Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Flávia Piovesan1
1. Introdução
humano.
1
Professora doutora em Direito Constitucional e Direitos Humanos da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, Professora de Direitos Humanos dos Programas de
Pós Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná e da Universidade Pablo de Olavide (Sevilha, Espanha);
visiting fellow do Human Rights Program da Harvard Law School (1995 e 2000), visiting
fellow do Centre for Brazilian Studies da University of Oxford (2005), visiting fellow do Max
Planck Institute for Comparative Public Law and International Law (Heidelberg – 2007 e
2008), sendo atualmente Humboldt Foundation Georg Forster Research Fellow no Max
Planck Institute (Heidelberg - 2009-2011); procuradora do Estado de São Paulo, membro
do CLADEM (Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher),
membro do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, e da SUR –
Human Rights University Network.
2
Joaquín Herrera Flores, Direitos Humanos, Interculturalidade e Racionalidade de Resistência,
mimeo, p.7.
2
humana.
a diversidade era captada como elemento para aniquilar direitos. Vale dizer, a
intolerância.
fase de proteção dos direitos humanos, marcada pela tônica da proteção geral
demais.
diferença. Isto significa que a diferença não mais seria utilizada para a
cultural3.
3
Ver Nancy Fraser, From Redistribution to Recognition? Dilemmas of Justice in a Postsocialist
age em seu livro Justice Interruptus. Critical reflections on the "Postsocialist" condition,
NY/London, Routledge, 1997; Axel Honneth, The Struggle for Recognition: The moral grammar
of social conflicts, Cambridge/Massachussets, MIT Press, 1996; Nancy Fraser e Axel Honneth,
Redistribution or Recognition? A political-philosophical exchange, London/NY, verso, 2003;
Charles Taylor, The politics of recognition, in: Charles Taylor et. al., Multiculturalism – Examining
the politics of recognition, Princeton, Princeton University Press, 1994; Iris Young, Justice and
the politics of difference, Princenton, Princenton University Press, 1990; e Amy Gutmann,
Multiculturalism: examining the politics of recognition, Princenton, Princenton University Press,
1994.
5
significa toda distinção, exclusão, restrição ou preferência que tenha por objeto
iguais.
fundamental para que se garanta o pleno exercício dos direitos civis e políticos,
sociais.
substantiva.
Federal de 1988
direitos humanos.
internacionais.
8
4
Com efeito, a partir do julgamento do Recurso Extraordinário 466.343, em 03 de dezembro de
2008, a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal encontra-se dividida entre a tese
majoritária que confere aos tratados de direitos humanos hierarquia infra-constitucional, mas
supra-legal (5 votos) e a tese que confere aos tratados de direitos humanos hierarquia
constitucional (4 votos), nos termos do artigo 5º, parágrafos 2º e 3º da Constituição Federal.
Esta autora defende a tese da hierarquia constitucional dos tratados de direitos humanos à luz
de uma interpretação sistemática e teleológica da Constituição, considerando a racionalidade e
integridade valorativa da Constituição de 1988. A respeito, ver Flávia Piovesan, Direitos
Humanos e o Direito Constitucional Internacional, 11a edição, São Paulo, ed. Saraiva, 2010,
p.51-96.
9
do bem de todos, sem quaisquer formas de discriminação (artigo 3o, I, III e IV).
Nesse sentido, destaca-se o artigo 7º, inciso XX, que trata da proteção do
artigo 37, VII, que determina que a lei reservará percentual de cargos e
206,III.
4. Conclusão
para a Nigéria), tendo sido, contudo, o último país do mundo ocidental a abolir
o país em 74o lugar, sob o recorte étnico-racial, o IDH relativo à população afro-
71% dos indigentes (dados do IPEA 6). Faz-se, assim, urgente a adoção de
educação.
5
Ver Marcelo Paixão, “Brasil 2000 – Novos marcos para as relações raciais”.
6
Ver Ipea afirma que racismo só será combatido com política específica, In: Folha de São
Paulo, 8 de julho de 2001, p.A6.
11
desconstruído.
povo que durante séculos não mereceu nem o reconhecimento de sua própria
condição humana.”