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foram substituídos por uma nova invenção: os carros eléctricos.
A electricidade era agora largamente utilizada na indústria, nos
transportes e nas comunicações. No final do século, o telefone
tornou-se uma comodidade diária tal como tinha acontecido
pouco tempo antes com o telégrafo.
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Depois de a unidade alemã ter sido conseguida em 1871, a
economia do país fez rápidos progressos. Os cinco mil milhões de
francos arrancados à França como indemnização de guerra
depois da Guerra Franco-Russa deram um importante estímulo à
indústria alemã. No final do século, a indústria alemã tinha
ultrapassado a da França tanto em ritmo de crescimento como
em nível de desenvolvimento, e em algumas esferas tinha
também ultrapassado a da Inglaterra. Nesta altura, a Alemanha
era já uma das principais potências industriais do Mundo e, em
algumas esferas, tais como a indústria química e a
electrotecnologia, estava à cabeça da Europa, ultrapassando de
longe países onde o capitalismo se estabelecera muito tempo
antes. A agricultura alemã começava também a assumir
rapidamente um carácter capitalista: as grandes propriedades
Junkers foram transformadas em fábricas de cereais e carne.
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consolidar a unidade alemã sob o domínio da Prússia e da Casa
Hohenzollern, e compreendeu que o inimigo maior do país
estava dentro das suas fronteiras: a classe operária. Entre 1878 e
1890 pôs em prática uma Lei Anti-Socialista banindo as
actividades dos Sociais-Democratas Alemães e obrigando-os à
clandestinidade. Esta lei, no entanto, não venceu a classe
operária alemã, e os Sociais-Democratas, chefiados por August
Bebel e Wilhelm Liebknecht, cerraram fileiras e atingiram um
nível ainda mais alto de consciência política. Contrariamente às
esperanças dos reaccionários alemães, a influência do partido no
país não diminuiu, pelo contrário tornou-se ainda maior. Em
1890, a Lei Anti-Socialista foi suspensa, o que implicava uma
séria derrota para Bismarck e uma vitória para a classe operária
alemã.
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A Inglaterra ainda tinha um enorme império colonial que
constituía uma fonte de inúmeras riquezas e continuava a ser o
principal pilar do seu poderio. Também tinha a maior marinha
mercante do Mundo e a maior esquadra de guerra e grandes
reservas de capital espalhadas pelo Mundo. Contudo, a
Inglaterra já não tinha o monopólio industrial que fora seu até à
primeira parte do século XIX. Os Estados Unidos já a tinham
ultrapassado em volume de produção industrial, e a Alemanha
estava agora à sua frente em algumas esferas, e quanto ao ritmo
de crescimento industrial, a Inglaterra tinha já sido ultrapassada
por alguns Estados capitalistas mais jovens.
As classes
dominantes
em Inglaterra
lutaram para
consolidar a
posição do
seu país no
Mundo,
expandindo
ainda mais o
seu império
colonial. No
final dos anos
70, a
Inglaterra
travou um
guerra de
extermínio
contra os
Zulus da
África do Sul,
o que lhe deu
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a possibilidade de tomar vastos territórios. Na mesma altura
travou também uma longa guerra colonial contra o Afeganistão,
cujo povo conseguiu salvaguardar a sua independência. Em 1882,
ocupou o Egipto que ficou na prática dominado. Alguns anos
antes, por manobras diplomáticas, a Inglaterra tinha conseguido
arrancar Chipre aos Turcos, anexando-a em 1878. O Sudão foi
capturado nos anos oitenta, e Burma foi anexada em 1 de
Janeiro de 1886. O império colonial britânico continuou a
estender as suas fronteiras, trazendo dor e vida dura aos povos
súbditos da África, da Ásia e da Oceânia, que estavam a ser
esgotados pelos colonialistas britânicos.
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legalizados, foram adoptadas novas leis para a protecção ao
trabalho das crianças e pelo Acto de Saúde Pública de 1875
foram estabelecidas autoridades de saúde pública em todo o
país. O Terceiro Acto de Reforma de 1884 alargou o sufrágio,
duplicando o eleitorado masculino.
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Depois da humilhante derrota na guerra com a Prússia, que
implicou a perda das duas províncias industrialmente
desenvolvidas, a Alsácia e a Lorena, e o pagamento de uma
enorme (para o período) indemnização de guerra de cinco
milhões de francos, o desenvolvimento económico da França
sofreu grandes reveses. Mais de metade da população dedicava-
se ainda à agricultura. As pequenas e médias empresas
continuavam a desempenhar um papel importante na indústria e
só nos anos noventa começaram a desenvolver-se novas
indústrias baseadas nas mais recentes inovações tecnológicas. A
concentração ia dar-se com especial rapidez nas operações
bancárias: alguns bancos franceses conseguiram controlar um
grande capital, que no entanto não era utilizado para o
desenvolvimento económico. Em busca de lucros cada vez
maiores, os capitalistas franceses preferiram exportar o seu
capital para o estrangeiro, sobretudo sob a forma de
empréstimos governamentais. Cerca de 1890, as exportações de
capital francês já totalizava os vinte mil milhões. Isto
representava uma séria perda para a economia do país e atrasou
o seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo, os capitalistas
estavam a receber grandes dividendos. Esta exportação do
capital francês era de carácter marcadamente usurário.
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Terceira República foi menos democrática que a Primeira ou a
Segunda.
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Lado a lado com este partido, apareceram também alguns outros
partidos não marxistas no movimento trabalhista francês: os
blanquistas, os possibilistas (partidos abertamente oportunistas)
e os alemanistas. Os anarco-sindicalistas exerceram grande
influência no movimento sindical francês. Esta desunião e falta
de homogeneidade do movimento operário francês enfraqueceu
a posição do proletariado e reduziu as suas capacidades a
influenciarem outros sectores dos trabalhadores. Aproveitando-
se desta situação, os círculos dominantes da burguesia não só se
recusaram a pôr em prática mais reformas como também se
mostraram abertamente hostis às forças da democracia. Os anos
noventa assistiram a uma aproximação entre os republicanos
burgueses e os monárquicos. Ambos os grupos esqueceram as
antigas divergências e trocaram ramos de oliveira, tornado
amigos pelos objectivos comuns, que eram a oposição à
democracia na política interna e a obtenção dos máximos lucros
do saque colonial na política externa. Os magnates do negócio,
os militares e a camada superior do clero cerraram gradualmente
fileiras num bloco reaccionário unido.
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confusão que daí resultou nas fileiras do movimento socialista
minou o papel da facção democrática em geral.
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mundo cruel de violência, de manipulação de crime e a
desesperada corrida de ratos que se formara na florescente
república do Novo Mundo.
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do país viram-se obrigados a promulgar uma série de reformas
agrícolas. Uma reforma, feita em 1872-1873, reconhecia a posse
da terra como direito daqueles que na prática a tinham, o que
significava que aqueles cujo direito de posse já era hereditário se
tornaram donos da terra que trabalhavam, mas os que a
alugavam temporariamente perdiam o direito à posse dela. As
terras hipotecadas tornaram-se propriedade daqueles que
oferecessem hipotecas sobre elas. Esta reforma trouxe
importantes vantagens aos proprietários e camponeses ricos,
comerciantes e usurários a quem os camponeses tinham antes as
terras hipotecadas. O campesinato perdeu o direito de
propriedade de cerca de um terço da terra que tinha possuído
anteriormente. Os baldios, incluindo bosques, pastagens e
prados, tomaram-se propriedade do imperador, o que fez dele o
mais poderoso proprietário do país. Os donos de pequenas
quintas camponesas, já endividados até ao pescoço e agora sob
o peso de maiores impostos sobre a terra não tardariam em
encontrar-se incapazes de conservar as terras que tinham
adquirido pela nova reforma e tornaram-se rendeiros sem
quaisquer direitos de propriedade. As suas terras tornaram-se
propriedade dos grandes proprietários e camponeses ricos, de
quem em breve se tornaram dependentes para sempre.
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O desenvolvimento industrial trouxe consigo o habitual
crescimento da classe operária. Logo no início do século XIX
apareceram no Japão os primeiros sindicatos. O seu
aparecimento foi incentivado pela «Sociedade para a
Organização dos Sindicatos de Trabalhadores», dirigida por
trabalhadores e intelectuais progressistas, sendo Sen Katavama
(1859-1933) seu presidente. Em 1898 realizou-se no Japão a
primeira manifestação de Maio.
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Então, os círculos dominantes japoneses não pouparam fundos
para organizar um exército bem equipado. A Coreia foi um dos
principais alvos, contra os quais se dirigiam os planos de ataque
dos militaristas japoneses nesta época. Foi com esta presa à
vista, que o Japão atacou a China em 1894 derrotando
rapidamente o seu gigantesco vizinho. Este sucesso militar e a
grande indemnização que a China foi obrigada a pagar foram um
poderoso estímulo para o desenvolvimento capitalista do Japão.
A vitória sobre a China deu ainda origem a uma vaga
desenfreada de propaganda chauvinista. Os círculos dominantes
começaram desde logo a arquitectar toda a espécie de planos
para uma expansão colonial, propagando ideias para a criação de
um «Grande Império Japonês» que incluiria a Coreia, as
províncias do Nordeste da China, a Mongólia e a Sibéria Oriental.
A burguesia japonesa via a Rússia czarista, que aspirava também
a expandir-se sobre a China e a Coreia, como seu principal rival
na luta pela supremacia da Ásia.
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disso, a Rússia foi privada do seu único porto do Pacífico. As
comunicações com os territórios russos, da Kamchatka e
Chukotka, ficaram também sob controlo japonês.
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Japão. Com excepção dos trabalhadores das empresas do Estado
(cada uma das quais tinha menos de dez trabalhadores), a força
de trabalho industrial do Japão aumentou de 526 mil em 1904
para 916 mil em 1913.
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Extremo Oriente. Em 1910, o governo japonês obrigou o rei da
Coreia a abdicar a favor do imperador do Japão. Em 22 de Agosto
de 1910, este acto foi formalmente ratificado num tratado que
fazia da Coreia uma colónia japonesa. A activa expansão dos
Japoneses na Ásia provocou relações tensas entre o Japão e os
Estados Unidos.
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ultrapassado a França na corrida das armas, provocou
deliberadamente vários incidentes diplomáticos. Bismarck e as
forças armadas alemãs tentavam infligir novo golpe esmagador à
França antes de ela ter novos aliados e estava pronta de novo a
declarar guerra. A Rússia, que via na França um contrapeso
natural do alarmante crescimento do poderio militar alemão,
procurou impedir os planos dos militaristas alemães para uma
nova guerra contra a França.
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Como resposta à Tripla Aliança, entre 1891 e 1893 foi negociada
uma aliança entre a Rússia e a França, o que significava que a
Europa estava agora dividida em dois grandes campos hostis.
Durante algum tempo a Inglaterra limitou-se a ficar de fora dos
dois grupos, esperando explorar as eventuais divergências em
seu proveito. Contudo, em breve, a rivalidade entre a Inglaterra
e a Alemanha pelo domínio do Mundo ia surgir como uma das
questões mais importantes da política internacional.
A Ascensão do Militarismo
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suficientes para satisfazer os trabalhadores, cujas condições de
vida, na maior parte dos países capitalistas, eram tão difíceis
como antes. O dia de trabalho ia de 10 a 14 horas e em alguns
ramos da indústria era ainda mais longo, ao mesmo tempo que
se intensificavam muitos processos de produção. Uma sucessão
de crises e o desemprego crescente tiravam aos operários e às
suas famílias todo o sentido de segurança, e obrigavam-nos a
viver sob ameaça constante de desemprego e de fome. O rápido
crescimento da população urbana verificado neste período
contribuiu para a subida de rendas e para um aumento do preço
da alimentação e do custo de vida em geral, anulando na prática
os aumentos de salários que tanto tinham custado a obter. À
excepção do sector privilegiado dos trabalhadores
especializados, os salários da grande massa de operários
industriais diminuíram mais ainda no fim do século. O
proletariado protestou contra este estado de coisas através de
greves, marchas de desemprego e manifestações políticas.
Amplas greves varreram a Inglaterra, os Estados Unidos, a
França, a Alemanha e a Itália em várias ocasiões durante este
período, particularmente durante os anos oitenta.
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Alemanha do Kaiser e a Áustria-Hungria para restaurar a sua»
independência nacional. Os Irlandeses insistiram ainda num
governo próprio. Os negros dos Estados Unidos, que eram
tratados como párias sociais, procuravam um meio de conseguir
fazer valer os seus direitos sociais. Os Finlandeses começaram
também a lutar pela sua independência nacional. Os Húngaros,
Checos e Jugoslavos continuavam sob o jugo dos Habsburgos.
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ingénuas doutrinas utópicas que o tinham precedido e ia tornar-
se a ideologia principal da classe operária.
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Internacional. Nas suas resoluções, a Internacional denunciava as
políticas militaristas seguidas pelos governos do mundo
capitalista e exortava os socialistas a votarem contra os créditos
de guerra nos Parlamentos e a empreender uma campanha
consistente contra a ordem social burguesa. A luta contra o
militarismo e a guerra era agora considerada como uma das
principais tarefas da classe operária.
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