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Linguagem Verbal e Não-Verbal
É muito interessante observar que para manter uma comunicação não é preciso
usar a fala e sim utilizar uma linguagem, seja, verbal ou não-verbal.
Soneto de Fidelidade
Anotações
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Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 5
Nova Ortografia
Esteja atento às alterações previstas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A partir
de 2009, as novas regras linguísticas entrarão em vigor oficialmente.
1 - ACENTO AGUDO
a) Nos ditongos (encontros de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das
palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).
Exemplos:
idéia -> ideia geléia -> geleia bóia -> boia jibóia -> jiboia
Mais exemplos: alcaloide, alcateia, apoio, assembleia, asteroide, celuloide, colmeia, Coreia,
epopeia, estreia, heroico, joia, odisseia, onomatopeia, paranoia, plateia, proteico, etc.
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam sendo
acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis,
herói, heróis, troféu, troféus, chapéu, chapéus, anéis, dói, céu, ilhéu.
Exemplos:
b) Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos formando hiato (sequência de duas vogais
que pertencem a sílabas diferentes), quando vierem após um ditongo. Veja:
Atenção: se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final (ou seguidos
de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, Piauí.
c) Nas formas verbais que possuem o u tônico precedido das letras g ou q e seguido
de e ou i. Esses casos ocorrem apenas nas formas verbais de arguir e redarguir. Observe:
Ela não pára de dançar. A mãe péla o bebê para dar-lhe banho.
Ela não para de dançar. A mãe pela o bebê para dar-lhe banho.
Este é o pólo norte. Os garotos gostam de jogar pólo.
3 - ACENTO CIRCUNFLEXO
Mais exemplos: abençoo (abençoar), coo (coar), coroo (coroar), doo (doar), moo (moer),
perdoo (perdoar), povoo (povoar), voos (plural de voo), zoo (zoar).
b) Nas terminações êem, que ocorrem nas formas conjugadas da terceira pessoa do plural
dos verbos ler, dar, ver, crer e seus derivados.
4 - TREMA
O trema, sinal gráfico utilizado sobre a letra u dos grupos que, qui, gue, gui, deixa de existir
na língua portuguesa. Lembre-se, no entanto, que a pronúncia das palavras continua a
mesma.
Exemplos:
Atenção: o acordo prevê que o trema seja mantido apenas em nomes próprios de origem
estrangeira, bem como em seus derivados.
Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.
5 – ALFABETO
O alfabeto passará a ter 26 letras. Além das atuais, serão incorporadas oficialmente as
letras k, w e y. Observe a posição das novas letras no alfabeto:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q RS T U V W X Y Z
Essas letras poderão aparecer em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras
e seus derivados. Exemplos: km, playground, watt, Kafka, kafkiano, etc.
6 – HÍFEN
c) Não se utilizará mais o hífen nas palavras que, pelo uso, perderam a noção de
composição. Veja:
Uso do Hífen:
Com o novo acordo, o hífen passará a ser utilizado quando a palavra for formada por um
prefixo terminado em vogal e a palavra seguinte iniciar pela mesma vogal. Observe o
exemplo abaixo:
Dúvidas?
As dúvidas que porventura surgirem acerca da nova ortografia podem ser resolvidas por
meio do novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), cuja elaboração
compete à Academia Brasileira de Letras.
Anotações
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As palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das
paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas
paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas,
por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.
Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima
Paroxítonas
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri, lápis
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis
Observações:
1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam
em "ens", não (hifens, jovens).
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).
Exemplos:
várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início
Oxítonas
Sílaba tônica: última
Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
Monossílabos
Monossílabos Átonos
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas
átonas do vocábulo a que se apoiam.
Exemplos:
o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.
Observações:
1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados por artigos,
pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições, conjunções).
Exemplos:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono)
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo agora.
(átono)
Saiba que:
Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos, produzem formas oxítonas ou
monossilábicas que devem ser acentuadas por acabarem assumindo alguma das
terminações contidas nas regras.
Exemplos:
Acento de Insistência
Exemplos:
Está muuuuito frio hoje!
Ele é um miserável! (sentimento de cólera ou desprezo)
Isto é abominável! (sentimento de cólera ou repulsa)
Olha que amor! (sentimento de afeto)
Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.
Regras Especiais
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e
não êi), são acentuados.
Veja:
éi (s): anéis, fiéis, papéis
éu (s): troféu, céus
ói (s): herói, constrói, caubóis
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia,
plateia, etc.
Atenção:
a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e não por possuir
ditongo aberto "ói").
Hiatos
Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles
sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-
nh".
Exemplos:
sa - í – da e - go - ís –mo sa - ú - de
ju – iz ra – iz ru – im ca - ir
Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos, mas por
outras razões.
Veja os exemplos abaixo:
po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".
Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no
singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:
Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos são utilizados para diferenciar
palavras homógrafas (de mesma grafia).
Veja:
a) pôde/pode
Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder. Pode é a forma do
presente do indicativo.
Exemplos:
O ladrão pôde fugir.
O ladrão pode fugir.
b) pôr/por
Pôr é verbo e por é preposição.
Exemplos:
Você deve pôr o livro aqui.
Não vá por aí!
Para acentuar as formas verbais com pronome oblíquo em ênclise (depois do verbo) ou
mesóclise (no meio do verbo), cada elemento deve ser considerado como uma palavra
independente.
Observe:
jogá-lo
jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem acento)
jogá-lo-íamos
jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem acento)
íamos = proparoxítona (portanto, com acento)
Acento Grave
O acento grave usa-se exclusivamente para indicar a crase da preposição "a" com os
artigos “a”, “as” e com os demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo: à, às,
àquele(s), àquela(s), àquilo.
Crase
Observe:
Vou a a igreja.
Vou à igreja.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige
preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde
que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já
especificados.
Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do
artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não
haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assistimos a espetáculos magníficos.
- Diante de verbos no infinitivo:
Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é
apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas
senhora, senhorita e dona:
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo
método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na
nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase.
Exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)
- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda
de fique subentendida):
Exemplo:
Dormiram até as/às 14 horas.
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto,
admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija
a preposição "a". Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo
feminino "a", deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a
preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que esse nome
de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.
Exemplo:
Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)
Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)
Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a".
Exemplo:
Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.
Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.
Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
A Palavra Distância
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios
femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Contei a Laura o que havia ocorrido. Contei a Pedro o que havia ocorrido.
Contei à Laura o que havia ocorrido. Contei ao Pedro o que havia ocorrido.
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você.
Diga a sua irmã que estou esperando por Diga a seu irmão que estou esperando por
ela. ele.
Diga à sua irmã que estou esperando por Diga ao seu irmão que estou esperando por
ela. ele.
Ortoépia ou Ortoepia
A palavra ortoépia se origina da união dos termos gregos orthos, que significa "correto"
e hépos, que significa "palavra". Assim, a ortoépia se ocupa da correta produção oral das
palavras.
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 19
1) A perfeita emissão de vogais e grupos vocálicos, enunciando-os com nitidez, sem
acrescentar nem omitir ou alterar fonemas, respeitando o timbre (aberto ou fechado) das
vogais tônicas, tudo de acordo com as normas da fala culta.
CORRETAS ERRÔNEAS
adivinhar advinhar
advogado adevogado
apropriado apropiado
aterrissar aterrisar
bandeja bandeija
bochecha buchecha
boteco buteco
braguilha barguilha
bueiro boeiro
cabeleireiro cabelereiro
caranguejo carangueijo
eletricista eletrecista
empecilho impecilho
estupro, estuprador estrupo, estrupador
fragrância fragância
frustrado frustado
lagartixa largatixa
lagarto largato
mendigo mendingo
meteorologia metereologia
mortadela mortandela
murchar muchar
paralelepípedos paralepípedos
pneu peneu
prazerosamente prazeirosamente
privilégio previlégio
problemas poblemas ou pobremas
próprio própio
proprietário propietário
psicologia, psicólogo pissicologia, pissicólogo
salsicha salchicha
sobrancelha sombrancelha
superstição supertição
Em muitas palavras há incerteza, divergência quanto ao timbre de vogais tônicas /e/ e /o/.
Recomenda-se proferir:
Com timbre aberto: acerbo, badejo, coeso, grelha, groselha, ileso, obeso, obsoleto, dolo,
inodoro, molho (feixe, conjunto), suor.
Com timbre fechado: acervo, cerda, interesse (substantivo), reses, algoz, algozes, crosta,
bodas, molho (caldo), poça, torpe.
Observe os exemplos.
1) São oxítonas:
Condor, novel, ureter, Mister, Nobel, ruim
2) São paroxítonas:
Austero, ciclope, Madagáscar, recorde, caracteres, filantropo, pudico(dí), rubrica
3) São proparoxítonas:
Aerólito, lêvedo, quadrúmano, munícipe, trânsfuga
Observe os exemplos a seguir, sabendo que a primeira pronúncia dada é a mais utilizada
na língua atual.
acrobata – acróbata
réptil – reptil
Bálcãs – Balcãs
xerox – xérox
projétil – projetil
zangão - zângão
Ortografia
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras.
Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das
palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados).
É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de
grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em
que a língua portuguesa é oficial.
A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário
sempre que houver dúvida.
O Alfabeto
Veja:
Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo.
Exemplos: caixa, frouxo, peixe
Exceção: recauchutar e seus derivados
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados
(enchente, enchimento, preencher...)
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que
ocorre de acordo com a origem da palavra.
Veja os exemplos:
gesso: Origina-se do grego gypsos
jipe: Origina-se do inglês jeep.
Emprega-se o J:
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear
Exemplos:
arranjar: arranjo, arranje, arranjem
despejar: despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem
Exemplos:
catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose
5) Após ditongos
Exemplos:
coisa, pouso, lousa, náusea
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados
Exemplos:
pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
repus, repusera, repusesse, repuséssemos
Emprega-se o Z:
Exemplos:
cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender)
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 24
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.
Veja os exemplos:
Observe:
Emprega-se o S:
Exemplos:
expandir- expansão
pretender- pretensão
verter- versão
expelir- expulsão
estender- extensão
suspender- suspensão
converter – conversão
repelir- repulsão
Emprega-se Ç:
Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"
Exemplos:
ater- atenção torcer- torção
deter- detenção distorcer-distorção
manter- manutenção contorcer- contorção
Emprega-se o X:
Exemplos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe
Emprega-se Sc:
Nos termos eruditos
Exemplos:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio,
imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
Emprega-se Sç:
Na conjugação de alguns verbos
Exemplos:
Emprega-se o Xc e o Xs:
Em dígrafos que soam como Ss
Exemplos:
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar
Emprega-se o E:
Exemplos:
magoar - magoe, magoes
continuar- continue, continues
Exemplos:
antebraço, antecipar
Emprega-se o I :
Exemplos:
cair- cai
doer- dói
influir- influi
Exemplos:
Anticristo, antitetânico
Veja os exemplos:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização)
soar (emitir som) e suar (transpirar)
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque.
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua
Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como
símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-
se desta forma devido a sua origem na forma latina hodie.
Emprega-se o H:
1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos substantivos derivados
como baiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado.
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua composição. No
entanto, seus derivados eruditos sempre são grafados com h.
Veja:
herbívoro, hispânico, hibernal.
Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda que seja no
inferno, é estar no Paraíso."
Observações: - No início dos versos que não abrem período, é facultativo o uso da letra
maiúscula.
Por Exemplo:
"Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
e esquecer o mundo inteiro."
- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.
Por Exemplo:
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra."
(Manuel Bandeira)
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula quando são empregados em
sentido geral ou indeterminado.
Exemplo:
Todos amam sua pátria.
Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos cardeais são grafados
com letra maiúscula.
Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)
Lembre-se:
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.
Exemplo:
b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nomes sagrados e que designam
crenças religiosas.
Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
Santa Maria ou santa Maria.
Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos cardeais são grafados
com letra maiúscula.
Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)
Lembre-se:
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.
Exemplo:
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra."
(Manuel Bandeira)
Anotações
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POR QUE
POR QUÊ
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação,
de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à
posição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico.
Exemplos:
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
Será deselegante se você perguntar novamente por quê!
PORQUE
A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como.
Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa.
Exemplos:
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?
PORQUÊ
O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geralmente, sugerindo a ideia
de união semântica. As regras de emprego do hífen são muitas, o que faz com que
algumas dúvidas só possam ser solucionadas com o auxílio de um bom dicionário.
Entretanto, é possível reduzir a quantidade de dúvidas sobre o seu uso, ao observarmos
algumas orientações básicas.
Conheça os casos de emprego do hífen (-):
1) Na separação de sílabas.
Exemplos:
vo-vó;
pás-sa-ro;
U-ru-guai.
Obs.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de
composição, grafam-se sem hífen: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
paraquedas, paraquedista, etc.
6) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, grão, ou por forma
verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigos.
Exemplos:
Grã- Bretanha, Grão -Pará;
Passa-Quatro, Quebra-Costas, Traga-Mouros, Trinca-Fortes;
Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios,
Montemor-o-Novo, Trás-os-Montes.
Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e
zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido:
bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental, com hífen) e bico de papagaio
(deformação nas vértebras, sem hífen).
8) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem.
Exemplos:
além-mar, aquém-fronteiras, recém-nascido, sem-vergonha.
9) Usa-se o hífen sempre que o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a
outra palavra.
Exemplos:
anti-inflacionário, inter-regional, sub-bibliotecário, tele-entrega, etc.
10) Emprega-se hífen (e não travessão) entre elementos que formam não uma palavra,
mas um encadeamento vocabular:
Exemplos:
A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
A ponte Rio-Niterói;
A ligação Angola-Moçambique;
A relação professor-aluno.
11) Nas formações por sufixação será empregado o hífen nos vocábulos terminados por
sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, tais como -açu, -
guaçu e -mirim, se o primeiro elemento acabar em vogal acentuada graficamente, ou por
tônica nasal.
Exemplos:
Andá-açu, capim-açu, sabiá-guaçu, arumã-mirim, cajá-mirim, etc.
13) Nas locuções não se costuma empregar o hífen, salvo naquelas já consagradas pelo
uso.
Exemplos:
café com leite, cão de guarda, dia a dia, fim de semana, ponto e vírgula, tomara que caia.
Locuções consagradas:
Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de composição. Veja o quadro a seguir:
Importante
1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo ‘co-’. Ele irá se juntar ao
segundo elemento, mesmo que este se inicie por 'o' ou 'h'. Neste último caso, corta-se o
'h'. Se a palavra seguinte começar com 'r' ou 's', dobram-se essas letras.
Exemplos:
preeleger, preexistência, reescrever, reedição.
Exemplos:
antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, autorretrato, contrarregra, contrassenso,
extrasseco, infrassom, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.
Atenção:
Não confunda as grafias das palavras autorretrato e porta-retrato. A primeira é
composta pelo prefixo auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da
consoante 'r'. 'Porta-retrato', por outro lado, não possui prefixo: o elemento 'porta' trata-
se de uma forma do verbo "portar". Assim, esse substantivo composto deve ser sempre
grafado com hífen.
Exemplos:
antiaéreo, autoajuda, autoestrada, agroindustrial, contraindicação, infraestrutura,
intraocular, plurianual, pseudoartista, semiembriagado, ultraelevado, etc.
5) Não se utilizará o hífen nas formações com os prefixos des- e in-, nas quais o segundo
elemento tiver perdido o "h" inicial.
Lembre-se:
Não se usa o hífen em palavras com os elementos "bi", "tri", "tetra", "penta", "hexa", etc.
Exemplos:
bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridimensional, trimestral, triênio, tetracampeão,
tetraplégico, pentacampeão, pentágono, etc.
Observações:
- Em relação ao prefixo "hidro", em alguns casos pode haver duas formas de grafia.
Exemplos:
"Hidroavião" e "hidravião";
"hidroenergia" e "hidrenergia"
- No caso do elemento "socio", o hífen será utilizado apenas quando houver função de
substantivo (= de associado).
Exemplos:
sócio-gerente / socioeconômico
- Travessão e Hífen
Não confunda o travessão com o hífen: o travessão é um sinal de pontuação mais longo do
que o hífen.
- Hífen e translineação
Havendo coincidência de fim de linha com o hífen, deve-se, por clareza gráfica, repeti-lo
no início da linha seguinte.
Exemplos:
ex-
- alferes
guarda-
-chuva
Por favor, diga-
-nos logo o que aconteceu.
Conheça algumas diferenças de significação que o uso (ou ausência) do hífen pode
provocar:
Anotações
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Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 36
Sinais de Pontuação
Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não
consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos
e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como
finalidade:
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior
clareza e simplicidade.
Vírgula ( , )
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação
do período. Geralmente é usada:
a) uma conjunção
Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Exemplo:
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
c) um vocativo
Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Exemplo:
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em
Deus.
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua
ocorrência:
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade,
consequência, por exemplo)
Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
Ponto e vírgula ( ; )
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à
melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o
período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:
- Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre
si.
Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.
- Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos
separados por vírgula.
Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.
O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída.
Emprega-se, geralmente:
Veja:
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma.
Exemplos:
ratificar/retificar, censo/senso, etc.
Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si " (=
cada um por sua vez, isoladamente).
Ponto Final ( . )
O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é
descendente. Emprega-se, principalmente:
- Nas abreviaturas.
Exemplos:
Sr. (Senhor)
Cia. (Companhia)
Ponto de Interrogação ( ? )
Note que:
Ponto de Exclamação ( ! )
Reticências ( ... )
- Para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
Exemplo:
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do
nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também,
se não vier em um ano..." (Machado de Assis)
Saiba que
As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de
sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e
poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.
Parênteses ( ( ) )
Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não
pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:
- Para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)
Exemplo:
" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau,
Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)
- Para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos
travessões.
Exemplo:
Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros
apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
(Oswald de Andrade)
Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas
alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as
alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula).
Por Exemplo:
No Brasil existem mulheres:
a) morenas;
b) loiras;
c) ruivas.
Os Parênteses e a Pontuação
1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem
manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto.
2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso.
Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses.
Exemplos:
É importante ter atenção ao uso dos parênteses. (Eles exigem um cuidado especial!)
Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.
Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação
ficará externo.
Por Exemplo:
O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).
Travessão ( – )
- Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o
aposto.
Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem
– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron – Na mesa confundidos."
(Álvares de Azevedo)
As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:
Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as
palavras, conforme o exemplo:
Ontem assisti ao filme Central do Brasil.
Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos
escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:
Asterisco ( * )
*É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras
palavras.
Parágrafo ( § )
O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados,
iniciais das palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte.
Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra linha,
falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a +lines) e significa
distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.
Anotações
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Veja que neste caso não há um texto, há somente um grupo de palavras dispostas em uma
ordem qualquer. Mesmo que colocássemos estas palavras em uma ordem gramatical
correta: sujeito-verbo-complemento, precisaríamos ainda organizar o nível semântico do
texto, deixando-o inteligível.
Mas o nível semântico apresenta problemas, pois não é possível que o lanche coma o
menino, pelo menos neste contexto. Caso a frase estivesse empregada num sentido
figurado e em outro contexto, isto seria possível.
A COESÃO
Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe a atuação do advérbio
e do pronome no processo de e elaboração do texto.
Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos “Lá” e “ele” referem-se a Portugal e
Presidente, foram usados a fim de tornar o texto coeso.
Veja que neste caso omitiu-se a palavra “Presidente”, pois é subentendida no contexto.
*lexical: Quando são usadas palavras ou expressões sinônimas de algum termo
subsequente:
"O Presidente foi a Portugal. Na Terra de Camões foi homenageado por intelectuais e
escritores."
*por substituição: É usada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma
expressão com significado equivalente.
"O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos Esportes o fez também."
*por oposição: Empregam-se alguns termos com valor de oposição (mas, contudo,
todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto compreensível.
*por concessão ou contradição: São eles: embora, ainda que, se bem que, apesar de,
conquanto, mesmo que.
*por causa: São eles: porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que.
"Estávamos todos aqui no momento do crime e não vimos o assassino uma vez que nossa
visão fora encoberta por uma névoa muito forte."
*por condição: São eles: caso, se, a menos que, contanto que.
*por finalidade: São eles: para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a finalidade
de, com intenção de.
A COERÊNCIA
É muito confusa a distinção entre coesão e coerência, aqui entenderemos como coerência
a ligação das partes do texto com o seu todo.
Ao elaborar o texto, temos que criar condições para que haja uma unidade de coerência,
dando ao texto mais fidelidade.
“Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de mim, assustado nem olhei, saí
correndo, era um homem alto, estranho, tinha em suas mãos uma arma...”
Um milhão de dólares
“Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que parecia um saco de lixo, ao me
aproximar percebi que era um pacote...”
O que será que havia dentro do pacote? Veja como o narrador acabou com a história na
escolha infeliz do título.
A incoerência está presente, também, em textos dissertativos que apresentam defeitos de
argumentação.
Em muitas redações observamos afirmações falsas e inconsistentes. Observe:
“No fundo nenhuma escola está realmente preocupada com a qualidade de ensino.”
“Estava assistindo ao debate na televisão dos candidatos ao governo de São Paulo, eles
mais se acusavam moralmente do que mostravam suas propostas de governo, em um certo
momento do debate dois candidatos quase partem para a agressão física. Dessa forma,
isso nos leva a concluir que o homem não consegue conciliar ideias opostas é por isso que
o mundo vive em guerras frequentemente.”
Note que nos dois primeiros exemplos as informações são amplas demais e sem nenhum
fundamento. Já no terceiro, a conclusão apresentada não tem ligação nenhuma com o
exemplo argumentado.
Esses exemplos caracterizam a falta de coerência do texto.
Finalizando:
tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com cuidado,
pois a unidade do texto depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos.
“Saber ler um texto é saber fazer as inferências corretas ou plausíveis que cada trecho do
texto propicia.”
(Heronides Moura)
White Chapel
Uma família brasileira foi passar as férias na Alemanha. Durante um de seus passeios, os
membros da referida família, gostaram de uma pequena casa de verão que era alugada
para temporadas. Falaram com o proprietário, um Pastor Protestante e pediram-lhe que
mostrasse a casa, a qual muito agradou aos visitantes. Combinaram então, alugá-la para o
verão seguinte. Regressando ao Brasil, discutiam os planos para as próximas férias, quando
o chefe da família lembrou-se de não ter visto o banheiro. Confirmando o sentido prático
dos brasileiros, escreveu ao Pastor, para obter pormenores. A carta foi redigida assim:
"Sou membro da família que há pouco o visitou com a finalidade de alugar sua propriedade
no próximo verão, mas como esquecemos de um importante detalhe, muito lhe
agradeceríamos se nos informasse onde se encontra o W.C. Aguardando a sua resposta.
“Gentil Senhor,
Recebi sua carta e tenho o prazer de comunicar-lhe que o local a que se refere fica a
12 Km da casa. Isto é muito incômodo, sobretudo para quem tem o hábito de ir lá
a) o que não está dito, mas que, de certa forma, sustenta o que está dito;
d) outras maneiras diferentes de se dizer o que se disse e que significa com nuances
distintas etc.
Pressupostos
Pronomes adjetivos:
Cartinélio foi meu primeiro namorado na capital de mês estado.
Marcadores de Pressuposição
Determinadas conjunções:
Casei-me com uma menina bem alta, mas sou feliz.
Orações Adjetivas
Os americanos, que se consideram os guardiões da democracia, estão animados com seu
novo presidente.
Subentendido
SUBENTENDER: perceber ou compreender o que não está bem claro ou explicado, apenas
sugerido.
Em Para Entender o Texto, os autores definem os subentendidos, como: “[…] são as
insinuações escondidas por trás de uma afirmação” (PLATÃO; FIORIN, 2000, p. 244); em
Lições de Texto, “São insinuações, não marcadas linguisticamente, contidas numa frase ou
num conjunto de frases” (PLATÃO; FIORIN, 1997, p. 310).
Texto 01
Flu se reapresenta nesta terça e deve ter mudanças.
Texto 02
Globo muda programação para atender a nova classe C.
Texto 03
França acha mais partes do Airbus que caiu na costa do Brasil.
A ambiguidade
A ambiguidade lexical
A mesma ocorre sempre que uma palavra admite pelo menos uma dupla
interpretação num dado contexto, sendo que a mesma pode ser gerada por dois tipos de
fenômeno: a homonímia e a polissemia.
A Ambiguidade sintática
Ocorre quando apresenta problemas de ordem sintática quanto às funções que cada
termo exerce nas orações. Na ambiguidade sintática há duplo sentido não em relação ao
significado das palavras, mas em relação às funções dos termos.
A ambiguidade semântica
Resultam das diversas possibilidades de significado das palavras que ocorrem nas
frases. Vejamos o seguinte exemplo:
Esse tipo de ambiguidade ocorre quando palavras juntas sugerem uma terceira na
fala. Por exemplo, referindo-se ao Hino Nacional Brasileiro, alguém diz: “Nosso hino é
um dos mais poéticos do mundo”. A expressão Nosso hino sugere a palavra suíno. Na
escrita, porém, a visualização das palavras esclarece a ambiguidade.
Denotação e conotação
Atividades
Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente
no ato de fala produzido. O pressuposto é indiscutível tanto para o falante quanto para o
ouvinte, pois decorre, necessariamente, de um marcador linguístico, diferentemente de
outros implícitos (os subentendidos), que dependem do contexto, da situação de
comunicação. FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In: Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006.
p. 36-37. (Adaptado)
Nesse enunciado, é a presença da expressão “parar de” que instaura o pressuposto de que
João fumava antes.
Com base nas informações dadas acima e considerando essas duas manchetes de jornal,
indique:
Anotações
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La Liseuse,
PIERRE-AUGUSTE RENOIR (1841 — 1919)
Vamos estudar um pouco sobre a importância da leitura em nossas vidas, como também
como fazer um relato textual. Agora, olhe a imagem acima e retenha-se um pouquinho
admirando-a.
A pintura acima é bastante incentivadora, pois demonstra alegria e satisfação que o hábito
da leitura pode nos proporcionar. Contudo, aqui no Brasil, esses sentimentos joviais nem
sempre são alcançados por todos. Quer saber por quê? Então leia o texto informativo
sobre o 6º INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional – ano 2007), discuta-
o com seus colegas de sala e depois realize os exercícios solicitados:
Inaf 2007 mostra, no entanto, que pouco mais um quarto da população alcançou o nível
pleno de alfabetismo.
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 59
O Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional) de 2007 mostra uma redução no
percentual da população brasileira entre 15 e 64 anos que é considerada analfabeta
funcional. De acordo com o levantamento, o percentual de analfabetos absolutos passou
de 11% no período de 20042005 para 7% agora. Já o percentual dos alfabetizados com
nível rudimentar permaneceu praticamente estável, passando de 26% para 25%. A soma
dessas duas classificações indica o total de analfabetos funcionais, que passou de 37% em
2004-2005 para 32% em 2007.
“Ao mesmo tempo, podemos observar um contínuo crescimento no nível básico de
alfabetismo, que passou de 33% em 2001 para 40% em 2007”, acrescenta Ana Lima,
diretora-executiva do Instituto Paulo Montenegro, iniciativa do Ibope na área da Educação.
O Inaf é realizado em parceria pelo Instituto Paulo Montenegro e pela Ação Educativa, ONG
criada em 1994 com atuação na área de Educação.
Apesar nos números positivos no que se refere ao analfabetismo funcional e ao
alfabetismo nível básico, o Inaf de 2007 traz também conclusões preocupantes. O
percentual da população classificada no nível pleno de alfabetismo oscila, desde 2001, em
torno de um quarto do total de brasileiros, totalizando apenas 28% em 2007.
Ana Lima explica que, internacionalmente, as medidas de analfabetismo funcional
tomam por base os anos de estudo da população. Supostamente, ao completar a 4ª série
os alunos já deveriam dominar as habilidades básicas de alfabetismo. Do mesmo modo,
esperasse que, ao concluir o Ensino Fundamental (8ª série), os alunos alcancem o nível
pleno de alfabetismo. No entanto, os dados consolidados do Inaf no período de 2001 a
2007 mostram que, da população brasileira entre 15 e 64 anos com nível de escolaridade
de 1ª a 4ª série, apenas 31% apresentam nível básico de alfabetismo e 64% são
analfabetos funcionais; dos que completaram da 5ª a 8ª série, apenas 20% alcançam o
nível pleno de alfabetismo, enquanto 27% são analfabetos funcionais.
INTERPRETANDO O TEXTO:
[...]O mau leitor, na verdade, não se propõe a nenhum diálogo intermediado por
outra coisa que não seja seus próprios desejos interiores. A letargia, ou a preguiça,
acompanha e consagra o indivíduo que se mantém dominado por impulsos ou como
joguete de estímulos os quais não controla. Ele não se pergunta, por exemplo, - o que
sei sobre isso? O compromisso do aprendiz consigo mesmo, enquanto potencialmente um
aprendiz, não se realiza.
Como o aprendiz não se pergunta sobre o que sabe ou não sabe, não direciona
sua atenção, muito menos se concentra em qualquer leitura. Com esse tipo de
comportamento, não pode identificar quais sejam a ideias principais de um texto, assinalar
as partes mais importantes de um artigo ou confrontar os pontos de vista do autor com
os seus. Impossível, consequentemente, analisar, avaliar, julgar por parâmetros definidos,
externos, universais ou objetivos.
INTERPRETANDO O TEXTO:
"A charge é uma espécie de crônica humorística. Tem o caráter de crítica, provocando
o hilário, cujo efeito é conseguido por meio do exagero. O chargista utiliza o humor para
buscar o que está por trás dos fatos e personagens de que se trata.
ESTUDO DA LÍNGUA
O PRONOME
O pronome é uma palavra que tem como função substituir ou acompanhar um nome.
É uma classe de palavra muito útil na nossa comunicação oral e escrita, pois evita que
fiquemos repetindo várias vezes um mesmo nome em um texto. Veja, por exemplo, no
primeiro parágrafo do texto O que é um mau leitor? o uso que a autora fez do pronome
“Ele”, na quarta linha, para retomar a ideia “O mau leitor”, na primeira linha.
Localize outras situações nos textos e acompanhe atentamente seu professor na
explicação do quadro abaixo.
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 61
Pronomes pessoais
Átonos Tônicos
Singular 1ª Eu Quem fala me mim, comigo
EXERCÍCIO:
Reescreva o parágrafo abaixo fazendo a adequação necessária dos pronomes para evitar
repetições e dar sentido ao texto:
1) O bom leitor costuma ler com frequência o que faz o bom leitor avaliar o que lê e o
bom leitor ter bom vocabulário. Assim, o bom leitor tem habilidade para conhecer o valor
de um livro, já que sabe quando deve ler o livro até o fim ou quando deve parar de ler o
livro. Finalmente, o bom leitor compartilha as leituras dos livros com os amigos, pois quer
partilhar com os amigos a leitura dos livros que leu.
Anotações
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O texto que você lerá agora recebe o nome de tira. Ele geralmente circula em
jornais e, além de divertir, muitas vezes pode servir como questionamento frente à
sociedade na qual estamos inseridos. Nesta tira, em especial, seremos apresentados a
uma menininha de sete anos chamada Mafalda. Ela é muito esperta e faz com que em
suas histórias tomemos conhecimento de assuntos que são de gente grande. Observe
essas duas tiras e depois responda o que se pede:
EXERCÍCIOS
2) No primeiro balão, Miguelito diz à Mafalda: "A Suzanita disse que você tem uma
tartaruga e eu vim ver". Nesse enunciado, Miguelito suprime uma palavra facilmente
subentendida no contexto.
• Qual essa palavra?
• Caso Miguelito quisesse explicitado nome, mas sem repeti-lo, poderia empregar
um pronome. Como ficaria a frase com esse pronome?
É isso mesmo, palavras não criam a ideias. Geralmente acontece uma situação
muito comum em sala de aula: o professor dá um tema, o aluno começa a escrever
alucinadamente o primeiro parágrafo, inicia o segundo e... Trava! Por mais que ele tente,
não consegue continuar. Sabe por quê? Pois não têm ideia para continuar o caminho
escolhido.
Por isso, antes de você escrever é necessário planejar. Para ficar mais fácil, segue
um plano de trabalho. Isso realmente é muito importante!
1- quando for escrever sobre um tema, pense livremente sobre ele, anotando as ideias que
forem aparecendo.
2 - quando for produzir um texto descritivo, anote os elementos mais significativos, que
realmente caracterizam um objeto, uma pessoa, uma paisagem, um processo...
3 - caso seja um texto narrativo, defina os personagens, o cenário, tempo, conflito, o tipo
de narrador...
4 - no caso de um texto argumentativo, anote os argumentos a favor e contra a sua tese.
Em seguida, defina um posicionamento diante do tema.
5- coloque suas ideias em ordem, numa sequência organizada.
6 - selecione as melhores ideias, dando estrutura ao tema que será desenvolvido, sem
esquecer qual será o seu leitor, onde circulará seu texto, sua intenção, etc.
O RELATO PESSOAL
[...] Em santos, onde morávamos, minha mãe me lia histórias, meu pai gostava
de declamar poesias. Foi em um momento da escola - 6ª série hoje – que li do começo
ao fim um romance: Inocência, de Taunay. Essa é minha mais remota lembrança de
leitura de um romance brasileiro. Lia o livro aberto nos joelhos, afundada numa poltrona
velha e gorda, num quartinho com máquina de costura, estante cheia de livros e
quinquilharias e vez ou outra atrapalhada por uma gata branca chamada Minnie.
Até então leitura era coisa doméstica. Tinha a ver apenas comigo mesma, com os
livros que havia na estante de meu pai e com os volumes que avós, tias e madrinhas me
davam de presente. No cardápio destas leituras, Monteiro Lobato com seu sítio do pica-
pau amarelo, as aventuras de Tarzan, gibis e mais gibis.
Mas um dia a escola entrou na história.
Dona Célia, nossa professora de português, mandou a gente ler um livro chamado
Inocência. Disse que era um romance. Na classe tinha uma menina chamada Maria
Inocência. Loira desbotada, rica e chata. Muito chata. Alguma coisa em minha cabeça
dizia que um livro com nome de colega chata não podia ser coisa boa.
Foi por isso que com a maior má vontade do mundo é comecei a leitura do
romance. O livro começou bem chatinho, mas depois acabei me interessando por ele. Não
o incluo entre os melhores livros que li, mas foi ele quem me ensinou a ler romances e a
gostar deles, desconfiando primeiro, abrindo trilhas depois e, finalmente, me entregando
a história.
Depois vieram outros, em casa e na escola. Com o tempo virei uma profissional
da leitura, dando aula de literatura em colégios, cursinhos e faculdades.
Assim, livros e leituras foram ocupando espaços cada vez maiores. Na minha casa
e na minha vida. A estante do quartinho dos fundos ampliou-se. Falar de livros virou
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 64
profissão e muitos outros romances brasileiros continuaram a construção da leitora que
sou hoje.
Marisa Lajolo. Como e por que ler o romance brasileiro. Rj: objetiva, 2004.
EXERCÍCIO:
1) Nesse texto, a autora relata alguns fatos de sua vida relacionados à leitura.
• O que a autora chama de leitura doméstica?
• O livro indicado pela professora de português tinha o mesmo nome que o de uma
colega de classe: Inocência. Que relação feita pela autora a predispôs começar a
leitura do livro sem entusiasmo?
• Apesar da desconfiança inicial, o que o romance ensinou a autora? Por quê?
3) Os fatos relatados no texto são ficção ou episódios vividos pela autora? Que trecho do
primeiro parágrafo comprova sua resposta?
5) Levante hipóteses: por que a autora faz uso de certa informalidade em seu relato?
• Antes de começar a escrever o relato, pense nos leitores. Ele será lido por
colegas da sua classe de nivelamento, pelo professor e por seus familiares.
• Relate o episódio escolhido procurando situá-lo no tempo e no espaço,
citando as pessoas envolvidas, descrevendo o que você sentiu no momento,
etc. Escreva seu relato na primeira pessoa empregando os verbos no
passado.
• Faça um rascunho e, quando terminar de escrever seu texto, realize uma
revisão cuidadosa seguindo as orientações do quadro resumindo acima.
• Lembre-se, se precisar de ajuda, chame o professor. Agora, mãos à obra!
Anotações_______________________________________________________________
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Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 65
A DITADURA DA BELEZA
Fonte: www.arteonline.com.br/narciso
O MITO DE NARCISO
Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo
rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago. Era tão fascinado por si
mesmo que, certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e
terminou morrendo afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a
chamar de narciso.
O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente de terminar esta
história. Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – deusas do bosque –
e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas -Por que
você chora? – perguntaram as Oréiades.
-Choro por Narciso.
-Ah, não nos espanta que você chore por Narciso – continuaram elas. – Afinal de
contas, de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, apenas você era o único
que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.
-Mas Narciso era belo? – quis saber o lago.
-Quem mais do que você poderia saber disso? responderam surpresas, as
Oréiades. Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.
O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse:
-Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. Choro
por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava sobre minhas margens eu podia
ver, no fundo dos seus olhos, minha própria beleza refletida.
INTERPRETANDO O TEXTO:
1) A história lida é uma narração adaptada pelo autor do mito de Narciso. De acordo
com o texto, qual foi o motivo da morte do personagem?
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 66
2) A fala do lago, ao final da narrativa, apresenta um jogo de espelhos. Narciso via-se
no lago e este se admirava nos olhos de Narciso. Desenvolva um pequeno parágrafo
explicando o verdadeiro motivo do choro do lago.
A beleza é algo que vale, realmente, qualquer esforço? O texto abaixo, embora
informativo, apresenta uma estrutura na qual o ponto de vista de seu autor fica evidente.
Vamos lê-lo?
DESCONSTRUINDO O BELO
O ditado popular é definitivo nas discussões sobre a beleza: quem ama o feio, bonito
lhe parece. Mesmo assim, padrões estéticos muitas vezes são impostos de forma ditatorial
pela mídia, levando pessoas a regimes absurdos e comportamentos obsessivos em busca
da forma ideal. Todos querem, cada vez mais, ser mais bela do que fera. Tão logo pula da
cama, o modelo Diego Pretto da agência People corre para espiar o espelho. “Acordo, olho
o meu rosto e digo: como eu sou bonito!” O porto-alegrense de 18 anos, olhos verdes, 1,75
m de altura e 62 quilos, se define como dono de uma “beleza clássica”, sem explicar muito
o conceito. O jovem narciso só não é original. Arqueólogos encontraram varetas de ocre
vermelho no sul da África, provando que a preocupação com a aparência data de pelo
menos 40 mil anos. Tal esmero em alcançar o belo – que hoje rende à indústria estética
centenas de bilhões de dólares – parece valer a pena, não importa o sacrifício que implique.
Afinal, o que é ser belo? Lendas, condicionamentos sociais, imposição de modelos
de raça, cor, tamanho e volume, tudo faz parte de um padrão de beleza que sempre muda
muito com o tempo.
O afã de embelezar-se implica riscos para a saúde. A empresária carioca Márcia
Pinheiro Brasil sofreu uma parada cardíaca durante uma lipoaspiração e ficou em coma 12
dias. Sete anos depois, não recuperou ainda com plenitude a visão. Tem sequelas
neurológicas que a impedem de ler ou fazer cálculos simples como dois e dois. Deficiências
do tato não permitem sequer abotoar a roupa. “A vaidade pode custar caro”, afirma ela.
Para o presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica, casos como o de Márcia são acidentais.
“É o mesmo risco de atravessar a rua.”
Os psiquiatras diagnosticaram uma forma inversa de anorexia nervosa, chamada
disformia muscular, que ataca os homens. É quando o sujeito se diz fraco e mirrado, quando
é grande e musculoso. O distúrbio afetivo causa ansiedade, depressão, compulsão
obsessiva e distúrbios de alimentação. Estudos mostram que 15% dos adolescentes
americanos já usaram “bombas” (anabolizantes) para inflar os músculos, correndo o risco
de derrame, infarto e esterilidade. Isso ocorre quando o modelo de beleza se torna
patológico. Não é o caso de Leandro Xavier Fraga, 18 anos, do curso de Administração de
Empresas da Ulbra. Ele nunca usou anabolizantes para virar um Arnold Schwarzenegger.
“Está fora de moda. Mas não importa porque sempre haverá uma garota a fim de um cara
musculoso. Eu era fraco e feio. Em dois anos de musculação e dieta, ganhei 15 quilos. O
assédio feminino aumentou”, conta o rapaz. As garotas flertam com a anorexia, que pode
ser fatal quando a pessoa consome menos de 400 calorias diárias. Emagrecer à custa de
dietas inadequadas provoca descontrole da glândula tiroide, taquicardia e arritmia, além de
distúrbios nos rins. “A pele fica ressecada e pode até cair cabelo. Estrias nas pernas não
devem ser descartadas. Sem falar em problemas emocionais como ansiedade e depressão”,
afirma o endocrinologista Jorge Bastos Garcia. “No Brasil, artista que emagrece escreve
livro, quando não abre um spa”, diz Garcia, referindo-se a Adriana Galisteu e Tânia Alves.
“Pior: professor de educação física de academia está receitando fórmulas milagrosas de
emagrecimento.” As magérrimas podem não conseguir engravidar ou sofrer complicações
na gravidez. “A gordura do ventre alimenta o feto. Quem é saudável tem 25% de teor de
gordura, mas as agências de modelos fazem com que as raparigas tenham menos de 10%”,
condena Garcia.
Paulo César Teixeira
Fonte: www.sinpro.rs.org/extra/set00/comportamento.asp
Bruna Gabriele Felisberto, 21 anos, conquistou o título de Miss Rio Grande do Sul
2009 na noite de sábado (7). Para concorrer ao título de Miss Brasil 2009, a morena
estuda a possibilidade de fazer algumas intervenções cirúrgicas.
Embora reconheça a beleza de Bruna, o missólogo (especialista em misses)
Evandro Hazzy acredita que a beldade ficaria ainda mais exuberante caso fizesse uma
lipoaspiração no abdome e na cintura e colocasse próteses de silicone nos seios. “Ela é
uma mulher lindíssima, mas precisa de alguns ajustes para ficar ainda mais perto dos
padrões que agradam a comissão julgadora”, afirma Hazzy.
A miss cursa o terceiro semestre da faculdade de biomedicina na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pretende conciliar os estudos com a preparação
para o concurso Miss Brasil do próximo ano.
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil
ESTUDO DA LÍNGUA
Segundo psicólogos, a baixa autoestima pode gerar problemas sérios para os indivíduos.
Isso significa no futuro uma provável depressão patológica.
Os pais avançadinhos que me desculpem, mas deixar os filhos adolescentes livres para
decidirem sobre o que é bom ou mal para eles no quesito saúde é errado. Mesmo que
tenham estudado e nunca “reprovado na escola” isso não é argumento para autonomia
porque biologicamente não estão prontos para decisões dessa magnitude.
Exercício:
Preste bastante atenção às diferenças para que o texto fique coeso.
PRODUÇÃO TEXTUAL
Agora chegou a hora de estudarmos mais um tipo de texto. O resumo. Esse texto é muito
utilizado no ensino superior. Então, muita atenção e bom estudo!
A TÉCNICA DO RESUMO
O que vale mais: dinheiro ou felicidade? Se você escolhesse um país para viver,
levaria quais valores em consideração? Perguntas como essas costumam vir embutidas nos
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 69
famosos rankings de qualidade de vida. O mais recente, da revista inglesa The Economist,
publicada no fim de 2007 trouxe um resultado curioso: colocou em primeiro lugar a Irlanda,
país que ocupa a décima posição no índice de desenvolvimento humano (IDH) da ONU, o
mais famoso levantamento do tipo. Afinal, qual é o melhor critério de avaliação?
"O IDH é útil para revelar as situações emergenciais num país. Já o objetivo da The
Economist é fazer um balanço econômico", diz Alberto Ogata, vice-presidente da Associação
Brasileira de Qualidade de Vida. Mas há quem ache ambos limitados. "O ranking das
tradicionais costumam ter defeitos como apontar o índice de alfabetização, mas não a
qualidade dos livros", afirma Francisco Milaez, da Associação Gaúcha de Proteção do
Ambiente Natural.
Um caso, em especial, ilustra como a qualidade de vida é um conceito subjetivo.
Rankings mostram a Colômbia ao mesmo tempo como o país mais feliz e a nona maior
desigualdade de renda do planeta. Qual das duas é a mais importante? "O melhor seria
medir a diferença entre essas aspirações de um povo e as condições em que ele vive.
Quanto menor a diferença, melhor a qualidade de vida", diz o americano Chris Warner,
doutor em qualidade de vida pela Southern University. E aí: você escolheria viver na
Colômbia ou na Irlanda?
Superinteressante, edição 209
Exercício:
O terceiro parágrafo apresenta uma conclusão acerca do que foi discutido nos dois
parágrafos anteriores. Qual essa conclusão?
É muito difícil medir a qualidade de vida de um país, uma vez que diferentes
levantamentos obtêm diferentes resultados;
Segundo especialistas, os resultados diferem, porque cada levantamento feito com
um objetivo determinado e, por isso, tem limitações;
Qualidade de vida é um conceito subjetivo e, para avaliá-la bem, seria conveniente
medir a diferença entre as aspirações de um povo e as condições em que ele vive.
Diferença menor indicaria melhor qualidade de vida.
EXEMPLO DE RESUMO
É muito difícil medir a qualidade de vida de um país, uma vez que diferentes
levantamentos obtêm diferentes resultados. Segundo especialistas, isso acontece porque
cada levantamento é feito com um objetivo específico e por isso apresenta limitações. Para
um resultado satisfatório seria necessário medir a diferença entre as aspirações de um povo
Como você pode observar, resumir um texto não é reproduzir frases ou partes integrais do
texto original, construindo uma espécie de colagem de suas ideias principais. Então é
necessário:
1) ler mais de uma vez o texto e dividi-lo em partes;
2) identificar as ideias essenciais de cada parte e reescrevê-las de maneira sucinta,
eliminando comentários de citações. Ainda nesta etapa, fique atento à relação entre as
frases, prestando atenção nas locuções adverbiais (em primeiro lugar,
consequentemente, etc.) e nos elementos relacionais (entretanto, já que, embora, mas,
etc.) palavras que estabelecem relações entre as ideias.
3) dar a redação final, juntando as ideias na sequência em que elas aparecem no texto
original e explicitando as relações entre elas.
Anotações
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"Foram eles"
A reportagem especial, de oito páginas, recebe como título dois adjetivos nada
imparciais: "Frios e Dissimulados". Dessa vez, a conclusão é a opinião clara da revista. O
texto traz informações sobre acontecimentos na família horas antes do crime. É seguido
de um relato sobre a vida do pai e da madrasta, bem como sua relação, fazendo juízo de
valor dos dois personagens através da voz de amigos e parentes não identificados no
texto. A reportagem aborda ainda a avó materna e a mãe da menina, através de relatos
de amigos também não identificados, narrados com forte teor sentimental, além de fotos
e uma ilustração dos fatos descritos naquela noite. Apenas no último parágrafo a
reportagem explica que agora a polícia pode pedir a prisão preventiva e que o casal deverá
ser julgado.
Ao contrário de veículos vistos como sensacionalistas, a revista apresenta alguns
pontos em sua linha editorial que a caracterizam como fonte fiel à verdade, mesmo que
a revista assuma sua linha opinativa. Para isso, a revista de maior circulação nacional se
mostra como "uma instituição que está autorizada a falar porque é detentora de um poder
legitimado pelo seu status" (Augusti, 2005: 80). Nilton Hernandes afirma que Veja tem
uma ideologia e "vai construir o real em função dessa ideologia, e não o contrário". O
dono da revista, Roberto Civita, assume a publicação como aquela que dá a verdade
última sobre tudo. Hernandes afirma que Veja transforma o problema de ser a última
mídia a noticiar a seu favor, já que assim pode dar a última verdade, julgando o que é
verdade e o que é mentira.
"Frieza e dissimulação"
E de onde vem essa legitimidade atribuída a Veja? Uma das estratégias é o uso
de fontes oficiais para justificar as suas teses. A impressão com que o leitor fica é que a
revista ouviu tantas pessoas, e dessas, tantos especialistas, que o que ela diz só pode ser
verdade. Muitos leitores não percebem que, muitas vezes, as fontes defendem o mesmo
ponto de vista, por mais numerosas que sejam.
Na reportagem analisada, a tese é de que o pai e a madrasta mataram Isabella –
mesmo antes de isso ser julgado pela Justiça. Para isso, a repórter coloca na boca de
policiais os fatos afirmados como verdades finais. "A polícia está convencida de que
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá combinaram jogar Isabella pela janela..." Outro
fator que dá credibilidade ao discurso da revista é o caráter explicativo que o veículo
possui em seus textos, como se estes não fossem abertos à discussão ou interpretação.
O texto analisado traz a linguagem de um jornal sensacionalista. As frases e
termos são recheados de adjetivos, figuras de linguagem e outros elementos que
"mostram, a todo o momento, a opinião do jornalista" (Augusti, 2005). A narrativa procura
envolver o leitor, levá-lo ao crime num tom dramático e assume um tom sentimental ao
tratar da mãe e avó da vítima. O título da matéria traz apenas dois adjetivos: "Frios e
Dissimulados". A linha-fina confirma a tese a ser defendida: "Pai e madrasta mataram
Isabella, numa sequência de agressões que começou ainda no carro, conclui a polícia".
Ao longo do texto são constatados termos como "tranquilos, filhinho de papai,
esquentada, relação tumultuada, família harmoniosa, provavelmente aterrorizadas",
"espetáculo de frieza e dissimulação" etc.
INTERPRETANDO O TEXTO:
Fonte: www.chargeonline.com.br
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 75
INTERPRETANDO O TEXTO:
ESTUDO DA LÍNGUA
ACENTO TÔNICO/GRÁFICO
SÍLABA TÔNICA - A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba
tônica. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico.
Nem sempre a sílaba tônica recebe acento gráfico.
Exemplos:
CAJÁ, CADERNO, LÂMPADA
Em língua portuguesa, a sílaba tônica, isto é, aquela que soa mais forte quando falamos
uma palavra, sempre virá na parte final desta. Para sabermos exatamente onde está,
devemos falá-la pausadamente, separando-a em sílabas. SEMPRE, o som mais forte será
a última, penúltima ou antepenúltima sílaba. Quanto à posição da sílaba tônica, as
palavras podem ser classificadas em:
OXÍTONAS:
A sílaba tônica é a última sílaba da palavra.
MA-RA-CU-JÁ, CA-FÉ, RE-COM-POR.
PAROXÍTONAS:
A sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra.
CA-DEI-RA, CA-RÁ-TER, ME-SA.
PROPAROXÍTONAS:
A sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.
SÍ-LA-BA, ME-TA-FÍ-SI-CA, LÂM-PA-DA.
EXERCÌCIOS
Agora é com você: Indique quais são as sílabas tônicas das palavras em destaque na fala
da personagem da charge e do fragmento textual abaixo e classifique-as de acordo com
a posição do acento tônico:
Violência Doméstica
Fonte: www.chargeonline.com.br
PRODUÇÃO TEXTUAL
Violência No Brasil
Como fazer nossas dissertações? Como expor com clareza nosso ponto de vista?
Como argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lógica de
nosso texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?
Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro: essa resposta é o seu
ponto de vista.
Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão
para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.
Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a
fundamentar sua posição. Estes serão argumentos auxiliares.
Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este
fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você
leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele
precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo,
geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece
os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto:
como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.
A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação.
Por enquanto, você pode agrupá-los na sequência que foi sugerida:
Os passos da dissertação
1) interrogar o tema;
2) responder, com a opinião;
3) apresentar argumento básico
4) apresentar argumentos auxiliares
5) apresentar fato-exemplo
6) concluir
• Depois, monte um parágrafo rascunho para cada um dos passos esquematizados por
você.
• Lembre-se, sempre que sentir dificuldade chame o professor para perto de você!
Ele está aí para ajudá-lo!
Anotações
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Fonte: www.brasilescola.org.br
Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem contou com a ajuda dos
editores de texto, no computador. Quando eu cometia uma infração, pequena ou grande,
o programa grifava em vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever
minimamente do jeito correto.
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, a do monstro
ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, esse animal existiu de fato. A professora
de Português nos disse que devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o
u é pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enigmática na cabeça.
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-adolescência sempre temos
problemas terríveis –, eu tentava me libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi
Güegüi”. Se numa prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmula, lá
vinham as palavras mágicas.
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha evocação, quis saber
o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
– Ainda não fomos apresentados – ela disse.
– É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de terror.
– E ele faz o quê? – Atrapalha a gente na hora de escrever.
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia usar trema nem
se lembrava da regrinha.
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no lugar certo. Como
essa aprendizagem foi demorada, não sei se conseguirei escrever de outra forma – agora
que teremos novas regras. Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que
servirão ao menos para determinar minha idade.
– Esse aí é do tempo do trema.
Fonte: www.brasilescola.org.br/artigo
O texto uma questão de tempo aponta para mudanças que eventualmente ocorrem na
língua.
Veja no texto abaixo um pouco das evoluções que a Língua Portuguesa sofreu em sua
história:
De onde vem a língua portuguesa? Pergunta difícil... É fato que seu surgimento
está intimamente ligado à constituição da Nação Portuguesa, entretanto, quanto mais
recuamos cronologicamente, mais difícil se torna a tarefa de situá-la no tempo e espaço.
Porém, comecemos lembrando que a língua portuguesa nasceu do latim, que séculos
antes da nossa era já era falado em uma região chamada Lácio onde, mais tarde, foi
fundada a cidade de Roma. TERSARIOL esclarece, em seu livro “Origem da Língua
Portuguesa”, que posteriormente o latim foi imposto pelos romanos aos povos
conquistados da Península Ibérica, região essa ocupada no século III a.C., mas só
incorporada ao Império no ano 197 a.C., de forma bastante conturbada. Se haviam outros
povos nessa região, haviam outras línguas, que a colonização “soterrou”, sem deixar
registros significativos de sua existência e influência no latim que passou a ser utilizado
nessa região.
Desse latim, chamado latim vulgar (sermo vulgaris, rusticus, plebeius) por ser uma
variedade mais prática e de vocabulário mais reduzido do que o latim clássico (sermo
litterarius, eruditus, urbanus), surgiram falares diversos, ocasionados pela inexistência de
um registro escrito, aliado à difusão e miscigenação da língua, gerando os chamados
"romanços", fases de transição entre o latim e as novas línguas que surgiram, chamadas
línguas românicas ou neolatinas, das quais as principais são o português, o espanhol, o
italiano, o provençal, o catalão, o francês, o rético, o sardo e o romeno.
Posteriormente, houve influência das línguas de povos bárbaros germânicos
(vândalos, suevos e visigodos) que invadiram a Península no século V (por volta do ano
476) e, mais tarde, das línguas dos povos árabes, mouros, que dominaram o local após a
queda dos bárbaros, no século VII, por volta do ano de 711. Todas essas influências
culturais e lingüísticas ocasionaram o surgimento de um incontável número de dialetos,
dentre os quais o chamado galaico-português, que se separou, gerando o galego e o
português, este último tornando-se língua nacional do Condado Portugalense quando da
sua independência política (aceita pela Igreja em 1143).
Com as navegações realizadas por Portugal no século XV, a língua portuguesa foi
levada para diversas partes do mundo. Entretanto, em cada um dos lugares em que foi
adotada, foi alterada em seu uso e pronúncia, adequando-se à realidade de cada um dos
locais.
RELACIONANDO OS TEXTOS:
1) De acordo com o texto “De onde vem a Língua Portuguesa”, por que é difícil resgatar
a origem da Língua Portuguesa?
2) Ainda sobre o mesmo texto, como se deu a expansão do latim pela Península Ibérica?
3) Depois das várias influências sofridas, como foi que a Língua Portuguesa alastrou-se
no século XV?
4) Quais são os países que adotaram o português como língua oficial ou dialeto?
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 82
5) Comparando os textos “Uma questão de Tempo”, “De onde vem a Língua
Portuguesa” e a “História da Língua Portuguesa no Brasil” no que diz respeito à
temporalidade, a que conclusão podemos chegar?
ESTUDO DA LÍNGUA
Já estudamos a acentuação tônica. Agora, veremos os acentos gráficos
novamente:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
1. Regras gerais:
PROPAROXÍTONAS
PAROXÍTONAS
OXÍTONAS
São acentuados os vocábulos terminados em:
EM/ENS:
As formas verbais terminadas em A, E, O tônicos seguidos de lo, la, los, las também
são acentuadas:
O til vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo:
PRODUÇÃO TEXTUAL
Olá. Você se lembra dos passos da dissertação da unidade passada? Pois é, eles
serão muito úteis na sua produção hoje.
interrogar o tema;
responder, com a opinião
apresentar argumento básico
apresentar argumentos auxiliares
apresentar fato-exemplo
concluir
• Agora, desenvolva um rascunho textual bem elaborado e divida com seus colegas
de sala. Seu professor irá orienta-lo como proceder;
• Lembre-se, sempre que sentir dificuldade chame o professor para perto de você! Ele
está aí para ajudá-lo!
Anotações
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1) Como você pode ver na tira, o autor propõe que muita gente não se encontra
preparada para a implantação da nova ortografia devido à influência que as
ferramentas computacionais, como os editores de texto, têm exercido sobre os
usuários da língua. E você, o que pensa sobre o assunto? Como é que as ferramentas
computacionais atrapalham um bom conhecimento da língua?
2) Nesta tira, o personagem Grump resolve recorrer a um sobrinho para pedir ajuda
sobre a nova ortografia. Contudo, no terceiro quadro, o personagem diz “melhor
pensar em outra coisa”. Segundo análise da tira, o que motivou Grump a mudar de
opinião?
3) Por que Grump, no primeiro quadro, diz ser moleza para essa molecada assimilar as
novas regras mais facilmente? Você concorda que as gerações mais novas levam
vantagem na aprendizagem?
O trema, sinal gráfico de dois pontos usado em cima do u para indicar que essa letra, nos
grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada, será abolido. É simples assim: ele deixa de
existir na língua portuguesa. Vale lembrar, porém, que a pronúncia continua a mesma.
ACENTO AGUDO
O acento agudo desaparece das palavras da língua portuguesa em três casos, como se
pode ver a seguir:
ACENTO CIRCUNFLEXO
Com o acordo ortográfico, o acento circunflexo não será mais usado nas palavras
terminadas em oo.
COMO É HOJE COMO VAI FICAR
enjôo enjoo
vôo voo
abençôo abençoo
perdôo perdoo
NO ENTANTO, nada muda na acentuação dos verbos ter, vir e seus derivados. Eles
continuam com o acento circunflexo no plural (eles têm, eles vêm) e, no caso dos
derivados, com o acento agudo nas formas que possuem mais de uma sílaba no singular
(ele detém, ele intervém).
Está difícil entender? Não desista, você conseguirá! Agora, não faça como o
Grump!
ACENTO DIFERENCIAL
HÍFEN
Palavras compostas
O hífen deixa de ser empregado nas seguintes situações:
NO ENTANTO, o hífen permanece quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super)
e a primeira letra do segundo elemento também é r. Exemplos: hiper-requintado,
super-resistente.
Como você pode perceber, existem vários detalhes adotados pelas mudanças.
Talvez você se pergunte qual é o tamanho disso tudo? A resposta é que apenas 5% de
todas as palavras da língua portuguesa sofrerão mudança. Pouco? Sim, mas certamente
influenciarão muito no quesito econômico do mercado editorial e educacional.
Já pensou na quantidade de livros que circulam todo dia pelas livrarias e escolas
do país?
Agora, junto com seu professor, exercite os conhecimentos debatidos até aqui.
PRODUÇÃO TEXTUAL
A coesão (amarração das ideias) de um texto depende muito da relação entre as orações
que formam os períodos e os parágrafos. Os períodos compostos precisam ser relacionados
por meio de conectivos adequados, se não quisermos torná-los incompreensíveis.
Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma
conjunção que se adapta perfeitamente a ela. Veja nos exemplos!
Por exemplo, a conjunção MAS só deve ser usada para estabelecer uma relação de
oposição entre dois enunciados. Porém, se houver uma relação de adição ou idéia de
concessão, a conjunção deverá ser outra:
EMBORA. Se não for assim, o enunciado ficará sem nexo. Observe um caso de escolha
inadequada da conjunção:
Veja que não existe a relação de oposição ou a ideia de concessão que justificaria
a conjunção EMBORA. Como a relação é de causa-efeito, deveria ter sido usada uma
conjunção causal:
Para que problemas desse tipo não aconteçam em suas redações, acostume-se a
relê-las, observando se suas palavras, orações e períodos estão adequadamente
relacionados.
CONECTIVOS
Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos
produtos agrícolas.
No caso, faz sentido o uso do porém, já que entre os dois segmentos ligados existe
uma contradição. Seria inadequado trocar o porém pelo porque, que serve para indicar
causa. Segue a relação dos principais elementos de coesão:
O Governador resolveu não comprometer-se com nenhuma das facções em disputa pela
liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que
venha a vencer.
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar
ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes.
Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui
consideravelmente seu poder de compra. Além de tudo são considerados como renda e
taxados com impostos.
Muitos jornais, fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não
comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.
Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis,
pés velozes como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o
problema das injustiças.
O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante,
até mesmo do futuro e da morte.
É preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo,
a moradia, o alimento e a saúde.
Anotações
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Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 92
E DAÍ, EU “TÔ” PAGANDO!
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/consumismo
Discutiremos o hábito consumista da geração jovem brasileira. O texto abaixo relata que
com um apetite consumista maior que o da média da população, o jovem brasileiro sabe
onde quer gastar e ainda influencia as compras da família.
E não precisa nem mandar, porque a turma vai mesmo. Outra pesquisa, feita pelo
Instituto Ipsos-Marplan, constatou que 37% dos jovens fazem compras em shoppings,
contra 33% dos adultos. Nem sempre os mais novos adquirem produtos mais caros, mas,
Nivelamento Língua Portuguesa 01 – Professor Jorge Luiz Freneda 93
proporcionalmente, têm maior afinidade com as vitrines. A lista de vantagens dos
adolescentes sobre outros públicos é de tirar o fôlego: eles vão mais vezes ao cinema,
viajam com maior frequência, compram mais tênis, gostam mais de roupas de grife –
mais caras que as similares sem marca famosa –, consomem mais produtos diet, têm
mais computadores, assistem a mais DVDs e vídeos e, só para terminar, são mais vorazes
na hora de abocanhar balas, chicletes e lanches. Não é à toa que a falência antes do fim
do mês é maior entre os jovens: invariavelmente atinge quase a metade deles, que
estoura a mesada ou o salário.
O poder dos adolescentes sobre o mercado vai mais longe ainda, mesmo que eles
não deem a mínima para abstrações como "mercado". Costumam, por exemplo, aparecer
com mais assiduidade no balcão. Pessoas com menos de 25 anos trocam de aparelho
celular uma vez por ano (as mais velhas, a cada dois anos). Em relação às bicicletas, só
para citar mais um exemplo, a situação é semelhante. Os adolescentes não são os maiores
compradores do setor, mas aposentam uma bike a cada quatro anos. Os mais velhos só
mudam de selim de sete em sete anos. Diante de tantas evidências, não causa surpresa
que o gasto médio das famílias brasileiras seja maior nas casas em que moram
adolescentes de 13 a 17 anos. Nesses domínios, a lista dos cinco produtos mais
consumidos traz, em primeiro lugar, o leite longa vida. Depois vêm os refrigerantes. Nos
lares com jovens entre 18 e 24 anos, a hierarquia é surpreendente. O refrigerante lidera
o ranking, seguido por leite, óleo vegetal, cerveja e café torrado – o que explica o fato de
a Coca-Cola ter no Brasil seu terceiro maior mercado em todo o mundo.
O poder de consumo dos jovens é um filão que anima vários setores da economia.
Há em curso uma corrida para conquistar o coração dessa rapaziada (e o bolso dos pais).
As grandes marcas desenvolvem estratégias milionárias para tornar esse público fiel desde
já. A maior parte do que se produz no mercado publicitário, que movimenta 13 bilhões
de reais por ano, tem como alvo a parcela de 28 milhões de brasileiros com idade entre
15 e 22 anos. É esse grupo que fornece boa parte do ideário da propaganda, enchendo
os anúncios com mensagens de liberdade e desprendimento. Mostra-se extraordinária
também a influência que essa molecada exerce sobre as compras da família. Oito em
cada dez aparelhos de som só saem das lojas a partir do aval da ala jovem do lar. A
fabricante de eletrodomésticos Arno não faz nada sem pensar nos mais novos, pois, na
comum ausência das mamães trabalhadoras, é a garotada quem usa espremedores de
fruta, tostadores de pão, sanduicheiras e liquidificadores. "Hoje, vendemos tanto para os
filhos como para as donas-de-casa", conta Mauro de Almeida, gerente de comunicação
da Arno, que mantém duas escolinhas de gourmet para cativar consumidores desde a
pré-adolescência.
Essa influência é exercida já em tenra idade. Nos dias de hoje, um indivíduo é
considerado consumidor aos 6 anos. Nesse momento as crianças começam a ser ouvidas
na hora de tirar um produto das prateleiras do supermercado. Para cada dez crianças de
até 13 anos, sete pedem itens específicos às mães. O poder jovem também se nota na
hora de esvaziar o carrinho no caixa. Um quarto do que é registrado foi pedido pela
garotada. "Nós educamos as crianças e os jovens para que tenham autonomia, opinião,
poder de decisão. Pois é, eles aprenderam e decidem o que comprar por nós", ironiza Rita
Almeida, especialista em tendências e hábitos de consumo de adolescentes da agência
de propaganda AlmapBBDO.
(Revista Veja, Edição Especial Jovens, 2003)
INTERPRETANDO O TEXTO
EU, ETIQUETA
INTERPRETANDO O TEXTO
O texto abaixo apresenta uma discussão sobre como nosso país está sendo
atingido pelo fenômeno que prega a obtenção de uma identidade pelo que se tem e não
pelo que se é. Então, qual é o seu preço?
INTERPRETANDO O TEXTO
Nesse tipo de texto, um repórter que representa uma empresa da área da comunicação
entrevista uma personalidade de um determinado segmento para saber sua opinião sobre
assuntos de interesse do público leitor. Vamos conhecer então o ponto de vista desse
entrevistado sobre o papel da juventude na contemporaneidade?
Se a juventude é a faixa etária com maior número de brasileiros, se são os jovens que vão
herdar as consequências de tudo o que se faz hoje, parece indiscutível que estejam
presentes em todas as instâncias decisórias da vida do povo.
É isto o que acontece? Não há alguma coisa errada na organização de nossa sociedade? A
pesquisa Juventude, juventudes: o que une e o que separa escutou jovens em todo país.
Um dos coordenadores da pesquisa ajuda a fazer algumas interpretações.
Leonardo: O jovem brasileiro é uma pessoa sem emprego, muito propenso a sofrer
violência, especialmente nos grandes centros urbanos, a ser agente ou vítima da violência.
É um jovem que não recebe uma formação adequada no ensino formal. É um jovem que
tem dificuldades para entrar no mercado de trabalho e para acessar o Ensino Superior e
está em situação de vulnerabilidade. Para que realize o trânsito entre deixar de ser criança
e tornar-se um adulto produtivo na sociedade, ele enfrenta muitas dificuldades.
Mundo Jovem: Que mundo e que futuro este jovem vai construir?
Leonardo: O jovem sempre recebeu essa carga de ser o futuro do país. É uma carga pesada,
porque o mais importante é trabalhar o presente e não só ficar jogando os planos para o
futuro. O jovem tem um desafio duplo que é superar todas as vulnerabilidades sociais que
enfrenta hoje e ainda ser o motor do desenvolvimento futuro do nosso país. Vivemos um
momento no qual, demograficamente, existem mais jovens do que qualquer outra faixa
etária na população brasileira. E nesta faixa etária, dos 15 aos 29 anos, temos jovens
inativos e jovens economicamente ativos, que trabalham e contribuem com a poupança
interna do país. Se forem dadas as garantias de educação e emprego, eles podem criar
bases para o desenvolvimento do país e, inclusive, para a nossa Previdência Social. Se
todos os jovens se tornarem economicamente ativos, será uma garantia de que a
Previdência não vai “quebrar”, porque teremos mais gente contribuindo do que recebendo.
Mas como eles estão bastante fora do mercado de trabalho, não estão contribuindo
plenamente. Este potencial, infelizmente, ainda não está sendo realizado.
Mundo Jovem: Há pessoas que veem o jovem com certo preconceito, considerando-o
indiferente, passivo... Há razões para isso?
Mundo Jovem: O diálogo entre as gerações, a partir da realidade que temos, não é também
um ponto que pode contribuir?
Mundo Jovem: A escola poderia ou deveria ter uma participação nessa organização da
juventude, através de debates ou mostrando alternativas?
Leonardo: O jovem deve ser um ator, protagonista desta mudança. Deve colocar dentro da
escola estes componentes que são da sua cultura, que é a facilidade de lidar com o novo,
com as novas tecnologias, de estar mais aberto para as mudanças. Isso ele pode levar para
a escola e a escola deve se preparar para receber, para dialogar com ele.
Leonardo: A sociedade atual é muito fragmentada e a exclusão social que se impõe aos
mais pobres no Brasil é cruel. Os jovens são muito diferentes entre si. Por isso é preciso
falar em juventudes. O trânsito de criança para a idade adulta acontece de forma diferente
entre as parcelas da população brasileira. Se por um lado os jovens rurais estão
abandonando a escola, entrando no mercado de trabalho mais cedo, por outro lado, os das
classes médias altas estão abandonando o lar mais tarde. Hoje é comum ver pessoas com
mais de 30 anos ainda no domicílio dos pais, chegando a fazer até dois, três cursos
superiores antes de entrar no primeiro emprego. Na zona rural, o jovem de 12 ou 13 anos
já está trabalhando e a escola já não é mais uma perspectiva para ele.
A falta de referência é da própria sociedade, organizada de uma forma em que os mais
pobres estão excluídos e os mais ricos têm a chance de estudar e ficar durante bem mais
tempo na casa dos pais. Assim não sofrem pressão para terem uma autonomia.
Leonardo: Mais uma vez eu gostaria de enfatizar que hoje temos que falar em juventudes,
no plural. Porque realmente a individualidade é uma marca dos jovens. Existem poucos
espaços de cooperação e de cultura cívica. Pelo ambiente competitivo da sociedade, que
impõe que você seja o melhor em tudo, que tenha muitos cursos e isto aliado ao
consumismo, no qual o valor é dado não por aquilo que você é, mas por aquilo que você
tem, a sociedade simplifica as pessoas desta forma. Então o jovem se torna um
individualista. E essa é uma mudança cultural que está ocorrendo no mundo todo por causa
da globalização, que impõe padrões de consumo que são irreais para a realidade brasileira.
Você vê nos filmes norte-americanos, nas séries da TV, um modo de vida que não é
compatível para toda a população do planeta, pois não existem recursos naturais que
consigam dar conta deste nível de consumismo.
http://www.mundojovem.com.br/entrevista-03-2007.php>Acesso:13/03/08.
Anotações
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Faz duas semanas que ele partiu... OU Fazem duas semanas que ele partiu?
Sabe por quê? Quando o verbo FAZER se refere a tempo transcorrido, ele é impessoal. Ou
seja, ele não tem sujeito com quem concordar e então deve ser empregado sempre no
singular.
Por isso, devemos dizer: faz 20 anos que o conheço/ Fazia três anos que ele não tirava
férias.
O certo é vai fazer OU vão fazer dois meses que ele viajou?
O correto é, VAI FAZER, pois como o verbo FAZER pertence a uma locução verbal (VAI +
FAZER) e é o verbo principal da locução, ele transmite sua impessoalidade ao verbo auxiliar
que deve ficar no singular.
Será que o certo é: Ela mesmA ou ela mesmO me convidou para jantar?
Para dar um fim definitivo na sua dúvida, basta lembrar que quando a palavra MESMO tiver
o sentido de PRÓPRIO, ela deve concordar em gênero e número com a palavra a que faz
referência.
Assim, o correto é dizer: ela MESMA me convidou para jantar, pois podemos dizer: ela
PRÓPRIA me convidou para jantar.
A palavra MESMO é invariável quando significa “até, inclusive”: MESMO a professora errou
aquela questão; MESMO os diretores não vieram à reunião.
Agora, CUIDADO com a palavra MENOS! Pois ela é sempre invariável. Ou seja, a palavra
MENAS NÃO EXISTE!
Jamais diga: Havia "menas" pessoas na festa deste ano que do ano passado. O certo é:
Havia MENOS pessoas...
Agora vamos observar algumas palavras que sempre nos deixam em dúvida na hora de
falar.
Por exemplo, você fala que o bolo está RUim ou que o bolo está ruIM?
Ficou em dúvida? Então grave a pronúncia oficial. Devemos dizer: ruIM. Com a última sílaba
forte assim como cupim, amendoim, jardim...
Conheça, agora, outras palavras que também apresentam a última sílaba forte e que podem
nos deixar em dúvida na hora de falar.
Diga: esta é uma questão suTIL. Nenhum brasileiro ganhou o prêmio NoBEL de literatura.
Mas as campeãs da pronúncia indevida são aquelas que apresentam a penúltima sílaba
forte.
Também existem palavras que apresentam mais de uma pronúncia aceita, como acróbata
e acrobata, biótipo e biotipo, boêmia e boemia, xérox e xerox, necrópsia e necropsia...
Assim como maquiar, os verbos regulares terminados em IAR, como, VARIAR, PREMIAR,
NEGOCIAR... não apresentam a letra "e" na terminação.
Assim, diga: maquia / varia / premia / negocia...
Para ajudar a memorizar esses cinco verbos irregulares, guarde que, se juntarmos as letras
iniciais de todos eles, temos a palavra MÁRIO Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar.
Quando uso onde e quando uso aonde? O correto é degraus ou degrais? É a lotação ou o
lotação? Confira:
Degraus ou degrais
Colocar as palavras no plural é fácil, não é mesmo? O problema são algumas palavras que
insistem em nos confundir.
Por exemplo, o plural de DEGRAU, será DEGRAUS ou DEGRAIS? Achou difícil? Então anote
aí: o correto é DEGRAUS.
Essa troca do L por IS também acontece com o plural das palavras terminadas em EL, OL
e UL.
Confira:
O plural de CASCAVEL é CASCAVÉIS; de ANEL é ANÉIS; de ANZOL é ANZÓIS; de GIRASSOL
é GIRASSÓIS; de FAROL é FARÓIS; de AZUL é AZUIS.
O lotação ou A lotação?
Você já notou que algumas palavras mudam de sentido quando mudam de gênero, ou seja,
quando a palavra é masculina tem um sentido e quando a mesma palavra é feminina tem
um sentido diferente?
Por exemplo, a palavra LOTAÇÃO, pode ser O LOTAÇÃO ou A LOTAÇÃO.
Quando for O LOTAÇÃO, tem o sentido de veículo de transporte. É aquele micro-ônibus
que muitos pegam para trabalhar.
Assim, pegamos O LOTAÇÃO para trabalhar, rezando para que A LOTAÇÃO dele não esteja
esgotada.
Outra palavra que altera o sentido quando muda de gênero é a palavra GRAMA.
Quando ela se refere ao gramado que cobre o campo de futebol, ela é feminina. Dizemos:
A grama do Maracanã estava em ótimo estado.
Mas, CUIDADO, quando a palavra GRAMA se refere a peso (massa), ela é masculina.
Portanto, diga: Ele comprou duzentOs gramas de queijo e NÃO duzentAs gramas de queijo.
Onde ou aonde?
Agora vamos falar da duplinha ONDE e AONDE que muita gente acha que se trata de
palavras sinônimas.
Não se deixe levar pelas aparências. Embora tenham o som muito parecido, elas devem ser
usadas em situações diferentes.
Segundo a tradição da nossa língua, usamos a palavra ONDE quando ela tiver o sentido de
NO LUGAR. Por exemplo, dizemos: Esta é a casa ONDE moro, pois podemos dizer: Eu moro
NA CASA.
Agora, devemos usar a palavra AONDE quando ela tiver o sentido de AO LUGAR. Por
exemplo, dizemos: Este é o restaurante AONDE fomos no sábado passado, pois é possível
dizer: Fomos AO RESTAURANTE.
Na frase: Este é o paraíso AONDE todos querem chegar, usamos AONDE, pois podemos
dizer: Todos querem chegar AO PARAÍSO.
Note que usamos AONDE quando o verbo exige a preposição A. Como os verbos: ir, chegar,
dirigir-se, levar...
Você saberia dizer se o correto é: calças cinza ou calças cinzas? Aqui vai a dica:
Quando o nome da cor for uma palavra que também pode designar alguma coisa
(substantivo), ela não varia, ou seja, não tem plural.
Assim, o correto é CALÇAS CINZA. CINZA não vai para o plural, pois a palavra CINZA
também significa o resíduo que sobra da queima de algum material, como, cinza de cigarro,
cinza da madeira, das folhas de papel...
Vamos falar sobre alguns plurais que merecem nossa atenção. Vamos começar com uma
dúvida muito comum: letra tem plural?
Claro que letra tem plural. Tem, inclusive, duas formas corretas de plural. A forma preferida
da maioria dos autores é escrever por extenso o nome da letra e simplesmente acrescentar
um "s" ao final do nome. Assim, escrevemos dois ESSES.
Outra forma possível e igualmente correta é representar o plural duplicando a letra. Para
representar o plural de "S", escrevemos duas vezes a letra "s": esta palavra se escreve com
dois SS.
Outro plural que pode gerar dúvida é o plural dos números. Você já pensou se "cinco" ou
"quinze" têm plural? Podemos dizer os cincos e os quinzes?
É claro que pode. Por exemplo, se você estiver contando quantos números repetidos há em
uma cartela, poderá dizer que encontrou dois cincos, três quinzes, oito noves...
Mas cuidado, se o número terminar com "s" ou com “z”, não apresenta forma no plural.
Diga que você encontrou cinco dois e quatro três. Na última prova, houve vários dez.
Agora vamos falar de uma concordância especial. A concordância verbal com expressões
do tipo: PARTE DE, UMA PORÇÃO DE, METADE DE, A MAIORIA DE, GRANDE PARTE DE...
Por exemplo, você diria que: A metade dos professores participou da reunião OU A metade
dos professores participaram da reunião?
Em casos como esse, a preferência é pelo verbo no singular: A metade dos professores
participou da reunião. Pois, assim, o verbo concorda com a palavra METADE que é o núcleo
do sujeito. Mas a concordância com a palavra no plural também é aceita.
Assim, embora a preferência seja pela concordância com o núcleo do sujeito no singular,
estão igualmente corretas as duas formas.
Bastante ou bastantes? Você sabia que a palavra BASTANTE tem plural: BASTANTES?
O problema é saber quando está correto usar BASTANTES assim, no plural.
Um método simples e fácil de saber quando a palavra BASTANTE deve ir para o plural é
substituí-la por MUITOS ou MUITAS.
Se a palavra MUITO for para o plural, a palavra BASTANTE também vai. E se a palavra
MUITO ficar no singular, a palavra BASTANTE também fica no singular.
Confira comigo. Se dizemos: "Eles ficaram MUITO cansados", com a palavra MUITO no
singular, devemos dizer: "Eles ficaram BASTANTE cansados", com a palavra BASTANTE no
singular.
Mas, se dizemos: "Ele está com MUITOS problemas", com a palavra MUITOS no plural,
devemos dizer: "Ele está com BASTANTES problemas", com a palavra BASTANTES no plural.
A palavra BASTANTE também vai para o plural quando ela tiver o sentido de SUFICIENTE
e vier depois de um substantivo no plural.
Por exemplo, na frase: "Maria já tem provas BASTANTES do seu amor", a palavra
BASTANTES está no plural porque se for substituída pela palavra SUFICIENTES, não muda
o sentido da frase: Maria já tem provas suficientes do seu amor.
Bateu a porta ou bateu à porta? Não pense que a crase é um detalhezinho bobo e sem
importância. Ao contrário, a crase é muito importante, pois a sua presença ou a sua
ausência pode mudar o sentido da mensagem.
Por exemplo, a frase: "O diretor bateu a porta" pode ter dois sentidos diferentes,
dependendo da presença da crase.
Caso 5 – Cores
Adjetivos concordam: “Eram camisas vermelhas, azuis e amarelas”;
Substantivos em função de adjetivo não se flexionam: “Eram camisas limão, gelo e violeta”;
Cores compostas em que o segundo elemento é substantivo não se flexionam: “Eram
camisas verde-limão, azul-céu e vermelho-sangue”.
Caso 6 Meio = metade (numeral): concorda; Meio = mais ou menos (advérbio): não
concorda. “Comeu meia laranja”; “Ela estava meio nervosa”;
Caso 8 Só = sozinho: concorda; Só = somente: não concorda. “Eles moram sós”; “Só os
dois não viajaram”;
Caso 9 Mesmo = próprio: concorda; Mesmo = até, realmente: não concorda. “Ela mesma
resolveu o problemas”; “Eles feriram a si mesmos”; “Mesmo as professoras erraram aquela
questão”;
Caso 10 Junto = adjetivo: concorda; Junto a / junto de (ao lado de) = locução prepositiva:
não concorda. “Elas moram juntas”; “As mesas estão junto da parede”; “A farmácia fica
junto ao hotel”;
Caso 11 Anexo = adjetivo: concorda; Em anexo = não concorda. “Segue anexo (OU em
anexo) o contrato assinado”; “Seguem anexos (OU em anexo) os arquivos solicitados”; “As
notas fiscais estão anexas (OU em anexo);
Caso 22 - Com o verbo SER (= tempo e distância) O verbo SER, com referência a
tempo e distância, concorda com a palavra seguinte: “É 1h”; “SÃO 2h”; “É meio-dia e meia”;
“SÃO doze horas e trinta minutos”; “SÃO 20 quilômetros até o aeroporto”;
Caso 23 - Com o verbo SER O verbo SER, a princípio, pode concordar com o sujeito ou
com o predicativo: “Tudo É ou SÃO flores”; A preferência é a concordância no plural: “Sua
maior reclamação são os atrasos”; “Estes dados são parte de um relatório confidencial”; O
verbo SER concorda com o pronome pessoal: “O professor sou eu”; “Os escolhidos fomos
nós”. As expressões É POUCO, É MUITO, É DEMAIS, É O QUE... são invariáveis: “Um é
pouco, dois é bom e três é demais”; “Dez quilômetros é muito para mim”; Nas frases
interrogativas, o verbo SER concorda com o predicativo: “Quem eram os candidatos?”
Aula de revisão: concordância verbal
Caso 1 – Com sujeito simples posposto A posição natural do sujeito é antes do verbo,
mas a concordância é obrigatória mesmo quando o sujeito aparece depois do verbo:
“COMPARECERAM à reunião todos os diretores”; “Ainda FALTAM dois exercícios”; “Para não
ser rebaixado, SÃO NECESSÁRIOS no mínimo 40 pontos”.
Caso 2 – Com sujeito oracional Quando o sujeito é formado por uma oração (= frase
com verbo), a concordância se faz no singular:
“Ainda FALTA resolver dois exercícios”; “Para não ser rebaixado, É NECESSÁRIO no mínimo
chegar a 40 pontos”.
Caso 6 – Com CERCA DE, PERTO DE, POR VOLTA DE, EM TORNO DE... O verbo
concordará obrigatoriamente com o núcleo plural: “Cerca de duzentas pessoas
COMPARECERAM à festa”; “Por volta de quinhentas crianças já FORAM VACINADAS”.
Caso 7 – Com os pronomes QUE e QUEM Com o pronome relativo QUE, o verbo
concorda com o antecedente: “Fui eu que FIZ o trabalho”; “Fomos nós que FIZEMOS o
trabalho”.
Com o pronome QUEM, embora alguns autores aceitem a concordância com o antecedente,
o mais recomendável é que a concordância seja feita na terceira pessoa do singular: “Fui
eu quem FEZ o trabalho”; “Fomos nós quem FEZ o trabalho”; “Quem FEZ o trabalho fomos
nós”.
Com UM DOS...QUE, embora alguns autores aceitem a concordância no singular, o mais
recomendável é que a concordância seja feita no plural: “Ele é um dos que FIZERAM o
trabalho”; “Ela é uma das atrizes que FORAM PREMIADAS no festival de Gramado”.
Caso 9 – Com milhão, bilhão, trilhão... O verbo concorda com o núcleo: “Um milhão
FOI GASTO”; “Dois milhões FORAM GASTOS”.
Quando houver especificador, o verbo pode concordar no singular ou preferencialmente no
plural: “Um milhão de dólares FOI GASTO ou FORAM GASTOS no projeto”.
*Abaixo/ A baixo Abaixo revela o sentido de lugar menos elevado, inferior. Para Marcela,
era inaceitável que ocupasse uma posição abaixo de suas verdadeiras pretensões. A baixo
significa “para baixo”. Quando percebemos, lá estava o brinquedo sendo levado correnteza
a baixo.
*A cerca de/ Acerca de/ Cerca de/ Há cerca de. A cerca de ou cerca de retrata o
sentido de “aproximadamente, mais ou menos”. O parque foi construído a cerca de
quinhentos metros do condomínio. O tempo estimado pelo profissional foi cerca de três
semanas para a conclusão das obras.
Há cerca de relaciona-se ao sentido de tempo decorrido, haja vista que o verbo haver se
encontra na sua forma impessoal. Há cerca de três anos não visito meus familiares.
*Acima/ A cima Acima retrata o sentido de “um lugar mais elevado, superior”. Conforme
pode perceber, na lista de aprovados seu nome se encontra acima do meu.
*Ao invés de/ Em vez de Ao invés denota o sentido de “ao contrário de” Ao invés de
calar-se, continuou discutindo com seu superior.
*A par/ Ao par A par significa estar ciente de algo, informado sobre um determinado
assunto. Quando ela resolveu se abrir, seus pais já estavam a par de tudo.
Ao par indica o sentido de equivalência cambial. O euro e o dólar já estiveram ao par por
algum tempo.
Como pronome indefinido corresponde a “os restantes, os outros”. Ele foi o único
que se sobressaiu entre os demais.
De mais caracteriza-se como o oposto do termo “de menos”. Há alunos de mais nesta sala.
*Mas/ Mais
Mas integra a classe das conjunções, revelando o sentido de ideia contrária, oposição. Não
pôde comparecer ao aniversário, mas enviou o presente.
Mais pode ser classificado como advérbio de intensidade ou pronome indefinido. Clarice
foi a menina que mais se destacou durante a apresentação.
*Mau/ Mal
Mau pertence à classe dos adjetivos, podendo ser utilizado quando significar o contrário
de “bom”. Ele é um mau aluno. (Poderíamos substituí-lo por bom)
Mal pode adquirir os seguintes valores morfológicos:
* advérbio de modo – podendo ser substituído por “bem”. Carlos foi mal sucedido
durante o tempo em que atuou nesta profissão. (O contrário poderia ter acontecido)
*Onde/ Aonde Onde é utilizado mediante o emprego de verbos que indicam sentido
estático, permanente. Gostaria muito de saber onde ele mora.
Aonde é utilizado com verbos que indicam movimento. Aonde vais com tamanha pressa?
*Por que/ Porque/ Por quê/ Porquê Por que – Trata-se de duas palavras – preposição
(por) + pronome (que). Desta forma assume as seguintes posições:
* quando equivale a “pelo qual” e demais variações: Esta é a conquista por que
sempre busquei. (pela qual)
Por quê – ocorrência esta que se efetiva quando o pronome interrogativo se posiciona no
final da frase ou aparece seguido de uma pausa forte, fato que permite que o monossílabo
átono(que) passe a ser concebido como tônico (quê). Vocês saíram mais cedo da festa, por
quê? Porque somente pode ser utilizado quando retratar o sentido das conjunções
equivalentes a visto que, uma vez que, pois ou para que. Não poderemos viajar porque
minhas férias não coincidem com as suas.
Se não equivale a caso não, indicando, assim, uma probabilidade. Se não chover, iremos
ao cinema amanhã.
Senão equivale a “caso contrário” ou “a não ser’. Espero que estejas bem preparado, senão
não conseguirás obter bom resultado.
Na medida em que exprime relação de causa, equivalendo-se a porque, já que, uma vez
que. Na medida em que os inquilinos não cumpriam com o pagamento em dia, iam sendo
despejados.
Nos vemos