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Departamento de Administração
Departamento de Turismo
Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos - FAESO
Ourinhos – SP - Brasil
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE:
ABSTRACT
The form as the organizations is administered it reflects the culture of the organization in the
context where are inserted. Faiths, values and common objectives are variable that can
influence in this context. Right is that the organizations are not administered in the same way.
Several authors wrote on the culture in the organizations, but without a doubt one of the main
works writings to today it was “God of the Administration”, of Charles Handy. A work excels
on the models of managerial culture. This rehearsal has for objective to describe the cultural
models described in the work in summary, as well as to demonstrate the result of a study of
applied case to an organization in the attempt of relating it to one of the cultural models
presented by Handy.
KEY-WORD
2. MODELOS CULTURAIS
Em uma das mais competentes tentativas de explicar as diversas culturas
organizacionais Handy1, há mais de 20 anos atrás, escreveu sobre as diversas culturas
existentes nas organizações. Para tanto, relacionou os modelos culturais com deuses da Grécia
antiga permitindo uma visualização bastante interessante sobre as diversas faces do
comportamento organizacional.
Handy trabalhou quatro deuses gregos com quatro modelos culturais na tentativa de
explicar como são diferentes as filosofias da administração. Utilizou o deus Zeus para
simbolizar as organizações que embora baseadas em funções, convergem para a centralização
do poder e da influência.
Apolo foi utilizado para simbolizar àquelas organizações baseadas na definição de
funções não importando as personalidades. Já Atena, tornou-se símbolo das organizações cuja
missão esteja baseada na solução de problemas com a formação de equipes de
desenvolvimento e criatividade.
Por último, simbolizando as organizações que existem para tornar possível o
desempenho profissional de alguns indivíduos foi utilizado o deus Dionísio.
1
Charles Handy, autor do best seller Gods of management, publicado pela primeira vez em 1978.
carisma desempenhado nos demais integrantes da organização e são recompensados pelo
desejo de participarem com poder sobre as pessoas ou eventos, com um grande poder de
arbítrio. O dinheiro é altamente valorizado.
2
Empresas que atuam em todo o mundo
organizações custam caro pois na solução de problemas é quase inevitável o erro nas
primeiras tentativas e mesmo que a solução seja rapidamente alcançada o dispêndio será
considerável, por isto é mais fácil notar este tipo de organização quando a economia vive seu
período de expansão. Ao menor sinal de retração econômica estas são as organizações que
primeiro sentirão os impactos negativos, com o corte de empregados, diminuição no volume
de recursos destinados à pesquisa ou mesmo descontinuidade dos negócios.
São exemplos de organizações regidas por Atena a Microsoft, 3M e a NASA3, onde
se percebe claramente a formação de diversas equipes responsáveis pelo desenvolvimento ou
solução de problemas específicos que fazem parte da organização.
Para um indivíduo de Atena a solução de problemas passa por uma combinação de
criatividade e lógica, sendo fundamental possuir habilidades no trabalho com os outros.
Handy (1994: p. 59) afirma que os novos profissionais das organizações desejam atuar com o
espírito de Atena, no entanto em muitos casos acabam esbarrando em culturas de Apolo ou
Zeus gerando um atrito de cultura.
Os indivíduos de Atena somente aceitam ser comandados se sentirem a
especialização e a sabedoria como virtudes predominantes entre os comandantes. Não existe
obediência, mas sim concordância após muito diálogo e argumentação.
Provavelmente acharão um indivíduo de Zeus um tanto relapso em suas atitudes e
criticarão um indivíduo de Apolo pelo excesso de zelo e de burocracia.
3
Agência Espacial Norte Americana
de Atena ou Zeus.
As próprias instituições de ensino são um exemplo clássico, enquanto o professor é
um Dionísio a instituição é administrada nos moldes de Apolo e os colegiados de curso atuam
como Atena na solução de problemas e criação das áreas específicas.
O desafio maior é encontrar o equilíbrio entre as culturas de forma a buscar a
harmonização entre os deuses tornando a organização o mais produtiva possível sem traumas
no relacionamento entre os indivíduos.
Handy (1994: p. 19) assevera que as organizações quase sempre nascem sob a
regência de Zeus e com o passar do tempo e o crescimento econômico acabam migrando para
uma cultura de Apolo. Num momento futuro com a prosperidade econômica podem assumir
características de Atena.
O mais distante entre os modelos é a cultura de Dionísio. Por isto a dificuldade em
encontrar um equilíbrio harmonioso com as demais culturas. O existencialismo impede a
aceitação de outros modelos.
A formulação da “poção mágica” do equilíbrio entre os deuses é particular de cada
organização, uma espécie de DNA que leva em consideração toda a bagagem cultural dos
indivíduos que com ela interagem.
Por isto a escolha de indivíduos com as mesmas características da organização pode
minimizar os atritos no cotidiano. Um empregado de Dionísio numa cultura de Apolo,
certamente será alvo de grande desgaste na relação com os demais indivíduos.
O contexto da organização também é muito importante para definir o tipo de cultura
mais adequado ou que predomine. Uma cultura de Apolo numa organização pode apresentar
diferenças de uma cultura de Apolo em outra organização.
É o que ocorre por exemplo com as organizações dos Estados Unidos e do Japão.
Neste último existe o predomínio de organizações sob a regência de Apolo, mas a cultura de
Apolo para os japoneses significa também encarar a organização como uma extensão da
família. Já nos Estados Unidos, mesmo existindo predomínio da cultura de Apolo, existe forte
influência de Zeus e Atena. É preciso acrescentar que nos Estados Unidos as organizações de
Apolo não cultuam a organização como uma extensão da família.
Em diversas outras regiões do globo também existem as diferenças culturais que
contextualizam os modelos de cultura organizacional aqui representados.
Os exemplos típicos de como as organizações sofrem os impactos do contexto onde
estão inseridas é composto pelas chamadas global players, as organizações com atuação em
diversos paises do globo. Embora tenham que se reportar a uma matriz, cada filial, em cada
país, tem um comportamento cultural que diz respeito ao modo como os indivíduos foram
socializados desde a infância.
Daí a necessidade de tomar cuidado em colocar gestores nos altos cargos das
organizações que tenham vindo de outras regiões do globo. Neste caso a melhor receita para o
equilíbrio entre os deuses é entender e respeitar a influência que os indivíduos trazem do
cotidiano para a organização.
3. ESTUDO DE CASO
Com o objetivo de identificar as diferenças na cultura das organizações e de seus
colaboradores diretos foi executado um estudo de caso envolvendo uma organização do
segmento de construção civil.
A população compreendida pela pesquisa foi composta pelos diretores e
colaboradores da área administrativa que receberam o questionário padrão contido no livro
Deuses da Administração de Charles Handy.
Foram enviados 11 questionários e retornaram 8, permitindo uma amostragem que
representa 72,72% do universo da pesquisa.
Após o preenchimento dos questionários os dados foram tabulados e o trabalho
executado foi de caráter estatístico e na seqüência foram também analisados dados
secundários através de estudo da documentação e manuais da organização.
1° PRESIDÊNCIA
AUX. AUX.
5° a ALMOXARIFE
MOTORISTA
MECÂNICO
TERCEIROS RECEPÇÃO COPA TERCEIROS
OPERADOR DE
5° b ENCANADOR ELETRICISTA PEDREIRO CARPINTEIRO ARMADOR SERVENTE
MÁQUINAS
TERCEIROS
3.2 DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Considerando as respostas ao questionário é possível observar que para a grande
maioria dos entrevistados (62%) a organização possui o modelo cultural de Zeus,
prevalecendo a centralização do poder, a prática de decisões por impulso, baseadas em uma
rede de contatos e não em informações sistematizadas ou técnicas.
Muito embora se tenha constatado a presença de manuais de procedimentos e quadro
funcional estruturado, apenas 25% dos entrevistados responderam indicando a organização
com características de Apolo, onde o que prevalece é a responsabilidade baseada na função.
O modelo de Atena não foi escolhido por nenhum entrevistado e os 13% restantes
responderam que a organização possui características de Dionísio com todo o seu
existencialismo e individualismo.
Na outra vertente do questionário é considerada a opção das respostas baseadas na
opinião do entrevistado como seu comportamento pessoal e assim é possível descrever que
para 49% dos entrevistados o modelo de Atena, sustentado pela concentração das atividades
nas busca da solução de problemas, é o que mais se configura com as opiniões pessoais.
Embora o modelo da organização, para a maioria, seja o de Zeus apenas 25% dos
entrevistados o tem como modelo pessoal ideal.
O modelo de Apolo é o preferido na opinião de 13%, mesmo percentual dos que
preferem a cultura de Dionísio.
25%
62%
25%
13%
49%
4. CONCLUSÃO
O meio onde os indivíduos atuam nas organizações sofre pressões de natureza
cultural. As organizações, cada qual com sua cultura própria, são administradas de formas
diferentes. O que serve para algumas não servirá para outras.
Muitas dessas diferenças de estilo de administração dizem respeito às crenças e
valores que configuram cada organização e neste ambiente é preciso encontrar o equilíbrio
entre os anseios da organização e de seus colaboradores.
Não raramente encontram-se organizações pouco produtivas tendo em vista seu
potencial de mercado e em muitos casos o que impede o ganho de produção são os conflitos
existentes entre a cultura da organização e de seus colaboradores.
Diversas organizações já vêm se preocupando com esta questão e buscam aprimorar
seus conhecimentos acerca dos modelos culturais, desenvolvendo-se através do aprendizado
organizacional.
Na busca do melhor resultado para a organização e para o bem estar dos
colaboradores é preciso acima de tudo administrar respeitando a cultura pessoal de cada
indivíduo, primando sempre para o equilíbrio e reconhecendo as diferenças do meio e do
contexto da organização.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADIZES, Ichak. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e
morrem e o que fazer a respeito. Tradução de Carlos Afonso Malferrari. 4ª edição. São Paulo:
Editora Pioneira, 1998.
HANDY, Charles. Deuses da Administração: como enfrentar as constantes mudanças da
cultura organizacional. Tradução de Ricardo Gouveia. 2ª edição. São Paulo: Editora Saraiva,
1994.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao século
XXI. 2ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 1999.
PAIXÃO, Márcia V. A influência da cultura na aprendizagem organizacional. Ourinhos:
Revista Hórus, v. 1, n. 1, novembro/2003. Disponível em http://www.faeso.edu.br/horus/.
Acesso em: 12. Jul. 2004.