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DESCARTES

O Método

Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas
cadeias de razão".

1. - A primeira regra é a evidência : não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço
evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos)
e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de
duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar
de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o
produto do espírito crítico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidência juvenil, mas quadragenária".

2. - A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem
possíveis".

3. - A terceira, é a regra da síntese : "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos
mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos
mais complexos".

4. - A última á a dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido".

Se esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram nele uma manifestação
do livre exame e do racionalismo.

a) Ele não afirma a independência da razão e a rejeição de qualquer autoridade? "Aristóteles disse" não é
mais um argumento sem réplica! Só contam a clareza e a distinção das idéias. Os filósofos do século
XVIII estenderão esse método a dois domínios de que Descartes, é importante ressaltar, o excluiu
expressamente: o político e o religioso (Descartes é conservador em política e coloca as "verdades da fé"
ao abrigo de seu método).

b) O método é racionalista porque a evidência de que Descartes parte não é, de modo algum, a evidência
sensível e empírica. Os sentidos nos enganam, suas indicações são confusas e obscuras, só as idéias da
razão são claras e distintas. O ato da razão que percebe diretamente os primeiros princípios é a intuição.
A dedução limita-se a veicular, ao longo das belas cadeias da razão, a evidência intuitiva das "naturezas
simples". A dedução nada mais é do que uma intuição continuada.

A Metafísica

No Discurso sobre o Método, Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem compreender sua
metafísica, é necessário ler as Meditações.

1. - Todos sabem que Descartes inicia seu itinerário espiritual com a dúvida. Mas é necessário
compreender que essa dúvida tem um outro alcance que a dúvida metódica do cientista. Descartes
duvida voluntária e sistematicamente de tudo, desde que possa encontrar um argumento, por mais frágil
que seja. Por conseguinte, os instrumentos da dúvida nada mais são do que os auxiliares psicológicos, de
uma ascese, os instrumentos de um verdadeiro "exército espiritual". Duvidemos dos sentidos, uma vez
que eles freqüentemente nos enganam, pois, diz Descartes, nunca tenho certeza de estar sonhando ou
de estar desperto! (Quantas vezes acreditei-me vestido com o "robe de chambre", ocupado em escrever
algo junto à lareira; na verdade, "estava despido em meu leito").

Duvidemos também das próprias evidências científicas e das verdades matemáticas! Mas quê? Não é
verdade - quer eu sonhe ou esteja desperto - que 2 + 2 = 4? Mas se um gênio maligno me enganasse, se
Deus fosse mau e me iludisse quanto às minhas evidências matemáticas e físicas? Tanto quanto duvido
do Ser, sempre posso duvidar do objeto (permitam-me retomar os termos do mais lúcido intérprete de
Descartes, Ferdinand Alquié).

2. - Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me
enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objeto de
pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável. "Penso, cogito, logo existo,
ergo sum" . Não é um raciocínio (apesar do logo, do ergo), mas uma intuição, e mais sólida que a do
matemático, pois é uma intuição metafísica, metamatemática. Ela trata não de um objeto, mas de um ser.
Eu penso, Ego cogito (e o ego, sem aborrecer Brunschvicg, é muito mais que um simples acidente
gramatical do verbo cogitare). O cogito de Descartes, portanto, não é, como já se disse, o ato de
nascimento do que, em filosofia, chamamos de idealismo (o sujeito pensante e suas idéias como o
fundamento de todo conhecimento), mas a descoberta do domínio ontológico (estes objetos que são as
evidências matemáticas remetem a este ser que é meu pensamento).

3. - Nesse nível, entretanto, nesse momento de seu itinerário espiritual, Descartes é solipsista. Ele só tem
certeza de seu ser, isto é, de seu ser pensante (pois, sempre duvido desse objeto que é meu corpo; a
alma, diz Descartes nesse sentido, "é mais fácil de ser conhecida que o corpo").

É pelo aprofundamento de sua solidão que Descartes escapará dessa solidão. Dentre as idéias do meu
cogito existe uma inteiramente extraordinária. É a idéia de perfeição, de infinito. Não posso tê-la tirado de
mim mesmo, visto que sou finito e imperfeito. Eu, tão imperfeito, que tenho a idéia de Perfeição, só posso
tê-la recebido de um Ser perfeito que me ultrapassa e que é o autor do meu ser. Por conseguinte, eis
demonstrada a existência de Deus. E nota-se que se trata de um Deus perfeito, que, por conseguinte, é
todo bondade. Eis o fantasma do gênio maligno exorcizado. Se Deus é perfeito, ele não pode ter querido
enganar-me e todas as minhas idéias claras e distintas são garantidas pela veracidade divina. Uma vez
que Deus existe, eu então posso crer na existência do mundo. O caminho é exatamente o inverso do
seguido por São Tomás. Compreenda-se que, para tanto, não tenho o direito de guiar-me pelos sentidos
(cujas mensagens permanecem confusas e que só têm um valor de sinal para os instintos do ser vivo). Só
posso crer no que me é claro e distinto (por exemplo: na matéria, o que existe verdadeiramente é o que é
claramente pensável, isto é, a extensão e o movimento). Alguns acham que Descartes fazia um circulo
vicioso: a evidência me conduz a Deus e Deus me garante a evidência! Mas não se trata da mesma
evidência. A evidência ontológica que, pelo cogito, me conduz a Deus fundamenta a evidência dos
objetos matemáticos. Por conseguinte, a metafísica tem, para Descartes, uma evidência mais profunda
que a ciência. É ela que fundamenta a ciência (um ateu, dirá Descartes, não pode ser geômetra!).

4. - A Quinta meditação apresenta uma outra maneira de provar a existência de Deus. Não mais se trata
de partir de mim, que tenho a idéia de Deus, mas antes da idéia de Deus que há em mim. Apreender a
idéia de perfeição e afirmar a existência do ser perfeito é a mesma coisa. Pois uma perfeição não-
existente não seria uma perfeição. É o argumento ontológico, o argumento de Santo Anselmo que
Descartes (que não leu Santo Anselmo) reencontra: trata-se, ainda aqui, mais de uma intuição, de uma
experiência espiritual (a de um infinito que me ultrapassa) do que de um raciocínio.

Descartes afirma que a realidade exterior pode ser conhecida através da razão. As propriedades
quantitativas são evidentes para a razão, as propriedades qualitativas são evidentes para os sentidos.
Descartes fala da existência das substâncias, como a já citada alma e a extensão, ou matéria. A matéria
ocupa lugar no espaço e pode ser decomposta em partes menores. Existe só um tipo de matéria no
universo. O universo é composto de matéria em movimento. Não existe o espaço vazio, ou o vácuo dos
atomistas. Visando a análise científica racional, Descartes chega à conclusão que os animais e os corpos
humanos são autômatos, como máquinas semelhantes ao relógio. Na quinta parte do Discurso do
Método, ele faz uma descrição fisiológica, o corpo é uma máquina de terra, construído por Deus, e suas
funções dependem das funções dos orgãos. A alma está ligada ao corpo por uma glândula cerebral, onde
ocorre a interação entre espírito e matéria. Na teoria mecanicista de Descartes, o corpo é uma máquina e
deve entregar o controle das ações para alma. E Descartes afirma que a soma de todos os ângulos de
um triângulo sempre será igual à dois retos. Essa frase foi tomada por Spinoza, a quem Descartes
influenciou, e significa uma verdade, independente dos vai-e vem das opiniões baseadas nos sentidos.

BACON

O pensamento filosófico de Bacon representa a tentativa de realizar aquilo que ele mesmo chamou de
Instauratio magna (Grande restauração). A realização desse plano compreendia uma série de tratados
que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, acabaria por apresentar um novo
método que deveria superar e substituir o de Aristóteles. Esses tratados deveriam apresentar um modo
específico de investigação dos fatos, passando, a seguir, para a investigação das leis e retornavam para
o mundo dos fatos para nele promover as ações que se revelassem possíveis. Bacon desejava uma
reforma completa do conhecimento. A tarefa era, obviamente, gigantesca e o filósofo produziu apenas
certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da Instauratio foi concluída.

A reforma do conhecimento é justificada em uma crítica à filosofia anterior (especialmente a Escolástica),


considerada estéril por não apresentar nenhum resultado prático para a vida do homem. O conhecimento
científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A ciência
antiga, de origem aristotélica, também é criticada. Demócrito, contudo, era tido em alta conta por Bacon,
que o considerava mais importante que Platão e Aristóteles.

A ciência deve restabelecer o imperium hominis (império do homem) sobre as coisas. A filosofia
verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas. É também algo prático. Saber é poder.
A mentalidade científica somente será alcançada através do expurgo de uma série de preconceitos por
Bacon chamados ídolos. O conhecimento, o saber, é apenas um meio vigoroso e seguro de conquistar
poder sobre a natureza.

Classificação das ciências

Preliminarmente, Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos:

• Poesia ou ciência da imaginação;


• História ou ciência da memória;
• Filosofia ou ciência da razão.

A história é subdividida em natural e civil e a filosofia é subdividida em filosofia da natureza e em


antropologia.

Ídolos

No que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas noções
(ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens que dizem
fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon.
Esses ídolos foram classificados em quatro grupos:

1) Idola Tribus (ídolos da tribo). Ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se
revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os
desfavoráveis. São assim chamados porque são inerentes à natureza humana, à própria tribo ou raça
humana.

2) Idola Specus (ídolos da caverna). Resultam da própria educação e da pressão dos costumes. Há,
obviamente, uma alusão à alegoria da caverna platônica;

3) Idola Fori (ídolos da vida pública). Estes estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que
dela fazemos;
4) Idola Theatri (ídolos da autoridade). Decorrem da irrestrita subordinação à autoridade (por exemplo, a
de Aristóteles). Os sistemas filosóficos careciam de demonstração, eram pura invenção como as peças
de teatro.

O método

O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para
Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico mas sim da
observação e da experimentação regulada pelo raciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é
resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a
causa real dos fenômenos.

Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida,
confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presença (responsável pelo
registro de presenças das formas que se investigam), a tábua de ausência (responsável pelo controle de
situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparação (responsável
pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas
que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e
variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão
suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao
acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo
que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia.

O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá
muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três
tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon
não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso,
talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática ao
uso que dela fizera Platão.

BACON x DESCARTES x GALILEU

Bacon, Galileu e Descartes foram os principais pilares da fundação da Ciência Moderna. Bacon (1561-
1626) – Segundo Bacon, para passar de dominado a dominador da Natureza o homem deve conhecer as
leis da Natureza por métodos comprovados através de experimentos. Bacon formulou a teoria da indução,
que serve para descrever minunciosamente os cuidados, técnicas e procedimentos para investigação dos
processos naturais. A máxima baiconiana é: “Saber é poder”. Galileu (1564-1642) - No pensamento de
Galileu a nova ciência constitui-se pela utilização do método lógico-matemático, onde tudo pode ser
medido, quantificado e matematizado, afastando todos os elementos subjetivos como: desejos, cores,
sabores, e odores. Sua máxima é: “O livro da Natureza está escrito em caracteres matemáticos”.
Descartes (1596-1650) - O criador do método cartesiano, propôs quatro regras básicas capaz de conduzir
o espírito a verdade. 1) Evidenciar – O objeto deve ser exposto com clareza e evidência; 2) Decompor –
Deve dividir-se em tantas partes quantas forem necessárias; 3) Ordenar – Deve partir-se dos problemas
mais simples para os mais complexos; 4) Revisar – Deve fazer verificações para certificar-se de que nada
esteja errado. Descartes formula ainda os conceitos de res-cogita (pensamento) e res-extensa (matéria).
Dessa forma Descartes separa o corpo da alma. Sua máxima é: “Penso, logo existo”.

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