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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


Bacharelado em Direito
Medicina Legal
Prof.º Me. Carlos Rodrigues

RESENHA: MÉTODOS E CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA CESSAÇÃO DE


PERICULOSIDADE

GILVAN DE BARROS PINANGÉ NETO


C01

GOIÂNIA
2018
GILVAN DE BARROS PINANGÉ NETO
C01

RESENHA: MÉTODOS E CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA CESSAÇÃO DE


PERICULOSIDADE

Trabalho desenvolvido no 6º período do curso


de Bacharelado em Direito da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, na disciplina
Medicina Legal, destinado à avaliação parcial.
Orientador: Prof.º Me. Carlos Rodrigues

GOIÂNIA
2018
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RESENHA: MÉTODOS E CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA CESSAÇÃO DE


PERICULOSIDADE

Nelson Hungria
Ministro do Supremo Tribunal Federal

Nelson Hungria Guimarães Hoffbauer, notável penalista brasileiro, nasceu em 16 de


maio de 1891 no Estado de Minas Gerais. Cursou Direito na Faculdade Livre do Rio de Janeiro.
Sua vida pública teve início com o cargo de Promotor Público em Minas Gerais. Também foi
Redator de Debates na Câmara dos Deputados de Minas Gerais e Delegado de Polícia no antigo
Distrito Federal. Ingressou na Magistratura como Juiz da 8ª Pretoria Criminal do antigo Distrito
Federal. Serviu como Juiz de Órfãos e da Vara dos Feitos da Fazenda Pública. Ascendeu ao
cargo de Desembargador em 1944, exercendo a função de Corregedor.
Em 1951 foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo então
Presidente, Getúlio Vargas. Integrou como membro substituto e efetivo o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Mediante concurso, obteve livre docência da cadeira de Direito Penal da
Faculdade Nacional de Direito. Participou da elaboração do Código Penal (CP), do Código de
Processo Penal (CPP), da Lei das Contravenções Penais e da Lei de Economia Popular.
Destacam-se dentre suas diversas obras sobre direito penal: Fraude Penal e Legítima
Defesa Putativa; Estudos sobre a Parte Especial do Código Penal de 1890; Crimes contra a
Economia Popular; Questões Jurídico-Penais; Novas Questões Jurídico-Penais; Comentários
ao Código Penal (8 volumes) e Cultura, Religião e Direito. Foi participante assíduo de
congressos nacionais e internacionais, como do 2º Congresso Latino-Americano (Santiago –
Chile, 1947); do 3º Congresso Latino-Americano de Criminologia (1949) e das Jornadas
Penales (Buenos Aires – Argentina, 1960).
Foi agraciado com a Medalha Rui Barbosa, a Medalha do Rio Branco, a Medalha do
Sesquicentenário do Supremo Tribunal Militar (STM), a Medalha Teixeira de Freitas e a
Comenda do Mérito do Ministério Público. Após a aposentadoria decretada em 11 de abril de
1961, dedicou-se às atividades advocatícias. Faleceu em 26 de março de 1969 no Rio de Janeiro,
sendo homenageado pelo STF em sessão da mesma data.
Métodos e Critérios para a Avaliação da Cessação de Periculosidade é uma obra de
autoria de Nelson Hungria, pronunciada em uma Conferência em Curitiba – Paraná e
posteriormente publicada na Revista Jurídica em 1956.
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Em seus primeiros parágrafos, Hungria preleciona que gradativamente as políticas


públicas e sociais contra a criminalidade migram do campo da repressão, inócua na opinião do
autor, para o da prevenção. Argumenta que, diante da prevalência da personalidade, a
intimidação da pena não gera modificações de caráter. Portanto, defende um tratamento
preventivo de reconstrução moral e/ou ressocialização do indivíduo, através de uma “técnica
de regeneração”, capaz de modificar a personalidade dos condenados.
Para o célebre penalista, a personalidade destes criminosos desviou-se muito dos
padrões éticos da vida em sociedade. Destarte, caberia ao Estado contemporâneo instituir novas
e eficientes políticas criminais, capazes de resgatar esses indivíduos, oferecendo verdadeira
“cura social”.
Hungria entende sobre a necessidade de aplicação de medida de segurança aos
penalmente inimputáveis, isto é, os incapazes. Contudo, defende que sua continuidade ou
revogação é diretamente proporcional a persistência ou cessação da periculosidade individual.
Acrescenta que diferente de outros fenômenos biológicos, como por exemplo a gravidez ou a
pressão arterial, a periculosidade é um estado psíquico difícil de diagnóstico.
Testemunhando a instituição da criminologia como ciência autônoma, além da
dicotomia entre as Escolas de Antropologia Criminal e Sociologia Criminal, Hungria defendia
a abordagem de aspectos biopsicossociais, a fim de se alcançar em sua totalidade a compreensão
da gênese do crime e do criminoso. Não afastava que, seja para um prognóstico positivo ou
negativo do delinquente, a probabilidade de erro é a mesma.
Para o autor, tal prognóstico deveria ser ainda mais ponderado diante daqueles que
denominou “anormais psíquicos” ou “portadores de personalidade psicopática”, ou seja,
dotados de periculosidade oriunda de uma personalidade defeituosa. A outra classe que Hungria
separou foi daqueles indivíduos apartados do “homem médio”, com falha na formação da
personalidade (caráter) devido a deficientes aquisições éticas e educacionais e/ou deformada
pela adoção de hábitos contrários à moral jurídico-social dominante.
Apesar dos avanços da Psicologia e da Psiquiatria da época, como por exemplo a
corrente behaviorista proposta por Skinner e a psicanálise instituída por Freud, Hungria
desacreditava em suas técnicas de hipnose e/ou testes de personalidade de Rorschach,
salientando que a modificação da personalidade (reajustamento social) dos delinquentes
poderia ser fingida senão apenas superficial.
Destarte, o autor excluí os pareceres psicológicos e psiquiátricos destes profissionais,
salvo diante de casos de periculosidade decorrente de doença mental, anormalidade psíquica ou
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embriaguez habitual e patológica. Contudo, para Hungria diante do laudo médico deveria
prevalecer o livre convencimento do juiz, não ficando este sujeito àquele. Porém, não
descartava a utilização pelo magistrado de conhecimentos de psiquiatria forense, adstritos à
motivação da sentença.
O autor preconiza que não se descarta no todo a importância dos elementos no exame
precedente à internação, antes corroboram-se com novos dados para constatação da
permanência, agravação, atenuação ou cessação da periculosidade. Hungria enxergava na “cura
da doença mental” uma ilusão recorrente, acreditando ser dispensável para liberação do louco
infrator do manicômio, desde que fique comprovada sua condição de não-periculosidade,
constatada mediante relatório do diretor da penitenciária ou estabelecimento de segurança, além
do imprescindível laudo psiquiátrico.
O notável penalista enfatiza que os portadores de personalidade psicopática, na visão do
autor dotados de desvios na esfera do entendimento, emotividade, instintos e vontade, são os
recordistas na reincidência e habitualidade no crime. Defende análise minuciosa de diversos
aspectos na elaboração de relatórios e laudos periciais, tais como: infância do internado;
relações familiares e sociais; práticas laborais, educacionais e religiosas; possíveis vícios
(bebidas alcoólicas ou entorpecentes), além das condições favoráveis ou desfavoráveis
oferecidas após liberação e reinserção social. O autor entende que diante da acentuada melhoria
do estado psíquico do interno, devem ser concedidas licenças para afastamento temporário.
Em tom determinista, Hungria cita a máxima de Rousseau “O homem é bom por
natureza. É a sociedade que o corrompe. ”, defendendo a teoria que se o homem é produto do
meio, mudando-se o meio se mudam também os hábitos, mudando assim o próprio homem. Em
uma linha Durkheiminiana, o autor correlaciona miséria humana (falta de condições básicas de
dignidade) com vícios e criminalidade, sendo a família a base.
Hungria encerra seu discurso citando um método estatístico inovador incorporado pelos
Estados Unidos, para previsão da cessação de periculosidade e consequente concessão do
livramento condicional. Semelhante à teoria adotada por Hungria, os elementos analisados
nesse método seriam: reincidência; habitualidade criminal; associação criminosa; presença ou
ausência de relações sociais e/ou familiares; hábitos de ociosidade; delinquência precoce;
retardamento escolar; condição racial; anomalias psíquicas; idade; comportamento na prisão;
origem urbana etc.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HUNGRIA, Nelson. Métodos e critérios para a avaliação da cessação de periculosidade.


Revista Jurídica, ano 4, v. 22, jul./ago. 1956, p.5. Disponível em: <
https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/article/viewFile/808/796>. Acesso em:
31 de maio de 2018.

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