrativo Brasileiro, 21a edição, 1996, p. 72

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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d) se os valores relativos ao pagamento da gratificação natalina e 1/3 de férias, mesmo que


não previstos no ato de fixação, foram corretamente calculados e, ainda, se a legislação local, em nível de
regulamentação, dispôs sobre a forma do exercício do direito a férias e de percepção das vantagens, antes
referidas. (voto médio - Processo Administrativo nº 2926-0200/08-3)

e) se vem sendo descontado o imposto de renda sobre a remuneração paga aos agentes
políticos, nos termos da legislação vigente;

f) se a administração efetuou o pagamento integral da remuneração, salvo em caso de


renúncia desse valor, devidamente formalizada pelo agente político. (Processo
Administrativo nº 2926-0200/08-3);

g) a apresentação de declaração de bens e rendas, nos termos estabelecidos em lei (Leis


Federais nºs 8.429/92 e 8.730/93, Leis Estaduais nºs 12.036/2003 e 12.980/2008 e Resolução do TCE que
dispõe sobre o controle da variação patrimonial e de sinais de enriquecimento ilícito por agente público e
sobre a obrigatoriedade da apresentação de declaração de bens e rendas no exercício de cargo, função ou
emprego público);

h) a existência de situações de acúmulo remunerado de cargos/funções públicas (incisos


XVI e XVII do art. 37 da C.F.) ressalvado o disposto no art. 38, inc. III, da Constituição Federal, com
relação aos vereadores com compatibilidade de horários, sendo que para o cargo de Prefeito é facultado
ao servidor optar pela remuneração do cargo, emprego ou função (inciso III do mesmo artigo);

i) a existência de Vereadores desempenhando atividades no Poder Executivo, inclusive em


órgão de cooperação (Conselhos Municipais), o que configuraria exercício de função incompatível com o
exercício do mandato legislativo. (Parecer da Auditoria nº 119/92);

j) no caso dos vereadores, se a remuneração paga no período de recesso guardou


conformidade com as regras inscritas no ato fixatório;

l) a ocorrência de pagamento pelo comparecimento às sessões extraordinárias, solenes e


especiais, sem previsão no ato de fixação;

6.2.2. OBERVAÇÕES GERAIS QUANTO À REMUNERAÇÃO DOS AGENTES


POLÍTICOS

I - Não há vedação constitucional para o recebimento de verba de representação, por parte


de detentores de mandato eletivo e de secretários. Basta previsão legal.

II - Ver Parecer nº 71/2001 sobre: a dependência de lei stricto sensu para a fixação da
verba de representação, bem como a sujeição da mesma ao princípio da anterioridade da legislatura.

III - Conforme Decisão do Processo nº 2046/04-0 do Legislativo de Camaquã, exercício


2003, a verba de representação deve integrar o montante pago a título de gratificação natalina.

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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IV - Desde que realizada por ato próprio, pode haver redução na remuneração dos agentes
políticos, de uma legislatura para outra.

V - Nos municípios novos a remuneração deverá ser fixada no início da legislatura.

VI - A lei de fixação deverá ser sancionada, promulgada e publicada antes das eleições
(artigo 11 da Constituição Estadual).

VII - Conforme o Parecer nº 16/2004, inexistindo no regramento local normatização


quanto à percepção proporcional da 13ª remuneração, e tendo em conta a recente decisão judicial
restritiva à percepção da 13ª remuneração pelos agentes políticos eletivos, descabe a efetivação da
proporcionalidade aos referidos agentes. Isto é, o direito à percepção à décima-terceira remuneração pelos
agentes políticos eleitos cabe tão-somente na forma e condições expressamente autorizadas em lei
própria.

VIII - Conforme Decisão do Processo nº 11.886/04-2, relativo a Consulta do Executivo de


Alto Feliz, em sessão de 21-09-2005, revisão remuneratória, em princípio, nada tem a ver com
recuperação de perdas. Trata-se apenas de adoção de critérios a serem utilizados para esta revisão, com
aplicação de índices concernentes à realidade financeira do município. O índice de revisão geral
concedido anualmente à remuneração dos servidores e ao subsídio de que trata o § 4º do artigo 39, em que
se incluem o Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores e Secretários municipais, incidirá sempre, integralmente,
sobre tais subsídios, salvo se, expressamente, a lei fixadora determinar que no exercício a revisão ocorrerá
proporcionalmente, aos meses decorridos.

IX – As alterações na remuneração dos agentes políticos necessitam de lei específica, nos


termos do inciso X do artigo 37 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19/98. Ver Parecer Coletivo nº 03/2002.

X – Conforme o Parecer Coletivo nº 03/2002, o projeto de lei que trata da revisão geral
anual, referida no inciso X do artigo 37 da Constituição Federal, deve respeitar a iniciativa de cada Poder
ou órgão, em cada caso, não sendo exclusiva do Chefe do Poder Executivo.

XI – Conforme o Parecer nº 01/2006, existindo adequada previsão em lei local, será


possível o pagamento de décimo terceiro salário (ou “décimo terceiro subsídio”) e de terço de férias aos
agentes políticos municipais, sejam eles Prefeitos, Vice-Prefeitos, Secretários Municipais ou Vereadores.

6.2.3. OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS EM RELAÇÃO À REMUNERAÇÃO DO


PREFEITO

I - Conforme decisão do Processo de Recurso de Embargos nº 10.285/99-0, é possível a


compensação financeira ao Prefeito por conta de férias não gozadas, com pelo menos um terço de sua
remuneração mensal, quando se tratar do último período do mandato.

II - Os Prefeitos Municipais têm direito a férias remuneradas, independentemente de


previsão em leis orgânicas ou locais, conforme Pareceres nºs 61/94 e 20/2004. Tal posicionamento já
havia sido consolidado no Parecer Coletivo nº 01/96, o qual agregou que cabe à lei local regular a forma
de exercício do direito, bem como os seus complementos

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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6.2.4. OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS EM RELAÇÃO À REMUNERAÇÃO DO VICE-


PREFEITO

I - Nos casos de impedimento do titular (Prefeito ou Presidente do Legislativo), previstos


na lei orgânica do município, os substitutos legais têm direito à remuneração do titular durante o período
do impedimento do mesmo. (Pareceres da Auditoria nºs 54/98 e 55/98, bem como a Informação da
Consultoria Técnica nº 330/97).

II - A substituição do Prefeito deverá ser conferida ao Vice-Prefeito. No caso de


impedimento de ambos, ao Presidente da Câmara de Vereadores e, na impossibilidade deste, desde que
previsto na lei orgânica do município, aos secretários municipais (Parecer nº 54/98).

III - O Vice-Prefeito que exerce o cargo de Secretário Municipal pode optar pela
remuneração deste último, conforme Decisão do Processo de Recurso de Embargos nº 3438/02-8, do
Processo de Prestação de Contas nº 7789/97-0 do Executivo Municipal de São João do Polêsine, exercício
1997.

IV - Devem ser definidas atribuições ao Vice-Prefeito, evitando-se a manutenção da figura


meramente “cerimonial”, insuficiente para justificar os pagamentos de remuneração. (Parecer nº 34/2001
e Informação nº 56/2001), porém a inexistência de tais atribuições não implica em devolução da
remuneração recebida.

6.2.5. OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS EM RELAÇÃO Á REMUNERAÇÃO DOS


VEREADORES

I- Para a 13ª remuneração dos vereadores é necessária a existência de lei local que a
preveja, submetida ao princípio da anterioridade (Parecer da Auditoria nº 08/2002).

II - Conforme os Pareceres nºs 71/2001 e 20/2004, há necessidade de lei (stricto sensu)


para a fixação dos estipêndios dos membros do Poder Legislativo Municipal, mesmo com a nova redação
do art. 29 da CF (particularmente do seu inciso VI) introduzida pela Emenda Constitucional nº 25/2000.

III- Se o subsídio dos vereadores foi fixado em percentual da remuneração dos Deputados
Estaduais, o reajustamento será feito, obrigatoriamente, e automaticamente, na mesma data e no mesmo
índice da correção da remuneração daqueles deputados (Informação nº 104/2000).

IV – Se o subsídio dos vereadores foi fixado em valor determinado pode ser adotado, pelo
ato fixatório, critério de reajuste semelhante ao atribuído aos Deputados Estaduais, inclusive a data de
vigência (Informação nº 104/2000).

V- Conforme Parecer nº 15/2006, a retribuição pecuniária concernente à sessão legislativa


extraordinária, a qual é realizada durante o recesso parlamentar, apresenta cunho indenizatório, nos
termos do disposto no § 7º, art. 57 da Constituição Federal, não podendo, contudo, ser estabelecida em
valor superior ao subsídio mensal. A definição do seu valor não se subordina ao princípio da

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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anterioridade, sendo passível de efetivação em qualquer momento do transcorrer da legislatura à qual se
refira, não sendo necessária a edição de lei, podendo dar-se mediante edição de ato próprio e exclusivo da
Câmara. (grifos nossos).

VI - Tendo em vista inúmeras decisões do Tribunal, a comparação entre os subsídios dos


vereadores e os dos deputados estaduais, para fins do inc. VI do artigo 29 da Constituição Federal, deve
considerar a totalidade dos subsídios recebidos pelos deputados estaduais no exercício (inclusive as
ajudas de custo). Sobre essa base de cálculo deve ser comparada a totalidade dos subsídios recebidos
pelos vereadores, inclusive a 13ª remuneração, quando houver. Decisões dos processos 6754/07-8
(Recurso de reconsideração do Legislativo de Dom Pedrito, exercício 2005), 3760/04-2 (Tomada de
Contas do Legislativo de Novo Hamburgo, 2003) e 5748/03-7 (Tomada de Contas do Legislativo de São
Francisco de Paula, 2002).

Nota: Decisão do Processo nº 2926-0200/08-3, do processo 383-0200/09-0 e do processo


nº 1530-0200/08-9 alteram este entendimento a partir da próxima legislatura, em 2013.

VII - Em razão da decisão do Processo nº 3727/07-9 do Legislativo de Parobé, exercício


2006, os intervalos populacionais dos municípios, para fins do inciso VI do artigo 29 da Constituição
Federal, têm que considerar a informação mais recente, disponibilizada pelo IBGE, sobre a população do
município.

6.2.6. OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS EM RELAÇÃO Á REMUNERAÇÃO DOS


SECRETÁRIOS MUNICIPAIS

I - Ao servidor público efetivo exercente do cargo de secretário pode receber os


vencimentos do cargo, acrescido das respectivas vantagens de tempo de serviço e da respectiva
função gratificada de Secretário, desde que haja previsão legal (Informação nº 43/2002).

II - Para os secretários municipais não há exigência de atendimento ao princípio da


anterioridade (decisões nos Processos nºs 4505/00-3 e 8837/00-8 e Informação nº 87/2000).

III - Quando houver previsão legal de parcela única para secretários municipais e o titular
do cargo for servidor cedido de outro ente ou esfera, com ônus para a origem, o mesmo deverá receber
apenas a diferença (se houver) entre o subsídio fixado em lei para secretário o valor recebido pelo
servidor do ente ou esfera cedente (Parecer nº 47/99, Informações nºs 111/2001, 142/2001, 147/2001 e
43/2002).

IV - Ver Informação nº 87/2000, sobre a alteração do inciso V do art. 29 da Constituição


Federal introduzida pela Emenda Constitucional nº 19/98, no sentido de que lei específica que dispuser
sobre remuneração destes, inclusive quanto a reajustamento, seja de iniciativa da Câmara Municipal, com
a sanção do Prefeito, sendo-lhes assegurada, a exemplo dos servidores públicos e demais agentes
políticos, “revisão anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices”.

V - Ver Informação nº 143/2001, sobre a possibilidade do cargo de Secretário Municipal


ser provido sob a forma de cargo em comissão ou também de função gratificada, através de lei de
iniciativa do Poder Executivo. Porém, a fixação da remuneração atinente ao cargo de Secretário deve ser

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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por lei de iniciativa do Legislativo, independentemente do seu provimento dar-se em comissão ou sob a
forma de função gratificada.

VI - Ver Informação nº 43/2002, sobre a possibilidade de servidor efetivo receber


remuneração correspondente ao seu cargo em conjunto com a totalidade do valor atribuído à função
gratificada de Secretário Municipal. Possibilidade de lei, de iniciativa do Executivo, prever provimento
por cargo em comissão ou por função gratificada. Os respectivos valores, fixados em lei de iniciativa do
legislativo, poderiam, inclusive, ser idênticos.

VII - Ver Parecer nº 03/2002 sobre impossibilidade de remuneração “alternativa”. Em tal


situação, aplica-se o ato anterior.

6.2.7. RECEBIMENTO DE DIÁRIAS E INDENIZAÇÕES

Consulta Informatizada

Sobre o recebimento de diárias e indenizações dos agentes políticos, verificar:

a) se as diárias devidas aos agentes políticos foram pagas de acordo com a legislação
municipal, inclusive no que tange à periodicidade dos reajustes dos valores;

b) se os valores fixados para diárias são compatíveis com as reais despesas com pernoite,
alimentação e transporte, respeitando os princípios constitucionais da economicidade e da moralidade;

OBSERVAÇÕES SOBRE DIÁRIAS:

I - Ver Parecer Coletivo nº 02/93 e Parecer nº 67/97 sobre a necessidade de comprovação


da adequação entre o uso e a finalidade das diárias. Conforme o Parecer 67/97, a resolução é o ato
pertinente para disciplinar o pagamento de diárias por tratar-se de matéria de preponderante interesse
interno.

II - Conforme as Informações nºs 193/97 e 106/95, as diárias, por se constituírem em


despesas públicas, estão sujeitas às condições estabelecidas pela Lei Federal nº 4.320/64.

III - De acordo com a Informação nº 193/97, “... inexistindo hospedagem, o pagamento das
despesas com alimentação, evidentemente, não poderá ultrapassar o valor concernente a meia diária.
Havendo pagamento de diária integral quando não há hospedagem, a despesa fica desprovida de causa e
não assume a condição de despesa com finalidade pública.”

IV - Conforme a Informação nº 17/2001, “ Menos importante é o tipo de documento que é


oferecido no processo de prestação de contas (fiscal, não fiscal, atestado, ata de reunião, etc.).
Fundamental é que fique transparente, que não reste a menor dúvida, de que o deslocamento ocorreu e foi
a bem do serviço público.”

V - Ver, em relação a diárias, na Informação nº 106/95, sobre a observância dos princípios


vinculativos da Administração Pública, expressos no art. 37, caput, da Constituição Federal: legalidade,

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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impessoalidade (finalidade), moralidade e publicidade. “Com ênfase à possível definição do quantum das
mesmas, atente-se a Administração para a razoabilidade e capacidade do Erário.”

c) se os motivos dos deslocamentos que geraram o pagamento das diárias atenderam à


finalidade pública;

d) se as requisições de diárias contêm o nome do beneficiário, o cargo, a autorização


competente, o número de diárias, o período de afastamento, o motivo da viagem e a localidade de destino,
de forma a apoiar o controle externo, nos termos do inciso IV do art. 74 da Constituição Federal;

e) a ocorrência de pagamentos de diárias em períodos de férias e/ou licenças do


beneficiário;

f) se as viagens dos Vereadores foram autorizadas pela Mesa Diretora ou Plenário da


Câmara, conforme dispuser a legislação municipal;

g) ocorrência de viagens, por iniciativa dos vereadores, para tratar de assunto de exclusiva
competência do Poder Executivo;

h) no caso de pagamento de diárias, exclusivamente para deslocamentos em feriados ou


fins-de-semana, ou, ainda, iniciados nesses dias, se existiu a sua real necessidade;

i) se as despesas de transporte, tais como: indenização de veículos e de deslocamento de


veículo oficial, confirmam a ocorrência dos deslocamentos que geraram as diárias no período indicado.

j) em caso de despesa com indenização de veículo particular, os valores despendidos e a


base legal;

l) quando a legislação ou o ato normativo exigir, se existem relatórios ou prestações de


conta que comprovem a realização da viagem;

m) na hipótese da auditada ter optado por custear as despesas, efetivamente realizadas,


mediante ressarcimento, em substituição à modalidade da diária, verificar:

m1)se a legislação municipal autoriza esse procedimento e se existem normas dispondo


sobre seu funcionamento;

m2) se existem limites máximos para gastos com pernoite, alimentação e transporte e se os
mesmos vêm sendo observados;

m3) se a despesa encontra-se comprovada através de documentos idôneos e próprios;

m4) se a prestação de conta ou o relatório de viagem traz informações completas sobre o


deslocamento;

m5) se esse sistema, em termos de custo, revela-se menos oneroso do que o pagamento de
diárias.

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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6.2.8. SÚMULA VINCULANTE Nº 13 DO STF

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por


afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Data da aprovação: Sessão Plenária de 21/08/2008

Fonte de Publicação: DJe nº 162/2008, p. 1, em 29/8/2008. DOU de 29/8/2008, p. 1.

Na análise deste item verificar:

a) nomeações em cargos em comissão (estrito senso) que afrontem a Súmula Vinculante


nº 13 do STF, nos casos incontroversos, a saber:

DEMONSTRAÇÃO DO GRAU DE PARENTESCO – PARA FINS DE NEPOTISMO


FORMAS DE Graus de parentesco
PARENTESCO
1º grau 2º grau 3º grau
Ascendentes Pais Avós Bisavós
PARENTES Descendentes Filhos Netos Bisnetos
CONSANGÜINEOS Em linha colateral Irmãos Tios e sobrinhos
Ascendentes Sogros, padrasto e Pais dos sogros (avós do Avós dos sogros
madrasta do cônjuge/companheiro) (bisavós do
PARENTES POR cônjuge/companheiro. cônjuge)
AFINIDADE Descendentes Filhos do cônjuge Filhos do enteado (netos do
(enteado), genro e nora. cônjuge)
Em linha colateral Cunhados
CÔNJUGE, Marido e mulher (cônjuges), companheiro e companheiro (companheiros) não são parentes (art. 1595
COMPANHEIRO do CCB). Contudo, para fins de nepotismo, à luz do princípio da moralidade, nos termos da Súmula
(A) Vinculante nº 13, devem ser tratados como de primeiro grau, vedando-se a nomeação dos mesmos
para provimento de cargos em comissão.

6.2.9. OBSERVAÇÕES ESPECÍFICAS EM RELAÇÃO A SÚMULA VINCULANTE


Nº13 DO STF

I - O disposto na Súmula Vinculante nº 13 não se aplica às nomeações de agentes políticos


(Secretários, p. ex.), como decidido no RE 579951-4/RN (STF);

II - O conceito de "autoridade nomeante" deve ser entendido não só como aquela que firma
o ato, mas também a que o solicita;

III - Situações que não se enquadrem nas hipóteses mencionadas devem ser encaminhadas
à análise superior.

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 08


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7. ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL

7.1. Objetivos de Análise

Os procedimentos de auditoria na área de Administração de Pessoal objetivam a


verificação do atendimento dos princípios constitucionais (caput do artigo 37) da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, bem como das disposições dos artigos 37 a
41 da Carta Magna, no que se refere aos servidores efetivos, comissionados e empregados
públicos.

7.2. Procedimentos

7.2.1. REGIME JURÍDICO E ORGANIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL EM


TERMOS CONSTITUCIONAIS

Com a extinção da obrigatoriedade da adoção do regime jurídico único, face ao teor do


disposto no caput do artigo 39, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19/98, podem
coexistir os regimes jurídicos estatutário e celetista. Considerando essa premissa devem ser
verificados os seguintes aspectos com relação à organização do Quadro de Pessoal:

a) se mesmo com a adoção de mais de um regime, as carreiras de Estado, tais como


Fiscais de Tributos, Tesoureiro, Agente Fiscal, Contador e cargos equivalentes estão inseridos
no regime estatutário, consoante o Parecer da Auditoria nº 30/99;

b) lei municipal pode criar quadro de carreira para abrigar servidores celetistas estáveis
(Informação nº 14/2003);

c) se foram criados cargos em comissão e funções gratificadas (inclusive as destinadas a


empregados públicos) com atribuições diversas do trinômio direção, chefia e assessoramento,
conforme exigência do artigo 37, inciso V, da Constituição Federal. Em caso positivo, deve
sugerir-se, ao final, que seja negada executoriedade ao indigitado ato normativo;

Observações:

I- o cargo de Assessor Jurídico pode ser provido através de cargos em comissão


(Decisão do Recurso de Reconsideração nº 6189-0200/98-1);

II- os servidores celetistas podem ocupar funções de confiança (previstas no artigo 450
da CLT) criadas através de lei própria e privativas desses servidores. Os mesmos não podem
ocupar as funções próprias do regime estatutário. Tais funções (dos celetistas) também devem ter
atribuições de chefia , assessoramento ou direção. O servidor celetista estável pode, ainda,
ocupar cargo em comissão de caráter estatutário, através da suspensão do contrato de trabalho e
sem prejuízo da sua condição de servidor estável, quando se der a sua exoneração do cargo em
comissão, voltando ao seu cargo anterior. (Informação nº 14/2003);

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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d) a existência de previsão legal para os casos, condições e percentuais mínimos para
preenchimento dos cargos em comissão por servidores de carreira (art. 37, inciso V, da
Constituição, Informação nº 14/2003);

e) a obediência do § 1º do artigo 39 da Constituição Federal (redação da Emenda


Constitucional nº 19/98), pelo qual a fixação dos padrões de vencimento e dos demais
componentes do sistema remuneratório observam: a natureza, o grau de responsabilidade e a
complexidade dos cargos componentes de cada carreira; os requisitos para a investidura; as
peculiaridades dos cargos;

f) a existência de previsão legal sobre a reserva de percentual dos cargos e empregos


públicos para as pessoas portadoras de deficiência, nos termos do inciso VIII do artigo 37 da
Constituição Federal, verificando a sua observância;

g) existência de frentes de trabalho, com os contratados percebendo cestas básicas, o


que não é possível, dada a limitação do § 3º do art. 458 da CLT e ao descumprimento da
exigência do concurso público (Informação nº 26/2001).

7.2.2. ATENDIMENTO DE OUTROS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

Em relação a outros dispositivos constitucionais sobre a área de recursos humanos,


verificar:

a) a ocorrência de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas,


ressalvando-se, quando houver compatibilidade de horários a de dois cargos de Professor; a de
um cargo de Professor com outro Técnico ou Científico; e de dois cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (art. 37, incisos XVI e XVII com
redação dada pelas Emendas Constitucionais n° 19/98 e 34/01);

Observações:

I- Ver Informação nº 15/2003, sobre as categorias profissionais da área da saúde já


regulamentadas.

II- Conforme o artigo 11 da Emenda Constitucional nº 20/98, a vedação prevista no art.


37 § 10 da Constituição Federal (percepção simultânea de proventos de aposentadoria de
servidor estatutário com remuneração de cargo, emprego ou função pública) não se aplica aos
que, até a publicação desta Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por
concurso público e pelas demais formas previstas na Constituição, sendo-lhes proibida a
percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência a que se refere o artigo 40.

Ver também Decisão do Processo de Recurso de Embargos nº 8.478/04-8 do Executivo


Municipal de Jacutinga, exercício 1998.

b) aplicação das regras relativas ao afastamento e remuneração de servidor público em


exercício de mandato eletivo (artigo 38, incisos II e III);

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c) se as funções de confiança estão sendo exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, conforme o inciso V do artigo 37, com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19/98 (Informações nºs 89/99 e 14/2003);

d) a concessão de vantagens, aumento de remuneração ou alteração de estruturas de


carreiras sem autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias e prévia dotação
orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
decorrentes (artigo 169, parágrafo 1º e incisos I e II);

Observações:

I- Ver Parecer nº 24/2003, sobre a possibilidade da contagem de tempo de serviço


prestado em sociedades de economia mista, para fins de concessão de gratificação e adicionais,
desde que haja previsão no respectivo estatuto.

II- Ver Parecer nº 57/98, sobre a inadmissibilidade de percepção cumulativa de


vantagens (art. 37, inciso XIV, da Constituição Federal). Revogação pura e simples do artigo da
lei local que entrar em conflito com a norma constitucional. Inadmissibilidade de invocação de
direito adquirido (art. 17 do ADTC). Impossibilidade de concessão de triênios, a título de
promoção, repisando as gratificações trienais já pagas a cada três anos de tempo de serviço.

e) as situações em que os auditados não designaram comissão para realizar avaliação


especial de desempenho dos seus servidores, para fins de estabilização no serviço público
(art.41, parágrafo 4º, acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19/98);

Observação:

I- Ver Decisão do Processo de Recurso de Embargos nº 10.422/03-2, do Executivo


Municipal de Floriano Peixoto, exercício 2000, sobre a impossibilidade de servidores em estágio
probatório serem colocados à disposição de outros órgãos.

f) a ocorrência de desvio de finalidade no preenchimento dos cargos em comissão e das


funções gratificadas, ou seja, os seus ocupantes exercerem funções típicas de cargos
permanentes, em desacordo aos incisos II (quanto à investidura em cargo ou emprego público) e
V (funções de direção, chefia e assessoramento) do artigo 37;

g) a ocorrência de terceirizações irregulares de serviços públicos, afrontando o inciso II


do artigo 37 quanto à investidura em cargo ou emprego público, seja através de uma mera
intermediação de mão-de-obra para evitar o concurso público, seja através da terceirização de
atividades-fim do Estado (Parecer Coletivo nº 03/97 e Pareceres nos 35/97 e 47/2001);

Observação:

I- Quanto à possibilidade de terceirização, especificamente para a cobrança da dívida


ativa, ver Parecer nº 57/2000 e Informação nº 70/2000;

Consulta Informatizada

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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h) se a administração está efetuando contratações sucessivas para as mesmas funções
e/ou prorrogando contratos reiteradamente com fundamento no inciso IX do artigo 37 da
Constituição Federal ou sem base legal nenhuma, caracterizando burla ao concurso público. Em
relação às contratações sucessivas, a matéria deve ser tratada em auditoria tradicional apenas
para fins de responsabilização, permanecendo os atos de admissão em si sendo analisados no
processo de auditoria de admissões. Vide MT-DCF-2007, subitens 7.31 e 7.32, para redação das
inconformidades.

i) se a fixação da remuneração dos cargos, empregos e funções do legislativo ocorreram


em lei de iniciativa do próprio Poder, nos termos do inciso IV do art. 51 da C.F., com a redação
da Emenda 19/98;

Observações:

I- Ver Parecer nº 33/2000 e Informação nº 50/2000 sobre a impossibilidade do


legislativo conceder aos seus servidores vantagens diferentes das previstas no Diploma
Estatutário local. Diferença entre quadro próprio e “estatuto próprio”. Ao Poder Legislativo
compete “dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração”(inciso IV do art. 51 da Constituição Federal).

j) se o serviço extraordinário está sendo remunerado com percentual superior a 50% da


hora normal (art. 7º, inc. XVI), sem legislação municipal pertinente; no caso de servidor adido,
verificar se o pagamento foi feito de acordo com o preconizado no Parecer nº 236/93, pelo qual
cabe ao órgão beneficiário da cedência o pagamento dos serviços extraordinárias;

Consulta Informatizada

Observações:

I- Sobre cedência, ver também o Parecer nº 02/2003 sobre a concessão de licença-


prêmio para servidor cedido. É da competência da administração pública a que se vincula o
servidor analisar se estão implementados os requisitos legais que configuram o direito e, em caso
positivo, declará-lo por ato específico. Caberá ao órgão responsável pelo pagamento da
remuneração apreciar o pedido de conversão da licença em pecúnia, que a concederá segundo
critérios de legalidade, conveniência, oportunidade, previsão e disponibilidade orçamentária.

II- Sobre serviços extraordinários, Ver Parecer nº 84/2001 sobre a impossibilidade de


pagamento de horas-extras para cargos em comissão. Se o servidor ocupa irregularmente esse
cargo, não exercendo atribuições de direção, chefia e assessoramento, ficará ele equiparado aos
servidores municipais, sendo-lhe devido o pagamento de hora-extraordinária. Porém, nesse caso,
o administrador deverá ser responsabilizado pelos danos que seu agir ocasionou aos cofres
públicos, procedendo ainda ao ressarcimento dos respectivos prejuízos impingidos ao erário.

l) o recolhimento em dia, sem o pagamento de multas e juros moratórios dos encargos


previdenciários (parcela patronal e a parcela dos servidores), tanto para o Regime Geral de
Previdência Social como para os Regimes Próprios de Previdência;

Observação:

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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I- Verificar a existência de disponibilidade financeira quando do vencimento da
obrigação, o que, se confirmado, teria gerado prejuízo aos cofres municipais;

Consulta Informatizada

m) a vinculação da remuneração de servidores à arrecadação de impostos, que é vedada


pelo inciso IV do art. 167;

n) o desconto regular e permanente do imposto de renda incidente sobre a remuneração


paga aos servidores, nos termos da legislação vigente;

Consulta Informatizada

o) a legalidade dos atos de concessão e de complementação de pensão custeadas por


fundo, instituto ou fundação previdenciária do município, para as quais o servidor tenha
concorrido com sua contribuição e não estejam sujeitas à compensação previdenciária.
(Art. 1º da Resolução nº 688/2004)

7.2.3. ATENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

Em relação ao atendimento da legislação municipal na área de pessoal, verificar:

a) se as promoções estão sendo processadas em conformidade com as regras legais (por


exemplo: alternância entre antigüidade/merecimento; avaliação de desempenho, escolaridade
mínima);

b) se houve designação de servidores para o exercício de função gratificada ou para


cargos em comissão em número superior à quantidade criada em lei;

c) no caso de existência de lei que regulamente a concessão de licença remunerada a


servidor para freqüentar cursos, seminários, congressos e eventos similares exigindo um período
mínimo de permanência no órgão, ou ressarcimento do mesmo, verificar a sua observância;

d) a existência de servidores em desvio de função, ou seja, desenvolvendo atividades


estranhas àquelas legalmente definidas para o cargo que titula ou função gratificada que exerce;

e) se todas as vantagens percebidas pelos servidores encontram-se devidamente


previstas na legislação municipal;

f) se os reajustes aplicados à remuneração dos servidores e a forma de cálculo das


vantagens temporais estão amparados na legislação municipal. Efetuar testes quanto à exatidão
dos valores;

g) a ocorrência de adiantamento de parte da remuneração mensal dos servidores sem


expressa autorização legal;

h) o pagamento de valor correspondente à remuneração de férias e 13ª remuneração


proporcionais, sem expressa previsão na legislação local, a servidores que se exoneraram ou se
inativaram.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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7.2.4. DESCUMPRIMENTO DE DECISÕES DO TRIBUNAL

7.2.4.1. Atos Sustados de Aposentadoria e Pensão e Respectivas Revisões e


Complementações

Havendo decisão deste Tribunal para verificação em futura auditoria tradicional acerca
da efetiva desconstituição de atos sustados de aposentadoria e pensão e respectivas revisões e
complementações com apuração dos prejuízos causados ao Erário, levada ao conhecimento da
auditoria mediante inclusão no Sistema ICE, é obrigatório constar no relatório levantamento dos
valores despendidos com esses atos irregulares cujo prazo para desconstituição já se esgotou.

O período a ser considerado é do 31º dia (ou dia útil seguinte) a partir do início do prazo
fixado para desconstituição, ou seja, a partir da Intimação nos termos do artigo 121 do
Regimento Interno publicada no Diário Oficial do Estado ou então, em processo com decisão
anterior a 1º-02-2005, da juntada do Aviso de Recebimento comprovando a intimação nos
termos do citado dispositivo regimental até o dia da desconstituição, se já tiver ocorrido.

Se a desconstituição ainda não tiver ocorrido no período de exame do relatório, a


matéria deve ser reincluída no Sistema ICE para verificação em futura auditoria.

Sendo assim, mesmo em mais de um exercício, estando eles ainda não julgados, a
apuração dos valores deverá ser de acordo com o seguinte quadro:

dia útil seguinte ao fim do prazo para desconstituição



efetiva desconstituição

A informação relativa ao início da contagem do prazo será fornecida pela SAPI mediante
cópia da Certidão de Publicação Oficial ou do termo de juntada do Aviso de Recebimento,
conforme o caso.

Relativamente aos itens lançados anteriormente a 03-08-2006, deverá ser feita


solicitação dessas informações, pelos Serviços de Auditoria, ao Serviço de Suporte Operacional
da SAPI.

Caso semelhante ocorre quando o auditado comprova a desconstituição do ato


considerado irregular por esta Corte, no processo original, dentro dos prazos regimentais, e a
SAPI sugere a verificação do efetivo retorno (passará a receber vencimentos) ou do não-retorno
ao trabalho (não poderá receber proventos nem vencimentos) em futura auditoria, incluindo no
sistema ICE. Se não retornou e não lhe foi concedida nova aposentadoria, a data inicial da
apuração dos valores deverá ser a da desconstituição do ato cujo registro foi negado até a efetiva
regularização da situação funcional do servidor.

7.2.4.2. Atos Sustados de Admissão

A matéria está prevista no artigo 48 da Lei nº 11.424, de 06 de janeiro de 2000 e no


artigo 122 da Resolução nº 544/2000, respectivamente, Lei Orgânica e Regimento Interno do
TCE/RS.
Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08
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Conforme orientação atualmente consolidada nesta Corte, embora ilegal a manutenção


dos servidores após transcorrido o prazo para desconstituição dos respectivos atos admissionais
(art. 121 do Regimento Interno deste Tribunal), podendo ensejar multa e parecer desfavorável ao
administrador público, descabida a imposição de glosa relativamente a atos de admissão
sustados, por ter havido a efetiva contraprestação laboral, sob pena de enriquecimento sem causa
do Município.

Nesse sentido, refere-se, exemplificativamente, as seguintes decisões:

Recurso de Embargos no 0103-02.00/05-7, EM de Portão, PC/2001, Rel. César


Santolim, j. pelo Pleno em 21-09-2005; Recurso de Embargos no 4350-02.00/03-7, EM de
Sant’ana do Livramento, PC/97, j. pelo Pleno em 30-06-2004; Prestação de Contas no 1845-
0200/02-0, EM de Sapucaia do Sul, exercício 2001, Rel. Conselheiro João Luiz Vargas, cujo
Voto foi acolhido pela Segunda Câmara Especial, em 29-03-2005; Prestação de Contas no 3931-
02.00/99-2, EM de Maximiliano de Almeida, exercício 1998, Rel. Auditor Substituto de
Conselheiro Alexandre Mariotti, cujo Voto foi acolhido pela Segunda Câmara Especial, em 01-
03-2004.

Sendo assim, desnecessária a apuração dos valores relativos a atos de admissão


sustados.

7.2.5. ORGANIZAÇÃO PARA O APOIO AO EXERCÍCIO DO CONTROLE


EXTERNO

Com vistas ao apoio do órgão auditado ao Controle Externo, no exercício da sua missão
institucional (artigo 74, caput e inciso IV, da Constituição Federal), verificar:

a) se o órgão auditado mantém, permanentemente, organizada e atualizada a legislação


atinente ao funcionalismo (criação de cargos/funções, de vantagens, modificações no plano de
carreira, concessão de reajustes, etc.), assim como a tabela de vencimentos dos cargos e de
remuneração das funções gratificadas;

b) a manutenção atualizada das informações sobre a situação funcional e a remuneração


dos seus servidores;

c) se a administração expede portarias relativamente à situação funcional de seus


servidores (nomeação, férias, lotação, promoções, concessão de vantagens, licenças, etc.);

d) arquivo atualizado de relatórios de participação dos servidores em eventos realizados


em horário de expediente, tais como cursos, seminários, congressos e simpósios;

e) a existência de controles sobre a efetividade dos servidores e a confiabilidade dos


mesmos, inclusive sobre aqueles funcionários dispensados de comparecimento ao local de
trabalho em parte da jornada mensal;

f) o recebimento periódico da efetividade dos servidores cedidos para outros órgãos ou


entes, com ônus para a administração;

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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g) se a administração mantém atualizado os controle sobre a prestação de serviços
extraordinários, tais como: solicitação prévia da chefia imediata, autorização da autoridade
competente, número de horas necessárias e comprovação da realização das mesmas, inclusive
para os servidores dispensados de controle de ponto na jornada normal de trabalho.

h) se as requisições de diárias contêm o nome do beneficiário, o cargo, a autorização


competente, o número de diárias, o período de afastamento, o motivo da viagem e a localidade
de destino.

“i) se estão disponíveis e atualizadas as declarações de rendimentos, bens e valores


pertencentes a agentes e/ou administradores públicos, de acordo com as disposições do artigo 13
da Lei Federal nº 8.429/92 e do artigo 4 º da Lei Federal nº 8.730/93.”

7.2.6. RECEBIMENTO DE DIÁRIAS E INDENIZAÇÕES

Consulta Informatizada

Sobre o recebimento de diárias e indenizações dos servidores, verificar:

a) se as diárias devidas aos servidores foram pagas de acordo com a legislação


municipal, inclusive no que tange à periodicidade dos reajustes dos valores;

b) se os valores fixados para diárias são compatíveis com as reais despesas com
pernoite, alimentação e transporte, respeitando os princípios constitucionais da economicidade e
da moralidade;

Observações sobre diárias:

I- Conforme as Informações nºs 193/97 e 106/95, as diárias, por se constituírem em


despesas públicas, estão sujeitas às condições estabelecidas pela Lei Federal nº 4.320/64.

II- De acordo com a Informação nº 193/97, “... inexistindo hospedagem, o pagamento


das despesas com alimentação, evidentemente, não poderá ultrapassar o valor concernente a meia
diária. Havendo pagamento de diária integral quando não há hospedagem, a despesa fica
desprovida de causa e não assume a condição de despesa com finalidade pública.”

III- Conforme a Informação nº 17/2001, “ Menos importante é o tipo de documento que


é oferecido no processo de prestação de contas (fiscal, não fiscal, atestado, ata de reunião, etc.).
Fundamental é que fique transparente, que não reste a menor dúvida, de que o deslocamento
ocorreu e foi a bem do serviço público.”

IV- Ver, em relação a diárias, na Informação nº 106/95, sobre a observância dos


princípios vinculativos da Administração Pública, expressos no art. 37, caput, da Constituição
Federal: legalidade, impessoalidade (finalidade), moralidade e publicidade. “Com ênfase à
possível definição do quantum das mesmas, atente-se a Administração para a razoabilidade e
capacidade do Erário.”

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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c) se os motivos dos deslocamentos que geraram o pagamento das diárias atenderam à
finalidade pública;

d) a ocorrência de pagamentos de diárias em períodos de férias e/ou licenças do


beneficiário;

e) se as viagens dos servidores foram autorizadas conforme dispõe a legislação


municipal;

f) no caso de pagamento de diárias, exclusivamente para deslocamentos em feriados ou


fins-de-semana, ou, ainda, iniciados nesses dias, se existiu a sua real necessidade;

g) se as despesas de transporte, tais como indenização de veículos e de deslocamento de


veículo oficial, confirmam a ocorrência dos deslocamentos que geraram as diárias no período
indicado;

h) em caso de despesa com indenização de veículo particular, os valores despendidos e


a base legal;

i) quando a legislação ou o ato normativo exigir, se existem relatórios ou prestações de


conta que comprovem a realização da viagem;

j) na hipótese da auditada ter optado por custear as despesas efetivamente realizadas,


mediante ressarcimento, em substituição à modalidade da diária, verificar:

j1) se a legislação municipal autoriza esse procedimento e se existem normas dispondo


sobre seu funcionamento;

j2) se existem limites máximos para gastos com pernoite, alimentação e transporte e se
os mesmos vêm sendo observados;

j3) se a despesa encontra-se comprovada através de documentos idôneos e próprios;

j4) se a prestação de contas ou o relatório de viagem traz informações completas sobre o


deslocamento;

j5) se esse sistema, em termos de custo, revela-se menos oneroso do que o pagamento
de diárias.

7.2.7. OUTROS ASPECTOS DE GESTÃO

Verificar:

a) se existem normas, instruções de serviço ou instrumento similar, dispondo sobre o


funcionamento e os procedimentos administrativos inerentes à área de recursos humanos;

b) se, no período de cumprimento do estágio probatório, a administração avalia o


servidor, no mínimo, frente aos seguintes aspectos: disciplina, eficiência, responsabilidade,
produtividade e assiduidade;

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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c) se o controle de efetividade tem servido de base para a elaboração de relatórios que


possibilitem a tomada de decisões gerenciais pela autoridade superior (excesso de horas extras,
faltas abonadas, elevado absenteísmo, etc.);

d) se os critérios para concessão de licença remunerada para os servidores


freqüentarem cursos, seminários, congressos e eventos similares, obedece a uma política geral de
treinamento de pessoal, no sentido de que tais participações tenham relação com a formação
profissional e o setor de atividade do servidor;

e) no caso de existir legislação que obrigue um período mínimo de permanência do


servidor no órgão, após o usufruto de licença remunerada para treinamento, ou o ressarcimento
ao erário, o cumprimento da mesma;

f) os controles sobre os serviços extraordinários, tais como: solicitação prévia da chefia


imediata, autorização da autoridade competente, número de horas necessárias e comprovação da
realização das mesmas, inclusive para os servidores dispensados de controles de ponto, na
jornada normal de trabalho;

g) a conveniência e a economicidade para o erário do uso regular de serviços


extraordinários.

7.3. Informações Práticas sobre a Legislação Trabalhista Aplicável aos


Empregados Públicos

Ver subitem 11.3. do Volume VII, sobre Sociedades de Economia Mista e Empresas
Públicas, deste Manual.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 08


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Código Assunto
MT-DCF-0408 Procedimentos de Auditoria para a Adm. Direta Municipal - Regimes Próprios de Previdência Social

CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

8. REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

8.1. Objetivos de Análise

Os procedimentos de auditoria, neste item, visam verificar o atendimento das


disposições legais quanto à instituição e manutenção dos regimes próprios de previdência social,
bem como quanto às providências adotadas pela administração no sentido de assegurar o seu
equilíbrio econômico-financeiro.

Esta área é objeto de análise nos Executivos Municipais que administrem


diretamente os seus regimes próprios de previdência. Nos municípios em que tais regimes sejam
geridos pela administração indireta ou por administradora terceirizada, os mesmos
procedimentos valem em termos dos controles que o executivo municipal deve exercer sobre os
administradores dos Fundos.

8.2. Procedimentos

Os Regimes Próprios de Previdência Social, previstos no artigo 40 da Constituição


Federal, estão regulamentados pela Lei Federal nº 9.717/98.

A sua estrutura administrativo-organizacional poderá estar inserida na própria


estrutura da administração direta, ou sob a forma de autarquia ou fundação, na administração
indireta.

Com relação aos Regimes Próprios devem ser feitas as seguintes verificações:

Consulta Informatizada

a) a realização de avaliação atuarial e de auditoria independente em cada exercício


financeiro, como dispõe o inciso I do artigo 1° da Lei Federal nº 9.717/98;

b) a utilização das contribuições e dos recursos vinculados ao Fundo de forma


diversa das previstas no inciso III do mesmo artigo (pagamentos de benefícios previdenciários e
taxa de administração), o que infringe, também, o inciso XI do artigo 167 da Constituição
Federal;

c) a cobertura exclusiva de servidores efetivos e seus respectivos dependentes (inciso


V do mesmo artigo);

d) contribuição social do servidor público ativo de pelo menos 11% da totalidade da


sua base de contribuição (artigo 3º da Lei Federal nº 9.717/98 alterado pelo artigo 10 da Lei
Federal nº 10.887/2004 c/c o artigo 4º desta última);

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 05


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0408 Procedimentos de Auditoria para a Adm. Direta Municipal - Regimes Próprios de Previdência Social

Observações:

I- O artigo 3º da Lei Federal nº 9.717/98 ficou com a seguinte redação:

“Art. 3º As alíquotas de contribuição dos servidores ativos dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios para os respectivos regimes próprios de previdência social não serão
inferiores às dos servidores titulares de cargos efetivos da União, devendo ainda ser
observadas, no caso das contribuições sobre os proventos dos inativos e sobre as pensões, as
mesmas alíquotas aplicadas às remunerações dos servidores em atividade do respectivo ente
estatal.”

II- O caput do artigo 4º da Lei Federal nº 10.887/2004 estabelece o seguinte:

“ Art. 4º A contribuição social do servidor público ativo de qualquer dos Poderes da


União, incluídas suas autarquias e fundações, para a manutenção do respectivo regime próprio
de previdência social, será de 11% (onze por cento), incidente sobre a totalidade da base de
contribuição.”

e) contribuições dos servidores inativos e pensionistas nas mesmas alíquotas


aplicadas aos servidores em atividade do respectivo ente estatal (artigo 3º da Lei Federal nº
9.717/98 alterado pelo artigo 10 da Lei Federal nº 10.887/2004 );

f) avaliação de bens, direitos e ativos integrados ao Fundo, em conformidade com a


Lei Federal nº 4.320/64 (inciso VII do artigo 6º da Lei Federal nº 9.717/98);

g) a contribuição do município, incluídas as suas autarquias e fundações, não


inferior ao valor da contribuição do servidor ativo e nem superior ao dobro dessa contribuição
(caput do artigo 2º da Lei Federal 9.717/98 alterado pelo artigo 10 da Lei Federal nº
10.887/2004), devendo retornar ao limite no exercício financeiro subseqüente (artigo 4º da Lei
Federal nº 9.717/98);

Observações:

I- O artigo 2º da Lei Federal nº 9.717/98 ficou com a seguinte redação:

“Art. 2º A contribuição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, aos regimes próprios de previdência social a
que estejam vinculados seus servidores não poderá ser inferior ao valor da contribuição do
servidor ativo, nem superior ao dobro desta contribuição.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pela
cobertura de eventuais insuficiências financeiras do respectivo regime próprio, decorrentes do
pagamento de benefícios previdenciários.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios publicarão, até 30
(trinta) dias após o encerramento de cada bimestre, demonstrativo financeiro e orçamentário da
receita e despesa previdenciárias acumuladas no exercício financeiro em curso.”

II- O artigo 10 da Lei Federal nº 10.887/2004 revogou os demais parágrafos do artigo


2º da Lei Federal nº 9.717/98.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 05


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0408 Procedimentos de Auditoria para a Adm. Direta Municipal - Regimes Próprios de Previdência Social

h) no caso de extinção do Fundo de Previdência verificar se a destinação dos


recursos se deu para um dos seguintes fins: pagamento dos benefícios concedidos e dos débitos
com o INSS, constituição do fundo com finalidade previdenciária e/ou compensação financeira
entre os regimes próprios de previdência social e o Regime Geral de Previdência Social (na
hipótese de contagem recíproca de tempo de contribuição), conforme o artigo 21 do Decreto nº
3.112/99 (que regulamentou a Lei Federal nº 9.796/99);

Observação:

I- Ver Informação nº 05/2004, pela qual a contribuição do Poder Público, prevista no


artigo 22 da Lei Federal 8.212/91, não se inclui entre os referidos débitos com o INSS, pois a
contribuição patronal mensal deve ser suportada com o emprego de recursos originados da
arrecadação. Não é cabível a utilização de recursos advindos das contribuições dos servidores
para pagar despesas da Administração.

i) recebimento em dia das contribuições do Município e dos segurados.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 28/12/2007 Revisão: 05


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - TCE/RS
Código Assunto
MT-DCF-0409 Procedimentos de Auditoria para a Adm. Direta Municipal-Administração de Materiais e do Patrimônio

CAMPO DE APLICAÇÃO
DCF – DIREÇÃO DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

9. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E DO PATRIMÔNIO

9.1. Objetivos de Análise

O objetivo de análise deste item é conhecer e avaliar os níveis de segurança e de


confiabilidade dos controles exercidos pela administração sobre os materiais de consumo e os
bens permanentes, com vistas à preservação e conservação de tais ativos. Da mesma forma,
objetiva a verificação da correção dos lançamentos contábeis e administrativos, de modo que os
balanços reflitam a real composição dos seus valores. Também, visa avaliar a utilização
econômica e racional de tais itens, por parte da administração.

9.2. Procedimentos

9.2.1. COMPRAS E ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Realizar as seguintes verificações:


CONSULTA INFORMATIZADA

a) se existem normas, instruções de serviço, ou instrumento similar, orientando quanto à


correta administração, controle e movimentação dos materiais depositados em almoxarifado;

b) a formação de estoques de materiais de consumo desproporcionais às necessidades


contínuas dos setores que os utilizam, bem como a existência de materiais inutilizáveis
decorrentes dessa política, com infringência ao princípio constitucional da economicidade;

c) a existência de instalações não apropriadas e sem segurança para a guarda e depósito


de materiais;

d) se todos os materiais adquiridos transitam pelo almoxarifado, realizando testes a


partir das notas fiscais de aquisição;

e) a confirmação, nas notas fiscais, do responsável pelo recebimento do material;

f) se os materiais e bens estocados são distribuídos aos diversos setores da


administração, mediante requisição devidamente assinada, por servidor autorizado a requisitá-
los;

g) a avaliação dos bens de almoxarifado pelo preço médio ponderado das compras,
como dispõe o artigo 106, inciso III, da Lei Federal nº 4.320/64;

h) se os saldos registrados no controle de estoque (fichas, relatórios, etc.) correspondem


à real existência do material, efetuando testes;

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i) a elaboração mensal de demonstrativo físico-financeiro evidenciando os estoques
inicial, final e a movimentação de entrada e saída de todos os materiais ocorridos no mês, para
informar à Contabilidade;

j) no caso de existência de materiais obsoletos, inservíveis ou danificados em estoque,


que medidas estão sendo adotadas visando à sua recuperação, redistribuição ou alienação;

l) os controles existentes para evitar a utilização indevida dos materiais (uso particular
ou desvio).

9.2.2. BENS PATRIMONIAIS EM GERAL

Verificar:
CONSULTA INFORMATIZADA

a) a elaboração de registros sobre a responsabilidade da guarda dos bens permanentes,


nos termos estabelecidos pelo artigo 94 da Lei Federal nº 4.320/64;

b) realização de levantamento geral dos bens móveis e imóveis, conforme as


disposições dos artigos 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64, contendo, no mínimo: a descrição do
material, o código de tombamento, o local de lotação e declaração firmada pelo servidor
responsável pela guarda dos bens;

c) a existência de normas, instruções de serviço, ou instrumento similar, orientando,


especialmente, os usuários do sistema quanto à correta administração, controle e movimentação
dos bens permanentes;

d) se os bens imóveis encontram-se, devidamente registrados junto ao Registro de


Imóveis;

e) por amostragem, o estado de conservação dos bens e se os mesmos encontram-se


devidamente contabilizados, obedecendo, inclusive, o artigo 15, § 2º, da Lei Federal nº
4.320/64, que classifica como material permanente o de duração superior a dois anos;

f) por amostragem, se os registros dos bens incorporados (aquisição ou doação) ao


patrimônio trazem, no mínimo, dados referentes à descrição do bem, nº patrimonial,
documentação, valor e localização;

g) se as baixas dos bens decorrentes de desaparecimento, quebra, alienação, (venda,


doação, etc.) foram processadas em observância à legislação vigente e previamente autorizadas
pela autoridade competente;

h) por amostragem, a ocorrência de divergências entre os valores das notas fiscais e os


constantes no tombamento.

9.2.3. VEÍCULOS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Sobre veículos, máquinas e equipamentos, verificar:

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Consulta Informatizada

a) se existem normas, instruções de serviço, ou instrumento similar, orientando quanto à


correta administração, controle e utilização da frota de veículos e máquinas;

b) controles exercidos sobre a movimentação de máquinas, equipamentos e de


veículos, com informações relativas ao motivo do deslocamento, quilometragem e itinerários
percorridos, horários de saída/chegada, visto de quem utilizou o veículo/máquina, dados sobre
abastecimentos e reparos efetuados, etc.;

c) se a administração mantém controle individualizado para cada veículo/máquina, no


qual fique demonstrado o seu custo de manutenção, compreendendo informações sobre serviços,
peças e abastecimentos efetuados, assim como eventuais datas de saída e retorno de oficinas de
conserto;

d) a ocorrência de utilização dos veículos/máquinas e equipamentos fora do objeto de


serviço;

e) se os veículos ou máquinas são conduzidos ou operados exclusivamente por


servidores legalmente habilitados e investidos em cargos que prevêem o exercício dessa
atribuição;

f) se os veículos/máquinas e equipamentos encontram-se segurados contra a ocorrência


de acidentes, roubo e fogo;

g) se são emitidas autorizações para abastecimentos dos veículos constando a


quantidade de litros de combustível, data, placa do veículo, assinatura do motorista e do
responsável pela autorização, bem como do responsável pelo setor, quando o abastecimento
ocorrer nas dependências da próprio órgão auditado.

9.2.4. LICENÇA DE USO DE SOFTWARES

Verificar:

a) se a auditada possui licença de uso de softwares utilizados, nos termos das Leis
Federais nºs 9.609/98 (Propriedade Intelectual de Programas de Computador) e 9.610/98
(Direitos Autorais);

b) se o número de licenças corresponde ao número de máquinas em operação;

c) se foram efetuados os registros correspondentes a cada licença;

d) a existência física dos certificados.

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Legal de Autarquia
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10. ADMINISTRAÇÃO DA TESOURARIA E DO ATIVO DISPONÍVEL

10.1. Objetivo de Análise

O objetivo de análise do item é conhecer e avaliar os níveis de segurança e de


confiabilidade dos controles exercidos pela administração sobre a Tesouraria. Da mesma forma,
objetiva a verificação da correção dos lançamentos contábeis e administrativos, de modo a
demonstrar a real composição dos seus valores..

10.2. Procedimentos

Verificar:
a) a existência de normas, instruções de serviço ou instrumento similar que disponha
sobre o funcionamento e os procedimentos típicos inerentes à atividade de Tesouraria;

b) se o tesoureiro está legalmente investido na função;

c) se as instalações apresentam condições de segurança adequadas;

d) efetuar a contagem de numerário e dos cheques constantes no caixa, na presença do


tesoureiro e confrontar o valor apurado com o saldo inscrito no boletim de tesouraria;

e) se tiver ocorrido movimentação financeira, conjugar o saldo do dia anterior com os


pagamentos e recebimentos processados até o momento da verificação física;

f) a existência de cheques de agentes públicos ou de terceiros sem procedência em


operações de receita.

g) a existência de vales de agentes públicos e/ou cheques antigos (pagamento de


tributos, etc.) computados no saldo de caixa;

h) se os títulos sob a guarda do tesoureiro correspondem à quantidade e valor


registrados no respectivo boletim e na Contabilidade;

i) existência de controle analítico das contas bancárias e se o boletim de tesouraria


demonstra a movimentação financeira e os saldos anterior e atual das disponibilidades/aplicações
depositadas e existentes em instituições financeiras;

j) se as disponibilidades de caixa encontram-se depositadas em instituições financeiras


oficiais (art. 164, § 3º, da Constituição Federal);

Observações:

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I- Conforme a Decisão do Processo nº 9214/02-0, são consideradas instituições
financeiras oficiais aquelas cujo controle acionário pertença ao Poder Público de qualquer esfera
de governo.

II- Na mesma Decisão, constou que também seria entendida como instituição financeira
oficial a instituição financeira submetida ao processo de privatização ou a instituição financeira
adquirente de seu controle acionário, com fulcro no § 1º do artigo 4º da Medida Provisória nº
2.192-70 de 24-08-2001. Entretanto o Supremo Tribunal Federal suspendeu a eficácia desse
dispositivo em sessão de 14-09-2005, devendo a interpretação de instituição financeira oficial
restringir-se àquelas cujo controle acionário pertença ao Poder Público de qualquer esfera de
governo.

Consulta Informatizada

l) se as disponibilidades de caixa dos regimes próprios de previdência social estão


depositadas em conta separada das demais disponibilidades e aplicadas nas condições de
mercado (art. 43, § 1º, da Lei Complementar nº 101/00), em instituições oficiais;

Consulta Informatizada

m) se as aplicações financeiras são realizadas em instituições oficiais e se os


rendimentos são registrados mensalmente;

Consulta Informatizada

n) se os pagamentos efetuados a terceiros são realizados através de cheques nominais e


cruzados; no caso de pagamentos por movimentação eletrônica, examinar a regularidade dos
procedimentos;

o) a manutenção de quantias elevadas, em caixa, incompatíveis com o movimento ou


necessidade diária;
Consulta Informatizada

p) se os cheques emitidos são assinados por duas ou mais pessoas, devidamente


autorizadas, dificultando, dessa forma, a ocorrência de possíveis irregularidades;

q) se os dados relativos ao n.º do cheque, banco, sacado e data são anotados no


documento que originou o pagamento/recebimento;

r) se o tesoureiro apõe carimbo ou autenticação mecânica na documentação relativa a


pagamentos e recebimentos;

s) se os boletins de tesouraria são assinados pelo tesoureiro e por autoridade


competente;

t) a realização de levantamento das disponibilidades em caixa, no final do exercício,


com a finalidade de confirmar os saldos contábeis;

u) se foi respeitada a unidade de tesouraria.

Aprovação: Osmar Rocha Meirelles Data: 02/05/2006 Revisão: 04


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Código Assunto
MT-DCF-0415 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal – Demonstrações Contábeis

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15. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

15.1. Objetivos de Análise

O exame desta área tem como objetivos:

a) garantir a confiabilidade do sistema de informações que fazem a transferência de


dados dos jurisdicionados para o TCE;

b) avaliar a correção e a confiabilidade dos lançamentos contábeis e dos procedimentos


administrativos realizados pelos setores envolvidos;

c) garantir a confiabilidade dos dados que subsidiam a emissão dos Pareceres da Gestão
Fiscal e das Certidões (Ações e Serviços Públicos de Saúde – ASPS, Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino – MDE, Lei de Responsabilidade Fiscal – LC nº 101/2000 e Limites Constitucionais: Remuneração dos
Vereadores);

d) atendimento das demais disposições constitucionais e legais pertinentes;

15.1.1 – DO PLANO DE CONTAS CONTÁBIL

Os registros contábeis dos fatos são agrupados e individualizados pelas “contas”. Essas
contas são identificadas pela sua natureza e por ordem de liquidez, no lado do Ativo, e pela sua
ordem de exigibilidade, no lado do Passivo.

No conceito de Nilton de Aquino Andrade5, o plano de contas é:

[...] o objeto responsável pela transparência dos lançamentos contábeis, já que o mesmo
demonstra as contas contábeis de forma estruturada, obedecendo aos Princípios Contábeis Geralmente
Aceitos, e consegue com isso, agrupar informações diversas, de acordo com a forma em que cada conta está
sendo utilizada.

Na contabilidade comercial, o plano de contas é um instrumento livremente utilizado


enquanto na contabilidade pública o mesmo está atrelado ao que determina a Lei, atualmente, a Lei
Federal n° 4.320/64, e as respectivas Portarias Interministeriais e Ministeriais (SOF, STN, MPAS),
que regulamentam a matéria.6

15.1.2 – O PLANO DE CONTAS NO ÂMBITO DO TCE

5
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade Pública na Gestão Municipal. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. p.184.
6
Portaria MOG nº 42/1999; Portaria STN nº 163/2001 e alterações posteriores, Portarias STN nºs 564/2004, 586/2005, 587/2005, 860/2005,
340/2006; Portaria Interministerial SOF/STN nº 338/2006, Portarias MPAS nºs 4992/1999 e 916/2003; entre outras.

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 02


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MT-DCF-0415 Procedimentos de Auditoria para a Administração Direta Municipal – Demonstrações Contábeis

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul instituiu a todas as ENTIDADES


MUNICIPAIS regidas pela LF nº 4.320/64 a obrigatoriedade da utilização de um Plano de Contas
Único. O objetivo é atender de maneira uniforme e sistematizada, ao registro dos atos e fatos
relacionados com os recursos do tesouro municipal, de proporcionar o gerenciamento e a
consolidação dos dados e de atender às necessidades de informações em todos os níveis da
administração e, também, do próprio órgão de fiscalização.

As Resoluções e Instrução Normativa que refém o Plano de Contas estão disponíveis


em http://www.tce.rs.gov.br/sistemas_controle/SIAPC/arquivos_informacoes.php

15.1.3 - DAS CONTAS VINCULADAS

A Lei de Responsabilidade Fiscal, no seu Artigo 8º, parágrafo único, define:


(...)
Parágrafo Único – Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.

Reafirmado pelo inciso I, do Artigo 50, da mesma LRF, quando dispõe:


(...)
Art. 50 – Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das
contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados
a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.

15.1.3.1 - OS RECURSOS VINCULADOS NO ÂMBITO DO TCE-RS

Resoluções, Instruções Normativas e Manuais Técnicos estão disponíveis em


http://www.tce.rs.gov.br/sistemas_controle/SIAPC/arquivos_informacoes.php

15.2. Procedimentos

a) verificar a utilização do Plano de Contas instituído pelo TCE-RS, em confronto ao


Balancete de Verificação, analítico, emitido pelo sistema utilizado pelo jurisdicionado, “in loco”.

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 02


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Consulta Informatizada

b) verificar a utilização de códigos para os recursos vinculados;

Consulta Informatizada

c) verificar se os saldos de encerramento das Contas do Disponível do Exercício


anterior e o saldo de abertura das Contas do Disponível do Exercício atual são coincidentes;

Consulta Informatizada

d) verificar no Balancete da Receita se os registros contábeis guardam correspondência


com os dados das transferências estaduais;

Consulta Informatizada

e) verificar no Balancete da Receita se os registros contábeis guardam correspondência


com os dados das transferências federais depositadas pelo Banco do Brasil;

Consulta Informatizada

f) verificar a conformidade dos ajustes manuais (coluna Adição/exclusão) do RVE –


Relatório de Validação e Encaminhamento, efetuados na geração do PAD – Programa Autenticador
de Dados;

Consulta no site www.tce.rs.gov.br > Contas de Gestão Fiscal > Âmbito Municipal >
Relatórios Encaminhados ao TCE > Relatórios para Consulta > RVE, RGF ou MCI

g) verificar, a partir dos percentuais de gastos com pessoal dos últimos 5 anos, se as
despesas estão sendo reduzidas mediante terceirizações ilegais, transferências, subvenções, etc.;

Consulta no site www.tce.rs.gov.br > Contas de Gestão Fiscal > Âmbito Municipal >
Estatísticas Anuais das Contas de Gestão Fiscal > Contas a partir de 2002 e Alertas a partir de
2006.

Aprovação: Luis Carlos Carvalho Data: 10/11/2009 Revisão: 02

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