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Súmula vinculante 41-STF

Márcio André Lopes Cavalcante

DIREITO TRIBUTÁRIO

TAXAS

SÚMULA VINCULANTE 41-STF:


O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Aprovada pelo Plenário do STF em 11/03/2015.

Conversão da súmula 670 do STF


A conclusão exposta nesta SV 40 já era prevista em um enunciado “comum” do STF, a súmula 670 (de
24/09/2003) e que tem a mesma redação.
Por iniciativa do Min. Ricardo Lewandowski, atual Presidente da Corte, o Plenário do STF tem convertido em
súmulas vinculantes algumas súmulas “comuns” com o objetivo de agilizar os processos e pacificar os temas.
Essa súmula 670 foi uma das escolhidas e por isso sua redação foi transformada em súmula vinculante.

Quantas e quais são as espécies de tributos?


A redação literal do CTN prevê apenas três espécies, mas o STF e a doutrina majoritária apontam cinco. Veja:
CTN (art. 5º) STF e doutrina majoritária
Teoria tripartida, tricotômica ou tripartite. Teoria pentapartida ou quinquipartida

Existem 3 espécies de tributos: Existem 5 espécies de tributos:


a) Impostos a) Impostos
b) Taxas b) Taxas
c) Contribuições de melhoria c) Contribuições de melhoria
d) Empréstimos compulsórios
e) Contribuições especiais

O que são as taxas?


A taxa é uma espécie de tributo paga pelo contribuinte:
- em virtude de um serviço prestado pelo Poder Público; ou
- em razão do exercício da atividade estatal de poder de polícia.

Características
Diz-se que a taxa é um tributo bilateral, contraprestacional, sinalagmático ou vinculado. Isso porque a taxa
é um tributo vinculado a uma atividade estatal específica, ou seja, a Administração Pública só pode cobrar
se, em troca, estiver prestando um serviço público ou exercendo poder de polícia.
Há, portanto, obrigações de ambas as partes. O poder público tem a obrigação de prestar o serviço ou
exercer poder de polícia e o contribuinte a de pagar a taxa correspondente.

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Previsão
A disciplina sobre as taxas está prevista no art. 145, II da CF/88 e no art. 77 do CTN.

Quem pode instituir taxa?


A União, os Estados, o DF e os Municípios.
Trata-se de tributo de competência comum.
A taxa será instituída de acordo com a competência de cada ente. Ex.: Município não pode instituir uma
taxa pela emissão de passaporte, uma vez que essa atividade é de competência federal.
Logo, a competência para a instituição das taxas está diretamente relacionada com as competências
constitucionais de cada ente.

Espécies de taxas
As taxas podem ter dois fatos geradores:
 o exercício regular do poder de polícia; ou
 a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição (art. 77 do CTN).

Com base nisso, pode-se dizer que existem duas espécies de taxa:
 taxa de polícia;
 taxa de serviço.

Taxa de serviço (ou de utilização)


O Estado poderá cobrar um valor para cobrir os custos dos serviços públicos que preste às pessoas. A isso
se dá o nome de taxa de serviço.

Para que seja cobrada a taxa, é necessário que o contribuinte use, de forma efetiva, o serviço público?
NÃO necessariamente. O Estado poderá cobrar a taxa não apenas quando prestar o serviço ao contribuinte,
mas também pelo simples fato de colocar o serviço à disposição das pessoas. Em outras palavras, estando o
serviço à disposição da população, é possível a instituição da taxa, ainda que não haja sua efetiva utilização.
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que tenha um apartamento fechado. Mesmo não produzindo lixo, irá
pagar a taxa pelo serviço de coleta domiciliar de lixo.

É possível instituir taxa para custear qualquer serviço público?


NÃO. O poder público somente poderá cobrar taxa para custear serviços públicos específicos e divisíveis.

O que são serviços públicos ESPECÍFICOS?


O art. 79, II do CTN afirma que serviço público específico ou singular (uti singuli) é aquele que pode ser
destacado em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas.
Em palavras mais simples que a do Código, serviço específico é aquele no qual é possível identificarmos
quem é o usuário efetivo. Desse modo, o serviço específico é aquele que beneficia um número
determinado de pessoas.

O que são serviços públicos DIVISÍVEIS?


O art. 79, III do CTN afirma que serviço público divisível é aquele suscetível de utilização, separadamente,
por parte de cada um dos seus usuários.
Dito de outra forma, serviço público divisível é aquele que traz um benefício individualizado para cada
contribuinte.

Em suma, a taxa de serviço será cobrada em razão de um serviço público:

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 específico e divisível,
 utilizado pelo usuário de maneira efetiva ou potencial.

Obs: você pode estar sentindo alguma dificuldade de conceituar e imaginar, na prática, o que são os
serviços específicos e divisíveis. Não se preocupe, no entanto, porque essa dificuldade existe também na
doutrina. Para fins de concurso, normalmente é cobrada apenas de definição dada pela própria lei e a
relação dos serviços que, segundo a jurisprudência, são considerados como específicos e divisíveis. Não
perca muito tempo querendo aprofundar o tema.

Exemplos de taxas de serviço:


 Custas judiciais e emolumentos.
 Serviço de coleta domiciliar de lixo.

“Taxa” de iluminação pública


Os serviços de iluminação pública (luzes que iluminam as cidades à noite) são de responsabilidade dos
Municípios em virtude de ser considerado um serviço de interesse local (art. 30 da CF/88).
Como os custos para manter esse serviço são muito altos, diversos Municípios instituíram, por meio de leis
municipais, a cobrança de um valor a ser pago pelas pessoas que tivessem conta de energia elétrica. Essa
cobrança já vinha diretamente na fatura da energia elétrica. As leis municipais diziam que estavam criando
uma “taxa de serviço” (“taxa de iluminação pública”).
Diversos contribuintes questionaram essa cobrança alegando que o serviço de iluminação pública não é
específico e divisível. Logo, não poderia ser remunerado mediante taxa.

A questão chegou até o STF. É possível instituir taxa para custear os serviços prestados pelo Município
com a iluminação pública? Em outras palavras, a iluminação dos postes nas vias públicas possui um
custo, que é suportado pelos Municípios. É permitido que tais entes cobrem uma taxa dos usuários para
remunerar esse serviço?
NÃO. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Conforme vimos acima, o poder público somente poderá cobrar taxa para custear serviços públicos
específicos e divisíveis.
O serviço público de iluminação pública não é específico e divisível. Isso porque não é possível mensurar
(medir, quantificar) o quanto cada pessoa se beneficiou pelo fato de haver aquela iluminação no poste.
Uma pessoa que anda muito à pé, à noite, se beneficia, em tese, muito mais do que o indivíduo que quase
não sai de casa, salvo durante o dia. Apesar de ser possível presumir que tais pessoas se beneficiam de
forma diferente, não há como se ter certeza e não existe um meio de se controlar isso. Todo mundo (ou
quase todo mundo) acaba pagando igual, independentemente do quanto cada um usufruiu.
Perceba, assim, que o serviço de iluminação pública, em vez de ser específico e divisível, é, na verdade,
geral (beneficia todos) e indivisível (não é possível mensurar cada um dos seus usuários).

Como observa Ricardo Alexandre;


“Nos serviços públicos gerais, também chamados universais (prestados uti universi), o benefício abrange
indistintamente toda a população, sem destinatários identificáveis. Tome-se, a título de exemplo, o serviço
de iluminação pública. Não há como identificar seus beneficiários (a não ser na genérica expressão
‘coletividade’). Qualquer eleição de sujeito passivo pareceria arbitrária. Todos os que viajam para Recife,
sejam oriundos de São Paulo, do Paquistão ou de qualquer outro lugar, utilizam-se do serviço de iluminação
pública recifense, sendo impossível a adoção de qualquer critério razoável de mensuração do grau de
utilização individual do serviço.” (Direito Tributário esquematizado. São Paulo: Método, 2013, p. 29).

COSIP

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Diante das reiteradas decisões judiciais declarando as “taxas de iluminação pública” inconstitucionais, os
Municípios que perderam essa fonte de receita começaram a pressionar o Congresso Nacional para que
dessem uma solução ao caso. Foi então que, nos últimos dias de 2002, foi aprovada a EC 39/2002 que
arrumou uma forma de os Municípios continuarem a receber essa quantia.
O modo escolhido foi criar uma contribuição tributária destinada ao custeio do serviço de iluminação
pública. Sendo uma contribuição, não havia mais a exigência de que o serviço público a ser remunerado
fosse específico e divisível. Logo, o problema anterior foi contornado.
Essa contribuição, chamada pela doutrina de COSIP, foi introduzida no art. 149-A da CF/88:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis,
para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de
energia elétrica.
(artigo incluído pela Emenda Constitucional nº 39/2002)

Dessa forma, o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (SV 41). No entanto,
os Municípios poderão instituir contribuição para custeio desse serviço (art. 149-A da CF/88).

Pouca importância prática


Penso que a transformação do enunciado 670 em súmula vinculante tem pouca relevância pratica. Isso
porque desde 2002, ou seja, há mais de uma década, já existe a previsão da COSIP no art. 149-A da CF/88.
Logo, há muitos anos os Municípios revogaram suas leis que previam taxas de iluminação pública e
passaram a cobrar a COSIP. Com isso, quero dizer que a discussão sobre o tema (inconstitucionalidade da
cobrança de taxa de iluminação pública), se ainda houver, diz respeito apenas a uma pequena parcela de
processos antigos, anteriores à 2002.

Concursos
Para fins de concurso, contudo, súmula é importante e você deve conhecer.

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