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Esse estereótipo acabou sendo criado, pôr o direito alternativo criticar o positivismo
jurídico e quase todos os críticos confundem a sua proposta colocando-a como sendo
contrária a estrutura legal vigente.
Outro exemplo são os países islâmicos onde as mulheres estão submetidas a uma ordem
legal (formalmente perfeita) terrível. A palavra de um ontem sempre prevalece contra
a palavra de uma mulher. Assim, basta o marido levar suas suspeitas de adultério a um
tribunal, para sua esposa correr o risco de ser condenada á morte. O mesmo vale para
um pai, que denuncia a filha solteira de manter relações sexuais.
Com o direito alternativo brasileiro ocorre mais ou menos o mesmo. Não se estar a lutar
contra a existência de um sistema de normas escritas no Brasil, como não se defende a
ausência de limites aos julgadores. Labuta-se contra o conteúdo de algumas leis, contra
falta de aplicação de outras e contra a interpretação reacionária efetuada pela maioria
dos juristas brasileiros, em especial pelos juízes de direito, desembargadores e
ministros, aos textos legais.
Isto porque esta realidade leva o arcabouço jurídico do estado a servir pequenas classes
sociais, em detrimento de todo o povo.
Um pouco de História
Para uma ampla compreensão sobre o Direito Alternativo é necessário começar com
o golpe de Estado , levado a cabo no Brasil no ano de 1964. Com os militares no poder
e na administração do país , a sociedade ficou submetida a violência. Sendo assim, no
ano de 1964, o cidadão brasileiro perdeu, ou, pelo menos, teve diminuída sua
capacidade de ir a juízo, exercitar seus Direitos subjetivos para pleitear Direitos objetivos
relacionados com sua condição social, econômica e laboral.
O poder Judiciário, não obstante ter sofrido algumas restrições pelas legislações de
exceção, foi o menos atingindo e o que menos reagiu ás violências praticadas pelos
golpistas. Suas atividades, durante todo esse período, foram normais.
Naqueles anos as faculdades de Direito foram mais legalistas que outras, e sua
pedagogia era a de transmitir os conteúdos das normas em vigor, o pensamento de
alguns doutrinadores e da jurisprudência, quase sempre, de extrema direita. Tentar
problematizar a Ciência Jurídica, criticar seus dogmas era prática subversiva e poderia
levar à prisão, à tortura e, até mesmo, à morte.
Com o fim da ditadura (1985), principia o processo para elaboração da nova Constituição
Federal. A Associação dos Magistrados Brasileiros organizou várias reuniões para
levantar sugestões a serem sistematizadas em nível nacional e, após, encaminhadas
como propostas ao Congresso Constituinte.
Havia uma forte insatisfação com a profissão e coma a atitude do Poder Judiciário frente
aos cruciais problemas nacionais. O Judiciário sempre se houve como uma instituição
pretensamente neutra, sob o argumento de ser sua função tão só aplicar a lei, ignorando
as dificuldades e conflitos existentes na sociedade.
Todo esse quadro criou uma tensão intrapoder. Do descontentamento, acabou surgindo
uma práxis jurídica alternativa. Simultaneamente, a sociedade civil começou a
organizar-se e a trazer ao Poder Judiciário reivindicações não resolvidas pelos outros
Poderes, todas, até então, consideradas políticas, econômicas ou sociais, ou seja, não-
jurídicas.
Entre esses julgadores inovadores estavam os primeiros juízes alternativos, mas não só
eles. Outros magistrados também se rebelaram contra o distanciamento do Poder
judiciário em relação às questões sociais, e, até certo ponto, o efetivo abandono.
No dia 25 de Outubro de 1990 eis que surge o Direito Alternativo, devido a uma
publicação do Jornal a Tarde de São Paulo pelo Jornalista Luiz Maklouf e a manchete ‘‘
Juízes Gaúchos Colocam Direito Acima da Lei”. Essa publicação teve o objetivo de criticar
e desmoralizar o grupo de magistrados do Rio Grande do Sul que tinham uma visam
crítica e debatiam formas alternadas da aplicação do direito positivado, buscando
alcançar fins sociais. Porém o que ocorreu foi o inverso, a publicação foi um grande
veículo de propaganda, unindo vários magistrados descontes com a estrutura do
judiciário. O alvo principal da matéria foi o juiz Amilton Bueno de Carvalho um dos
responsáveis pela organização dos encontros, que inclusive estava participando do III
Encontro Nacional da “ Nova Escola Jurídica”, quando por telefone recebeu a notícia.
Logo como resposta decidiu realizar o “1º Encontro Internacional de Direito Alternativo”
em Florianópolis, Santa Catarina, entre os dias 4 a 7 de Setembro de 1991.
O movimento do direito Alternativo não é uma imitação e suas características são muito
próprias. Entretanto foi o movimento italiano do uso alternativo do Direito seu grande
inspirador.
Muitos foram os juristas que enfrentaram a ditadura militar instalada em nosso país e,
no meio destes, surgiram teóricos críticas, embalados pelos contos libertários pós
segunda Guerra Mundial entoados por juristas europeus, em especial italianos,
franceses e, até certo ponto, espanhóis. São exemplos Roberto Lyra Filha, Luiz Fernando
Coelho, Luiz Alberto Warat, Jose Eduardo Faria, Roberto Aguiar, João Baptista Herken
Hoff, entre tantos outros. Todos influenciaram foram propulsores do alternativismo.
Contudo a maior identidade com os italianos vem, sob meu ponto de vista, do fato de
ter sido o Direito Alternativo brasileiro, em seus primeiros dias, um movimento de juízes
de Direito, iniciando, assim, de igual forma.
Até essa data era vedada a associação de juízes. Com a entrada em vigor do novo
arcabouço jurídico positivo, foi criada a Associação Nacional de Magistrados Italianos –
A.N.M.I, abrangendo a todos os juízes do pais. Dizia-se uma associação apolítica.
Em 1956 para frenar o reacionarismo judiciária foi criada a corte constitucional, superior
ao areópago até o momento todo poderoso. Essa nova casa judiciária declarou
inconstitucional quase toda a herança legislativa fascista. Durante esse período, a
A.N.M.I. manteve-se apática. Ocorreu um distanciamento entre os julgadores de
primeiro grau e os membros dos tribunais.
fundaram a União das Cortes e, pouco tempo após, trocaram para União de Magistrados
Italianos – U.M.I., com a intenção de arrebanhar os juízes conservadores de primeira
instância.
O Direito Alternativo é uma nova visão do direito, vinculando sua aplicação à justiça,
mesmo que para isso seja necessário observar a norma jurídica.
A) da neutralidade ou a valoratividade;
Então surge o Direito Positivo, tendo como base a lei escrita, porém essas leis, algumas
vezes são injustas, mas que devido a sua propriedade coercitiva tem que ser observada
e seguida, sob pena de ser-lhe imputada uma punição por sua inobservância. Devido a
esses critérios de justiça e injustiça surge o direito alternativo, tendo como escopo a
aplicação da justiça ao invés do direito posto, pois o entendimento dos seguidores dessa
corrente, que o juiz tem o dever de agir com justiça mesmo que essa justiça seja com
"legem."
1.0 O Amadurecimento
3) Direito Alternativo sem sentido restritivo – sob a ótica do pluralismo jurídico. Significa
os direitos existentes nas ruas, não elevados a condição de lei oficial. Só é legitimo o
direito da rua que visa efetuar conquistas democráticas para edificar uma sociedade
mais igualitária, consequentemente mais justa.
Hoje o movimento encontra-se perplexo. Sabe-se muito bem contra o que e contra
quem luta, mas não possui uma proposta alternativa de sociedade. A busca é por uma
teoria jurídica alternativa realmente capaz de dar conta do fenômeno jurídico, com o
escopo de transformar a sociedade, erigindo condições e relações de vida entre os seres
humanos, nas quais não haja lugar para a miséria, para a fome, para exploração e para
a dominação. É um velho discurso, porém até hoje não foi elevado à condição de
realidade.
CONCLUSÃO
O Direito Alternativo contribui para a sociedade civil brasileira a partir do momento que
traz ao meio jurídico um contra discurso ao tradicionalismo. Como movimento ainda
jovem, surgido em 1990, ainda precisa ser melhorado para aperfeiçoar suas propostas,
visando à transformação social.
A terceira divergência é a crença que a população oprimida pelas classes dominantes vai
se libertar e construir seu próprio caminho baseado na liberdade, progresso e
emancipação. O autor acha esse pensamento ingênuo a partir do momento que o povo
é influenciado pelos conceitos e ideologias da classe dominante, inclusive no que tange
a liberdade e direitos.
O Direito Alternativo não pode ser pensado fora do ordenamento jurídico estatal. Tanto
a atividade legislativa quanto a judicial sofrem pressões, tanto das classes dominantes
quanto dos classes dominadas e organizadas através dos movimentos sociais. Estes
jogos de poder não resolverão os problemas. É neste contexto que o Direito Alternativo
ganha força e destaque pois luta “pela elaboração de um sistema legal estatal
democrático, uma teoria jurídica sedimentada em princípios claros, igualitários e
comprometidos com os interesses de toda sociedade”. O Direito Alternativo deve ser
considerado como um movimento de oposição e resistência à ideologia hegemônica e
seus malefícios sociais econômicos e pessoais.
Referência Bibliográfica