Вы находитесь на странице: 1из 58

Hist

Essencial da
Filoso

p,x Ç)lr,tt/cl
§§
§
A vida de Sócrâtês explicita a insolúvel ten-
ffi
sáo entre as verdades sociâlmente estabelecidâs ffi
e as verdade§ universais, bem como o pâpel
do homem como ser intermediário entre elâs.
Nesta terceim êülâ. Olavo de Carvalho discute ffi
as inllllências de Sócrates sobre Plâtáo, â con-
§
traditória qüestáo do rei'fiIósofo e as enormes ffi
contribuiEóe$ de Plâtáo pam ê continuidâde do

Projeto Socrático-
§
H
:-:{
"Olavo de Carvalho é o
mais impoftânte pensador #
bmsileiro hoje."
§
Wagner Carelli

"Filósofo de grande emdiçâo." ã


Robe o Campo§ ffi
"Um gigante."
Brüno Iblentino §
"olavo de cawalho se
destaca porque pensa, ffi
ji!
reflete,eédeuma
honestidade intelectuâl ffi
que chega a ser cruel."
*
Carlos HeitoÍ Cony
§
"Louvo a coragem e lucidez s5e
de suas idéias e a mâneila
admirável com que as expôe." ffi
illlil[l|nil[ Herberto Sales
ffi
§
Esta pübllcâçáo vem acompâDhâdâ dê um D1iD,
qu€ Íáo pode serverdido sepârâÍlâmênte.
ffi
ffi
Sócrates e Platáo
Aula 3

por Olavo de Carvalho

coleção

História
Essencial da
Filosofia
por Olàvo de Càrvalho

Coleção História Dssencial da Filosolia

Acompanha esta p(blicação um dYd,


náo podcndo ser vcndido sepâradamenL.

lmpresso no BÉsil, naio de 2006


copyright o 2006 b! olavo dc ca8'alho

Foio olavo de Car{alho

Dditor
Edtun Nlânoel dc oliveira Filho

Moniqu. schentels c Dagnrar Rizzolc

Dagui Dcsi8n

Tereza Maria Lourcnço Perei.a

os dirciLos âutorais dessa ediçá. peÍenccm à

É ltealizaçõ.s Edlntra Lilrarià c Dislribuidora Ltda

CEI,: 0,1010 970 Sáo Paulo SP


Tclelax: (1r) 5572-s36J
E mail c@eLealiTacos com.br
wúlvc.càlizacoes com.br

Rcservàdos todosrs dneitos deía obn PmibiLla tÔda c qnalqúcrrcp'odÜeáodcír'diÚtLo DÚ'


.!uâLqucrrr.io ou Í{nmx scja !hrlo(ônicaoL nreúnica,loto.ópia grasrqiÔ ou quáLquo nri'l
Sócrates e Platáo
Aula 5

por Olavo de Carvalho

coleçáo

istória
Essencial da
Filosofia
d
2006
( (il, L.i0 llisl,,r'ia Esscncial da Filosofia
Socnrlcs c Platáo - Aula 5
por Olavo de Carvalho

Nl tr i,,rlnn)s quc â vidâ de Sócrêtes repete ulna situâçáo das tra-


rr,lrirt lrr'(frs: â do sujeito que dcscobre uma lcique está para aIém clâ
, ,,r..lilri(ro.là sociedade e: êo encamar ou exprcssar cssa 1ei. colocâ-se

, rr,,t)osiçLroà socicdadcicsta, então, volta se conira ele ao lnesnlo tem,


Itr,,tll(, 11r(,nhccc. de algunl modo, a sua sLrperioridâde. Tenho a inpres
',r,, (i( ( LIc cssc nlecanismo teriê que ser comparado àlàmosa teoriâ de
lr,. I i, r. r.l .^hrc ô hndc e\fialo o o rujeilo q c rcp(1r:n. Irr-ri e
r-,, ,,lhi(1, como o pólo em torno do quâlhá a reuniáo das agressividades
l, trlirs {Lr sociedade. Ao voltar-se contra ele, rcstaura-se um senso pelo
L,s ilns(irio dc solidari€dâde, de unanimidade, e. un1â vez destruÍclo.
rtr
,, ll,(]e cxpiâtório se torna postcriormente obieto de culto.
Iirn parLe. existe algumâ coisâ disso na vida de Sócrates. Aqueles que
,' rrrlr r. no mesmo insiante já estáo, de certo modo, reconhcccndo
,1r quc quem vai sobreviver ó Sócratcs c náo eles. A paíir do instânte
,tuc cle é mo o. o destino, o lut ro da filosofia cstava assegürâdo. Ele
i'. ,r"ur, urra nor" rrodcliLlcu. d( \.rdbde cuja peí nan. r. i". .rja
(lurâbilidade histórica ó cntâo âssegul?da pelo seu próprio sacrifício.
N.ro é necessário dizer que, mais tardc, o sacrifício de Cristo repete
o rnesmíssimo esquema, !ó que nuna extensáo imensamcntc maior.
rtpctindo no plano existenciaL aquilo que Sócrales tinhavivenciâdo no
flano cognitivo ou intelectual. Assim como o sacrifício de Crisio asse-
gur.r a salvaÇão dâs almas dos pecadores, a morte de Sócrates asscgura
n possibilidâde de resgatar paÍa sempre certas verdades universais que.
só podendo ser reveladas diretamente ao coraÇáo do indivíduo, e náo à

IRcnaCIRÀRD,re ôrr.irlsrrn . Pans Libi.iriê Cénérâle l]Irnqàise, 1986


rolctividadcconotâl.arriscariarn conrodclàloscrnprcalriscam ser
cngolirdas c submErsas pcla "vcrdâdc' sociaIrrcntc adnriiida.
ílclarcquecnr hip(rtcsealguma hâverl.LürnasoluE opamcssedilenra o
lcr humano carcgâ cssa duâlidade.lc rrúdo cstruturalc pcrmantnic Por
Lrfr lâ.i(,. clc a rln nrernbro da colciividade. devc a cla a sua subsislência
c os seus mcio§ de c{prcssão. scns mcios Llc conhccimenro a cuncçar
pclapí)pda lÍrgua. Náopodcriadariâdadissof \i n'.srno l.'rtão ncsse
scniido, é üur paltiripantc da vu(là.ie socialnrcn1e cstabclecidâ c nâo teria
scftido l:LUcro deslruila ou volial.Sc tolal!ncntc conlra cla Por olrÚo
làdo. clc La.,LrLirn tcln. co,,,o indivnluo. ,llcnrs de accsso a verdadcs quc
iransccndernâúüitadeconsciên(i dogrrLposr)cialoudac(,rnunidâde,
c qlre is vczc!, se colocam acldcrÍâllnenlo ou tcrrporariarrcntc fl)nÚa
o.k,gnra cl)Jrsâgra.lo peltL socicdadc. Ncsscs flnrr.fiôs o h(nncm nao
p(,dc abdicar cm de urna coisa ferrr dc outrtr
llssa tclrStu cnlrc o ilrdividur) cn.luanto mcrllbro de unrà cornlrnidadc
historicârücnlc dctcr ilada c o in.Uv Lro cnquarrlo rcprcsenlânrc da
cspó.ic hur,.rnâ. cla n:to ó solúvel [ ó iustanrerrü a idéia d. fodcr re

Írver issr oltuxlamcnto dc todas as utopi.rs rcvolLrcionan iâs nnxlcrn:ts,


quc, dizcr ;nlcrtâr um socicdade na qual a !e xdc Lrnn'er§al cstcitL
llnalnxinle c(,rporilicada nas instiiuiçócs. criar u,na cspócle de socicd.Ldc
un\ A, \".irl.rJr,J". ltrr.rr','Jr r'."rr"rJr p'n'\Jrr1
vcrrlâ.lc lLrcal c irânsi1Úria historicirmcnr. cordicionada, reprcscntâ
.]c alguü, rxdo o discurso 6nal e rcâbâdo da lcrdâde univcrsâI. I)n
últimâ instâ|ciâ, é o pr'oicto da pâz pcrpélLra dc Kanl, ó o projelo
ch socicda(le socialiÍa. "á (, projcto da ilova orderri ürundial. Tudo
isso srlo lorlnas ilLrsórias dc lLrgâ â nnla tensáo que. longc scr urn
rnâ1. é unr clcmenlo constilulivo do ser humano.
Notc que a tensão não é enirc a coleiividade c o individuo. Norrnal-
rncntc. quândo sc analisa isso, âs pcssoas equacionan a§sirrr: a coleiivi
dalle do um lado. o irrdivÍduo do ortm, coloc.rndo scmpre a colctivjdadc
,!,ri ir) d!.st)úcic hurnana No enianto. bcln analisaclas âs
!, !i t t)rrsc rtrnt( da cspécic hunrana não ó â colctividade, rrit§
' ' tl vr(Ir. Iilc sc opac à colctiviclâdc nâo cnquanio indivíduo.
.'rtriIilorcprcscnlarlcLhespéciehumana.(tuc.conloiâi.ócapaz
',,
,,.1,.,r(ir .ritirs vcrcladcsicsias. scndo urivcrsâis. cstão Iaescrla d.L
, .tir L' lrr inm c(!no Lrm lodo. trânscendcnclo infinitamcntc o círculo
l, rir tr) irLIrithdl(]!r parliculàrl
\ , ,,.lirr)cs cntfc indivíduo c cspócic são rlruilr) dilerenie§ (lâs qLre
, \r lt fr .rilr indivichro c colctivi.lâde c a históriâ dc Sócraics iluslra

' r, ( rrrL!r!rarciraâbsolutarleileesplêndicla Se você conhcccssc toda


, , ir hurranâ. sc tivcssc por crcnrplo o ADN de cada Lrnl. rrais a
,r11
1,.r,úir(lr((i.u .etc.,dessan1ulli.Liodcdâdos.dcssarnâssâdcdados
',,(,,,,,,ln,dcriadedu,irconll)seiiaop.úxnnoindivi.luohunranoquc
,. ,rL5.cr. porquc o conjLrÍo dcssâs dercnrinaçac! del\rL cnl abcúo a
r
':r bili(laü: dc nasccr milhõcs dc iffh,iduos coJnplclânrcrtc dilcicnl.s
lr!. sarrcnlc. porénr. de unr só in.lividuo você podc dcduzn â cotrsti-
Ii('r!) dc iodââcspócic huma|â. Pegardo urrr jndividuo conllr an1osn'a.
,,,,, 1,(, dcssc indnidno tcm o rcgistro dc nrdâ a hisiória genétictL drL

t\ Ílcic l}r1ão, do indi!íduo se dedU, a cspécie, lnas da cspócic náo sc


, .(lüz o individuo. Eis por qüc o in.:livi.lLro hunâno. consideiado romo
L if todo. personifila. rcprcscntâ â rorâlidadc.lâ cspécie hunr nrnrelhor
( t) (tric.tualquer comunidade hlstoricamente dada.
Sc vocô cxanriDassc llnra collrunidalle qualquer por excnlplo
ir Írcicdadcbrasilcna.asocicdadczLrlLr ouâneozclanclesà, (iema|eira
irliluniil poderiâ deduzir as lormâs clas outras socicdâdcs historicameniê
e\istcntcs Ao corrrário, hâvcrá cIlrc estas virrias lonnaçóes sociais
rLhismos c incompatibilidadcs quc tornâm uma â1ó irirraginarvel e in
«nrrpreersível nos te ros da outra. Nâo c\istc a nrcnor possibilidâ.le da
''intcrtraduÇáo' univcrsal das culiuras Ern c.r.la uma har expe ências,
'i' 1rir..[.r., cur\c.]m.r..,..\,.1cnc.,,,ip,,. c. l', i,i lu,i.
nào se tern enhun cottespondente numa outra cultura
T dei e rminâda.
Às vezcs. só se pode conceder a ligaçâo enlre duâs culturas airívés da
mediaçâo deumâ lerceim, dc umaquari.r, de u ra q uiúa que se conheçâ.

Para, num esludo antropológico. porexenrplo, vocô compreender qoalqucr


sociedâdc cm particular que náo seja a slra, já pr€cisa rcr conhecido
muitas outras e é sonrente através da mediaÇáo dcssasvárias quevocô
chcga a penetrar algo daquclâ em particulâr.
A constiiulção do indivídLro, longe dc ionrar-lo nm oposto dialéiictr
da cs pócie, 1'âz dele, âo contrário. a própria espécic pcrsonificada. Onde
houvcr um indivíduo humano viverte, lem_sc toda â espécie hümana
represeniadâ fisicarnente. L,le carrega crr scu corpo os sirais dc todâ
a herança da espécie humarra. Nenhuna coletii'idadc humana pode
sc gabar disso. nenhurrâ pode dizer "lenho dcntro de min o Íegistro
dc todas as olltrâs". Ncm a comunidadc 'universal' que temos hoje,
con] todos os registros conscrvados em livros, microlilmcs, CDs, etc.,
nci csta pode dlTer quc é unl nicrocos o no qual se coúlêm lodas
âs outras. De ccrto modo. o desastÍe ou â farsa do muliiculturalisrno.
hl,je, já é um sinal disstl
Cadâ formaqão social tcm certas limiiações quc elanào pode tÍâns_
cender de rraneira algurna, mas que os individuos den iÍo deiâ podcnr
Nenhumâ socicdade pode se gabâr dc scrtào sábia nas suas inÍituiçõ€s e
na süa constituiçAo qüe possa dâr conta de todâs âs difcrençâs en ire todâs
as outrâs culturâs. cstciam ounào esleiam rcprcsentadas dentrodclâ pela
presençâ de âlguns individuos No entanto, bêstâ olhâÍ qüalqucr dess€s
gmn.l€sLivrosdehistóriâoüdeantropologia comolivrosdoFrazeroudo
Toynbee paÍa \,er q c um individuo humâno é capaz de conier dcntro
de seu imâginário, de sua concepçao do mundo, â quase totalidade dâs
cullurâs c, dc certo modo,lransitar mais ou menos livrcmcnte entre to
das. Por oulrolado, cssc mesn1o indlvíduo, pormais que ele tivessc cstâ
universalidade dc visâo, aindâ esiatia submetido às leis de sua própria

8
L r Ll:,,l, tx)r rirais amplo qlre losse o scu horizonle de consciênciê,
r,,,,.,1, l,,.rLrLrir o dircilo d€ proclamar que suâ autoridade individual
'
tr, r,,, ,L
'r'i, i pugnar a âutoridade da sociedade.
\ Lrl,)rl{lir(ll] rio inclividuo existe, cvidcntcmente. rnas ela nAo pode
., ,tr), tx l,)s mcios conr que a âuioridade social se inpóe, por isso ó
,
,,rl' rlr r s()bumccltoâspccto.claéin6nitarnentesuperioràdequalquer
,,ril, Í !lr! ..(trrstiiuída. n.Ls é necessariamcntc scm poder Se o lilósolo
, r\ rxli( rLssr pârã siuln poder equiparável êo de suaautoridade imelectual
,,1 ,,'rlriiliva, cle teria quc scr o tirano âbsoluto Seria o representantc
,1,, !.r(Lrdc rLniversal e leljê ao seu dispor a polícia, o âparalo judicial.
,.ri . r rir nrodclar todas as càbeças dos individuos dc acordo com sua
r(l( iir que csta rncsma idéiâ é incompâiível coln âs condiqõcs
^contcce
(1. r(trLisiç:]o da sâbedoria. que supõc aquilo que dizia o apósrolo:
' .\PCrilncriai de tudo e ticai conl o que ó bonr '. O própdo trajeio da
l)rs.r da sâbcdoriâ nnplicâtentâiivae erro, implica uma libcrdade, urnâ
llc\ibilid.Lde cle condutâ ao mcnos interior, que seria absolutamenie
i rconrpaií\,el com o governo do filósolo.
Sc o filósofo se toÍnasse o goverrânte absoluto. cntáo nâtural ente
clc scria o último filósofo. náo haveriâ nrâis filósotos dai por diante.
()s homens lodos. dai por diânte, teriam quc ac€itar o conieúdo dou
trirâl, por âssifl dizeÍ, da sabedoria já adquirida, scnr poder adquiÍir
cssa sâbedoria por si mesmos. Dito de ouiro modir. eles trocêrian a
.r)nquista eletiva, real, existencial da sabcdoda por Lrnra espécie de
rcsumo condensado da sabedoria en teses ou dogmâs s0postamente
dcfinitivos Isto tambéfl ó incompatível com â própria naturczâ da
linguagen humana.
A linguage hümana, aslínguas. elas sàoprodutos historicamente con
dicionados, sâo criâçôcs dâ própÍiê coletividade hlstoricanente cxistcntc e
tênr as limilaçóes listóricas e culturais dessâ lneslna coletividade. Nào
cxiste nenhuma língua universâl que transccnda, náo há uma língua
suprê histórica que pos§à escaptLr dessas lirritaçôes cllliurâis Ora,

isso significa quc qlral.ltrcr crprcssáo verbâl da sabcdori.r adquirida


terá por Lrm lado. a tlniverstrlidâdc do seu corlleúdo. tL univcrsâlidadc
.lo conteúdo sapiencial qlre cla criprilrlc. mas rerá, poi orrtm lâdo' as

limilâçocs se.râniicas daquelalÍrguâ cn1paliicular lomadâ naqucla sua


espccíficâ lasc listórica clc descnvolvirrcnto l-l por isso I csmo q!e o
filósolo govcrn.Lnle, rcsle sentido. a idlid Dresrna do filósolo governântc

ó um contm scnso cnr si


Uma coisa cujo próprio enLrnciado iá ó unra antoconlradiçâo iráo
pode ser um idcrl dc mancira âlgurrrâ. Sc se erruncia uin ideal quc no
lncsnro installl€ enr que é dcclarado iá negê a si n1c§]rx), isto é a nrcsma
cr)isa que dizcr que nao ó itleal dc marelra algurra. ó âperlas um lltllll§
?,r.,§, palâvras senr scrltitlo Vcrenros, cntào, ioda cssa prcbler'áticâ
quc já está cnlrncia.la sirrlciicânerrtc na vi.la dc Sócrâtcs retpârcccr
c(nno problenra iá dcntrÍ) clâ lilosofia de Plâiáo. lrssc llres'r(' problenra
do rci lilósofo âpuicccr:l .tenl ro nào só dafilosolia dc Plaiáo' mas ntlm
cpisórlio crr parlicültrr de sua vida É quando cle, inspirado por cssa
nresnra lcoria, icnt.L orientar urrrâ rcvoluçáo, ur1 golpc llurrr pâis vizi
Iho. c o golpc l'1acâssa c lorlos os cl)lrspira.tucs sâo assassinâdos oLr
prcsos O própri) PlatlLo é prcso e lcndiclo connr cscrâr'o e resgâtado'
coniprado p(,r um aluno cm uma lcira.
Esse etisótlio (lâ vida de Platào é de cclto riodo unr corrcsporLlenic
caricaturâl do dlsrino .le Sócrales. lil(isoto quc sabc q c nrio podc scr
rci. quc sabe, como.ljria Cristo, quc seu "rcirlo n.lo ó mundo"
'lcsle
Dito dc outro nroclo. elc sabe qnc o nnPério da v€rdadc nnivcrsal é su'
pralerrp()ral. abrangc iodos rcnpos c, portânio, nào podc se rnanilcstar
..ri\-r,rnr..r'r h.'r..n1",-r'J rri.'r11r.I J'{r''iuit..*n'
sim: toLlos os cir-culos que sc poss;r dcscnlar cxpressam de algulrr
modo.i própriâ idéia de circularidadc, mas nenhLrm delcs pode realizá i
lê pedtitamenic, pois scmpre o circulo descnhado tcrá âlgÜü dclêito

l0
\ ' ',' i,.Ll. Sr')crxlcs c o fato dc quc clc accitc csta mortc colno ün1a
, l, ,i, luslll. c sob ceilos aspeclos aié benélica. roslrâ1l1 qLrc. dc
',1,
,, .,,' .l!,iri conhcciâ a làláciâ dâ icoriâ do rci-fi1ósoÍo.
I.r( lr (
'l)lcrna
rcaparcccrá. âgora dcsdobrado dialciicarncnte. na afirnra
.,, 1,,,, r.r da lcoia dorei lllósoll. jslo é no süilxr plâiôrico.lo govcrlÍ)
,, lrt)*)los. c crr seguida rra slrâ ncgâçáo por Aristótclcs t\lriosâ-
\,a sc uma cspócic dc diâlúticâ invcrtida. porquc há prinleiro a
' ', 'I(.
,,,,\,..'lcpoisaalirmaçãoedcpoisânegaç,ro S(icràles jáciàasoluçio
i1, r r )r r hirlido err lorno do rci lilósoío cntrc Plaiao c
^ristótclcs.
\l rra {l.tr)ls. na nrcdida do possÍvcl. cxaminar mâis detâlha.lamcrlte
, , L . rnrhos disscram a rcspcito. DtLs deÍle já é necessário sahei que

t' . t r) tlrtlnrcnl| &tedilava nn leoria.lo rci lllósolo.

Iiltrlt): A k»Lna ona Sócrates marreLt I Crislo hntbatn it1ilu.,1ci,:n1


tr lrisltiiu qu? toi co tarfu depais Se Sócntcs túa litesse ntoltido
,lt ltr,tt que tnajleu. a histótin letio siàa cafitdda dilrte ta AchL)
ttlt i a utLteLido do obra ítula (luc deh Lu utt pouco.t história q c
1t, íontado dcpais.l
Nro, cssccpisódioi mnito bcm docunrcntado O quc nós sabemos da
rrirrc,:lc Sócmtcs é rcal. tcnr tcstcmurlüs Por outro lado. cle nao tenr
,,lirx cscritâ Tudo o quc se sabe de sua lllosolllt se sâbc não c.nno teses
.scilll§ nlrr iivro. dclc Tal dia Sócrates
mas conro cpisódios da vidâ
!.riiolr-sc c dissc isso ou aquilo parâ lulano. que ull1 oulro relalou de
uüâ rrancira un1 pouco dilêrente, c assin por dinnte. ludo o que os
\,,bron Lle sen pensârnenlo ioia sua !ida. Não há obrâ dc Sócratcs. cm
rr.r',urr,cr ti.loJa pd 1'-F -ub-.. (-unuu!un.r,'unul'ruf' u
lcsus Cristo: tuclo,r qlre nós lelnos de lesus Crislo é o relalo dâ
vida e as palavrâ: reproduTidâs p.rr ourros Elc nâdâ dcinou dc

i t)róprio pu n hô.
o lato de que tudo isso nos chegue aúâvés de lesienrunhos e não

1L
como relan) de lâtos e não como
àpenas de paLavras, que nos chegue
para essahislória' Unlâcoisa
."r."Orra, U" **U".' Oto é lunclamental
t ai""rti, . q* f'f"láo achava disso ou daquilo' o que Aristóteles
"o.e o que aconieccu etêtivamenic
para
âchava. e outra coisaévocê discutir
Le
a dilerença SóÜal'eseletiÜatfie
furlano ou sicrano É isso que vai clâr
do iulgamenlo e mol1e
norreü... O que se passou cle làio no episódio
de Sócratcs? Estc é um episódio da
iristória do Ocidcntc' iâl conlo â
mortc dc Cristo
de
ruao o ai..r.rau q'" pode surgir dâí náo é de ordcm dolrtrinal
quanto à mÚcirâ de ndrrar
maneiraalguma. mas óa sinples divcrgência
porexemplo' que'Aqucle que
u^ r"t". Q;"r4. sa. p"ulo apóstolo diz'
e quem nega isso náo é cristáo"'
rliz que Cristo veio na carne ó cristáo
é dc uma
o aiuergen.ia qre âssinâlando náo é ile doutrina' não
"te ""tá dize que o que
ieoria,;ras quantc, à nraneirâ de narâr um iato Uns
loioutra' Náo sáo dilercntes
u"onte..u tui u.a.ui"o. outros dizemque
cm lula'
l€orids em luta, mas dilerentes rrTrrali'r's
ahistória
É iso quepeÍnitc quc este episódio socráiico tenha sobre
nrüito mais do
."guint" rInu infl,en"io verdadeiramentc eqinriurânte
Náo é uma icléiâ que vai se proictar sobre
or" i*a "*^ "t*o*"
"oria'
ja e r,lttaria acontecendo' assin cono avida
de Cristo
lii.tori". na.;
,".rin-n n,nu.tr. essesepisódios poclcm ser nârrados de manei-
"o",o
ras allferentes, âí é que surge a
divergência Não sc lrâta de di{eÍcntcs
Se você disser "Crisio é
irrl*prnnçO^, ^u, a" ailerentes "a'?çôes
nârrando o fato de uma cc â
n u".bo de leu" en.a"tado', você está
é outro personagem â qüe está
aneirâ. Se você disser "Não é"' entáo
,"."*.*uo. o o...o,utem nào seria aqucle alegado pelos evangelhos'

mâs seria um outro que você descobriu '


lsso quer dizer qüe avidade Sócrâtes
contém já resolução siniética
como divergência douirinal Exisi€uma
dâqu ilo que mais tarde aparecerá
de lhtao e umateoria Políticâ de
Aristóteles' O que uma
tec,riapaitica

1Z
,l,r ,L:r ir ()u1ra negâ, lnâs sua síntese já estavâ dada náo como doutrina,

tr, r.Li §istcncialmente, nâ vicla de Sócrates. Ele já estava declarando


,,,tIi r) ricsmo que â tragédia grcga iá tinhâ declarâdo nos séculos âIr
r, r rrr cs: que a verdade univcrsal inpera sobrc todas as eras e. por isso
rr.srr). ola não sc reâliza naleriâlmcnte em épocâ alg!]nâ.
Nirr) dcixa de ser inteÍessantc lcmbrâr que Ioseph Wittig. que loi o

t,ir( cirl) do Eugen Rosenstock no ]ivro,4 era da /8rc14'?, dizia que uma
(l:rs lunçõcs centrais da Igreia é defender o cspírito de todas âs épocas
(,)rLrâ o cspírito de cada uma dclas. Essa deliniçáo ó absolutanente
!rLr{vilhosa porque, aplic ando isto fiülalis mutandis à filosofiâ, poder-
n ir dizcr exaiamentc a nlesn1âclrisa, querdizer, que afilosoÍia defcnde
Lrri iipo dc vcrdade univeÍsal quc ó de todas as ems. contra â verdade
hisloricamente localizada dc cada una dessas eras. Se l'osse possivel o
,rL-lllósolb. ele reprcscntaria exatânerte uma espécie de conrpressáo
(lir clcrnidadc dentro do tempo: tcm-se a verdade univcrsal, e ela nnâ
( I[)samcnte se ercaÍnâria dc maneira petfeitâ e acabada num lenpo
historicamente dâdo.

lA|ltio: O prclela não é a encatfiaQtlo dissa'?)


Naro exatamente, porque todo pÍoÍeta sc cncaixâ dentro do ciclo da

1'rurr:i.r todn protc.r r urr elo Je uma cadeir

Al'r,.]a A autotidade p.rpal não é u ma te íaíiüa de unl o podet


palítico, Igrcja e Estado?...1
Náo. a uniâo de autotidade cspiritual e poder temporal nâo é isto
âinda. É muito nenos. Por qlrê? PoÍque, primeiro. â Igreja nunca tcve
uma dolltrina a respeito de como dcvc ser o Esiado ideal. Ela trabalhâ
nesta idéia a dois mil anos, e ató hoie náo âcabou de sc explicâr nem
vaiacabarnunca. É irnpossí\,e]. o que ela pode lbrml ârsãocertasexi_
sências colocadas no plâno da univcrsalidade que nenhuma formaEáo
I Eúgcn ROSENS l arCK HUESSY .
loscph wl l l lC Dns Alt.t det t{irlk.
E.rlin L ScheilcÍ 1927.1923 3v
social. nenhü$ Estâdo eln
paticuiar tcria o "dircito" clc iransgredir
Mas esses
I.i*..4,,.l,"r. o'* auc nào vá iransgrcclir 'letivamerrte
própriâ nâiure/a
;;;;;;',;.'"" noclo sáo clcrlvàdos da
clc âlgun
;.';:;;.;;;",,"."' "1"..i : ::::: :',J:::l:
: f".#::'i:
uma cspécie. om, a definição de uma cspecr

."..ir, ,, *.'"t*t uos individlros que a cono*t. 'ii]elnl1.l


toda a ilnensa 'arraqao
,[,'i.tir" .1" ,"," t"r.t u're seí conrpatívcl com
':':,: pu r"u JUiÍ r'zeÍ
;. ;,,';"'.", " "''nn" '|x do rnnsu 'l.o r' n
J ua J'Íi ' 'âu d' ra'u
ra' n r ru'n Jr'c' a
::.';l:,;,; ;";;',,'J
rcalizará integralnrcnte

t^1ü1a: o q,le eu
qltis d*'
' :':'i:li!ff!i!ii!i"')'il,l,l";
ro 'nt'n" lfnrt
LaFt'' da p',t t pal'ti'o '
""'4a", no ocidenlc loi o contrário'
o Papâ nlrnca
o* *.,'"tt"Lr
" Estndlr
lôi o che{e ,:10

rd L)o Vtttit 'tto '' voce


^l- , uma criaçâo moderna'
ir'""t'.*" Llnr Esiado sjmbólico'
rss')'
ta rbónr náo Podc csquecer

umot'ntoli )d"lc''" t n 'n"


q't' "ia' I
\rrlr:!'A\.'P' 't o
Jo ''Lr' 'ctt'r
'';: i." , (,4 rp'|ci. r\i''|:r:rrn JrpLn r\orr'u\
recente na
isto é umâ coisa bastante
,","U., a*rt-, In^ tt)te b€m
;,.;;;.;";;-" xIx -e ahisi(')tiâdo ociclcnte é narcâda
"" "curo Essa é afi nada
,"à (]*'l(]"dc clc podercs Í "1 'luaii'lade caÍros
"-",""*"" do Primejro rn'lpério co,"
;:"f;;;,l;;" '"nstit,içao pela lgrcia nrss ele éx'na
,ln*râO- n tonstituído sagracb
O
","r.". rgrcjâ não o constitui cra
l:;;;;;';;i" r'óprjo Qucr dircr' â DeLrs' p€rante
anrma aregitirnkrade derc
,;";;;.;;"""..;"'.tarr
l+
__{IF
(tuc consiituj cssc poder. L juiitÂnlente ê história.lo
|, | , i, ( rr f da por Lrnr milênio de conflito enirc Igreja e Estâdo.
i,r i, lr{ru,rsta lLrsão.
\ tr r ( ilr llsao lle religiào c Estâdo, a úllitna encarnâção qle renros
,,.,,,, trr,prlo Inrpório Rornano: o Esiado romano e a religiáo romana
coisa. Esta união nunca voltou a aparecer. Seu Íinico
, , tí,\, l, rl. tr)ssír,el scriam âs idcologias ioialitáriâs modcrnasi nazismo
, , , r, srtr) sáo algo.lisso ai. mas tambóm nã{) é a mesma coisa. Uor
LI !lri,tI. pcronifica, quc incorpora un1â doutrinâ tida como verda-
,1, r , ( rnLio universalnentc válida e.le certo modo tcrrninal e que. ao
, .,r,) lcüt)o, ó â únicâ âutoridadc quâlil'icâdâ para julgar o que esiá
,
,, r, ,, ,,.t,r, r.aiôadido l,:n- i.",.o".na.ceunu.ir rpcÍ'o.
., lrlt,,r.. dc uma tbrma já muito nroditicada. rlos rcginr€s totaljtários.

l^ltr\): Lo Esloda isLàmicol)


(
) lislado islturjco nâo ó um [stado, esse é quc ó o problema. Quer
I u.r: rrorr aívocê verá isso. . Sc você ler o Corâo dc alto â baixo ver:í
, L t. leln todo nm código civil, as lcis qüe delenninam o comórcio. â
1,,, ic(ladc o casâmcnto. a herança. etc.. mas não tem un1a linhâ so-
itn
1,, ( | rr)rsril0ic.io do Estado. Essc é que é o problema. Tcoricarnenie. L)

r. i,rrico scriâ o Esiado sacro, mas coÍro é que vai ser essc Esiado?

t\llnia: Mt a arga izaÇão ÍenpottL do poder é Íada baseada na

li bas€âda. snn, mâs âcontccc que o Corão, como ele nâo dá basc
tur litâdo. Enráo cxistem dilerenies
isso. nãoexphcacorno dcvc ser o
rrnciras de u sujeito achar comô d€ve ser o Estado jslâffico ideal,
,lLrcr dize! cada uff se acha a encarnaçáô do Estado jslâmico idcâl, mas
irlc hoje ninglrénl sabe qllcm morreu O Íato ó quc nrnca loi possí\,el
,,rganizâr uff Eslado islámico quc durâsse, e hoie tâmbém náo é. llssa

l5
reapareceu'
rncsmo no nrroclo islâ!nico
sinics€ dc rcligião c llstatlo nerrr
cornl)
ir* i *." *;ta Anliguidadc mesmo' qne vj rcaparece
,r.fr" qr" cla

i.rr* u" u"tas$ evidcnlcmcnlc nos regimcs rolalilários


",. ',**"
oi r 'lttP ti patPit "1tP-'ctt DCtt-
Ji \^ t: o ' :0trt
t \l' l u '11er,1/,/ I
momenlo
,,.i,'i, ,*)i **t n" Pel k:rda das rtis poÍErc tafl aqueta
')*' ÍlLte s'io Í ilhos de Sanü el' e
t Úio est da

*,'" n, ufi i,au uutitltíIlos


qttdetn itstilui Lttfi rei]rc cal o
,r.r'unao un Ao,, s"'t'iça' Os atrciàos
"Nao ÍdÇaul issa \
-''nlizilhos ràa ki e Deus lat't:
as
t"acl iáaparccctodocsicLlrarna Quan'loclesvão
"r,,",,'"u.,"o.
n.,l:! .. s',rr' . I t.'( I I rr''1'rn
(i''l' rr'c\'r'Ll'' '\J'rJiJn'r'Ô
l'Ír'1"-hJ u'rr" r' 'rr' p( rr'J' d(''o'r'r"' '''
',, - r,,o,',',''" *t()ridâde religbsa pcrsonificada nesses
prolctâs'
,,,.r, "o "-t",, " uma
tl Lei e alé certo ponlo linhân'
"..'a"",irr.r, ".. '*"sniliam âutoridadc civiL os rabinos
;;;;;,;J".','i ,.""." dc tipo estatar' Essâ judâica prir-
.."..-.". ,, " t"lllo XVIIl Dentro da conrunidade nüm gucttr'
.*"',".." *-*' n"" tsoldda do meio' qu'n'lo ntro sc
L)
scdiâda
assin fode dizer
,rn, -, o.o" uc juiz (" ) nras aindâ
'"i,,," É ulr pocler religioso corn uma
ccrla ertensâo
0.," I ul,, 0,,4"' "tt'of
ctc
iu.liciá.iâ. PLnici:rl,

lÀlulr" \t,rtlrr,/n 'n luR ^l'ttttttL)^)


.,'', r'rJ'uru:' i'ld'n'urreJn"'p-'{irru"'(Ju
';",r. " ""' como Estado cmbora a trudrçáo do coÍ'to
"-',," i J"' " ' r'
,,J." . .,'. ,r,ur\Jô""'"ente
'o,"i"10,"
*;i dô l 'rJLtu '' iâ fÍ'b ''rf '' "'r"'
;.;" " " ,.'n,<'-., 'i'',ô
d'r que nÜncâ nrâis voltou a âparcccr"
Eslado ó üma coisa
^niigui'ladc
c que nós lrojc não sornos nem
câpa7us inlâsir
Só loi possí!€l
'le c mtlcabro
;;t", ". cssa li)rma cviclenterrelÍe caricâturâl
**"
". qr'rc Llcvem scr c(msidcrados'
cvidcrttenterrte'
0"t..*U,"" u,,""t"'nt'
, , .t,i llris lspéric l]lrrrarl
Lla

\ I L r,),rx)Icn1r)rnrqucsur:cca pcssoadcS(rcraicscâpossihilida"
,,,1,.rqLr.rnâistardcirparccrsolrclndoocristianisrro.apartir
,,,),rr r!lo s.r Iurrarr) iürr a r)brigacro de ertendcr qr)e tt tenslro
iuiir r lc rrLmâna c iDsolirv.l iclúia dcssr pcdcito rquilÍbrio
l, , t
, ti rr irrl go! cr lirlsn. Só pô(le ^
(lurai dLrrarte um ccrlo (.nrpo.
,, "1,)
r. lorrala cr)rliccirrrcrir) Llc quc ha!:a cssa
lruLll srr ]l!mano
,,, r: r[ ]ri cstava li rlc âleunr rr,xlo. Nlrsnro dcnl11) dos inrp(trios
i, r I11'va css lcrr,o r|rrcccl c icirpilrrcci r toda horâ
I I L rL 1!r11) cnr . uc [ric \"o.gclirr rcprodur u ra rspúcic .]c «»rlis

, , , L ,r .idrdft) cqDcnr qrc cstri sc lamcniando dc quc tudo \'iror


'
. i. rlL rrcir. urr car)s. u â roubirlhcir LIfiL prosliluiçilo l-h(,ro. cln
,,..lr. o clc diz qLrc scriarrclhor nrorcÍ. paravl!crcn1r.osd.Iscs..r
.,, . (trcpuclcsscpcrsonificâravontadcdrsscsdcuscs pararcstâurar
,,, (fis(nn1 a llrrâ ilum indirnluo singrrlar rllrcj fun ccrionronrcnio.
,,,,.,,,rdcsclod.scrDrclctâ (...).EssciáóLr arl.ccssordeSi)crlllcs
\, , ü (lrt dcsodcm sociâI. clc, (onn) indivÍdno. cnrcrga ainda a oldcm
, ,\ f,r. rrras s.Lbc Lambam que nio pode implantá lâ sobrc a lcn.r Sabc
,t ,,.is rclâqoL\ cnirc ordcnr divina c ordcnr hLrrnâra sãr) rclâçócs dc
L,,\.!i (liâlatica quc nào tôm soluqâo âccitar cssâ tcnsão c vivô-la
I r,.. u li'lil,.l. ,,r ,,. J I iu..,n r,r, r' *,
', ',,.
, lxr) qLrc o homcr)r sc rcâliza. Scnl:lo o honrcrn, como bcrr.lil Plâlao,
, i 5.r intcrmcclitlrio cntrc os anirüâis c os a'ljos (ou dcuscs), cssâ ó a
r, rrtLrczai portanto, .Lrcar cLrn cssa lensâo, suportâr ficar no ponto
,t rierscção €rrtrc duas.sleras de exigência incornensln áveis. é isto rL

, ( lladcna natLrrczâ humana.


l, clnro que haverá duas possib;lidâdcs de rusa: vooê vâi tcr scnlprc
ir lrta rnedianre o cortc colr â orderr divinâ. enlão â ordenr humirna se
iL iüna con1o total c final é mais ou mcnos o quc aconiccc ncssc ciclo
rri()(l(!lo de n.Llcrialisnlo. cientiljcismo. posilivismo. clc. . ou vocô

It
histó-
b.inc.r d! prolclr..luu dizcr coilu I consciêri.it da rciativid'rdc
porraclor dc Lrrna vcrdade
.icr. da rnu(lânça tcmpolal ctc c sr aliilna o
scrc( hrlmârros E é quc
delinili!a quc clcve scr illlpostiL a lr)r:los os '1âro
quc sci nlr scu lornar se'â ào
cssa lcrda.lc, por lnâis §ábia 'ontcúdo
scr rplica.la por csscs !rcios rt própria
ntgaç'o viva da possibilidâd'
porqüc essa conqLLista
d.Lrürtuisla.la sabcdoriü pclo sercs lrrLnrânos
.. .,. ,j.t. n,..,.\ .. \r\i ,., r, , "',"rLr ' '. "'r''lJ
crn quc tLfrcn-
in.livi.lllo só !onqrlistâ a sâbedoria na mctlid'r
Cad.1
c o hrrirano Nlas sc cle fossc
rlc â suportâr cssa rens'ro crlttc o tlivirlo
cstxial srlbia' entao o
irüpcrlido clc lazer isso por urna novà legislaçáo
cstaria proibido jLL§tanrerte pda pr(ipriâ
iírpo§iÇtlLo
acesvr i salrcrloria
J i '"
'', r.;' lrn'"o' ''r'JrJ' \prulrrr'"'''u
i o rci'fillsoir realizado, o governo dos lllóvrn)s
nuln rnrndo rrodcrr"
[,sta idéia Lk) govcrno c]os lilósofos rel('nâ
pcssoâl da Rcvoluçáo t-ranccsa o quc
com Lrlna lorçâ trcmencla r\]Úcle
Eranr os hlósofos qLLe
eÍa? Erarn os go!cnranles lilósolos 'onhcciâm'
delcs, as leis quc iti não cli/iam scr
lcis dc Dcus' nrirs leis
no ente|cler 'tí
razáo por u nto. lcis ü ni!crsrlrnente válid as cqüclinhtmaobrigaç.Lo
c implantâr â nova
.lc dcslruir locios os govcrnos quc não obcdecesscnr
que scria urriversalmcnrc válida' a paz
pcrpótua e{c'
or.lcm,

dos sÍlrtislosotbe Pl1\sis c nonros?


l^lntr): Esla aposi('ao é atttrcla
leis do llone setiatn tais au
{1t)r tlizer, as leis d4 Mturazd e ds
tfie os equixalettle:?)
oposiçao tal conlo os hornens da llevoluçáo
Francesâ vi n:'
V;cê cliz a
rs leis ieitas pclo homern
certanicnicl Élcs âdmitian quc cristixnr
^h. da naiurcza numa cspÉcie dc direito
e as leis que scrjam etcrnas lcis
tâo a oulra instância
nâlürd ; sc vtcô suprirniu a i'lóia dc Dcus' e
que sobrâ scria a naturezâ É claro
quc issoóabsolütanrcnlc
lcgislaclor.i
ulópico, porquc a nalureza não lelü lciâlgunra

l8
ri:! . rrrr (los aspeetos mais Iindos da Histórià dd liilosoiiar é
,r , r,r I css:r sÍricsc. srtútica. esse d.anra dc Socratcs. co|dc|sal:lc
, L r)(,do roda a condicão hu râr)a. que é a do in(livÍ(luo c istcntc
, ,,,1 :,,,( iedade hiÍorirarncnic dadâ conr lodas as suas lirritrcaos. dn
lr,),,,rr (tucóllrl âclà Sócrâles tinha sido unr sol(lado. Ullr hcíli dc
1,,,.r lilc cra unr honrcrn obcdicnr. is lcis (h surL cL,nrunidâdc. mas
.r ,r( irio lcmpo tcnt accsso â algrLns conh.cirrcrios (tue irunsccndfln
'
, ,r, !Í1o portí) nceâm:L tlriversrlld de. a âbs(nutnz dcssâ vcrdadc
,^ ,l!;gcnlc Entrc o tcncÍrc c o divirx), cnlic o históri(o c.livino.
lr. r l(inpoialidârlc c a ctcrnidadc. ó cxâtarnc11tc aí rrcssc linile quc o
I' ,r!rcslri Outft)dix. es.reviu.r ailigo no Globo dizcndo cratarncnic
, i,,. (tllc cnr todas âs socicdadcs cxisicrl1cslcnrunhos (ic qur as pcssoas
lrifrrr disso Não
h|.L ncnlmma cultrra quc icnhâ ncga.fi) islr) r)ir qne
,1, !rirhctcssc csla silu.'çAo iflernrediáriâ do scr humano
( ) r. r i.laia.lc quca nâturcza, colrsrderada lisicrnr(]lrte. coltcnha lcis
ri rLr que têm uu carátcr clrrno c univcl§almcntc !álido, isso ó uri.
,r
ri ,liriiv dc eiinrirar por {rliiicjo essa tenstlo. Pois aió conro sc vocô
, ,:!(\sc "Não, cxistc insi.irrci:r sLrpcri(,. e\is(c sonrcnte esta fatureza
, r .slu, e dcnl|r, drt.L jú teln as lcis' . Nlas táo logo vocó lcz isso par
,lrrrinar a tcnsáo. a lenlao jí reêparece sob â f(nma clo colrflito cntrc
L, lris ilâ nâturcza, qnc scriâlr univers:rlmerte válidas. e âs lcis ci!is.
r . !ro só localmenle vrilidas Em vcz dc csclartccr âlgüna coisâ, issil
,' (rrplicâ o probleria. equr'lioDaDdo o dc rrnâ rnancim já indircr.r
\ l,riÍla iá náo ó mais c lre reÍn[trâ]illade e eternidal:lei scria cntrc a
( irrhdc e i' nâLure/r. enc.Lrando as coisas nurr plano mais liüi1lldo,
., ,.1,n..ir',. ri..rf i.,...
Il)r outro lado. surilc !nr scgunclo prrblerna: de que se vocô confiâ
L r( rs leis esião ntlo ra srrpratcrnporalidadc. nrâs Ia mâlerialidâ.Ie. nà

,,irLurcrâ visí\,e1. Eniao. r) c:!ri.ho dâ sâbe.l.iria já não ó mais. c!idcn-


r( enic, a imitacáo dos dcuscs oü â e\periênci.L da vida no divnlo. a

1.]
erpcriência da âscensão ató o divino, a mciaróia, mâs simplcsmente
a invesligâçao das ciências naiurâis' o ideal do sábio é subs-
"\gora
liiuicb pelo ialeâl c1o cicrliisiâ Àlérn de isso scr uma diminuiçào' um
rebâixêm€nIo lorniclável porqre se cstá subsliiuindo e prjnrciro
,rg-r. Ir\.rr, inr.or I oct'Jaa-" Lr"Ll\ ' rup'nfi" 4
universilária . âinda há u1n problcnlar quândo o cientisia confiando
nâ própriâ
na €xistênciâ d€ leis da l1âiure7a, que csttLÍiam illcrustâdas
inaiéria, quânclo elc vâi investig.Lr par'L dcscobdr essâs
lcis' descobrc
e de
qlre elâs náo existcm. Encontra aqLLele rcsíctuo de indet€rninâqão
naturezâ' [ntào'
irrâcionâliclacle qlre é absolutamcnle irrenrovível da
o que acontccc? A cquâçáo solre umâ nova Inutâcão
hlrnrâna é
No lernpo dâ llevoluçao Franccsa, dizi'i sc quc a ordcm
u.o'Crrr . queo \rrrloouiri' ru< rr r'ra r r rlu-r'r' qrr' or l" i' _
'r,,b. na nâtureza'
etcmas. Quânalo sc descobre que nãoh1t lcis etcrnas
as lcis
o negócio vira .lc c.LbcEa pâm baixo' Ou o honrem dizr
"tsom a lei' no
podemos invcriar unâ
nrundo rcal não há orde r nenhurna, n1as nós
'Jm'' e" O L'on'en'
LrCen' l Fldn i o \iel. 'c.r( \4i '' '\rr'Ô ri'' C '' '
como legis
vira lcgislâdor âié mesn1o em cin1a dâ naturezal O homem
pronetéico c
lador sobre a natlrrcza. lenl quc alo iná la - dai o cÀáter
âuto exaltâdor do mar\ismo
do
Tanto enl N{arx quan(o em Nielzsche vê_se csta celebrâEAo
pode o do homem sobre iodo o mun'lo' o homem é uma espécie
dc

clcmiuqo quc vai fazeÍ o mundo do


jeito que cle quise! vai se Iibefiar
goveÍnar a nâturcza'
das.lcterminâçócs naturâjs porquc, agora elcvâj
que você \râi governar
No instante scguinic, iá sc iem o lroco Cono ó
:l n..tríc/.1 a 'r -olure/a -oo lir-1
'ci\ cnn'lol'lr na' quai' !Ôci pn-
sa se basear para alominá-la? Se ela ó uma espécie de
buÍaco ncgro

ondc tlr.lo podc acontecer? Éntáo você tem u


a séíe de nutâçócs dâ
uma luga
equaçáo, nras qlre sào mutaEôes clcterrninaLlas apenas como
lundamental é
dn realidade fundamental Você vai dizer: 'A realidâde

z0
, rrriftc: nós csiaffos de lato entre â tcmporâlidade e a eterni.ladc,
,, r,, l(!rr c(nno escapar disso' . Sc teniaÍ equ.Lcionar dc ullr ouirc jeito.
, ,/, rtrl): Nao. náo é beln assin, vamos simplilicar..'. ê coisa piorâ c
,,, ,r icl cadâ vcz mâis.
'
r\ lida de Sócrâtes €xprcssa ffais â vidâ dele do quc a "filosolia",
t,,,1tr( eu náo vejo dilerença entre urna coisa e outra; qlrer dizer. a vidâ
,,I r r lilosofia dclc...

t\l|lna: Uma alucaluru peieíta dessa Íentãtiu1de it1Íerlerê cia do


I ntLlt) tta t'eaLídade lai umcasoqüeocorrcunosécuLoXIX tlos llstadas
t t)trlas Uú1Cangrcsso. e 1 um dos Eshdas, quetia detenlinat pot lei
,' t\t|t do t1hnerc pi l
ciôncia cstarall Não se sabe qual é â realidade, â nalureza é in-
,t
^
L.frinada. mâs talvcz o Estado possa determiná-la. Quer dizer, â
, \ttr,rnça ó a últnna qlrc morre. Mas tudo isto, n(ne ben1, sáo fugas do

r ( r(hdciro drarna humarro, e o drama é esse. de cstar na ternporâlidade

, l.r consciência da eternidade. Você ienl consciência da cternidade.


r rirs nao a alcança. Você nào podc chcgâr lá, nem Idzer de conta quc
tr rrao existe. Entáo vocô diz: 'Boln, este é o problcmâ, âí esiá iodo o
,l rrrna da nossa vida".

t\lüna: Volta do a essa q uesho da síntese rlo rci"ÍiLósala, rccê disse


tl|t'cssct sí lese. que é típo unla diLllética ao co nairio, já estaaa na
t tlã da Sóctetes e (lepois ela se rlesmembrau en lese e alttítese. ún
I'Iulàa e AtísíóteLes.l

Afuno: NIai lacê já


o co trtirio. Disse que Sócrates seia
clisse
|l|u Íese ou antítesq ou sefd, q e ele se submeteu canpLelafiefile à
tltcisão da llslado;que Platào tentou se impot e que Aristóteles ochou
t sí tese educando.. )
tbr ver o que cada um
isio' Se você
(. .) do ponto de vistâ douirinal ó

disse aquilo cntáo â orde da


4i."", SO.*t"" ai.r" ;li'u, depois Platào
cliâléiica é un1â Agorâ. se você
cncarrr por urn ponio de lista cxjsten-
Plâttio € Àristó teles - nao do
Sócrâtes
.t^i, *isódios '
",1."*.**t"" conteldo d'ts suâs filosofias' mas cono âcontccimentos
ponto devista clo
qllc â cquâção i 'elie' porque'
ra histLÍia hurnana ' entào n1e parcce
já csiâ\'a dada em Sócrates'
de ccúo rroalo..r sintesc
sáo viá\'cis cm pLanos diltrentcs
Acho quc as duas rnâncirâs clc vcr
nâo ér'nracoisênaquâlvocê
nenhu,naclas duast 'leliniliva c tambóm
possa b uscar uma perleita clareza
Eslou usândo aqrrianalogias que são
rcfinada' mas
a,*1) essaanalogia pode ser alinâclâ e
o'"
"r."*'.**r.
certczâ toial nao' Numa outra maneirâ'
você poderia cqr'lacionar
Llrn!1
quc sc sllbmcte à autoridade' é Lrm
dizcndo: 'Não. Sócrates é o suieito
do Esiadol Pl áo é o contrarlo'
filóslrlo que se submetc à autoridade
do Íil(isoto sobre o Estadoi c
o *On Uro Or",o"o *rpor a autoridade
cntre
,tri"tlr"f.,trn inai"ia'o que bLLsca um equilíbrio Lrm meio-teÍmo
abordagen qu c elr esiou
as duas coisât'. Istu tanbún âconlcce nrâs estâ
lazenalo agoraé, evide tcmente
num olrtro plâno fluito mais profundo
ttr.,'*t'to parâ nós' sohrctudo pâÍâ nossâ vida atllal'
" ",r,i" "'l"O Lnna mâncira de
;';;;',,r*".'; *'*ira ordem quc eu deié apenâs nâ atit'ârnais
*".u* UtrcncloagoÉnâo nrcpâreccuma
"-0rr.."" " porque Sócrâlcs
quc àcontcceu'
aprorimacla cla reaLirlade er istencial 'lo
se subneie rum ouiro
se submetc num sentido' lnâS náo

(...) potqLLe o lese nao p()ile ca rcçat se sübfiete ào l


l/llú(t:
parâcomeçaro csiudo
Bom, corn isso nós tcmos algüns elernentosiá
do que S ócrai es haviâ definido
existencial c
n. .'","t'"*. f. .l O*tlndo
a*,u.01ósolo a primeiÉ ctiiercnça noiávcl' â primeirà
'"*..*., "
, Li,,Lr;hLricao notável corn que Platáo âvânça ncssa direção ó a idéia dc
I rL !iícDla iniegral do conhecimento humano, urr siÍcmadasciôncias.
S( s(lcrates havia enunciado a snnplcs possibilidade de !nr conheci
Lrtr rlo irpodícrico e dâdo uma indicâç,ro vaga c imperleita do éiodo
, L. il§,criaconduzir.Lisso, que seiaâ dialética, Platão iáacÍedita que.
1r,r nrcios clialéticos, é possível construir u lipo de enciclopédia das
, r.[ci s Não ulna enciclopédia só no sentido quâniitativo. lnês sim
rrir clrciclopédia sisiêmicâ. isto é, compor ulnâ ciôncia iniegral que
Ir (lcsde os primeiros principios ató os riltimos delalhes.
sr procurârmos na obra de Platáo, de fato veremos que não e{istc
,L !r rrnro .1o conhccimenlo humâno no qnai ele náo tcnha tocâdo de
Llgunr modo, náo apenâs no sertido da sondag€m de âssuntos diversos.
rrrLsscmprc no seniido da redução dessa mültipliciclade à unict.tde dc
rr.;rr"r rn.;-rirrrrpin' rr(rJl Que' di.', r, -e
'i.... 11e\ nu' frrr''r-
''
tiir)s vigorariam, enliio, pârâ todos os setores dâ realidâde.
cncamados
t iluisainentc nos vários gralrs e modâli.tades dcssa reâlidade.
l!,., dcir i.r, \d au\ nl< rr sor'i.le' I lc nun(a enunri"rr u r- drn
IiÇro rlcsse poric Essa difercnça âparccc também cm pâIle associada à
,l lercnle ffodâli.t.rde dc exislência filosólicâ dc un e de outro, porquc
s,)crirtes nunoa te\,e um grupo Íormal de discipulos. Ele conveNava com as

1r'svrasem geral, napraça pública. Querdizerl seus discÍpulos emmtodos


rLrlis ou nenos illlprovisados q! âlq uer pessoâ com que th c aconlecessc
(lL se confront nlrna conversaqáo de rua é um discípulo pâra aqucle
Lrx)Ircnto Mas Platâo nao, clc tem unl círculo orgânizado de discípulos
( rolaborâ.lorcs que qü erem. rnediânic invesl igaç áo e discü ssáo dialética,

t tr.gar a fôImâr u â dout na integral. uffâ ciência intcglal.


Não é preciso ser muiio csperto pâra verque estc projeto já tenl, de
irltum n1odo, uma ceÍia contradiçáo d€sde o inicio Se conseguissem
( hcgar a uma fonnulação clefinitiva clessa sâbedoria, â uma fonnula

\,,,, rc l'u+e t a lrd" DJI J rôd,, u1, c, r,o. de n(*oa'. e 'r< g upn lcri_
z:l
üricrocosrno' teÊ* ia aul(nnâLioar[enie'
Llnra esPócie de socic'lâdc eln
oJ J "'rr;r'o
,",": , ,u. n,,,".:,:,-,.u,-. ', i','1,,','
."1;:,;' . ,"'. , ',-" c"'"' 1'ôüu 'oc' "'u '' Íi "''ru r-

(,rr crr hul,11' n' Dr"l' Ir 'rr' r'- C ' \'''J'r"r'


'--^-n*U*,," É trnrâ clitc intelcclual' não
U,1n rtupo dc estüdi$os
d( riu 'i/'r'
.,,,,',,',l .'', 0 '|'r 'l
',' "" " "
," ,,,'.', ^* ,t'L<'\:Lt1'r' 'r lur
'r J"''tr'pr"pri" 'r'r'nln ' qrr''r
c à tornnrlação tlo que serit â
doütri a
U"Uorr*r, n
".,ào '*orâção lossc possi'cl c sc ess'L modalidade
,"*"*u i",'***.," "§sâ'loutrina â própria
;;;;,.;"..," chesâr às strâs úrrinas conscquências

um ni'rocosmo unr modelo
constirLriLia
,i^,a"t*;ri
^."a".'"
""- sllrgc umil inlinidadc
*" da própria
i
"i"", r"'*.
'\cadc$iâ
"nlro clcssa clolrtrilrâ Lrrlivcrsâl ti]n Prnncrro
na lonnulâqeo
t1c crificulclades
,rr..r: .turqulr Jirl'"rc qrr' ' ' "'J '
curr' r'\lÔ '''n'lu'rrr'" rl rr'1'
"r'
;":: -..," " ,
., .- : , up." ," n"'" rr u1i" o' 'r r'5"'"r'
" '
dialéticâ lcnha clc chcgar ncccssariânrcntc
*".",1" *" " *"'lonl"qtio
i ,rsum rcstrltaaL'' lrlas unra 'las carâclcrísricas turrdamentais 'lo 'lis
qtrc adiscussáo diarética
.,',,..,,,'âposiçãoao retórico ó
",;.:;;,";,i;, orcurr" "lJ
p ' i'Lr' 'nr'
'n.1" ".tç+ir 'nL!', di''r'"'' rt I' qrr' l'd\<Í ur''J
.1.'sL. qu.r.l'zt'' "Urd'i u'' rr'nJ Ll' práiico
a tlnra dccisr'ro de t\ro
,.nt"nç". f'nl..]u" o '"tOtica vlsa semprc
humânâ pode se prokügrr no
tenpo rn_
É ul,tu oE-,n. *ntt-'o aÇáo
" se consunasse seria crâtamente
dclini.lânrcntei unra açtlo que nunca
.nl'r ,, curr,r'rrio o' ,lr' :
" -i",t,, '
um fin das
"''
.u O''*"tt' rctóricâ exisie neccssârianrcntc
üas nâ ntto' tiln p nci
discussóes e u!na pâssagcnr à clcciqâo 'li'iló1ica
qualqlrcr Ó
quc sc poile levanlai a uma idéiâ
,,., " ,,r"-" * *,""es dc
selam impcriinentes a idóia
ilinritâtlLr Seian ohieçóes pcrtinerúcs
," U,.*'.tt(] U qüasc irviável t'ode-se csgolá'lâ numa c€na
"r*turc
2+
(lil.(\ri{) üras scmpre se podcratlevàniar umâsegunda. uma terceira. uma
,tLr rra. rLma oulm dircEilo. Podc_sc trccâi a qücstâo Por ourra quc paieça
ra,s pcrtinellic. c assim por diante. Se o mótodo É a.lialóiica. enláo a
jr li ,:r r u.,, i.
, ;' r,,, rn J. .lr-1,r J .lô. . .. r <r r
'i tn,
'r t.

l\las, nole bcln, para Plaiáo a dialética iá ó unra coisa rLn] ponc.)
rlilcrcnte clo quc crâ para Sócrâies Platão viâ na diâlóiicâ Lrrra espócic
(le disciflinâ ascética, qucr dizer. ünrâ purillcaçáo do cspíri10 c uma
nogrcssiva Âsccnsão a fivcis câda vc7.râbrcs de conhecimcnto e de
rspiútualidâdc. Sócrêtes runca tinha dito quc a dialótica é islo Dlâ às

!c7cs pârccc isto erll suas pâlavias, às vcze§ parccc ser aPenas uma iéc
rlca .lc disclrssao c. cnl cerlos momcntos, parccc até urla €risticâ Nós
rrio podernos ncgar â ver'dadc de que Sócratcs, que tantu combaieu os
n)listas. às vczes usâ rccursos solísticos na discLlssâo. Quer dizcr. ele
rao lilrha Lrn1ê perltita ckr|eza Ernbora tosse o dcscobrid oÍ da dialélic'.
I'r,r.,'i rh,,,,i,f. .r.,.r.r./"Jaui\'i (rn.,r iú.lrrL\ ;"rr
Lcenjcas dialéticâs e o que serialn lócnicas §olísticas.
ll inicirâ enle normal que urn sujeilo quc dcscobre (rrna coisa niio

.stcla ao mes lo tcmpo (lüalificâdo parâ aprovciiá la plcnaDrcnte Por


r\rnrplo, o sujeito náo poderiâ âo mcsmo lempo invenlar o autunóvel
. lcr construíclo o mclhor êutomó\'cl de l.rdos, isso n:to scria possível.
Sc clc o invenlou, oerlanrentc construiLr uln pés§iÍro vciculo, porllüc o
,rIcrlciÇoâmcnto da invcnqrlo iem quc ser poslerlor Sócral€s. o inventor'
,) (lcscobridLrr da dialérica. do ina-a inlperlnitalncnte ( ), c a conquisia
( lcsia ciência é u ma escnlÂda progrcssiva qu c vai desde Sócratcs a lé a Idâ-

,1. Nlódia.lodcmos vcÍ ttuc na disp ldlio cscoláslicaa diâléticâ alcança

,, rirái{inlo de perfciçáo, que pârccc não ter sido slLperadâ ató hoie. Há
L irra sórie de pscudodiâlélicas que sLrrgem dcpois. inclüsivc â de lIegcl.

nxs isso âí náo precisa scr dccidiclo já, podemos deixar para depois.
Platão acredita, cntão, podcr aperfeiçoar â dialélica no scntido de
Lra slonná lâ nuur méioclo âscético que dcvcria lev.rr o individlro até a
De talo' nacstluiura Llos
clcsoobcúa d e ccriâs rc'rlidadcs fundarnentais
n (n ôr\i
;,",,.; ;;, ,.'rdJrr'i'a'1'( r1..r'nJnu L'''|'4nrpr;
o'rrn'-r ' 'nJ' "'
": ..'" ', ,"'crr'nl"r'ôJr 'rnJr'
""'l" plano. Nlâs o aiunilârnerllo o cerco ca'lâ vc'/ nais cstrcllo
nrcsn,o :::
isso exise Lnna cspccrc
*,lo."a. "" i'vcsriilaçáo dâ qucslão
'"i ,cr,i. pass'rgcrn de nivcl' qllando cntáo
à discüss'o se succ
de rNtâção. ,:le
argulnà vcrdâ'rc que trârlsccnde
;;;r;.";.,." :"'ttemprativâ crc
naeslruiurado
tl nesse nronrcnro que'
a própriâ eslera tlâ ':liscuss'o
narraliVa do nlilo
plalônico, ao diálogo §ucede a
'- ',ü".,ri"it,
D,nlog.,
as hipóiescs tâlsa§
rc' *'luíclo Dela discÜssáo {odas
n1 '";'r' U1'':'f
r1qr' c'<''rfr' n'(ru rrri_
:lu qrr' r'r'' 'rr; u 'LlJ nu rr iru
,t,1, , , ,.t" g.,iâri' .tuL 'r r
r,,1.,, . r",.r, ôr'r ôr
..,";,.;: ,;, . 'o, 1''"nr'a' :"'|r'piLr 'r'"''iu'rr'\
.;:..; "",, urrr.ur.raeni- rrr',r. dçr':'rrr' t'Lr''' "''r"D'L''
elc dri unra íorlíssi1nâ
i" o. "t,"s nlt*'t* mas' dc qualqLLer nrÔilÔprnnejÍâ' pela sinples
ra
,"r.r"a"*"t"t"," u" "ocô nào o cnlcrlda qlrc é Inlrilo in-
.".o,n *.u,"Iü ^ *tprcssão ':le que perceberr âlgo
que persar da'Luilo
Dodânte, cnrbora ntio s'iibâ o
nn fnal de A ReNiólÍrd qu
n'lo Platão rarlã o
un "'u
"".nrpfu que morre numâ batâlha e é lcvado
à prcscnça
,nitc, ae l:,. gr e o sotaaar)
corno no rllrndo crrslao
i. irtr.' O jlrizo final âli náo é erarancnic
inlcrno' v)cê vai icr oulra vida
1,,* .* parâ o LLnrâ

"r' ,r., " "u julgâmento quc scia íci1o da sua vidâ' podc
clcpois. eniào. conÍonnc o
.:le nüneira
.,,"" ,ur'^ cujo clesenrolar sÚ ptr'le visüalizâtlo
",.,ri". uma inlinidâdc de nÚdelos
pa'àvo'r' escolhci'
"i'.","i". 'at,'* *.*"t ,ara a vida quc supoc
(cr si'lo cscorhicrâ
;* 'iver
";;;";sâbiânrcntc "clo qre a anieriot' nâo co
nras cLLiâs implicaçócs voce
nais
una sórie de crrL's
.i.." *""* I';rtanlo iânrbém voitârii a fazcr 1cvâdo peranic
"", novo' vocô será novânrcntc
.ir"t', **4 "-'*r 'le nrodelo'
",
* o"*'tot 'lavidâ qlre lcvoLr e cscolhcrá un oütro
",i,i,*,',,.,
2a
. rssiur por dianle. não sc saben.to qlr.Lndo isto vai tcrmilrar.
ll claro qüc uma das maneiras ffâis viáÍeis de conrprccndcr csse
rilo é cntcndcr a morlc Iáo como nlorte bidógicâ. nrâs apcnas comíl
sust)cnsào do luxo dos acontccineftos vi!idos durante unla evécic
r ii r(]colhinrcnto. Ncsse recolhirncnto o homem se âbstóm dc agir e

t [lr rrum csiâdo de ienúncia ascótica à açro no r undo parâ po!]er


( oLrprccnder quÍris sáo as bâses, os verdadciros furldtLlnenlos dâ sua
\ lda. c enláo escolhcr urna novr conduta. Otr seiâ. a experiência dc Er

rrro iLrplica nccessariarner)tc a rnorte. nlas é algo quc tâlvcz muilos de


ri(,s iá tcnh.LDros vivido váriâs vezes durânic a nossa existência NÍinhâ
vl(la urio eslí benr. cu csiou errando, a dircqáo qlre eu lonrei não é ccúa
,,vou escolhcr ulna outra Estâ outra você apreendc sintcticanrenle,
(lr uma maneir.r sirnbólicâ por exemplo. no sonho.
e.,,.\!.ir-norr p,*iLi Ll:, l. .1,'J",,r,r ,r{,,,,, ,n ã,,
(nunciadonLr r sonho ou nurna cspócie cle visáo selri'âcordada que você
L'jI. qnc lhc parece. Ilaquclc ru)menlo, u ra indicaqáo de unr cxrninho
rirais hrmnrosr,, irais justoc maisúrlegrodo qucâquele quevocê vivcü ató
lrr)icl N,1as como só aprccndeu sirrreiicâmcntc. porianto res!rnidamcnte.
r claro q c quando sair dcsic momento de pura apreensío inleleciiva
.lirr viver âquilo vocô 1ãrá nolos erros. quc poden ser alé piorcs do
lLrLc os anleriorcs - ató você passâr por uma nova "modc'c nnrclificâr
,r,iris v.z.s â suâ vida
Isú é uma melânóia. () Er é ur rito, ó unla meianóia. ó uma
Lr nsfiguraçao do rumo lolal dr vida pcla vis,ro dâ irlpcrfciçÀo dtr
!;da levada c das possibili.lâdcs dc um novo modclo, que no n,
rrrcnto você pcrcehcu dc algLul modo Mas ó claro qlre essa ó só LrD1a
(hs mirltiplas intcrprctações que sc podc dar a este nri1o. Qtralquer
,tuc seja o câso â hisl(iria do suicito qLre n1oÍre c quc. dc repenle, é
.(ilocâdo nessa lrernenda rcsponsabilidadc dc cscolher o que vai scr
nâ pró\ina vidâ (...). que não sabc sc vâi âcabar se arrcpcndrndo
1ân!hóD clo que lcz nessâ novâ vida ( ) . e§lâ nrortc n('} nriio dc !i
é üm nromcnlo dc aliâ responstrhil a!lc
dialéiioa
Enr todos os Diãlo3os,:lc Plâráo rxisle csta fassagelr da
pai o nriro. c nao há. eln paíc algur â. u1| cnunciodo dotrlrinalnrcnle
ponlr) o
Iigico da clo!trina.lcfinllivâ. Orâ. isso mosifâ qüc até ccrto
pÍ)piio t']latão cslava colscicnrc da ilrpo§sibili'lâdc dc LLnr cnunciado

fin.Ll.la lcoriaqucdcveriâoricnt.Lrosreis lilósolos C(nno


lnrcroilovcr
L'stiLerrunciadâ
no rlos rcis lilósofos sc a cloulriiraque clcs dclcm scguii
âpcnas cnr miros? Ou scjâ, náo havcrá lr a lei clara c c\plícllà
quc
cntáo'
.sse rci lil(')sofo lcnhà qLrc seguir' Illc vtri tcr qnc decilÍar o tllito'
que nür outro
h:i senrpÍc r possibili.ltr.le dc quc cle dccilie cnâdo' de
suiello âchê quc .lccili{ru lllclhor lr nós lcrrros dc no!o o
problc'ra dtL
dos
irnpossibilidade rlo rci filó§oli, que rcapârcce na pr')pda estrulura
/llãl08os dc Plâtáo
de ünla lilosolia cle
Quando você rcm unr prr)hlcm.
básico
':leniro
âparcccrii náo somcn(c no conteútlo dessa lilosolla, mns nâ frópria
estruiura dos lcxtos qLrc.Lerpressam Quardo o lilósolo não s'L'Dc
crirla-

nLnrr'i'.1 . \:i,l',..('r'. I tr'1 .('1l'(''r'' I'i_n'r1 c'rr" 'il'rn1'


na ncbulosidade.lo quc cle al'irnra. mas. dc ccr(o modo nr arrbig'iidê'lc
da própria construção.to tcxlo É senrpre possivel corn um pouco .:lc

pâciência iecncontrâr isso hrrão. qlrando nos Dl'1o-qos plalônicos
apassaget da.lialétlca tro rnito. o q[e sc cslí dccl'rrando é o seguinter
'olhâ. deln'§ir(!Ír'l'!âda' demasiado
a part€ scguintc do cnsinàrncnto ó
dâr ulra
con1ple{a pâm quc clr Possa e)iplicar por cltcnso, cntão vou
irnagcm, uln mito aProxinrâiivo''
âo
Ora. ncssc nlcsrm nrírücnlo cDr 'luc h'i a passagcm da diàlóticà
riru,'\i'r(,Ir'!'r.'Jôa'p. r"I' rrJ\'urnna'\fr'r\r""rrrri''l
significa quc estc scgundo r unclo, cste rlrundo tlc cirna o rnundo das

iornâs ou das idéias po.lc scr conheciclo. rnas nao podc scr eosinado

Ca.lÀ ürn vai tcr quc decifrâr o mito com sells p'óprios
rccursos Eniáo'
,i, rrdrr o carárcr inclividral. o caráter indeclif.LVelnrenle indi!i.lualdr
rr\.r da sabcdoria. eslá realirrrrrdo rr) pr(rprn) corpo dc urna tilosofiâ
,tIc prdende. por oulro lâd(,. c\p(,r a srbcdoriâ univcrsal dc tâl nrodo
,1rrI rla possa scr impostâ igrLahrcntc a ioclo nrLrndo lclo rei lilisoli).
(11 lLirto problenra lcnr.íl lslr) sig ilica quc dcntm dafi losofi a dc Platr'ro

.
ri, rd('nsa urrr agl(trn.rado .:lc problcrnas, dc tcrnas c de dificuld.des
,rI. rlirn.ntânr a nossâ discussáo.rta hojc.
Nos t«los eslanros lcnlrnr.lo r.n)lvcr âquclcs problcrras quc cst.Lo
, ,Utrciir(los on insinLrâ.:los lra filosofia platarnica. Ni0 ó necessalrio dilcr
, L ,r .sir iilosolia conióIn óbvios sinais dr unrr sabc(|)ria à ( ual Plaião
I.!r âccsso. nras da ü,r1anr ianharf urna dosc dc cDigmas âbs(rutâ
, ).fte lonrridá!cl . i iusro isso o qllc â to râ tao intrressante, y»quc
, !.rrc rLrri:â sâbc cratamcntc onde é qlre t'lnlarr quis chcgar

Ál$a: Eu liquei sãbe do ttuu n p'ópria pdlaür idiia in dá esse


ttrk.llo de qtrc o pessotL lctn quc cotnptec]1det Pat si ]ltest a n ílu.
t h se klcru. potqut) ??n1 dc.ldei\ que quü dizer "dítuilo qu? poíle scr
.,i\to , qLkt a p]óptiu pessatl dcz)? üct.l
Ccrio dcpcn.lc clc Llln ato de intelccçAo co'llo ó o lcnra dc rninhâ
,orlr?.r.9.: "N,ro hii ato rrrals .lespro!i.lo dc tcstcmunbâ do quc o ato
(lc ronhecer". Quândo vocô dcscohrc âleo. você sâbc algo. só você
siLhc quc sabcl ningrcm .'stá dentro .la sua cabeça para sâbcr sc vocô
rahc ou nâo. É esse o caráler irredLrtivclrrcnrc individualda conquisla
(la sâbedoria As pessoas podcn pârticipar da discLr ssào. mas o morrento

irrtclcciivo, quc é o finâl dtL discuss,rc, que ó aquclc ondc â dialóiicâ sc


llânsl'orDra eln mito. aí é cadi um por sil
Ào mesrro lêmpo, notc bcm. cssc individuo é indivírllro enqunnto
o|r)sto à colctii,idadc historioamcnte deleimirada, e náo enqLranto opoÍo
r cspécie humana O indiví.:luo nunca ó oposto à cspécie. nlü1câl Flle é
i)posto à coleiividadc. Estc, por ci(cmplo, é um gràn.le erro de nruitas
discussarcs nrlxlcrnrs: l.lcntifi.ara oposiçáo nxliví.luo rrcrlr/s colctivida.le
c(,no oposiçaro indivi.luo aersrs cspócie.
À cspécie hLrnanâ, conx) iodas âs.lerrrâls cspócies colrx)rnullobcnr
viu . só e{isic nos seLIs indl!íduos A corrstitrLiqáo uni!crsal
^iisi(')tclcs
.la csirutlra hurnana nâo e\islc cm si. el só c\istc nos in.livÍduos quc
a nranileslarr c, ao mesnro lcnrpo, a tot:Llnrcntc real c!n cada unr .lelcs.
Entrro. norc bcm, se csra conslituiçao univcrsal está dadâ no indi!i.ltrLr
lisicamcnte e\islcnic. ten]poralmcnte c\islcntc. isso qucr dizcr que â
passagenr do nrttndo sensívcl parâ o ;Dlrliilivcl sc dá dcntro dL, PróEio
indivíhro. Ai .'lc passâ por unrir rrrcranóiâ. urlr iraDs6guraçáo. no
'trri 'r,rIi '.."'I, IIrr.l.
dníduo. r.as como nien!hro dâ esPécic c, poÍarto. conro portrtdor r:lo
conhecillrcnto universal Eic naLo lar isto cnqlranio indiví.lLro isolâdLr

(la cspócic. mas ao contrtÍio. exatamcnLe c0no rcprelenlârÍc máxilno


rlâ cspécie. É csre irr.li!i.lro isola.lo, no instante do scu ato .ie intclcc'

çáo. quc lranilcsta e rcalizâ d.L nüncira m.ris Pâicnrc as possibilitlâdcs


suprcmâs qLle defincm a próprla cspacie hurllana

á íslo qr.- Árostinho quer dier (tLttttlda íoltt qu. n(,s e


[ALrno:
conÍnmas Deus denüo de nós nes tos?)
l.r,' ,'\-jd ', ", i ' \-q,ri i,, r:r r..rr , u. ' \, í r, I'oi\
sozirho c mâis iÍrado ó que o coniunto da espócic hrtnrana cstá se
ic.rLizando enr locô. É por isso qLLc nâo é u,na solidío. ó u1üâ soiidão
apcnas er. relaqáo à cdelividâdc hisloricamcntc .ltLdit. Na n1c.licln ern
qlre vocô sc desligal:lo cspirito daquclâ cra. está liirado ao espÍito de
lodâs âs cras Isto qucr dizer quc. dc llllo. no próprio indn'idlro. nâ
consiituiç:ro do próprio ilrdivíduo. já eslá dada to.la a.:liâlótica entrc o
mundo do s.nsívcl oü dâ tcmporali.lidc c o nrundo da cternidadc.
Náo é de estrânhar que, na passagenr dc Platáo para Aristóteles,
um desses aspcctos tenhâ sido mais âcentuado por !rn dclcs. e o outro

ll)
i:|r1to pclo oulro. scur qUc sc possà rliler rcm quc concordânr nenr qUc
,l \.(,rlrrn Esscs dois la.los cvi.lcl(emutc cxisrcrn. câccnruar Lnâis Urr
t (..: 0f r.enos. a apenls uma quesrao dc oportunidade. lrm plarâo.
,r Ifru ioflc nnprcssáo (le que clc alimra qLLc o rrundo das idéias ou
Lli r ii)n|.rs rxistc dc,e/ si c irànsccndc o mnndo da rerrrporatidadei
(if \risir')lcles. há a âlirrraçrio dc qLre csrc mur.to só cxisl! derrro dâ
r rrpor.rlitladc. Inas dc làir) rLs duâs coisas são vcrlttdciras.te rLlrunr
,r,,do, principallncirie porqUc as lài! lormâs scriarn os n( elos ctLyiros
,LN .oisas 1L'inporalnciric cxistc|rcs
l:ntâo. o.tuc seria. for e\emplo, :1 "càvalida.tc t Ít o pr.ojero quc
r)(us lcz para os c:Lulos Sc u)ca pcrgumnr: . O|.lc cxisle a ca\,:Lli.ta
,1.'' Ela crisie eln si ou c\isle no câvalo,,', voca le
os dois lcrnús dc
Lrrrr oposiçáo quc dcfincm unra discussio quc houve.lentro dr escotâ
, rLt)rica entrc os delensorcs dâ prnncira li,rnrutâçáo dr) platu ismo
e.
Arisiótcl.§ als prirncircs dizcrlr que:Nl'ornrâs c\isrem crn
t t) r)LLtm l.ido,
ii {i lao xrclcpcndentes dcslc rrun.lo tisico: Àristótcl.s diz. ao cÍ)rirtjito
I rc rlas eslào no fllprio lnundo lisico.
F.ssa discussaro. colocadr assil , de lanr não rcrn soluça«). porquc a
r(lpri noção dc existtnciâ rern unl duplo sentido coll]i»me sc rcUra aos
.rlcsdo nrundoou às i(krias Qu al e\isrc cfcrivrnerÍc cnr simesmat,Uorr.
(lrpcnd. do quc sc cnlendê por cxistir O cxisiir.tos cntes do murdo
sico é uma coisà e o cxisiir das tunras é ourra. Se você tcnra. jLrlgâr
I
rLn pclo olrlro. ou o outro pclo urr nrio vai chegâr a coisl algunrâ. trn
scgundo lugilr é ncccssár.io vcr quc se essc rnundo das iirnnâ5 é o murdo
1l) que Deus pcnsr â rcspciio do lnurxlo que clc vâi criarl qrLc sáo os
frodchs que Dcus tc remvisrâpara crjaçã().las coisas.IntAo. sc csses
rrodclos pudessem scr integratnrcn(e conhcci.los.iesdc unr ponto dc
!ista humano, acondiçâo hünrana cstaria àLrromaricânrentc transcen djda
c r(rs lá rao vivcría os na tcmpoiâtidadc. rras sim ra eternidadc. Íj
.()ntra-scnso. é impossí\,ell Desdc o fonro dc visla plllamcnic hLr1nano

JI
o rodelo não podc scr conhccido. Só podc scr collliecido corro? Através
do )róprio Dcus
Orâ. isso qucr dircr quc r srnr(hgerrr di.lúliü quc ,ros lc\ â do nnür-
do sensí,el para o rnundo das idóiâs ,ráo podc rlr(]gar a bori resull.'do,
porquc clâ scria r) si.rplc$ conhccjDrcnlo humano.Lo divino dialótica
^
terir. cntft). o podcr dr nos lritnsligurar.rrr conhcce.loies.lo.icrno.
lih ralo focle lirzrr isso, por cssa raztu nos lcla aia urr cerl1) r,rlr). .hi
\'crn o rniio lsro sil]rll'i(i quc I dialatica nào cullrprc o qrc pronrctc
IiltL lromclc lcvâr aió o córL. fills . uar.lo chega lí r:ro fo.le nriris... tcnr

O conhccirrcrro das lonnas ou dâs idaios criquanto tala ncccssâria-


iüp.rlcito c alusivo. nras sc i)r sa) isi{) n(:)s licar(Iros ctcrnirnrcntc
rrrcnlc
cnr.lú!i.h p{mlueconheccmoscstcInundoaqri nrrssabcrnos(turaLr.
rrLLndoirrpcrlcitr)cr.qneascois.sapârc(cnrcdcsapârcccnr ftdocs1á
em pcrnruncrtc 1[r\o. c cxisic ur)r Iundo dr iiràcionâ]idrLdc no nrLr|do
scnsn,cl Passados dois rnil anos. o pcssoal lala rlc huraco Icgr,, e daí
â inacionâlidadc do nrundo sensível aparccc dc rnrvo. c dc novo. c dc
nr)!o .r nrrn.r vâi .mhôrá
Sc o nrrndo das loimas nêo podc scr conlt(ido pcrlciialllcrlc d.sde
o ponto clc \'ista htLirlrÍ). isio sign]lica. poiém. quc qualqucr dlsc!ssão
hunrrnâ sobre clc nào vai chcgar â coisa lgunra l,.ntiro a .liscussáo cntrc
|'r,.,. \'. r,1. . Ir. , , ,1r...\i r r.., irr..,.,.ur!(!.
eristenrnoscntcsscllsivcisquc snranjlcstam étambamoonroolarnoso
"atébojeninsüénsabcqucrnr ofleu lolie ser de Lrnl jeito como podc scr
de ortro. nrcsrno porque nào sc sabc prccisamcrnê do que se eslí lalan.ll)
E se o conhccimcnto das lonras nl]o pode ser obtido pcrltitamcnic por
nreios humênos. cntão só Dcus podc dá lo tinr vc7 de discutir as lbrmas,
rós podcrrros pnslar a urna scguncla pcr'.qunta rrais irutílera "Conro pL)

demos oonh.ocr Dcus pâm qüe llle nos dê o conhccincnto c a crplicação


$bre as lo nas?" Ài ó quc cstá o '1crceitu a.dar" .lo plâtonisnlo.
li)dos os rnânuâis. pelo menos ató ccrto tcllpo. colocavant o pla'
r,,,risnro.0rno unr lipo dc filoSofia dualistâ, porqLrc !iâ dois nlundos:
,, rLUndo sensív€l e ô rrundo inteiigi\,el. que scriarr as iormtLs. NIas
,:it) r.ro é erato, porqre Plat,Lo nio lalâ dc dois mun.los, trl de ltês.
tlt o ltll da rlos c lllrro fcrmancntc e
les selrs1reis, que. est.Lndo enr
r( rrlo uma torma prccáriâ dc c\istêrcia. tên, u,ll lundo dc irrâcionalj
, ir(lc .rlrsolularncnrc indeclinável. Depois há o flr do das íant1cts. gttc
l( ririrâmcntc explicariilrr esic nrurdo scnsivel, Dras quc por sua v.z só

t! cnr scr conllecidas muiro inrpcrlcitrLmcnle Acimadclcs há o rxlÍílo


,r^ /»i,rcípios, ot] lcis ctcrnâs, qlre dao o tundamctrto das lbrln.rs e. ao
, r.§.ro te po, o lundâmento deste lnundo. E cvidente que Plaiáo csiá
n. rlcrindo ao conhecirrento intclcctLrâl de Deus, e l)eus aparccc. ncsle
, \ )ccio. sob a lornrâ dc princípios Llnivers:ris eternos c dc valida.ie êb
\,, ut . Seria unr conhccinlenlo de orde]lr puramcntc n1etalisica
Algo.lcssas leis eieinas errcontradas Delo plàtorisrno cstão jus
rrLLrcntc no livro de Mário Fcrrcira dos S.Lnlos. A sabtdorio das lcis
rlrrzrs,r(lue talve/ tcnhâ sido a nelhor erpllcaÇáo tlcsscs prirrcipios
\l . cm tr)d1) o livro. náo v.Li se lâlâr de lornras ncln do rrLrndo das tuéias.
io.lc princípios que trarsccndcrn nâo sonrente o rnun.lo scnsívcl. ma§
,, t)róprio mllndo das iormas lbmms. islo ó. os modclos elenros
(hs criatur.ts e dos cnics. estato^sslrb.relidâs âos princÍpios Unr deles
,ro .lc quc tudo o que erisle só podc cxislir como Lrni.ladc. Todo cntc
(tuc cxistc. existe co ro unidadc O scgundo Princípio ó quc somcnle o
,r'(iúo Dcus. ou c\isiir como unidade
a origcm dc todas âs coisas, podc
siirip!es. l'udo o mais exisle curn, uritlâdc complexa, uli.ladc parcial oll
Lrrldadc ilnpcrltitamenle realizada quesurgeàdislinçãocnirt Dcus
^íó
r(insidcrâdo em si rnesrno c cnquânto criador das criaturas.
Deus considerado cnqLranto cildor
criaturas é fácil perceber
das
(t!r lsso só constituj unr seu âspccto, porque o l'llemo anicccdc as

Nrx'i,, riorúiÍtr dos S,\\TOS Anb(d.ttul"\Ltrtl.ntts ltr1nü .di(turlJ


,r(o o trolrs dr Olávo dr ('nNr ro Si) lntr]o I nri 7i«n]s, 2001
criâtüras. Antecede de quànlo? De toda umâ ctcrnidade. O aspecto
quc Ele ten] de criâdor das criâturas náo pode ser iodo Ele. mâs, ao
n1e§mo lempo. é Ele. Há. cntão. Deus em si nesmo e Deus cnquanto
criâdor. e assim por diante. (Não vanros nos deter na cxplicaçáo de
principios. que enigiriam urn estudo mais particulêrizado. mas crcio
que isso está muiiíssimo bcm rcalizado no livro do Mário Ferrcira dos
Sanlos Não conhcqo cxplicaçào melhor, nem rnesÍno â do Giovânni
Rcalc acho que transcende isso )
Esses princípios sáo conhecidos náo por miro, nao poÍ símbolos,
n1as por Lr a espécic dc cvidência imediâtà e inegável. Conhccem-se
csscs princípios pela inpossibilidalle dos scus contrários. etanlbéln por
aq ucla iaDrosa regrâ: tudo aqlrilo que ó auto-cvidente n,ro pode rer uma
contradiiória unívoca. Estc é um critédo lógico que ell descobri para
Iazer unl teste e sabcr sc uma determirada sentenÇâ ó auto-cvidente ou
náo. Se ela 1'or uma sentença auio-evidcntc, toda tentaiiva de loflnulâr
o contrário ier inaÍá numa ambigüidade. (...)
Por exenplo, quando cu digo "eu estou aqui', você entcndc peúei'
tamcnte o que eu eltou dizendo. Mâs sc cu disser "eu náo estou aqui ,

o que estou querendo dizer? Quc cstou enl outro lugâr, ou qlre este quc
está âqui não sou eu? O simplcs enunciâdo dafuâse "eu náo estou aqui"
não diz isso dc jciio nenhum. Ent,to a f.rmosâ distinção cntrc contrário
c contraditório náo pode seÍ feitâ âqui, náo dá parâ lazer porque náo
se sabe a que .r lrase se referc. Outro exemplo: o lanoso princípio dc
identidade, que A é igual a A. Se você disser'A nao é igual a A, o que
vocô quer dizer? Que o segu.clo A é diferentc do primeiro. ou que eíe
ó dil'erente de si mesmo? A simples scntcnEa'iÀ é dilêrenie de A' não
esclârece se é Luna coisa ou a ouira que elâ quer dizer
Iío ó um sinples teÍe lógico. A noçao de evidôncia é. para min1,
uma noção básica absolLrlamente inconiornávcl. Nàotemcomo escapaÍ
dela. Se você tentarde algum modo contornar, dizendo "Não, nãoexiste

.1.1
( vldancia, só exislcrn coisâs que dão a impress.ro de scr cvidência",
, irdâcsltraciocinando coÍn basc nunadeliniÇão dcevidêrciaqucvocê
rsrondeLr embaixo do tapete. Entào, evidência signific.L jmpos sibilidade
,l)cl) rário e im poss ibilidade a ôso, /ld seria ulna im possibilid.Lde sob
(tuxLquer aspecto qu€ seja
Os lamosos principios do platonismo não sáo conhecidos através de
L rra âlusâo mitlrlógica ou sinbólica, mas através de evidôncia direta e
ircgável. So entc ai se enlendc que o ftmoso nundo das ioünâs, ou
rrs idéias. quc aié há pouco cra tido como o coroêDlenlo do platonis
rro. nâ vcrdade era somcnte Lrma pirâmidc truncada quc subentende
I nà outra pârie supcrior que são os princípios. O mundo das lornras
. apenas intermediário entrc o mundo dos principios e o mundo dâ
Lr rporâlidarle. EIe é apenas uma transição. Écomo se dissósscmos que
.1. náo tenl uma exisiônciâ slrticientemcnte delirrida para que se possâ
ronhecé lo Trâz tanbénr deniro de si uma ambigúidâde constitutivâ,
(t c só é rcsolvida na esferâ dos pincípios. os p ncípbs rcsolven1 ês
,r.rbiguidâdes do nundo das lormas e, ao mesmo ieffpo, suprinem e
rholcm a existência dcssas lormas. âs quâi5 são âpenas umâ transição
.Lrtre o ffundo do divino. o rnundo do absoluto, do eiemo, c o mundo
(Lr lernporalidade.
Ora. fcita de anrbigüidade, entáo ela
ess.L transiçáo só poí.le s€r
corrcsponde prccisamente àqucle lan1oso1nundo internlediário. Creio
que mencionci da ouúa vcz a história do colvo de Noé Muito bem,
n história do diiúvio, após quarentâ diâs e quârentâ noites. eles têm
r cxpectalivâ dc enconlrar tcrra. Parâ confirÍrar isso. Noó soltâ un1
rorvo. O corvoficâgirando crncírculos e náo con§egue achâr nada. Dias
(lcpois, clcs soltan uma pombâ. qlre vai direto e encontra terrâ. Entrc
.lrca. o navio de Noé e a nova terra, tem_se exatamente a analogia do
nunalo sensívcl e do mundo di\.ino. enlre atempomlidade e a ctcrnidâde
'l'rn1 se, cntào. duas tentativas de lrâvessia, un1â fracassada e â otltm

:15
bcrn succdida Na bcnr succ.tidâ. â ponrba
\,oa cnr trDtu rcia. c raqucta
qLrc é liacâssada o corvo rjca girardo
t ,rr,-,r,r ..\...j.,,, \i,,,,,o r, t.r1 n.,r ,..,r,1,u{.,1,..ru.r,,
vcrsiculo quc ctiz .G ia rn)s pcla scnrta rcial,. Isra é a scn.ta
rcta. lts\.
i,rcsmo snnbol(, aparcrc,ra lclrâ
chircsa I
rador N.L cosnn, o. i, cr,,"",, ,
m0ndr) Scu dcsürho énrLrirosjIrptcs
,""""" ,;1Ííi: :::,1.,.11i;:';;
tcnr Lrma vcrlicatcrrês traÇos. urn
cml,,rir(,. urn r)o nrcnr c unr crr cirna
Jinhr rcla c o Tao. quc vai rrnir
cnláo os tr ôs ^ do .liviIlo c
mundr)s: .tir rcmporalida.te,
dr) crcrro. ( l)or ô
!.-' u , :,,- r, t,..,,.,,j.,n,.r.. t..u.Ir. r,i., r.ru,.,,r -|l.t.,,J \
i,,.rj,l. Lu. ,,,. .rrr d,, ,rrJ.
() hornc|r Iao csrti ioralDrc
,,-
tc ira rcnrporatida.tc, o rrLln.lo sonsívd.
clc jácÍáno,nur.todas jor as rlporisso.lucesscmürctí)éráoconf!\o
- r.L' i. .,, tur. na,.. ..!i riu, ..:. |,
^ C, t.:. L, r,,r(i.j, n. rr..r( x
rrodL, a chcgflr a LriIâ conctüs,o sobre
queln rirha rirzáo. sc ptarão ou
Àriin;tcles sc as tbrlnas c\istEn cnr si mcsmas
oLr sc crrstcm somcnrc
nont!.dosc Sívrt Arcsl)l)srrLóascguiltc:ncnrastoÍIasn.nrorrundo
sursÍvcl criltcnr cm si ucsrrl{)s: clcs
s(t e\islcrr (lcnrro da ercrnidr{tc.
E por isso.luc se \ocô rcsLrnri. r.ssa
trirrdarle nunr:i op0siçrio. numa
drrlidt'dc. Dão \,ai ct,egr! à c(nrciusflo ncllhrrn,a.

l.\luno: Urtú ítas ct.íticas que /\t.ist.õtetet


itct.usi)c tio (o
l.tz cpito
das idcids Í.»no utp sepatutto t po\pe iu ir.1t ul1ta
ate ctio que
](gesstio inlíniÍa I
N vcrda.le.âpatirvri .iIHrito., nãoéc\âtr uocaso.
\t)caiem pcnas
urr irdcfirido. porque infirjro se idcnlifica
conr a propr,a cteírida.le,
não é qLrarritarivo (.. â sórie .l(,s
) nLúcfos inieiros ó infiriiâ ou não?
Lla é apcnas irdcfinid.. Il,ro pode ser
intinila. pors é uma cojsa e só
cssa coisa É vrnrenie a sóric rlc
Danncros, c a sarie .le nLimeros
nãr) ó
a dâs laranjas, não ó a das figurlls...
B|rao, ela estj liiniia.ta. e se cski
, rlirli| náo pode scr infinita. l]a só cslá jtinita.ta numâ rtirccão.
ún--
,.l,t,,il',,,,r,.,t ..fr.rr.pr,^t,.,,).ch.\j,
ll dâ O verdadeiro irlfi ito a o qre nãr) a timirâclo sob aspccio
,irr
al
1L rr. de nrarcira atguIna. O intirito
é â própria ctemirlaclc, é o própriil
. ,í,1!tr). a o próprio ll(,us
(.lLrar)do vocó icnra pegâr
o nrnndo clâs
toflllas on idéias c lo|rí lo
, r oPosicio ao lrlun.to scnsncl csabcrscóesrc(lLrccxisicnaquctcr)u
trtLrdc quccrjsrc nesse . \,oracJregâ exâIâmc|ie no quô:, No inclclinido
I lr)r issoque nâdr rclrir.csposrâ \()cê tcíia rrgrxssao ad i
li itun.a
(
!r ússào ilim jlnrlâ tênr Ír câvalo c, cln cirnâ. a .,càvâli(ta.le. Mas
clllrc
, l( ! tcrn o quô? ltma scrnL,lhançâ.
Aco|iecc (luc rcm quc r.r o nroclcto
1]l sunclhança. a lorrr (tâ semc]hanç . â i.ornra da
da s()ncthan tarrr
r iL, .
assinr poi diarlrc. tenr aqui um tromcrn scfsrvet.
tá enr cjllla lenr
,, lroilem inrcligívct. mas rcm quc rcr Um lronrcrn
ir]tolr«tiário que
r! t)rcsc"t(r â semclhânçfl,:to! dois. E enüc
essâ scrnelbança c prirn.il1) o
(Lr quc ter urn ortro, um ou1ro, c um ouüo, e urr oLr(tu... Chc!â
"" s.
,, l.ur, r,.,r.p.,r. rrrr .r,,ru.t,, ,,t,1r..,".,,,rr ,.,,. ,t,,,;.,t,
( )r . |r s o rnlrndo das tornas ó exâtanrcnrc cssc ioso .iu csDeflros cle
( L i,,dcfi idol
nrundo do
Vocô tem o rrundo d{, tirrilo, qLrc e o (lâ rerrporatidadc.
o
,nrn.Ío do indetini.lo rro nreio c o inlirrito crn
cirnâ. l:t por isso
quc o nrurdo sclsÍlct náo pode scr crplica.lo
crlr si |rcsrro, porque
rÍ) lenr eln si o selr fundament(, Elc não é
fur./d netúutlt sui. t11Íàtl
vocó o procura nonr!ndo das lon]las. Írrs
lá ranrbem nao 1enl, pl)lql]e
as ronnas são ap.nas l:src jogo de cspethos qre
taz quc, dc LrIn númcro
ilin)iiad(, dc possibilid.r(tc. àtgUnras se manjfcstcnr
aqui ncste nrancl.)
iunporal eln qre cstanros única cois.l que coloca o(]cn) e hierârquja
nisso são os pr ^
cí!i.,s ercrllos e imu1arl,cis. poiénr. é cl:1ro que a rnuilo
mâis l'ricil conhccei os prilcipios ctcrnos e irn0ravcis
do quc conheccr
i, mrndo dL, irdeÍinnto. Com o ir.tefi|ido.
só s€ pode rcr um conheci-

J7
11le.io inclcfinido Daí estc deseio, esta aspirâção, esra regra islâmica
"Guiâ-nos pela senda reta'. Que não nos àconteça o que aconteceu ao
corvo dc Noé. que nâo fiquenlos girando em círculo num eierno debatc
e'lr( ol',ronrco\ e -ri.ru,. licns pari.rb. rcucrrr re op mci.^ n o\ ô uL
a galidra Porquc sabemos qlre ncm csie veio dâquclc nern àquele veio
deste. nras ambos vieraff dâ eternidã.1.

lAluno: .Isso teúa aIELtma rclaçao cotlt o coniunta de to.las os


essin.ias possizrcis. essêt1cia um seníida husserliana'? Do qüúl um
obieLo de ttue eu pelo a ídéia pade paúiLip.Ü'?l
Clarol Evidcntel Unt rncsmo objeto participê de um número
ilimitado de essências possiveis. Agora, se você qucr saber se essâs
essências cxistem nelcs, sc eles existem nas essênciâs, bom, ai você
cnirou no caminho do corvo. vai girar em circulos. Somentc o apell)
à própda ciernidadc. âos próprios prirciplos eternos, é isso que coriâ
eslâ discussáo e vài ihc diz€r que nem o mundo sensivcl nenr o nundo
das iormas ilimitadas. têm fundamento em si. O nundo das tormas e
o m!ndo sensÍvcl, ambos emanarr sjnplcsmcnte dos dois primelros
princÍpios, da idade simples e dâ unidâde conposta, ou o mesmo e
o outro. como diziâ Plrtao
A alirmaçào clo prillado da d o! iÍinâ plâtônicâ dos principios sobrc a
doutrinadâs idéi.Ls éhoje umarealidadc h is toricaDrcntc as seniada pelas
pesquisas do Giovênni ltcale, naliyro PaM una fiozia ínterptelacao de
Plalro.a Ele dcixou claro e dcfinitivo isso,lãlando que náo adiantâ ientêr

entcnder o platorismo tonrardo como seu cumc a doüirina das idóias.


porque, para âlém dele. crisie urna doutrina da eternidâdc. uma dout na
dos principios que esiá insinuada âqui ou âli na dourrinade platâo. Ela náo
está cxpressa clararnenle en parte algun1ê, mas está suficientcÍrente
documentada nos depoimentos que os discípulos de platão deixaram

r(ii.vaini REALE.P,7" r a rrúu i)1t.Íttctaçào de Plaho Si. par].:


38
,rspcito do scr cnsinanento orâ1, que ele próprio dizia scr a pane

(iraÇas à acuÍnulaçáo dessâ imensa tradiÇâo plâtônico,âristotélica,


,*r) nos pcnnitc hojc rcsuÍnir tudo numa âuia de duas horas. Quando
,'L |cnro nisso, digor "é unl rnilagre . Imâgina o trâlralho que i§to deu
irir plaiônica Foram anos de discussáo sobre aquelas obje
^cadcffiâ
\,)es âristotólicas - o próprio Arisióteles luiêndo conl as contradiçóes
(Lr lco a das idéias. e Platão dando apcnâs uma explicaç,ro nuito im-

,o lcitâ c alusivâ da doutrina dos principios, a qual tâlvez ele só tenha


t rccâdo a formula. târdiarnenle. No entanto, hoje. tcmos tudo isso, e
r,,mprimimos em duas horâs...
Isso não quer dizer absolutâmentc quc sciamos mais espe(os do
(tuc Platão ou Aristóteles. Quer dizer apenas quc vicmos depois e nãL)
livcmos quc rcsolvcr por nós mesmos toctos esses problcrnas, porque
clcs já deixâran ludo mastigâdo. Mas isto ó uÍr rerdadeiro milagre. e
ll(is nnnca somos sulicienlenente grâtos a todos csscs exploradores de
nundos cspirituâis, que loÍam náo só penetrando ncssas rcgioes, nrâs
nêpeando aquilo qucviâm, às v€zes mapeândo imperteitamcntc. alusi
vàr ente, simbolicamenie, mas de algun modo nos deixando sirais por
ondc hojc podemos camin|aÍ com passo relativarncntc firmc.
Esta é minha 1àmosa Iso tia dos paÍdfiarcst existenl conquistas cnr
lilosolia que fixanl pâtâmâres, isto é, vocô não iem mais o direito de
bâixâr aléfl daquilo, nao teln o direito de lãzcr dc contâ que nao sâbe
âlgo quc iá foi descobeÍto. Você não pode mais raciocinâr, digamos,
co.ro Parnênides ou Heráclito. Por quô? Porque já sâbe â solução
dos probleinas colocados por Parmênides c Hcrácli1(), e eles nao
sabiâm. Eles podialn entrevê lâ obscuramente. mas não sâberiam
dizê-la. e vocô já sabc. Por quê? Porque alguém já disse. Esta é outra
caracteristicâ d.l espécie humana, quc âs gcraçóes mais velhas nos
Quando vocé âprende uma lingua, hoje, já pode aprendê-lâ com
todaessa mo ntanha de tradiçoes acumuladas que lhe dáo instrumentos
para dizer com facilidade coisas cuja expressão custolr vjdâs e vidas no
passado É iustarncnte esie aspecto da tradiçâo e cla hcrânça que
confere às sociedades elêtivâmente existentcs o seu direito dc cxistir, e
é isso que 1ãz que nós tenhamos que respeitar a sociedêde por pior que
cla seja. porque ela nos deu tudo isso.
Por cxemplo, eu estou contando issotudo paÍa vocés... Dc onde é que
elr descobri isso? Ah, eu li no livro de Platáo, cu li no livro aleAristótetes.
Mas náo Iüi eu que traduzi, não fui €u que editei e náo í0i eu que botei o
dinheio pa.a lazer tudo isso. Tudoissoiávciopronto. Nós somos heÍdeiros
da História, potanto, herdcÍos da nossa própria sociedade. E por mais
sábios que nos tornemos. náo â transcendemos neste aspecto Nós â
transcendemos som€nte do ponto dc vistâ essencial, c só podemos dizer:
Àhl eu conheço Deus mclhor do que o eslaólisrmert conhece. Mas
eu conheço isso poÍ quê? PoÍque o esLablíshtnenr me deu os mcios de
conseguir senáo, não iía conseguir. Se náo tivesse IivÍos. náo iivcsse
editoras, náotivesse essa hstitLtiÇáoque a gente tantoamâldiÇoa, a uni,
versid.tde, - bom, por pior quc ela esieja, ela faz parte de uma cvoluçáo
históricacujos bcnefícios chegarn até mim;degradados ou náo, chcgam
até mim. Entáo, é aímesmo que qualquer idéiade transformâçáo revo-
lucionáriada sociedade é uma idéia monstruosa em sie deve scrcoÍtada
i,7 limir?. Ncnhun] ser humano iem a capacidade parê fazer isso.
Uma revoluçáo que vai melhorar a sociedêde é como â história do
Baráo de Munchausen. O sujeitovai se iirardedeniroda água puxando
pelo próprio cabelo. O ser humâno, o indivÍduo humâno, uma geraçáo
humana náo tem capacldade para fâzeÍ isso de jcito nenhum. Sempre
que ele tcniâr lazer isso, ele vai regredir para um nível infiniiamente
inlerior A filosofia nâ União Soviéiicâ, depois da revoluçáo, volta para
um nível que Parmênides ou Hcrácli1o, selessemaquilo, iam darrisada,

.10
LLizcndo: "Mas ludo isso aqui nós já resolvemos nâqlele tcmpol '.
Ibdas essâs rcvoluçóes inclusive as grandcs revoluEôes inlelecluais,
.rnno â cârtesiana, quando Schelling djz que com o ca esianismo a fi_
l)sofia regride paraum nível pucril a filosofiaregride por causa disso.
negócio de que nós somos anÕes sobrco ombro degigantes. quc
^qlrele quenlalou (Einstein loi
iLs pessoas citarn como se iivesse sido Einstein
r) nrilósimo que fâlou isso), nós de fato sonos anóes sobrc o ombro de

tigantes. E se rctimrmos tudo isso que nos antcccdeu, nâo son1os abso_
lu1àmentcnada. Essâs trâdjçóestêmquc serabsolutameüle pÍeservadas,
sob o risco de alúnalizaçáo complcta dohomem. querdizer, cairmos de
rlLlr nivelnuito evoluido mesmode conhecimento acumulado parâuma
harbárie, pâra uma coisâ pueril. E isto dc fato âcontece sempÍe quando
u homcmj umâ geração ou um grupo, se acredita capaz de absorvc!
dc transcender completamcnte este pâssado.
Ilste passado você o r€cebe como um iodo, e faz âquilo avançar n0m
rlnico ponto, que é êquele ao qualvocô dedicatodauma vida. Se lanÇar
rnr passinho numa direçáo, ao lado de nilhóes de outrâs dircçôes que
poden esiar sendo trabalhadas por olrtrâs pessoâs naquele mesmo ins
(ante, vocô já 1êz muita coisa. Nenhum scr humâno pode Íazer mais do
quc isso Entáo, â pioÍ das sociedades ainda tem esta autoridade sobre
você:você nao conseguiria construir un1â outrâ melhor.
As sociedadcs vêm de un1 longo pâssado e se lbrmam por um pro_
ccsso que nâ verdade nós nenr scquer entendemos. Aindâ tcmos uma
vaga idéiâ de conro é €stc processo de transmissáo. Frcqúcntemente a
iran smissáo cultural me par€ce um milagrc. porquevocê, quandonâsce,
nascc ignorante. Nasce náo sabcndo nada, praticamente, só tcmaquele
âparato instiillvo. Isso qucr dizer que, se a sociedadc náo aprimorâr
neios de transmitir para vocé nais rapidamentc do que nâ geraÇáo
ânierior o qu€ loi aprendiclo, você náo conseguirá iazer nadâ. Quando
Rosenstock diz que vocô sâbc que tinha consciênciâ de scr um ser hu

.11
mrno simplesmentc porque làlaram con você, bâía isso para medir â
dívid.r qlre tcm par.r com todo o p.Lssâdo Quando vocô fâla ,Ah. mcus
dircitos '. você csquece... De onde você tirou csses direitos? Conro é que
você.lcscolrriu quc cles existiam? Foi você? Isso é nérito scu? Náol
I.'u loi rr-.r,,,"rrpr. rdnLlâ,r(1, ;Jratc\,(ê
Náo é necessário dizer quc a iransmissáo culturâl tâmbém tern
.Ls suas contrâdiçócs internas. c ufla delas ó que. quanto mais ela se

aperíeiçoa e se torna nrais lilcil e mais barata. mais fâcilnenrc os in


divíduos que tivcrâm esta possibilid.rde dc adquiri la a dcs!atorizâm,
porquc náo sabem o que custou. Fico surprccndido com a facilidêde
con1 quc as pessoas hojc em dia acrcditam que têm tais ou quais direitos
c que poLlen impô-los por cimâ daprópria sociedâde quc os esiabelecc.
"Eu qrierc que cstâ sociedade me dê tais dirciros, e pârâ quc eu tenha
lais dircitos eu vou dcstruir esra mcsma sociedadc.,, Todo mundo pensa
âssiml Esscs molimentos de minorias. (...) bdos pcnsârn assiIn. Enião,
é claro que isso é unra vida pucril. uma vjda vottadâ para o mulrclo de
lãntasiâ e essâs pcssoas náo cstão dispostas â arcâr com o peso da
existência, coln ô responsabilidêde huffanà. Elâs cstão, porêssimdizeÍ,
nos âniípodas dc Sócrates. Quando você vô a vida de Sócrates. esta é a
vida plenanente humâna:ull1sujciio que assumiu totâlmentc o peso cla
condiçáo hunrana. Essa é â vidâ vn idâ narealidadc. E no ântipoda disso
nós teDros o criâdor de mundos, o criâdor.lo mlrndo mcthor erc.
Por uln lado, ó óbvio que cxiíe .r evolução cultural. o âcúmulu de
registros e.L criação de códigos c programas pam transnitir isso cle
Lrma mancira câda vez mais lácil c mais compâctâdâ. Nesse scntido,
cxiste ulna evoiuçáo cultural, que náo é umâ evolução dâ inieligência
humanâ, mas apcnâs dos códigos e dâ iransmissão Mas, por ouiro
lado. ela târnbém é scmpre periclitânte, porquc, quanto nlais fácil e
cficiente ela sc toma. n1êis parece dispcnsável àqueles que iustanentc
mais necessitâm d.lá

12
lAlllno: que a mLLncla clas lormas é llio datlo a anbi[,i)idades e
lii
tl,nlusoes. pat quc Plalilo àa loi dircto paru os pti cípíos. iti que

les paden set enü ciados, aa colltttiti() das outtos?l
Flle não foi jusiâmcnie poÍ isso que eu estou dizendo Hoie é ttcil
.\plicâr, pois já leve A stóicles, NIá o Feneirâ dos Santos, Giovanni
Iicâle que mâstigaranr isto tudo e deran pronio Platâo náo tinha is§o
t)ronto. É nomal quc o primeim dcscobrjdor dc un.r coisa a conbeçâ
.ü1, assin como o consiruior do prinreiro âutonóvel nâo ltz Lr nelhor
rutomóvel possivel. Para Platáo. islo custou drama - e eu acÍedito que
sa) no lirr da vida ele tcvc a noçaoclara dos princípios. NÍinha lipótese é

(leqüc, muitasvezcs, nodecorrcrdaredaçáodosseusDi.ilogos. quando


Irlatão colocâvâ um nrito, clcmesnrc náo saberia explicar o pincípio ola
rc por lrás daquilo Elc meslnoUnha umâântevisáo un1polrco nebulosa
.l.r coisâ E lbi graçâs às objeções c às discussõcs nâ própria Academiâ,
inclusive asobjcçóes deAÍistótclcs, quc clc foi de cerio modo obiigado a
cspremer suateoda e a tcntar elplicá-la nelh or O cslbrço de cxplicá la
rrelhoÍ náo é só um csforço de Lrma didática mclhor. é tambóm o esforço
qLre elc mesmo esiá lãzerdo para enxergar melhor'
Em lilosofiâ, nós quc cstanos dcdicados ao scu cnsino náo tcnos o
privilégio querem, porcxenplo, umbiólogode scpârâr complctâmen te
o que é o conhecimcnio da biologia do quc é a pedagogia do ensino
.la biologia. Um biólogo pode saber toda a biologiâ scnl saber ensinar
nada; só dcpois é que clc vai aprcnder pedagogia. didática, ctc Em
filosofiâ náo existe isso. À coisa fica mais difícil porque â pedagogia
.la filosofia é o próprio e\ercício da filosofia, cvocédescobrir amancira
lnclhor de cxplicá lâ é dcscobrir â maneira Drelhor de entendô-la.
Éi por isso nesmo que eu digo que nao consigo dâr o mcsn1o curso
duasvczes. PoÍquô? Porque passoualgllm tcrnpoe, certamente. algumâ
coisaeu penscienlreum coutro. Então, em vez de rctransmitir o me§ml)
curso, eü dc certo modo iá laço rma crítica, tlm aperleiçoamcnto, náo
tcff olrtro jcito. Às vezcs as pessoas clizern: ;,Você é unl cara inventivo,
porque rAo dcu o mesmo curso duas vezes:'. Náo é por excesso de in-
ventividâde, é por faltâ da possibilidadc de iàzer ourra coisa. Só se eu
mê impeclisser ierminouocurso congelo mnnrâcabcça, náo pensornâis
nada e lenho um curso scguinte. lsso eu náo consigo iàzer A filosofia ó
uma espécie de autopcdâgogia. Você está se ensinando continuamenie e,
na hora que vai transmiii la aos outros enl vo7 alra, você não imagina o
eleito imnsfigurador quc a expressâo enr voz attâ lem sobrc âquilo quc
você pcnsou eln voz baixa Às vezes cu riescubro um negócio, mas só
depois que eu falo cnr voz alra descubro que é verdade rnesmo.
Esta é outrâ prova dâ nossâ depcndência cm relaçào à comunidadc
humana:o monrcnto dâ clcscoberiaé um momcnto absolutaÍrenie soli-
iário, soliiário fisicâmente. NIâs, nâ realidade. para €sta solidâo â que o
filósolo se retira ele cstá levando toda atradiçáo culturâ1, esrá levan.lo
deccrto modoloda a espócie humana. Mais êinda:ele está seâlaslando
da sua identidâdc civil como menbro dcssê coletiviclacle para se iclen-
tific.tr mais pÍolundamenie com â sua condição de mcmbro da espécie
hunrana Ele sc livÍadaquclâ hierarquiâ de critórios e preitrências quc
vigora naquelê socie.lade onde ele está... Não. clc náo.se tivra,,. ele
srspende, coloc.Lentrc pêrêntescs parâ se identificârcom cLrisas quesáLl
Inais clrnstantes nâ espócie humâna. E é justamente â pârrir desta qu€
ele pode lazer a críticâ daquclâs mâs foram elas que pennitiraúr que ele
fiTesse a crítica. De ccIto modo, cle náo pode desprezá-tâs por conrpleto,
porque seria con1o scrrâr o gâlho eln que está sentado.
Por eremplo. cu estava há pouco nos Estados Unidos. conversando
com várias pessoas sobre a situ aÇão polÍtica latino-ârncricanâ. evi â ten
dôncia incocrcível que o americano tem de explicar quâlq uer situaçâo cm
qualquer paÍs do mundo corn tunceiros rimdos do seu sistema potíiico
Ele vâi explicar como se tudo fosse Llma dcmocracia, conr pârtialos con
corrcndo. clciçáo,liberdâde de imprensa. etc. Com isso aí cleequaciona;
são os insirümentos com os qlrâis elcvain1edindo a situação. Querdizci
un1a sliuaqào em qtlc nào se tcnha democracia alguma, o sujeito sim
plesnrente nAo entcnde. porquc ele nAo vai conseguirver uma difcrenqa
cspecíflca. vai ver apenas un1â clilcrcnça qLraniil:livâ Vâi diTer: 'Ah lá
tcm n1enos democrâcia". Náoi Mâis denocraciâ ou mcnos denrocracia
só podc ter aqui, porque parâ tü rrais dcmocrâcia ou m?nol democracia
prccisa ter.lemocracia. Sc nào teÍn dcmocracia, ó outro negócio.
Outm coisa eles que tinhân uma tre €ndâ dificuldâde de enlclrder
os a ericanos umâ lradiÇáo (. .) qüc cles châmam de cal7dol. que
iên
seria sinceridadc, 1rânquezâi quêndo o sujcito lâliâ con isso clcs ficanr
cscandalizados. (.. ) Sc você pegar o maior clássico da nossâ litemiura,
Mâchado de Assis. cle escÍevcu uma dúzia de ronanccs e centenas de
contos cnl que todos os peÍsonagens são falsanles Todos, todos, todossão
larsantes, mcntirosos, âmbíglros. . o único sujeito que lâLa o portugüôs
claro é o Conselheiro EIc làlâ Lr português claro por quê? Porque
^ires da exiÍência. é um puro obscrvâdor
é üln sujeito totalmente à margen

.lâ vida. Quer dizer. só o suieito que náo participâ dâ brincâdcirâ e qlle
cscreve ünl negócio parâ seÍ lido só PoÍ elc mesmo, só csse é que pode
dizer a verdâde. Entào. é dificil mosirar para o amcrlcano ( . ) que. no

Brasil, quândo o sujeito dcÍende uma posiçlto, náo é que ele tcnha essa
posiçáo...Ele esláquercndo dizer uma outra coisa, e a gentc precisa lâzcr

um certo eslbrço para eniendcr onde é qtc ele está qucrendo chcgar
(...)

l{luna: É a conto de Macfrddo, "À ieoria do medaihâo"?l


'A teoriâ do medâlháo"l Como é quc ele diz? Alguna coisa assin:
'o fingimento é sempre necessário, a verdade ó apenas convenierle"'
É exâtâmcnie isio. ó o Brâsill
Mâs por que eu possochegara entendcristo? Porque esta socicdade
brâsilcira. com ioda eía confusao e esia meniira que ela tem, cla âinda

+5
nle dá il chance dc conhccer outros rjpos Lte sociedaclc que cta imiia
impeútitamc|te, quc eta mâcaqucjâ. Então. atravós .ta sociedadc trrâ
sileir.L, cll chcgo a conrp.eendcr o quc é .. Através dessa coisa quc
nós
chamanlos .lemocmcjê brâsiteila. eu posso chcgâr fl enicnder o que ó
urna clcmocraciâ nlesnio. Mais aindâ: qu.rndo eu chcgo â crrendcr
o que
ó â derrocr.rciâ americân.I. eu a entcndo inclhor do que
um â re câno.
porque o suleito loi criaclo dentro daquito, só imagina âquito. Eu lhe
digo:
"Ilu estou vindo de umaoutrâ siruaÇão qucé rnuiro lnâis cornpticadâdo
qLre isto. cntao, quando chego aqlri e vcio conm tunciola sua dc iocracia.
é um alívio, porque é n[rho mais sinplcs clo que l, no Brasit..
(.)

lAluno: U rcfeútlcitL óbí)ia (..) a LeÍ)ian.latte é o preço qLrc a


"
saciedide brusiLeiru púEa pekt toLe|ú Lia, ou seja, patqte aqui tcl
essa quanlídade de pessoas àtlerc íes co Di.refitto... de w11 ieíto ínte
Erado. É prcciso tioteuat as coisas ntuita a súia eachaLtue,pot.ó 1,
é pteciso âo leaat ús (ojsas muito ao pé tla lel].a. ão dizet- nntiÍa
dieÍamente as caisas.]
Tem ccrtas situaçócs .tue você !ó pode resoiler rncdiimtc u ra am-
big.iidâdc. (. )

[,\1||o: llaneíra que as a]netica ose ca trumisepaqr.addu 1.l


É o ncgócio do ,,espcltro mcu, tem âtguén nrais bcto do que eu?.,.
Siml Nâo é assirn? A pcssoâ quc taz essâ pergunra, eta não qucr e\a-
iamentc a yerdade lircml, qucr un1a ônf:rse qre a agra.le no nrcmenk)
EIa sabe que é ntcniira, cvocé ta bém sâbe, mas só iunciona porcausa
disso Entâo, nas siiuações desse tipo. no Brusil nós llalâmos com muito
nr.ljs facilidaclc do quc o amcricano.
Tudo leln as suàs vaniagens, as suas .lesvântag.ns .. Exisie umâ
série de ncuroses âÍnericanas das quais nós estamos poupados. para
coDrpensar, â nossâ possibilid.rde dc agir na sociedadc hunlanâ âqui
no Brasil é quâsc nulâ, poqrrc isso aqui é üm mar de confusóes
c dc cquívocos. O indi\,íduo aqui é loi.rhncntc inpolenic, c lá naro.
Os in.lividuos rênr nr:ris podcr lá, eles estáo nunr Inurt.lo cm que elês
lll u'na sociedade quc cles corrprccndcm, sabem connr lirnciora, sabcm
o quc podern e o que nao podcm. qu.Ll é a lci. Conhecendo o sistema.
cle ape.lâ o botâo e laz a coisa llinuiorrar. Aqui náo, vocô vai âperlar o
hotão, o boláo náo ó mâis .Llil Tudo tcm unr prcço no nundo Sociâl e
psicologicnrlrentc, às vezes aqui é mais Íácil dc viver'

IÁt.ltlà: No nu tloa intal ao ex.istcm i6etos qtrc ftcan ca lulLo


tlos utna átu»e pora tlua serctn aistos Peb ptedadat?l
lsto. é o brasileiro. Só qLrc aqui estamos camlúlando o tcmpo lodo
Nlas a ilcntc tem qüe aprcnder jsso âitambén. IlLr não posso negarqtlc
o tàto cte que ser brasileiro, ler vivido no meio dcssa corllirsâo, âcho que
inteleciualmcntc isso me bencfi ciou. que a gcntc âqui ten urra tlcxibilidâd€
que os oüÚos nâo têm.

l l'rnâ Utna únústica nentuLpettnatte te..l


ClaÍol Para scr brasilciro. p râ sobrcviver aqui, é prcciso ser muito
inteligentc. Nos usiados Unidos Iráo, basia ter um QI médio Aqlrivocô
ó muito e](igido, porque vivc no meio do câosi câda um lcnl que ser
un1â espécic dc PIâtáo decilrandolar o mundo dâs foürâs o tcntpo 1odo.
1á um cidâdào americano c de muiios países europeus .. À{.1§ nâo em
iodosr a Itáliâ ó táo conÍusa quanto aqui. a Romênja é táo conflrsa
quanto âq0i, é por isso quc os câras são individualnertc muito inie_
ligentes, mâs nâo conscguem .LgiÍ colctivanenle Todo Dlurldo sabc
.lisso. Quândo ó que a liália vai se organizâr politlcaürenle? Nuncal
Ea ltomênia? Tâmbém nuncal ÀIas vocô tcrá individ0os ali enorme-
menle d€scnvolvidos. mais do que em outros lugarcs Um anericâno
conr um traquejo assim. verbal, por exemplo, de üm brasileiro
ou de
um romeno... Nossa, seria prêmio Nobell
Quândo aparecc um americano assim é porque. dc algum modo, eie
mergulhou numê espócie demaqinalidadc, num caos. como Faull(ner ox
f{enry Millcr. que de certo modo os tornam pârecidos com o brasileiÍo.
(.. ) Mas quando você vê o tipico acadômico americano. por
exeDrpto,
tcm ê nítidà impressáo de estar conver-sando com uma pessoa que
foi
criadâ dentro de uma geladeira. Tudo que está ibra daquilo ele nuncâ
imaginou. Sevocé tilar o sujeito daliele moffe Ou. enrâo, seráproiegido
pelos dcuses c não percebcrá nada clo caos onde esrá
- e coniinuará
iúerpretan.lo tudo em tcrmos ameicanos. Evi.lentemente. scln entcnd er
nada, ele será protcgido do mundo

l{luna: O ataque te»oista do 11 de setembru (._.)?)


Quem é que náo sabia que iam lâzcr isso? Acho que aqui no Brasil
todo mundo sabia. Mais dia, menos diâ, iam fazer mesmo. Lá soou
conro umâ surpresa.

lÀluna: S /p/esd?]
O esforço mcntâl que eles estão fazendo pâra entender aquilo é in-
crívell (...) Em umas conversas que tive com âmericânos. por exemplo.
â pergunia que mâis vinha era: ,,Por que eles nos odeiam?,,. (...)
Eu sei
poque cles odeiam vocês. É a coisa mais simplcs do mundo, vocês
os
ensinarâm a Iâzer isso: filme americano só falâ mal dos Estados Unidos;
1ivÍo americano só Iala mal dos Estados Urlidos; TV americana
só iãla
mal dos Estados Unidos. É o seguinte: vocês têm Lrma certa credibili-
dâde. porque sâo um país Íico, poderoso. etc., eniáo as pesso:rs
tcndem
a acreditâr no que estáo falando. (...) Se vocês pararcm ale falar mal.
acaba o antiamericânismo no n1undo.
O pólo ativo do antiamericanismo sáo cles mesmos. Náo tem ulna
únlca idéia ântiamcricana no nundo quc tenhâ sido inventadâ por
pessoas alc fora dos Eslados Unidos sc pegarmos o que o Chomsky
escreve conlm os Estaalos Unidos, a KGB inteiriiha náo cons€glliu
pensar melade daquilol E o que €lcs lâzem? 'Vamos ler o livro do
Chomsl(yl" (...)

quando o se hot lala issa?)


L},IüÍrc: Qual é a rcação àeles
Concordaraml Falaram: "É claro que é isto, é evidente que é istol" Já
âcaboü a brincadeira, iá náo tenl debaic algum, é a coisa mals óbviâ' O
problema náo é saber por que cles odciam vocô, n1as por qlle vocês pcr'
nritcn que tanta porcaria â respeiro de vocôs §eja publicâda no nundo
O sujeito que invenia um nonte de porcaria contra o próprio pais e
consegue transformaÍ aquilo num produto vcndável ele está agindo
alentro das regras clo capitalisno Por exemplo. o filme/FK' do Oliver
Stone. Sâbe de onde surgiu esse filme? Foi o seguinte: â KGB lâlsificou
umacartae fez umacópiadaquilo chegarnamáo do Oliver Stone e elc
ácre.litou. e dâí lez um lilme baseâdo naqÚilo Acontece qrc ele lez o
Íilme como um produio comerciâl, esiá dcntro da regra do capitalismo'
náo tem como proibi-lo de lazer isso No capitalismo o que você
puder

vender é legitimo, não se podc inpedir Tem soluqáo paraisso? Náo sci'
precisaria uma mágica...
Depois do l1 setembro, muita gente perccbeu essc tipo dc coisa'
ale

AgoÉ cles começaÉm a âbriÍ a 'câixa_preta" , ver tu do o qu e ' produ zi-


dolá dentro, foilortalecendo esses inimigos. Mas' normalmente cles
náo chegariam a suspeitar disso. Porexemplo, quândo aJanc Fondâ
ia lá no Vietná e posava do lado do vietcongue, fazia propâganda
do vietconguel Todo n1undo podia achaÍ ruim, podiâ ficar chocado
com âquilo, mas na cabeça de ninguém passaria a idéia de
ptoibi-la
de lazer isso, porque entraria em choque com a própria definiçâo
que eles têm dâ democracia, isto é, liberdade de opinião' Deixa ela

49
talar o que quiser, mas se você também náo fa1âr que quiser.
o vai
ficar só ela lalando. I foi mais ou menos o que âconteceu.
Eu acho quc esse 11de setcmbrcloi muiro sêudável
paraos Estâdos
Unidos. Eles precisavam de um châcoalhâo desses, porque
era a coisa
mais óbviado mundo. Escuta, você nãopercebeu,
mas o mundo inteiro
está querendo acêbar com vocêl Está crente que
está agrâdando, mas
as coisas de fato náo sáo assim.

50
Leituras sugeridâs

REALE, Givnnni alisróra l,lldúIi. rrrrS4 Trad Marcelo Psine


Sâo Paul{,: Lôyolâ, 1991 Í I

REALE. Giorrnni Patu úna nata ilnetpíetaçijo de PLdho

SáoPaulo Lóyo14,1997

ROBIN, r-éon l, pensáe 3re.que e t les a i9nrcs de I esp t sc iettíÍique

Pais Mi.hel 1973


^lhnr

sAN IOS MáLio Fcftiú d.s Á sabedatLd .las lek ele ús


SaoPâulo ÉReíliz.ções 2OOl

COLDSCHMIDT, Vi.Ior Les Dtaló\ües.le Platon.


n'ucttn et néthoàe rlidlecllque. l .d Paris PUF 1971.

5l
Dados lntcnra.i. .isde Calalo8açáo na Puhlicrqio (CIP)
lC:imnrn tsÍrsil!nado Livro. SP B,?siL)

llrstórla c$en.ial dr 610$l1a/


porOl!!ó dêCarvalho Sào Pau o E ltÊrliznçaús 2002

Coitcúd!: rulr I HÀ!iriâ das hisúÍias .la 6losofia


nulx 2 O ptujelo socránco

I F L.sona Edndo e ensino 2. lilosôliâ Hhtória

lndiúes pnrn.âlÁlogo sistcmático

Este liv.o é â tHn\cição da âúla que


liigravada no dia 1.1/06/2002 na
l: Realizaço.s 0m Sãô Paúlo SP Brasil

lrnpre$o em man) d.2006 paraa


E Realizaçóes pela S.môSraILCT
Ostipos nsados sãô da lamilia Dutch.
O papel é Châ ,is Bulk 90 g/mr para
o Diolo e sul rcmo250 !,hr para a.apa
História
Essêncl.l alâ
Filosofia

Вам также может понравиться