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br/strategos

JOGOS DE TABULEIRO E WARGAMES

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA RIACHUELO GAMES – ANO I – NÚMERO 5 – MAIO/JUNHO DE 2008

NESTA EDIÇÃO:
1º Workshop de
Jogos de tabuleiro
Jogos introdutórios
para Advanced
Tobruk

ANÁLISES:

Amyitis

El Grande

E AINDA AS
ANÁLISES DE:
Metro
JOGO DESTA EDIÇÃO: Twilight Struggle

ZUMBI
Venus need man

Uma publicação da:

NO
MEU BOLSO
GAME ON!

A BÍBLIA DOS GAMES

Os fatos e feitos mais incríveis sobre
jogos de computador e videogame.

EDIÇÃO LIMITADA
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www.guinnessgames2008.com.br
 EDITORIAL

Editorial
www.riachuelogames.com.br/strategos

JOGOS DE TABULEIRO E WARGAMES

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA RIACHUELO GAMES – ANO I – NÚMERO 5 – MAIO/JUNHO DE 2008

NESTA EDIÇÃO:
1º Workshop de
Jogos de tabuleiro
Jogos introdutórios
para Advanced Virando o ano...
Tobruk

ANÁLISES:
Acabamos de ultrapassar a metade de 2008 e até agora tem sido um
ano muito proveitável para os jogos de tabuleiro. Apesar das empresas
nacionais continuarem ignorando veementemente os jogos modernos,
Amyitis
diversas atividades estão acontecendo e muitas iniciativas estão sendo
propagadas.
Nossa equipe realizou em junho o primeiro workshop sobre design
El Grande
de jogos e demos assim o pontapé inicial para descobrir novos talentos.
E AINDA AS
ANÁLISES DE:
Metro
Nosso objetivo é que as pessoas fiquem incentivadas e comecem a es-
JOGO DESTA EDIÇÃO: Twilight Struggle
crever seus jogos e quem sabe mandar alguma coisa para publicarmos
ZUMBI
Venus need man

Uma publicação da:

NO
MEU BOLSO
Sumário
Editorial 4
Artigos:
Games Workshop
no Brasil 10
Regras 14
1º Workshop de Jogos
de Tabuleiro 18
Analise de jogo:
Amyitis 6
Metro 12
El Grande 20
Twilight Struggle 24
Venus need men 28
Espaço Grognard
Jogos introdutorios
para ATS 30
em nossa revista.
Outro ponto é o reconhecimento de nosso trabalho. Nós aqui da
Strategos estamos muito felizes com isso, já que muita gente tem nos
lido e começando a nos referenciar como publicação nacional sobre
jogos de tabuleiro em geral.
E mais uma vez estamos inovando, neste número estamos trazen-
dode presente para vocês o famoso Zumbi no meu Bolso (Zombie in
my Pocket), jogo de cartas que é um sucesso lá fora (claro que além
disso continuamos com uma série de artigos e reviews sobre diversos
jogos). Isto marca mais uma fase de nosso trabalho, pois nosso objetivo
a partir de agora não é só oferecermos wargames e sim diversos estilos
de jogos para nossos leitores.
E finalizando gostaria de agradecer todos os colaboradores que es-
tão conosco em nossa caminhada, escrevendo reviews, dando sugestões
e trazendo algo sempre para acrescentar ao nosso trabalho. Sem eles
nada disso poderia estar acontecendo ! Muito obrigado a todos vocês !
Bom, espero que aproveitem a revista e ficamos sempre a disposição
de vocês. Nosso objetivo é continuar a evoluir o nosso trabalho, pois
queremos agradar cada vez mais os jogadores brasileiros.
Abraços
Antonio Marcelo

Jogo da edição:
Zumbi no meu bolso 36

www.riachuelogames.com.br/strategos
Colaboradores desta edição:
Alexander “Shamou” Costa, Antonio Marcelo, Visite a Riachuelo Games na internet :
Carlos Sales, Carlos Laport, Carlos Couto, Luiz www.riachuelogames.com.br
JOGOS DE TABULEIRO E WARGAMES
Cláudio Duarte e Silvio C. Martins
Edição: Maio/Junho de 2008 Composto no Brasil
Se você tem um artigo ou um jogo e gostaria de copyright 2006/2008
Publicação bimestral da Riachuelo Games sobre colaborar conosco, o que está esperando?
wargames e jogos de tabuleiro. Mande seu material em formato doc, swx ou
odt para nosso ezine, para avaliação e possível
Editor: Antonio Marcelo publicação.
Projeto Gráfico e editoração:
Alexander “Shamou” Costa Mande um email para:
Capa: Alexander “Shamou” Costa strategos@riachuelogames.com.br

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

4
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 ANÁLISE DE JOGO
Amyitis
A musa dos Jardins Suspensos da Babilônia
Carlos de Salles
Uma coleção de jogos de tabuleiro se assemelha em
vários aspectos a uma vistosa adega. Não falo apenas do
cuidado em comum para que sua coleção não seja dete-
riorada pelo efeito do tempo e do fato que quanto mais
o tempo passa, mais valiosas sua peças se tornam. Há em
comum o prazer de arrumar sua coleção em armários
com o devido carinho e cuidado. Há também (e princi-
palmente) a necessidade pela diversidade!
Assim como sua adega não pode ser formada exclusi-
vamente por vinhos top de linha, tanto porque o paladar
acaba saturando da mesma alta qualidade, quanto porque
certos vinhos mais simples são bons para o dia-a-dia, sua
coleção de jogos não pode ser feita apenas por vencedores
de prêmios ou grandes hits. Um bom colecionador pre-
cisa garimpar preciosidades escondidas entre criadores
desconhecidos e com diferentes sabores. Falo de jogos e
falo de vinhos!
Amyitis é um desses belos achados. É certo que não é
uma surpresa tão grande já que o designer francês Cyril
Demaegd é o mesmo de Ys, jogo que pode ser tido como
a catapulta da Ystari Games no cenário europeu. Por out-
ro lado, um acanhado lugar no Top 200 do BGG não cria
muitas expectativas. Invejável é a parceria de sucesso com
o irmão ilustrador Arnaud Demaged, que assina também
a arte original de Caylus e que possibilitou um jogo com
componentes e símbolos muito intuitivos.
6
Tema
Por volta de 600 a.C., o rei Cyaxares da Média (Irã)
sela a união com a Babilônia (sul do Iraque) oferecendo
a mão de sua filha Amyitis a Nabucodonossor II. A vida
da esposa preferida só é atormentada pelas saudades de
sua terra natal, dos bosques verdejantes e dos pássaros
que a visitavam ao luar. O rei não quer que a melancolia
tome conta de sua esposa e convoca quatro nobres para
uma tarefa tida como impossível: construir jardins sus-
pensos de onde toda a beleza da cidade possa ser vista.
O rei também quer que os terraços dos jardins tenham
árvores e flores tropicais, altas palmeiras e tudo que faça
sua esposa se sentir em casa. Em troca de seu esforço,
o rei pretende recompensar o nobre de maior prestígio
com toda a glória que sua corte pode oferecer.
Os jogadores representam nobres com o grandioso
propósito de consolidar um feito que jamais seria es-
quecido pela humanidade: a construção dos Jardins Sus-
pensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo
antigo. Durante o processo, eles podem aumentar seu
prestígio construindo jardins, fazendo comércio, ampli-
ando o sistema de irrigação e recrutando as pessoas cer-
tas.
Os desafios da construção não são poucos. O maior
de todos os obstáculos, que permanece uma incógnita até
os dias de hoje, é construir um sistema de irrigação que
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
Visão geral do jogo e seus componentes
conduza água a partir do rio Eufrates. Uma dificuldade
adicional é a necessidade de negociar por meio de carava-
nas em diversas cidades da Mesopotâmia para construir
novos jardins ou aperfeiçoar suas próprias construções.
Para complicar o processo, é preciso recrutar de forma
sábia o tipo certo de artesão para ajudar em suas file-
iras, o que pode não ser tão simples já que alguns podem
custar caro e nem todos eles estão sempre disponíveis.
O jogo
O jogo possui dois tabuleiros, sendo que o princi-
pal deles representa a Babilônia e o outro as cidades da
Mesopotâmia em que pode haver negociações. Na área
reservada aos Jardins Suspensos no tabuleiro principal
são dispostas aleatoriamente 16 peças (tiles) que repre-
sentam jardins em três andares, sendo que quanto maior
é o andar mais prestígio um nobre tende a receber por
construir naquela área. As peças expressam o desejo da
rainha, ou seja, quais plantas ela quer em cada espaço dos
jardins.
Os jogadores começam com três Talentos, que é a moe-
da do jogo, mais um Camelo, que representa o poder de
controlar o movimento da caravana pela Mesopotâmia, e
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
ainda com uma Caravana de nível 0 (zero) que permite o
movimento de 1 cidade por Camelo. Além disso, é claro,
eles têm muita vontade de fazer história!
A partida é composta de várias rodadas e termina no
final de uma rodada em que estiver faltando concluir ap-
enas quatro jardins (ou três jardins com dois jogadores).
A boa notícia é que os jogadores não estão sós. Fileiras
de Artesãos se apresentam no início de cada rodada para
ajudá-los com seu trabalho em troca de Talentos e até
mesmo de graça em alguns casos. Para cada jogador, um
grupo de três Artesãos aparece formando um mercado
aberto de pessoas. Eles são representados por cartas, que
são aleatoriamente dispostas abertas na mesa para serem
recrutados adiante.
É claro que o poder financeiro não poderia ficar de
fora, portanto no início de cada rodada, os jogadores re-
cebem também o investimento feito em construir Ban-
cos. Se tiverem um Banco de nível 1, recebem 1 Talento;
um Banco de nível 2 dá 2 Talentos; e o Banco de nível
3 dá como retorno 2 Talentos e mais 2 valiosos pontos
de Prestígio. Assim como nos demais aperfeiçoamentos
do jogo, só é possível construir o aperfeiçoamento de um
nível se o jogador possuir o do nível imediatamente an-
terior.
7
 ANÁLISE DE JOGO

A seguir, começa a fase de ações, que é o núcleo de

cada rodada. O jogador inicial escolhe Recrutar, Mover a
Caravana ou Passar. Depois, ele é seguido pelo jogador à
sua esquerda que decide da mesma forma. Isso prossegue
até que todos tenham passado, quando inicia o procedi-
mento de término da rodada. O jogador inicial da nova
rodada passa a ser aquele à esquerda do jogador inicial da
rodada anterior.
Em sua vez, se o jogador já tiver passado, ele apenas
ganha um Talento e não decide mais nada. Esse mecan-
ismo é interessante, pois motiva em certas rodadas a
passar cedo para poder ganhar Talentos para as rodadas
seguintes, o que é valioso, pois não há outra forma de
ganhá-los, fora através dos Bancos.
Se decidir Recrutar, o jogador vai escolher contra-
tar um dos Artesãos para trabalhar para ele. O primeiro
artesão de cada grupo sai de graça (é uma honra fazer
Uma partida em andamento
parte da história!), o segundo fica mais esperto e pede 1
Talento por seu suor e o terceiro só ajuda pela bagatela de
2 Talentos. Há quatro tipos de Artesãos: o Camponês; o templo. Quando um Clérigo chega (representado por um
Clérigo; o Engenheiro; e o Mercador. cubo da cor daquele jogador), os Clérigos que já reza-
O Camponês é seu aliado para o trabalho rural. Ele vam no lugar se adiantam uma posição de forma que o
pode colher recursos que vão ser usados nas negocia- quarto sai e retorna a seus afazeres. No final da rodada, o
ções com a caravana. Há cinco tipos de recursos: Cevada, jogador com mais Clérigos recebe um privilégio maior e
Tâmara, Sal, Palmeira ou Vinho. Mais um ponto para a o segundo lugar recebe um privilégio menor. Em caso de
comparação entre jogos e vinhos: aqui um Vinho é um empate, vence aquele com o Clérigo mais adiantado, ou
recurso-coringa, que vale qualquer um dos demais. A seja, há mais tempo no templo.
escolha do recurso depende de qual ou quais estão di- O Engenheiro é o responsável por construir canais de
sponíveis nos dois campos da Babilônia. Cada campo é irrigação preparando o terreno para que um dos jardins
uma fileira com os cinco recursos, sendo o Vinho sempre seja criado. Quando escolhido, ele dá ao jogador 2 pon-
o último. Está disponível para colheita apenas o próximo tos de Prestígio. Finalmente, o Mercador concede a quem
de cada campo. Quando escolhido um recurso, o joga- o escolhe um marcador de Camelo, que representa a in-
dor que o fez coloca um cubo de sua cor naquele espaço, fluência sobre a caravana.
deixando o próximo recurso em ordem disponível para Uma última ação que um jogador pode escolher em
um outro Camponês. Ao preencher os cinco espaços de sua vez é Mover a Caravana. Quando o faz, a caravana
cada campo, o jogador com mais cubos recebe uma carta na Mesopotâmia é movida no sentido do relógio entre as
de Jardineiro, que permite construir nos andares mais al- cidades. Para cada Camelo gasto, o jogador move a cara-
tos dos Jardins Suspensos. vana uma cidade. Adicionalmente, ele pode mover até
O Clérigo reza por você em um dos três templos: mais duas cidades se tiver uma carta de Caravana de nível
de Ishtar; Marduk; ou Tammouz. Não lembro de um 1 ou até mais quatro cidades se tiver uma carta de Cara-
mecanismo parecido em outros jogos modernos como vana de nível 2. Além disso, o jogador deve pagar obriga-
o do templo. Há quatro espaços para orações em cada toriamente os recursos relativos à cidade onde a caravana

Talentos, camelos e os recursos do jogo

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

8

Algumas cartas
terminou, recebendo benefícios por isso. Dependendo de
onde parou, ele adquire plantas para novos Jardins Sus-
pensos, aperfeiçoa ou cria seu Banco, Monumento ou
Caravana, ou ainda vende seus recursos na Babilônia.
O Banco, já explicado, gera Talentos a cada rodada.
Os Monumentos concedem a cada nível mais pontos de
Prestígio apenas no momento em que são construídos. A
Caravana, conforme já explicado, amplia as possibilidade
de movimento do jogador pela Mesopotâmia. Vender na
Babilônia gera pontos de Prestígio (6 pontos para dois
recursos ou 3 pontos para um recurso) e um canal de
irrigação.
Ao adquirir novas plantas, por sua vez, o jogador es-
colhe uma das peças (tiles) dos Jardins Suspensos já irriga-
das e recebe os pontos de Prestígio e benefícios específicos
daquela peça. Há várias recompensas diferentes, que são
cada vez melhores quanto mais alto o andar construído.
Para construir uma peça de terceiro andar é necessário
pelo menos um Jardineiro que é conseguido ao obter re-
cursos nos campos, como explicado anteriormente.
Ao final de cada rodada, apenas dois recursos podem
ser mantidos por cada jogador (ou quatro, caso o mesmo
tenha a Caravana de nível 2). Um novo Clérigo chega a
cada um dos três templos atraídos pela proximidade da
recompensa dos deuses. O jogador à direita do jogador ini-
cial (o último a jogar) deve converter um desses Clérigos
em seu e os demais são neutros (representados por cubos
cinzas). Agora é hora de cada um dos deuses prestar a seus
fiéis discípulos a recompensa maior e a menor por sua fé.
O templo de Ishtar, deusa da fertilidade, concede a
quem tiver mais Clérigos rezando a decisão entre receber
1 Camelo ou 1 Talento. O segundo colocado recebe o que
sobrar entre os dois prêmios. Marduk, deus protetor da
Babilônia, oferece respectivamente 2 e 1 ponto de Prestí-
gio a seus dois maiores seguidores. Tammouz, deus-pas-
tor da agricultua, concede o poder de receber um recurso
como um Camponês a seu maior assecla. A seu segundo
em fé, Tammouz permite que transmute um de seus re-
cursos em um outro a sua escolha (claro, menos Vinho,
porque esse deus é outro!).
Como capricho do designer, o jogador é recompen-
sado com pontos de Prestígio de bônus no final de jogo se
conseguiu construir mais do que uma determinada quan-
tidade de jardins, variando de acordo com o número de
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
jogadores. Recursos que eventualmente tenham sobrado
no final do jogo também valem 1 ponto de Prestígio cada
um.
Análise Final
Amyitis é um jogo relativamente curto que tem muitos
artifícios para a vitória. Ele é bom de ser apreciado em
uma sessão com jogos mais densos porque não é cansa-
tivo e deve agradar a iniciantes ou não. Os componentes
do jogo são independentes de língua, o que permite que
qualquer um o aprecie.
O jogo tem um fator de tomada rápida de decisão que
particularmente aprecio muito. Não há porque um joga-
dor demorar mais do que alguns segundos para decidir
o que fazer. Inicialmente, ele só precisa escolher se é o
momento certo de passar ou se vai continuar jogando.
Geralmente é rápido fazê-lo porque é possível ler quando
os demais estão prestes a passar. Em escolhendo jogar,
a decisão entre antecipar o movimento da caravana ou
tentar minimizar o gasto de Talentos recrutando não é
demorada.
Outro fator importante é que não há muito como
prejudicar especificamente um jogador em particular,
apesar do jogo não ser nem de longe um “multi-jogadores
solitário”, o que é bem-vindo para quem não gosta do
problema de coroar um rei (king-maker). Para os desav-
isados, tal problema ocorre em jogos onde um jogador
sem chances de vitória pode facilmente tomar decisões
que influenciem decisivamente para definir quem é o
vencedor, favorecendo-o em detrimento aos demais.
Definitivamente Amyitis não vai ser um dos mel-
hores de sua coleção, mas vai agradar por muitas horas
e continuar atraindo dezenas de partidas depois, o que
o caracteriza como uma boa aquisição. Há certamente
o vinho certo para cada ocasião e para cada companhia.
Amyitis é mais um bom vinho que vai gostar de ter em
seu armário. S
Nome: Amyitis
Autor: Cyril Demaegd
Editora: Rio Grande Games (EUA), Ystari Games (França),
Quined White Goblin Games (Holanda)
Ano de lançamento: 2007
Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/29934
Jogabilidade: 8
Arte: 8
Grau de Complexidade: Médio
Número de Jogadores: 2-4
Duração: 75 minutos
9
 ARTIGO
Mundos de Fantasia
chegam ao Brasil
Silvio C. Martins
Depois de mais de 25 anos chega ao Brasil um dos tí-
tulos mais jogados e que recebeu diversos prêmios e é um
dos mais populares da atualidade: Warhammer. A Games
Workshop é uma firma Inglesa craida em 1975 e que se
projetou no cenário internacional como uma das maio-
res empresas do mercado.
A Games publicou jogos de tabuleiro, RPG´s, jogos
de miniatura e popularizou o hobby há patamares enor-
Caixa básica para o Warhammer 40.000
10
mes. A Games lançou uma vasta linha de miniaturas e
jogos clássicos como Space Hulk (convertido inclusive
para computador), Bloodbowl, Talisman, Fury of Dra-
cula e publicou diversos títulos como o famoso Cosmic
Encounter, que é um dos grandes jogos clássicos republi-
cados na atualidade. A Games Workshop entra no Brasil
através da empresa Hobby Depot e promete sacudir o
nosso mercado.
Sobre o jogo
Games Workshop criou o mundo de Warhammer há
25 anos como cenário para seu jogo de miniaturas de
mesmo nome e à partir daí teve um crescimento tanto
de sua parte criativa quanto de produtos de jogo. Nestes
anos todos foram seis edições do jogo, dúzias de suple-
mentos e a incrível marca de 10 mil diferentes miniaturas
criadas para os jogos!
O mundo é ambientado numa era sombria e ameaça-
dora com diversos reinos onde Elfos, Orcs, Anões, Mor-
tos Vivos e outras raças travam combates constantemente
em grandes batalhas para conseguir o domínio sobre os
reinos e povos do Velho Mundo.
Enquanto isso as forças do Caos se empenham em mi-
nar as fundações da sociedade tanto de dentro quanto por
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
As caixas básicas para o Senhor dos Anéis e Warhammer
fora, com suas legiões de demônios, homens-bestas e cam-
peões humanos que debandaram para as forças do Caos.
Além de grandes batalhas e histórias situadas numa
era passada, o future também se mostra tão sombrio ou
mais que os reinos do Velho Mundo. No 41º Milênio a
humanidade continua sua luta contra as forças do Caos
numa onda contínua de batalhas épicas e colossais, en-
volvendo mundos produtores de máquinas de Guerra,
tropas de todos os cantos da galáxia, criando em mundos
onde seguem um rígido Códice de conduta.
Essas tropas, conhecidos como Space Marines lutam
contra hereges, traidores e mantém criaturas horrendas
como Orks, Tyranids e Tau em suas fronteiras, tudo para
assegurar o império da humanidade e assim a sobrevi-
vência da raça humana.
Todo este universo mágico e super detalhado chega
agora ao Brasil através da Hobby Depot, importadora si-
tuada em Vinhedo e que começa a distribuir o material
da Games Workshop para lojas em todo o Brasil.
São 3 linhas básicas, uma para os mundos de fanta-
sia, o Warhammer Fantasy Battles; o Warhammer 40,000
para o cenário futurista e Lord of the Rings para a linha
de jogos e miniaturas do Senhor dos Anéis.
O jogo segue as linhas básicas de qualquer jogo de mi-
niaturas, com fases de movimento e combate onde os jo-
gadores podem gerenciar as tropas e assim monopolizar
as ações no campo de batalha, buscando a conquista de
Um portal na internet em português
para os jogadores de wargame
Um site com análises, guias de empresas de jogos, recur-
sos, jogos grátis e tudo que você precisa para se iniciar no
mundo dos jogos de guerra e simulação em tabuleiro.
O que você está esperando?
Acesse:
http://www.portaldoswargames.com.br
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
objetivos ou simplesmente tentando aniquilar o inimigo.
Diferente de muitos jogos, Warhammer traz um con-
ceito diferente, nunca visto antes no Brasil. É um jogo
onde não se usa um tabuleiro, e onde o lúdico se alia ao
hobby de plastimodelismo fazendo com que os jogadores
montem sua área de jogo e montem e customizem seus
exércitos.
Este fator, além de ampliar e muito o tempo dedicado
ao hobby e ao jogo, fazendo dele uma atividade muito
prazerosa, faz com que pais e filhos atuem em conjunto
numa atividade envolvente para ambos os lados.
Isso se reflete também no estilo das lojas que traba-
lham com a Games Workshop no mundo. Todas elas pre-
zam pelo cliente local e por novos interessados no hobby,
sempre demonstrando os jogos em suas dependências,
apoiando atividades paralelas como torneios e dias de
pintura, etc.
No jargão dos jogadores são conhecidas pela sigla
FLGS (Favorite Local Game Shop), um lugar onde além
de comprar, o jovem se sente bem ao encontrar amigos,
pessoas com interesse em comum e uma loja ativa para
seu hobby.
No EIRPG de 2008 teremos pela primeira vez no Bra-
sil um stand da Games Workshop, com todas estas ati-
vidades e muito mais, mostrando ao público brasileiro
o potencial do jogo e consolidando no Brasil uma nova
comunidade internacional de Warhammer. S
11
ANÁLISE DE JOGO
Metro
A construção do metrô de Paris
Antonio Marcelo
Introdução
Paris é uma das cidades mais bonitas do mundo, tive
o grande prazer de conehce-la e ver a riqueza cultural ex-
istente naquele local. O Louvre, Invalides, Notre Dame,
tantos outros locais belos que são verdadeiros tesouros
da humanidade. Em 1900 foi inaugurada durante a fei-
ra Mundial em Paris, o metrô, com a chamada linha 1,
feito em um belo estilo arquitetônico com suas chamadas
“Gares” (estações), tornando-se um meio de transporte
Uma partida em andamento
12
cmpleto. O metrô parisiense se expandiu em 1914 com
a grande guerra e depois em 1930 com a inauguração da
linha 11, formando um complexo de 11 linhas que co-
brem a cidade inteira pelo subterrâneo.
Durante o seu período de construção a cidade sofreu
com as obras, mas logo em seguida a sua inauguração foi
agraciada com um sistema metroviário mais completo
do mundo, levando qualquer um a qualquer ponto da
cidade.
Quem tiver oportunidade de conhecer o Metrô de
Paris poderá sentir a atmosfera do mesmo neste jogo da
Queen Games: Metro, que é simples e muito divertido.
Neste nosso review iremos falar um pouco sobre ele.
O Jogo
Metro (http://www.boardgamegeek.com/game/559) é
um jogo que se ambienta durante a construção do metrô
de Paris,onde os jogadores deverão interligar as estações,
(curiosamente este jogo inicialmente se chamava Iron
Horse) marcando pontos com estas ligações. Pode ser
jogado de 2 a 6 jogadores e utiliza uma mecânica de “tile-
placement” (colocação de peças) simples de aprender e
muito divertida.
O jogo é formado por um tabuleiro mostrando as
principais estações da linha 1 do metrô durante a sua
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
Tabuleiro, cartões de setup e uma das cartelas com os tiles do jogo
inauguração na feira mundial de 1900. Além disso ex-
istem um conjunto de 72 peças (tiles) que representam
as junções das linhas que os jogadores deverão colocar
no tabuleiro durante o jogo, além de 61 peças d emadeira
representando os trens nas estações e 6 para os jogadores
(para marcar pontos de vitória).
Os jogadores inicalmente escolhem suas cores e co-
locam seus marcadores nas estações iniciais do jogo. As
peças de trilho são embaralahadas e colocadas de maneira
oculta afim de cada jogador sorteie uma delas e coloque
num quadrado a frente de sua estação. Em seguida cada
um deles vai colocando as peças formando caminhos, até
conseguir interligar uma estação com a outra ou então
com as estações subterrâneas no centro do tabuleiro (es-
tas dobram a pontuação). Cada peça que interliga uma
estação com outra vale 1 ponto e no final do jogo aquele
que fizer mais pontos ganha.
Apesar de aparentemente ser um jogo simples é muito
divertido e que faz com que os jogadores comecem a a
partir de um determinado momento, não mais interligar
e sim bloquear o caminho de seu oponente impedindo
assim as suas ligações.
O sistema
O jogo é muito simples, tratando-se de um “tile-
placemente” clássico, com regras muito simples e que
em menos de 10 minutos o jogador experiente estará
se divertindo. O jogo ainda é muito bom para crian-
ças e jogadores novatos, tendo um grau de jogabilidade
muito alto e que sempre permite novas partidas com
resultados muito diferentes das anteriores. Mesmo com
jogadores de diferentes graus de habilidade jogo, se tor-
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
na bem competitivo e ao fim de duas partidas a curva de
aprendizado é muito alta.
Conclusões
A Queen Games anda supreendendo a mim a cada
momento. Inicialmente joguei o Don (http://www.
boardgamegeek.com/game/1376) que gostei muito, e
depois o Industria (http://www.boardgamegeek.com/
game/8124) o qual pretendo comprar e ter em minha
coleção. O Metro foi uma grata surpresa e realmente
fiquei feliz em ter escolhido o mesmo ( eu estava numa
loja na Holanda com ele e o Ticket to Ride cardgame na
mão, mas acabei optando por ele, talvez por estar com
saudades de Paris...). Um jogo simples, rápido e diverti-
do para todos aqueles que realmente desejam se iniciar
nos jogos modernos. Apesar de ser de 1997, continua
sendo bem atual e ótimo para uma partida rápida com
novatos. Não foi recomendado a toa para o Mensa Se-
lect de 2001 e o Nominert til Årets Familiespill - Nomi-
nated for Family Game of the Year Norway em 2005.
Recomendo ! S
Nome: Metro (originalmente Iron Horse)
Autor: Dirk Heen
Editora: Queen Games
Ano de lançamento: 1997
Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/559
Jobabilidade: 8
Arte: 8
Grau de Complexidade: Fácil
Número de Jogadores: 2-6
Duração: 45 a 50 minutos
13
 ARTIGO
Regras do jogo
A pedra de Roseta do jogador
Antonio Marcelo
Finalmente seu jogo está pronto, testado, aprovado
por dezenas de playtestes e pronto para encarar a pro-
totipação para ser apresentando a uma eventual empre-
sa interessada. Arte pronta, dotada de beleza sem igual,
componentes bem acabados, caixa definida e regras. Re-
gras? Como assim?
Um projetista de jogos não pode estar presente na casa
de cada um explicando o jogo para que todos possam se
divertir. Neste caso as regras são o canal primordial de
comunicação entre o jogador e o projetista, contribuin-
do para o sucesso ou não do entendimento do mesmo.
Escrever uma regra não é uma tarefa muito trivial, pois
envolve um roteiro a ser seguido, mas não é nada impos-
sível e pode ser feita mediante prática. Existem ótimos
exemplos para serem explorados e mesmo “copiados” e
que servem de base para qualquer regra de jogo. Ago-
ra devemos ter muito cuidado, pois nos dias de hoje as
“regras tratado” (com um número absurdo de páginas
e complexas de serem lidas), estão se tornando peças de
museu. Vamos neste artigo dar algumas dicas de como
escrever uma regra simples e enxuta.
Regras: Como é que eu Faço?
Tenho muita facilidade de escrever, e gosto muito des-
ta atividade (além de designer de jogos sou escritor de
14
livros de TI, isto ajuda...), desenvolvi uma metodologia
para escrever regras, baseadas em documentação de vá-
rios sistemas e apostilas de treinamento. Mas nem sem-
pre foi assim...
A primeira regra que eu escrevi na minha vida foi para
um wargame aos meus 17 anos. Confesso que não tinha
a mínima idéia na época de como fazer isso, então eu co-
piei. Isto mesmo eu peguei a regra de um outro jogo e
simplesmente vi como ela era organizada, como ia apre-
sentando a idéia, seus componentes, etc e copiei a “ma-
neira” de como era feita. A partir daí fui desenvolvendo
um estilo próprio até chegar a algo inteligível (realmente
saíram coisas horríveis, e ainda saem...), mas hoje as pes-
soas conseguem entender o que eu escrevo. A partir daí
observei que as regras são formadas por blocos distintos,
dos quais vou apresentar abaixo:
a) Apresentação do jogo – Neste ponto da regra é apre-
sentado o jogo, sua história e seu contexto. Aqui o au-
tor faz uma prévia do que se trata e sua jogabilidade.
Muitos autores gostam de falar um pouco mais sobre
o universo ou contexto histórico do jogo, mas sem
deixar o jogador entediado.
b) Apresentação dos Componentes – Aqui o autor apre-
senta os componentes do jogo e que servem de orien-
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
 tação para o jogador verificar se tudo está ok. Uma
lista simples dos componentes pode bastar
c) Configuração do jogo (o famoso setup) – Aqui o au-
tor apresenta como o jogo deve ser arrumado com
seus componentes para o início da partida. Normal-
mente apresenta o tipo posicionamento de peças, car-
tas, quantidade de dinheiro, etc.
d) Fases do jogo – Aqui o autor apresenta o jogo em si, a
sua mecânica. Eu recomendo para os iniciantes escre-
verem as fases e verificarem se as mesmas tem sentido,
tendo cuidado para não esquecer nenhum detalhe.
e) Condições especiais – Aqui o autor apresenta cartas,
eventos ou condições que possam ocorrer no desen-
rolar do jogo. Por exemplo uma situação que possa
mudar alguma fase ou condição de vitória.
f) Condições de vitória – Aqui o autor apresenta os cri-
térios de vitória e desempate de uma partida
g) Regras alternativas – alguns autores gostam de regras
alternativas que possam dificultar ou colocar novos
situações a uma partida. Este ponto é opcional.
h) Créditos – Aqui vai o nome dos pobres coitados que
aturaram e ajudaram durante todo o processo de de-
senvolvimento de sua criação.
i) Notas do projetista – Se você quiser falar um pou-
co sobre como o jogo surgiu seu mecanismo, etc esta
seção está aí para isso. Tem muita gente que aprecia
isso (eu sou um deles), mas não é comum aos jogos
alemães.
NOTA: Cuidado com a linguagem, as regras normal-
mente são austeras (tirando alguns jogos) com uma lingua-
gem sem gírias e sem erros gramaticais. Peça para um pro-
fissional especializado revisar antes de levar a produção.
Batismo de Fogo
Cada ítem de uma regra pode ser modificado, reti-
rado ou melhorado fazendo o texto escrito ter sentido
ou não. De qualquer maneira o teste mais importante
para uma regra é submeter a mesma a um jogador. En-
tregar a regra a um jogador de confiança e pedir para
que ele faça observações sobre o que está escrito ali
e se o texto permite realmente jogar uma partida de
sua criação é a melhor prova de fogo para um texto
de regra. Normalmente nas primeiras impressões vão
surgir situações que não foram previstas, e estes feed-
backs serão muito importantes. O texto poderá ganhar
mais informações e ser enxugado em alguns outros
pontos, melhorando todo o contexto apresentado. Va-
mos apresentar um exemplo abaixo, de um jogo fictí-
cio para todos poderem ter uma idéia de como pode
ser uma regra

Nome do Jogo Dominó Temático

Autor Antonio Marcelo
Introdução Dominó temático é um jogo que permite as crianças através de um dominó de figuras,
aprender sobre diversas áreas de conhecimento. Objetivo é Interligar os blocos de figu-
ras com a mesma raiz temática. O jogo pode ser disputado de 2 a 6 jogadores entre 5
e 8 anos.
Componentes - Um conjunto dominó com 60 peças com figuras relacionadas
- Uma sacola para esconder as figuras
- Uma superfície plana ou mesa para jogar
Preparação Coloque as peças na sacola, em seguida cada jogador tira sete delas e as mantém
ocultas em sua mão. Eleja o jogador que iniciará, ele sorteará uma figura da sacola e
deverá colocar na superfície. Se tiver uma figura em sua mão com relação temática a
da mesa, poderá colocá-la interligando-a, caso contrária compra uma nova da sacola e
passa a vez. O jogador a sua direita é o próximo.
O Jogo Cada jogador deverá examinar suas figuras. Se uma delas tiver alguma ligação temáti-
ca com a figura inicial, poderá colocar ligando-a como um dominó.
Se não tiver ele compra uma nova da sacola e passa a vez. Isto é feito até alguém ficar
sem uma figura na mão.
Condições de Vence aquele que tiver acabado com as figuras de sua mão. Se as figuras da sacola
vitória acabarem e não existir um vencedor, ganha aquele que tiver menos figuras em sua
mão.

Maio/Junho 2008 – STRATEGOS

15
 ARTIGO

Este exemplo mostra os módulos básicos de uma re-
gra, obviamente que o jogo acima é muito simples, mas
serve para termos uma idéia de sua estrutura.
Palavras Finais
Acho que todos aqueles projetistas que forem escre-
ver as suas regras deverão sempre lembrar que clareza e
simplicidade são a chave mais importante nos dias atuais.
Poucos são os jogadores que tem a paciência de ler mui-
tas páginas de regra, muita gente foge disso. Recomenda-
mos que o projetista conte com a ajuda de seus amigos e
de outros jogadores, pois como dissemos anteriormente
são excelentes balizadores. Espero que este artigo possa
ajudar a todos e gostaria muito de receber críticas e opi-
niões a respeito. S

A Linha Gótica foi uma das últimas linhas

de defesa alemães nos estágios finais da S
Guerra Mundial, na Itália. Foi organizada pelo
Marechal de Campo Albert Kesselring e era
formada por um contingente de veteranos que
apesar de diversos problemas conseguiram
segurar os aliados até a ofensiva de primav-
era de 1945. Nesta campanha a Força Expe-
dicionária Brasileira participou do 4º Exército
Americano, tomando parte em diversas batal-
has, entre elas a de Monte Castelo, uma das
mais duras e difíceis.
No jogo Monte Castelo e a Linha Gótica os
jogadores reencenarão a campanha da Itália
em seus aspectos a nível estratégico. Poderá
comandar os exércitos e reproduzirem os
combates que permitiram a queda Alemã na Componentes:
Itália. Um jogo com um belo mapa, peças Tabuleiro dividido em 6 seções A3
representando os diversos exércitos partici- 1 Livro de Regras
1 Ficha de Tabelas
pantes, é um wargame clássico em todo seu
1 Folha contendo 194 peças de jogo
estilo.
Um jogo de autoria de Reinaldo Theodoro

Encomendas podem ser feitas pelo email riachuelo@riachuelogames.com.br

RG RIACHUELOJOGOS

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DE
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TA B U L E I R O E WARG AMES

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JOGOS DE TA B U L E I R O E WA RG A M E S

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JOGOS DE TA B U L E I R O E WARG AMES

GAMES
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
16
 A Pratzen Editions é uma empresa
Francesa dedicada aos jogos de
tabuleiro e wargames. A especialidade
da empresa são jogos no perído
Napoleônico, e a empresa tem planos
para jogos em outros períodos.

http://www.pratzen.com

A Canon en Cartons é uma empresa

Francesa de wargames, criada no início
da década de 80 por Pascal Da Silva e
Frédéric Bey, publicando diversos títulos
na linha napoleônica e histórica. A
empresa possui duas séries de jogos a Au
fil de l’épée, a nível tático, com batalhas
da Idade Média e a Jours de Gloire
dedicadas as batalhas Napoleônicas.

http://perso.orange.fr/jours.de.gloire/CeC_US.htm
 ARTIGO

1º Workshop de
Jogos de Tabuleiro
Antonio Marcelo

Um dos principais objetivos de nosso trabalho de di-

vulgação de jogos é formar pessoal capacitado para com-
preender e desenvolver produtos voltados para esta área.
A lacuna que os jogos de tabuleiro hoje no Brasil é de
cerca de 20 anos, com as indústrias de brinquedos conti-
nuando a repetir fórmulas gastas e sem inovação.
Tendo em vista esta situação a Riachuelo Games jun-
tamente com o Sesc realizaou no dia 10 de junho de 2008
o primeiro workshop sobre design de jogos de tabulei-
ro, no estado do Rio de Janeiro. Com uma turma de dez
participantes, este workshop permitiu avaliar não só as
necessidades do público em geral, mas para verificar que
existem pessoas carentes de informação e com um ótimo
grau de criatividade. Apresentado por Antonio Marcelo e
Flávio jandorno, focou inicialmente os jogos de tabulei-
ro, mas apresentou diversos tópicos sobre jogos eletrôni- Antonio Marcelo ministrando um das atividades de sala de aula
cos em geral.

projeto durante o workshop, com uma série de exercícios

O Workshop
A base do workshop foram os jogos modernos Euro-
peus, movimento iniciado em 1995 com o lançamento
do Settlers of Catan passando por toda a evolução até os
dias atuais. Foram apresentadas as principais mecânicas,
dando enfase ao trabalho de desenvolvimento destes no-
vos tipos de jogos. Foi apresentada uma metodologia de
práticos, levando aos participantes quebrarem a “barrei-
ra” de como colocar suas idéias no papel.
As atividades que foram realizadas permitiram que as
pessoas assimilassem os conceitos de construção de um
jogo e que externassem as dúvidades, bem como come-
çassem a enxergar como o processo de criação é realiza-
do. O principal exercício da construção de um jogo no fi-

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

18
Pessoal no meio da aula
nal do workshop, levou os participantes se dividirem em
grupos e com a utlização de tesoura, canetas, cartolina e
cola, construírem seus protótipos. Notamos que as idéias
conseguiram tomar a forma e muitas das mesmas leva-
ram a seus criadores a continuar e apresentar em eventos
de jogos seus protótipos.
Aspecto Lúdico e Educacional
Este workshop foi um ótimo laboratório para colo-
carmos uma série de idéias nossas, no que diz respeito a
ludologia e a conceitos que estamos estudando. Podemos
verificar em nosso laboratório o seguinte
- Os participantes querem novos jogos;
- Muitos participantes de trabalhar mais o aspecto dos
jogos eletrônicos;
- Alguns participantes não conheciam os jogos mais
modernos;
- Os participantes conseguiram quebrar a barreira de
materializar as suas idéias.
O ponto mais importante na nossa opinião no que diz
respeito ao workshop foi a “quebra da barreira”, ou seja
os participantes puderam colocar no papel suas idéias e a
partir daí iniciar o ciclo de desenvolvimento de um jogo.
As nossas impressões iniciais é que as pessoas envolvidas
durante a atividade de nosso treinamento pudessem sim-
As meninas trabalhando em seu protótipo
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
Pessoal “Prototipando” um jogo
plesmente “travar”, ou seja ficarem inibidas no que dizem
respeito ao desenvolvimento.
Para nossa surpresa as idéias apresentadas passaram
até pela área de jogos abstratos, coisa que os próprios
organizadores não focaram inicialmente durante o de-
senvolvimento do material de trabalho. Para nós isto foi
uma falha grave de nossa estrutura já que existem diver-
sos exemplos de jogos abstratos (como o Hive, o Mancala,
etc) e que deverão ser explorados nos futuros workshops.
Algo que foi muito apreciado foram as atividades de sala
de aula, e que puderam descontrair e colocar os alunos
para trabalhar.
Esta interação foi riquissíma e nos trouxe idéias durante
o processo (uma idéia de jogo surgiu durante o processo)
e serviu como um excelente balizador de conceitos. Acho
que no geral foi um trabalho muito proveitoso.
Conclusões Finais
Basicamente nosso workshop nos trouxe uma abertu-
ra muito grande no que diz respeito ao trabalho de de-
senvolvimento. As experiências posteriores que tivemos
na organização de nossos eventos não trouxe a riqueza
de resultados obtidos em sala de aula. Obviamente que
algumas coisas precisam ser melhoradas e podemos citar
por exemplo:
a) Duração – Os próximos workshops deverão ser de 4
horas, pois as 3 horas iniciais realmente foram insufi-
cientes para a parte prática final;
b) Jogos abstratos – Deverá ser mais explorado o tópico
de jogos abstratos, coisa que foi pouco falada e que é
riquissíma em conteúdo;
c) Sala de aula – Seria muito interessante a abordagem
mais ampla da utilização de jogos em sala de aula.
Acreditamos que nas próximas edições estas melho-
rias serão implementadas e poderemos usufruir cada vez
mais desta rica experiência e da troca de informações en-
tre todos os participantes. S
19
 ANÁLISE DE JOGO

El Grande
Carlos Couto

O Rei da Espanha está com o poder fragilizado, e os MECÂNICA DO JOGO

“Grandes” poderosos estão tentando tomar o poder das
cidades e se infiltrando até mesmo no castelo, sem que o
Rei veja.
É essa a história de um dos melhores jogos de controle
de área de todos os tempos, o El Grande. Criado por Wolf-
gang Kramer e Richard Ulrich (que já trabalharam juntos
em outro jogo, o Princes of Florence), apesar de já terem se
passado mais de 10 anos do seu lançamento, é um jogo que
continua a ser surpreendente e desafiante a cada partida.
Cada jogador recebe no início da partida 31 cubos
pequenos e 1 cubo maior representando o “Grande” da
sua cor. Desses cubos separam-se 10, essa será sua corte o
restante é denominado província.
Na colocação inicial embaralham-se as cartas com o
nome das cidades e cada jogador sorteia uma, nessa ci-
dade sorteada coloca 2 cavaleiros da corte e o “Grande”.
Sorteia-se também uma cidade onde o Rei começa.

VISÃO GERAL
O jogo é composto por um tabuleiro onde está rep-
resentado o mapa da Espanha medieval, um castelo (4
peças de madeira encaixadas), um deck de cartas de ação
(que são a alma do jogo), um deck para o leilão do turno
e um disco com as regiões (um para cada jogador), um
“pitoco” que representa o Rei e vários cubos de madeira
para cada jogador.
Uma coisa que eu não posso deixar de falar é sobre o
manual do jogo, que é um dos mais bem explicados que
eu já li, dificilmente você terá alguma dúvida que não seja
sanada por ele, inclusive todas as cartas do deck são expli-
cadas detalhadamente, evitando qualquer mal-entendido
nas regras.
As peças de madeira do jogo

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

20
O tabuleiro
O deck de ação é separado conforme uma numeração
que vai de 1 a 5, e abrimos a primeira de cada pilha. Es-
sas ações são a alma do jogo, pois são com essas cartas
que colocamos, movemos ou tiramos os cavaleiros do
tabuleiro.
No início de cada turno todos os jogadores usam
seu deck de leilão para sabermos a ordem das jogadas.
Os números (que vão de 1 a 13) não podem ser repeti-
dos e no turno seguinte aquele que saiu por último é o
primeiro a colocar seu número. Esse deck também serve
para transportar cavaleiros da província para a corte
(quanto menor o número da carta, mais cavaleiros pas-
sam para a corte).
Feito isso o primeiro jogador escolhe sua ação, o
número estampado na carta de ação é quantidade de
cavaleiros que você vai passar da corte para o tabuleiro.
Existe uma regra básica na colocação dos cavaleiros. Você
só pode colocar seus cubos nas regiões adjacentes onde
está o Rei, e a região do Rei não pode ser mexida.
O único espaço que desobedece essa regra é o castelo,
lá você pode colocar seus cavaleiros em qualquer mo-
mento do seu turno.
Nos turnos 3, 6 e 9 acontece a pontuação dos ter-
ritórios, primeiro cada jogador usa o seu disco de regiões
para secretamente escolher o destino dos seus cavaleiros
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
que estão no castelo. Depois abre-se o castelo, pontua-se
e mandam os cavaleiros para os destinos escolhidos.
A pontuação é feita da seguinte maneira, pontuam-se
apenas os três primeiros lugares de cada região, quando
acontece um empate duplo os dois recebem o valor do
segundo colocado, quando acontece um empate triplo os
três recebem o valor do terceiro colocado. No final do
jogo quem tiver mais pontos ganha.
Existe um bônus para a região onde está o “Grande”
da sua cor e onde está o Rei, portanto é sempre bom pen-
sar bem na hora da colocação do Rei para aproveitar esses
bônus.
DICAS E MACETES
O macete do jogo é tentar usar sempre que possível as
cartas de pontuação instantânea durante os turnos. Sem-
pre que possível minimizar a pontuação dos adversários.
Se espalhar por todo o tabuleiro, qualquer pontinho
(mesmo que só estando em terceiro em determinada
região) pode fazer diferença no final do jogo (digo isso
pois já ganhei e já perdi partidas por diferenças de um
ponto).
E como já falei acima aproveitar a movimentação do
Rei é uma das dicas mais importantes, tanto que a carta
21
 ANÁLISE DE JOGO
Alguma das cartas de ação
de ação que move ele é a única que está disponível em
todos os turnos e é também a que coloca o maior número
de cavaleiros no tabuleiro.
CONCLUSÃO
O jogo é fantástico, cheio de reviravoltas e sempre
com espaço para os jogadores darem rasteiras uns nos
outros. As cartas de ação mandam e escolher bem pode
representar seu triunfo ou sua ruína.
É claro que por ser um jogo onde várias coisas acon-
tecem durante o turno, o caos as vezes impera, inclusive
dificultando a previsão de jogadas para muitos turnos à
frente. Mas isso não tira em nada o brilho do jogo.
Uma boa opção para aquele grupo que já conhece al-
guma coisa dos jogos modernos e está querendo dar um
passo à frente. S
Batalha Naval do Riachuelo
Autor: Antonio Marcelo
Componentes:
• Mapa colorido em formato A3
• Livreto de Regras
• Folha de Tabelas
• Fichas dos Navios
• 63 Marcacores Representando a Marinha Brasileira,
Paraguaia e eventos de jogo.
22
Nome: EL GRANDE
Autor: Wolfgang Kramer e Richard Ulrich
Editora: Rio Grande Games / Hans in Glück
Ano de Lançamento: 1995
Link no BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/93
Jogabilidade: 9,0
Arte: 9,0
Grau de complexidade: médio/alto
Número de jogadores: 2 a 5 (ideal para 4 ou 5)
Idade recomendada: à partir dos 12 anos.
Duração: 90 a 120 minutos
Prêmios: 1995 Meeples’ Choice Award / 1996 Deutscher
Spiele Preis / 1996 Spiel des Jahres / 1997 Årets
Voksenspil, Adult Game of the Year Denmark
Expansões: El Grande: König & Intrigant / El Grande:
Grossinquisitor und Kolonien / El Grande: Grandissimo
(Todas sairam juntas na edição especial de 10 anos).
Batalha Naval do Riachuelo é um
wargame para dois jogadores, que reproduz
a mais famosa batalha naval da Guerra do
Paraguai. A Batalha Naval do Riachuelo,
ou simplesmente Batalha do Riachuelo,
travou-se a 11 de Junho de 1865 às
margens do rio Riachuelo, um afluente do
rio Paraguai, na província de Corrientes, na
Argentina.
Considerada pelos historiadores militares
como uma das mais importantes batalhas
da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1865).
Trata-se de uma das principais batalhas
navais da Marinha Brasileira e garantiu
a supremacia do Brasil em termos de
controle naval.
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
FIREFIGHT GAMES
wargames de qualidade agora em português
A Riachuelo Games agora com uma parceria Firefight Games do famoso Designer de
wargames Perry Moore, esta traduzindo e colocar a vendas seus jogos aqui no Brasil.

A compra é feita diretamente no site da Firefight, sendo possível adquirir em dois

formatos: impresso, ou em arquivo pdf.

Ponyri: O Stalingrado de Kursk, Nawana:Verdun na

7 a 10 de Julho de 1943 Guerra do Chaco 1933

Ponyri reproduz a batalha da Estação de Ponyri em
7 de Julho de 1943 na frente Russa, envolvendo
o exército vermelho e o alemão. Como muitas
batalhas, não existe uma justificativa para que a
mesma tenha ocorrido. A estação de trem de Ponyri,
localizada numa cidadezinha russa, que na realidade
era formada por uma escola, torre de água,uma
fábrica de tratores e um punhado de casas, não tinha
importância militar alguma. Entretando haviam dois
inimigos poderosos e determinados, lutando entre si
e como antigos deuses na mitologia Grega, tentando
eliminar seu oponente. A batalha se transformou
emum sumidouro que tragou mais de 100.000
homens de baixas totais dos dois lados.
Nawana: A Verdun na Guerra do Chaco, engloba
os três dias de batalha entre a Bolívia e o Paraguai
durante a longa Guerra do Chaco. Este conflito foi a
única guerra declarada ocorrida na América do Sul.
Falando de maneira resumida, a Bolívia necessitava
de um acesso ao oceano Atlântico. A descoberta
de minérios e petróleo pela Shell e a Standar Oil
despertaram em ambos países interesses pela área
do desértica do Chaco. Para a Bolívia,o acesso ao
Atlântico permitiria lançar oleodutos em direção ao
Rio Paraguai, propiciando assim a possibilidade de
comércio exterior. A guerra iniciou-se em 1932 e
seu término em 1934, com ambos países arrasados
economicamente. Os Bolivianos foram derrotados
nas principais batalhas, e no final do conflito tinham
sido empurrados cerca de 482 quilômteros de suas
posições originais, profundamente, para os sopés
dos Andes.

Mais informações no site da Riachuelo Games (www.riachuelogames.com.br)

www.firefight-games.com
ANÁLISE DE JOGO

Twilight Struggle
Luiz Cláudio Duarte

Twilight Struggle é um jogo para dois jogadores que

simula a Guerra Fria entre Estados Unidos e União So-
viética.
O jogo se desenvolve sobre um tabuleiro que apre-
senta o mapa-múndi, com caixas representando cada
país sobre o qual as superpotências podem exercer sua
influência. Alguns países são países-chave (battleground
countries) – não necessariamente os países mais impor-
tantes ou os mais influentes em uma região, mas os mais
estratégicos dentro do contexto da Guerra Fria. Assim,
por exemplo, as duas Alemanhas são países-chave, mas
a Inglaterra não o é. Cada país tem ainda um grau de
estabildiade, que varia de 1 (muito instável) a 5 (extre-
mamente estável).
Visão geral do jogo
A vitória no jogo é determinada por pontos de vitó-
ria, que são comuns aos dois jogadores: quando a URSS
ganha um ponto de vitória, os EUA perdem um ponto.
Se um dos jogadores chegar a 20 pontos de vitória, ganha superpotências. Por exemplo, a carta na foto abaixo tem
uma vitória imediata; se isso não acontecer, ao fim do valor de operações 4 e representa ou o medo do "Perigo
jogo quem tiver mais pontos de vitória ganha. Um joga- Vermelho" (Red Scare), se jogada pelos EUA, ou um ex-
dor também pode perder o jogo imediatamente se der purgo (Purge), se jogada pela URSS. O texto abaixo do
condições para que aconteça uma guerra nuclear. título explica os efeitos da carta – no caso, as cartas do
As ações dos jogadores e os eventos mundiais são de- oponente passam a ter seu valor de operações reduzido
terminados por cartas. Cada carta tem um valor de ope- em 1 durante este turno de jogo.
rações no seu canto superior esquerdo, variando de 1 a A duração do jogo é de até 10 turnos, divididos em
4, e um evento histórico associado a uma ou ambas as três períodos – Early War, Mid War e Late War. Há um

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

24
Mapa, Peças e exemplos de cartas do jogo
conjunto de cartas associado a cada período, mas algu-
mas cartas podem continuar no jogo mesmo além de seu
período inicial. Por exemplo, a Guerra da Coréia pode
ocorrer apenas uma vez, geralmente na Early War; mas
as guerras árabe-israelenses podem ocorrer mais de uma
vez, em qualquer período.
Uma carta pode ser usada de duas maneiras: reali-
zando o evento nela indicado, ou usando o seu valor de
operações (e, neste caso, o evento não acontece). Há, po-
rém, um complicador: se um jogador usa os pontos de
uma carta cujo evento é benéfico ao adversário, o evento
acontecerá de qualquer maneira. Existem meios limita-
dos para contornar esta regra – por exemplo, uma carta
pode ser usada na pesquisa espacial, descartando-a sem
realizar o evento – mas, de forma geral, isso garante que
grande parte dos eventos acontecerão, ainda que à revelia
dos jogadores.
Quando uma carta é usada pelos pontos, o jogador
pode usá-la para diversos tipos de operações. Ele pode
aumentar a sua influência em um país, ele pode tentar re-
duzir a influência inimiga em um país, ou ele pode tentar
realizar um golpe de estado em um país – que, se tiver su-
cesso, reduzirá a influência inimiga no país e poderá até
substituí-la pela sua. A primeira operação é determinísti-
ca – x pontos de operação compram y pontos de influên-
cia – e as outras dependem de um lance de dados, tanto
mais difícil quanto maior for a estabilidade do país.
Quando a diferença entre as influências dos jogadores
é igual ou maior ao valor de estabilidade do país, aquele
país passa a ser controlado por quem tem mais influência
nele. Por exemplo, a Alemanha Ocidental tem estabilida-
de 4; se a URSS tiver 2 pontos de influência lá, os EUA
precisarão de 6 pontos para controlá-la.
O controle dos países, especialmente os países-chave,
tem um impacto direto sobre a contagem de pontos de
vitória. Algumas das cartas são cartas de contagem (sco-
ring) de regiões; por exemplo, contagem da Europa ou
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
contagem do Sudeste Asiático. Quando estas cartas são
jogadas, computam-se os pontos de vitória de cada joga-
dor na região indicada, conforme os países controlados
nela. Os jogadores marcam pontos pela simples presen-
ça, pela maioria, e pela dominação total de uma região, e
marcam pontos por estas condições.
De forma geral, quando um jogador tem uma carta de
contagem na mão, procura maximizar sua influência na
região antes de jogá-la. Mas seu adversário, vendo-o au-
mentar a influência, digamos, no Oriente Médio, vai ten-
tar contrapor a sua própria influência na região. Assim,
o jogo recria admiravelmente a lógica da Guerra Fria, na
qual um país ou uma região eram importantes não por
seu valor intrínseco, mas porque o adversário estava in-
teressado neles
Da mesma maneira, o jogo fundamenta-se em alguns
axiomas da Guerra Fria, como a teoria dos dominós. Isto
não quer necessariamente dizer que os autores do jogo
concordam com estes axiomas, mas eles servem para di-
recionar o jogo dos participantes para as mesmas linhas
nas quais as superpotências funcionavam durante o perí-
odo. Assim, dizer que uma vitória de de Gaulle implicava
em aumentar a influência soviética na França é uma to-
lice histórica, mas, como as superpotências enxergavam
o mundo como um jogo branco-e-preto de soma zero,
dentro do jogo isto faz sentido.
As três fases do jogo têm características distintas. Em
geral, a URSS leva vantagem durante a Early War e tem
uma chance razoável de conseguir uma vitória rápida.
Porém, se os EUA conseguirem evitar a vitória soviética,
vêem suas chances de vitória crescerem com o prolonga-
mento do jogo. Esta assimetria, mais uma vez, correspon-
de à situação histórica e, como nos wargames, o desafio
dos jogadores é reescrever a história, apesar do peso dos
eventos.
Por outro lado, o fato de o jogo basear-se em cartas
e lances de dados implica em um forte componente de
25
 ANÁLISE DE JOGO

sorte. É possível, por exemplo, que um jogo se desenrole Nome: Twilight Struggle
até o fim sem que a OTAN seja criada, ou no qual Israel Autores: Ananda Gupta e Jason Matthews
veja-se repetidamente derrotada pelos exércitos árabes. Editora: GMT Games
Enquanto isto pode ser visto como um fator negativo do Ano de lançamento: 2005
ponto de vista lúdico, do ponto de vista simulacionista é a Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/12333
solução ideal, já que normalmente as superpotências não Jobabilidade: 7
podiam controlar o passo dos acontecimentos, freqüen- Arte: 6
Grau de Complexidade: Médio
temente disparados por condições alheias à sua vontade.
Número de Jogadores: 2
Twilight Struggle é assim um excelente jogo de simu- Duração: 180 minutos
lação, representando magistralmente um período com-
plexo da história mundial. S

Athens & Sparta é um jogo a nível

estratégico da Guerra do Peloponeso,
travada no período de 431 a 404 AC.
Esta guerra Atenas confronta com o seu
poderio naval o superior exército de
Esparta.
Os jogadores irão gostar de criar
estratégias para as diferentes abilidades
dos dois lados.

Conteúdo:
100 blocos de madeira
Etiquetas
Tabuleiro 55,8 x 64,7 cm
Livro de regras
Cartas
4 dados

COLUMBIA GAMES INC.

www.columbiagames.com.br

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

26
Great Games at
Great Prices!
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 ANÁLISE DE JOGO
Venus needs men
Ficção cintífica B da década de 50 no tabuleiro
Antonio Marcelo
Adoro filmes de ficção científica da década de 50,
principlamente os chamados filmes B, aqueles com um
orçamento um pouco mais reduzido do que uma super-
produção, mas geralmente com uma história bizarra e
“defeitos especiais”. Existem filmes que viraram clássicos
como o Forbidden Planet, mas outros com as formigas
gigantes passaram para as lendas urbanas. Acho engraça-
do para caramba e me divirto e posso até ter idéias para
jogos e afins.
Formigas Gigantes Atacam a Terra
28
Numa destas compras de jogos que de vez em quando
faço, me deparei com um título que me chamou a aten-
ção de uma nova companhia americana chamada Synelix
Games. O jogo tinha título engraçadissímo: Venus Needs
Men.
A história do jogo é que na década de 50 com a deto-
nação da primeira bomba de hidrogênio, um campo de
força que protegia a Terra dos terríveis alienígenas é des-
truído. A partir daí marcianos, plutonianos, ganimedia-
nos, as venusianas e os titanianos tentam invadir a Terra
e capturar os pobre humanos para os mais terríveis fins
como : comida, roubo de cérebros, procriação, parasita-
ção ou destruição mesmo.
O jogo tem um visual retrô com engraçadas ilustra-
ções e muito humor.
O Jogo
Em Venus Needs Men (http://www.boardgamegeek.
com/game/23707) cada jogador representa uma raça
alienígena que deseja invadir a Terra para capturar sua
população para os mais terríveis fins. O jogo é para 6 jo-
gadores, onde 5 jogam com os alienígenas: Marcianos,
Titanianos, Plutonianos, Venusianos e Ganimedianos e o
sexto jogador pode fazer o papel dos terrestres que preci-
sam se refugiar dos temíveis invasores.
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
 Cada raça tem um poder específico e um conjunto
de tecnologias que as beneficiam durante uma partida.
O jogo é composto por um tabuleiro que representa a
Terra vista do espaço, foguetes representando os jogado-
res, fichas representando a população da Terra, cartas de
Tecnologia, 3 dados de 10 faces e as chamadas cartas Zap,
que permitem realizar ações durante o jogo (são muito
engraçadas).
Alguma das raças do jogo
Cada participante escolhe sua raça e coloca suas naves
inicias em seu planeta de origem. Em seguida é colocada
as fichas de população na Terra (este número varia de
acordo com a quantidade de jogadores) e são distribuidas
as cartas Zap para cada um. A partir daí começa a parti-
da com o jogador de Plutão realizando uma das 4 ações
possíveis: construir naves, mover naves, atacar e coletar
população. No jogo avançado existe uma quinta ação: de-
senvolver tecnologia.
As cartaz Zap podem ser tuilizadas durante qualquer
fase de jogo e cada jogador recebe um número limitado
das mesmas. Estas cartas causam efeitos totalmente caó-
ticos na partida e servem de motivo para ótimas risadas.
Os ataques entre jogadores são resolvidos através de da-
dos, que podem ter modificadores através de tecnologias
e podem ter alguns efeitos interessantes e totalmente ca-
óticos.
No jogo avançado com a entrada da pesquisa de tec-
nologia, permitindo desenvolver as existentes permitin-
do outros tipos de estratégia.
Uma partida em progresso
Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
Close-up das Cartas Zap
O sistema
Venus Needs Men é o Ameritrash clássico com um
sistema simples de aprender e muito divertido. Existem
algumas críticas com relação aos Plutonianos, a raça mais
desequilibrada do jogo, mas depois de adotada a tática
certa os mesmos podem ser derrotados. O jogo fica inte-
ressante com 6 jogadores, onde a figura dos terrestres po-
dem influenciar o desenrolar da partida. Não existe nada
de inovador no sistema, nem nos combates. As cartas Zap
também são mais um fator de caos e divertimento do que
estratégia propriamente dita. Não espere lá grandes joga-
das estratégicas e sim muita dose de humor.
Conclusões
Os jogadores de Eurogames devem fugir deste jogo,
mas os fãs dos Ameritrashes vão adorar (meu caso). O
jogo é muito divertido, mas não tem pretensão de ser algo
inovador, seguindo uma linha bem tradicional no estilo.
A ambientação está bem legal, e as raças são ótimas (ado-
rei os Marcianos) e a idéia que o pessoal deseja passar
com este jogo está bem representada. Trata-se de um jogo
simples, divertido e que pode ver a nossa mesa de vez em
quando, mas não é um clássico, nem um blockbuster, é
acima de tudo honesto. S
Nome: Venus Needs Men
Autor: John L. Velonis
Editora: Synelix
Ano de lançamento: 2006
Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/23707
Jobabilidade: 7
Arte: 8
Grau de Complexidade: Fácil
Número de Jogadores: 2-6
Duração: 90 minutos
29
ESPAÇO GROGNARD
Jogos Introdutórios
no Advanced Tobruk
System
Carlos Laport
Na última matéria, publicada na Strategos número 4,
falei apenas sobre o Advanced Tobruk, jogo que originou
o Advanced Tobruk System, um sistema de combate tá-
tico, que abrange toda a Segunda Guerra Mundial e está
se expandindo para englobar outras eras, como a Guerra
da Coréia, etc... Nesta matéria, vou apresentar alguns dos
módulos básicos do sistema.
Não irei, aqui, descrever novamente o sistema de jogo
ADVANCED TOBRUK SYSTEM em detalhes, mas cabe
lembrar, principalmente para os que não leram a Strate-
gos 4, que o ATS é um sistema de combates táticos a ní-
vel de pelotão, em que cada peça representa basicamente
um líder, grupo de soldados, arma de apoio ou veiculo
(blindado ou não). O jogo é dividido em turnos, e que
os turnos são divididos em impulsos alternados, onde
o jogador inativo pode interromper o impulso do joga-
dor ativo para responder com disparos de oportunidade,
fazendo com que quase não exista tempo sem a parti-
cipação dos jogadores, pois eles devem ficar atentos ao
desenrolar de todas as jogadas. Para mais detalhes sobre
o sistema, veja entre as páginas 25 e 30 da Strategos 4,
que pode ser obtida no link http://www.riachuelogames.
com.br/miniaturas.html.
Independentemente de suas qualidades, o Advan-
ced Tobruk, é um jogo que, idealmente, deve utilizar a
maioria das regras do manual para atingir a plenitude da
30
simulação das situações apresentadas, com uma quanti-
dade razoável de regras, o que às vezes pode intimidar
o jogador iniciante no sistema. Embora todos os jogos
em caixas do ATS incluam um jogo básico com um mapa
em tamanho A3 (em preto e branco) e quatro páginas de
regras para ajudar a iniciar os novos jogadores, a Criti-
cal Hit lançou dois módulos básicos voltados especifica-
mente para os novatos, o ATS Basic Game 1a – Screaming
Eagles (que substitui o Basic Game I, esgotado a muito
tempo) e o ATS Basic Game II – Streets of Stalingrad.
Além disso, a Critical Hit tem uma linha de publica-
ções chamada ATS Briefing, de publicação irregular (até
o momento já foram publicados 2 exemplares), e que in-
cluem um jogo cada uma. No primeiro número, o jogo
cobre o assalto aerotransportado às pontes do Canal Al-
berto, na Bélgica, no início da Segunda Guerra Mundial,
em 1940, e no segundo, a guerra Árabe-Israelense. De in-
teresse para esse artigo é o fato de que o jogo do primeiro
exemplar está completo, incluindo as regras básicas e todo
o material necessário para jogar, menos os marcadores
auxiliares. O jogo do segundo número necessita, além de
todos os marcadores, do mapa do Advanced Tobruk e de
um livro de regras (qualquer versão, de qualquer módulo
da série, inclusive dos jogos básicos).
Os jogos básicos tem algumas vantagens que saltam
à vista:
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
 • Quantidade reduzida de regras: Quatro ou vinte
páginas de regras, o que facilita muito a curva de
aprendizado do sistema;
• Menor tempo de jogo: Como alguns cenários tem
uma baixa densidade de peças para controle por
parte dos participantes, cada jogo tende a ser ter-
minado mais rapidamente.
• Preço baixo: Como a quantidade de componentes
é pequena, o preço pode ser bem em conta para
alguém que queira experimentar o sistema para
verificar se ele tem o grau de complexidade deseja-
do, e se ele agrada a você e a seu grupo de jogo, em
suma, o custo/benefício.

ATS Basic Game 1a – Screaming

Eagles

Esse módulo está focado no combate de infantaria,

embora existam regras simples para o uso de blindados,
já que em dois dos cenários inclusos, existem tanques.
Como dito anteriormente, os cenários são basicamente
de infantaria, ambientados entre os dias 6 e 13 de junho
de 1944, com baixa densidade de unidades (peças): O
menor tem 14 unidades alemãs contra 11 peças america-
nas, entre líderes, tropas e armas de apoio.

ATS Basic Game II – Streets of

Stalingrad

Esse módulo cobre as ações da 101ª Divisão de Para-

quedistas (americana) contra o 6º Regimento de para-
quedistas alemão, na Batalha da Normandia, no entorno
de Carentan, nas semanas após o Dia-D, se você viu a
série Band of Brothers, você já está familiarizado com o
tipo de combate que o módulo retrata.

Componentes:
• As peças representando os oficiais e soldados ame-
ricanos (genéricos) e paraquedistas alemães, uma
cartela com os marcadores necessário ao jogo;
• Um mapa de jogo básico (em cores) em tamanho
A3;
• Um “livreto” com regras básicas completas, em 4 Esse módulo, por sua vez, está focado na Batalha de
páginas; Stalingrado, entre outubro e novembro de 1942, ele tam-
• Uma cartela com as tabelas do jogo; bém incluí quatro cenários, mas seu mapa é maior, me-
• Quatro cenários em duas folhas de papel cartão; dindo 22”x34”, representando uma área industrial (não
• Exemplos de jogo ilustrados. histórica) na cidade, e embora tenha um grande ênfase

Maio/Junho 2008 – STRATEGOS

31
ESPAÇO GROGNARD
em combate de infantaria, já incluí veículos blindados de
combate. O livreto de regras (note que a falta das aspas
é proposital), nesse caso, tem 20 páginas, apresentando
o núcleo das regras para infantaria e veículos no sistema
ATS, ele pode ser considerado um livro de regras inter-
mediário.
• As peças representando os oficiais e soldados ame-
ricanos e alemães, uma cartela com os marcadores
necessário ao jogo;
• Um mapa colorido de 22” x 34” representando
uma região genérica de Stalingrado;
• Um livreto de regras completo, com 20 páginas,
que pode ser considerado como conjunto de re-
gras intermediárias;
• Uma cartela com as tabelas do jogo;
• Quatro cenários em duas folhas de papel cartão;
• As fichas dos tanques incluídos no módulo, em pa-
pel cartão para recortar e usar;
• Exemplos de jogo ilustrados.
Os quatro cenário incluídos no jogo dão uma boa
idéia do que era o combate de rua na frente russa, que
sangrou os exércitos alemães. Dos cenários disponíveis,
apenas um não tem a presença de tanques e/ou canhões
anti-tanques, mas, em compensação, inclui o uso de lan-
ça-chamas como arma de apoio, sendo todos eles muito
tensos e interessantes, principalmente devido ao sistema
de impulsos alternados.
O mapa neste módulo é especial no sentido de utilizar
hexágonos grandes, fazendo com que fique fácil geren-
ciar as peças até mesmo em casos onde muitas tropas,
armas de apoio e marcadores são colocados no mesmo
hexágono.
32
ATS Briefing 1 – Vroenhoven
Bridge at the Albert Canal
Embora esse não seja um jogo completo, pois não es-
tão incluídos os marcadores auxiliares, apenas as tropas
envolvidas, nem seja classificado pela Critical Hit como
um jogo introdutório, esse módulo é interessante como
jogo para iniciantes pelo seu tema, muito pouco explora-
do em jogos de guerra táticos, e pela grande latitude na
quantidade de peças utilizadas em seus quatro cenários.
Neste caso, o que se simula é o ataque por parte de
grupos de combate de paraquedistas alemães transpor-
tados por planadores à ponte de Vroenhoven, sobre o
Canal Alberto, perto da Fortaleza de Eben Emael. Era
esperado pelos aliados que tanto a Fortaleza resistisse
por um bom tempo quanto que as pontes sobre o Canal
Alberto fossem destruídas antes que caíssem em mãos
alemãs, o que teria barrado essa importante rota utiliza-
da pelos alemães no ataque à França em 1940, gerando,
pelo menos, um grande atraso e gasto de forças, o que
não ocorreu devido à utilização de novos métodos de
combate, no caso, unidades aerotransportadas em pla-
nadores. Note que esta em “playtest” um módulo que
se concentra especificamente no assalto à fortaleza de
Eben Emael.
Componentes:
• As peças representando os oficiais e soldados bel-
gas e paraquedistas alemães, esse módulo NÃO
inclui uma cartela com os marcadores auxiliares
necessário ao jogo;
• Um mapa histórico (em cores) representando a
área do Canal Alberto e a ponte de Vroenhoven;
• Um “livreto” com regras básicas completas, em 4
páginas, encartado na revista (ER);
• As tabelas do jogo (ER);
STRATEGOS – Maio/Junho 2008
 • Seis cenários em três folhas (ER) eles tendem a chegar a nosso endereço aqui no Brasil sem
• Tabela de uso de planadores (ER). problemas e, principalmente, sem impostos.
Todos estes fatores fazem com que os jogos básicos
Esse módulo também está concentrado no combate sejam a solução para que o sistema seja experimentado
de infantaria, e também inclui regras simples para o uso sem um grande investimento monetário. S
de blindados, porém só aparecem blindados em um dos
cenários. Os cenários são basicamente de infantaria, mas
a densidade de unidades (peças) varia do menor cenário
com 14 unidades alemãs contra 5 peças belgas, entre lí-
deres, tropas e armas de apoio ao maior, com dezenas de Nome: ATS Basic Game 1a – Screaming Eagles
unidades alemães e belgas.. Autor: Ray Tapio
Editora: Critical Hit, Inc.
Ano de lançamento: 2005
Conclusões: Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/16674
Jogabilidade: 8
É importante notar que o ATS geralmente usa mapas
Arte: 8
históricos em seus módulos, as exceções, são o jogo Ad- Grau de complexidade: Baixo / Médio
vanced Tobruk, e os jogos Básicos, por coincidência, os Número de jogadores: 1-2 (ou mais)
jogos tratados até agora. O módulo de Vroenhoven é o Duração: 90+ minutos
primeiro com mapa histórico que recebe a nossa atenção,
apresentado na Strategos, coisa que se tornará a regra a Nome: ATS Basic Game II – Streets of Stalingrad
partir de agora, visto que (praticamente) todos os outros Autor: Ray Tapio
módulos não utilizam mapas genéricos. Editora: Critical Hit, Inc.
O jogo básico Ia, com quatro páginas de regras, se- Ano de lançamento: 2005
guido pelo jogo básico II, com suas vinte páginas, são Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/18887
uma ótima porta de entrada ao sistema integral, com seu Jogabilidade: 8
manual de regras de aproximadamente 60 páginas, pois Arte: 9
Grau de complexidade: Médio
facilitam aos novos jogadores se ambientarem no sistema
Número de jogadores: 1-2 (ou mais)
e na escala do jogo. Duração: 90+ minutos
Outro fator importante é o custo, no sítio da Critical
Hit o Basic Game Ia custa Us$ 24,95, o Basic Game II cuta Nome: ATS Briefing 1 – Vroenhoven Bridge at the Albert
Us$ 29,95 e a revista ATS Briefing 1 custa Us$ 19,95 (e as Canal
cartelas de marcadores auxiliares podem ser compradas Autor: Ray Tapio e Pedro Ramis
separadamente da Critical Hit), em lojas ou no sítio de Editora: Critical Hit, Inc.
leilões eBay (www.ebay.com) eles podem ser encontrados Ano de lançamento: 2005
a preço ainda menor, Link BGG: http://www.boardgamegeek.com/game/16394
Outra vantagem dos jogos básicos é que eles vem em- Jogabilidade: 8
balados em sacos “Ziplock”, dentro de envelopes para Arte: 9
postagem, o que geralmente não atrai a atenção da Re- Grau de complexidade: Médio
Número de jogadores: 1-2 (ou mais)
ceita Federal, e além disso, como estão abaixo do limite
Duração: 90+ minutos
de Us$ 50,00 (cinqüenta dólares) entre preço e postagem,

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Maio/Junho 2008 – STRATEGOS
33
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NO
MEU BOLSO
Um jogo de Jeremiah Lee
Projeto gráfico de Kwanchai Moriya

Versão Brasileira
Redesign: Alexander “Shamou” Costa
Tradução: Flavio Jandorno

Zumbi no meu bolso é um divertido jogo individual.

O tempo do jogo é de 5 a 20 minutos.
Conteúdo: regras, cartas de evento, tiles e caixa.
As regras podem ser montadas no esquema abaixo.

Instruções de
Montagem
Nota: Todas as dobraduras
devem ser executadas seguindo
as linhas impressas no papel,
não nos cantos da página !

1. Comece com a partir do 2. Dobre nas metades na 3. Corte na linha

lado esquerdo da página linha pontilhada cheia no centro

6. Dobre na metade no
4. Dobre os lados opostos 5. Dobre na metade no 7. Está pronto.
sentido horizontal
sentido vertical Divirta-se !

STRATEGOS – Maio/Junho 2008

36
 Componentes
Nove cartas de evento
Oito tiles parte interna (portas marron)
Oito tiles parte externa (bordas verdes)
Preparação
1. Coloque o tile Hall na mesa e deixe o tile Patio separado.
2. Separe os tiles da parte interna e os da parte externa e emba-
ralhe-os formando duas pilhas de tiles.
3. Embaralhe as cartas de evento e descarte as duas pri-
meiras sem olhar.
4. Marque seu valor de ataque inicial (1) e seus pontos de vida
(6). Esses números irão mudar durante o jogo. Não existe
limite máximo em nenhum deles. Você poderá usar dois
dados (D6 e D10) para fazer essa marcação.
5. Anote a hora de início do jogo de 21:00.
Objetivo
Você na casa para encontrar o Templo Maligno, e encontrar o
totem escondido. Leve o totem para fora e enterre-o no Cemi-
tério, tudo isso antes do relógio bater 0:00.
Seqüência do Turno na Parte Interna
1. Escolha uma porta de saída, que pode levar para um novo
cômodo, ou a um cômodo que já tenha sido visitado.
2. Se for um novo cômodo, retire um tile da pilha correspon-
dente e conecte-o ao cômodo de onde você está vindo pelas
portas. Uma das portas do novo cômodo deve se conectar
na porta por onde você está saindo.
Tradução: Flavio Jandorno
Redesign: Alexander “Shamou” Costa
Versão Brasileira:
Projeto gráfico de Kwanchai Moriya
um jogo de Jeremiah Lee
BOLSO MEU
NO
3. Compre uma carta de evento mesmo se você estiver revisi-
tando um cômodo (se não houverem cartas sobrando, veja
Passagem de Tempo). Veja o texto ao lado do relógio cor-
respondente a hora do jogo
• Item – Você pode comprar a próxima carta e encontrar
o item mostrado na quina da nova carta. Se você optar
por não comprar a carta, você não ganha um item.
• Zumbis – Veja o item Combate.
• Evento – Adicione ou subtraia pontos de vida como
descrito (se houver).
4. Siga as instruções (se houver) no tile do cômodo, após a
carta ter sido resolvida.
Cômodos Especiais:
A Cozinha, Depósito, Jardim, Templo Maligno e o Ce-
mitério são locais especiais.
O Totem Zumbi está escondido no Templo Maligno e deve
ser enterrado no cemitério. Em ambos os locais, pegue e resol-
va uma carta de evento como seria feito normalmente, depois
compre e resolva uma segunda carta. A segunda carta descreve
o que acontece quando se procura ou se enterra o Totem Zum-
bi. Se você continuar vivo nesses locais ao resolver a carta, você
encontrou ou enterrou o Totem.
No Depósito, resolva uma carta de evento normalmente, de-
pois você pode comprar a próxima carta de evento e encontrar
o item mostrado na quina da nova carta de evento. Se você es-
colher não comprar a segunda carta, você não pega um item.
Na Cozinha ou no Jardim, se você terminar seu turno nesses
lugares (ex.: você não foge de Zumbis), você ganha um ponto
de vida.
6. Você pode carregar qualquer quantidade de itens.
5. Portas Zumbi são criadas por 2 zumbis.
modo que você já explorou.
4. Não tire uma carta de evento quando se mover para um cô-
você sabe):
Regras opcionais para tornar o jogo mais fácil (para as crianças,
Medo de Zumbis?
se você ainda estiver vivo, você ganhou.
pois que você resolver a segunda carta de evento no Cemitério,
bis desmoronam e você ganha o jogo. – Em termos de jogo, de-
Depois que você enterrar o Totem Zumi no Cemitério, os zum-
Ganhando o Jogo
abaixo).
enterrado o Totem Zumbi), ou você pode ganhar o jogo (veja
as cartas de evento são jogadas às 23:00 sem que você tenha
perda do seu último ponto de vida, o tempo pode acabar (todas
por Zumbis (morrer em combate), um evento pode acarretar a
O jogo termina de várias maneiras. Você pode ser devorado
Final do Jogo
Você não pode acovardar-se após um ataque de Porta Zumbi.
sido resolvidos, você deve confrontá-los normalmente.
momento. Depois que todos os eventos nesse comôdo tenham
parede de sua escolha no comôdo em que você se encontrar no
essas situações ocorrerem, 3 zumbis abrem uma passagem na
radas sem que se encontre um cômodo necessário. Quando
do Hall). É também póssível que todas as saídas sejam explo-
Movendo-se para a Parte Externa
A única maneira de sair de dentro da casa é pela porta externa
(azul) da Sala de Jantar. Quando você sair, coloque o tile do Pa-
tio conectado ao da Sala de Jantar, e depois compre e resolva
uma carta de evento como de costume.
Seqüência do Turno na Parte Externa
O turno progride na parte externa da mesma forma que na
parte interna, entretanto não existem portas na parte externa.
Novos espaços externos devem se conectar com espaços aber-
tos (da mesma forma que as portas na parte interna). Você não
pode passar por uma cerca viva.
Passagem de Tempo
O jogo começa as 21:00, e o tempo passa a medida que você se
movimenta. Um hora passa a medida que você precisa retirar
uma carta de evento e não há nenhuma sobrando. Anote a nova
hora, e se esse novo horário quando for resolver novas cartas
de evento. Reembaralhe todas as cartas de evento (incluindo as
duas que haviam sido descartadas no embaralhamento prévio)
e descarte as duas primeiras .
Acovardar-se
Você pode, a qualquer tempo, após completar a seqüência do
turno em um cômodo, encolher-se e se esconder em um canti-
nho. Você ganha 3 pontos de vida, mas perde tempo. Descarte
uma carta de evento do topo sem vê-la.
Combate
Quando você confronta Zumbis, subtraia o seu valor de ataque
existirão saídas disponíveis (ex: o Banheiro diretamente depois
Algumas vezes após você anexar um novo tile de cômodo, não
Portas Zumbi
Adicione 2 ao seu valor de ataque quando usar essa arma.
Facão – Uma arma afiada e pentrante para retalhar zumbis.
gasolina.
elétrica sem combustível, e usá-la novamente se encontrar
armazenada na Serra-elétrica. Você pode carregar ma serra-
Não existe limite para a quantidade de gasolina que pode ser
combinada com a gasolina para durar mais dois confrontos.
tível o suficiente para ser usada em dois confrontos. Pode ser
ataque quando usar esta arma. A serra-elétrica só tem combus-
Serra-elétrica - Maneeeeeeiro! Adicione 3 ao seu valor de
de uma vez.
change de causar qualquer dano. A vela pode ser usada mais
gasolina para destruir um grupo de zumbis sem dar a eles a
Vela – Pode ser combinado tanto com o óleo quanto com a
que quando usar essa arma.
mas é fácil golpear um zumbi. Adicione 1 ao seu valor de ata-
Taco de Golf – É difícil golpear uma bola com um desses,
ne 1 ao seu valor de ataque quando usar essa arma.
tio, mas agora você pode usá-lo para espancar zumbis. Adicio-
Fêmur Medonho – Opa, essa pode ter sido a perna do seu
pontos de vida.
Refrigerante – Beba esse delicioso refrigerante e ganhe 2
cione 1 ao seu valor de ataque quando usar essa arma.
Tábua com Pregos – Uma arma simples porém eficaz. Adi-
atual do numero de Zumbis encarados no conflito para verifi-
car o número de pontos de vida perdidos para derrotar esses
Zumbis. Você nunca pode perder mais de 4 pontos de vida em
um úncio combate, e você nunca pode ganhar pontos de vida
em uma batalha, mesmo que o seu valor de ataque seja maior
do que o número de Zumbis encarados.
número de Zumbis – Valor de Ataque = DANO
Exemplos
1. Você tem um ataque de 1, você encontra 3 Zumbis.
3 - 1 = 2. Você perde 2 pontos de vida no conflito.
2. Você tem um ataque de 1, mas também tem uma serra-
elétrica que adiciona 3 ao seu ataque. Você encontra 2
Zumbis. 2 - 4 = -2. Você não perde pontos de de vida no
conflito (mas também não ganha pontos).
3. Você tem um ataque de 1, você encontra 6 Zumbis.
6 - 1 = 5. Você perde 4 pontos de vida no conflito, pois 4
é o máximo de vida que você pode perder em um úncio
conflito.
Fugindo
Quando você compra uma carta de evento com Zumbis, você
pode optar por evitar o combate e fugir por uma porta que leve
a um cômodo já explorado (incluindo o cômodo de onde você
acabou de vir). Os zumbis te golpeiam a medida que você foge,
e você perde um ponto de vida.
Você não tira uma carta de evento pelo cômodo para onde você
esta fugindo. Você pode acovardar-se nesse cômodo.
Após fugir, você pode mover-se normalmente. Compre uma
carta de evento para o próximo cômodo que você entrar, mem-
da mais duas vezes. Só pode ser usado uma vez.
ser combinado com a Serra Elétrica para que ela possa ser usa-
grupo de zumbis, sem dar a chance a eles de causar dano. Pode
Gasolina - Pode ser combinado com a vela para destruir um
de causar dano. Só pode ser usado uma vez.
vela para destruir um grupo de zumbis, sem dar a chance a eles
receber o dano da fuga. Pode também ser combinado com a
Óleo – Jogue nos Zumbis a medida que você foge para evitar
de dois itens.
O Totem Zumbi não conta como um item para efeito do limite
mesmo que esteja carregando duas.
Você só pode usar uma arma (e um bônus de ataque) por vez,
mais de dois item ao mesmo tempo.
outro, e depois pegá-lo de novo, desde que você nunca segure
você não saia do cômodo, você pode largar um item para pegar
abandonou um item, você não o encontra-rá lá). Desde que
abandonado (ex: Se você retornar a um comôdo aonde você
donar um dos itens em mãos. Um zumbi leva embora o item
um novo item, e já estiver carregando dois, você deve aban-
Você só pode carregar dois itens por vez. Se você quiser pegar
reembaralhadas a medida que houver a Passagem de Tempo.
dos items que você carrega, a medida que as cartas ‘Des’ serão
trando assim o item ilustrado na quina da nova carta. Tome nota
corrente, você pode comprar a próxima carta de evento; encon-
Quando uma carta de evento tiver a palavra ‘Item’ na sua hora
Itens
so que seja o cômodo de onde você acabou de fugir.
 Banquinho Quintal Quintal

+1 ponto de vida se terminar

o movimento aqui.

Pátio Garagem Jardim

Resolva uma nova

carta para enterrar
o totem
Cemitério Quintal
 Resolva uma nova carta
para encontrar o totem

Pode comprar
uma nova
carta para
encontrar um
item

Depósito Banheiro Templo Maligno

Sala de Jantar Sala de Estar Hall

+1 ponto
de vida se
terminar o
movimento
aqui.

Cozinha Quarto
NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO
EXTERIOR EXTERIOR EXTERIOR

NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO
EXTERIOR EXTERIOR EXTERIOR

NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO
EXTERIOR EXTERIOR EXTERIOR
NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO
INTERIOR INTERIOR INTERIOR

NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO
INTERIOR INTERIOR INTERIOR

NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO NO
MEU BOLSO
INTERIOR INTERIOR INTERIOR
21:00 21:00 21:00
Você se esforça
para não 4 ITEM
2
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2
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de vida

21:00 21:00 21:00

4 ITEM Escorregou na
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6 Sua alma não é
bem-vinda aqui
O cheiro de
sangue está
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de vida
no ar

21:00 21:00 21:00

Você achou um Seu corpo treme
3 chocolate no involuntariament
e
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zumbis
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seu bolso
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5 4 4
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MEU BOLSO
NO
BOLSO
JOGO INDIVIDUAL

JOGO INDIVIDUAL
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BOLSO
UM DIVERTIDO

UM DIVERTIDO
QUE CABE NO

QUE CABE NO
MEU
SEU BOLSO

SEU BOLSO
um jogo de Jeremiah Lee
Projeto gráfico de Kwanchai Moriya
Versão Brasileira
Redesign: Alexander “Shamou” Costa
Tradução: Flavio Jandorno

BOLSO
BOLSO

ESTE JOGO É PARTE INTEGRANTE

DA STRATEGOS Nº 5

MEU
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NO
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