Resumo do texto Cidade brasileira do século 21 - Demografia, moradia e

ocupação do território: uma avaliação urbanística, por Sérgio Magalhães e Fabiana

Generoso de Izaga.
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.206/6624

O texto Cidade brasileira do século 21, escrito por Sérgio Magalhães e Fabiana
Generoso de Izaga, aborda as cidades brasileiras do ponto de vista urbanístico relacionando o
crescimento demográfico, o desenvolvimento do país e a ocupação do território, além de
analisar as formas de ocupação das cidades do século 20 e 21. Destaca-se a cidade
metropolitana do Rio de Janeiro.

Foram analisadas as tendências demográficas do Brasil para a atual geração, a sua

demanda por moradias e as condições necessárias para que tal demanda seja atendida de
forma que se mantenha a democratização da cidade e a universalização dos serviços públicos.

Na atual geração, o crescimento demográfico no Brasil decresce gradativamente e

tende à estabilidade, reduzindo assim o tamanho médio da família, como demonstrado
através de estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísca – IBGE, e do Ministério das
Cidades, e de autores como D’Ávila, A., Alves, J.E.D. e Oliveira, Givisiez e Rios-Neto, todos
estimando a estabilidade na perspectiva da década de 2030. Quadro este que se observa
também em países europeus, tanto os países com índices de famílias pequenas, como
Alemanha e Finlândia, quanto com índices de grandes famílias, como Espanha.

No caso da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – RMRJ, tal tendência iniciou-se há

mais tempo do que em outras regiões, chegando a apresentar o menor percentual de
crescimento populacional entre as nove principais regiões metropolitanas do Brasil, além de
um percentual de crescimento demográfico abaixo do percentual do país.

Embora o crescimento demográfico tenha tendência a se estabilizar, a expansão da

cidade prossegue, visto que não depende apenas do aumento da população. A demanda
habitacional continua a crescer, já que os núcleos familiares ainda buscam moradia. Segundo
estudo apurado pelo texto, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo
Ministério das Cidades, estima-se que até o final dos anos 2030, o Brasil incorpore cerca de
50% a mais do seu estoque de moradias atual.

O acréscimo de 50% de moradias construídas tem grande impacto, principalmente

num processo de estabilidade demográfica, já que demanda mais espaço para menor
densidade populacional. A ocupação tenderá às áreas periféricas, mais livres, levando à
expansão do tecido urbano. Visto que haverá estabilidade demográfica, tal expansão pode
levar à diminuição da população em áreas já consolidadas, diminuindo a vitalidade urbana.
Aumenta-se assim a necessidade de redes de infraestrutura pública, como equipamentos e
serviços, e gera o encarecimento das infraestruturas e dos serviços públicos, acentuando a
necessidade de uma cidade mais planejada e definitiva, em detrimento à urbanização
improvisada que surgiu com o aumento demográfico abrupto do século 20.

O crescimento demográfico acelerado do século 20 causou uma expansão urbana

improvisada, portanto precária nos serviços prestados à população, responsável por um
considerável passivo socioambiental. A falta de infraestrutura e serviços, juntamente com o
modelo urbano predador de território, produziu um cenário insustentável e desigual, quadro
que se pretende evitar no novo modelo de cidade.

As necessidades da cidade do século 21 estão estreitamente relacionadas aos direitos

cidadãos, do ambiente e do clima, exigindo uma urbanização democrática e sustentável à
população em associação à cidade já existente.

Os autores concluem, portanto, que embora a projeção demográfica do Brasil caminhe

à estabilidade, sua expansão urbana prossegue e junto dela a demanda por moradia e
infraestrutura. O passivo socioambiental causado pela expansão urbana do século 20 pretende
ser remediado no novo modelo do século 21, fortemente ligado à necessidade de uma cidade
igualitária.

Gabrielle de Lima Fernandes – Métodos e técnicas