Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Essencial da
Filoso
p,x Ç)lr,tt/cl
§§
§
A vida de Sócrâtês explicita a insolúvel ten-
ffi
sáo entre as verdades sociâlmente estabelecidâs ffi
e as verdade§ universais, bem como o pâpel
do homem como ser intermediário entre elâs.
Nesta terceim êülâ. Olavo de Carvalho discute ffi
as inllllências de Sócrates sobre Plâtáo, â con-
§
traditória qüestáo do rei'fiIósofo e as enormes ffi
contribuiEóe$ de Plâtáo pam ê continuidâde do
i§
Projeto Socrático-
§
H
:-:{
"Olavo de Carvalho é o
mais impoftânte pensador #
bmsileiro hoje."
§
Wagner Carelli
coleção
História
Essencial da
Filosofia
por Olàvo de Càrvalho
Dditor
Edtun Nlânoel dc oliveira Filho
Dagui Dcsi8n
coleçáo
istória
Essencial da
Filosofia
d
2006
( (il, L.i0 llisl,,r'ia Esscncial da Filosofia
Socnrlcs c Platáo - Aula 5
por Olavo de Carvalho
8
L r Ll:,,l, tx)r rirais amplo qlre losse o scu horizonle de consciênciê,
r,,,,.,1, l,,.rLrLrir o dircilo d€ proclamar que suâ autoridade individual
'
tr, r,,, ,L
'r'i, i pugnar a âutoridade da sociedade.
\ Lrl,)rl{lir(ll] rio inclividuo existe, cvidcntcmente. rnas ela nAo pode
., ,tr), tx l,)s mcios conr que a âuioridade social se inpóe, por isso ó
,
,,rl' rlr r s()bumccltoâspccto.claéin6nitarnentesuperioràdequalquer
,,ril, Í !lr! ..(trrstiiuída. n.Ls é necessariamcntc scm poder Se o lilósolo
, r\ rxli( rLssr pârã siuln poder equiparável êo de suaautoridade imelectual
,,1 ,,'rlriiliva, cle teria quc scr o tirano âbsoluto Seria o representantc
,1,, !.r(Lrdc rLniversal e leljê ao seu dispor a polícia, o âparalo judicial.
,.ri . r rir nrodclar todas as càbeças dos individuos dc acordo com sua
r(l( iir que csta rncsma idéiâ é incompâiível coln âs condiqõcs
^contcce
(1. r(trLisiç:]o da sâbedoria. que supõc aquilo que dizia o apósrolo:
' .\PCrilncriai de tudo e ticai conl o que ó bonr '. O própdo trajeio da
l)rs.r da sâbcdoriâ nnplicâtentâiivae erro, implica uma libcrdade, urnâ
llc\ibilid.Lde cle condutâ ao mcnos interior, que seria absolutamenie
i rconrpaií\,el com o governo do filósolo.
Sc o filósofo se toÍnasse o goverrânte absoluto. cntáo nâtural ente
clc scria o último filósofo. náo haveriâ nrâis filósotos dai por diante.
()s homens lodos. dai por diânte, teriam quc ac€itar o conieúdo dou
trirâl, por âssifl dizeÍ, da sabedoria já adquirida, scnr poder adquiÍir
cssa sâbedoria por si mesmos. Dito de ouiro modir. eles trocêrian a
.r)nquista eletiva, real, existencial da sabcdoda por Lrnra espécie de
rcsumo condensado da sabedoria en teses ou dogmâs s0postamente
dcfinitivos Isto tambéfl ó incompatível com â própria naturczâ da
linguagen humana.
A linguage hümana, aslínguas. elas sàoprodutos historicamente con
dicionados, sâo criâçôcs dâ própÍiê coletividade hlstoricanente cxistcntc e
tênr as limilaçóes listóricas e culturais dessâ lneslna coletividade. Nào
cxiste nenhuma língua universâl que transccnda, náo há uma língua
suprê histórica que pos§à escaptLr dessas lirritaçôes cllliurâis Ora,
l0
\ ' ',' i,.Ll. Sr')crxlcs c o fato dc quc clc accitc csta mortc colno ün1a
, l, ,i, luslll. c sob ceilos aspeclos aié benélica. roslrâ1l1 qLrc. dc
',1,
,, .,,' .l!,iri conhcciâ a làláciâ dâ icoriâ do rci-fi1ósoÍo.
I.r( lr (
'l)lcrna
rcaparcccrá. âgora dcsdobrado dialciicarncnte. na afirnra
.,, 1,,,, r.r da lcoia dorei lllósoll. jslo é no süilxr plâiôrico.lo govcrlÍ)
,, lrt)*)los. c crr seguida rra slrâ ncgâçáo por Aristótclcs t\lriosâ-
\,a sc uma cspócic dc diâlúticâ invcrtida. porquc há prinleiro a
' ', 'I(.
,,,,\,..'lcpoisaalirmaçãoedcpoisânegaç,ro S(icràles jáciàasoluçio
i1, r r )r r hirlido err lorno do rci lilósoío cntrc Plaiao c
^ristótclcs.
\l rra {l.tr)ls. na nrcdida do possÍvcl. cxaminar mâis detâlha.lamcrlte
, , L . rnrhos disscram a rcspcito. DtLs deÍle já é necessário sahei que
i t)róprio pu n hô.
o lato de que tudo isso nos chegue aúâvés de lesienrunhos e não
1L
como relan) de lâtos e não como
àpenas de paLavras, que nos chegue
para essahislória' Unlâcoisa
."r."Orra, U" **U".' Oto é lunclamental
t ai""rti, . q* f'f"láo achava disso ou daquilo' o que Aristóteles
"o.e o que aconieccu etêtivamenic
para
âchava. e outra coisaévocê discutir
Le
a dilerença SóÜal'eseletiÜatfie
furlano ou sicrano É isso que vai clâr
do iulgamenlo e mol1e
norreü... O que se passou cle làio no episódio
de Sócratcs? Estc é um episódio da
iristória do Ocidcntc' iâl conlo â
mortc dc Cristo
de
ruao o ai..r.rau q'" pode surgir dâí náo é de ordcm dolrtrinal
quanto à mÚcirâ de ndrrar
maneiraalguma. mas óa sinples divcrgência
porexemplo' que'Aqucle que
u^ r"t". Q;"r4. sa. p"ulo apóstolo diz'
e quem nega isso náo é cristáo"'
rliz que Cristo veio na carne ó cristáo
é dc uma
o aiuergen.ia qre âssinâlando náo é ile doutrina' não
"te ""tá dize que o que
ieoria,;ras quantc, à nraneirâ de narâr um iato Uns
loioutra' Náo sáo dilercntes
u"onte..u tui u.a.ui"o. outros dizemque
cm lula'
l€orids em luta, mas dilerentes rrTrrali'r's
ahistória
É iso quepeÍnitc quc este episódio socráiico tenha sobre
nrüito mais do
."guint" rInu infl,en"io verdadeiramentc eqinriurânte
Náo é uma icléiâ que vai se proictar sobre
or" i*a "*^ "t*o*"
"oria'
ja e r,lttaria acontecendo' assin cono avida
de Cristo
lii.tori". na.;
,".rin-n n,nu.tr. essesepisódios poclcm ser nârrados de manei-
"o",o
ras allferentes, âí é que surge a
divergência Não sc lrâta de di{eÍcntcs
Se você disser "Crisio é
irrl*prnnçO^, ^u, a" ailerentes "a'?çôes
nârrando o fato de uma cc â
n u".bo de leu" en.a"tado', você está
é outro personagem â qüe está
aneirâ. Se você disser "Não é"' entáo
,"."*.*uo. o o...o,utem nào seria aqucle alegado pelos evangelhos'
1Z
,l,r ,L:r ir ()u1ra negâ, lnâs sua síntese já estavâ dada náo como doutrina,
t,ir( cirl) do Eugen Rosenstock no ]ivro,4 era da /8rc14'?, dizia que uma
(l:rs lunçõcs centrais da Igreia é defender o cspírito de todas âs épocas
(,)rLrâ o cspírito de cada uma dclas. Essa deliniçáo ó absolutanente
!rLr{vilhosa porque, aplic ando isto fiülalis mutandis à filosofiâ, poder-
n ir dizcr exaiamentc a nlesn1âclrisa, querdizer, que afilosoÍia defcnde
Lrri iipo dc vcrdade univeÍsal quc ó de todas as ems. contra â verdade
hisloricamente localizada dc cada una dessas eras. Se l'osse possivel o
,rL-lllósolb. ele reprcscntaria exatânerte uma espécie de conrpressáo
(lir clcrnidadc dentro do tempo: tcm-se a verdade univcrsal, e ela nnâ
( I[)samcnte se ercaÍnâria dc maneira petfeitâ e acabada num lenpo
historicamente dâdo.
t^1ü1a: o q,le eu
qltis d*'
' :':'i:li!ff!i!ii!i"')'il,l,l";
ro 'nt'n" lfnrt
LaFt'' da p',t t pal'ti'o '
""'4a", no ocidenlc loi o contrário'
o Papâ nlrnca
o* *.,'"tt"Lr
" Estndlr
lôi o che{e ,:10
r. i,rrico scriâ o Esiado sacro, mas coÍro é que vai ser essc Esiado?
li bas€âda. snn, mâs âcontccc que o Corão, como ele nâo dá basc
tur litâdo. Enráo cxistem dilerenies
isso. nãoexphcacorno dcvc ser o
rrnciras de u sujeito achar comô d€ve ser o Estado jslâffico ideal,
,lLrcr dize! cada uff se acha a encarnaçáô do Estado jslâmico idcâl, mas
irlc hoje ninglrénl sabe qllcm morreu O Íato ó quc nrnca loi possí\,el
,,rganizâr uff Eslado islámico quc durâsse, e hoie tâmbém náo é. llssa
l5
reapareceu'
rncsmo no nrroclo islâ!nico
sinics€ dc rcligião c llstatlo nerrr
cornl)
ir* i *." *;ta Anliguidadc mesmo' qne vj rcaparece
,r.fr" qr" cla
\ I L r,),rx)Icn1r)rnrqucsur:cca pcssoadcS(rcraicscâpossihilida"
,,,1,.rqLr.rnâistardcirparccrsolrclndoocristianisrro.apartir
,,,),rr r!lo s.r Iurrarr) iürr a r)brigacro de ertendcr qr)e tt tenslro
iuiir r lc rrLmâna c iDsolirv.l iclúia dcssr pcdcito rquilÍbrio
l, , t
, ti rr irrl go! cr lirlsn. Só pô(le ^
(lurai dLrrarte um ccrlo (.nrpo.
,, "1,)
r. lorrala cr)rliccirrrcrir) Llc quc ha!:a cssa
lruLll srr ]l!mano
,,, r: r[ ]ri cstava li rlc âleunr rr,xlo. Nlrsnro dcnl11) dos inrp(trios
i, r I11'va css lcrr,o r|rrcccl c icirpilrrcci r toda horâ
I I L rL 1!r11) cnr . uc [ric \"o.gclirr rcprodur u ra rspúcic .]c «»rlis
It
histó-
b.inc.r d! prolclr..luu dizcr coilu I consciêri.it da rciativid'rdc
porraclor dc Lrrna vcrdade
.icr. da rnu(lânça tcmpolal ctc c sr aliilna o
scrc( hrlmârros E é quc
delinili!a quc clcve scr illlpostiL a lr)r:los os '1âro
quc sci nlr scu lornar se'â ào
cssa lcrda.lc, por lnâis §ábia 'ontcúdo
scr rplica.la por csscs !rcios rt própria
ntgaç'o viva da possibilidâd'
porqüc essa conqLLista
d.Lrürtuisla.la sabcdoriü pclo sercs lrrLnrânos
.. .,. ,j.t. n,..,.\ .. \r\i ,., r, , "',"rLr ' '. "'r''lJ
crn quc tLfrcn-
in.livi.lllo só !onqrlistâ a sâbedoria na mctlid'r
Cad.1
c o hrrirano Nlas sc cle fossc
rlc â suportâr cssa rens'ro crlttc o tlivirlo
cstxial srlbia' entao o
irüpcrlido clc lazer isso por urna novà legislaçáo
cstaria proibido jLL§tanrerte pda pr(ipriâ
iírpo§iÇtlLo
acesvr i salrcrloria
J i '"
'', r.;' lrn'"o' ''r'JrJ' \prulrrr'"'''u
i o rci'fillsoir realizado, o governo dos lllóvrn)s
nuln rnrndo rrodcrr"
[,sta idéia Lk) govcrno c]os lilósofos rel('nâ
pcssoâl da Rcvoluçáo t-ranccsa o quc
com Lrlna lorçâ trcmencla r\]Úcle
Eranr os hlósofos qLLe
eÍa? Erarn os go!cnranles lilósolos 'onhcciâm'
delcs, as leis quc iti não cli/iam scr
lcis dc Dcus' nrirs leis
no ente|cler 'tí
razáo por u nto. lcis ü ni!crsrlrnente válid as cqüclinhtmaobrigaç.Lo
c implantâr â nova
.lc dcslruir locios os govcrnos quc não obcdecesscnr
que scria urriversalmcnrc válida' a paz
pcrpótua e{c'
or.lcm,
l8
ri:! . rrrr (los aspeetos mais Iindos da Histórià dd liilosoiiar é
,r , r,r I css:r sÍricsc. srtútica. esse d.anra dc Socratcs. co|dc|sal:lc
, L r)(,do roda a condicão hu râr)a. que é a do in(livÍ(luo c istcntc
, ,,,1 :,,,( iedade hiÍorirarncnic dadâ conr lodas as suas lirritrcaos. dn
lr,),,,rr (tucóllrl âclà Sócrâles tinha sido unr sol(lado. Ullr hcíli dc
1,,,.r lilc cra unr honrcrn obcdicnr. is lcis (h surL cL,nrunidâdc. mas
.r ,r( irio lcmpo tcnt accsso â algrLns conh.cirrcrios (tue irunsccndfln
'
, ,r, !Í1o portí) nceâm:L tlriversrlld de. a âbs(nutnz dcssâ vcrdadc
,^ ,l!;gcnlc Entrc o tcncÍrc c o divirx), cnlic o históri(o c.livino.
lr. r l(inpoialidârlc c a ctcrnidadc. ó cxâtarnc11tc aí rrcssc linile quc o
I' ,r!rcslri Outft)dix. es.reviu.r ailigo no Globo dizcndo cratarncnic
, i,,. (tllc cnr todas âs socicdadcs cxisicrl1cslcnrunhos (ic qur as pcssoas
lrifrrr disso Não
h|.L ncnlmma cultrra quc icnhâ ncga.fi) islr) r)ir qne
,1, !rirhctcssc csla silu.'çAo iflernrediáriâ do scr humano
( ) r. r i.laia.lc quca nâturcza, colrsrderada lisicrnr(]lrte. coltcnha lcis
ri rLr que têm uu carátcr clrrno c univcl§almcntc !álido, isso ó uri.
,r
ri ,liriiv dc eiinrirar por {rliiicjo essa tenstlo. Pois aió conro sc vocô
, ,:!(\sc "Não, cxistc insi.irrci:r sLrpcri(,. e\is(c sonrcnte esta fatureza
, r .slu, e dcnl|r, drt.L jú teln as lcis' . Nlas táo logo vocó lcz isso par
,lrrrinar a tcnsáo. a lenlao jí reêparece sob â f(nma clo colrflito cntrc
L, lris ilâ nâturcza, qnc scriâlr univers:rlmerte válidas. e âs lcis ci!is.
r . !ro só localmenle vrilidas Em vcz dc csclartccr âlgüna coisâ, issil
,' (rrplicâ o probleria. equr'lioDaDdo o dc rrnâ rnancim já indircr.r
\ l,riÍla iá náo ó mais c lre reÍn[trâ]illade e eternidal:lei scria cntrc a
( irrhdc e i' nâLure/r. enc.Lrando as coisas nurr plano mais liüi1lldo,
., ,.1,n..ir',. ri..rf i.,...
Il)r outro lado. surilc !nr scgunclo prrblerna: de que se vocô confiâ
L r( rs leis esião ntlo ra srrpratcrnporalidadc. nrâs Ia mâlerialidâ.Ie. nà
1.]
erpcriência da âscensão ató o divino, a mciaróia, mâs simplcsmente
a invesligâçao das ciências naiurâis' o ideal do sábio é subs-
"\gora
liiuicb pelo ialeâl c1o cicrliisiâ Àlérn de isso scr uma diminuiçào' um
rebâixêm€nIo lorniclável porqre se cstá subsliiuindo e prjnrciro
,rg-r. Ir\.rr, inr.or I oct'Jaa-" Lr"Ll\ ' rup'nfi" 4
universilária . âinda há u1n problcnlar quândo o cientisia confiando
nâ própriâ
na €xistênciâ d€ leis da l1âiure7a, que csttLÍiam illcrustâdas
inaiéria, quânclo elc vâi investig.Lr par'L dcscobdr essâs
lcis' descobrc
e de
qlre elâs náo existcm. Encontra aqLLele rcsíctuo de indet€rninâqão
naturezâ' [ntào'
irrâcionâliclacle qlre é absolutamcnle irrenrovível da
o que acontccc? A cquâçáo solre umâ nova Inutâcão
hlrnrâna é
No lernpo dâ llevoluçao Franccsa, dizi'i sc quc a ordcm
u.o'Crrr . queo \rrrloouiri' ru< rr r'ra r r rlu-r'r' qrr' or l" i' _
'r,,b. na nâtureza'
etcmas. Quânalo sc descobre que nãoh1t lcis etcrnas
as lcis
o negócio vira .lc c.LbcEa pâm baixo' Ou o honrem dizr
"tsom a lei' no
podemos invcriar unâ
nrundo rcal não há orde r nenhurna, n1as nós
'Jm'' e" O L'on'en'
LrCen' l Fldn i o \iel. 'c.r( \4i '' '\rr'Ô ri'' C '' '
como legis
vira lcgislâdor âié mesn1o em cin1a dâ naturezal O homem
pronetéico c
lador sobre a natlrrcza. lenl quc alo iná la - dai o cÀáter
âuto exaltâdor do mar\ismo
do
Tanto enl N{arx quan(o em Nielzsche vê_se csta celebrâEAo
pode o do homem sobre iodo o mun'lo' o homem é uma espécie
dc
z0
, rrriftc: nós csiaffos de lato entre â tcmporâlidade e a eterni.ladc,
,, r,, l(!rr c(nno escapar disso' . Sc teniaÍ equ.Lcionar dc ullr ouirc jeito.
, ,/, rtrl): Nao. náo é beln assin, vamos simplilicar..'. ê coisa piorâ c
,,, ,r icl cadâ vcz mâis.
'
r\ lida de Sócrâtes €xprcssa ffais â vidâ dele do quc a "filosolia",
t,,,1tr( eu náo vejo dilerença entre urna coisa e outra; qlrer dizer. a vidâ
,,I r r lilosofia dclc...
\,,,, rc l'u+e t a lrd" DJI J rôd,, u1, c, r,o. de n(*oa'. e 'r< g upn lcri_
z:l
üricrocosrno' teÊ* ia aul(nnâLioar[enie'
Llnra esPócie de socic'lâdc eln
oJ J "'rr;r'o
,",": , ,u. n,,,".:,:,-,.u,-. ', i','1,,','
."1;:,;' . ,"'. , ',-" c"'"' 1'ôüu 'oc' "'u '' Íi "''ru r-
l\las, nole bcln, para Plaiáo a dialética iá ó unra coisa rLn] ponc.)
rlilcrcnte clo quc crâ para Sócrâies Platão viâ na diâlóiicâ Lrrra espócic
(le disciflinâ ascética, qucr dizer. ünrâ purillcaçáo do cspíri10 c uma
nogrcssiva Âsccnsão a fivcis câda vc7.râbrcs de conhecimcnto e de
rspiútualidâdc. Sócrêtes runca tinha dito quc a dialótica é islo Dlâ às
!c7cs pârccc isto erll suas pâlavias, às vcze§ parccc ser aPenas uma iéc
rlca .lc disclrssao c. cnl cerlos momcntos, parccc até urla €risticâ Nós
rrio podernos ncgar â ver'dadc de que Sócratcs, que tantu combaieu os
n)listas. às vczes usâ rccursos solísticos na discLlssâo. Quer dizcr. ele
rao lilrha Lrn1ê perltita ckr|eza Ernbora tosse o dcscobrid oÍ da dialélic'.
I'r,r.,'i rh,,,,i,f. .r.,.r.r./"Jaui\'i (rn.,r iú.lrrL\ ;"rr
Lcenjcas dialéticâs e o que serialn lócnicas §olísticas.
ll inicirâ enle normal que urn sujeilo quc dcscobre (rrna coisa niio
,, rirái{inlo de perfciçáo, que pârccc não ter sido slLperadâ ató hoie. Há
L irra sórie de pscudodiâlélicas que sLrrgem dcpois. inclüsivc â de lIegcl.
nxs isso âí náo precisa scr dccidiclo já, podemos deixar para depois.
Platão acredita, cntão, podcr aperfeiçoar â dialélica no scntido de
Lra slonná lâ nuur méioclo âscético que dcvcria lev.rr o individlro até a
De talo' nacstluiura Llos
clcsoobcúa d e ccriâs rc'rlidadcs fundarnentais
n (n ôr\i
;,",,.; ;;, ,.'rdJrr'i'a'1'( r1..r'nJnu L'''|'4nrpr;
o'rrn'-r ' 'nJ' "'
": ..'" ', ,"'crr'nl"r'ôJr 'rnJr'
""'l" plano. Nlâs o aiunilârnerllo o cerco ca'lâ vc'/ nais cstrcllo
nrcsn,o :::
isso exise Lnna cspccrc
*,lo."a. "" i'vcsriilaçáo dâ qucslão
'"i ,cr,i. pass'rgcrn de nivcl' qllando cntáo
à discüss'o se succ
de rNtâção. ,:le
argulnà vcrdâ'rc que trârlsccnde
;;;r;.";.,." :"'ttemprativâ crc
naeslruiurado
tl nesse nronrcnro que'
a própriâ eslera tlâ ':liscuss'o
narraliVa do nlilo
plalônico, ao diálogo §ucede a
'- ',ü".,ri"it,
D,nlog.,
as hipóiescs tâlsa§
rc' *'luíclo Dela discÜssáo {odas
n1 '";'r' U1'':'f
r1qr' c'<''rfr' n'(ru rrri_
:lu qrr' r'r'' 'rr; u 'LlJ nu rr iru
,t,1, , , ,.t" g.,iâri' .tuL 'r r
r,,1.,, . r",.r, ôr'r ôr
..,";,.;: ,;, . 'o, 1''"nr'a' :"'|r'piLr 'r'"''iu'rr'\
.;:..; "",, urrr.ur.raeni- rrr',r. dçr':'rrr' t'Lr''' "''r"D'L''
elc dri unra íorlíssi1nâ
i" o. "t,"s nlt*'t* mas' dc qualqLLer nrÔilÔprnnejÍâ' pela sinples
ra
,"r.r"a"*"t"t"," u" "ocô nào o cnlcrlda qlrc é Inlrilo in-
.".o,n *.u,"Iü ^ *tprcssão ':le que perceberr âlgo
que persar da'Luilo
Dodânte, cnrbora ntio s'iibâ o
nn fnal de A ReNiólÍrd qu
n'lo Platão rarlã o
un "'u
"".nrpfu que morre numâ batâlha e é lcvado
à prcscnça
,nitc, ae l:,. gr e o sotaaar)
corno no rllrndo crrslao
i. irtr.' O jlrizo final âli náo é erarancnic
inlcrno' v)cê vai icr oulra vida
1,,* .* parâ o LLnrâ
"r' ,r., " "u julgâmento quc scia íci1o da sua vidâ' podc
clcpois. eniào. conÍonnc o
.:le nüneira
.,,"" ,ur'^ cujo clesenrolar sÚ ptr'le visüalizâtlo
",.,ri". uma inlinidâdc de nÚdelos
pa'àvo'r' escolhci'
"i'.","i". 'at,'* *.*"t ,ara a vida quc supoc
(cr si'lo cscorhicrâ
;* 'iver
";;;";sâbiânrcntc "clo qre a anieriot' nâo co
nras cLLiâs implicaçócs voce
nais
una sórie de crrL's
.i.." *""* I';rtanlo iânrbém voitârii a fazcr 1cvâdo peranic
"", novo' vocô será novânrcntc
.ir"t', **4 "-'*r 'le nrodelo'
",
* o"*'tot 'lavidâ qlre lcvoLr e cscolhcrá un oütro
",i,i,*,',,.,
2a
. rssiur por dianle. não sc saben.to qlr.Lndo isto vai tcrmilrar.
ll claro qüc uma das maneiras ffâis viáÍeis de conrprccndcr csse
rilo é cntcndcr a morlc Iáo como nlorte bidógicâ. nrâs apcnas comíl
sust)cnsào do luxo dos acontccineftos vi!idos durante unla evécic
r ii r(]colhinrcnto. Ncsse recolhirncnto o homem se âbstóm dc agir e
iornâs ou das idéias po.lc scr conheciclo. rnas nao podc scr eosinado
Ca.lÀ ürn vai tcr quc decifrâr o mito com sells p'óprios
rccursos Eniáo'
,i, rrdrr o carárcr inclividral. o caráter indeclif.LVelnrenle indi!i.lualdr
rr\.r da sabcdoria. eslá realirrrrrdo rr) pr(rprn) corpo dc urna tilosofiâ
,tIc prdende. por oulro lâd(,. c\p(,r a srbcdoriâ univcrsal dc tâl nrodo
,1rrI rla possa scr impostâ igrLahrcntc a ioclo nrLrndo lclo rei lilisoli).
(11 lLirto problenra lcnr.íl lslr) sig ilica quc dcntm dafi losofi a dc Platr'ro
.
ri, rd('nsa urrr agl(trn.rado .:lc problcrnas, dc tcrnas c de dificuld.des
,rI. rlirn.ntânr a nossâ discussáo.rta hojc.
Nos t«los eslanros lcnlrnr.lo r.n)lvcr âquclcs problcrras quc cst.Lo
, ,Utrciir(los on insinLrâ.:los lra filosofia platarnica. Ni0 ó necessalrio dilcr
, L ,r .sir iilosolia conióIn óbvios sinais dr unrr sabc(|)ria à ( ual Plaião
I.!r âccsso. nras da ü,r1anr ianharf urna dosc dc cDigmas âbs(rutâ
, ).fte lonrridá!cl . i iusro isso o qllc â to râ tao intrressante, y»quc
, !.rrc rLrri:â sâbc cratamcntc onde é qlre t'lnlarr quis chcgar
ll)
i:|r1to pclo oulro. scur qUc sc possà rliler rcm quc concordânr nenr qUc
,l \.(,rlrrn Esscs dois la.los cvi.lcl(emutc cxisrcrn. câccnruar Lnâis Urr
t (..: 0f r.enos. a apenls uma quesrao dc oportunidade. lrm plarâo.
,r Ifru ioflc nnprcssáo (le que clc alimra qLLc o rrundo das idéias ou
Lli r ii)n|.rs rxistc dc,e/ si c irànsccndc o mnndo da rerrrporatidadei
(if \risir')lcles. há a âlirrraçrio dc qLre csrc mur.to só cxisl! derrro dâ
r rrpor.rlitladc. Inas dc làir) rLs duâs coisas são vcrlttdciras.te rLlrunr
,r,,do, principallncirie porqUc as lài! lormâs scriarn os n( elos ctLyiros
,LN .oisas 1L'inporalnciric cxistc|rcs
l:ntâo. o.tuc seria. for e\emplo, :1 "càvalida.tc t Ít o pr.ojero quc
r)(us lcz para os c:Lulos Sc u)ca pcrgumnr: . O|.lc cxisle a ca\,:Lli.ta
,1.'' Ela crisie eln si ou c\isle no câvalo,,', voca le
os dois lcrnús dc
Lrrrr oposiçáo quc dcfincm unra discussio quc houve.lentro dr escotâ
, rLt)rica entrc os delensorcs dâ prnncira li,rnrutâçáo dr) platu ismo
e.
Arisiótcl.§ als prirncircs dizcrlr que:Nl'ornrâs c\isrem crn
t t) r)LLtm l.ido,
ii {i lao xrclcpcndentes dcslc rrun.lo tisico: Àristótcl.s diz. ao cÍ)rirtjito
I rc rlas eslào no fllprio lnundo lisico.
F.ssa discussaro. colocadr assil , de lanr não rcrn soluça«). porquc a
r(lpri noção dc existtnciâ rern unl duplo sentido coll]i»me sc rcUra aos
.rlcsdo nrundoou às i(krias Qu al e\isrc cfcrivrnerÍc cnr simesmat,Uorr.
(lrpcnd. do quc sc cnlendê por cxistir O cxisiir.tos cntes do murdo
sico é uma coisà e o cxisiir das tunras é ourra. Se você tcnra. jLrlgâr
I
rLn pclo olrlro. ou o outro pclo urr nrio vai chegâr a coisl algunrâ. trn
scgundo lugilr é ncccssár.io vcr quc se essc rnundo das iirnnâ5 é o murdo
1l) que Deus pcnsr â rcspciio do lnurxlo que clc vâi criarl qrLc sáo os
frodchs que Dcus tc remvisrâpara crjaçã().las coisas.IntAo. sc csses
rrodclos pudessem scr integratnrcn(e conhcci.los.iesdc unr ponto dc
!ista humano, acondiçâo hünrana cstaria àLrromaricânrentc transcen djda
c r(rs lá rao vivcría os na tcmpoiâtidadc. rras sim ra eternidadc. Íj
.()ntra-scnso. é impossí\,ell Desdc o fonro dc visla plllamcnic hLr1nano
JI
o rodelo não podc scr conhccido. Só podc scr collliecido corro? Através
do )róprio Dcus
Orâ. isso qucr dircr quc r srnr(hgerrr di.lúliü quc ,ros lc\ â do nnür-
do sensí,el para o rnundo das idóiâs ,ráo podc rlr(]gar a bori resull.'do,
porquc clâ scria r) si.rplc$ conhccjDrcnlo humano.Lo divino dialótica
^
terir. cntft). o podcr dr nos lritnsligurar.rrr conhcce.loies.lo.icrno.
lih ralo focle lirzrr isso, por cssa raztu nos lcla aia urr cerl1) r,rlr). .hi
\'crn o rniio lsro sil]rll'i(i quc I dialatica nào cullrprc o qrc pronrctc
IiltL lromclc lcvâr aió o córL. fills . uar.lo chega lí r:ro fo.le nriris... tcnr
o que estou querendo dizer? Quc cstou enl outro lugâr, ou qlre este quc
está âqui não sou eu? O simplcs enunciâdo dafuâse "eu náo estou aqui"
não diz isso dc jciio nenhum. Ent,to a f.rmosâ distinção cntrc contrário
c contraditório náo pode seÍ feitâ âqui, náo dá parâ lazer porque náo
se sabe a que .r lrase se referc. Outro exemplo: o lanoso princípio dc
identidade, que A é igual a A. Se você disser'A nao é igual a A, o que
vocô quer dizer? Que o segu.clo A é diferentc do primeiro. ou que eíe
ó dil'erente de si mesmo? A simples scntcnEa'iÀ é dilêrenie de A' não
esclârece se é Luna coisa ou a ouira que elâ quer dizer
Iío ó um sinples teÍe lógico. A noçao de evidôncia é. para min1,
uma noção básica absolLrlamente inconiornávcl. Nàotemcomo escapaÍ
dela. Se você tentarde algum modo contornar, dizendo "Não, nãoexiste
.1.1
( vldancia, só exislcrn coisâs que dão a impress.ro de scr cvidência",
, irdâcsltraciocinando coÍn basc nunadeliniÇão dcevidêrciaqucvocê
rsrondeLr embaixo do tapete. Entào, evidência signific.L jmpos sibilidade
,l)cl) rário e im poss ibilidade a ôso, /ld seria ulna im possibilid.Lde sob
(tuxLquer aspecto qu€ seja
Os lamosos principios do platonismo não sáo conhecidos através de
L rra âlusâo mitlrlógica ou sinbólica, mas através de evidôncia direta e
ircgável. So entc ai se enlendc que o ftmoso nundo das ioünâs, ou
rrs idéias. quc aié há pouco cra tido como o coroêDlenlo do platonis
rro. nâ vcrdade era somcnte Lrma pirâmidc truncada quc subentende
I nà outra pârie supcrior que são os princípios. O mundo das lornras
. apenas intermediário entrc o mundo dos principios e o mundo dâ
Lr rporâlidarle. EIe é apenas uma transição. Écomo se dissósscmos que
.1. náo tenl uma exisiônciâ slrticientemcnte delirrida para que se possâ
ronhecé lo Trâz tanbénr deniro de si uma ambigúidâde constitutivâ,
(t c só é rcsolvida na esferâ dos pincípios. os p ncípbs rcsolven1 ês
,r.rbiguidâdes do nundo das lormas e, ao mesmo ieffpo, suprinem e
rholcm a existência dcssas lormas. âs quâi5 são âpenas umâ transição
.Lrtre o ffundo do divino. o rnundo do absoluto, do eiemo, c o mundo
(Lr lernporalidade.
Ora. fcita de anrbigüidade, entáo ela
ess.L transiçáo só poí.le s€r
corrcsponde prccisamente àqucle lan1oso1nundo internlediário. Creio
que mencionci da ouúa vcz a história do colvo de Noé Muito bem,
n história do diiúvio, após quarentâ diâs e quârentâ noites. eles têm
r cxpectalivâ dc enconlrar tcrra. Parâ confirÍrar isso. Noó soltâ un1
rorvo. O corvoficâgirando crncírculos e náo con§egue achâr nada. Dias
(lcpois, clcs soltan uma pombâ. qlre vai direto e encontra terrâ. Entrc
.lrca. o navio de Noé e a nova terra, tem_se exatamente a analogia do
nunalo sensívcl e do mundo di\.ino. enlre atempomlidade e a ctcrnidâde
'l'rn1 se, cntào. duas tentativas de lrâvessia, un1â fracassada e â otltm
:15
bcrn succdida Na bcnr succ.tidâ. â ponrba
\,oa cnr trDtu rcia. c raqucta
qLrc é liacâssada o corvo rjca girardo
t ,rr,-,r,r ..\...j.,,, \i,,,,,o r, t.r1 n.,r ,..,r,1,u{.,1,..ru.r,,
vcrsiculo quc ctiz .G ia rn)s pcla scnrta rcial,. Isra é a scn.ta
rcta. lts\.
i,rcsmo snnbol(, aparcrc,ra lclrâ
chircsa I
rador N.L cosnn, o. i, cr,,"",, ,
m0ndr) Scu dcsürho énrLrirosjIrptcs
,""""" ,;1Ííi: :::,1.,.11i;:';;
tcnr Lrma vcrlicatcrrês traÇos. urn
cml,,rir(,. urn r)o nrcnr c unr crr cirna
Jinhr rcla c o Tao. quc vai rrnir
cnláo os tr ôs ^ do .liviIlo c
mundr)s: .tir rcmporalida.te,
dr) crcrro. ( l)or ô
!.-' u , :,,- r, t,..,,.,,j.,n,.r.. t..u.Ir. r,i., r.ru,.,,r -|l.t.,,J \
i,,.rj,l. Lu. ,,,. .rrr d,, ,rrJ.
() hornc|r Iao csrti ioralDrc
,,-
tc ira rcnrporatida.tc, o rrLln.lo sonsívd.
clc jácÍáno,nur.todas jor as rlporisso.lucesscmürctí)éráoconf!\o
- r.L' i. .,, tur. na,.. ..!i riu, ..:. |,
^ C, t.:. L, r,,r(i.j, n. rr..r( x
rrodL, a chcgflr a LriIâ conctüs,o sobre
queln rirha rirzáo. sc ptarão ou
Àriin;tcles sc as tbrlnas c\istEn cnr si mcsmas
oLr sc crrstcm somcnrc
nont!.dosc Sívrt Arcsl)l)srrLóascguiltc:ncnrastoÍIasn.nrorrundo
sursÍvcl criltcnr cm si ucsrrl{)s: clcs
s(t e\islcrr (lcnrro da ercrnidr{tc.
E por isso.luc se \ocô rcsLrnri. r.ssa
trirrdarle nunr:i op0siçrio. numa
drrlidt'dc. Dão \,ai ct,egr! à c(nrciusflo ncllhrrn,a.
J7
11le.io inclcfinido Daí estc deseio, esta aspirâção, esra regra islâmica
"Guiâ-nos pela senda reta'. Que não nos àconteça o que aconteceu ao
corvo dc Noé. que nâo fiquenlos girando em círculo num eierno debatc
e'lr( ol',ronrco\ e -ri.ru,. licns pari.rb. rcucrrr re op mci.^ n o\ ô uL
a galidra Porquc sabemos qlre ncm csie veio dâquclc nern àquele veio
deste. nras ambos vieraff dâ eternidã.1.
.10
LLizcndo: "Mas ludo isso aqui nós já resolvemos nâqlele tcmpol '.
Ibdas essâs rcvoluçóes inclusive as grandcs revoluEôes inlelecluais,
.rnno â cârtesiana, quando Schelling djz que com o ca esianismo a fi_
l)sofia regride paraum nível pucril a filosofiaregride por causa disso.
negócio de que nós somos anÕes sobrco ombro degigantes. quc
^qlrele quenlalou (Einstein loi
iLs pessoas citarn como se iivesse sido Einstein
r) nrilósimo que fâlou isso), nós de fato sonos anóes sobrc o ombro de
tigantes. E se rctimrmos tudo isso que nos antcccdeu, nâo son1os abso_
lu1àmentcnada. Essâs trâdjçóestêmquc serabsolutameüle pÍeservadas,
sob o risco de alúnalizaçáo complcta dohomem. querdizer, cairmos de
rlLlr nivelnuito evoluido mesmode conhecimento acumulado parâuma
harbárie, pâra uma coisâ pueril. E isto dc fato âcontece sempÍe quando
u homcmj umâ geração ou um grupo, se acredita capaz de absorvc!
dc transcender completamcnte este pâssado.
Ilste passado você o r€cebe como um iodo, e faz âquilo avançar n0m
rlnico ponto, que é êquele ao qualvocô dedicatodauma vida. Se lanÇar
rnr passinho numa direçáo, ao lado de nilhóes de outrâs dircçôes que
poden esiar sendo trabalhadas por olrtrâs pessoâs naquele mesmo ins
(ante, vocô já 1êz muita coisa. Nenhum scr humâno pode Íazer mais do
quc isso Entáo, â pioÍ das sociedades ainda tem esta autoridade sobre
você:você nao conseguiria construir un1â outrâ melhor.
As sociedadcs vêm de un1 longo pâssado e se lbrmam por um pro_
ccsso que nâ verdade nós nenr scquer entendemos. Aindâ tcmos uma
vaga idéiâ de conro é €stc processo de transmissáo. Frcqúcntemente a
iran smissáo cultural me par€ce um milagrc. porquevocê, quandonâsce,
nascc ignorante. Nasce náo sabcndo nada, praticamente, só tcmaquele
âparato instiillvo. Isso qucr dizer que, se a sociedadc náo aprimorâr
neios de transmitir para vocé nais rapidamentc do que nâ geraÇáo
ânierior o qu€ loi aprendiclo, você náo conseguirá iazer nadâ. Quando
Rosenstock diz que vocô sâbc que tinha consciênciâ de scr um ser hu
.11
mrno simplesmentc porque làlaram con você, bâía isso para medir â
dívid.r qlre tcm par.r com todo o p.Lssâdo Quando vocô fâla ,Ah. mcus
dircitos '. você csquece... De onde você tirou csses direitos? Conro é que
você.lcscolrriu quc cles existiam? Foi você? Isso é nérito scu? Náol
I.'u loi rr-.r,,,"rrpr. rdnLlâ,r(1, ;Jratc\,(ê
Náo é necessário dizer quc a iransmissáo culturâl tâmbém tern
.Ls suas contrâdiçócs internas. c ufla delas ó que. quanto mais ela se
12
lAlllno: que a mLLncla clas lormas é llio datlo a anbi[,i)idades e
lii
tl,nlusoes. pat quc Plalilo àa loi dircto paru os pti cípíos. iti que
iá
les paden set enü ciados, aa colltttiti() das outtos?l
Flle não foi jusiâmcnie poÍ isso que eu estou dizendo Hoie é ttcil
.\plicâr, pois já leve A stóicles, NIá o Feneirâ dos Santos, Giovanni
Iicâle que mâstigaranr isto tudo e deran pronio Platâo náo tinha is§o
t)ronto. É nomal quc o primeim dcscobrjdor dc un.r coisa a conbeçâ
.ü1, assin como o consiruior do prinreiro âutonóvel nâo ltz Lr nelhor
rutomóvel possivel. Para Platáo. islo custou drama - e eu acÍedito que
sa) no lirr da vida ele tcvc a noçaoclara dos princípios. NÍinha lipótese é
.lâ vida. Quer dizer. só o suieito que náo participâ dâ brincâdcirâ e qlle
cscreve ünl negócio parâ seÍ lido só PoÍ elc mesmo, só csse é que pode
dizer a verdâde. Entào. é dificil mosirar para o amcrlcano ( . ) que. no
Brasil, quândo o sujeito dcÍende uma posiçlto, náo é que ele tcnha essa
posiçáo...Ele esláquercndo dizer uma outra coisa, e a gentc precisa lâzcr
um certo eslbrço para eniendcr onde é qtc ele está qucrendo chcgar
(...)
+5
nle dá il chance dc conhccer outros rjpos Lte sociedaclc que cta imiia
impeútitamc|te, quc eta mâcaqucjâ. Então. atravós .ta sociedadc trrâ
sileir.L, cll chcgo a conrp.eendcr o quc é .. Através dessa coisa quc
nós
chamanlos .lemocmcjê brâsiteila. eu posso chcgâr fl enicnder o que ó
urna clcmocraciâ nlesnio. Mais aindâ: qu.rndo eu chcgo â crrendcr
o que
ó â derrocr.rciâ americân.I. eu a entcndo inclhor do que
um â re câno.
porque o suleito loi criaclo dentro daquito, só imagina âquito. Eu lhe
digo:
"Ilu estou vindo de umaoutrâ siruaÇão qucé rnuiro lnâis cornpticadâdo
qLre isto. cntao, quando chego aqlri e vcio conm tunciola sua dc iocracia.
é um alívio, porque é n[rho mais sinplcs clo que l, no Brasit..
(.)
lÀluna: S /p/esd?]
O esforço mcntâl que eles estão fazendo pâra entender aquilo é in-
crívell (...) Em umas conversas que tive com âmericânos. por exemplo.
â pergunia que mâis vinha era: ,,Por que eles nos odeiam?,,. (...)
Eu sei
poque cles odeiam vocês. É a coisa mais simplcs do mundo, vocês
os
ensinarâm a Iâzer isso: filme americano só falâ mal dos Estados Unidos;
1ivÍo americano só Iala mal dos Estados Urlidos; TV americana
só iãla
mal dos Estados Unidos. É o seguinte: vocês têm Lrma certa credibili-
dâde. porque sâo um país Íico, poderoso. etc., eniáo as pesso:rs
tcndem
a acreditâr no que estáo falando. (...) Se vocês pararcm ale falar mal.
acaba o antiamericânismo no n1undo.
O pólo ativo do antiamericanismo sáo cles mesmos. Náo tem ulna
únlca idéia ântiamcricana no nundo quc tenhâ sido inventadâ por
pessoas alc fora dos Eslados Unidos sc pegarmos o que o Chomsky
escreve conlm os Estaalos Unidos, a KGB inteiriiha náo cons€glliu
pensar melade daquilol E o que €lcs lâzem? 'Vamos ler o livro do
Chomsl(yl" (...)
vender é legitimo, não se podc inpedir Tem soluqáo paraisso? Náo sci'
precisaria uma mágica...
Depois do l1 setembro, muita gente perccbeu essc tipo dc coisa'
ale
49
talar o que quiser, mas se você também náo fa1âr que quiser.
o vai
ficar só ela lalando. I foi mais ou menos o que âconteceu.
Eu acho quc esse 11de setcmbrcloi muiro sêudável
paraos Estâdos
Unidos. Eles precisavam de um châcoalhâo desses, porque
era a coisa
mais óbviado mundo. Escuta, você nãopercebeu,
mas o mundo inteiro
está querendo acêbar com vocêl Está crente que
está agrâdando, mas
as coisas de fato náo sáo assim.
50
Leituras sugeridâs
SáoPaulo Lóyo14,1997
5l
Dados lntcnra.i. .isde Calalo8açáo na Puhlicrqio (CIP)
lC:imnrn tsÍrsil!nado Livro. SP B,?siL)