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Introdução

O direito alternativo, ou movimento do direito alternativo é um movimento de juristas,


ou seja, um grupo de pessoas com certos objetivos comuns que se organizou no Brasil,
para produzir uma nova forma de ver e praticar o direito, a parti do ano de 1990.

Para se compreender o significado de direito alternativo, necessário dizer exatamente o


que “não” é direito alternativo. Os detratores na falta de um argumento inicial forte
para combatê-lo, criaram uma falsa imagem sobre ele, estereotipando-o de um
movimento de jurista “contra a lei” pregadores do voluntarismo jurídico. O magistrado,
sem limites, está livre para julgar segundo critérios próprios.

Esse estereótipo acabou sendo criado, pôr o direito alternativo criticar o positivismo
jurídico e quase todos os críticos confundem a sua proposta colocando-a como sendo
contrária a estrutura legal vigente.

As críticas do direito alternativo são direcionadas:

1) A teoria juspositiva, pois descreve a realidade de forma falsa.

2) À ideologia juspositiva, pois interfere na realidade, criando valores úteis as classes


mais favorecidas em detrimento da maioria da população.

O magistrado Amílton Bueno de Carvalho é considerado, talvez o maior responsável pelo


surgimento do Direito Alternativo Brasileiro, não deixava dúvidas sobre a necessidade
de leis para resguarda a vida em sociedade, ao afirmar expressamente “A lei escrita é
conquista da humanidade e não se vislumbra possibilidade de vida em sociedade sem
normas (sejam elas escritas ou não)”.

Alguns exemplos históricos poderão aclarar a polemica. Na África do Sul, perdurava o


regime conhecido como Apartheid. Que funcionava sob um sistema lega oficial e
hierárquico, devidamente emanado do parlamento produzido em conformidade com o
sistema legal vigente. Haviam leis, que proibiam, por exemplo, um ser humano branco
de sentar em um banco de praça junto a outro ser humano negro.

Outro exemplo são os países islâmicos onde as mulheres estão submetidas a uma ordem
legal (formalmente perfeita) terrível. A palavra de um ontem sempre prevalece contra
a palavra de uma mulher. Assim, basta o marido levar suas suspeitas de adultério a um
tribunal, para sua esposa correr o risco de ser condenada á morte. O mesmo vale para
um pai, que denuncia a filha solteira de manter relações sexuais.

Com o direito alternativo brasileiro ocorre mais ou menos o mesmo. Não se estar a lutar
contra a existência de um sistema de normas escritas no Brasil, como não se defende a
ausência de limites aos julgadores. Labuta-se contra o conteúdo de algumas leis, contra
falta de aplicação de outras e contra a interpretação reacionária efetuada pela maioria
dos juristas brasileiros, em especial pelos juízes de direito, desembargadores e
ministros, aos textos legais.

Isto porque esta realidade leva o arcabouço jurídico do estado a servir pequenas classes
sociais, em detrimento de todo o povo.

Um pouco de História
Para uma ampla compreensão sobre o Direito Alternativo é necessário começar com
o golpe de Estado , levado a cabo no Brasil no ano de 1964. Com os militares no poder
e na administração do país , a sociedade ficou submetida a violência. Sendo assim, no
ano de 1964, o cidadão brasileiro perdeu, ou, pelo menos, teve diminuída sua
capacidade de ir a juízo, exercitar seus Direitos subjetivos para pleitear Direitos objetivos
relacionados com sua condição social, econômica e laboral.

O poder Judiciário, não obstante ter sofrido algumas restrições pelas legislações de
exceção, foi o menos atingindo e o que menos reagiu ás violências praticadas pelos
golpistas. Suas atividades, durante todo esse período, foram normais.

Naqueles anos as faculdades de Direito foram mais legalistas que outras, e sua
pedagogia era a de transmitir os conteúdos das normas em vigor, o pensamento de
alguns doutrinadores e da jurisprudência, quase sempre, de extrema direita. Tentar
problematizar a Ciência Jurídica, criticar seus dogmas era prática subversiva e poderia
levar à prisão, à tortura e, até mesmo, à morte.

Com o fim da ditadura (1985), principia o processo para elaboração da nova Constituição
Federal. A Associação dos Magistrados Brasileiros organizou várias reuniões para
levantar sugestões a serem sistematizadas em nível nacional e, após, encaminhadas
como propostas ao Congresso Constituinte.

Havia uma forte insatisfação com a profissão e coma a atitude do Poder Judiciário frente
aos cruciais problemas nacionais. O Judiciário sempre se houve como uma instituição
pretensamente neutra, sob o argumento de ser sua função tão só aplicar a lei, ignorando
as dificuldades e conflitos existentes na sociedade.

Além disso, os julgadores deparavam-se, e seguem deparando-se, com o anacronismo


da legislação, com rigidez processual e sua consequência ineficácia social da prestação
jurisdicional e com o caráter meramente exegético da cultura jurídica dominante. O
resultado é a formação de julgadores completamente vinculados a algumas leis eleitas
como prioritárias, pois outras são esquecidas ou propositadamente restringidas; e, a
jurisprudência dos tribunais. Isto gera uma grande dissintonia entre o discurso jurídico
hegemônico e a realidade socioeconômica do país.

Todo esse quadro criou uma tensão intrapoder. Do descontentamento, acabou surgindo
uma práxis jurídica alternativa. Simultaneamente, a sociedade civil começou a
organizar-se e a trazer ao Poder Judiciário reivindicações não resolvidas pelos outros
Poderes, todas, até então, consideradas políticas, econômicas ou sociais, ou seja, não-
jurídicas.

A população politizou o Judiciário, transformando as lides jurídicas de demandas só


interindividuais em conflitos coletivos e classistas. Até porque a prática jurídica, tida
como apolítica de pura técnica neutra, é, em realidade, uma práxis ideológica, vinculada
ao poder hegemônico, com prometida, de igual forma, com determinadas condições
socioeconômicas e políticas. Por conseguinte, nada neutra.

Entre esses julgadores inovadores estavam os primeiros juízes alternativos, mas não só
eles. Outros magistrados também se rebelaram contra o distanciamento do Poder
judiciário em relação às questões sociais, e, até certo ponto, o efetivo abandono.

O passo inicial do Direito Alternativo foi a criação de um grupo de estudos, organizado


por alguns juízes de direito gaúchos, comuns e trabalhistas, após participarem de
reuniões promovidas pela associação classista e tinha o propósito de citar sugestões aos
legisladores constituintes. Por volta de 1987 juristas não magistrados, como por
exemplo, Edmundo Lima de Arruda Junior, Antônio Carlos Wolkmer entre outros,
influenciados pelo movimento Italiano, uso Alternativo do Direito, já se falava na criação
de um movimento jurídico critico, organizado em todo o Brasil.

No dia 25 de Outubro de 1990 eis que surge o Direito Alternativo, devido a uma
publicação do Jornal a Tarde de São Paulo pelo Jornalista Luiz Maklouf e a manchete ‘‘
Juízes Gaúchos Colocam Direito Acima da Lei”. Essa publicação teve o objetivo de criticar
e desmoralizar o grupo de magistrados do Rio Grande do Sul que tinham uma visam
crítica e debatiam formas alternadas da aplicação do direito positivado, buscando
alcançar fins sociais. Porém o que ocorreu foi o inverso, a publicação foi um grande
veículo de propaganda, unindo vários magistrados descontes com a estrutura do
judiciário. O alvo principal da matéria foi o juiz Amilton Bueno de Carvalho um dos
responsáveis pela organização dos encontros, que inclusive estava participando do III
Encontro Nacional da “ Nova Escola Jurídica”, quando por telefone recebeu a notícia.
Logo como resposta decidiu realizar o “1º Encontro Internacional de Direito Alternativo”
em Florianópolis, Santa Catarina, entre os dias 4 a 7 de Setembro de 1991.

Por ser um movimento de crítica a ordem estabelecida e depois da ditadura militar,


houve um forte espirito de reivindicação social e de luta por liberdade. O Direito

Alternativo virou espécie de moda e ocorreram vários encontros e congressos


principalmente na região sul com grande participação de pessoas, e até mesmo no
exterior. Com o passar do tempo houve a redução do movimento, cujos encontros e
congressos tiveram um número menor de participantes e isso permitiu para que fizesse
uma reflexão, pois é uma teoria que começou a existir e precisa ser aprofundada. Porém
com novos congressos publicações de livros, o Direito Alternativo voltou a pauta no
mundo jurídico Brasileiro. A questão agora é se o Direito Alternativo se firmará como
uma corrente crítica do Direito, e surgir o início de uma nova teoria do direito ou ficará
na história apenas como uma moda, uma revolta momentânea que veio e passou.
Direito Alternativo e suas Origens

O movimento do direito Alternativo não é uma imitação e suas características são muito
próprias. Entretanto foi o movimento italiano do uso alternativo do Direito seu grande
inspirador.

Muitos foram os juristas que enfrentaram a ditadura militar instalada em nosso país e,
no meio destes, surgiram teóricos críticas, embalados pelos contos libertários pós
segunda Guerra Mundial entoados por juristas europeus, em especial italianos,
franceses e, até certo ponto, espanhóis. São exemplos Roberto Lyra Filha, Luiz Fernando
Coelho, Luiz Alberto Warat, Jose Eduardo Faria, Roberto Aguiar, João Baptista Herken
Hoff, entre tantos outros. Todos influenciaram foram propulsores do alternativismo.
Contudo a maior identidade com os italianos vem, sob meu ponto de vista, do fato de
ter sido o Direito Alternativo brasileiro, em seus primeiros dias, um movimento de juízes
de Direito, iniciando, assim, de igual forma.

A estrutura jurídica fascista foi desmantelada, derrotado o fascismo, a sociedade italiana


elaborou um novo ordenamento jurídico, bem mais democrático do que a ordem legal
vigente até então. O coroamento desse processo deu-se com a promulgação da
Constituição Federal em 27 de Dezembro de 1947elaborado por uma assembleia
constituinte.

Até essa data era vedada a associação de juízes. Com a entrada em vigor do novo
arcabouço jurídico positivo, foi criada a Associação Nacional de Magistrados Italianos –
A.N.M.I, abrangendo a todos os juízes do pais. Dizia-se uma associação apolítica.

A postura da magistratura italiana, em sua grande maioria, no período pós-fascista,


caracterizou-se por um extremo reacionarismo. Em realidade, a magistratura italiana,
como um todo, e a corte de cassação, em especial, durante o fim da década de quarenta,
toda a década de cinquenta e o início dos anos sessenta, exercitou uma tenaz pratica
hermenêutica fascista. Nos julgamos dos crimes de guerra, o normal era absorção dos
companheiros de Mussolini e a condenação dos membros da resistência.

Em 1956 para frenar o reacionarismo judiciária foi criada a corte constitucional, superior
ao areópago até o momento todo poderoso. Essa nova casa judiciária declarou
inconstitucional quase toda a herança legislativa fascista. Durante esse período, a
A.N.M.I. manteve-se apática. Ocorreu um distanciamento entre os julgadores de
primeiro grau e os membros dos tribunais.

Dentro da associação as divergências políticas se avolumavam. Ocorreu a cisão em 1961.


Os magistrados de segunda instância saíram da A.N.M.I e

fundaram a União das Cortes e, pouco tempo após, trocaram para União de Magistrados
Italianos – U.M.I., com a intenção de arrebanhar os juízes conservadores de primeira
instância.

O Que É Direito Alternativo?

O Direito Alternativo não possui uma ideologia única, os membros do movimento


uniram -se por objetivos comuns, a proposta alternativa segue uma cronologia histórica
evolutiva.

O Direito Alternativo é uma nova visão do direito, vinculando sua aplicação à justiça,
mesmo que para isso seja necessário observar a norma jurídica.

Mas os pontos teóricos em comum entre seus membros destacando -se:

1- Não aceitação do sistema capitalista como modelo econômico ;2) Combate ao


liberalismo burguês como sistema ;

3) Combate amplo à miséria da grande parte da população brasileira e luta pela


democracia, igualdade e condição mínima e digna de vida a todos ;

1- Unanimidade crítica ao positivismo jurídico ;

A) da neutralidade ou a valoratividade;

b) do formalismo jurídico ou anti- ideológica do Direito;

C) de coerência e completude do ordenamento jurídico;

D) Da fonte única do direito e interpretação de um método


hermenêutico/formal/lógico/técnico/dedutivo.
Para a atividade prática, o movimento defende :

1) Positivismo combate: é a luta pelo cumprimento de várias leis de conteúdo social ;

2)Uso Alternativo do Direito: interpretação social da norma, buscando favorecer as


classes sociais menos favorecidas.

3) Direito Alternativo em sentido: é a visão do direito sob a ótica do pluralismo jurídico,


significa o direito existentes nas ruas, emergentes da população, ainda não elevado à
condição de lei oficial.

O principal, objetivo do Direito Alternativo é buscar uma sociedade mais justa,


equilibrada e igualitária, que trate o igual como igual, e o desigual como desigual.

Então surge o Direito Positivo, tendo como base a lei escrita, porém essas leis, algumas
vezes são injustas, mas que devido a sua propriedade coercitiva tem que ser observada
e seguida, sob pena de ser-lhe imputada uma punição por sua inobservância. Devido a
esses critérios de justiça e injustiça surge o direito alternativo, tendo como escopo a
aplicação da justiça ao invés do direito posto, pois o entendimento dos seguidores dessa
corrente, que o juiz tem o dever de agir com justiça mesmo que essa justiça seja com
"legem."

1.0 O Amadurecimento

Após a consolidação do movimento direito alternativo, com as realizações dos primeiros


congressos, algumas teorias surgiram e vários autores buscaram descrever, delimitar e
explicar o conteúdo do movimento e sua prática. O primeiro conceito surgido foi o
JURISTA ORGÂNICO. Para os alternativos, os operadores jurídicos (juízes, promotores,
advogados e etc.), em sua maioria, estão comprometidos com as classes dominantes e
não querem mudar nada estruturalmente importante, pois os privilégios que lhes
favorecem estão institucionalizados. Orgânico, por tanto, seriam os juristas
comprometidos com a mudança social, que fazem uma luta constante em prol de
transformações sociais, buscando alterar as relações de poder nela existentes, com o
escopo de combater a miséria, promover a liberdade e a igualdade material.

A prática alternativa visa mudanças sociais, porém não pretende transformar a


sociedade somente pelo Direito. Toda transformação social só pode ser resultado da
ação de vários movimentos sociais. Amilton Bueno de Carvalho, magistrado, conceituou
Direito Alternativo como: “Atuação Jurídica comprometida com a busca de vida com
dignidade para todos.” 1992. Afirmando que o operador jurídico alternativo deveria
abandonar qualquer postura de neutralidade, assumindo, abertamente um
compromisso ético com as classes menos favorecidas. O movimento alternativo foi
dividido em três atividades pratico/teóricas:

1) Positivismo de Combate. Muitas reivindicações populares encontram-se erigidas à


condição de lei. Essas normas, entretanto, em contradição com todas as falácias
positivistas, simplesmente não são cumpridas, ou quando são, sofrem violenta
interpretação restritiva. Portanto, não bastam tornar lei os anseios da população.
Incumbe então ao operador jurídico lutar pela efetivação (concretização) de todas essas
legislações. Uma das principais práticas alternativas é a luta pelo cumprimento da lei. A
isso se chama de positivação combativa.

2) Uso alternativo do Direito. É o processo hermenêutico pelo qual o interprete dá à


norma legal um sentido diferente daquele pretendido pelo legislador de direita ou pela
classe dominante. Realiza-se então uma interpretação extensiva de todos os textos
legais com cunho popular, e uma interpretação restritiva das leis que privilegiam as
classes menos favorecidas. Os juristas alternativos efetuam sempre uma exegese social
ou teológica das leis, ou seja, buscando favorecer as classes menos privilegiadas.

3) Direito Alternativo sem sentido restritivo – sob a ótica do pluralismo jurídico. Significa
os direitos existentes nas ruas, não elevados a condição de lei oficial. Só é legitimo o

direito da rua que visa efetuar conquistas democráticas para edificar uma sociedade
mais igualitária, consequentemente mais justa.

O professor Edmundo Lima de Arruda de formação marxista, não aceita a denominação


“uso alternativo do Direito”, pois entende que não há, nos países periféricos, um estado
de Direito mínimo; crê como sendo correto falar-se de uso do Direito, a ser praticado
por todos os operadores jurídicos comprometidos com um projeto democrático, para
ele sinônimo de socialismo. O marxismo é tido como referencial básico do movimento,
mas não exclusivo. Para ele o alternativismo é uma opção política e sua crítica ao direito
Dominante não pode ser entendida como uma crítica ao Direito, mas sim contra um
determinado Direito. Assim, os alternativos assumem uma postura em favor das classes
trabalhadoras e subalternas.

O pluralismo jurídico é uma corrente muito forte no interior do alternativismo,


possuindo vários defensores. Estes juristas não aceitam que a produção do Direito seja
uma exclusividade, um monopólio do estado.

Várias são as concepções sobre o Direito Alternativo, o primeiro a ideia de modificar a


sociedade, para acabar com a miséria de grande parte da população. E, a não aceitação
do liberalismo como modelo político e do capitalismo como modelo econômico
definitivo.

Hoje o movimento encontra-se perplexo. Sabe-se muito bem contra o que e contra
quem luta, mas não possui uma proposta alternativa de sociedade. A busca é por uma
teoria jurídica alternativa realmente capaz de dar conta do fenômeno jurídico, com o
escopo de transformar a sociedade, erigindo condições e relações de vida entre os seres
humanos, nas quais não haja lugar para a miséria, para a fome, para exploração e para
a dominação. É um velho discurso, porém até hoje não foi elevado à condição de
realidade.

O que é Direito Alternativo?

CONCLUSÃO

O Direito Alternativo contribui para a sociedade civil brasileira a partir do momento que
traz ao meio jurídico um contra discurso ao tradicionalismo. Como movimento ainda
jovem, surgido em 1990, ainda precisa ser melhorado para aperfeiçoar suas propostas,
visando à transformação social.

Algumas divergências foram indicadas pelo autor neste processo de aperfeiçoamento.


A primeira é em relação ao pluralismo jurídico e à visão do Direito Alternativo como
outro Direito. Está clara a existência de normas fora do âmbito estatal, produzidas pela
sociedade, que são conhecidas como Direitos Paralelos (normas de convivências em
comunidades urbanas, aldeias indígenas, acampamentos dos sem-terra, etc.). A questão
é identificar qual direito é efetivamente popular do criminoso. O professor Wolkmer
orienta, para este caso, considerar o direito comunitário aquele que é justo e ético. Essa
consideração levantou dúvidas ao autor, pois este questiona a legitimidade do professor
para esta escolha e também porque estes conceitos de justiça e ética são vagos,
dependem da ideologia de quem produz seu entendimento, e são utilizados pelo direito
tradicional, tão criticado pelo direito alternativo.

A segunda divergência é quanto aos teóricos pluralistas que consideram o direito


alternativo como indiscutível pelo fato de terem origem nos movimentos populares e
retratarem a verdadeira justiça, impassível de corrupção ou ganância. Para contrapor
este discurso, o autor usa como exemplo o Movimento dos Sem-Terra, onde a luta é
pela aquisição de um título de propriedade, segundo matéria do jornal Folha de São
Paulo, sendo negligenciado o intuito de justiça, bem comum e ética.

A terceira divergência é a crença que a população oprimida pelas classes dominantes vai
se libertar e construir seu próprio caminho baseado na liberdade, progresso e
emancipação. O autor acha esse pensamento ingênuo a partir do momento que o povo
é influenciado pelos conceitos e ideologias da classe dominante, inclusive no que tange
a liberdade e direitos.

A quarta divergência consiste no argumento de que como o direito alternativo pode


superar o estatal e construir um novo direito. Esse problema metodológico deve ser
solucionado dentro do próprio direito positivo.

A jurisdicidade por si só não é capaz de solucionar todos os conflitos sociais. Cabe ao


Direito Alternativo unir-se aos movimentos sociais organizados e buscar alternativas
para uma transformação estrutural da sociedade. A justiça não deve ser vista como

fonte legitimadora de qualquer sentença, nem estar acima do Direito. Sempre há um


discurso para justificar a negação prática da norma inconveniente aos interesses
hegemônicos. A visão de que os positivistas são os que cumprem a lei e os alternativos
não, gerou o pensamento errôneo de que o Direito Alternativo é um movimento
contrário à lei. Ante uma lei injusta, o papel do jurista alternativo é demonstrar que ela
contraria o ordenamento jurídico, princípios constitucionais e até internacionais, se for
o caso.

O Direito Alternativo não pode ser pensado fora do ordenamento jurídico estatal. Tanto
a atividade legislativa quanto a judicial sofrem pressões, tanto das classes dominantes
quanto dos classes dominadas e organizadas através dos movimentos sociais. Estes
jogos de poder não resolverão os problemas. É neste contexto que o Direito Alternativo
ganha força e destaque pois luta “pela elaboração de um sistema legal estatal
democrático, uma teoria jurídica sedimentada em princípios claros, igualitários e
comprometidos com os interesses de toda sociedade”. O Direito Alternativo deve ser
considerado como um movimento de oposição e resistência à ideologia hegemônica e
seus malefícios sociais econômicos e pessoais.
Referência Bibliográfica

O que é Direito Alternativo – Lédio Rosa de Andrade

Disponível <http :// http://tjsc25.tjsc.gov.br/academia/cejur/arquivos/direito

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