Computadores

SEGUNDA-FEIRA 27 JUNHO 2005 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

O 3G avança
em Portugal
Vodafone diz já ter 120 mil
clientes e TMN lança, com
Nokia, a partilha de vídeo
➜ págs. 4/5
150 bibliotecas
em rede e na Net
Ligar em rede as bibliotecas
públicas a fim de potenciar
o uso dos seus espólios
➜ pág. 2
A informação
nas empresas
O SAS Forum International
trouxe a Lisboa a discussão
deste tema estratégico
➜ pág. 7
PUB
Quem são os Jogos de epopeia
videojogadores e de fantasia
Três estudos lançam uma De ‘Freedom Force vs. The
nova luz sobre quem são Third Reich’ e ‘Dungeon
aqueles que mais jogam Lords’ a ‘X-Men Legends’
➜ pág. 8 ➜ págs.10/11

Sementes para a inclusão digital (nos arredores de Lisboa), onde tra-

CARLOS LOPES

Os Centros de Inclusão Digital aplicam no terreno balha sobretudo com uma popula-
a filosofia do programa Escolhas Segunda Geração, ção de origem cabo-verdiana.
proporcionando a milhares de crianças e jovens o Partindo da aprendizagem do
português e do aperfeiçoamento
primeiro contacto real e prático com os computadores, do crioulo, há um programa de
jogando e aprendendo numa experiência que abre novas competências pessoais e a forma-
ção em informática, onde os jovens
janelas para o futuro. podem obter um Diploma de Com-
petências Básicas — projecto que
reúne adolescentes entre os 12 e os
FÁTIMA CAÇADOR Inclusão Digital são um recurso muito 18 anos com comportamentos des-
/ Casa dos Bits valioso para os projectos do Escolhas viantes, alguns deles com medidas
em todos os aspectos”, explica Jorge tutelares, identificados pelas esco-
Nunes, coordenador do programa las e pelo Instituto de Reinserção

D
ISTRIBUÍDOS POR TODO
o Continente e Ilhas,
os Centros de Inclu-
são Digital (CID) do
programa Escolhas
Segunda Geração reflectem as
diversas realidades dos lugares
onde se situam e das carências das
populações abrangidas. Situações
de isolamento social e geográfico
combinam-se com vivências de
exclusão social e comportamentos
desviantes, que justificam uma
intervenção através do programa
Escolhas — que tem nos CID um
instrumento de formação e atracção
para as crianças e os jovens.
Muitos dos frequentadores dos
CID encontram nestes centros a
primeira experiência de uso dos
computadores, adquirindo aqui com-
petências que não foram possíveis nas
escolas nem nos lares, porque não têm
computador em casa e, nas escolas, os
horários e as condições de utilização
não são os melhores. “Os Centros de
para a Região Centro. “Os computa-
dores são muito atractivos para esta
geração abrangida pelo programa e
ajudam a estabelecer uma primeira
relação com os miúdos.”
Os centros têm mesmo de se
desdobrar para garantir acesso aos
computadores à população do res-
pectivo bairro, mesmo a jovens que
não fazem parte dos programas e às
suas famílias, que procuram apoio
para questões como a elaboração de
um currículo, a pesquisa de empregos
na Internet ou até para a impressão
de convites para baptizados.
Um espaço ‘nosso’
“Os computadores e o espaço Net
Livre continuam a ser uma palavra
mágica para todos os jovens”, diz
Maria Isabel Cadêncio, coordena-
dora do projecto Anos Ki Ta Manda
(que significa, em crioulo, “Este
espaço é nosso”), desenvolvido nos
bairros 6 de Maio e Santa Filomena
Social.
Pela atracção que exercem
sobre os jovens, mas também
a população dos bairros onde o
número de computadores é muito
reduzido e o acesso à Internet
ainda mais, Maria Isabel Cadên-
cio confessa que a sua equipa sente
alguma dificuldade em gerir os
poucos computadores do CID, que
são manifestamente insuficientes
para responder às solicitações dos
que não estão no programa e das
suas famílias.
“Não podemos virar as costas a
outros jovens que necessitam nem
recusar constantemente pedidos da
comunidade”, explica a coordenadora
do projecto. Por isso, a equipa desdo-
bra-se em horas extraordinárias e
apoio suplementar para responder
aos pedidos, e está já a estudar a ins-
talação de mais computadores numa
outra sala, que será dedicada ao
acesso livre à Internet, ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
 CARLOS LOPES
➜ contando com a Pedro Calado, coordenador da
Seis mil jovens frequentam os CID
doação de computadores por Zona Centro.
parte de uma empresa que já O programa Escolhas Segunda Geração está no terreno desde Nas regiões que coordena,
se predispôs a fazê-lo. Novembro de 2004 e tem como meta definida o mês de Outubro Pedro Calado acompanha realida-
de 2006, pois os projectos foram definidos para dois anos. De des muito diferentes, com os pro-
Abrir novas janelas um total de 530 candidaturas, oram seleccionados 87 projectos, jectos na Margem Sul do Tejo e em
Os jovens integrados no dinamizados por consórcios que envolvem normalmente as Setúbal — onde as exclusões estão
projectos dos Bairros 6 de escolas e as autarquias mas também outras entidades de apoio mais ligadas a situações de dificul-
Maio e Santa Filomena não social que já trabalhavam no terreno. dade de compreensão da língua e
são muito diferentes, no inte- Os Centros de Inclusão Digital estão em 79 dos projectos, dificuldades na legalização, assim
resse pelos computadores, oferecendo aos jovens e à comunidade o acesso a computadores, como comportamentos desviantes
de outros miúdos do Bairro que podem ser entre quatro e dez, e à Internet, assim como —, abarcando também regiões do
da Outurela, em Carnaxide, monitores com capacidade para apoiar as actividades e garantir Alentejo interior e das ilhas.
do Bairro da Bela Vista, em formação específica. Foram aqui aplicados 2,6 milhões de euros, Mas, também aqui, os CID
Setúbal, e de outros em Faro fruto de um protocolo entre o programa Escolhas e o POS_ se apresentam como um factor
ou nos Açores. E também por Conhecimento, onde a UMIC também colaborou. de atracção dos jovens, apresen-
isso os CID funcionam de Desde o início do projecto — em Novembro de 2004 —, já tando a vantagem de se situarem
forma transversal aos pro- passaram pelos Centros de Inclusão Digital mais de 6 mil nos locais onde eles residem e de
jectos do Escolhas Segunda utilizadores, na sua maioria jovens com idades entre os 6 e os funcionarem em horários mais
Geração, tendo sido integra- 18 anos mas também de idades abaixo e acima deste patamar alargados que os das escolas — diz
dos pela grande maioria das estabelecido pelo projecto. Pedro Calado. “A lógica dos CID é
candidaturas aceites. Para além de tudo isto, nos meses de Julho e Agosto, o programa que, para além do horário normal,
Oferecendo formação em Escolhas vai dinamizar actividades para os jovens dos projectos. os centros sejam rentabilizados
tecnologias da informação A base do Saber Digital será um blogue, onde vão ser lançadas para a comunidade”, afirma este
e uma actividade lúdica tarefas que têm de ser cumpridas dentro de um determinado coordenador da Zona Sul e Ilhas. E
relacionada com os jogos de período. Aos que receberem as melhores classificações serão é por isso que muitos estão abertos
computador, o acesso à Inter- atribuídos prémios como forma de incentivar a participação e a ao fim-de-semana e fora do horário
net e o uso de mensagens “inclusão digital”.Também nesse sentido, Rui Dinis, coordenador laboral.
instantâneas, com aplicações da Medida IV (que gere os Centros de Inclusão Digital) quer Pedro Calado sabe que não são
de “instant messaging”, os dar a possibilidade aos centros de criarem as suas páginas os Centros de Inclusão Digital que
projectos utilizam os CID na Internet a fim de divulgarem as actividades — pelo que vão mudar o rumo destes jovens,
para ocupação de tempos serão criados modelos de “sites” e garantido espaço para o seu pelo menos só por si: “OS CID são
livres de crianças que ainda alojamento. ● F.C. / CdB um recurso, fazem parte da inter-
estão na escola mas também venção; mas são um instrumento
para atrair para outras activi- central com potencial muito
dades os que já abandonaram a escola. Nestes Para além das actividades específicas de escola, dificuldades de aprendizagem ou inte- grande também ao nível da auto-estima das
casos, pretende-se estimular o seu regresso ao formação no CID, os computadores podem ser gração — pormenoriza Conceição Rodrigues, crianças. Em conjunto com as outras medidas,
ambiente escolar, encaminhá-los para cursos usados em regime livre para jogar, aceder à monitora deste espaço. podem contribuir para mudar a trajectória dos
técnicos ou para um possível emprego se já Internet ou fazer trabalhos escolares. Também jovens.”
tiverem a idade certa, explica Jorge Nunes. aqui, de olhos no ecrã e mão no rato, os jovens Exclusões geográficas Como todos os projectos, também o
No Bairro da Outurela-Portela, em Car- vão aprendendo novas vivências e formas de As vivências dos jovens de Mértola ou de programa Escolhas tem uma data de encer-
naxide, o projecto Da Escola à Comunidade comunicar, contando com a orientação dos Ribeira Grande — onde o isolamento geográ- ramento marcada (ver caixa). Mas, embora
trabalha sobretudo com as crianças da escola, monitores para actividades mais pedagógicas. fico se apresenta como o principal desafio a ainda seja muito cedo para dizer o que se vai
fomentando a sua integração social, dirigindo Entre as diversas actividades, o projecto está ultrapassar — são diferentes das dos bairros passar a seguir, Rui Dinis, coordenador da
também actividades a jovens desocupados ou a ajudar à integração das crianças que agora problemáticos das periferias dos centros urba- Medida IV — que tem a seu cargo a gestão
com ocupações precárias. O projecto junta finalizam o quarto ano do primeiro ciclo na nos. “Há algumas zonas onde os jovens vivem dos CID —, adianta já que “estes centros são a
ocupações lúdico-pedagógicas na área do des- escola onde irão frequentar o próximo ano situações de extremo isolamento, sem outras semente”: “Depois, os consórcios poderão res-
porto e do exterior, com “ateliers” plásticos e escolar. E pretende, ainda no próximo ano, crianças para brincar, e os computadores são ponsabilizar-se pela gestão dos espaços e das
formação informática, promovendo a ocupação alargar a sua actividade a jovens do quinto uma forma de contactar com novas realidades equipas para ficarem no terreno, mantendo os
dos tempos livres. ano a quem tenham sido assinaladas, pela e comunicar com outros jovens”, sublinha equipamentos.” ●

Bibliotecas portuguesas
em rede até ao final de 2006 apresentação da Rede de Conhecimento das gestor do projecto, referiu que este conta com
A Rede de Conhecimento das Bibliotecas Públicas irá proporcionar Bibliotecas Públicas e salientou o facto de as fornecedores como a HP — que disponibilizará
acesso à Internet por banda larga e um melhor aproveitamento dos bibliotecas funcionarem também como “ocu- equipamentos e a infra-estrutura do centro de
catálogos de cada uma das 150 bibliotecas envolvidas no projecto. pação qualificada dos tempos livres, pelo que dados — e a Cisco para os equipamentos e as
devem facultar o acesso a todos, sem excepção, tecnologias de rede, faltando ainda definir o
à Internet por exemplo, pelos leitores que preferirem usar ao mundo digital”. Para a ministra, a nova rede

U
MA REDE DE ACESSO
em banda larga, que permitirá
também a partilha de catálogos
e conteúdos, vai ser instalada
em 150 bibliotecas públicas por- considerados essenciais para a gestão dos
tuguesas até ao final de 2006. A iniciativa,
denominada Rede de Conhecimento das
Bibliotecas Públicas, irá custar cerca de 2
milhões de euros.
Financiada pelo Instituto Português do
Livro e das Bibliotecas (IPLB) e pelo Ministé-
rio da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
os seus próprios computadores portáteis.
Através desta rede, deverão também ser
disponibilizadas as ferramentas e os serviços
catálogos das bibliotecas, das reservas e dos
empréstimos dos títulos. Fóruns de discussão
e espaços de intercâmbio entre os utilizadores
das várias bibliotecas deverão também ser
introduzidos na nova rede.
Rui Pereira, director do IPLB, referiu,
na apresentação da Rede de Conhecimento
HUGO DELGADO
poderá também contribuir para criar alternati-
vas de acesso e ajudar a colmatar a baixa taxa
de penetração dos computadores pessoais e do
acesso à Internet nos lares portugueses.
Os aspectos tecnológicos do projecto não
estão ainda totalmente definidos. No entanto,
tratar-se-á de uma plataforma aberta, com-
patível com os mais diversos sistemas que
as bibliotecas já possuam. Ricardo Carvalho,
operador de telecomunicações que se encarre-
gará dos respectivos serviços.
Da totalidade do investimento no projecto,
a maior “fatia” cabe aos equipamentos (36 por
cento), seguindo-se os serviços (32 por cento)
e as comunicações (22 por cento). O centro de
dados será instalado na sede do IPLB e terá
como principal componente o conjunto de
servidores que constitui o coração da infra-
estrutura. Numa estimativa do IPLB, o pro-
jecto deverá demorar 320
dias a instalar, sendo

através do Programa Operacional da Socie- das Bibliotecas Públicas, que esta iniciativa a parte mais morosa a
dade do Conhecimento (POS_Conhecimento), resulta também da experiência adquirida implantação da totali-
esta rede foi apresentada na semana passada, no âmbito da Rede Nacional de Bibliotecas dade da infra-estrutura,
na Torre do Tombo, em Lisboa, por ocasião do Públicas, que actualmente é composta por ou seja, a instalação dos
12º Encontro Nacional de Bibliotecários. 136 bibliotecas em várias sedes de concelho. computadores nas 150
Promover o acesso público gratuito à Inter- Essa rede será brevemente alargada, uma bibliotecas e a sua ligação
net em banda larga e disponibilizar serviços vez que mais 54 bibliotecas se encontram à rede. Também o catálogo
interactivos e ferramentas de gestão para já em fase de construção e 68 em diversas cooperativo e o portal que
bibliotecas municipais etapas de projecto. compõem o projecto deve-
são alguns dos objectivos ISABEL GORJÃO SANTOS Foram já investidos rão demorar 180 e 120
do projecto, que levará à 96 milhões de euros dias a desenvolver, res-
instalação de mais dois computadores em cada naquelas 136 bibliotecas, prevendo-se que, pectivamente — projecto
biblioteca. Estes ficarão ligados a uma infra- até 2012, sejam aplicados mais cerca de 100 que será levado a cabo
estrutura composta por uma rede de acesso à milhões de euros na conclusão da rede. por uma equipa de 12
Internet por banda larga (através de ADSL) e Isabel Pires de Lima, ministra da pessoas, na sua maioria
por uma rede sem fios que poderá ser utilizada, Cultura, esteve também presente na funcionários do IPLB. ●

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5
 agenda

CNIC - 14th International

Scientific Congress
“40 Years at the Service of Science and
Technology”
Data: 27-06-2005 a 30-06-2005
Local: Havana, Cuba
Organização: National Center for Scientific
Research
E-mail: seminario@cnic.edu.cu
URL: www.cnic.edu.cu/14Congreso/
Bienvenida.htm

8th International Conference

on Technology Policy and Innovation
“Value-Added Partnering In a Changing World”
Data: 6-07-2005 A 8-07-2005
Local: Lodz, Polónia
URL: in3.dem.ist.utl.pt/lodz2005/

Interspeech’2005 – Eurospeech
- 9th European Conference on Speech
Communication and Technology
Data: 4-09-2005 e 8-09-2005
Local: Centro Cultural de Belém (CCB), Lisboa
E-mail: info@interspeech2005.org
Contacto em Portugal: Isabel Trancoso (Inesc)
Organização: International Speech
Communication Association (ISCA).
URL: http://www.interspeech2005.org/

15th IDC European Forum

“IT Innovation and Business Transformation”
Data: 26-09-2005 e 27-09-2005
Local: Le Méridien Montparnasse, Paris (França)
E-mail: infoevents@idc.com
Tel.: +39 (02) 2022-6259
Fax: +39 (02) 2022-6213
Organização: IDC EMEA Conference Group

Connected@Home
Fiber-to-the-Home Conference&Expo
Data: 3-10-2005 e 5-10-2005
Local: Mandalay Bay Resort and Casino
Convention Center, Las Vegas, Nevada (EUA)
Contacto: David Dern
E-mail: dern@caba.org
Tel.: +1 (613) 993-6760
Organização: Continental Automated Buildings
Association (CABA)
E-mail: caba@caba.org

Networkers Forum 2005

Data: 9-11-2005 a 10-11-2005
Local: Centro Cultural de Belém, Lisboa
Organização: HanseCom Media &
Communication
URL: www.hansecom.net

S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5 computadores .3
 Vodafone tem 120 mil
clientes da rede 3G
Investimento na terceira
geração de comunicações
móveis foi de 300 milhões de
euros e a cobertura da nova
rede já é de 72 por cento da
população
ERCA DE 120 MIL CLIENTES e uma
C
alegada quota de mercado na
ordem dos 60 por cento são o
resultado do investimento da
Vodafone na terceira geração de
comunicações móveis (3G). Um ano após
ter lançado os novos telemóveis com serviços
multimédia, a operadora fez um balanço
da sua aposta no 3G, onde já investiu 300
milhões de euros.
Os telemóveis e serviços da nova geração
de comunicações móveis — de entre os quais
se destaca a videoconferência — estão já dis- de euros na instalação da rede. Com mais 100
poníveis há vários meses.
Na passada quarta-feira, ISABEL GORJÃO SANTOS
a Vodafone divulgou os
seus primeiros resultados relativos ao 3G:
conquistou 120 mil clientes e um aumento da
receita média por cliente na ordem dos 3,7 por 3G “consumiu” 80 por cento daquele investi-
cento, para 27,8 euros mensais, o que também
estará relacionado com o uso dos serviços da
nova geração de comunicações móveis.
António Carrapatoso, presidente da Voda-
fone Portugal, salientou a aposta da empresa
no 3G (ou UMTS) e referiu que os resultados
computadores .4
agora apresentados superaram
as expectativas da operadora. Os
objectivos da Vodafone Portugal,
disse, passam agora por “alargar
progressivamente a cobertura da
rede e disponibilizar um conjunto
de produtos e serviços de 3G cada
vez mais competitivo”.
Hoje, a rede de 3G da Vodafone
cobre cerca de 72 por cento da popu-
lação portuguesa e 120 cidades,
incluindo na Madeira e nos Açores.
Até Março de 2006, a Vodafone quer
expandir a cobertura da sua rede
a 80 por cento da população, o que
implica estendê-la ao interior do
país, em particular a cidades com
mais de 3 mil habitantes.
A operadora colocou no mercado António Coimbra e António Carrapatoso
12 telemóveis com capacidade para
aceder à rede de UMTS, com preços
a partir de 179 euros, e investiu 200 milhões
milhões de euros pagos pela
licença de funcionamento, a
Vodafone Portugal investiu
já 300 milhões de euros na sua rede 3G. De
acordo com os números divulgados, a rede de
mento — equivalente a cerca de 15 por cento
da facturação.
António Coimbra, administrador da Voda-
fone, referiu alguns dos objectivos da empresa
no que se refere ao 3G: atingir, em Março do
próximo ano, 400 mil clientes destes serviços, o milhões de euros e a um crescimento de 40
S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5
que representa algo como 10 por cento do total
de clientes. “Depois de ultrapassada a ‘barreira
psicológica’ dos 10 por cento, a massificação
será rápida” — o que justificará o objectivo de
ter 25 por cento dos clientes a usar serviços de
3G até Março de 2007.
No último ano, as receitas relativas a
dados — o que engloba mensagens de texto,
mensagens multimédia (MMS), “downloads”
de toques, músicas, jogos ou informação
— representaram cerca de 9 por cento das
receitas totais da operadora, o que equivale
a um volume de negócios na ordem dos 20
por cento quando comparado com
o ano anterior.
Antes de lançar telemóveis
e serviços da terceira geração de
comunicações móveis, a Vodafone
havia já lançado o serviço Vodafone
Live!, que, não sendo um serviço
de 3G, permite já aceder a alguns
conteúdos multimédia. Esse ser-
viço conta já com 800 mil utiliza-
dores e são os jogos os conteúdos
mais adquiridos (38 por cento),
seguindo-se os toques polifónicos
e as músicas (35 por cento).
Entretanto, a Vodafone
lançou, na passada sexta-feira, o
serviço “push-to-talk”, que sim-
plifica a comunicação entre dois
utilizadores do serviço, uma vez
que basta premir um botão para
iniciar ou terminar uma conversa,
à semelhança do que acontece com um “walkie
talkie”. Aliás, o novo serviço chama-se Voda-
fone Walkie Talkie e possibilita a conversação
entre um grupo de utilizadores. Numa pri-
meira fase, o serviço estará apenas disponível
num único telemóvel, o Nokia 5140, que se
encontra no mercado por 139 euros.
No que se refere ao serviço de partilha de
vídeos, o chamado “video sharing”, os respon-
sáveis da Vodafone consideraram que se trata
de um serviço de terceira geração “que não
regista grande procura por parte dos clientes”.
Contudo, “assim que a procura se intensificar,
a Vodafone irá disponibilizar o serviço”. ●
 TMN lança serviço
de partilha de vídeo
Subsidiar os telemóveis de 3G não chega: há que mul- anúncio semelhante com a Telecom
Italia Mobile (TIM).
tiplicar os serviços para a terceira geração de teleco- Com efeito, a Nokia e o maior
municações móveis. E a TMN decidiu arriscar onde operador móvel italiano deram então
outros não vêem, para já, grande potencial. a conhecer uma parceria visando o
lançamento de “um serviço de ‘video
sharing’ em equipamentos móveis
NOKIA E A TMN anuncia- empresas no alargamento da terceira

A
durante o segundo trimestre de 2005,
ram na passada semana geração no mercado nacional”. Dado em Itália” — precisamente assente em
o lançamento comercial que, no 3G, a facturação se baseia na soluções de infra-estrutura da Nokia
em Portugal de um dos quantidade de informação (dados) que e no telemóvel Nokia 6680, como
primeiros serviços, a circula entre os telemóveis (e não no também “baseado nas tecnologias
nível mundial, de partilha de vídeo tempo das comunicações, como sucede ‘standard’ 3GPP e IETF”, à imagem
(“video sharing”) assente na plata- na rede de GSM, de segunda geração do que agora sucede com o serviço da
forma IMS da Nokia, em termos de e a mais usada hoje em dia), os opera- TMN.
infra-estrutura, e usando o telemóvel dores precisam em absoluto de diver- Na altura, Juha Putkiranta, vice-
6680, do fabricante finlandês, dotado sificar os serviços ao dispor dos seus presidente da Nokia responsável pela
do “software” i9 3G, da TMN. Este clientes de forma a verem aumentar área de imagem, declarou: “A Nokia
anúncio surge alguns dias após o a receita média por cliente — algo está muito satisfeita por cooperar com
operador português ter feito saber que não conseguirão se a maioria dos a Telecom Italia Mobile nesta parce-
que iria voltar a subsidiar os preços utilizadores conti- ria a fim de permitir
dos telemóveis de terceira geração nuar a usar o 3G aos seus utilizadores a
(3G) a fim de impulsionar a adesão sobretudo para comunicação através
dos seus clientes aos serviços propor- falar (o que gera de vídeo de uma forma
cionados pelo UMTS. um tráfego limi- familiar e espontânea.
O “video sharing” está disponível tado) e apenas A Nokia assume-se,
desde 21 de Junho para os clientes da ocasionalmente assim, como uma
TMN e, para já, só poderá funcionar trocam imagens, clara defensora da
no recém-lançado Imaging Smar- por exemplo. abertura de conceitos
tphone i9 3G Nokia 6680, apontado Daí que a TMN baseados no protocolo
como “o primeiro equipamento móvel não vá, até ao IP, como a partilha de
disponível no mercado a integrar esta fim deste ano, vídeo, com o objectivo
funcionalidade inovadora”. cobrar qualquer de permitir aos
A partilha de vídeo é mais um ser- valor não só pela operadores desen-
viço multimédia para telemóveis que adesão dos seus volverem uma oferta
permite a dois utilizadores visionarem clientes ao novo diversificada de ser-
um vídeo durante uma chamada de serviço de par- viços, independente-
voz normal. O conceito subjacente é, tilha de vídeos mente da rede ou dos
segundo a Nokia, “vê o que eu vejo” como também equipamentos” que
— permitindo aos utilizadores inicia- pela sua utili- utilizarem.
rem a partilha de um vídeo durante zação. Em Portugal,
uma chamada de voz normal, regres- Tanto a os restantes opera-
sando à comunicação por voz uma vez Nokia como a dores não parecem,
o vídeo chegado ao fim. Este serviço de TMN referem, para já, preocupados
partilha de vídeo faz-se recorrendo à nos seus comu- em lançar serviços de
tecnologia IP Multimedia Subsystem nicados, que partilha de vídeo. E se
(IMS), que permite estabelecer liga- este serviço de a Computadores não
ções baseadas no protocolo IP ponto a partilha agora foi possível (a tempo
ponto entre telemóveis — tecnologia inaugurado pelo do fecho desta edição)
para a qual a Nokia desenvolveu uma maior operador portu- confirmar junto da Opti-
solução assente na sua plataforma guês de telecomunicações móveis será mus esta posição, já os responsáveis
IMS. o primeiro a nível mundial mas, do da Vodafone afirmaram, em conferên-
Segundo os responsáveis da TMN, ponto de vista substancial, dever-se-á cia de imprensa na passada semana,
o lançamento deste serviço “repre- recordar que, no certame 3GSM — o que, para já, não detectam entre os
senta um marco decisivo na disponi- maior do sector, realizado em Feve- seus clientes suficiente apetência por
bilização de serviços de 3G inovadores reiro, em Cannes, no Sul de França este tipo de serviço (ver notícia na
e vem reforçar a aposta de ambas as —, o fabricante finlandês fizera um pág. 4). ● RUI JORGE CRUZ

O Nokia 6680
O Imaging Smartphone i9 3G Nokia 6680 dispõe de
telecomunicações tribanda para GSM e da variante Edge
do GPRS, para além do 3G (WCDMA), e “foi optimizado para
a partilha de imagens e inclui duas câmaras integradas,
tecnologia de ‘flash’ e um ecrã de alta resolução até 262.144
cores”. O i9 3G Nokia 6680, com o seu sistema operativo
Symbian na sua mais recente versão, possui os recursos
próprios dos “smartphones” — como uma aplicação para
navegar na Internet (“browser”) e outra para o uso do
correio electrónico, visualização de documentos anexos nos
formatos JPEG, MP3, .ppt, .doc, .xls e PDF — e ainda recursos
para “streaming” de vídeo, videochamadas simultâneas, para
além da partilha de vídeo.
Uma das duas câmaras do 6680 está, naturalmente, do lado
do teclado e do ecrã a fim de proporcionar a realização
de videochamadas — para o que dispõe de um nível
de resolução próprio da norma VGA (640 x 480 pixels).
No painel traseiro deste telemóvel, a segunda câmara
(protegida por uma tampa deslizante) já dispõe de melhores
recursos, com os seus 1,3 megapixels (e imagens com
resolução até 1280 x 960 pixels), para além de um “zoom”
digital de 6x e um “flash” incorporado cuja fonte de luz se
baseia na tecnologia LED, o que lhe permite melhorar o rácio
entre a iluminação proporcionada e a energia consumida.
Dispondo, inevitavelmente, de ligação por Bluetooth, o
Nokia 6680 vem ainda dotado de uma solução de impressão
XpressPrint, da própria Nokia, concebida para imprimir com
facilidade as imagens captadas, os “mails” e items da agenda.
Ou, recorrendo à impressão via PictBridge, o telemóvel pode
ser ligado por um cabo UBS a qualquer impressora compatível,
restando ainda a alternativa — mais intrusiva no aparelho — de
se retirar o cartão MultiMediaCard (MMC) e inseri-lo numa
impressora que disponha da respectiva ranhura. O Nokia 6680
dispõe ainda de uma “solução móvel de música destinada aos
operadores”,igualmente anunciada no 3GSM World, em Cannes,
pela Nokia e pela sua parceira Loudeye.
A TMN venderá o i9 3G Nokia 6680 por cerca de 600 euros
e, até 15 de Julho próximo, continuará a sua promoção de
lançamento de telemóveis de 3G oferecendo uma segunda
unidade a quem comprar a primeira. ● R.J.C.

S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5 computadores .5
 virose
Dia 27

OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Cobra.a1, VBS/Gaggle@MM, W97M/
Falha em ‘pop-ups’ de JavaScript Trugbar.a, W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H,
WM/HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A
Vários programas de navegação na Internet apresentam uma falha que computadores. Para que o hipotético ataque em preparação não
poderá ser aproveitada por intrusos para se apropriarem de dados pessoais tenha sucesso, basta que os utilizadores actualizem os seus sistemas Dia 28
presentes nos computadores dos utilizadores. A falha pode permitir com o “patch” respectivo, disponibilizado pela Microsoft para resolver WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
desencadear um ataque de “phishing”utilizando uma janela de “pop-up” aquela falha de segurança. Este, VBS/Baracu.A@mm, VBS/Gaggle@MM,
em formato JavaScript, especialmente criada para o efeito e que apareceria W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/Clave.a,
à frente da janela de um sítio na Web considerado de confiança. Falhas no RealPlayer W97M/Ekiam
A falha reside no facto de as caixas de diálogo de JavaScript não
apresentarem informação sobre a sua origem. Assim, quando um Foram descobertas quatro falhas no programa de leitura de ficheiros Dia 29
utilizador está a visitar um sítio que considera seguro, pode aparecer- multimédia RealPlayer, a mais grave das quais poderia permitir a um W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, W97M/
lhe uma janela “pop-up” — aparentemente aberta por aquela página intruso assumir o controlo de um computador — tendo a empresa Beko.a@MM, VBS/Gaggle@MM, W97M/Bablas.aj,
mas que lhe é totalmente estranha — a pedir, por exemplo, para RealNetworks já disponibilizado actualizações do seu programa que VBS/Valentin@MM, VBS/San@M, WM/
introduzir palavras-passe ou outras informações confidenciais. colmatam essas falhas. MDMA.C;D;H
Segundo a empresa de segurança Secunia, todas as últimas versões As falhas existem em várias versões do RealPlayer, incluindo as mais
dos seguintes programas são afectadas por esta falha: Internet recentes, nas várias plataformas para as quais o programa existe: Dia 30
Explorer para Windows e para MacOS, Safari, iCab, Mozilla, Mozilla Windows, MacOS e Linux. Uma das falhas também está presente no WM/MDMA.C;D;H, FHD.A, VBS/Loveletter.ar,
Firefox e Camino. As versões 7 e 8 do Opera são afectadas mas parece serviço de música da empresa, o Rhapsody 3. AOS.A, W97M/Jackal.A, XM/Laroux.IC, VBS/
que a versão 8.01 já corrigiu o problema ao criar uma funcionalidade Três das falhas podem ser exploradas utilizando um ficheiro Gaggle@MM, X97M/Anis, W32/Urick@MM,
que mostra a origem dos “pop-ups”, permitindo, assim, ao utilizador multimédia especialmente criado para o efeito, nos formatos Tribute.A;B, W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
decidir se os quer bloquear ou não. RealMedia ou AVI, permitindo assumir o controlo do computador X97M/Clonar, VBS/Terrosist.ow, W97M/Fifteen.a
atacado — ou, no formato MP3, utilizados para substituir ficheiros no
Possível ataque à porta 445 computador ou executar controlos de Dia 1
ActiveX. VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae, W97M/Kolop,
Um recente grande aumento da actividade em torno da porta TCP Já para poder tirar partido da quarta W97M/Ekiam, W97M/Alamat, W32/PetLil@MM,
445 — que está associada a uma falha de segurança do Windows falha é preciso construir um sítio na WM/BADBOY.A;B;C, Tribute.A;B, Acid.A
para a qual a Microsoft disponibilizou na semana passada um “patch” Web exclusivamente para esse fim (intended), WM/CVCK1.B;E, W97M/Change.A,
— faz temer que os “hackers” estejam a preparar-se para tirar partido e que o utilizador esteja a correr
W97M/Jany.a, X97M/Hopper.r, VBS/Bhong,
dessa mesma falha. versões mais antigas do Internet
WM/Theatre.A, W97M/Tarap, VBS/LoveLetter.bi,
A porta TCP 445 é utilizada pelo Server Message Block Explorer — anteriores à actual
VBS/Count, W97M/Bablas.aj, JS/Gigger.a@MM,
que o Windows usa para partilhar ficheiros, versão 6 — com as configurações de
W97M/Shore.p
impressoras, portas-série e também origem. ● JOSÉ DOUTIL
para comunicar entre
Dia 2
VBS/Baracu.A@mm, W97M/Jany.a, WM/
Helper.C;D;E, WM/Alliance.A, Flip, W97M/Alamat,
W97M/Trugbar.a, VBS/Aqui

Dia 3
VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Eraser.A:Tw,
WM/HELPER.F;G;H

Terça, dia 28,

chegamos aos
Descobrimentos

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5
Melhorar a gestão e a
análise da informação
nas empresas
O SAS Forum Interna-
tional juntou em Lisboa
cerca de 2600 pessoas
para falar de ‘business
intelligence’ e optimização
de processos.
FORMA COMO AS soluções de
A
“software” de “business
intelligence” podem ajudar
as empresas a melhorar os
seus processos de negócio
e a gerir a informação foi o tema
central do SAS Forum International,
que decorreu em Lisboa na semana
passada. Em mais de 200 sessões,
foram apresentados casos práticos e
procurou demonstrar-se como o “busi-
ness intelligence” pode ser importante
para as organizações.
Cerca de 2600 pessoas, de 62
países, estiveram presentes no Centro
de Congressos de Lisboa, entre terça e
quinta-feira da semana passada, para
participar no SAS Forum International.
O evento centrou-se nas soluções de “sof-
tware” do SAS Institute, especializado
em “business intelligence” — conceito
que assenta na boa gestão e na análise
da informação existente nas empresas.
Álvaro Oliveira Faria, director-geral NT. A solução do SAS permitiu reduzir o
do SAS Institute em Portugal, salientou
a dimensão do evento e o facto de este
“consubstanciar a posição do SAS no
mercado de ‘business intelligence’”.
Considerou o responsável do SAS
em Portugal que
este evento deverá ISABEL GORJÃO SANTOS
contribuir também
para um crescimento da empresa no
mercado nacional, uma vez que estive-
ram presentes no SAS Forum Interna-
tional cerca de 300 representantes de
empresas portuguesas, entre clientes e
potenciais clientes do SAS.
Grande parte das apresentações
realizadas referiram-se a casos práti-
cos de instalação de soluções do SAS,
as quais pretendem, sobretudo, acres-
centar valor aos sistemas existentes
nas empresas, para além de aumen-
tarem a operacionalidade do negócio
sem necessidade de substituir esses
mesmos sistemas.
“Há uns anos, as empresas ainda
procuravam sobretudo a apresentação;
mas, agora, a opção é pela funcionali-
dade, robustez e facilidade de utilização”,
salientou Oliveira Faria. Hoje, a oferta
do SAS agrega aspectos como o planea-
mento e a captura de dados, bem como a
gestão do armazenamento da informação
e a respectiva análise, e a elaboração de
relatórios (o chamado “reporting”).
Todas estas componentes encon-
tram-se integradas na plataforma SAS
9, lançada em 2003 mas que começou a
ser usada por diversos clientes no ano
passado. O SAS Forum International
2005 foi, aliás, uma oportunidade para
apresentar exemplos práticos de uso da
plataforma SAS 9, que possui três com-
ponentes relacionadas com o controlo
e a gestão dos sistemas a partir de um
único ponto, a melhoria da componente
de armazenamento de dados e a adap- nistração pública e as empresas de
tabilidade em relação aos sistemas que telecomunicações. A empresa possui,
as empresas já possuem. inclusive, cinco soluções verticais para
De entre os casos de estudo apre- a indústria, banca, seguros, telecomu-
sentados, Oliveira Faria salientou o da nicações e retalho.
Companhia de Seguros Tranquilidade, Em termos de resultados financei-
que começou a usar soluções do SAS há ros, Álvaro Oliveira Faria estima que
já alguns anos mas que, recentemente, o SAS cresça este ano, em Portugal,
procedeu a uma mudança de plataforma, cerca de 22 por cento. No ano passado,
de um “mainframe” para servidores a a empresa registou um volume de
correrem o sistema operativo Windows negócios na ordem dos 7 milhões de
euros. Desde que o SAS se encontra
investimento e tornar a conversão mais presente em Portugal, há 11 anos,
rápida. “Em quatro meses, fizeram a que o seu crescimento anual tem
migração de uma plataforma para outra sido sempre superior a 20 por cento
sem perda de funcionalidades.” — excepto em 2003, em que não chegou
Outro caso foi o dos CTT, que aos dois dígitos.
recentemente Em termos globais, o SAS Ins-
instalaram uma titute prevê facturar este ano 1700
série de soluções de milhões de dólares (cerca de 1400
“business intelligence” do SAS sobre o milhões de euros), mais 16 por cento
sistema de planeamento empresarial que no ano anterior — referiu Jim
(ERP) da SAP, que já possuíam. Esta Goodnight, presidente e fundador
solução permite uma obtenção de indi- da empresa (à esquerda na foto).
cadores de desempenho e um controlo Nos cinco primeiros meses do ano, a
de orçamentação mais expeditos. sua facturação cresceu 12 por cento.
Entre os sectores que mais usam O SAS tem cerca de 40 mil clientes
as plataformas do SAS encontram-se, em 109 países e emprega à volta de
sobretudo, a área financeira, a admi- 9600 pessoas. ●
União Europeia precisa de líderes ‘visionários’
A União Europeia precisa de líderes “visionários” para
poder avançar. Por outro lado, o Pacto de Estabilidade e
Crescimento deve ser escrupulosamente cumprido e é
desejável que Portugal reduza o seu défice orçamental
em menos de três anos. Foram estas as principais ideias
defendidas por Wim Duisenberg, ex-presidente do
Banco Central Europeu (BCE), que participou no SAS
Forum International, em Lisboa.
Perante uma audiência de mais de 2 mil pessoas
ligadas à área das tecnologias de informação (ver texto
principal), Wim Duisenberg considerou que a União Europeia necessita hoje de
“novos líderes, com mais força política” — e citou os exemplos de Jean Monnet,
Robert Schuman, Helmut Kohl e François Mitterrand.
Já à margem da conferência, Duisenberg, citado pela Lusa, considerou que a
Europa necessita de “uma nova visão” sobre o caminho a seguir e que os “nãos” à
Constituição Europeia da França e da Holanda são já um passo nesse sentido.
Também após a sua intervenção no SAS Forum International, Wim Duisenberg
defendeu a importância de se cumprir escrupulosamente o Pacto de
Estabilidade e Crescimento (PEC) e considerou desejável que Portugal seja
lesto a reduzir o seu défice orçamental:“Portugal pode facilmente ter um défice
orçamental de 3 por cento [do PIB] em três anos.” ● I.G.S.
S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5
da.net
Acesso sem fios gratuito
à Internet no centro histórico
de Guimarães
Um serviço de acesso sem fios à Internet foi instalado a título
experimental pela Câmara de Guimarães nas esplanadas de
duas praças do centro histórico da cidade. Esta iniciativa do
executivo autárquico permite, desde quinta-feira passada
(dia 23), aos munícipes navegarem na Net gratuitamente
se assentarem arraiais numa mesa das esplanadas da Praça
de S. Tiago ou do Largo da Oliveira. Conforme a autarquia
adiantou à Lusa, com o projecto — denominado Guimarães
Wi-Fi — é possível “navegar na Net” graças à instalação de
um equipamento com dois emissores-receptores instalados
no centro histórico. “Qualquer cidadão possuidor de um
computador portátil ou de um computador de bolso [ou
um organizador pessoal, também conhecido por ‘personal
digital assistant’ (PDA)] sentado numa esplanada do centro
histórico da cidade-berço poderá aceder à Internet e receber
ou emitir mensagens de correio electrónico.” O sistema, que
foi apresentado publicamente no passado dia 23 pelo presi-
dente da Câmara,António Magalhães,poderá ficar a funcionar
de forma permanente “caso se verifique que tem o sucesso
esperado”.Até agora, este tipo de sistema de acesso sem fios
à Internet apenas estava disponível mediante pagamento a
um operador de telecomunicações. ●
Associação de Telemedicina
pretende que este serviço
conste da agenda política…
A Associação para o Desenvolvimento daTelemedicina (ADT)
defendeu na passada sexta-feira,dia 24,a criação de uma rede
global de telemedicina e lamentou que este serviço em Portu-
gal se limite a“acções pontuais”,que existem“graças à‘carolice’
de alguns profissionais”.A denúncia partiu do presidente da
Associação, Henrique Brandão, durante a apresentação de
um “Manifesto para o Desenvolvimento da Telemedicina
em Portugal” — documento que, segundo a agência Lusa,
já se encontraria a ser analisado no Ministério da Saúde. Este
manifesto visa“dar um novo impulso”à telemedicina — uma
prática de cuidados médicos que utiliza comunicações inte-
ractivas, como as de áudio, voz e dados — e “avançar, desta
vez de forma decidida e empenhada”,na difusão do uso dos
respectivos instrumentos. No documento, a ADT traça uma
evolução pouco satisfatória da telemedicina em Portugal,afir-
mando que este serviço em Portugal “foi- se desenvolvendo
em ilhas, sem interligação e articulação entre si”. ●
… e que seja potenciado
por uma rede global entre
os seus agentes
Questionado sobre o número de teleconsultas realizadas
em Portugal desde que este sistema entrou em vigor, há
três anos, o presidente da Associação para o Desenvolvi-
mento da Telemedicina afirmou que estão contabilizadas
cerca de 30 mil — número que é ainda“residual”se se tiver
em conta as “enormes potencialidades da telemedicina
e as necessidades do país.” No manifesto, a Associação
garante que a telemedicina “não se constituiu como
uma rede estruturada e coerente, e está muito longe de
se ter tornado uma ferramenta inserida no quotidiano e
na rotina da prestação dos cuidados de saúde”. Embora
lamente o estado em que a telemedicina se encontra
em Portugal, a ADT defende que este serviço “entre na
agenda dos responsáveis do Serviço Nacional de Saúde
(SNS), definindo-se como objectivo estratégico a criação
de uma rede global” deste tipo de prática médica. Esta
rede deverá “servir de suporte a novas formas organi-
zativas de prestação de cuidados de saúde”, defende o
presidente da ADT, Henrique Brandão. ●
computadores .7
Jogos para computador
escapam ao desinteresse
pelos média em geral
Por entre os aniversários de ‘Pac-Man’ ou de ‘Space
Invaders’, os jogos para computador continuam a cati-
var o interesse não só dos mais novos mas também da
geração que viu nascer esses mesmos videojogos.
comemoração
N
A RECENTE
dos 25 anos do lança-
mento do jogo “Space
Invaders” nos EUA, a
Taito, a empresa dis-
tribuidora original do jogo, revelou
que pretendia relançá-lo em termos
comerciais.
Também o “Pac-Man” — que
comemora igualmente os seus 25
anos e, assim, eleva os seus concor-
rentes Blinky, Pinky, Inky e Clyde
até ao patamar da fama — está a
ter um regresso nostálgico. Conta a
lenda que, no decorrer de um jantar
de “pizzas”, Toru Iwatani se inspirou
na falta de uma fatia para conceber o
aspecto gráfico do jogo. Este chegaria
ao mercado pela mão da Namco com
o nome original de “Puck-Man” (que
podia ser entendido como possuindo
uma conotação brejeira), pelo que foi
alterado para “Pac-Man”… e seguiu-
se o sucesso.
Ao cabo de 25 anos, a Namco ainda
não conseguiu definir a data exacta
do lançamento do “Pac-Man” mas
contabilizou a venda de quase 300 mil
máquinas com este jogo apenas entre
1980 e 1987. O sucesso deu origem a
derivados como “Ms. Pac-Man”, “Pac-
Mania 3D”, “Pac-Man World 3”, “Pac-
Pix” ou “Pac-Man Pinball”, bem como
ao êxito discográfico “Pac-Man Fever”,
de Buckner & Garcia, em 1982.
O sucesso está associado ao nome
de Billy Williams, reconhecido como
tendo sido o único jogador que conse-
guiu terminar um jogo do “Pac-Man”,
após ter atingido um resultado de
3.333,360 pontos em 256 níveis, numa
prova que demorou mais de seis horas
em 1999.
O “Pac-Man” é apenas um dos
exemplos do interesse dos jogadores
pelo lazer electrónico — consubstan-
ciado recentemente em novas versões
domésticas. Em 2004, nos EUA, as
vendas de videojogos (e do que é cata-
logado como “entretenimento interac-
tivo”) ultrapassou os 7000 milhões de
dólares, valor bastante próximo dos
9000 milhões de dólares facturados
pela indústria cinematográfica.
Apesar do profundo contraste
entre a logística de uma e outra indús-
tria, o desenvolvimento de um video-
jogo pode custar 10
milhões de dólares PEDRO
tendo em atenção
as novas plataformas de distribuição,
como a Playstation 3 (da Sony), a Xbox
360 (da Microsoft) ou a Revolution, da
Nintendo. Um filme não padece destes
problemas de suportes tecnológicos
porque ou é distribuído em filme ou
em formato digital.
O resultado actual, no entanto, é um
maior interesse dos jovens ou da geração
que viu nascer os videojogos para relegar
a televisão como meio secundário. A opi-
nião é partilhada por vários dos inqui-
computadores .8
ridos pelo “New York Times”: “Quando
se vê televisão, é chato”, refere Dennis
Rodriguez, de 12 anos, enquanto para
Joshua Alvarado, um jovem de 16 anos
que joga em média seis horas por dia,
“para quê ver televisão quando se pode
controlar o videojogo?”
A questão tem uma resposta em
termos de mercado, nomeadamente
no país que mais divulga esses dados:
os EUA. A venda de videojogos rela-
cionados com desportos cresceu 34 por
cento para 1200 milhões de dólares no
último ano relativamente aos 900
milhões de dólares em 2000, de acordo
com dados do NPD Group.
O facto de os jovens jogarem em
casa não significa, assim, que o façam
na rua ou na escola, pelo que a preo-
cupação dos pais com a obesidade dos
seus filhos tem, neste caso, alguma
razão. Mas o resultado pode ser tão
preocupante em termos físicos como
psicológicos.
Um estudo sobre esta matéria
— que apenas contemplou 13 homens
entre os 18 e os 26 anos, que jogavam
em média diária duas horas — mos-
trou que um jogador reage a jogos
violentos como se enfrentasse uma
situação real de violência. Segundo o
estudo, divulgado no passado sábado
(dia 25) pela revista
FONSECA britânica “New
Scientist”, “o cérebro
dos jogadores de jogos violentos reage
como se a violência fosse real”.
O trabalho de Klaus Mathiak, da
universidade alemã de Aachen, sugere
um “treino do cérebro para reagir” aos
padrões desenvolvidos nos videojogos,
apesar de não ser possível determinar
de forma concludente que videojogos
violentos geram atitudes violentas nos
jogadores.
A situação pode ser preocupante
porque, segundo um estudo inglês
S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5
também divulgado na semana pas-
sada, a maioria dos pais admite que
os seus filhos jogue certo tipo de video-
jogos mesmo sabendo que eles não têm
idade para o fazer, que os títulos estão
classificados para maiores de 18 anos,
presumindo que aqueles jogos não
influenciará o seu futuro.
Perante o sucesso de “Grand Theft
Auto: San Andreas” — um videojogo
violento mas o título mais vendido no
ano passado —, não é possível deixar
de salientar também a idade cada vez
maior dos jogadores.
No entanto, este tipo de estudos
sobre a violência nos videojogos
fornece uma base para os políticos
que querem banir os jogos assumida-
mente violentos. Neste mês, também
nos EUA, Rod Blagojevich, governa-
dor do Illinois, propôs uma lei que
faria deste estado o primeiro a banir
a venda a menores de videojogos vio-
lentos. Títulos como o referido “Grand
Theft Auto” podem ser considerados
“pornografia”, enquanto o estado da
Carolina do Norte vai ao limite de
banir qualquer tipo de jogos nos com-
putadores da administração pública.
Blagojevich, sem indicar concre-
tamente os autores, aponta estudos
como o de um psicólogo da Iowa State
University que declara que “a expo-
sição a jogos violentos está de forma
significativa ligada a um comporta-
mento agressivo”. Apesar deste tipo
de estudos, o resultado concreto é um
maior interesse dos jovens em tecnolo-
gias alternativas à televisão.
Por outro lado, um estudo da Euro-
pean Interactive Advertising Associa-
tion (EIAA), igualmente divulgado
na semana passada, mostrou que os
jovens europeus entre os 15 e os 24
anos dispensam a televisão ou a rádio
e estão mais interessados na Internet.
46 por cento dos inquiridos afirma ver
menos televisão, 33 por cento lê menos
jornais ou livros e 22 por cento ouve
menos rádio. Curiosamente, 25 por
cento dos 7000 jovens que responderam
ao inquérito no final de 2004 em oito
países europeus declararam-se dispos-
tos a pagar por jogos “on-line”. ●
.com
Audaxys cresce 13 por cento
A Audaxys, empresa que desenvolve e instala “software” para
crédito especializado — “leasing”, “factoring”, ALD, “renting”,
AOV e crédito ao consumo —, acaba de anunciar os seus
resultados relativos a 2004, tendo registado um crescimento
de 13 por cento quando comparado com o ano anterior. Em
2004, os resultados operacionais da Audaxys foram de 7,028
milhões de euros, uma subida de cerca de 13 por cento
face aos 6,205 milhões de euros registados em 2003. Os
resultados antes de impostos, taxas e amortizações (EBITDA)
da Audaxys ascenderam a 1,671 milhões de euros em 2004.
Miguel Rangel, “chief executive officer” (CEO) da Audaxys,
referiu estar “muito satisfeito com os resultados obtidos,
tendo em conta o cenário no mercado das TI”. O mesmo
responsável acrescentou ainda que a Audaxys “pretende
tornar-se uma referência no mercado de ‘software’ para apli-
cações financeiras na Europa, fornecendo a melhor solução
ao mais baixo custo e com o melhor nível de serviço”. Para
2005, a Audaxys prevê um crescimento de 11 por cento,
indesligável do processo de internacionalização que os seus
responsáveis pretendem iniciar. ●
Nok factura mais 135 por cento
no trimestre
A Nok, empresa portuguesa especializada em “helpdesk”,
suporte e manutenção de parques informáticos, acaba de
anunciar que obteve um crescimento de 135 por cento no
montante da facturação do primeiro trimestre em compa-
ração com o período homólogo do ano anterior. A par do
crescimento da facturação, a Nok obteve, em igual período,
um crescimento de 50 por cento no parque informático
gerido, o que representa uma transição de 600 para cerca
de 900 computadores sob a sua gestão. Para Renato Paço,
director-geral da Nok, “este crescimento resulta da aposta
num modelo inovador e na prestação de serviços cada
vez mais completos e ajustados às necessidades das PME”.
Acrescentou o responsável da Nok que, “num momento
de recessão como este e num mercado como o portu-
guês, as empresas, para serem bem sucedidas, têm que
autonomizar e profissionalizar a informática, de forma a
que esta deixe de ser uma fonte de preocupações e passe
a ser aquilo que deve ser: uma ferramenta ao serviço da
sua produtividade”. Em relação ao último trimestre de
2004, o crescimento da facturação da Nok foi de 41 por
cento no primeiro trimestre deste ano. ●
Gedas e Fraport
em ‘joint venture’
A Gedas, empresa de prestação de serviços de TI, e a Fraport,
empresa proprietária e gestora do aeroporto de Frankfurt,
formaram uma nova “joint venture” que operará na área de
processamento de dados,“helpdesk” e redes naquela cidade
alemã. A Fraport Alemanha assinou um acordo de incorpo-
ração dos serviços de TI da Gedas Deutschland numa “joint
venture”, a qual se chamará Gedas Operational Servisses e
irá gerir o centro de processamento de dados, “helpdesk” e
redes da Fraport em Frankfurt. Cada um dos parceiros terá
uma quota de 50 por cento na referida empresa e a Gedas
será responsável pela sua gerência. Esta “joint venture”, que
implica um contrato de prestação de serviços válido por
10 anos e um valor aproximado de 190 milhões de euros,
resultou de um convite feito pela Fraport. Ainda sujeito
à aprovação da administração, a nova empresa iniciará a
sua actividade no próximo dia 1. O primeiro passo será a
transferência e integração de cerca de 120 funcionários
da Fraport. A 1 de Janeiro de 2006, a Gedas empregará
cerca de 200 novos funcionários na área de negócio dos
serviços operacionais. ●
Prisma firma parceria
com Proclarity
A Prisma, empresa de consultoria na área das tecnolo-
gias e da engenharia, acaba de estabelecer um acordo
de parceria com a Proclarity, fornecedora de soluções e
“software” de “business intelligence”. Esta parceria surge no
seguimento do investimento da Prisma na área de “busi-
ness intelligence”. Através desta parceria, a Prisma alarga a
sua oferta de serviços, disponibilizando soluções de valor
acrescentado para os seus clientes. Segundo Ivete Ferreira,
directora da área de “business intelligence” da Prisma, “a
aposta da empresa nas soluções e serviços da Proclarity
surge na continuidade da nossa procura de excelência na
oferta de serviços nesta área”. ●
 S H A R E WA R E FICHA

Sage TV é uma alternativa para

o ‘media center’ doméstico
Uma das últimas modas na área da informática de
consumo são os chamados ‘entertainment home centers’, Editor
Rui Jorge Cruz
onde um PC dotado de ‘software’ e de placas de registo Redactores, colaboradores
de imagem permitem ler e gravar uns DVD com filmes, e cronistas

uns CD com músicas e ainda registar e ver programas

Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
de televisão. Com um só computador, é assim possível Casa dos Bits, Fernando Santos,

substituir o velhinho gravador de vídeo (VHS) ou o Helena Viegas, Henrique Carreiro,

Henrique Saias, Isabel Gorjão
leitor de DVD, o sistema de alta fidelidade (Hi-Fi) e, Santos, João Cruz, José Antunes,
ainda por cima, aceder à Internet na sala de estar. José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
Vieira, Paulo Almeida, Pedro
PENSAR NESTE MERCADO,

A
a própria Microsoft de-
senvolveu uma versão
específica do seu siste-
ma operativo Windows
XP — denominada Windows XP
Media Center Edition —, que per-
mite executar todas aquelas tarefas.
Dependendo das característi-
cas do computador usado para o
efeito, o seu utilizador poderá, por
exemplo, gravar programas de TV
e ou retransmiti-lo pelas diversas
divisões da casa, entre outras fun-
cionalidades. No entanto, se não
se quiser optar pela solução da
Microsoft — que obrigará a adqui-
rir “hardware” específico e um PC
com configuração recente —, fique
sabendo que o mercado de “sha-
reware” oferece soluções mais em
conta para quem quer gravar em
formato digital os seus programas
de TV favoritos com o auxílio do
seu computador.
O Sage TV na versão 2 é uma
das novas aplicações na catego-
ria de “software” para gravação
de vídeo digital
— referido na gíria NUNO BERNARDO
como Personal Video
Recorder (PVR) —, que permite ao
utilizador definir os horários dos
seus programas de televisão favo-
ritos e gravá-los em disco rígido
para diferentes formatos. Para tal,
necessitará, além do programa (
http://www.freytechnologies.com
), de uma placa de sintonizador
de televisão, a qual poderá ser
adquirida numa loja de especia-
lidade por cerca de 80 euros. A
isto deverá juntar cerca de 60
euros para registo do programa.
A versão de “shareware” poderá
ser usada gratuitamente durante
30 dias. Caso adquira o programa
via Internet, poderá escolher
um pacote completo, que inclui
“software” e “hardware”, e que
apresenta um preço mais
económico.
Sage TV é composto
por uma unidade principal,
onde são listados os progra-
mas a emitir nos diferentes
canais para que, com um
simples toque do rato, seja
possível seleccionar os diversos
programas e filmes a gravar para
o disco rígido. Para seleccionar um
programa a arquivar,
basta identificá-lo na
listagem ou introdu-
zir o horário em que é previsível
que o mesmo seja transmitido. Se,
mais tarde, o horário do mesmo for
alterado, bastará editar a hora de
início e fim de cada programa para
que não perca um segundo da sua
série favorita.
Um dos pontos fortes do Sage
TV é a sua capacidade de retirar
os anúncios publicitários nos inter-
valos dos filmes ou dos episódios
de séries que gravar. Desta forma,
pode poupar espaço em disco e,
por outro lado, guardar apenas
os programas sem intervalos e
interrupções. O programa permite
gravar os programas de TV em for-
mato MPEG-2 — o mesmo usado
nos DVD — ou mesmo em formato
Fonseca (pedrof@journalist.com),
Rita Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
A agenda de Luis Carlos Amaro/
gravações realiza-se Gráficos à Lapa
antecipadamente
face à emissão do Computadores
programa ou, em é publicado às segundas-feiras
casos excepcionais,
momentos antes e E-Mail
de forma remota. Se computadores@publico.pt
o computador onde Tel. 21-0111168
o Sage TV estiver a Fax 21-0111008
correr possuir uma
ligação permanente Assine Computadores
à Internet, poder-se-
á dar ordens a partir Assine o PÚBLICO
do escritório ou de à segunda-feira e receba o jornal
qualquer local para o em sua casa ou levante-o no seu
computador de casa posto de venda habitual com os
MPEG-4, mais conhecido por para que este grave qualquer suplementos Computadores e
DiVX. Ao usar este último, será programa a determinada hora. Economia.
necessário muito menor espaço Esta função é ainda útil para
em disco e cada programa poderá corrigir horários de programas E-mail: assinaturas@publico.pt
ser posteriormente arquivado em previamente agendados mas que Tel.: 808 200 095 (custo chamada
CD-ROM, não necessitando assim acabam por ser emitidos noutros local)
de um gravador de DVD. horários. Fax: 210 111 017
O Sage TV poderá ser comple- O Sage TV é uma excelente
mentado com o Sage TV Client, opção para quem pretender criar Assinatura semestral (26 exemplares):
que permite ao utilizador que o seu próprio sistema de gravação Portugal €18.20
tem mais que um computador em digital de programas de televisão. Europa €58.50
sua casa, distribuir programas O seu custo não pode ser consi- Resto do Mundo €94.90
previamente gravados num PC derado elevado se se atender às
pelos restantes computadores. suas funcionalidades e é um exce- Assinatura anual (52 exemplares):
Estes computadores não preci- lente substituto das versões e dos Portugal €36.40
sam de ter grandes capacidades programas para gravação de TV Europa €117.00
de processamento, pois todo esse que, geralmente, vêm acoplados Resto do Mundo €189.80
processamento é realizado pelo às placas digitais de sintonização
computador principal. Com um de televisão num PC. Ao visitar Desconto na assinatura anual
investimento mínimo, o utilizador o sítio de suporte ao programa, para escolas e instituições de
poderá criar a sua própria estação encontrará alguns exemplos para solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
doméstica de televisão, gravando instalação e uso do programa,
Tomé e Guiné. Os preços incluem
os seus programas favoritos e e sugestões para interligação IVA à taxa legal em vigor.
visualizando-os quando quiser e com outros produtos da mesma
em que divisão da casa o desejar. empresa. ●

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 JOGOS

Épicos e fantasistas

SE HÁ GÉNERO EM QUE O TOM ÉPICO MELHOR SE MISTURA les que nasceram numa prancha de BD. Não é o caso mas Título “Freedom Force Vs. The Third Reich”
COM A FANTASIA, ESSE É MESO O REINO DOS “ROLE PLAYING
a ligação é propositada. E nem sequer faltam as onoma-
topeias… Obviamente que o ambiente geral não pode ser
Estilo RPG 8
/10

GAMES” (RPG). MUITAS VEZES EMBRULHADOS EM Plataforma PC

soturno e intimista, antes bem disposto e até gozão.
Produtor Focus
AMBIENTES MÍSTICOS — INSPIRADOS, NA SUA ESSÊNCIA, NOS O jogo, visualmente muito apelativo, e o 3D de todo des-
Distribuidor PlayGames
trutível (não ficar pedra sobre pedra é a máxima) ajudam
CLÁSSICOS “DUNGEONS AND DRAGONS” —, PODEM TER Edição Junho 2005
à envolvência do jogador, que poderá usar super-heróis
COMO BASE QUALQUER TIPO DE AMBIENTE, COMO ACONTECE com poderes tão diversificados como os dos vilões. O modo
principal do jogo parece um pouco curto, mas há um nítido Título “Dungeon Lords”
COM OS TRÊS EXEMPLARES EM ANÁLISE NESTA EDIÇÃO:
‘DUNGEON LORDS’, ‘FREEDOM FORCE VS. THE THIRD REICH’ investimento no “on-line” (inclui até um criador de missões Estilo RPG 7
/10

de cooperação) bastante rico, que promete prolongar — e Plataforma PC

E ‘X-MEN LEGENDS’. muito — o prazer de “Freedom Force vs. The Third Reich”. Produtor Deamcatcher
Distribuidor PlayGames
‘Freedom Force vs. The Third Reich’ ‘Dungeon Lords’ Edição Maio 2005

Um jogo que escapa à habitual trilogia cavaleiros-fei-
tiçaria-forças sobrenaturais é “Freedom Force Vs. The
Third Reich”. Como o nome indica, trata-se de um jogo
em ambiente da Segunda Guerra Mundial.
Mas, como título não indica, isso é um mero MIGUEL
acaso. Há um par de anos passou muito des-
percebido um excelente jogo de nome “Freedom Force”,
de que este será uma sequela. Daí que, como o primeiro
terminava a história na década de 60, pareça estranho a
acção ser agora nos 40…
Mas é simples de explicar. A Freedom Force é uma
equipa de super-heróis que, como é habitual, provocam
alguns danos colaterais no decorrer das suas missões. E,
portanto, neste caso vão ter de regressar ao passado para
corrigir algumas “pequenas” anomalias que provocaram
no decurso da guerra.
Explicado o ambiente, é preciso explicar a sua corres-
pondência visual. Em vez de espaços etéreos, temos aqui
cores berrantes e personagens ultradefinidas. Porquê?
Pela simples razão de que os bons super-heróis são aque-
Por oposição, “Dungeon Lords” é um RPG na linha mais Título “X-Men Legends”
ortodoxa do género mas integrando uma forte componente Estilo RPG 7
/10
de acção. Tudo, claro, em 3D. Moda obriga… A história é Plataforma N-Gage
bem densa, conjugando os habituais dramas Produtor Nokia
CRESPO humanos em partes de mistério, surpresa e Distribuidor Nokia
traição. Jogo feito a pensar nos fãs incondi- Edição Junho 2005
cionais do género clássico, está cheio de missões pessoais
e de desafios épicos. Em paralelo, encontram-se os indis-
pensáveis desenvolvimentos de dons e poderes especiais
para criar heróis completamente personalizados dentro
de uma variedade infindável de raças e classes.
O mundo está cheio de castelos, terras encantadas,
florestas assombradas e seres demoníacos, além dos obri-
gatórios elfos, dragões e outras criaturas mágicas. Inte-
ressante no jogo é o facto de a componente de combate ser
em tempo real e muito desenvolvida, dando uma vertente
de acção muito grande ao jogo. No entanto, é preciso per-
ceber que, com esta importância dada ao combate, é muito
mais eficaz desenvolver o lado físico do personagem que o
mágico, pois, caso contrário, é quase impossível avançar

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . J U N H O . 2 0 0 5
 dica

Resolver problemas
com controladores
no Windows XP
O sistema operativo Windows XP, da Microsoft,
inclui uma série de ferramentas para resolver
possíveis problemas com controladores
— entre elas, a Verificação de Assinatura de
Ficheiro e a do Gestor de Dispositivos. Para
além destas ferramentas, o sistema também
inclui outra, chamada Driver Verifier Manager,
especialmente concebida para programadores
mas que pode fornecer informações úteis
quando se está a tentar resolver problemas
com controladores.
Para utilizar esta ferramenta, abre-se o
comando Executar do menu Iniciar — também
acessível através da combinação da tecla
Windows e da tecla R — e escreve-se “verifier”
em Abrir. O sistema começa por abrir, por
breves instantes, uma janela da Linha de
Comandos e, a seguir, uma janela normal de
Windows com o Gestor de Verificador de
Controladores.
Na área Seleccionar uma Tarefa, está pré-
seleccionada a opção Criar Definições Padrão
— e carrega-se no botão Seguinte. Na segunda
página, escolhe-se, na área Seleccionar
Quais os Controladores a Verificar, a opção
Seleccionar Nomes de Controladores de uma
Lista e carrega-se de novo no botão Seguinte
(ver imagem).

na história. Por outro lado, a morte é muito desvalori-

zada: uma poção curativa a meio de um confronto basta
para ficar em vantagem e a ressurreição é possível a
Se não se souber que controlador poderá
custo muito baixo…
Com uma duração relativamente elevada, “Dungeon estar a criar problemas, o melhor é escolher a
Lords” foi feito a pensar em todos os fãs do estilo mais opção Seleccionar Automaticamente Todos os
puro e duro de RPG; apesar disso, falta-lhe alguma inova- Controladores Instalados Neste Computador.
ção e tem algumas falhas que o impedem de sair do grupo Surge, então, um quadro com uma lista que
restrito dos fãs da velha escola.
inclui todos os controladores que foram
carregados pelo sistema operativo — havendo,
‘X-Men Legends’
por baixo do quadro, um botão que permite
Com um ambiente algo parecido com o de “Freedom adicionar à lista controladores que não estão
Force” (a ligação à BD) mas um estilo mais idêntico ao de carregados. Aí, selecciona-se o controlador
“Dungeon Lords”, “X-Men Legends” é um RPG portátil,
para a N-Gage, com ingredientes para agradar a muitos
que se pretende verificar. Por fim, carrega-se
fãs. A partir da licença dos famosos heróis da Marvel no botão Concluir e o computador é então
Comics, foi criado um jogo que põe o jogador a defender a reinicializado.
humanidade de mutantes demoníacos. A componente de Se o controlador seleccionado for, com efeito,
estratégia e interacção típica dos RPG é equilibrada com a origem dos problemas verificados, o sistema
a acção dos tempos modernos.
À partida, pode escolher-se a equipa a partir de uma interromperá a sua rotina de arranque e
vasta galeria de mutantes que passaram pelos X-Men. apresentará um ecrã azul com uma mensagem
A equipa terá, então, de ser treinada, desenvolvendo as de erro. Obviamente, se não houver problemas
suas capacidades e formas de interagir para obter mais com o controlador escolhido, o computador
poderes. arrancará normalmente.
A visão isométrica mostra-se perfeita para o ecrã ver-
tical da N-Gage, com o detalhe a ser muito apreciável. O Gestor de Verificador de Controladores
Destaque ainda para o som, incluindo Patrick Stewart mantém-se activo até ordem em contrário. Por
a dar voz ao seu Prof. Xavier, que é impressionante em isso, para o desactivar, tem que se voltar ao
todos os momentos. comando Executar e escrever, na linha Abrir,
A capacidade de a levar para todo o lado e também
“verifier/reset”. ● JOSÉ DOUTIL
a ligação via Bluetooth que possibilita aguerridos jogos
multijogador, fazem de “X-Men Legends” uma proposta a
considerar para os fãs do RPG. ●

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