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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA __ VARA FEDERAL DE CURITIBA –

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Ação Revisão de Benefício do Professor – Matéria de Direito


Assunto principal Revisão do benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição do professor (57) concedida à autora na via
administrativa, mediante a exclusão do fator previdenciário
aplicado no cálculo da RMI do benefício, sendo garantido o
pagamento das diferenças devidas desde a DER.

Valor da causa R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

QUALIFICAÇÃO DO SEU CLIENTE, por sua procuradora ora signatária, devidamente


inscrita na OAB/UF sob n.º XX.XXX, ut anexo instrumento de mandato, com escritório
profissional ENDEREÇO DO SEU ESCRITÓRIO, onde recebe intimações, notificações e citações,
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO

Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal,


Agência da Previdência Social, com endereço para citação agência do processo administrativo,
pelos motivos de fato e de direito adiante declinados.
I. DA SÍNTESE FÁTICA

A parte autora sempre exerceu exclusivamente a função de magistério, conforme faz


prova CTPS da autora que segue em anexo, razão pela qual requereu a concessão do benefício
previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição do professor junto ao INSS, em
01/01/2017.

Destaca-se que para provar o tempo de serviço como professora, o Decreto 3.048/99
admite a Carteira de Trabalho e Previdência Social:

Art. 19. A anotação na Carteira Profissional ou na Carteira de Trabalho e Previdência


Social e, a partir de 1º de julho de 1994, os dados constantes do Cadastro Nacional de
Informações Sociais - CNIS valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência
Social, relação de emprego, tempo de serviço ou de contribuição e salários-de-contribuição e,
quando for o caso, relação de emprego, podendo, em caso de dúvida, ser exigida pelo Instituto
Nacional do Seguro Social a apresentação dos documentos que serviram de base à anotação.

Em razão disso, a autarquia concedeu na esfera administrativa o benefício pleiteado,


contudo, aplicou o fator previdenciário no cálculo da RMI da segurada, desconsiderando o
caráter especial da atividade de professora, conforme demonstra trecho da carta de concessão
que segue em anexo:

Ocorre que a requerente entende inconstitucional a incidência do fator previdenciário


no caso da Aposentadoria da Professora, tendo em vista que o direito à jubilação com tempo
diferenciado vem previsto expressamente no texto constitucional, de modo que não cabe ao
Plano de Benefícios, por força das alterações criadas pela Lei n. 9.876/99, acarretar reduções no
cálculo da renda mensal.

Por força da supracitada inconstitucionalidade cometida na elaboração do cálculo de


sua aposentadoria, a autora vem sofrendo substancial prejuízo financeiro em seus proventos
mensais, conforme se depreende do anexo Cálculo estimativo da RMI e do valor da causa.

Desta forma, a autora propõe a presente demanda, com o objetivo de ver seu lídimo
direito reconhecido em sede judicial, para que seja determinada a revisão do benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição do professor (NB 57/000.000.000-7) que lhe fora
concedido na via administrativa, mediante a exclusão do fator previdenciário do cálculo da RMI
da segurada, devendo o INSS ser condenado a proceder o pagamento das diferenças devidas
desde a DER.
Grifa-se que: “O ajuizamento da ação revisional de benefício da seguridade social que
não envolva matéria de fato dispensa o prévio requerimento administrativo. ”, conforme
entendimento pacificado no enunciado 78 do FONAJEF, desta forma, não há que se falar em
necessidade de prévio requerimento de revisão administrativo.

II. DO DIREITO

1. DA APOSENTADORIA DO PROFESSOR

O § 8.º do artigo 201 da Constituição Federal de 1988 confere ao exercente das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio o direito à Aposentadoria
por Tempo de Contribuição com tempo diferenciado:

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,


nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de
contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior
serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Nesse sentido, dispõe o artigo 56 da Lei n.º 8.213/91 que preconiza: “o professor, após
30 (trinta) anos, e a professora, após 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício em funções de
magistério poderão aposentar-se por tempo de serviço, com renda mensal correspondente a
100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III deste
Capítulo.”.

Ocorre que com a desconstitucionalização da fórmula de cálculo das


aposentadorias pela EC n. 20/1998 e com a vinda da Lei n. 9.876/99 a jubilação dos professores
passou a sofrer incidência do fator previdenciário, ante a nova redação conferida ao artigo 29
da Lei n. 8.213/91, a saber:
Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação dada pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)
I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art.
18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo,
multiplicada pelo fator previdenciário;
(...)
§ 7o O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a
expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao
se aposentar, segundo a fórmula constante do Anexo desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) (Vide Decreto nº 3.266, de
1.999)
§ 8o Para efeito do disposto no § 7o, a expectativa de sobrevida do
segurado na idade da aposentadoria será obtida a partir da tábua
completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, considerando-se a média
nacional única para ambos os sexos. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
§ 9o Para efeito da aplicação do fator previdenciário, ao tempo de
contribuição do segurado serão adicionados: (Incluído pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)
(...)
III - dez anos, quando se tratar de professora que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Incluído pela
Lei nº 9.876, de 26.11.99)

Todavia, cumpre lembrar que o § 1º do artigo 201 da CF/1988 dispõe claramente que
“é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
tratar de segurados portadores de deficiência”.

Destarte, afigura-se de direito o afastamento do fator previdenciário no cálculo da


aposentadoria especial da professora, ante a previsão no texto constitucional do direito ao
benefício com tempo diferenciado, sob pena de inversão hierárquica das normas federais, pelo
que a procedência do pleito exordial é medida de lídimo direito.

Vale lembrar que a atividade de professor foi primeiramente tratada como especial
pelo Decreto nº 53.831/64, quadro anexo, item 2.1.4.

Com o advento da Emenda Constitucional n.º 18/81, criaram-se os critérios para a


aposentadoria especial dos professores que passaram a ser fixados pela própria Constituição
Federal, reiterados na Magna Carta de 1988.

Na vigência da Emenda Constitucional n.º 18/81 e nas alterações constitucionais


posteriores, a atividade de professor possui tempo diferenciado de aposentadoria, que não se
confunde, quando da concessão nos moldes da Constituição, com a atividade especial/insalubre.

Ou seja, não se confunde a aposentadoria especial do professor, cujos requisitos


encontram-se previstos no art. 201, § 8º da CF/88, com a aposentadoria decorrente do trabalho
em atividades especiais, regulada pela Lei 8213/91, arts. 57 e 58.

O art. 56 da Lei n.º 8.213/91 também dispõe sobre a aposentadoria por tempo de
serviço dos professores, nos seguintes termos:
"Art. 56 . O professor, após 30 (trinta) anos, e a professora, após 25
(vinte e cinco) anos de efetivo exercício em funções de magistério
poderão aposentar-se por tempo de serviço, com renda mensal
correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício,
observado o disposto na Seção 111 deste Capítulo.".

Cabe ressaltar ainda que a lei não distingue a atividade de professor com ou sem
diplomação correspondente para fins previdenciários, se no magistério de aulas na educação
infantil e ensino fundamental e médio. Isso porque a Constituição Federal não faz qualquer
ressalva quanto à necessidade de diplomação do professor para fins da aposentadoria específica
em exame.

Posto isto, cumpre esclarecer que a tese defendida pela autora tem amparo
jurisprudencial.

Com efeito, o entendimento adotado pela Quinta Turma do STJ é no sentido de não
incide o fator previdenciário no cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria do professor,
vide ementa que segue:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.


APOSENTADORIA. PROFESSOR. FATOR PREVIDENCIÁRIO.
INAPLICABILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. 1. Não incide o fator
previdenciário no cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria
do professor. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega
provimento. (AgRg no REsp 1251165 / RS, AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL 2011/0095303-2, Ministro JORGE MUSSI (1138),
T5 - QUINTA TURMA, 07/10/2014, DJe 15/10/2014)

Outrossim, a TNU tem entendimento favorável a tese defendida pela autora, no


sentido de que o fator previdenciário não pode ser aplicado quando importar redução do valor
da renda mensal inicial da aposentadoria em funções de magistério, sob pena de anular o
benefício previsto constitucionalmente, vide ementas que seguem colacionadas:

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. FATOR


PREVIDENCIÁRIO. CONDIÇÕES DIFERENCIADAS ASSEGURADAS PELA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL PARA A CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO AO PROFESSOR
(ART. 201, §8º). NÃO INCIDÊNCIA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
QUANDO ACARRETAR REDUÇÃO DO VALOR DA RENDA MENSAL
INICIAL. PEDIDO CONHECIDO E PROVIDO. 1. (...)18. Meu voto,
portanto, conhece e dá provimento ao pedido de uniformização
interposto pela parte autora, firmando o entendimento de que o fator
previdenciário não pode ser aplicado quando importar redução do
valor da renda mensal inicial da aposentadoria em funções de
magistério, sob pena de anular o benefício previsto
constitucionalmente. (...) (PEDILEF 50108581820134047205, Juiz
Federal JOÃO BATISTA LAZZARI, TNU, DOU 10/07/2015, PÁGINAS
193/290).
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO FORMULADO PELA PARTE AUTORA.
PREVIDENCIÁRIO. FATOR PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA DE
PROFESSOR (ESPÉCIE 57). NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ.
PEDIDO CONHECIDO E PROVIDO. (...)8. Meu voto, portanto, conhece
e dá provimento ao pedido de uniformização interposto pela parte
autora, firmando o entendimento, na linha dos julgados emanados da
Corte Superior, de que não incide o fator previdenciário no cálculo do
salário de benefício da aposentadoria do professor (espécie 57). (...)
(PEDILEF 50093226920134047205, Juiz Federal DANIEL MACHADO DA
ROCHA, TNU, DOU 03/07/2015, PÁGINAS 116/223).

Ante o exposto, a parte autora requerer que a presente demanda seja julgada
totalmente procedente, sendo determinada a revisão do benefício de aposentadoria por tempo
de contribuição do professor (NB 57/000.000.000-7) que lhe fora concedido na via
administrativa, mediante a exclusão do fator previdenciário do cálculo da RMI da segurada,
devendo o INSS ser condenado a proceder o pagamento das diferenças devidas desde a DER.

III. DA SEPARAÇÃO DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS

O direito a separação dos honorários advocatícios contratuais, previsto no artigo 22


da Lei 8.906/94, determina que estes devem ser pagos diretamente ao advogado constituído,
deduzindo-os do montante a ser recebido pelo seu cliente, desde que apresentado o contrato
de honorários com cláusula expressa

Porquanto, é possível a separação do percentual dos honorários contratuais relativo


aos valores que a parte autora venha receber, no caso de total ou parcial procedência da
presente ação, ou qualquer acordo judicial, extrajudicial ou outra espécie de composição ou de
reconhecimento da pretensão ora requerida pelos órgãos estatais.

IV. DOS PREQUESTIONAMENTOS

Pelo princípio da eventualidade, o que se admite apenas para fins de argumentação,


caso superado todo o embasamento traçado para firmar o convencimento judicial sobre o
direito que assiste à parte autora, impende deixar prequestionadas eventuais violações aos
dispositivos constitucionais e às legislações infraconstitucionais acima mencionados, com o fito
único de viabilizar o ingresso à via recursal junto aos tribunais superiores, quais sejam o Colendo
Superior Tribunal de Justiça e o Egrégio Supremo Tribunal Federal.

V. DO PEDIDO

Ante o exposto, a parte autora requer:


a) A citação do INSS, em razão do exposto no art.° 239 e seguintes da Lei 13.105/2015,
na pessoa de seu representante legal para, querendo, apresentar defesa e
acompanhar a presente ação; sob pena dos efeitos da revelia;

b) A intimação do INSS para que junte aos autos cópia do processo administrativo (NB
57/000.000.000-7) na íntegra, CNIS atualizado da segurada e eventuais documentos
de que disponham e que se prestem para o esclarecimento da presente causa; em
conformidade com o § 1. ° do art.° 373 da Lei 13.105/2015;

b.1) Caso seja apresentado aos autos documento a qual a autora não teve prévio
acesso, por exemplo, contagem de tempo de serviço diferente daquela que
consta no processo administrativo, a parte autora requer que lhe seja
oportunizada a emenda ou retificação da petição inicial;

c) A parte autora requer que NÃO seja designada audiência de conciliação nos termos
do art.° 334 da 13.105, de 16 de março de 2015;

d) Ao final, com ou sem contestação, a parte autora requer que a presente ação seja
julgada TOTALMENTE PROCEDENTE homologando a contagem administrativa do
INSS e condenando-o a:

d.1) Revisar o benefício de aposentadoria de professor (a) da parte autora,


excluindo o fator previdenciário do cálculo e recalculando a sua RMI sem o
redutor;
d.2) Recalcular os valores mensais em manutenção com observância do item
acima, sem prejuízo de outras vantagens advindas da lei ou da decisão
judicial;
d.3) Condenar o réu ao pagamento de todas as diferenças devidas desde a data
da DER, bem como ao pagamento das parcelas vincendas, devendo todos os
valores serem monetariamente corrigidos, inclusive acrescidos dos juros
moratórios à razão de 1% ao mês a contar da citação, incidentes até a data
do efetivo pagamento, a ocorrer por meio de RPV/precatório;

e) Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;

f) Deferir a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial juntada de


documentos, e o que mais o deslinde do feito vier a exigir;

g) Determinar a separação dos honorários contratuais de 25% do montante devido à


autora, conforme contrato de prestação de serviço, ao DADOS DO SEU ESCRITÓRO;
e

h) Que seja concedida a parte autora os benefícios da GRATUIDADE DA JUSTIÇA,


assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pelo Novo Código de
Processo Civil, nos termos do artigo 98 e seguintes, em razão da parte autora se tratar
de pessoa pobre na mais lídima acepção jurídica do termo, não possuindo meios
suficientes para custear eventuais despesas processuais e/ou verbas de sucumbência
sem o imediato prejuízo do próprio sustento e de seus familiares, vide declaração
firmada pela parte autora que segue em anexo.
Dá-se a causa o valor da causa de R$ 24.729,02 (vinte e quatro mil, setecentos e vinte
e nove reais e dois centavos) para fins processuais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Curitiba/PR, data do protocolo eletrônico.

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