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Conflitos no relacionamento conjugal – Gildásio e Jamili1

CONFLITOS NO RELACIONAMENTO CONJUGAL


Lidando de maneira bíblica com os conflitos Conjugais

Gildásio e Jamili Reis


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Introdução: Você conhece algum relacionamento que vem com uma etiqueta “livre de
conflitos”? Conflitos entre pessoas são inevitáveis na vida. Eles fazem parte das
relações humanas. Quer queiramos quer não, os conflitos fazem parte do nosso dia-a-
dia e, por isso mesmo, é importante que aprendamos a lidar com eles.

Definindo conflito?

“o conflito acontece quando meus desejos ou temores, minhas expectativas ou metas


entram em rota de colisão com os desejos, temores, expectativas ou metas de outra
pessoa”.1

I. TRÊS FATOS BÍBLICOS SOBRE RELACIONAMENTOS

1. Você foi criado para relacionamentos


Gênesis 2.18 diz que “não é bom que o homem esteja só”. Essa afirmação tem mais a
ver com o plano de Deus para a humanidade do que com a necessidade de Adão. Deus
nos criou como seres relacionais porque ele é um Deus social – o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
2. De certa forma, todos os relacionamentos são difíceis
Logo após a empolgação de Gênesis 2, segue o capítulo 3 onde a entrada do pecado
causa frustração e confusão nos relacionamentos, por isso encontramos o homem e a
mulher trocando acusações mútuas. No capítulo 4, as coisas pioram ainda mais com o
assassinato de um homem.
3. Deus nos mantém em relacionamentos confusos para cumprir seu propósito
de redenção
Um relacionamento difícil pode ser sinal do amor e do cuidado de Deus. Muitas vezes
queremos que Deus simplesmente transforme o relacionamento, mas ele não se contenta
antes que o relacionamento nos transforme também. O que acontece em meio à
confusão dos relacionamentos é que nosso coração é revelado e nossas fraquezas são
expostas.
O conflito gera a oportunidade para glorificar a Deus: podemos honrar a
Deus imitando-o em uma situação de conflito. Podemos expressar seu
caráter, revelando paciência, amor, longanimidade, humildade, etc.

É justamente aí que a maturidade pode iniciar, quando reconhecemos que somos


pessoas fracas e necessitadas de esperança na graça de Cristo.

1
POIRIER, Alfred. O Pastor Pacificador – um guia bíblico para a solução de conflitos na igreja. Editora
Vida Nova. 2011. p. 31

1
Conflitos no relacionamento conjugal – Gildásio e Jamili2

Virá um momento em que cada um de nós se sentirá desanimado e decepcionado com


um relacionamento. Contudo a saúde e maturidade de um relacionamento não se
refletem na ausência de problemas, mas sim na forma como lidamos com os conflitos
inevitáveis.

II. A ORIGEM E AS CAUSAS DO CONFLITO.

O coração do conflito: Por que brigamos uns com os outros?

Os conflitos interpessoais se manifestam por diversas razões, mas na essência eles


revelam a presença de um aspecto muito comum e bem antigo na história humana - o
egoísmo. Tiago pergunta: “de onde procedem guerras e contendas, que há entre vós?
De onde, se não dos prazeres (Hedone) que militam na vossa carne?” (Tiago 4.1).

 Por que brigamos uns com os outros? Tiago 4.1-3 A palavra “prazer” (Hedone)
que Tiago usa aqui seria melhor traduzida como “prazer egoísta”. Nem todos os
prazeres são errados. Mas o prazer egoísta é. Por exemplo, o prazer pelo
conforto, por medo do trabalho árduo; pelo reconhecimento, por medo de ser
ignorado; pelo poder, por medo de receber ordens; pelo controle, por medo do
imprevisto; pela aceitação, por medo de ser rejeitado.

Mas além desta causa original, podemos pensar em outras quatro razões da presença
dos conflitos, como desdobramentos do egoísmo:

1. Nossos prazeres: Quando lemos a lista das “obras da carne” em Gálatas


5.19-21 constatamos que grande parte dos itens ali presentes dizem
respeito aos problemas de relacionamentos: “inimizades, porfias,
ciúmes, dissensões, invejas, ciúmes, discórdias”.
2. Ressentimento: uma atitude amarga que não consegue perdoar ou
tratar de questões ainda pendentes e mal resolvidas. (Rm 1.29-31; Ef
4.32)
3. Incompreensão ou falha na comunicação: uma das partes pode
desconhecer aquilo que a outra quer dizer e surgir daí a falta de
compreensão da outra parte. (2 Tm 3.2-4; 11,12)
4. Diferenças individuais: Essas diferenças podem estar presentes nos
valores, crenças, atitudes, sexo, idades e experiências. Fazendo com que
as várias situações sejam analisadas de múltiplas maneiras, pelos vários
sujeitos, dando inevitavelmente a situações de divergência de pontos de
vista.2 (Fl 2.2,3)

Nem sempre podemos escolher se vamos ou não ter que enfrentar um conflito. No
entanto, devemos saber como lidar com ele. Gostaria de sugerir algumas dicas que
podem ser muito úteis.

III. MANEIRAS ERRADAS E NÃO-BÍBLICAS DE LIDAR COM O CONFLITO.


2
Fachada; M. O.; “Psicologia das relações Interpessoais”. Rumus; 1998. p. 21

2
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Ken Sande, em sua obra O Pacificador, mostra que existem pelo menos três maneiras
como as pessoas reagem aos conflitos:

A. reações de fuga, B. reações de ataque e C. reações de pacificação.

A. FUGA: três maneiras de fugir:

1) Negação: fingir que nada está acontecendo.


2) Abandono: Fuga, pode ser uma decisão de abandonar a igreja, sair de casa,
romper com uma amizade ou pedir o divórcio.
3) Suicídio. Isso se dá quando a pessoa perde toda a esperança na solução do
conflito e nada mais faz para solucioná-lo.

B. REAÇÕES DE ATAQUE: Também três maneiras de reação:

b.1. Ataque, que se dá quando as pessoas agem para derrubar seu adversário.
b.2. Litígio, quando parte para um tribunal e o objetivo é apenas punir o outro.
b.3. O homicídio que ocorre quando encerra-se qualquer tentativa de busca de
solução de conflito e ainda, a pessoa alimenta ira e ódio contra o outro. 3

IV. MANEIRAS CORRETAS E BÍBLICAS DE LIDAR COM O CONFLITO.

“Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”. Rm 12.18

A expressão “se possível, quanto depender de vós” dá a entender que nem sempre
depende de nós, mas que, quando depender, devemos nos esforçar para viver em paz
com todos os homens.

Então vejamos algumas dicas práticas que podem nos ajudar na solução de conflitos:

1. Tenha por objetivo encontrar a verdade, não ganhar uma discussão.

Num conflito, devemos ter como objetivo encontrar a verdade para solucionar o
conflito. Nossa motivação deve ser resolver o problema, e não ganhar uma discussão.

Precisamos olhar por baixo da superfície e ver além da “ponta do iceberg”. Devemos
nos esforçar para identificar o mais claro possível a real fonte de conflito; isso porque
há casos em que o problema que estamos tratando ou atacando é apenas a ponta do
iceberg. Existe algo mais profundo e antigo que está escondido. Numa situação de
conflito é sempre mais fácil criticar, acusar, julgar e condenar o outro lado. (Mt 7.1-2 e
Rm 2.1).

2. Aprenda a assumir sua parcela de responsabilidade no problema. (Mt 7:1-5; Lc


6:42)

3
SANDE, Ken. O Pacificador: como solucionar conflitos. Editora CPAD. 2010. pp. 22-25

3
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Jesus disse que temos que “tirar a trave do nosso olho, a


fim de enxergarmos melhor para tirar o cisco no olho do
outro”. Mt 7.3-5

Para isso precisamos ser humildes e admitir que o erro pode estar em nós mesmos e
não no outro. Devemos perguntar a nós mesmos: “O que há a meu respeito que está
causando esta discórdia”.

Para tomar esta atitude precisamos estar prontos a confessar nosso pecado de
egoísmo, ira, inveja, soberba, autocomiseração, hipocrisia, etc.

Numa crise de relacionamento, costumamos pensar que as coisas


só serão resolvidas quando o outro mudar seu modo de ser.
Raramente pensamos que nós também precisamos mudar.

Ilustração: história de um pai que orava constantemente dizendo: “Deus, muda o


coração do meu filho”. Até que um dia, ele passou a orar: “Deus, muda o coração do
pai do meu filho”.

Colocar a culpa sobre os outros é um dos grandes obstáculos à verdadeira solução dos
conflitos. (Lc 6:42). Resistindo a ideia de jogar a culpa no outro, tiramos de foco das
pessoas, e buscamos encontrar a verdadeira razão ou raiz do conflito.

3. Procure compreender a outra pessoa. (Hb. 4:15,16)

Eis uma terceira dica. Você precisa se esforçar para compreender o ponto de vista de
outra pessoa. Talvez este seja um passo muito difícil a ser dado, mas ele é muito
importante. Caso contrário, o conflito não poderá ser solucionado.

E para compreender o outro, quatro aspectos merecem nossa atenção:

a) Desejo sincero de compreender. Nunca conseguiremos resolver


conflitos sem “entrar na pele” da outra pessoa. Nossa tendência
natural é ver a situação somente da nossa perspectiva.
Precisamos ver as circunstâncias do ponto de vista da outra
pessoa. (Hb 4:15,16).
b) Saber ouvir. Pv 18:13. Um erro que comumente cometemos é
que enquanto uma pessoa fala expondo seu ponto de vista,
estamos formulando mentalmente um ataque ou defesa. Um
passo fundamental para entender o outro e lidar com o conflito é
saber ouvir. No processo de escutar é importante entender os
fatos concretos, porém, os aspectos emocionais, subjetivos não
deverão ser desconsiderados.

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c) Respeitar a opinião do outro. Compreender não significa que


você está concordando com a outra pessoa, mas a respeita por
pensar diferente de você.
d) Não condene ou julgue. “É preciso resistir à tentação de colocar a
culpa nos outros, de acusar a outra parte, ou de levantar
problemas que não pertencem àquele fórum de discussão.

4. Disponha-se a perdoar. É preciso tratar com nossos ressentimentos. A nossa


responsabilidade é conceder perdão aos outros assim como Deus nos perdoou
(Ef 4:32), o que envolve não guardar o pecado ou erro da outra pessoa para
depois “jogar na cara” ou usá-lo contra ela. Devemos entregar a ofensa e o
ofensor ao Senhor; pois Ele é o justo juiz (Mt 16:27; II Tm 4:8).

Além de ajudar na solução do conflito, precisamos entender que a atitude de não


perdoar prejudica a nós mesmos. Quando estamos magoados com alguém, é como se
estivéssemos presos numa cadeia. Manter a mágoa no coração é como segurar uma
brasa na mão. O estrago pode ser grande.

Ausência de perdão gera tormentos na vida daquele que não quer perdoar. Quem não
perdoa está envenenando seu próprio coração, “destrói a ponte que ele mesmo há de
atravessar um dia”.

5. Busque ajuda de um conselheiro. Pv 11.14; 15.22

“Na multidão de conselheiros há segurança" (PV.11.14). Em Mt 5.9, Jesus diz que “bem
aventurados são os pacificadores”.

O conselheiro ou o pacificador é um cristão maduro que procurará agir como um


mediador entre as partes conflituosas. Ele deve adotar uma atitude neutra e imparcial.
Sua principal função é ouvir as partes e juntos buscarem descobrir as reais causas ou
fontes do conflito, procurando os meios de conciliação.

Termino com uma citação de David Powlison,

“Contender é uma característica fundamental dos pecadores.


Reflete a imagem de Satanás: mentiroso, assassino, causador de
divisões, agressor. Promover a paz diz respeito a Deus, em Cristo,
e àqueles que estão sendo renovados à Sua imagem.”4

4
POWLISON, Como alcançar o coração do conflito. Coletâneas de aconselhamento bíblico, Atibaia,
SBPV, v.5, p. 100-117, 2006. p.100

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Aplicação: A título de aplicação, seguem algumas perguntas para nossa reflexão:

1) Existe hoje em seu círculo de relacionamento alguma pessoa com quem você está
tendo conflito? Quem?
2) Você sabe qual a razão ou os motivos que geraram esta dificuldade de
relacionamento?
3) Você consegue identificar algo que você fez ou deixou de fazer que contribuísse
para o desgaste neste relacionamento?
4) Como você tem procurado lidar com este conflito? Sobrepujando, “apaziguando”,
evitando, sentindo-se injustiçado, ou envidando esforços para sua solução?
5) Você sente-se em paz quando tem que se relacionar com esta pessoa?
6) Diante deste estudo você consegue perceber qual a vontade de Deus para a
restauração deste relacionamento? O que você pretende fazer?

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