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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI - UFCA

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CCT


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA DE HIDROLOGIA
DISCENTE CELME TORRES

EMILY LOBO ALMEIDA

PESQUISA DIRIGIDA SOBRE FENÔMENO EL NINO E LA NINA

Juazeiro do Norte2018
1. Fenômeno El Nino

Fenômeno que se refere a presença de águas quentes ocorrido anualmente e que


representa anomalia do sistema oceano-atmosfera no Pacífico equatorial e tropical,
ocasionando alterações no clima e no tempo em todo o planeta por meio das mudanças
na atmosfera à superfície do oceano, por meio do enfraquecimento dos ventos alísios
(sopram do Leste para Oeste) na região equatorial.

Com aquecimento do oceano e o enfraquecimento dos ventos, observam-se


mudanças na circulação atmosférica nos níveis baixos e altos, determinando alterações
nos padrões de transporte de umidade e, portanto, variações na distribuição das chuvas
em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo também
se observa aumento ou queda de temperatura.
Os pescadores peruanos já conviviam com esse fenômeno que causava uma
diminuição na quantidade de peixes na Costa do Peru, sempre na época do Natal, e por
isso lhe deram o nome de “El Nino” (que quer dizer “menino Jesus”, em espanhol). O
“El Nino” dura, em média, de 12 a 18 meses com intervalos cíclicos de 2 a 7 anos. No
geral, quando ocorre o fenômeno há mudanças no clima, os impactos são diferentes em
diversas partes do globo terrestre como, por exemplo, secas no sudeste asiático e
Nordeste do Brasil, invernos mais quentes na América do norte e temperaturas elevadas
na costa oeste da América do sul. Todas essas mudanças ocorrem devido ao aumento
da temperatura na superfície do mar nas águas do Pacífico equatorial, principalmente,
na região oriental. Por outro lado, observa-se diminuição da pressão atmosférica e
aumento na temperatura do ar sobre o Pacifico oriental. A intensidade dos eventos varia
bastante de caso a caso. O El Nino mais intenso, segundo as medições da Temperatura
da Superfície do Mar (TSM), ocorreu em 1982-83 e em 1997-98.

Imagem 1 – Condições normais da circulação de calor e ventos


A circulação observada no oceano Pacífico equatorial em anos normais. A célula
de circulação com movimentos ascendentes no Pacífico central/ocidental e
movimentos descendentes no oeste da América do Sul e com ventos de leste para oeste
próximo à superfície (ventos alísios, setas brancas) e de oeste para leste em altos níveis
da troposfera é a chamada célula de Walker. No oceano Pacífico, pode-se ver a região
com águas mais quentes representadas pelas cores avermelhadas e mais frias pelas
cores azuladas. Pode-se ver também a inclinação da termoclima, mais rasa junto à costa
oeste da América do Sul e mais profunda no Pacífico ocidental.

Imagem 2 – Condições sob efeito do El Nino


Padrão de circulação observada em anos de “El Nino” na região equatorial do
oceano Pacífico. Nota-se que os ventos em superfície, em alguns casos, chegam até a
mudar de sentido, ou seja, ficam de oeste para leste. Há um deslocamento da região
com maior formação de nuvens e a célula de Walker fica bipartida. No oceano Pacífico
equatorial podem ser observadas águas quentes em, praticamente, toda a sua extensão.
A termoclina fica mais aprofundada junto à costa oeste da América do Sul,
principalmente, devido ao enfraquecimento dos ventos alísios.
As principais características oceânicas e atmosféricas associadas ao fenômeno
“El Nino” são:
 Sobre o Pacífico Leste, onde há normalmente águas frias, aparecem águas mais
quentes do que o normal;
 Os ventos alísios diminuem sensivelmente sua intensidade;
 A pressão no setor leste do oceano Pacífico fica abaixo do normal, enquanto que
na parte oeste fica com valores acima do normal;
 A presença de águas quentes e convergência de umidade do ar favorecem a
formação de nuvens convectivas profundas sobre o setor centro-leste do
Pacífico;
 A célula de Walker (circulação atmosférica sentido oeste-leste) modifica-se
totalmente ocasionando ar descendente sobre a Amazônia e Nordeste do Brasil;
 Sobre o Atlântico equatorial, incluindo o leste da Amazônia e Semi-Árido
Nordestino nota-se predominância de um ramo de ar descendente inibindo a
formação de nuvens.
A figura abaixo mostra a classificação do fenômeno El Nino.

Imagem 3 – Classificação do El Nino


Os efeitos do “El Nino” no Brasil podem causar prejuízos e benefícios. Mas, os
danos causados são superiores aos benefícios, por isso, o fenômeno é temido,
principalmente, pelos agricultores. Em cada episódio do “El Nino” é observado na
região sul um grande aumento no volume de chuvas, principalmente, nos meses de
primavera, fim do outono e começo de inverno. Pode-se observar acréscimo de até
150% na precipitação em relação ao seu índice médio. Isto pode acarretar nos meses
em que acontece a colheita prejuízos aos agricultores, principalmente, nos setores de
produção grãos. As temperaturas também mudam nas regiões Sul e Sudeste, onde é
observado inverno mais ameno na região Sul e no Sudeste as temperaturas ficam mais
altas em relação ao seu valor normal. Este aumento de temperatura no inverno pode
trazer benefícios aos agricultores das regiões Sul e Sudeste, pois diminui
significativamente a incidência de geadas. No setor leste da Amazônia e na região
Nordeste ocorre uma diminuição nas chuvas. Algumas áreas do Sertão (semi-árido)
nordestino, essa diminuição pode alcançar até 80% do total médio do período chuvoso
(que na maior parte da Região ocorre de fevereiro a maio). Ressalta-se que, a seca não
se limita apenas ao Sertão, ela também pode atingir o setor leste do Nordeste (Agreste,
Zona da Mata e Litoral), caso aconteça conjuntamente com o Dipolo do Atlântico Sul
negativo (Dipolo Negativo ou desfavorável, isto é, quando o Atlântico Sul se encontra
com águas mais frias que a média histórica e águas mais quentes no Atlântico Norte).
No Nordeste brasileiro, os prejuízos observados em anos de “El Nino” envolvem
setores da economia (perdas na agricultura de sequeiro, na pecuária, etc.), oferta de
energia elétrica, bem como, comprometimento do abastecimento de água para a
sociedade e os animais.

2. Fenômeno La Nina
O fenômeno La Nina, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento
anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. De
modo geral, pode-se dizer que La Nina é o oposto do El Nino, pois as temperaturas
habituais da água do mar à superfície nesta região situam-se em torno de 25º C, ao
passo que, durante o episódio La Nina, tais temperaturas diminuem para cerca de 22º
a 23º C. As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca
de 10 graus de latitude ao longo do equador, desde a costa Peruana, até
aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central. Assim como o El Nino,
La Nina também pode variar em intensidade. Um exemplo dessa variação é o intenso
episódio La Nina ocorrido em 1988/89, comparado ao episódio mais fraco de 1995/96.
Durante os episódios de La Nina, os ventos alísios ficam mais intensos que a
média climatológica. O Índice de Oscilação Sul (o indicador atmosférico que mede a
diferença de pressão atmosférica à superfície, entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico
Oriental) apresenta valores positivos, os quais indicam a intensificação da pressão no
Pacífico Central e Oriental, em relação à pressão no Pacífico Ocidental. Em geral, o
episódio começa a se desenvolver em meados de um ano, atinge sua intensidade
máxima no final daquele ano e dissipa-se em meados do ano seguinte. De acordo com
as avaliações das características de tempo e clima, de eventos de La Nina ocorridos no
passado, observa-se que o La Nina mostra maior variabilidade, enquanto os eventos de
El Nino apresentam um padrão mais consistente. Os principais efeitos de episódios do
La Nina observados sobre o Brasil são (CPTEC 1998):
 Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul, com
tendência de diminuição da precipitação nos meses de setembro a fevereiro,
principalmente no Rio Grande do Sul, além do centro-nordeste da Argentina e
Uruguai;
 Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente
abaixo da média sobre a Região Sudeste, durante o inverno;
 Chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no
litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas;
 Tendência de chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia;
 Possibilidade de chuvas acima da média sobre a região semi-árida
do Nordeste do Brasil. Essas chuvas só ocorrem, se simultaneamente ao La Nina,
as condições atmosféricas e oceânicas sobre o Oceano Atlântico mostrarem-se
favoráveis, isto é, com TSM acima da média no Atlântico Tropical Sul e abaixo
da média no Atlântico Tropical Norte.
Em alguns lugares, como no Sul do Brasil, durante o forte evento La Nina de
1988/89, a estação chuvosa de setembro a dezembro de 1988 teve um mês de muita
seca, mas os demais meses da estação teve chuva normal, ou ligeiramente acima da
média. Durante o episódio fraco de 1995/96, o resfriamento do Pacifico não foi tão
intenso, mas o período chuvoso de setembro a dezembro de 1995, mostrou durante
todos os meses, chuvas abaixo do normal climatológica.

3. Referências
MARENGO, Jose A.; OLIVEIRA, GS de. Impactos do fenômeno La Niña no
tempo e clima do Brasil: desenvolvimento e intensificação do La Niña 1998/1999.
In: Congresso Brasileiro De Meteorologia. 1998.
MOLLES JR, Manuel C.; DAHM, Clifford N. A perspective on El Nino and La
Nina: global implications for stream ecology. Journal of the North American
Benthological Society, v. 9, n. 1, p. 68-76, 1990.
OLIVEIRA, Gilvan Sampaio de. Nino e você: o fenômeno climático. In: Nino e
voce: o fenomeno climatico. Transtec, 1999.
TRENBERTH, Kevin E. The definition of el nino. Bulletin of the American
Meteorological Society, v. 78, n. 12, p. 2771-2778, 1997.

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