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Capítulo 10

Antecedentes de 22
A ânsia de buscar novos caminhos para a manifestação artística explica o surgimento de diversos
movimentos, especialmente nas artes plásticas e na literatura, que ocorreram no início do século XX. Os
principais foram:

1. Futurismo – (Marinete, Itália – 1909): Exaltação do movimento agressivo, fim da imobilidade, em


prol do verso livre e da liberdade da palavra.
2. Cubismo – (Apollinaire, França – 1913): Literatura pura, palavras em liberdade, invenção de
palavras, ilogismo, verso livre, negação da estrofe, da rima e da harmonia.
3. Dadaísmo – (Tristan Tzara – 1916): “Nós não reconhecemos nenhuma teoria.”
4. Surrealismo – (André Breton – 1920): Sonho e loucura, ausência do controle da razão, fora de
qualquer preocupação estética ou moral.

No Brasil, há acentuado desenvolvimento industrial e urbano com profundas modificações na


vida social. A literatura não está acompanhando esta evolução. Formam-se, pouco a pouco, grupos de
escritores e artistas dispostos a buscar novos caminhos artísticos. Entre dezembro de 1917 e janeiro de
1918, Anita Malfatti, recém-chegada da Europa e E.E.U.U., expõe suas obras. Há polêmica, e Monteiro
Lobato escreve “Paranóia ou Mistificação?” artigo que ataca a exposição e a artista. Um grupo de jovens
artistas solidariza-se com a pintora, e a exposição serve de estímulo para a luta pela modernização das
artes brasileiras. Victor Brecheret, italiano radicado no Brasil, converte-se na 2 ª figura de destaque, devido
ao vigor de suas esculturas. Em fins de 1921, os jovens artistas resolvem organizar uma exposição de Arte
Moderna que coincidiria com o Centenário da Independência e estaria destinada a ser o marco definitivo
do Modernismo no Brasil.

MODERNISMO
I- Início
No Brasil, o marco inicial foi 1922, com a realização da Semana de Arte Moderna no
Teatro Municipal de São Paulo. Na Literatura, com a publicação da obra Paulicéia Desvairada, de Mário
de Andrade.

II- Contexto histórico

 Desejo de mudança no campo político: fundação do Partido Comunista e Revolta Tenentista.


 Crescimento populacional e industrial em São Paulo: “São Paulo é já a cidade que pede romancistas
e poetas, que impõe primorosos problemas humanos e agita, no seu tumulto discreto, egoísta e
inteligente, as profundas revoluções criadoras e imortalidade”. (Oswald de Andrade, 1921)
 É evidente que tanto sinal de inquietação e desequilíbrio não condizia com movimentos que
contestam a arte do passado e experimentam novos caminhos e soluções para a expressão.

III- Semana de Arte Moderna

13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 – Teatro Municipal de São Paulo – com patrocínio da alta
burguesia paulistana. Exposição de artes plásticas no saguão do Teatro Municipal (Anita Malfatti, Victor
Brecheret, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, etc.).
Graça Aranha abre, no dia 13 de fevereiro, a Semana com a palestra “Emoção Estética na Obra
de Arte”, propondo a renovação das artes e das letras. Há declamações de poemas modernos, execução de
música de Villa-Lobos, conferência de Ronald de Carvalho.
Noite de 15 de fevereiro, muita agitação e vaias diante da apresentação de versos modernos. As
peças musicais foram mais aceitas. Apresentou-se o pianista Guiomar Novaes – aplaudido. Conferência
de Menotti del Picchia sobre arte e estética, com leitura de textos de Oswald de Andrade, Mário de
Andrade e Plínio Salgado. Ronald de Carvalho lê Os Sapos, de Manuel Bandeira, poema que critica o
Parnasianismo.
Dia 17 de fevereiro, encerra-se a Semana, com apresentação de músicas de Villa-Lobos e um
público mais respeitoso. Apesar das críticas e obstáculos, a Semana de Arte Moderna de 1922 inicia a
divulgação dos objetivos de modernização artística que prosseguiriam em várias direções, consolidando o
Movimento Modernista.

IV- Objetivos da Semana de Arte Moderna

 Destruição das velhas formas artísticas na literatura, música e artes plásticas: “Nós somos o Alfa do
novo ciclo. Queremos esfacelar apenas os últimos destroços do ômega do ciclo morto...” (Menotti
del Picchia)
 Liberdade experimental: “Não sabemos o que queremos. Mas sabemos o que não queremos”. (Mário
de Andrade)
 2ª noite: leitura de Os Sapos, de Manuel Bandeira, por Ronald de Carvalho – ironia aos parnasianos –
fim de momento cultural.

Segundo Mário de Andrade, A Semana de Arte Moderna possibilitou:

 Direito permanente à pesquisa estética (em detrimento mesmo de alguma preocupação social).
 Atualização da inteligência artística brasileira.
 Estabilização de uma consciência criadora nacional.

Importante:

 Semana de Arte Moderna: patrocinada pela elite agrária paulista (oligarquia cosmopolita).
 Não é verdadeiramente um movimento essencialmente antiburguês – burguesia rural cafeeira apoiou
os jovens “futuristas” – e, sim, crítica contra a burguesia urbana “inculta”.

V- Fases do Modernismo
1a. fase: 1922 a 1930 – de combate e Destruição
2a. fase: 1930 a 1945 – da Construção
3a. fase: 1945 a ........ – da Renovação

VI- Características do Modernismo 1a. fase

É a geração que definiu e implantou o Modernismo no Brasil, formada principalmente pelo


grupo que promoveu a Semana de Arte Moderna.
Foi destrutiva, anárquica, nacionalista extremada (alguns ainda se apaixonaram pelo
primitivismo através da pesquisa folclórica e indígena); apelou para o sarcasmo e a ironia (com poemas-
piada), para a ousadia de figuras e de linguagem, que devia ter liberdade absoluta.

1. Liberdade de Criação

Poética
(Manuel Bandeira)

“Estou farto do lirismo comedido


Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo
[ e manifestações de apreço ao senhor diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho
[ vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
(...)
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”

2. Nacionalismo

Lundu do escritor difícil


(Mário de Andrade)

“Você sabe o francês ‘singe’


mas não sabe o que é guariba?
Pois é macaco, seu mano,
Que só sabe o que é da estranja.
(...)

3. Verso Livre

Erro de Português
(Oswald de Andrade)

“Quando o Português chegou


Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
o português”

4. Desprezo pela gramática normativa

Vício na fala
(Oswald de Andrade)

“Para dizerem milho, dizem mio


Para melhor mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados”

5. Coloquialismo

Pronominais
(Oswald de Andrade)

“Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro”
6. Cotidiano

Poema tirado de uma notícia de jornal


(Manuel Bandeira)

“João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro


[da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.”

7. Paródia

Escapulário
(Oswald de Andrade)

“No Pão de Açúcar


De cada dia
Dai-nos Senhor
A Poesia
De Cada Dia”

8. Iconoclastia

Os Sapos

“Enfunando os papos
saem da penumbra,
aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,


Berra o sapo-boi:
-‘Meu pai foi à guerra!’
-‘Não foi’ – ‘Foi’ – ‘Não foi!’
(...)

VII- Principais autores da 1a. fase

1. Oswald de Andrade
Foi um homem tão irreverente em sua obra ficcional quanto em sua vida pessoal. Atacou com
humor destemperado tanto a burguesia quanto a Igreja, tanto a moral burra, quanto o academicismo
caduco. Sua poesia caracteriza-se pela concisão, pelo humor, pela simplicidade quase ingênua, mas,
principalmente, pela paródia. Sua prosa abusou do corte cinematográfico, da fusão com a poesia, da
economia telegráfica, e da mistura de gêneros.
Foi o responsável pela elaboração do Manifesto Pau-Brasil, em que propôs que nossa literatura
se ligasse estreitamente à realidade brasileira, que o Brasil fosse redescoberto por ela.
Também elaborou o Manifesto Antropófago, que deu continuidade às idéias do manifesto
anterior. Foi simbolizado pela tela de Tarsila do Amaral denominada Abaporu – “homem que come”. Teve
como base a idéias de que devemos devorar todas as influências estrangeiras que nos cercam, digeri-las e
tornar tudo brasileiro para o Brasil.

Obras:

 Pau-Brasil – nesta obra poética, Oswald de Andrade põe em prática algumas propostas do manifesto
que tem o mesmo nome. Obra dividida em três partes:
1a. parte - “História do Brasil”, o autor recupera poeticamente trechos da Carta de Caminha e outros
documentos escritos pelos primeiros visitantes e colonizadores do país.

2a. parte– “Poemas da colonização” - o poeta registra, de forma bastante sintética, alguns momentos da
época colonial.
3a. parte, temos o enfoque da “Paisagem Brasileira”.

Poemas a destacar:

Canto do regresso à pátria

“Minha terra tem palmares


Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas


E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas


Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra


Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo”

Relicário

“No baile da Corte


Foi o Conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É come bebê pitá e caí “

O Capoeira

“-Qué apanha sordado?


-O que?
-Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada”

Medo da Senhora

“A escrava pegou a filhinha nascida


Nas costas
E se atirou no Paraíba
Para que a criança não fosse judiada”

As meninas da gare

“Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis


Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha”

Compare:

“Ali andavam entre eles (os índios) três ou quatro moças, bem moças, bem gentis, com cabelos muito
pretos e compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as
muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.” (Trecho da Carta de Caminha)

 Memórias Sentimentais de João Miramar é um romance fragmentário, formado por 163 capítulos-
relâmpagos, sem preocupação com a seqüência lógica. Baseada em muitas experiências do autor, a
obra narra a história de um paulista de família burguesa que trilha os caminhos comuns à classe, na
época: estudos, viagem à Europa, casamento, aventuras amorosas, crise financeira, falência, etc.

Gare do infinito

Papai estava doente na cama e vinha um carro e um homem e o carro ficava esperando no jardim.
Levaram-me para uma casa velha que fazia doces e nos mudamos para a sala do quintal onde tinha uma
figueira na janela.
No desabar do jantar noturno a voz toda preta de mamãe ia me buscar para a reza do Anjo que carregou
meu pai.

 Serafim Ponte Grande é romance onde o personagem central, Serafim, é um homem, aparentemente
comum, que se casa na polícia e trabalha como funcionário público. Neste romance, o autor repete o
caráter memorialístico, alternando a narração em primeira e terceira pessoas.
 O Rei da Vela constitui-se no texto teatral mais importante do autor: A história de Abelardo I, um
fabricante de velas oportunista, e de sua amada Heloísa – é uma sátira ao capitalismo. A peça tornou-
se símbolo da cultura brasileira.

2. Mário de Andrade
Dedica-se à poesia, à ficção, à crítica literária e de arte, à música, ao ensaio, ao folclore,
deixando obra intensa e variada. É um dos mais importantes poetas do movimento modernista, exercendo
acentuada influência sobre os artistas da época. Lança-se em defesa das idéias que pudessem renovar a
cultura do país. Combateu duramente a burguesia e a aristocracia; utilizou o folclore brasileiro como
marca de seu nacionalismo; amou e muito a cidade de São Paulo e lutou para criar a “Língua
Brasileira”, mais próxima da fala do nosso povo, utilizando o coloquial, a oralidade, os brasileirismos.
Portanto, usa o experimentalismo, criando textos originais e que rompem com a literatura tradicional.

Obras

Poesia:

 Pauliceia Desvairada – onde encontramos o Prefácio Interessantíssimo. A cidade de São Paulo é o


ponto de partida – a burguesia, a aristocracia, o proletariado – uma colcha de retalhos – uma cidade
multifacetada.
 Clã do Jabuti e Remate dos Males – utilizam o folclore, os costumes e a linguagem de cada região.
 Losango Cáqui – espécie de diário, com poesias do cotidiano.
 Lira Paulistana (obra póstuma) – meditação sobre o rio Tietê.

Poema a destacar:

Ode ao burguês

“Eu insulto o burguês! O burguês níquel,


o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
(...)

Come! Come-te a ti mesmo. Oh! Gelatina pasma!


Oh! Purê de batatas morais!
Oh! Cabelos nas ventas! Oh! Carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte e infâmia!”

Prosa:

 Macunaíma - a obra mais importante de Mário de Andrade. Foi classificada pelo autor como uma
rapsódia, pois, como nas rapsódias musicais, que se utilizam da superposição de elementos
aproveitados de cantos tradicionais ou populares, a obra constitui-se de uma colagem de diversos
componentes da cultura popular brasileira, reunidos em torno da personagem central, o autor enfoca
o choque do índio amazônico ( que nasceu preto e virou branco – sínteses do povo brasileiro) com a
tradição e a cultura européia na cidade de São Paulo, valendo-se, para tanto, de profundos estudos de
folclore.
 Amar, verbo intransitivo – é um romance que penetra fundo na estrutura familiar da burguesia
paulistana, sua moral e seus preconceitos, ao mesmo tempo em que aborda, em várias passagens, os
sonhos e a adaptação dos imigrantes à agitada Paulicéia.

Macunaíma

Macunaíma ganhou de Ci – sua mulher – um amuleto: a pedra muiraquitã, que ele acabou
perdendo. Esse amuleto reapareceu nas mãos de Venceslau Pietro Pietra, mascate peruano que morava em

São Paulo e que, na verdade, é Piaimã, o gigante comedor de gente. Acompanhado de seus irmãos – Jiguê
e Maanape – Macunaíma partiu para São Paulo a fim de recuperar seu amuleto. Após inúmeras aventuras,
ele alcançou seu intento, matando Piaimã. Em seguida, perdeu novamente a pedra. Perseguido pelo
minhocão Oibê, Macunaíma percorre todo o Brasil e volta para o Amazonas. Um dia, desgostoso e
solitário, resolveu subir ao céu, transformando-se na constelação da Ursa Maior.

Amar, Verbo Intransitivo

O romance causou impacto quando publicado. Desafiando preconceitos, tematiza a descoberta


do amor entre Carlos e Fräulein Elsa, uma governanta oficialmente contratada pelo empresário Souza
Costa para ensinar alemão e piano a seus filhos, mas, na verdade, encarregada de iniciar Carlos, o filho
adolescente, na vida sexual.

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