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Curso de Plantas Medicinais

Tratamento de Feridas

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O curso de plantas medicinais nasce do anseio e da busca de conhecimento e
do resgate da população para tratar as suas doenças e realizar a promoção da saúde.
O conhecimento e a utilização das plantas medicinais têm seu caráter
empírico (popular) e seu caráter científico (técnico). Ao caráter popular denominamos
medicina popular, medicina caseira ou medicina tradicional. Ao caráter científico
denominamos Fitoterapia (terapia = tratamento; fito = plantas, ervas).
Diferenciamos a Medicina Popular de Fitoterapia em diversos aspectos, mas
principalmente quanto a sua origem: a primeira de observação empírica e da experiência
e prática de vários agentes anônimos. A segunda de experimentação racional e da
comprovação através do conhecimento científico acumulado.
A medicina popular se caracteriza por:
- Origem popular
- Objetivo pautado pela resistência cultural
- Método intuitivo
“Os padrões e valores que a orientam são transmitidos por meio
predominantemente orais, não institucionalizados, desenvolvendo-se numa dinâmica
própria, segundo o contexto sociocultural, econômico e físico que se insere”.

Seus elementos
- Relação com a natureza
- Visão diferenciada da doença e suas origens
- A fé
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“Embora sofra variações regionais, as várias formas de Medicina Popular
apresentam traços comuns como a profunda relação com a natureza e a vinculação com
diferentes credos religiosos e ritos de caráter mágico, praticados pelos curadores e
benzedores”.

“Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares: Plantas


Medicinais e Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) ”.

As Práticas Integrativas e Complementares se enquadram no que a


Organização Mundial de Saúde (OMS) denomina de medicina tradicional e medicina
complementar e alternativa (MT/ MCA) e, sobre esse tema, a OMS recomenda aos seus
Estados membros a elaboração de políticas nacionais voltadas à integração/inserção da
MT/MCA aos sistemas oficiais de saúde, com foco na Atenção Primária à Saúde (APS).

No Brasil, em consonância com as recomendações da OMS, foi aprovada,


em 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS
(PNPIC), contemplando, entre outras, diretrizes e responsabilidades institucionais para
implantação/adequação de ações e serviços de medicina tradicional chinesa/acupuntura,
homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, além de instituir observatórios em saúde
para o termalismo social/crenoterapia e para a medicina antroposófica no Sistema Único
de Saúde (SUS).

A aprovação da PNPIC desencadeou o desenvolvimento de políticas,


programas e projetos em todas as instâncias governamentais, pela institucionalização
dessas práticas no SUS. Na instância federal, destaca-se a Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos, aprovada também em 2006 por Decreto Presidencial, com
diretrizes e ações para toda a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos.

As plantas medicinais e seus derivados estão entre os principais recursos


terapêuticos da MT/ MCA e vêm, há muito, sendo utilizadas pela população brasileira
nos seus cuidados com a saúde, sejam na Medicina Tradicional/Popular ou nos
Programas Públicos de Fitoterapia no SUS, alguns com mais de 20 anos de existência.
Entre as Práticas Integrativas e Complementares no SUS, as plantas medicinais e
fitoterapia são as mais presentes no Sistema, segundo diagnóstico do Ministério da
Saúde.

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As ações para implementação das diretrizes dessas políticas nacionais
buscam ampliar a oferta de serviços e produtos relacionados à fitoterapia no SUS, de
forma segura e racional, por profissionais de saúde qualificados, considerando o sujeito
em sua singularidade e inserção sociocultural, promovendo a integralidade da atenção.

Ministério da Saúde

Desde a antiguidade as pessoas utilizam plantas com a finalidade de tratar e


curar enfermidade. Hoje podemos encontrar nas grandes e pequenas cidades brasileiras
a comercialização de plantas medicinais livremente em feiras livres, mercados
populares, quitandas residenciais e em outros estabelecimentos (Maciel et al., 2002).

Esses produtos são comercializados por ervanários e raizeiros que não


cumprem com os critérios de adequação à saúde nem atendem ao binômio segurança e
eficácia exigidos nos demais produtos, mostrando assim uma comercialização
inadequada e consequentemente má utilização das plantas medicinais, já que essas,
neste caso, não passam por sistemas de qualificação da farmacovigilância (Brandão et
al., 1998).

Antes de serem utilizadas pela população é necessário que as plantas


medicinais passem por vários processos que no final vão chegar a formulações com
indicações de uso seguro e adequado para assim fornecer resultados desejados a quem
for utilizá-la. Tais processos englobam a química orgânica, fitoquímica (onde ocorre o
isolamento, purificação e caracterização de princípio ativo), a farmacologia
(investigando farmacologicamente os extratos e os constituintes químicos isolados), a
química orgânica sintética (fazendo as transformações químicas de princípios ativos) a
química medicinal e farmacológica (estudando a relação estrutura/atividade e os
mecanismos de ação dos princípios ativos) e por fim a preparação de formulações para a
produção do fitoterápico (Maciel et al., 2002).

Embora a área de fitoterápicos esteja cada vez mais conhecida e


desenvolvida, a disponibilidade de produtos fitoterápicos no mercado brasileiro ainda é
bastante preocupante na visão do controle de qualidade desde a produção até a
comercialização e uso pela população, pois a capacitação de profissionais nesta área
ainda é escassa (Calixto, 2000).

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Guiados pela mídia, as pessoas utilizam os produtos provenientes do reino
vegetal sob a forma de complementos e suplementos alimentares, sem levar em
consideração o potencial curativo destes medicamentos. Outros fatores que influenciam
na pré-concepção mistificadora ocidental é a associação direta dos fármacos
fitoterápicos com práticas integrativas de medicina, como a Medicina Chinesa, a
Medicina Holística, Macrobiótica entre outras (Camargo, 1985).

Segundo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares


(PNPIC) no SUS, a capacitação, na área de "Plantas medicinais e Fitoterapia", deve ser
realizada através de curso básico interdisciplinar comum a toda a equipe, visando à
sensibilização dos profissionais a respeito dos princípios e diretrizes do SUS, das
políticas de saúde, das práticas integrativas no SUS, das normas e regulamentação e dos
cuidados gerais com as plantas medicinais e fitoterápicos (Brasil, 2006a).

Diante da biodiversidade do Brasil e do objetivo de melhorar a saúde da


população, o Ministério da Saúde vem investindo no uso da fitoterapia como
complemento para tratamento. Entretanto, para que isso ocorra de forma correta e,
principalmente, segura é necessário capacitar a população, que compreendam a química,
toxicologia e farmacologia das plantas medicinais e princípios ativos sem desconsiderar
o conhecimento popular.

Existem diversos programas de fitoterapia implantados ou em fase de


implantação, em todas as regiões do Brasil. Isto se deve a busca da população em
facilitar o acesso das plantas medicinais/fitoterápicos visando o uso correto das mesmas.
Está pratica está sendo, à priori, implantada no Programa Saúde da Família (PSF) de
diversos municípios.

Apesar do crescente busca por remédios integrativos, os estudos acerca da


fitoterapia ainda são precários no Brasil, sendo necessário o desenvolvimento de
pesquisas nesta área, que enriqueceriam o conhecimento dos profissionais e estudantes
da saúde, auxiliando e tornando mais seguras e eficazes a implementação das práticas
fitoterápicas no SUS.

Revista Brasileira de Plantas Medicinais

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Promoção à Saúde com Plantas Medicinais e Fitoterápicos aos Usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou que práticas não


convencionais de saúde, tais como acupuntura, fitoterapia e técnicas manuais estão em
desenvolvimento, ganhando espaço de modo complementar às terapias medicamentosas
alopáticas (OMS, 2008).

Para grande parte da população o uso de plantas medicinais é visto como


uma integrativa histórica à utilização de medicamentos sintéticos, visto que os últimos
são considerados mais caros e agressivos ao organismo. A disseminação do uso de
plantas medicinais, assim como a automedicação deve-se principalmente ao baixo custo
e fácil acesso à grande parcela da população (OMS, 2008).

Visando o custo de desenvolvimento dessa categoria de produtos, os países


subdesenvolvidos como o Brasil oferecem terapêutica integrativa bastante promissora
para a população. O país é visto em destaque por possuir um terço da flora mundial,
além de ser a Amazônia a maior reserva de produtos naturais com ação fitoterápica do
planeta. Esta intensa presença vegetal faz com que as pesquisas e o próprio
desenvolvimento de medicamentos fitoterápicos possam ocorrer como destaque no
cenário científico mundial (Yunes et al., 2001; França et al., 2008).

Desde a década de 80, vários documentos vêm sendo elaborados a fim de


enfatizar o uso de fitoterápicos na atenção básica no sistema de saúde pública com o
intuito de priorizar a melhoria dos serviços, o aumento da resolutividade e o incremento
de diferentes abordagens (Matos, 1998).

O Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 971 de 3 de maio de 2006


disponibiliza opções terapêuticas e preventivas aos usuários do SUS, dentre elas o uso
de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos além de afirmar, baseado em
levantamento realizado em 2004, que 116 municípios de 22 estados brasileiros fazem
uso da fitoterapia (Brasil, 2006a).

Portanto, os tratamentos medicinais de origem vegetal são amplamente


utilizados no Brasil como integrativa terapêutica, em destaque por aqueles que estão em

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tratamento de doenças crônicas e fazendo uso de outros medicamentos (Alexandre et al.,
2008).

Embora existam vários estudos a respeito do uso, da toxicidade e da eficácia


das plantas medicinais, a literatura científica ainda é precária no sentido de se conhecer
como elas estão sendo usadas, quais são os benefícios e como se poderá capacitar os
profissionais para o aconselhamento da utilização como medicina integrativa no SUS.

Diante desta abordagem, o objetivo desta pesquisa é fazer levantamento


bibliográfico, a respeito dos temas como importância da fitoterapia; como ela está sendo
usada; benefícios que a mesma oferece ao Sistema Público de Saúde; capacitação dos
profissionais nesta área e programas e leis para a implementação no SUS.

Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado através


de levantamento bibliográfico relacionado ao tema "A fitoterapia como medicina
integrativa no Sistema Único de Saúde". Os descritores utilizados durante toda a
pesquisa foram fitoterapia, medicamentos fitoterápicos, medicina integrativa,
medicamentos, medicina herbária, fitoterapia no SUS, medicina integrativa e sistemas
públicos de saúde e planta medicinal.

No ocidente, considera-se a Alemanha como primeiro e maior incentivador


das terapias naturais, notadamente a Fitoterapia, uma vez que no receituário alemão os
produtos florais chegam a ocupar cerca de 40% das prescrições. Há também países
como a França, Bélgica, Suécia, Suíça, Japão e Estados Unidos onde se enfatiza a
técnica fitoterápica e onde os trabalhos científicos sobre o tema são publicados. A China
é campeã na utilização de medicamentos naturais. Naquele País só se recorre à alopatia
quando não se encontra um substituto de tal medicamento na flora chinesa (Leão &
Ribeiro, 1999).

“Histórico das Plantas Medicinais”

O caráter relacional da vida impõe, ao ser humano, o estabelecimento


contínuo de vínculos físicos e simbólicos com tudo aquilo a que se liga, fazendo-o
constituir-se a partir de diversas raízes. Entretanto, a modernidade e o advento da era
industrial passaram a exercer múltiplas forças que continuamente o afastam de suas

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tradições, culturas, lugares, de seus sentimentos de pertença, de suas histórias e suas
comunidades. Despertencido e desenraizado, o homem moderno se encontra preso a
modelos tecnicistas, pragmáticos e fragmentados de percepção do corpo e de inserção
na vida. Crescentemente destituído de sua capacidade dialógica, insere-se na existência
da racionalidade econômica em detrimento de outras dimensões da vida social, como os
sistemas de crença, o pensamento simbólico, os afetos e as intuições. Pautando-se,
então, pelo princípio do lucro e da acumulação de riqueza, a vida foi transformada, na
modernidade, pelos “moinhos satânicos” do mercado (cf. Polanyi, 2000).
A utilização de produtos naturais, particularmente da flora, com fins
medicinais, nasceu com a humanidade. Indícios do uso de plantas medicinais e tóxicas
foram encontrados nas civilizações mais antigas, sendo considerada uma das práticas,
mais remotas utilizadas pelo homem para cura, prevenção e tratamento de doenças,
servindo como importante fonte de compostos biologicamente ativos (ANDRADE;
CARDOSO; BASTOS, 2007).
As plantas medicinais correspondem às mais antigas “armas” empregadas
pelo homem no tratamento de enfermidades de todos os tipos, ou seja, a utilização de
plantas na prevenção e/ou na cura de doenças é um hábito que sempre existiu na história
da humanidade (MORAES; SANTANA, 2001).
O homem primitivo buscou na natureza as soluções para os diversos males
que o assolava, fossem esses de ordem espiritual ou física. Aos feiticeiros, considerados
intermediários entre os homens e os deuses cabia a tarefa de curar os doentes, unindo-
se, desse modo, magia e religião ao saber empírico das práticas de saúde, a exemplo do
emprego de plantas medicinais. A era antiga inaugurou outro enfoque, quando, a partir
do pensamento hipocrático, que estabelecia relação entre ambiente e estilo de vida das
pessoas, os processos de cura deixaram de ser vistos apenas com enfoque espiritual e
místico. (ALVIM et al., 2006).
Segundo Duarte (2006), o primeiro registro sobre a utilização de plantas
medicinais é datado de 500 a. C., no texto Chinês que relata nomes, doses e indicações
de uso de plantas para tratamento de doenças. Outros registros foram encontrados no
manuscrito Egípcio “Ebers Papirus”, de 1.500 a. C., em que continham informações
sobre 811 prescrições e 700 drogas. E algumas dessas plantas ainda são utilizadas, como
Ginseng (Panax spp.), Ephedra spp., Cassia spp. e Rheum palmatum L., inclusive como
fontes para indústrias farmacêuticas.

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Porém, de acordo com Simões, Schenkel e Simon (2001) e Vale (2002), os
primeiros registros fitoterápicos datam do período 2.838-2.698 a. C., quando o
imperador chinês Shen Nung catalogou 365 ervas medicinais e venenos que eram
usados sob inspiração taoísta de Pan Ki, considerado Deus da criação. Esse primeiro
herbário dependia da ordenação de dois polos opostos: yang-luz, céu, calor, esquerdo; e
o yin-trevas, terra, frio, direito. Por volta de 1.500 a. C., a base da medicina hindu já

estava revelada em dois textos sagrados: Veda (Aprendizado) e Ayurveda (Aprendizado


de Longa Vida).
Helfand e Cowen (1990) citam que existem vários registros sobre a
utilização das plantas para tratamento de doenças desde 4.000 a. C. Entretanto, tem-se o
primeiro registro médico que inclui uma coleção de fórmulas de trinta diferentes drogas
de origem vegetal, animal ou mineral depositado no Museu da Pensilvânia que é datado
de 2.100 a. C.
Pode-se afirmar que 2.000 anos antes do aparecimento dos primeiros
médicos gregos, já existia uma medicina egípcia organizada. A Medicina Tradicional
Chinesa é conhecida Contexto histórico, uso popular e concepção científica desde 2.500
anos a. C. e utiliza predominantemente plantas medicinais para o tratamento de várias
enfermidades que acometem os seres humanos até os dias atuais (SCHENKEL;
GOSMAN; PETROVICK, 2003).
O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza, muitas vezes, o único
recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. As observações populares
sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais de todo mundo, mantém em voga a
prática do consumo de fitoterápicos, tonando válidas as informações terapêuticas que
foram sendo acumuladas durante séculos (MACIEL et al., 2002, p. 429).
Até o século XIX os recursos terapêuticos eram constituídos
predominantemente por plantas e extratos vegetais, o que pode ser ilustrado pelas
Farmacopeias da época. Assim, na Farmacopeia Geral para o Reino e domínios de
Portugal (1794), entre os produtos chamados símplices, constam 30 produtos de origem
mineral, 11 produtos de origem animal e cerca de 400 espécies vegetais. Ou seja, as
plantas medicinais e seus extrativos constituíam a maioria dos medicamentos, que
naquela época pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na medicina popular
(SCHENKEL; GOSMAN; PETROVICK, 2000).

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Apesar do grande avanço e evolução da medicina, a partir da segunda
metade do século XX, as plantas ainda apresentam uma grande contribuição para a
manutenção da saúde e alívio às enfermidades em países em desenvolvimento (SOUZA;
FELFILI, 2006).
Entre os principais motivos, encontram-se as condições de pobreza e a falta
de acesso aos medicamentos, associados à fácil obtenção e tradição do uso de plantas
com fins medicinais (VEIGA JUNIOR; PINTO, 2005).
Os vegetais se apresentam como fonte de princípios ativos com ação
farmacológica. Merece também destaque o importante papel dos vegetais na nutrição
humana e na Saúde Pública, como fornecedores naturais de vitaminas e sais minerais –
elementos indispensáveis para a higidez do organismo (WAGNER, 2003). Assim, os
recursos terapêuticos disponíveis até o século XIX eram exclusivamente oriundos de
plantas medicinais e extratos vegetais. No século XX, inicia-se a tendência de se isolar
os princípios ativos (BRASIL, 2005).

Plantas Medicinais: Importância da Identificação Correta, Nomenclatura Botânica

ASPECTOS HISTÓRICOS DA TAXONOMIA

Antes de prosseguirmos, é necessário que deixemos claro ao leitor o que


estes termos do título significam, a fim de que não ocorram possíveis erros de
interpretação, o que poderia invalidar toda a discussão sobre a "boa" identificação.
Taxonomia é a ciência que trata da identificação, nomenclatura e classificação de
objetos de natureza biológica (Lawrence, 1973).
Quando restrita às plantas, é também denominada de Botânica Sistemática.
Em relação à identificação, esta consiste no reconhecimento de que um táxon é idêntico
semelhante a outro já conhecido, mediante a utilização de bibliografia adequada,
material de herbário (tipos nomenclaturas ou apenas exsicatas já identificadas),
fotografias e/ou desenhos (Lawrence, 1973).
Nomenclatura, por outro lado, refere-se à determinação correta do nome de
uma planta, de acordo com um sistema nomenclatural (o famoso "Código Internacional
de Nomenclatura Botânica") que é atualizado a cada três anos na reunião internacional
de Botânica (Lawrence, 1973).

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A existências deste Código, com dezenas de regras, é absolutamente
fundamental para que não ocorra o caos no momento de se nomear algum táxon novo
ou já existente. Por fim, classificação diz respeito à colocação de uma planta, ou grupo
de plantas, em categorias, de acordo com um sistema de ordenação e seguindo as regras
do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (Lawrence, 1973).
Estamos abordando, primariamente, as informações relacionadas com a
Taxonomia, ou Sistemática Vegetal. Portanto, vamos agora introduzir, rapidamente,
algumas informações históricas importantes para se conhecer a evolução dos sistemas
de classificação.

A preocupação de classificar objetos, para poder entendê-los, foi uma


atividade contínua desde que surgiram os primeiros seres humanos. Porém, a
preocupação pela classificação vegetal é bem mais recente, remontando aos séc. 3-4
a.C., quando os filósofos gregos, entre os quais Teofrasto (discípulo de Aristóteles)
criou o primeiro sistema de classificação vegetal, baseado no hábito (árvores, arbustos e
ervas) e na duração (anuais, bianuais e perenes) das plantas (Lawrence, 1973).

Durante estes mais de 20 séculos desde o trabalho pioneiro de Teofrasto, a


taxonomia vegetal passou por quatro fases que, apesar de distintas, influenciaram-se
umas às outras: a fase da classificação quanto ao hábito, quanto aos caracteres artificias,
quanto aos aspectos morfológicos e, modernamente, quanto à filogenia. Dentro destas
quatro fases, a identificação e a nomenclatura, as outras duas bases do "tripé" que
sustenta a Taxonomia, derivaram-se basicamente da obra monumental de CARL
LINNÉ, Species plantarum (1753), cujo sistema, apesar de não mais utilizado na
totalidade, gerou muitas informações e conceitos que tem sido revisto, atualizados e
ampliados, sendo adotados, em sua versão moderna, em todos os sistemas de
classificação pós-LINNÉ.

Apesar de que no mundo biológico as ideias evolucionistas predominem e


deem o "tom" dos trabalhos científicos, mesmo assim a taxonomia ainda usa chaves
artificiais para identificação (é prático e útil para especialistas ou apenas usuários),
caracteres morfológicos (são os mais facilmente reconhecíveis com instrumental não
muito sofisticado) e, obviamente, não deixa de criar, desenvolver e aperfeiçoar sistemas
de classificação filogenéticos e que sejam baseados, sempre que possível, na mais ampla

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gama de informações morfológicas e não-morfológicas como aquelas genéticas,
citológicas, ultra-estruturais, bioquímicas, ambientais e outras.

Antes de prosseguirmos, é necessário que deixemos claro que estes termos


significam, a fim de que não ocorram possíveis erros de interpretação, o que poderia
invalidar toda a discussão sobre a "boa" identificação.
Taxonomia é a ciência que trata da identificação, nomenclatura e
classificação de objetos de natureza biológica (Lawrence, 1973). Quando restrita às
plantas, é também denominada de Botânica Sistemática. Em relação à identificação, esta
consiste no reconhecimento de que um táxon é idêntico ou semelhante a outro já
conhecido, mediante a utilização de bibliografia adequada, material de herbário (tipos
nomenclaturais ou apenas exsicatas já identificadas), fotografias e/ou desenhos
(Lawrence, 1973).
Nomenclatura, por outro lado, refere-se à determinação correta do nome de
uma planta, de acordo com um sistema nomenclatura (o famoso "Código Internacional
de Nomenclatura Botânica") que é atualizado a cada três anos na reunião internacional
de Botânica (Lawrence, 1973).
A existência deste Código, com dezenas de regras, é absolutamente
fundamental para que não ocorra o caos no momento de se nomear algum táxon novo
ou já existente. Por fim, classificação diz respeito à colocação de uma planta, ou grupo
de plantas, em categorias, de acordo com um sistema de ordenação e seguindo as regras
do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (Lawrence, 1973).
O sistema atual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o
primeiro, em maiúscula, é o gênero, o segundo, em minúscula, é o epíteto
específico. Os dois nomes juntos formam o nome da espécie. Os nomes científicos
podem vir do nome do cientista que descreveu a espécie, de um nome popular desta, de
uma característica que apresente, do lugar onde ocorre, e outros. Por convenção
internacional, o nome do gênero e da espécie é impresso em itálico, grifado ou em
negrito.

Boas Práticas Agrícolas (BPA). Controle de Qualidade na Cadeia Produtiva de


Plantas Medicinais e Fitoterápicos

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As Boas Práticas Agrícolas têm por objetivo realizar uma agricultura
sustentável do ponto de vista técnico, ambiental, social e econômico. A preocupação
com os componentes ambiental e social foi agregada mais recentemente, diante de uma
maior conscientização da sociedade sobre o impacto que um modelo agrícola que faz
uso intensivo de máquinas e insumos químicos pode provocar no ambiente e na
estrutura social.
No meio rural, a inviabilização econômica de pequenas propriedades
(agricultores familiares) é mais um fator que ameaça a integridade ambiental e social.
Com observância das particularidades das Plantas Medicinais, estas espécies podem
representar um componente importante no sistema produtivo dessas propriedades.
Considerando o baixo custo de produção e os rendimentos por área
relativamente elevados, o cultivo de Plantas Medicinais pode constituir-se como
alternativa de renda para unidades de agricultura familiar: por ser uma atividade pouco
mecanizada e geradora de oportunidades de trabalho que podem ser planejadas e
distribuídas ao longo do ano.
O desenvolvimento e uso de sistemas de produção sustentáveis
proporcionam, também, agregação de valor pela adoção de práticas agrícolas que
satisfaçam as exigências dos processadores e consumidores, desde que isso seja feito
seguindo diretrizes claras previamente estabelecidas.
O fornecimento de matéria-prima derivada de Plantas Medicinais,
Aromáticas e Condimentares está em risco. As áreas onde plantas se desenvolvem
naturalmente estão cada vez mais reduzidas pelas pressões exercidas pelo
desmatamento, agricultura extensiva, urbanização, entre outros. Este fato tem colocado
em risco certas espécies mais populares para o consumo e de baixa ocorrência em
ambientes naturais.
Atualmente há consenso de cientistas, indústrias e organizações
ambientalistas de que uma das iniciativas para reduzir a pressão sobre o ambiente e
preservar os recursos genéticos tem, por um lado, o desenvolvimento de sistemas que
permitam o uso sustentável das espécies nativas exploradas e, por outro, o cultivo com
base em pesquisas agronômicas, matéria-prima com qualidade e em quantidade. No
entanto, não existe área cultivada suficiente para atender a toda a demanda.
A aprovação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
através do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, e da Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares, prevendo o tratamento com Plantas Medicinais e

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Fitoterápicos no Sistema Único de Saúde – SUS, conforme disposto na Portaria n° 971,
de 3 de maio de 2006, do Mistério da Saúde, constitui um incentivo ao mercado interno
sem precedentes na história do país.
Qualidade A maioria das Plantas Medicinais comercializadas – seja in natura
ou embalada – apresenta-se fora do padrão, portanto o produto utilizado pela população,
principalmente urbana, não tem asseguradas suas propriedades terapêuticas e aromáticas
preconizadas e/ou está contaminada por impurezas (terra, areia, dejetos animais, outras
espécies vegetais, coliformes fecais, etc.). Esta situação foi gerada pela pouca exigência
dos consumidores com relação à qualidade do produto e à ação incipiente da
fiscalização oficial. Devido a isso os compradores pagam preços baixos e, em
consequência, os produtores oferecem um produto de baixa qualidade, ocasionando um
círculo vicioso, em prejuízo ao público interno fraco e desinformado.
Porém, há consumidores de Plantas Medicinais que estão cada vez mais
exigentes em relação à qualidade das plantas que adquirem. Para atender a estas
exigências é necessário usar práticas agrícolas adequadas no cultivo, no beneficiamento
e na armazenagem da produção. No caso das Plantas Medicinais, antes de partir para o
cultivo propriamente dito, deve-se dar atenção a algumas particularidades especiais das
Plantas Medicinais.
Fatores externos que influem no cultivo e na produção de princípios ativos.
O valor das Plantas Medicinais, aromáticas ou condimentares é determinado pelos
compostos químicos que elas produzem e que chamaremos de princípios ativos. Assim,
deve-se ter em mente que o objeto do cultivo de Plantas Medicinais é um produto
(folha, flor, raiz) que contém princípios ativos num teor adequado, cujo primeiro passo
reside na identidade botânica.
Os fatores ambientais como altitude, latitude, temperatura, umidade relativa
do ar, duração do dia, solo, disponibilidade de água e nutrientes influenciam na
produção de princípios ativos pelas plantas, ou seja, não é porque uma planta cresce em
uma determinada região que ela vai, necessariamente, conter os princípios ativos
exigidos pelo mercado. O teor de princípios ativos pode aumentar ou diminuir de acordo
com os fatores climáticos cuja ação é simultânea e inter-relacionada. As características
climáticas de uma região são determinadas, em grande parte, pela altitude
e latitude, que atuam sobre cada espécie de forma distinta: fato que determina a
necessidade para cada planta em cada lugar.

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Identidade botânica das plantas
É necessário tratar as Plantas Medicinais pelo nome científico, pois os
nomes populares estão sujeitos a regionalismos, originando uma confusão com plantas
tóxicas ou com plantas com princípios ativos diferentes. Um exemplo é o caso de “erva-
cidreira”, nome popular pelo qual são conhecidas três espécies diferentes: Cymbopogon
citratus, Melissa officinalis e Lippia alba. É necessária, portanto, a correta identificação
botânica das plantas a cultivar. Em seguida é importante manter um viveiro com as
espécies mais bem adaptadas na região, para dispor sempre de material de propagação
de boa qualidade e com identidade botânica assegurada.
Que agricultura praticar? Considerando a tendência mundial de busca por
produtos naturais e o fato de as Plantas Medicinais se destinarem ao uso em pessoas
com algum tipo de debilidade, é fundamental que estejam livres de agroquímicos, o que
equivale a dizer que o sistema de agricultura a ser praticado deve ser o orgânico. Outros
fatores desaconselham o uso de agroquímicos: o processo de secagem e extração que
pode concentrar os ingredientes ativos dos agrotóxicos; o uso de adubos químicos e
agrotóxicos pode alterar a composição da planta. Isto faz que percam seu valor
medicinal, podendo até provocar efeitos colaterais ou tóxicos.
As Boas Práticas Agrícolas têm por objetivo realizar uma agricultura
sustentável do ponto de vista técnico, ambiental, social e econômico. A preocupação
com os componentes ambiental e social foi agregada mais recentemente, diante de uma
maior conscientização da sociedade sobre o impacto que um modelo agrícola que faz
uso intensivo de máquinas e insumos químicos pode provocar no ambiente e na
estrutura social. No meio rural, a inviabilização econômica de pequenas propriedades
(agricultores familiares) é mais um fator que ameaça a integridade ambiental e social.
Com observância das particularidades das Plantas Medicinais, estas espécies
podem representar um componente importante no sistema produtivo dessas
propriedades. Considerando o baixo custo de produção e os rendimentos por área
relativamente elevados, o cultivo de Plantas Medicinais pode constituir-se como
alternativa de renda para unidades de agricultura familiar: por ser uma atividade pouco
mecanizada e geradora de oportunidades de trabalho que podem ser planejadas e
distribuídas ao longo do ano.
O desenvolvimento e uso de sistemas de produção sustentáveis
proporcionam, também, agregação de valor pela adoção de práticas agrícolas que
satisfaçam as exigências dos processadores e consumidores, desde que isso seja feito

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seguindo diretrizes claras previamente estabelecidas. As diretrizes aplicam-se ao cultivo
e beneficiamento primário de todas as plantas comercializadas e utilizadas como Plantas
Medicinais, mesmo quando utilizadas em alimentos, como nutrientes ou para fins
aromatizantes e corantes, nas indústrias de perfumaria e outras.
A importância da certificação da identidade botânica da espécie a ser
cultivada já foi enfatizada.
O material de propagação (sementes, mudas, estacas, etc.) deve atender às
exigências e/ou padrões estabelecidos relativos à pureza e germinação se estiverem
estabelecidos nas Normas de Produção de Sementes e Mudas do Ministério da
Agricultura. Quando disponíveis, devem ser utilizadas sementes ou material de
propagação certificados. O material de propagação deve ser livre de pragas e doenças o
mais possível para garantir o crescimento de plantas saudáveis. Se houver espécies ou
variedades resistentes ou tolerantes, deve-se dar preferência a elas.
O material de propagação deve ser coletado de plantas livres de pragas e
doenças e que apresentem boas características produtivas. Se a coleta for de estacas,
mudas, etc., devem-se transferi-las para um viveiro, na propriedade, para multiplicação.
Ao longo desse processo, devem-se eliminar aquelas plantas/mudas que apresentam
pragas, doenças ou baixo desenvolvimento. No caso de coleta de sementes, deve-se
anotar a data e local da coleta, número de plantas das quais as sementes foram
coletadas, tratamento dispensado às sementes, condições e tempo de armazenagem. O
plantio deve ser realizado no menor prazo possível após a coleta.
Recomenda-se que o produtor tenha suas próprias matrizes para coleta de
sementes. Realizado no menor prazo possível após a coleta.

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Cultivo de Plantas Medicinais

Propagação sexuada

São utilizada sementes, com ou sem frutos.


Útil para produzir plantas mais ricas em óleos essenciais;
Reduzindo a qualidade genética dos plantios.
A propagação, permite perpetuar e multiplicar, aumentando o número de
indivíduos de uma dada espécie.

É dividida em dois grupos:

Propagação sexuada
Propagação assexuada ou vegetativa
Estolho
São brotações filamentosas do caule, que de espaço em espaço, fazem surgir
plantas idênticas à planta mãe
• Morango, Hortelã, Grama, Clorófito, etc.

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Tubérculos e bulbos
São caules curtos e grossos que acumulam nutrientes para planta.
• Batata
• Beterraba
• Inhame
Mandioca

Rizomas
São caules semelhantes a raízes para o acumulo de reservas de nutrientes.
• Gengibre
• Aspidistria
• Samambaia

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• Cheflera

VANTAGENS:
• Através dela propagam-se plantas dependentes (que não produzem sementes);
• Acelera-se a produção (geram frutos mais rápidos que a semente);
• Forma-se uma população de indivíduos idênticos (clone), padronizando o
produto e favorecendo a comercialização.
PODE SER:
• Divisão de touceira
• Estaquia
• Mergulhia
• Alporquia
• Enxertia
DIVISÃO DE TOUCEIRA
O caule emite brotações laterais, surgindo filhotes idênticos à mãe:
Ex.: clorofito, bananeira, bromélia, grama etc.

18
ESTAQUIA

É o processo que utiliza um fragmento da planta, visando a regenerar as partes faltantes.


Nas plantas herbáceas, as partes comumente utilizadas são:

• ramos (gerânio, pingo de ouro, rosas etc.),

• folhas (violeta, folha-da-fortuna, peperômia, etc.) ou

• pedaços de folhas (espada-de-são-jorge, begônia, etc.)

As estacas podem der: simples, de talão ou sapatinho, de cruzeta ou gema.

ALPORQUIA

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Consiste basicamente em interromper o fluxo de seiva em um determinado ponto da
planta, dessa forma estaremos forçando o aparecimento de novas raízes.

Ex.: Goiabeira, jabuticabeira, lichia e a maior parte das frutíferas

Controle de Qualidade na Cadeia Produtiva de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

20
No Brasil, a fitoterapia é uma opção medicamentosa que se adequa às
necessidades de vários municípios no atendimento primário à saúde (Eldin & Dunford,
2001). De forma geral, os fatores da expansão da fitoterapia devem-se aos efeitos
adversos de fármacos sintéticos, à preferência dos consumidores por tratamentos
“naturais”, crescente validação científica das propriedades farmacológicas de espécies
vegetais, desenvolvimento de novos métodos analíticos para o controle de qualidade,
desenvolvimento de novas formas de preparações e administração dos produtos e
relativo baixo custo (Cañigueral et al., 2003; Melo et al., 2007). Uma abordagem dos
guias e das técnicas de controle de qualidade de drogas vegetais e produtos
fitoterápicos, com ênfase sobre o Brasil, é apresentada neste trabalho de forma a
comparar procedimentos e legislações existentes.

Muitas das preparações que utilizam plantas medicinais ainda necessitam de


estudos científicos mais detalhados, incluindo padronização química, testes biológicos
in vitro e em modelos animais e avaliação clínica. Para a etapa de avaliação clínica, o
controle de qualidade passa a ser uma prática totalmente indispensável. Métodos de
controle de qualidade de algumas plantas medicinais já validados estão presentes em
monografias encontradas, por exemplo, na Farmacopeia dos Estados Unidos,
Farmacopeia Chinesa, monografias da OMS, Farmacopeia Japonesa e Farmacopeia
Brasileira, que por sua vez, inclui 44 monografias de plantas medicinais na sua maioria
não nativas do Brasil (Ong, 2004; Brandão et al., 2006).

O Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, sobre a Política Nacional de


Plantas Medicinais e Fitoterápicos, tem como algumas de suas diretrizes garantir e
promover a segurança, a eficácia e a qualidade no acesso a plantas medicinais e
fitoterápicos, promover e reconhecer as práticas populares de uso de plantas medicinais
e remédios caseiros e promover a adoção de boas práticas de cultivo e manipulação de
plantas medicinais e de manipulação e produção de fitoterápicos, a partir de uma
legislação específica. Revista Brasileira de Farmacognosia 20(3): 435-440, Jun./Jul. 2010

21
Controle de doenças e pragas

Cuidados com pragas

Nunca se deve colocar agrotóxico. Esses venenos são totalmente


inconvenientes para as plantas medicinais, pois são rapidamente absorvidos por elas,
tornando-as impróprias para o consumo além de alterar o sabor.

Pulgões: Os pulgões são pequenos insetos sugadores de seiva elaborada e


que prejudicam as culturas não apenas pela sucção de seiva, mas pela inoculação de
toxinas e transmissão de viroses, esta última sendo o dano mais sério. E gostam de viver
sempre perto do broto novos onde penetram com uma espécie de tromba, sugam a seiva
e eliminam o seu excesso, que possibilita o crescimento de um fungo negro chamado
Fumagina, podendo causar a morte da planta. Para combate-los devem-se usar cinco
dentes de alho amassados em 1 litro de água, deixe descansar por oito dias, dilua em 5
litros de água e pulverize as plantas, repetindo por três dias seguidos. Existe outro preparo
á base de sabão, diluindo 50 gramas de sabão em 5 litros de água quente. Deixe esfriar e
pulverizar por dias intercalados.

Fungos

São pequenos micro-organismos que aparecem em forma de placas


coloridas, podendo atacar tanto as folhas como os caules e frutos, geralmente
ocasionados por picadas de insetos.

O combate contra os fungos é muito fácil, mas pode-se tentar usando


camomila na forma de Infuso, ou seja, 40 gramas de inflorescências de camomila em 1
litro de água, esfriar e pulverizar. Não obtendo resultado, deve arrancá-las e queimálas,
substituindo por outra planta.

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Bactérias

São micro-organismos que atacam todos os vegetais, causando o que é chamado de


Mal da podridão. Causa o apodrecimento de todo o vegetal, aparecendo consequentemente um
odor desagradável na planta.

Sintomatologia

Manchas necróticas, de formas variando de circulares a irregulares, de tamanhos


também irregulares, com coloração negra, por vezes circundada por halos e tecidos anasarcados.

Largatas

São insetos em fase intermediaria de formação de borboletas ou mariposas,


também são conhecidas com o nome de taturanas. Possuem uma mandíbula possante, devoram
rapidamente tudo que encontram pela frente, pois este é o alimento que servirá como reserva
energética para sua outra fase de desenvolvimento.

Retire as lagartas que puderem ser vistas e pulverize com uma mistura de 35
gramas de folhas de Losna em 1 litro de água. Pode-se usar também um infuso de fumo, ou seja,

23
10 cm de fumo de corda macerado em 1 litro de água por 24 horas, pulverizar e só utilizar as
plantas depois de 15 dias. Plante cravo de defunto como bordadura para evitar mariposas e
borboletas.

Lemas e Caracóis

São moluscos que possuem na sua boca uma língua que age como lixa, ralando
principalmente as folhas e atacam geralmente á noite. Tente pulverizar água com sal 30% uma
vez por dia durante três dias.

Colchonilhas

São insetos parecidos com os pulgões, sugam o alimento da planta com seus órgãos
sugadores, causando lesões que facilitam o aparecimento dos fungos porque liberam uma
substância açucarada onde se desenvolvem as colônias fúngicas. Para eliminar as cochonilhas
usa-se uma infusão de arruda, ou 20 gramas fervidas em 1litro de água. Pulverizar em dias
alternados, até elimina-las totalmente. Esta formula também serve para os pulgões e ácaros.

24
Ácaros

São parecidos com pequenas aranhas e se colocam na parte inferior das folhas,
onde sugam as substâncias que nutrem a planta, formando muitas vezes uma teia que usam
como meio de proteção contra a umidade. Para evita-los deve-se sempre borrifar água nas
folhas.

Percevejo

São besouro de vários tamanho e cores, causam um grande estrago nas plantas,
atacadas principalmente as folhas e brotos novos causando deformações características. São
conhecidos também com o nome de Maria fedida. Para combate-los, pode-se usar uma mistura
de fumo de corda e água. Essa mistura é muito questionada, mas resolve em muito para pulgões,
cochonilhas, lagartas, ácaros e a mosca branca. A fórmula é preparada com 50 gramas de fumo e
corda, fervida em 1 litro de água, coar e aplicar em dias alternados até a eliminação total dessas
pragas.

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Mosca branca

São pequenas moscas, que como o nome já diz, de coloração branca. Fixam-se nas
folhas e basta toca-las para haver uma revoada das mesmas. Elas sugam a seiva das folhas, que
é o alimento das plantas.

Formigas

São os insetos que mais devastam os vegetais. Em uma só noite podem cortar
todas as folhas de uma árvore de dois metros de altura. As que apresentam maior destruição
dos vegetais é a famosa formiga saúva. Nenhum vegetal já testado é capaz de eliminar essa
praga, podendo apenas repeli-las, mas mata-las impossível.

As formigas tipo lava-pés, que são aquelas formigas pequenas e de coloração


vermelha, se alimentam das plantas e também de insetos. Para combatê-las deve-se usar água.
Com uma mangueira em jato forte jogue água até encharcar o solo. Este é um processo
interessante porque quando elas estiverem cansadas de tanta água, mudam-se. Usa-se
também a água de lavadeira, preparada misturando 1 litro de água sanitária (hipoclorito de
sódio diluído a 14% em água) em 1 litro de água. Depois sobre o formigueiro, tornando suas
condições ambientais improprias para viverem.

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Para as formigas tipo saúva e quenquém, que são cortadeiras, fazem-se o plantio
de outras plantas em consorcio, ou seja:

- Hortelã pimenta: possui ação repelente. Deve-se plantar mudas da mesma aos
canteiros.

- Carvão ou Cinzas de madeira: possui ação repelente. Triture e espalhe ao redor


do canteiro.

- Gergelim preto: atua de forma indireta no combate as formigas. As suas folhas,


que são levadas ao formigueiro, são altamente toxicas aos fungos que fermentam as folhas e
logo as formigas não terão alimentos.

- Pão e vinagre: possuem a mesma ação do gergelim. Deve ser colocado Próximo
da entrada do formigueiro, pedaços de pão embebido em vinagre. O ácido acético do vinagre
inibe a fermentação pelos fungos e as formigas não terão alimentos.

- Cal vigem: ataque direto ao formigueiro. A cal virgem coloca na entrada do


formigueiro [e levada para o interior, onde se hidrata liberando gás carbônico, altamente tóxico
para as formigas.

Nematoides

São animais em forma de pequenos lombrigas encontradas no solo, atacando as


raízes, causando o aparecimento de nódulo nas mesmas, sendo bem notado nas cenouras. Não
existe um vegetal que possa matar esses vermes, sendo que o maior cuidado é sempre que
possível revirar a terra antes de replantar no mesmo canteiro outra espécie.

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Vírus

A eliminação dos vírus tornou-se um assunto do momento. Eles atacam


principalmente frutos e raízes, fazendo a planta secar e os frutos murcharem. Recentemente
ocorreu o caso do amarelinho, que atacou e matou inúmeros laranjais no Estado de São Paulo e
para tentar resolver o problema foi feiro um investimento em pesquisadores no mundo inteiro.
Atualmente está aparecendo um novo vírus que causa uma doença chamada morte súbita,
também nos laranjais.

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Curativos e Cuidados nos Usos de Plantas Medicinais

Algumas plantas medicinais indicadas para cicatrização de feridas, com


comprovadas ações são:
Anacardium occidentale L.(cajueiro), Caesalpinia ferrea Mart. (pau-ferro),
Casearia sylvestris Sw. (guaçatonga), Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira),
Stryphnodendrom adstrigens (Mart.) Coville (barbatimão), Calendula officinalis L.
(calêndula), Polygonum punctatum Elliott (erva-de-bicho), Coronopu didymus (L.)
Smith (mastruço), Aloe Vera (L.) (babosa), Helianthus annuus (girassol).
Podem ser utilizadas por muitas formas farmacêuticas, disponibilizadas na
Fitoterapia, tais como:
- Preparações extemporâneas (infusão e decocção – chamados popularmente
de chás),
- Tinturas, gel, creme, pomada, óleo.
A Resolução RDC no 10, de 9 de março de 2010 apresenta uma lista de
plantas medicinais, com informações sobre nome científico, popular, indicação, modo
de uso, contraindicações, interações medicamentosas e efeitos adversos para
preparações extemporâneas.
O Formulário Nacional de Fitoterápicos apresentam algumas formulações
fitoterápicas para o tratamento de feridas:
Creme de Barbatimão 10% + Óleo de Girassol – 60g
- Indicação: Cicatrização de feridas em fase de granulação e escoriações.
- Modo de usar: aplicar no local afetado 2 a 3 vezes ao dia, após higienização com
solução fisiológica. Alerta quanto ao uso em idoso, pois pode provocar o aparecimento
de fibrina.

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Creme de Calêndula 5% + Barbatimão 5% – 30 e 60g
- Indicação: Cicatrização de feridas que apresentem pequeno processo inflamatório e
início de fase de granulação; úlceras de decúbito fase II (ferida); feridas com
hiperceratose.
- Modo de usar: aplicar no local afetado 2 a 3 vezes ao dia, após higienização com
solução fisiológica.
Óleo de Girassol – 100ml
- Indicação: Úlceras abertas com ou sem inflamação, cobertura primária em curativos
(embeber a gaze)
- Modo de usar: Aplicar na lesão, após assepsia, uma a duas vezes ao dia, ou a cada
troca de curativo.
Creme de Calêndula a 10%:
- Indicação: Dermatites de contato, inclusive dermatite de fralda ou amoniacal;
dermatites eczematosas; feridas com processo inflamatório intenso; feridas em fase
proliferativa com pouco ou nenhum exsudato; fístula extra bucal com secreção,
processos inflamatórios na face (impetigo nasal, ressecamento perilabial, eczemas,
dermatites, abrasão por trauma)
- Modo de uso: aplicar no local afetado 2 a 3 vezes ao dia após higienização com
solução fisiológica.
As plantas medicinais podem ser uma alternativa de grande relevância para
o processo de cicatrização de feridas, que começam a fazer parte da atenção à saúde
brasileira, considerando que seu uso seja validado por estudos para verificar seu
potencial cicatrizante, comprovação clínica, custos e benefícios, e a constante
atualização acerca das publicações realizadas1.
Formas de preparo

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Foto: decocto

Dependendo da planta a ser utilizada, de seus princípios ativos e da doença a


ser tratada, uma forma de preparo pode ser mais eficaz que outra. Logo, é necessário
que se tomem alguns cuidados e que se escolha o método mais eficiente de obtenção do
preparado. A seguir estão as principais formas de se trabalhar com plantas medicinais.

- INFUSÃO QUENTE
É o processo onde a preparação é feita jogando-se água fervente sobre as
plantas, numa vasilha, deixando tampadas em repouso por algum tempo. É utilizada
para folhas, flores e cascas finas.
Processo de preparação:
Ferver a água;
Adicionar a erva com o fogo desligado;
Tampar e deixar por cinco a dez minutos em repouso;
Coar em seguida;

31
A quantidade de erva varia segundo a espécie, sendo normalmente de 5 g
para cada 100 ml de água; ou 1 colher de sopa da planta fresca ou seca , para cada
xicara de água em ebulição.
Posologia:
40 a 80 ml -2 a 3 vezes ao dia.
Conservação e Validade:
Devem ser usadas no dia em que forem preparadas, ou seja, no máximo por
24 horas.
Materiais necessários:
Chaleira de vidro, inox, barro ou ágata, bule com tampa, coador ou tecido
para filtrar, xícaras, fogão e plantas escolhidas.
Obs: As doses especificas para cada planta são encontradas nas respectivas
monografias.

DECOCÇÃO (Cozimento)
- É uma operação que consiste em ferver a água junto com fragmentos de
plantas num recipiente onde coloca-se as plantas e em seguida água fria. O tempo de
cozimento é determinado pela Farmacopeia Brasileira. Preparada com as partes duras
como cascas, ramos e frutos.
Processo de preparação:
Colocar a erva em um recipiente adequado junto com água fria
Ferver em fogo brando por 05 a 15 minutos;
Retirar do fogo e deixar em repouso por 20 a 30 minutos;
Coar em seguida; O volume de água deve ser proporcional a:
Quatro vezes o peso da parte usada da planta, se esta for macia (folha);
Oito vezes o peso da parte usada da planta, se esta for moderadamente
macia (caule);
Dezesseis vezes o peso da parte usada da planta, se esta for dura (raiz).
Posologia:
40 a 50 ml -2 a 3 vezes ao dia.
Esta dose pode variar para mais ou para menos, dependendo da constituição
e do poder digestivo da pessoa

COLUTORIO (BOCHECHOS) E GARGAREJOS

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Prepara-se um chá por decocção/infusão de ervas medicinais. Utiliza-se
este preparado para higienização e tratamento de afecções das gengivas, mucosas,
amígdalas e faringe. O uso é externo, enxagua-se a garganta gargarejando várias vezes
ao dia, preferencialmente de manhã e à noite.
Conservação e Validade:
Devem ser consumidas no máximo por 12 horas.
Materiais necessários:
Recipiente de preferência de aço esmaltado, podendo ser de vidro, ágata, ou
barro, coador, ou tecido para filtrar, xícara, fogão e plantas escolhidas.

São preparações com ervas medicinais, utilizadas especialmente para uso


externo.
Processo de preparação:
Prepara-se a decocção ou infusão das plantas utilizando geralmente de 30 a
60 g da planta para 1 litro de água.
Deixa-se em infusão ou decocção por 20 a 40 minutos.
Filtrar-se e utiliza em quantidade suficiente para cobrir a parte afetada, que
deve permanecer por cerca de 20 minutos.
Conservação e Validade:
Devem ser preparados na hora da utilização.
Materiais necessários:
Panela de aço inoxidável para preparar o liquido, ervas medicinais e
recipiente para acondicionar.

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É o processo onde se aplica um macerado quente ou frio de plantas
medicinais com a finalidade de se reduzir uma inflamação e/ ou dor local
Processo de preparação:
Os cataplasmas podem ser empregados de várias formas:
Ervas frescas ao natural, podem ser aplicadas diretamente sobre as partes
doloridas ou inflamadas;
Ervas secas em saquinhos, frias ou quentes, conforme o caso.
Usa-se para câimbras, neuralgias, dor de ouvido, etc;
Em forma de pasta. Socam-se as plantas frescas formando uma papa que se
coloca sobre o local dolorido, diretamente ou entre dois panos. Quando não se tem ervas
frescas, podem-se usar as ervas secas. Neste caso, prepara-se uma decocção ou infuso,
acrescenta-se farinha enquanto quente até formar uma pasta e coloca-se num pano limpo
e aplica-se sobre a região afetada.
Conservação e Validade:
Devem ser preparados na hora de serem utilizados.
Materiais necessários:
Plantas escolhidas; recipiente preferencialmente de aço inoxidável; tecido de
algodão.

Consiste em mergulhar um pano limpo, um pedaço de algodão em um


preparado líquido (chá, infusão, suco, etc.) e aplicá-lo diretamente sobre a parte que
deve ser tratada, deixando vários minutos.
Processo de preparação:
Preparar o suco, infusão ou decocção da planta desejada;
Mergulhar um pano limpo ou pedaço de algodão neste líquido;
Aplicar quente ou frio sobre o local indicado, renovando frequentemente.
O tempo de aplicação deve ser de 5 a 20 minutos, dependendo da atividade
da planta utilizada e da gravidade do processo.
Conservação e Validade:

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Devem ser preparados na hora da utilização.
Materiais necessários:
Panela de aço inoxidável para preparar o liquido, pedaço de algodão ou
pano limpo e plantas escolhidas.

É uma preparação que se aproveita a ação combinada de vapor de água


quente com o aroma das drogas voláteis, como o eucalipto, alecrim, etc. Sua preparação
e uso exigem rigoroso cuidado, principalmente quando se trata de crianças, por causa do
risco de queimaduras.
Processo de preparação:
Coloca-se água fervente sobre porções de drogas contidas em uma panela,
ou pode ser 1 a 2 gotas ou 1 colher de sopa de óleo impregnado em 500 ml de água
fervente.
Aspira-se os vapores, quando levantar fervura, aspirando por meio de um
funil de cartolina. Pode-se também utilizar uma toalha cobrindo a cabeça, e caindo
sobre a vasilha com a infusão.
Respirando fundo pelo nariz, pausadamente e expelindo o ar, durante mais
ou menos 15 minutos.
Conservação e Validade:
Devem ser preparados na hora da utilização.
Materiais necessários:
Recipiente para preparar o chá, funil de cartolina ou uma toalha para cobrir
e plantas escolhidas.

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Associação de plantas à água natural, filtrada, deixando-as submersas por
um período de 10 a 24 horas.
Processo de preparação:
Limpar a droga
Fazer pó grosseiro ou picar as ervas bem
Colocar as plantas em um recipiente de aço ou vidro e adicionar seis vezes
água em relação ao peso da planta
Deixar em repouso pelo período de 10 a 24 horas
Filtrar
Guardar em recipiente esterilizados, livres de umidade
Armazenar em recipientes esterilizados, livres de umidade
Posologia:
40 a 80 ml; 2 a 3 vezes ao dia.
Conservação e Validade:
Deve ser utilizada em 24 horas, no máximo.
Obs: A vantagem deste método é conservar os sais minerais e as vitaminas
das plantas.

São preparações em que se emprega óleos vegetais (gergelim, coco, rícino,


girassol etc) associadas a plantas medicinais por um processo fervura para incorporação
dos princípios ativos lipossolúveis aos óleos;

Processo de preparação:
Preparar os sucos frescos ou a decocção das plantas ou a pasta das plantas
medicinais escolhidas
Colocar o óleo numa panela de preferência de inox
Adicionar os sucos, decocção e pasta, se for o caso, misturar bem e levar ao
fogo moderado
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Ferver a mistura, mexendo constantemente, evitando que se derrame e
ocorra a sua carbonização até a completa desidratação do material, ou seja, que que toda
a parte aquosa tenha evaporado.
Para assegurar que toda a parte aquosa tenha sido eliminada, uma porção do
sedimento deve ser colocado no fogo. Uma chama silenciosa e estável, indica ausência
de água, enquanto uma chama instável e crepitante indica a presença de água no
material.
Quando o ponto estiver atingido, desligar o fogo, esperar esfriar e filtrar
com auxílio de um tecido ou peneira.
Embalar em frascos de vidro ou pet, rotular. Após a preparação, estocar por
um período de sete dias antes de sua utilização.
Modo de uso:
A maioria dos óleos é indicada para uso externo. A aplicação deve ser feita
através de massagens ou fricções, na direção dos pelos de do corpo do paciente,
seguidas de fomentação ou aquecimento das partes massageadas. Ocorre uma absorção
por via cutânea, o que promove uma ação terapêutica rápida e eficaz. As propriedades
terapêuticas são aquelas das plantas medicinais utilizadas em sua preparação
Conservação e validade:
Conservar em frascos pet ou vidro fechados, ao abrigo da luz. Valido
normalmente por 18 meses, se bem acondicionados.
Materiais necessários:
Vasilha de aço inoxidável, espátula resistente e de cabo longo, concha, pano
para filtragem, peneira, pilão, pistilo, liquidificador, plantas medicinais escolhidas
ÓLEOS MEDICINAIS:
São preparações em que utiliza plantas medicinais aromáticas, geralmente
por um processo de maceração. Podem ser preparados por simples dissolução da tintura
em um óleo fixo (oliva, canola, rícino, girassol, etc.) ou por extração de princípios
ativos por maceração à frio ou ainda com aquecimento entre 60 e 70 graus. A proporção
entre óleo e planta medicinal deve ser de 10%
Processo de preparação:
Colocar a planta medicinal em frasco esterilizado
Acrescentar o óleo desejado até cobrir
Tampar e deixar macerando por 14 a 21 dias em local escuro

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Filtrar no final. Embalar em frascos de preferência âmbar em local seco e
escuro, rotular
Conservação e Validade:
Frascos de vidro âmbar ou pet âmbar de preferência.
Validade, normalmente 12 meses.

São preparações sob a forma de pós finos e secos de plantas. Pode ser
preparado com folhas, flores, cascas, raízes, sementes
Processo de preparação:
Secar a planta até ficar quebradiça
Submeter as plantas secas à trituração até obter-se pó fino
Coá-lo com o auxílio de uma peneira ou tecido
O pó obtido deve ser fino, a ponto de se tornarem amorfos, e devem estar
perfeitamente secos.
Posologia:
Geralmente 1 a 3 gramas, 2 ou 3 vezes ao dia
Conservação e Validade:
Devem ser conservadas em frascos de vidros, plástico (polietileno). Retém
sua potência integral por um período de 2 meses, quando começam a perdê-la
gradualmente. A não ser que sejam contaminadas por insetos ou fungos, ou sujeitas a
umidade, permanecem ativas por um ano.
Materiais necessários:
Pilão com pistilo, peneira fina ou tecido de malha fina, recipiente para
armazenar de preferência vidro ou plástico (polietileno) ou recipientes de metal e
plantas escolhidas.
OBS.: Quando produzidos em larga escala, utiliza-se desintegradores,
pulverizadores e moinhos.

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O suco é obtido espremendo-se o fruto. Já para se obter o sumo, a planta
fresca deve ser triturada num pilão ou liquidificador. Se a planta apresentar pouco
líquido, depois de uma hora de repouso acrescenta-se um pouco mais de água e tritura-
se novamente, recolhendo o líquido liberado. O suco ou sumo deve ser consumido no
momento em que foi preparado.
SUCO FRESCO
Extrato de uma planta verde e fresca, feito ao triturar com um pilão ou
utilizando uma máquina de moer.
Processo de Preparação:
Planta verde:
Coletar a planta fresca livre de insetos e higienizá-la
Cortar em pedaços pequenos e triturar grosseiro
Espremer e coletar o líquido em um recipiente de aço inoxidável ou vidro de
preferência
Planta seca:
Obter pó limpo e seco da droga
Adicionar água, o mesmo peso ou o dobro do peso, dependendo da natureza
da droga
Deixar em maceração ou de molho por 24 horas em um recipiente de aço
inoxidável ou vidro
Espremer e coletar o líquido, filtrando-o
Posologia:
10 – 20 ml por dose, 2 a 3 vezes ao dia.
Conservação e Validade:
Devem ser utilizados por no máximo 24 horas
Materiais necessários:

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Liquidificador, ou pilão e pistilo, espremedor, coador ou tecido para filtrar
ou peneira, recipiente para colher de preferência aço inoxidável ou vidro, frascos para
armazenar e plantas escolhidas.

Trata-se de uma das formas de preparo mais utilizadas para se conservar os


princípios ativos das plantas medicinais, pois a maioria deles é solúvel em álcool.
É como se fosse uma maceração, mas com alguns cuidados especiais. O
álcool deve ser de preferência de cereais, pois tem qualidade superior (apesar de custar
cerca de 5 vezes mais que o álcool comum).
Colocam-se as partes da planta trituradas junto ao álcool em um recipiente
escuro, num lugar ao abrigo da luz, de 10 a 15 dias, agitando-se diariamente.
Após esse tempo, filtra-se o resíduo, que deve ser conservado também em
um frasco escuro (tipo âmbar). O líquido pode ser consumido na forma de gotas diluídas
em água fria (para uso interno) ou em pomadas e fricções (para uso externo). Há
controvérsias quanto às quantidades e proporções de álcool a ser utilizadas. Comumente
são seguidas tais proporções: Para plantas frescas: 500g da planta fresca em 1L de
álcool. Para plantas secas: 250g da planta seca em 700ml de álcool e 300ml de água.

São medicamentos líquidos, viscosos, os quais se obtém misturando sucos,


decoctos, infuso ou macerados, com açúcar, levando ao fogo brando até consistência desejada.

Processo de Preparação:

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O açúcar ou rapadura deve ser completamente dissolvido no meio líquido, que
pode ser uma decocção ou suco de plantas medicinais.
O meio líquido é geralmente equivalente à quantidade do agente adoçante em
peso.
O aquecimento deve ser lento e estável, mexendo-se constantemente até
consistência de mel.
Esfriar, acondicionar e rotular.
Conservação e Validade:
Os xaropes devem ser estocados em frascos de vidro esterilizados de preferência
âmbar bem tampados. Se bem preparados, conservam-se por um período de 12 meses.
Materiais necessários:
Panela de aço inoxidável ou metais revestidos de estanho, colher para
homogeneização, peneira para filtrar, frascos de vidro ou plástico (Pet) de preferência âmbar
para armazenar,
Xarope outro modo:
Colocar para ferver duas partes de água e três partes de açúcar ou rapadura, até
dissolver;
Juntar uma medida do suco da planta ou do fruto para cinco medidas da mistura
água/açúcar preparada;
Ferver por mais dois minutos;
Conservação e Validade:
Guardar em garrafas limpas e escaldadas, ou frascos de vidro âmbar ou plástico
limpos e esterilizados com álcool a 70 por cento, em local fresco ou na geladeira. Se apresentar
sinal de coalhado ou cheiro azedo, não usar. Tendo validade de 15 dias.

Xarope feito com Tintura:


Processo de preparação:
Medir as tinturas e colocar em um recipiente adequado.
Adicionar o mel ou calda de açúcar frio até completar o volume desejado
Misturar até ficar homogêneo, embalar em frascos de vidro ou plástico
esterilizados, rotular.
Conservação e Validade:
Geralmente a validade é maior, pode permanecer ativo por 12 meses

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Referências
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Boas Práticas Agrícolas
(BPA) de plantas medicinais, aromáticas e condimentares / ed. preliminar Marianne
Christina Scheffer, Cirino Corrêa Júnior; Coordenação, Maria Consolacion Udry,
Nivaldo Estrela Marques e Rosa Maria Peres Kornijezuk. – Brasília : MAPA/SDC,
2006. 48 p.

GUARIM NETO, G. Plantas medicinais. 1996a. (Cadernos do NERU – Educação


Ambiental,5). GUARIM NETO, G. Etnobotânica Mato-Grossense: o homem e o uso
dos recursos vegetais do cerrado, Pantanal e floresta. In: SIMPÓSIO DE
ETNOBIOLOGIA E ETNOECOLOGIA,1., 1996b, Feira de Santana. p.46.

ALBUQUERQUE, J. M. Plantas tóxicas no jardim e no campo. 1991. p. 29.

VILELLA, T. etal, PLANTAS MEDICINAIS E TÓXICAS, Corumba – MS – 2000

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(http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/Adubacao_organica_todos_os_residuos
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/principal.htm

Farm. Mara Rúbia F. de Freitas., Curso preparações Fitoterápicas /Coleta e preparação


de plantas medicinais

SENNA, P. A. C. & MAGRIN, A. G. E., A IMPORTÂNCIA DA "BOA"


IDENTIFICAÇÃO DOS ORGANISMOS FITOPLANCTÔNICOS PARA OS
ESTUDOS ECOLÓGICOS
Conhecendo as Plantas Medicinais e as Plantas Tóxicas

http://aps.bvs.br/aps/quais-plantas-medicinais-sao-indicadas-para-cicatrizacao-de-
feridas/?post_type=aps&l=pt_BR

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