Вы находитесь на странице: 1из 109

Tópico 8

Externalidades
Varian, cap. 34
Microeconomia III
Departamento de Economia – UFF

1
Programa
1. Externalidades negativas e positivas
2. Externalidades e eficiência
3. Ineficiência e externalidades negativas
4. Externalidades e direitos de propriedade
5. Teorema de Coase
6. Externalidades na produção
7. Fusão e internalização
8. Coase e externalidades na produção
9. A tragédia do uso comum

2
Externalidades
 Até aqui, assumimos que cada agente
poderia tomar decisões de consumo ou de
produção sem se preocupar com o que os
outros agentes fizessem
 A interação entre agentes e entre
produtores dava-se via mercados, que
geravam alocações eficientes no sentido
de Pareto (na ausência de externalidades)

3
Externalidades
 Mas se existem externalidades, um
equilíbrio não é necessariamente
atingido por meio do funcionamento dos
mercados
 Outras instituições – como o sistema
legal, ou a intervenção governamental
de modo geral – são necessárias para
se promover a eficiência

4
Externalidades
 Uma externalidade é:
– um custo, ou
– um benefício…
… imposto a alguém por ações tomadas
por outros
 O custo ou o benefício é gerado
externamente, e não pela própria pessoa
(Daí o nome: anglicismo que se tornou
corrente aqui também)
5
Externalidades

 Um benefício imposto externamente é uma


externalidade positiva

 Um custo imposto externamente é uma


externalidade negativa

6
Externalidades negativas
 Poluição do ar
 Poluição da água
 Festas barulhentas no vizinho
 Congestionamentos de trânsito
 Fumaça do cigarro fumado por outra
pessoa
 Economia da educação: colegas de
classe agitados, que tiram a sua
concentração (“efeito de pares”)

7
Externalidades positivas
 Vizinhança composta de imóveis bem
cuidados: aumenta valor de mercado do seu
próprio imóvel
 Direção cuidadosa por parte de outros
motoristas: reduz risco de acidente para você
 Economia da educação:
– Bons colegas de classe (“efeito de pares”)
– Educação básica  benefícios a toda a
população
 Descoberta científica

8
16.7 WHY MARKETS FAIL
Chapter 16: Information, Market Failure, and the Role of Government

Externalities
Sometimes, however, market prices do not reflect the activities
of either producers or consumers.
There is an externality when a consumption or production activity has
an indirect effect on other consumption or production activities that is
not reflected directly in market prices.

Copyright © 2009 Pearson Education, Inc. Publishing as Prentice Hall • Microeconomics • Pindyck/Rubinfeld, 7e. 9 of 37
Externalidades e eficiência
 Externalidades causam ineficiência
1. Demasiados recursos escassos são
alocados a atividade que gera
externalidade negativa
– Produção industrial que gera
poluição
– Justificativa para intervenção estatal

10
Externalidades e eficiência
 Ineficiências por externalidades positivas não
exploradas
2. Recursos aquém do necessário são alocados
em atividade que gera externalidade positiva
– Educação: “miopia” de pais que não
compreendessem benefícios da educação
para seus filhos poderia levá-los a sub-
investir em capital humano
 Danos para toda a coletividade
 Uma justificativa para intervenção estatal (ex.:
escolaridade obrigatória)

11
Externalidades e eficiência
 Característica importante de externalidades: há bens
com os quais as pessoas se importam e que não são
vendidos nos mercados
 Não há mercado para silêncio no vizinho às três da
manhã (ruído é externalidade negativa)
 Não se cobra da empresa pela poluição
(externalidade negativa) despejada no ar...
 Não se pagam os pais para que matriculem seus
filhos na escola (externalidade positiva)...

 Falta de mercado para externalidades é problemática

12
Ineficiência e externalidades negativas
 Considerem dois agentes: A e B
 E dois bens: dinheiro e fumaça (de cigarro)
 Tanto fumaça como dinheiro são bens para o
agente A, que é um fumante inveterado
 Para o agente B, que não é fumante, dinheiro
é um bem e fumaça é um mal
 Fumaça é um bem público puro (mais
detalhes no próximo tópico do curso)

13
Ineficiência e externalidades negativas
 Agente A tem dotação $yA
 Agente B tem dotação $yB
 A intensidade da fumaça é medida
numa escala que vai de 0 (sem fumaça)
a 1 (concentração máxima de fumaça)

14
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Dinheiro e fumaça são
bens para o agente A
1

0
OA yA mA

15
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Dinheiro e fumaça são
bens para o agente A
1

0
OA yA mA

16
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Dinheiro é bem, mas fumaça
é mal para o agente B
1

0
OB yB mB

17
Ineficiência e externalidades negativas
Dinheiro é bem, mas fumaça Fumaça
é mal para o agente B
1

0
mB yB OB

18
Ineficiência e externalidades negativas
 Quaisalocações de fumaça e dinheiro
serão eficientes?

19
Ineficiência e externalidades negativas
 Cuidado: há uma diferença entre a
figura a seguir e uma Caixa de
Edgeworth convencional:
– Dinheiro é bem privado, que pode ser
dividido entre os consumidores,
porém a fumaça é bem público, que
ambos consomem na mesma
quantidade

20
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA mB yA yB mA OB

21
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
22
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
23
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
24
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Fumaça

1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
25
Ineficiência e externalidades negativas
 Suponha que não seja possível trocar
dinheiro por fumaça
 Qual é então a alocação preferida do
agente A (o fumante)?
 Esta alocação é eficiente?

26
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Fumaça

1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
27
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Escolhas de A Fumaça

1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
28
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Escolha preferida Fumaça
de A: ineficiente
1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
29
Ineficiência e externalidades negativas
 Ainda supondo não haver meios
através dos quais dinheiro possa ser
trocado por níveis de fumaça…
 …Qual é a alocação preferida do
agente B (o não-fumante)?
 Esta alocação é eficiente?

30
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Escolhas de B Fumaça

1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
31
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Escolha preferida Fumaça
de B: ineficiente
1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
32
Ineficiência e externalidades negativas
Fumaça Escolha preferida Fumaça
de B: ineficiente
1 1
Alocações
eficientes

0 0
OA yA yB OB
mA mB
33
Ineficiência e externalidades negativas
 Logo, se A e B não podem trocar dinheiro por
mudanças na intensidade de fumaça, então o
resultado é ineficiente
 Ou haverá fumaça em excesso para o não-
fumante (escolha preferida pelo fumante)…
 … ou haverá fumaça aquém do desejado
pelo fumante (escolha preferida pelo não-
fumante)

34
Externalidades e direitos de
propriedade
 Fazer com que o causador de uma
externalidade:
– Arque inteiramente com os custos
externos (da externalidade negativa)
– Ou desfrute inteiramente dos benefícios
externos (da externalidade positiva)
 …é chamado de:
 Internalização da externalidade

35
Externalidades e direitos de
propriedade
A ideia inovadora de Ronald Coase (Prêmio
Nobel de Economia em 1991) foi:
 A maioria dos problemas de externalidade é
causada por especificação inadequada dos
direitos de propriedade, e,
 …consequentemente, por ausência de
mercados nos quais as trocas possam ser
realizadas a fim de internalizar os custos ou
benefícios externos

36
Externalidades e direitos de
propriedade
 Até aqui, nem o agente A nem o agente
B eram proprietários do ar da sala
 O que aconteceria se direitos de
propriedade sobre o ar da sala fossem
atribuídos a um deles?

37
Externalidades e direitos de
propriedade
 Suponha que a propriedade do ar da
sala seja atribuída ao agente B (o não-
fumante): “direito ao ar limpo”
 Agente B agora pode trocar, com o
agente A, fumaça em troca de dinheiro
 Neste novo cenário, haverá fumaça?
 Em caso afirmativo, quanta fumaça? E
qual será o preço da fumaça?

38
Externalidades e direitos de
propriedade
 Sejap(sA) o preço pago pelo agente A
ao agente B a fim de poder produzir
fumaça com intensidade sA

39
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
40
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
41
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA)
1 1

sA

0 0
OA yA yB OB
mA mB
42
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA)
1 1
Ambos os
agentes
ganham e
o nível de
sA
fumaça é
positivo
0 0
OA yA yB OB
mA mB
43
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA)
Criação de
1 1 mercado de
“direito ao ar
limpo”
conduz
sA a uma
alocação
eficiente
0 0
OA yA yB OB
mA mB
44
Externalidades e direitos de
propriedade
 Suponha agora a situação oposta: direitos de
propriedade sobre o ar da sala são atribuídos
ao agente A (o fumante): “direito de poluir”
 Agente B agora tem que pagar ao agente A
para que reduza a intensidade da fumaça
 Quanta fumaça haverá?
 Quanto dinheiro o agente B pagará ao
agente A?

45
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
46
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça

1 1

0 0
OA yA yB OB
mA mB
47
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça p(sB) Fumaça

1 1

sB

0 0
OA yA yB OB
mA mB
48
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça p(sB) Fumaça

1 1
Ambos os
agentes
sB ganham e
o nível de
fumaça é
positivo
0 0
OA yA yB OB
mA mB
49
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça p(sB) Fumaça
Criação de
1 1 mercado de
“direito de
sB poluir”
conduz
a uma
alocação
eficiente
0 0
OA yA yB OB
mA mB
50
Externalidades e direitos de
propriedade
 Notem que:
– As quantidades de fumaça e de
dinheiro no ponto de equilíbrio
dependem de qual agente recebe
os direitos de propriedade

51
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA) p(sB)
1 1

sB
sA ≠ sB
sA

0 0
OA yA yB OB
mA mB
52
Externalidades e direitos de
propriedade
 Existealgum caso em que o mesmo
nível de fumaça ocorre no equilíbrio,
independentemente de qual agente
venha a receber os direitos de
propriedade?

53
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA) p(sB)
1 1

sA = s B

0 0
OA yA yB OB
mA mB
54
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA) p(sB)
1 1

sA = s B

0 0
OA yA yB OB
Para ambos os agentes, TMS é constante conforme
varia dinheiro, para dada intensidade de fumaça 55
Externalidades e direitos de
propriedade
Fumaça Fumaça
p(sA) p(sB)
1 1

sA = s B

0 0
OA yA yB OB
Para ambos, preferências devem ser
quase-lineares em dinheiro: U(m,s) = m + f(s) 56
Teoema de Coase
 Teorema de Coase: se as preferências
de todos os agentes forem quase-
lineares em dinheiro, então o nível
eficiente de externalidades será
alcançado, independentemente de qual
agente receba os direitos de
propriedade

57
Preferências quase-lineares
 Varian, 676-677:
 “O pressuposto da preferência quase-linear
implica que a demanda do bem que causa a
externalidade independe da distribuição de
renda.
 Desse modo, a realocação de dotações não
afeta a quantidade eficiente das
externalidades. Isso às vezes é expresso
dizendo-se que o Teorema de Coase é válido
se não houver ‘efeitos-renda’. (…)”

58
Preferências quase-lineares
 Varian, 676-677:
 “As diversas alocações eficientes no
sentido de Pareto envolverão
quantidades diferentes de dinheiro nas
mãos dos consumidores, mas a
quantidade de externalidade
independerá da distribuição de riqueza.”

59
Preferências quase-lineares
 Varian, Microeconomic analysis, pp. 164-165:
 U(m,s) = m + f(s):
 É linear num dos bens, mas (possivelmente) não-linear
nos outros bens; daí o nome quase-linear
 “Você deveria pensar nisto como uma forma de
modelar uma situação em que a demanda pelo
bem não é muito sensível à renda.
– Pense na sua demanda por papel ou lápis: quanto
mudaria sua demanda desses bens conforme
aumentasse a sua renda? Muito provavelmente,
qualquer aumento de renda seria usado para consumo
de outros bens.”

60
Preferências quase-lineares
Fumaça Fumaça
p(sA) p(sB)
1 1

sA = s B

0 0
OA yA yB OB
Prefs. quase-lineares  nível fixo de externalidade
em todos os ótimos de Pareto, qualquer que seja m 61
Programa
 Externalidades negativas e positivas
 Externalidades e eficiência
 Ineficiência e externalidades negativas
 Externalidades e direitos de propriedade
 Teorema de Coase
 (Preferências quase-lineares)
6. Externalidades na produção
7. Fusão e internalização
8. Coase e externalidades na produção
9. A tragédia do uso comum

62
Externalidades na produção
Aseguir: slides da Profa. Rosane
Mendonça, levemente adaptados

63
Externalidades na produção

● Empresa S: produz aço, s , e poluição, x , que


despeja num rio.
● Empresa F: pesqueira, localiza-se rio abaixo e
é afetada pela poluição de S.

Função custo da empresa Função custo da empresa


S: cs ( s, x ) F: c f ( f , x )
Onde: Onde:
s = quantidade de aço f = produção de peixe;
produzida; x = quantidade de
x = quantidade de poluição gerada.
poluição gerada. Os custos de F dependem
da poluição gerada por S.
64
Externalidades na produção

● Vamos supor que:


∂c f ( f , x) Poluição aumenta os
>0 custos de produzir peixe
∂x
∂cs ( s, x) Poluição reduz os custos de produzir aço
≤0 (ou, se preferirem: reduzir poluição
∂x aum entaria o custo de produzir aço )

Logo, qual o problema de maximização de lucro da empresa de aço?

Máx ps s − cs ( s, x) A empresa que produz aço escolhe a


s,x quantidade de poluição que gera, mas
E da empresa de pesca? a de pesca toma esse nível de poluição
como dado.
Máx p f f − c f ( f , x)
f 65
Externalidades na produção

● C.P.O. para a maximização de lucro da empresa de aço:


Máx ps s − cs ( s, x)
s,x
No ponto de maximização de lucro, o preço de
∂cs ( s , x )
* *
cada bem (aço e poluição) deve ser idêntico ao
ps = seu CMg.
∂s
A quantidade de poluição gerada que maximiza
∂cs ( s * , x* )
0= lucros é aquela em que a firma produz poluição até
∂x que o custo de produzir uma unidade extra seja
zero.

● C.P.O. para a empresa de pesca:

∂c f ( f * , x* )
pf =
∂f
66
Externalidades na produção

A empresa de pesca se importa com a poluição, mas não


tem controle sobre ela. A siderúrgica se preocupa apenas
com o custo de produzir aço, não considerando o custo
imposto à empresa de pesca.

O aumento do custo da pesca associado ao aumento da


poluição é parte do custo social de produção de aço e é
ignorado pela siderúrgica.

67
Fusão e internalização

Suponha que as duas empresas decidissem se fundir.


Nesse caso, não haveria externalidade.
Por que?

Porque a produção de externalidade só surge quando as


ações de uma empresa afetam as possibilidades de
produção de outra.

Aqui, dizemos que a externalidade foi internalizada por


essa redistribuição dos direitos de propriedade. Após a
fusão, a nova empresa tem o direito de controlar a
produção, tanto de aço quanto de peixe.

68
Fusão e internalização

Qual o problema de maximização de lucro da


nova empresa?
Máx p s s + p f f − cs ( s, x ) − c f ( f , x )
s, f ,x

C.P.O.:
∂cs ( sˆ, xˆ )
ps =
∂s
∂c f ( fˆ , xˆ )
pf =
∂f Esse último termo é crucial pois mostra que a
nova empresa levará em consideração o efeito da
∂cs ( sˆ, xˆ ) ∂c f ( fˆ , xˆ ) poluição nos custos marginais de ambas as
0= + empresas.
∂x ∂x 69
Fusão e internalização

Ou seja, quando a empresa de aço decide quanto vai


produzir de poluição, ela considera o efeito sobre os seus
lucros.
Mas isso afeta a quantidade de poluição que ela vai
produzir?
Lembrem que, antes das firmas se fundirem, a
siderúrgica agia de forma independente. A quantidade de
poluição era determinada pela condição:

∂cs ( s * , x* )
0= CMg s ( s , x ) = 0
* *

∂x
A siderúrgica “produzia
poluição” até que o CMg
fosse zero. 70
Fusão e internalização

Mas agora, na nova empresa pós-fusão, a quantidade de


poluição é determinada pela condição:

∂cs ( sˆ, xˆ ) ∂c f ( fˆ , xˆ ) Ou seja, a nova empresa


+ =0 gera poluição até que a
∂x ∂x soma do CMg da siderúrgica
com o da empresa de pesca
seja zero.

Essa condição também pode ∂cs ( sˆ, xˆ ) ∂c f ( fˆ , xˆ )


ser descrita como: − = >0
∂x ∂x
Ou: − CMg s ( sˆ, xˆ ) = CMg F ( fˆ , xˆ )
71
Fusão e internalização

− CMg s ( sˆ, xˆ ) = CMg F ( fˆ , xˆ ) Esse termo é positivo, uma


vez que mais poluição
aumenta o custo de produzir
uma determinada quantidade
de peixe.

Portanto, a nova empresa desejará produzir onde –CM g s (s^ ,x ^ )


seja positivo. O que isso significa na prática?
Que ela vai querer produzir menos poluição do que a empresa
siderúrgica independente (que fixava em zero este CMg!).

72
A siderúrgica independente produziria até o ponto em que o CMg
de poluição adicional fosse zero. Mas a quantidade de poluição
socialmente ótima é aquela que leva em conta o impacto da
poluição (externalidade) nos custos de ambas as empresas!

73
Fusão e internalização

Em suma:

Esse gráfico é coerente com argumentos


de eficiência vistos nos capítulos anteriores.

Nos capítulos que vimos, pressupunha-se a inexistência de


externalidades, de forma que custos privados e sociais coincidiam.

O mercado livre determinava uma quantidade eficiente no sentido de


Pareto da produção de cada bem.

Entretanto, se os custos privados e os custos sociais divergem, só o


mercado não é suficiente para alcançar a eficiência de Pareto.

74
Externalidades na produção
 Vejamos agora um exemplo numérico

75
Externalidades na produção
Ex: suponham que cS(s,x) = s2 + (x - 4)2 e
pS = 12. Então:
2 2
Π s ( s, x ) = 12s − s − ( x − 4 )
E as CPOs são:

12 = 2s e 0 = −2( x − 4 ).

76
Externalidades na produção
p s = 12 = 2s, determina o nível de produto
que maximiza lucro; s* = 6.
−2( x − 4 ) é o custo marginal, para a firma,
de reduzir poluição. Como não recebe
benefício nenhum por isso, fixa x* = 4.
O nível máximo de lucro da firma é:
Π s ( s*, x*) = 12s * − s * 2 − ( x * −4 ) 2
= 12 × 6 − 6 2 − ( 4 − 4 ) 2
= $36.
77
Externalidades na produção
Ex: suponham que cF(f;x) = f2 + xf e pF = 10.
O custo externo causado à empresa de pesca
pela de aço é xf. Como a empresa de pesca
não tem controle sobre x, então precisa tomar
a escolha de x como dada. A função de lucro
da empresa de pesca é:
Π F ( f ; x ) = 10f − f 2 − xf

78
Externalidades na produção
Π F ( f ; x ) = 10f − f 2 − xf
Dado x, a c.p.o. é:
10 = 2f + x.
Dado o nível de poluição x que lhes é imposto,
o nível de produto que maximiza lucro é:
x
f* = 5 − .
2
Notem que, conforme o nível de poluição da
firma de aço aumenta, a empresa de pesca
produz menos e aufere menor lucro
79
Externalidades na produção
x
f * = 5 − . A firma de aço, ignorando os
2
custos externos, escolhe x* = 4, de modo que
o nível de produção da empresa de pesca é:
f* = 3,

proporcionando um nível de lucros de :

Π F (f *; x ) = 10f * −f *2 − xf *
= 10 × 3 − 3 − 4 × 3 = $9.
2

Custo externo (externalidade) é de 4 x 3 = $12


80
Externalidades na produção
 Estas escolhas são eficientes?
 Quando a firma de aço ignora os custos
externos das suas escolhas, a soma
dos lucros é $36 + $9 = $45
 Será que $45 é o maior lucro agregado
que poderia ser alcançado?

81
Fusão e internalização
 Suponham que duas firmas decidam
por uma fusão. Qual é o lucro máximo
que a nova firma pode alcançar?
m 2 2 2
Π ( s, f , x ) = 12s + 10f − s − ( x − 4 ) − f − xf .

 Que escolhas de s, f e x maximizam o


lucro da nova firma?
 (Firma nova indexada com m, de merged)

82
Fusão e internalização
m 2 2 2
Π ( s, f , x ) = 12s + 10f − s − ( x − 4 ) − f − xf .

As c.p.o. são:

∂ Πm Soluções:
= 12 − 2s = 0
∂s sm = 6
m
∂Π fm = 4
= 10 − 2f − x = 0.
∂f m
m x = 2.
∂Π
= −2( x − 4 ) − f = 0.
∂x 83
Fusão e internalização
O nível de lucro da nova firma é:

m m m m
Π (s , f ,x )
m m m2 m 2 m2
= 12s + 10f −s − (x − 4) − f − xmf m
= 12 × 6 + 10 × 4 − 6 2 − ( 2 − 4 ) 2 − 4 2 − 2 × 4
= $48.

Isto é maior do que os $45 que as duas


firmas obtinham separadamente!
84
Fusão e internalização
 Fusão aumentou eficiência
 Sozinha, a firma de aço produzia x* = 4
unidades de poluição
 Dentro da nova firma, a produção de
poluição é de apenas xm = 2 unidades
 Portanto, a fusão proporcionou tanto
aumento da eficiência como menor nível
de poluição. Por que?

85
Fusão e internalização
A função de lucro da firma de aço é:
2 2
Π s ( s, x ) = 12s − s − ( x − 4 )
Assim, o custo marginal de produzir
poluição é MC ( x ) = 2( x − 4 )
s
Quando não tem que arcar com custos
externos da sua poluição, a firma aumenta
a poluição até que seu custo marginal seja
zero; portanto, x* = 4

86
Fusão e internalização
Na nova firma, a função de lucro é:
Π m ( s, f , x ) = 12s + 10f − s 2 − ( x − 4 ) 2 − f 2 − xf .
O custo marginal da poluição é:
m
MC ( x ) = 2( x − 4 ) + f > 2( x − 4 ) = MCs ( x ).
O custo marginal da poluição para a nova
firma é maior porque ela arca com a totalidade
dos custos de sua própria poluição, por meio
de custos maiores de produção na “Divisão
de Pesca” da empresa. Portanto, menos
poluição é gerada pela nova firma 87
Fusão e internalização
 Mas por que o nível de produção da
nova firma, xm = 2, é eficiente?
 O custo externo imposto sobre os
pescadores é xf, portanto o custo
marginal da poluição externa é: MCE x = f.
 O custo para a firma de aço de reduzir
m
poluição é − MC ( x ) = 2( x − 4 ).
 Eficiência requer:
E m
MCx = − MC ( x ) ⇒ f = 2( x − 4 ).
88
Coase e externalidades na produção
 Fusão, portanto, internaliza uma
externalidade e conduz à eficiência
econômica
 Existem outras formas de
internalização, de forma tal que a
eficiência seja alcançada?

89
Coase e externalidades na produção
 Coase argumenta que as
externalidades existem porque, nem a
fábrica de aço, nem a empresa de
pesca são proprietárias da água que é
poluída
 Suponham que direitos de propriedade
sobre a água sejam criados e atribuídos
a um dos agentes
– Alcançaremos eficiência?

90
Coase e externalidades na produção

A empresa de pesca tem direito à água limpa, mas pode


vender “direitos de poluir” pelo preço q por unidade.
Problema de maximização de lucro da siderúrgica:

Máx ps s − qx − cs ( s, x)
s,x

Problema de maximização de lucro da empresa de pesca:


Máx p f f + qx − c f ( f , x)
f ,x

91
Coase e externalidades na produção

Condições de maximização:
∂c ( s, x)
ps = s Cada empresa enfrenta o CMg social de suas ações
∂s quando escolhe o quanto de poluição comprar ou
vender.
∂c ( s, x)
q=− s
∂x
Observe que essas duas condições
∂c f ( f , x) implicam em:
pf =
∂f
∂cs ( s, x) ∂c f ( f , x)
− =
∂c f ( f , x) ∂x ∂x
q=
∂x O CMg que a siderúrgica tem para reduzir a poluição
tem que ser igual ao benefício marginal que a empresa
92
de pesca tem com essa redução.
Coase e externalidades na produção

Alternativa: que a siderúrgica tivesse direito a poluir. A


empresa de pesca teria de lhe pagar para poluir menos.
O resultado seria o mesmo.

No caso da produção de externalidades, o padrão ótimo


de produção independe da distribuição dos direitos de
propriedade (cf. próximo slide).

É claro que a distribuição dos lucros vai depender, em


geral, da distribuição destes direitos.

93
Coase e externalidades na produção
 Não importa quem recebe os direitos de
propriedade….
 Lucro é linear em dinheiro – e, portanto,
quase-linear também –, assim, o Teorema de
Coase é válido:
– A mesma alocação eficiente é alcançada, qualquer
que seja a firma que receba os direitos de
propriedade
– (Empresa que recebe direitos fica mais “rica”)

94
A tragédia do uso comum
 Considere uma área de pastagem, cuja
propriedade é “de uso comum”, por parte
de todos os habitantes do vilarejo
 Os moradores podem criar gado na área
comum
 Quando c vacas são criadas, quantidade
total de leite é f(c)
– Com f ’>0 e f ”<0  rendimento
marginal decrescente

95
A tragédia do uso comum
Leite
f(c)

96
A tragédia do uso comum
 Considere uma área de pastagem, cuja
propriedade é “de uso comum”, por parte de
todos os habitantes do vilarejo
 Os moradores podem criar gado na área
comum
 Quando c vacas são criadas, quantidade total
de leite é f(c)
– Com f ’>0 e f ”<0  rendimento marginal
decrescente
 O que os moradores deveriam fazer para
maximizar a renda total?

97
A tragédia do uso comum
 Seja$1 o preço do leite, e seja $pc o
custo de criar uma vaca:
f(c)/c é a quantidade de leite por vaca (=produto
médio = receita média, pois preço é 1)
A função de lucro para o vilarejo será
então: Π( c ) = f ( c ) − p c c
e o problema do vilarejo será:
max Π ( c ) = f ( c ) − p c c.
c≥ 0
98
A tragédia do uso comum

max Π ( c ) = f ( c ) − p c c.
c≥ 0
O número de vacas que maximiza a renda,
c*, satisfaz:
f ′ ( c) = pc
isto é, o ganho de renda marginal da
última vaca criada deve ser igual ao
custo marginal de criá-la
99
A tragédia do uso comum
Leite pcc
f(c)
decl. =
f’(c*)
f(c*)
Lucro máximo:
decl. (Receita menos custo)
= pc

c* c

100
A tragédia do uso comum
 Quando c = c*, a receita média por
vaca criada é positiva:
Π( c*) f ( c*) − p cc * f ( c*)
= = − pc > 0
c* c* c*
porque f ’ > 0 e f ” < 0. Vejamos no
gráfico…

101
A tragédia do uso comum
Leite pcc
f(c)
decl. =
f’(c*)
f(c*)
f ( c*)
> pc Em c*, declividade
c* de f(c*)/c* > que a
da reta laranja (pc)

c* c

102
A tragédia do uso comum
 Quando c = c*, a receita média por vaca
criada é positiva:
Π( c*) f ( c*) − p cc * f ( c*)
= = − pc > 0
c* c* c*
porque f ’ > 0 e f ” < 0. Portanto, ganho
econômico de introduzir nova vaca é positivo
 Como ninguém é dono da área comum, o
acesso é ilimitado

103
A tragédia do uso comum
Leite pcc
f(c)
decl. =
f’(c*)
f(c*)

c* c

104
A tragédia do uso comum
A entrada continua até o ponto em que
o lucro de criar mais uma vaca torna-se
zero; isto é, até que:
Π( c ) f ( c ) − p c c f ( c )
= = − p c = 0.
c c c

105
A tragédia do uso comum
Leite pcc
f(c)
decl. =
f’(c*)
f (c
pc
c

c* c

106
A tragédia do uso comum
A razão para ocorrer tal “tragédia” é
simples: quando um morador adiciona
uma vaca à área comum, sua renda
aumenta, mas a renda de cada um dos
demais criadores cai
 O morador que adiciona a vaca extra
não leva em conta o custo que impõe
aos demais moradores
– Isto é, a externalidade negativa

107
Produto
médio (AP)

Produto
marginal (MP)
Em A: MP = custo
de criar uma vaca
(ponto c*)
A B
Em B: AP = custo
de criar uma vaca
(ponto c^)

108
A tragédia do uso comum
 Tragédias do uso comum no mundo
contemporâneo:
– pesca excessiva em alto-mar
– desflorestamento e exploração econômica
de áreas públicas (“sem dono”)
– sobre-utilização de parques públicos, ou
da praia em dia de sol
– congestionamentos de trânsito
 (Sobre exemplos, ler Varian pp. 690-693)

109

Вам также может понравиться