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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA – IESO

BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO EMPRESARIAL II
PROF. ME. ARTHUR MAGALHÃES

FICHA Nº 01
INTRODUÇÃO AO DIREITO SOCIETÁRIO
1. HISTORICIDADE DO DIREITO SOCIETÁRIO
A sociedade empresária moderna teve seu nascedouro nos primórdios da civilização. O
surgimento do fenômeno associativo deu-se no momento em que o homem percebeu que
determinadas tarefas poderiam ser desenvolvidas de maneira mais eficiente se o fossem por
duas ou mais pessoas em comunhão de esforços e objetivos.
No Direito Romano é possível encontrar as primeiras manifestações legislativas a tal respeito,
seja quando este regulou a associação entre os herdeiros para a administração de bens
deixados por seus ascendentes, seja quando criou as sociedades com fins específicos para
compra de escravos.
Entretanto, foi na pujança mercantilista da Idade Média, especialmente nas cidades italianas,
que surgiu o modelo mais próximo do que hoje se entende por sociedade empresária,
desenvolvendo-se a ideia de separação dos patrimônios dos sócios em relação ao patrimônio
da sociedade.
À época, o que aproximava os sócios eram suas características pessoais e seus objetivos em
comum, circunstância conhecida como AFFECTIO SOCIETATIS, característica existente até os
dias contemporâneos nas Sociedades de Pessoas.
Com o advento do Renascimento e da era dos descobrimentos, dado o redimensionamento do
comércio, surgiram as companhias colonizadoras, como por exemplo a famosa East Indian
Companies, também conhecida como Companhia Holandesa das Índias Orientais, criada em
1602, sociedades que reuniam grande quantidade de capital, dividido em ações que, por sua
vez, eram distribuídas entre um número considerável de pessoas.
Neste modelo societário, não importavam mais as características pessoais dos sócios, bastando
apenas para o seu ingresso na sociedade, a contribuição financeira, características comuns das
hoje, Sociedades de Capital.

2. CONTRATO DE SOCIEDADE
A construção de uma sociedade guarda fundamento na união de esforços para a consecução
otimizada de resultados. Nesse sentido, para fins de identificação de um contrato societário,
conforme o Art.981 do Código Civil, serão necessários os seguintes elementos:
 Ajuste de vontade
 Pluralidade de pessoas
 Definição de obrigações recíprocas
 Finalidade econômica
 Partilha dos resultados
Pugna-se portanto pelo ajuste das vontades, livres e conscientes, como requisito basilar do
contrato. Exige-se a pluralidade de partes, duas ou mais, que poderão ser pessoas naturais ou
jurídicas, de Direito Público ou de Direito Privado.
Nesse sentido, vê-se a reciprocidade das obrigações como elemento essencial, onde todos
devem contribuir para a consecução das finalidades ajustadas e todos podem exigir,
extrajudicial ou judicialmente o cumprimento das obrigações assumidas.
Por outro lado, não há exigência de proporcionalidade matemática, vez que as obrigações
assumidas pelas partes não precisam ser equivalentes, nem proporcionais à participação de
cada sócio.
Outro requisito para configurar um contrato de sociedade é o fito econômico. Não há
sociedade se a finalidade é religiosa, cultural, etc. O ajuste de mútua cooperação em atividade
não econômica e sem o objetivo de apropriação das vantagens produzidas não caracteriza
contrato de sociedade, mas outra figura, como a associação.
Finalidade econômica, por sua vez, não se confunde com o lucro. Lucro diz respeito à
remuneração do capital investido. Há finalidade econômica mesmo quando o saldo positivo
não caracterize lucro.
Por fim, o contrato de sociedade poderá ser celebrado para um único evento, a exemplo da
organização de espetáculo. O objeto pode ser um conjunto de eventos determinados,
prologando-se os efeitos do contrato, conforme o ajuste, até que todos sejam realizados.

3. CONCEITO DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA


Sob a égide do Código Comercial de 1850, as sociedades eram divididas em sociedades civis e
comerciais, sendo este associado à atividades de mercancia e o primeiro associado à atividades
eminentemente civis como a prestação de serviços, etc.
Com a chegada do Código Civil de 2002, nos moldes do sistema italiano, vê-se hoje por
sociedade, a organização econômica, dotada de personalidade jurídica e patrimônio próprio,
constituída ordinariamente por mais de uma pessoa, que tem como objetivo a produção ou a
troca de bens ou serviços com fins lucrativos.
As sociedades são então classificadas como Empresárias ou Simples.

 Sociedades Empresárias
São aquelas que exercem atividade própria de empresário. (Art. 966 – CC/02)

 Sociedades Simples
São aquelas que não exercem atividade própria de empresário.
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A sociedade é, portanto dotada de personalidade jurídica própria, o que significa dizer que é
capaz de adquirir direitos e assumir obrigações por si mesma, sendo seu próprio patrimônio
que, independente e destacado do patrimônio de seus sócios, responde por suas dívidas e
obrigações.

4. SOCIEDADE DE PESSOAS X SOCIEDADE DE CAPITAL


(Sociedade de Pessoas)
A constituição de uma sociedade pode ter como principal referência o mútuo reconhecimento
entre seus sócios. São sócios porque se identificam e se aceitam reciprocamente. São
sociedades INTUITU PERSONAE, isto é, sociedades contratadas em função das pessoas.
Vige aqui, relembre-se, a figura da AFFECTIO SOCIETATIS, como liga necessária para
manutenção das relações sociais. É dizer, identifica-se o vínculo de confiança entre as partes
como elemento necessário para a permanência da sociedade.
(Sociedade de Capital)
Há sociedades, por outro lado, nas quais a identidade do sócio não tem relevância, de modo
que importa o aporte do capital. Justamente por isso, a transferência da participação societária
é livre. São as sociedades INTUITU PECUNIAE, ou seja, sociedades focadas no aporte do capital
e não na pessoa dos sócios.

5. NATUREZA JURÍDICA DO ATO CONSTITUTIVO


As sociedades empresárias são constituídas através de um instrumento chamado contrato
social ou estatuto. Através deste documento, que deverá ser arquivado no Registro Público de
Empresas Mercantis, os sócios organizam as regras básicas de funcionamento da sociedade, tais
como o montante do capital social e a contribuição devida por cada um dos sócios, a forma de
administração da sociedade, o objeto social, o prazo de sua duração, etc.
Teorias se reúnem todavia, para discutir a natureza jurídica do ato constitutivo da sociedade.
a) Teorias Anticontratualistas
Em decorrência da dificuldade de amoldar o ato constitutivo da sociedade às características
tradicionais dos contratos, surgiram aqueles que defendiam que o ato através do qual surgia a
sociedade não poderia ser considerado contrato.
Tratar-se-ia portanto de um ato complexo ou coletivo.
Por certo a imensa maioria dos contratos no mundo civil tem como características básicas a
figura da bilateralidade, assim como do antagonismo das vontades das partes contratantes, que
por meio do contato encontram uma forma de harmonizar seus interesses.
Em um contrato societário, faltam os interesses contrários, de modo que ambos se voltam a um
mesmo objetivo. Não há então contraposição de ideias, mas ideais comuns a serem atingidos
mediante a constituição da sociedade.
Assim sendo, tratar-se-ia a sociedade de um ato coletivo, onde várias vontades se ligam
formando uma só vontade, ou um ato complexo pelo fato de todas as vontades se fundirem
numa só vontade unitária.
b) Teorias Contratualistas
Prepondera no entanto, a teoria de que a sociedade advém de um ato constitutivo de natureza
eminentemente contratual. Alguns continuam a classificar as sociedades como provenientes de
contratos bilaterais, na medida em que podemos identificar a contraposição de ideais e
vontades dentro da sociedade, tanto que não é incomum a existência de litígios envolvendo os
sócios, a demonstrar que, assim como qualquer outra espécie de contrato, o ato constitutivo da
sociedade se presta a regular interesses muitas vezes antagônicos.
Entretanto, prestigia-se mais ainda a perspectiva de Ascarelli, Professor Italiano que
desenvolveu a teoria do contrato plurilateral.
Tal teoria defende a ideia segundo a qual o ato constitutivo da sociedade é efetivamente um
contrato, só que um contrato plurilateral, na medida em que na sociedade é possível haver
mais do que duas partes, as quais não podem simplesmente ser agrupadas em dois polos, como
ocorre com os contratos bilaterais.
Nesse sentido, as partes são detentoras de direitos e obrigações em relação a todos os outros
sócios e também em relação à própria sociedade, tendo todos um objetivo comum. Diferente
do contrato bilateral, no qual uma parte está em antagonismo com a outra, no contrato
plurilateral todas as partes estão, lado a lado, objetivando um fim comum, o lucro.

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