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A Hortinha da Escola:

Uma experiência pedagógica na E.M.T.I. Mônica de Castro Carneiro


Yves de Sousa Silva – 2016 – Revista da SME – Goiânia-GO

Resumo

A dúvida despertada em torno de uma horta plantada no contexto escolar foi o problema que
deu origem ao desenvolvimento deste trabalho que tomou tal evento como um instrumento
didático potencial, capaz de sustentar discussões sobre conteúdos relacionados,
principalmente, às disciplinas de Geografia e História. A elaboração de um vídeo
documentário constituiu parte dos resultados dessa experiência.

Palavras-chave: Horta. Educação. Tecnologia. Vídeo documentário.

Conciliar o desenvolvimento de uma ação pedagógica de modo a agregar conteúdos


previstos e interesses dos educandos nem sempre constitui tarefa fácil. Neste cenário, a
promoção uma ação educativa que tomou uma horta escolar adotada pelos alunos como um
instrumento didático potencial, agregou conteúdos sobre história das especiarias,
desenvolvimento das plantas, fotossíntese, ciclo da água, tipos de agricultura, dentre outros.
Para tanto, o universo de ação foi a Escola Municipal de Tempo Integral (E.M.T.I.) Mônica
de Castro Carneiro, situada em uma das regiões mais violentas e carentes de Goiânia.
Considerando que o tipo de alimento predominante no consumo doméstico, da grande
maioria dos alunos envolvidos, era de ordem industrializada, a falta de familiaridade com boa
parte do que começou a brotar em uma horta da escola aqui tratada, bem como a curiosidade
em descobrir, afinal, para que serve esse tipo de plantação, foi o ‘ponta pé’ inicial que levou
os próprios alunos a se interessarem pelo tema.
A implantação de hortas em escolas municipais da capital, pela Secretaria Municipal
de Educação (SME) de Goiânia, portanto, foi o fator responsável por consolidar a iniciativa
em pauta. Na ocasião em que o trabalho começou a ser desenvolvido, a colheita derivada da
horta vinha sendo utilizada na composição do cardápio escolar diário.
Destarte, este estudo foi realizado nas disciplinas de Geografia e História, e na
atividade específica Comunicação e Multimeios. Tal atividade constitui parte da estrutura
organizacional da dinâmica de Ciclos de Formação adotada nas Instituições de Tempo
Integral da SME, cujo público-alvo é composto por alunos que perpassam a faixa etária entre
8 e 12 anos de idade, dos quais, os que compunham uma turma do 4º ano foram os
responsáveis por protagonizarem a proposta.
A atividade específica Comunicação e Multimeios viabilizou um rico espaço de
trabalho por ter como objetivo alicerçar noções essenciais ao desenvolvimento da cidadania
através de mídias contemporâneas numa perspectiva transdisciplinar.

O processo criativo de construção da ação e a metodologia do trabalho

Enquanto uma horta recém-plantada pela SME de Goiânia crescia embaixo dos olhos
dos alunos, vista pela janela da sala, a curiosidade de saber, afinal, o que era aquilo, também
ganhou forma de modo que a ação aqui tratada foi a alternativa encontrada para que eles
pudessem responder às suas próprias perguntas.
O desenvolvimento da proposta se deu de maneira colaborativa e também contou com
o apoio da direção e coordenação pedagógica da instituição. Além disto, os estudantes
entrevistaram uma das funcionárias responsável pela organização das refeições que são
diariamente servidas na escola e fizeram um levantamento dos espaços que melhor poderiam
ser explorados na elaboração de um vídeo documentário que tratasse de conscientizar a
comunidade sobre o processo de produção, composição nutricional, história e consumo de
hortaliças, de tal modo que pesquisas realizadas em material bibliográfico e digital também
fizerem parte deste estudo.
A metodologia de trabalho adotada contemplou aulas expositivas e práticas
envolvendo atividades individuais e coletivas que integraram conteúdos das disciplinas já
mencionadas. Nesta tessitura, as seguintes etapas de trabalho foram desenvolvidas:

1. Exposição teórica e pesquisas sobre os conteúdos explorados


2. Visitação à horta da escola e realização de discussões sobre a sua importância
3. Construção escrita do roteiro fílmico a ser utilizado como base do vídeo documentário
4. Filmagem das cenas propostas
5. Edição da produção audiovisual
6. Exposição dos resultados do trabalho (vídeo documentário) à comunidade escolar e local
7. Avaliação do processo de trabalho
Resultados e discussões

Tomando como base depoimentos recebidos por parte de pais, alunos e comunidade
em geral, é possível perceber que o alcance desta ação transcendeu os muros da escola, uma
vez que tem refletido, dentre outras questões, no interesse dos educandos pela pesquisa bem
como no compartilhamento da experiência com amigos e familiares situados fora do contexto
escolar.
Os resultados do trabalho foram exibidos, primeiramente, à comunidade escolar
(alunos, responsáveis, gestores, professores e funcionários) no evento 'Mostra de Curtas-
Metragens' promovido pela EMTI Mônica de Castro Carneiro em Agosto de 2015. Esta
sociabilização inicial deu ao projeto uma visibilidade maior do que o esperado, de tal modo
que no mesmo ano fomos convidados a apresentar os resultados da iniciativa no 'Encontro dos
Profissionais do Ciclo', cujo público alvo é composto por professores de diferentes disciplinas
da Rede Municipal de Ensino de Goiânia1 (figuras 1 a 7).

Figura 1 – Processo de planejamento da ação

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal

Figura 2 – Entrevista com funcionária responsável pela cozinha

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal

1
O vídeo-documentário em pauta pode ser verificado no endereço eletrônico disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=o1r7lgY0tss&feature=youtu.be>. Acesso em: 26 mar. 2016.
Figura 3 – Estudos preliminares

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal

Figura 4 – Elaboração do roteiro para o vídeo-documentário

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal

Figura 5 – Processo de filmagem

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal
Figura 6 – Processo de edição de imagem

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal

Figura 7 – Processo de inserção de legenda

Fotografia digital, 2015


Fonte: arquivo pessoal

Além dos resultados até aqui expostos, o vídeo-documentário em questão será exibido
no evento Festival de Arte-Educação, promovido pela SME, modalidade audiovisual, no ano
de 2016.
Como professor, o lugar que ocupei neste projeto constitui um espaço de extrema
responsabilidade. Afinal, seria um grande equívoco pretender atribuir o sucesso ou fracasso
de um trabalho pedagógico à presença ou ausência de recursos tecnológicos.
Vale elucidar que o uso de mídias contemporâneas tanto pode contribuir com uma
aprendizagem significativa quanto atrapalhar. A mediação docente, (o que integra as escolhas
metodológicas, os planejamentos e a atuação em sala), portanto, foi o fator determinante que
cerceou o foco do trabalho.
Apesar de as mídias utilizadas terem estimulado os estudantes a se inteirarem de
técnicas digitais, constituiu uma ação que não se deu de modo aleatório e que teve como uma
das principais preocupações não perder de vista a intencionalidade pedagógica objetivada.
Esse processo de ‘produção consciente’ de imagens é uma possibilidade de trabalho,
dentre tantas, que, também, compete à educação escolar a mediação. O sentimento de
transformar e ser transformado é o que traz, por fim, a sistematização o meu trabalho na
forma escrita a este espaço de sociabilização intelectual.

Referências

DOMINGUES, Diana (Org.). Arte e vida no século XXI: tecnologia, ciência e criatividade.
São Paulo: UNESP, 2003.

FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia.
Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

HERNÁNDEZ, Fernando. “¿De qué hablamos cuando hablamos de cultura visual?”


Educação & Realidade. v. 30. n. 2, p. 9-34, jul/dez. 2005.

MITCHELL, William. Não existem mídias visuais. In: DOMINGUES, Diana (Org.). Arte,
ciência e tecnologia: passado presente e desafios. São Paulo: UNESP / Itaú Cultural, 2009. p.
167-177.

VARGAS, Milton (Org.). História da técnica e da tecnologia no Brasil. São Paulo: UNESP,
1995.

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