YOWLI

Periodicidade - Mensal
Edição Nº 01
Dezembro 2009
Fotos: Miguel Mangueze
Editor – Isaura Mauelele
Paginação:Carlos Oscar p Nhadimba

Boletim Informativo Contacto: 84 48 41 23 9

E-mail: isasuzette yahoo.com.br
Associação Coalizão da Juventude Moçambicana
Parceria – AWOMI African Women Millennium Initiative on Poverty and Human Rights Tens o direito de lutar pelos teus direitos.

Editor
YOWLI
Young Women Knowlead-
ge Institute (YOWLI) é um
Instituto de Formação para
Mulheres Jovens, criado
pela organização senegale-
sa, AWOMI (African Wo-
men Millennium Initiative
on Poverty and Women
Rights).

Os temas difundidos du-

rante 30 dias, foram Direi-
tos Económicos e Sociais,
envolvendo mulheres jo-
vens provenientes de todos
países africanos incluindo
Moçambique. Também
contou com o Brasil e os
Estados Unidos da Amé-
rica. A primeira formação
realizou-se em 2006, e a se-
gunda em 2008, de Junho a
28 de Julho, na Ilha Gorée,
em Dacar, no Senegal.

A ideia do instituto e pro-

mover os a equidade de
género e dotar as mulheres
de habilidades de advocacia
para a defesa dos seus direi-
tos em África e no mundo.

Considerando que a mu-

lher e a mais desfavorecida
Moçambique e Brasil Trocam Experiências em Dakar Pag 03
principalmente nos países
em vias de desenvolvimen-
to, o CEDAW, que é a Con-
venção para Igualdade de
Direitos para as Mulheres,
foi o ponto central da for-
mação.

Assim, o Boletim Informa-

tivo YOWMI tem como
objectivo divulgar os temas
relacionados com Direi-
tos Humanos que inclui a
igualdade de género.

O Boletim YOWLI é uma

parceria entre a Associação
Coalizão da Juventude Mo-
çambicana e a organização
senegalesa AWOMI.
Tolerância Zero para abuso da rapariga Pag 03 Dia Mundial de Luta contra a SIDA Pag 04

pub
02
titulo da pagina
Três Moçambicanas em Gorée no Senegal
Teve lugar em Gorée, Dakar, no Senegal, a segunda Formação para Mulheres Jovens Africanas, denominada YOWLI (Young Women’s Leadership Institute). A
mesma foi levada a cabo pela “Iniciativa Africana para a Liderança Feminina”, AWOMI (African Women’s Millennium Initiative on Poverty and Human Rights).
O treino decorreu entre 28 de Junho a 28 de Julho de 2008, na Ilha Gorée, em Dakar no Senegal.
Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
Moçambique esteve represen-
tado por três jovens activistas
nomeadamente Isaura Maue-
lele, Nilza Laice e Isaura Chi-
rindza. As jovens que deram o
seu contributo durante 30 dias
vinham de duas organizações
implementadoras do Progra-
ma Geração BIZ: Associação
Coalizão da Juventude Mo-
çambicana e Amodefa.
Para além dos conhecimentos
apreendidos em Dacar, as três
moçambicanas trocaram ex-
periências com diversas mu-
lheres jovens provenientes de
diferentes culturas. A diversi-
dade cultural de Moçambique,
permitiu transmitir a vasta
realidade do país para outros
países africanos, incluindo
o Brasil e os Estados Uni-
dos da América. Os aspectos
socio-económicos, a dança, a
gastronomia através da trans-
missão oral, e acima de tudo
estágio actual em Moçambi-
que, dos Direitos Económicos
Lei Contra Violência Doméstica é uma
Luz para a Mulher
Texto: Isaura Mauelele
Foto Miguel Mangueze
Este ano foi marcado pela aprovação
da Lei de Violência Doméstica Contra a
Mulher, pela Assembleia da República,
sendo uma Lei que também defende o
homem em casos deste sofrer violên-
cia doméstica. Graça Samo, Directora
Executiva do Fórum Mulher, referiu
que a Lei traz uma inovação no sistema
de Justiça em Moçambique, que é a
criminalização da violência tornando-a
num crime público.
Antes do surgimento da lei, a violência
perpetrada em casa era considerado
um problema privado. Foi com a inten-
ção de mudar este cenário que o Fó-
rum Mulher trabalhou para que a Lei
Contra Violência Doméstica conside-
rasse a agressão contra a mulher num
“crime público.”
Contudo, a lei, por si só, não vai garan-
tir a erradicação da violência, mas vai
permitir educar as pessoas.
Segundo Graça Samo, é preciso per-
ceber a igualdade de direitos, numa
perspectiva de uso do poder, e re-
ver o conceito de poder, no qual as
mulheres estão excluídas pois não
e Sociais, que convergem para
os Direitos Humanos, foram
também transportados para o
resto do continente Africano,
durante aquele intercâmbio.
De salientar que para além de
mulheres, também participa-
ram alguns homens, jovens,
provenientes de alguns países
tais como Gambia, Burquina-
Faso, Nigéria e outros. Esses
participantes também deram
o seu contributo e demonstra-
ram que a equidade de género
só e possível com a existência
de homens e mulheres, bene-
ficiando dos mesmos direitos,
independentemente da ori-
gem étnica, raça, religião e ou,
do poder económico. Assim,
ficou claro, que acima de tudo,
são todos iguais, e devem usu-
fruir dos mesmos direitos na
família, na Escola, no traba-
lho, e na sociedade em geral.
O YOWLI contou com a par-
ticipação de 41 jovens pro-
venientes dos seguintes paí-
ses africanos: África do Sul,
Burkina-faso, Congo, Cama-
rões, Costa do Marfim, Etió-
participam nos processos de tomada
de decisão. “A lei não vai agravar os
problemas, mas vai deixar claro que a
mulher também tem direitos e é um
ser humano. A relação entre pessoas
não pode ser vista sob o prisma da do-
pia, Egipto, Ghana, Gambia,
Haiti, Jamaica, Quénia, Libé-
ria, Maurícias, Malawi, Mali,
Nigéria, República Dominica-
na, República Democrática do
Congo, Serra Leoa, Somália,
Suriname, Senegal, Tunísia,
Trindade e Tobaco, Tanzânia,
Uganda, Zâmbia e Zimbabué.
Estados Unidos da América e
Brasil também tomaram par-
te.
A formação teve dois objec-
tivos principais: estabelecer
a troca de experiências entre
mulheres jovens provenientes
de diferentes países africanos
e da diáspora.
Formar as mulheres em ma-
térias de advocacia e Direitos
Económicos e Sociais para
fazerem a divulgação nos seus
países, junto de organizações da
sociedade civil e do Governo.
Temas do YOWLI
Durante a formação foram
abordados os seguintes temas:
Saúde Sexual e Reprodutiva,
Género e Violência Doméstica,
minação. As mulheres são as maiores
vítimas deste fenómeno. Aliado a esse
aspecto, a violência que uma mulher
sofre é resultado do poder que o ho-
mem exerce sobre ela,” disse Graça
Samo.
Mutilação Genital Feminina,
Direitos Económicos e Sociais,
Privatização dos serviços públi-
cos, Sectores da Saúde e Edu-
cação: Acesso, custos e quali-
dade dos recursos tais como
Água, Saneamento público
Direitos Humanos em Moçambique
A Convenção Mundial dos Di-
reitos Humanos estipula que
todos os cidadãos têm direito
aos mesmos direitos básicos
em qualquer sociedade. Se no
campo juvenil a UNESCO esti-
pula que todos os jovens têm
o direito a Educação, Emprego,
Saúde, Habitação, Alimenta-
ção, independentemente da
sua condição financeira, raça,
religião, etc. Todos devem ter
os direitos básicos garantidos
para a sua vivência. Porém,
em Moçambique reina a po-
lítica dos “pesos pesados”,
das “costas quentes” e da de-
sigualdade na igualdade de
oportunidades.
Estamos numa realidade em
que a Lei do mais forte é que
funciona e infelizmente o mais
forte é quem tem posses, e
quando um indivíduo não é fa-
miliar de um “todo-poderoso”
corre o risco de não alcançar
um emprego.
Quantos jovens formados, o
país possui, e contudo, estão
desempregados.
Quem rege pelas políticas de
admissão dos jovens recém
formados tanto do ensino
técnico profissional assim
como das Universidades nas
e privado. Macroeconomia
Política, Reforma Econó-
mica, Políticas de Pobreza
e Instituições Financeiras:
Banco Mundial e Fundo
Monetário de Investimentos
(FMI), Empreendedoris-
empresas públicas e privadas.
Estas empresas continuam a
fazer anúncios de vagas onde
só admitem os conhecidos e
familiares dos próprios fun-
cionários que nem possuem
qualificações.
Que fiscalização é feita nas
empresas públicas (e priva-
das) durante o processo de ad-
missão e exploração de jovens
estagiários, que trabalham e
são expulsos sem nenhuma re-
muneração. Quantas empresas
de comunicação social usam e
exploram durante seis, até 12
meses, jornalistas estagiários,
e depois expulsam sem nenhu-
ma remuneração e nem enqua-
dramento. A própria “pública
televisiva”, é um exemplo
desse desmando e autêntica
violação da Lei do Trabalho,
que é clara ao afirmar que um
indivíduo após trabalhar mais
de três meses deve ser remu-
nerado, e ou ter um enquadra-
mento na empresa.
O Ministério do Trabalho deve
fazer valer a inspecção contra
esse tipo de abuso, crime e ex-
ploração.
Mas como referi, nesta socie-
dade sobrevive a lei do mais
forte, e no meio de tanta injus-
mo e Migração, Globalização,
Tráfico Internacional, Políticas
Económicas de género e tráfico.
No final da formação houve a
elaboração de artigos com os
temas abordados para revista
“YOWLI Magazine”.
tiça social há quem sobressai a
custo da sua própria inteligên-
cia e consegue contornar esse
mar de ignorância laboral.
Sim, porque sejamos sérios,
essa exploração é uma extre-
ma ignorância laboral, que in-
felizmente caracteriza a men-
talidade de alguns Directores
de Informação… a verdade,
essa dói, mas deve ser dita.
Mas continuando, reitero que
os Ministérios do Trabalho e
da Função Pública, que ali-
ás, são muito bem dirigidos
por duas mulheres que admi-
ro bastante, devem prestar
atenção para que situações
similares não se perpetuem,
especialmente na já referida
“pública televisa”.
Não obstante, cada um de nós
pode fazer a sua parte na bus-
ca do respeito pelos Direitos
humanos e pela dignidade na
sociedade através do com-
bate a injustiças sociais. Não
podemos calar e deixar que
injustiças sociais e laborais se
repitam.
Poderei ser questionada pelos
meus escritos, mas tenho de
fazer a minha parte, até por-
que, quem cala, consente.
 03

titulo da pagina
Moçambique e Brasil Trocam Direitos de Mulheres de sfavorecidas
Experiências em Dakar Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto

Durante a formação em Goree, Moçambique e Brasil foram os únicos países A feminização da pobreza
participantes falantes da língua portuguesa, facto que fez com que as jovens é uma realidade no nosso
desses dois países, estabelecessem maior contacto e troca de experiências. país. Se numa família não há
água canalizada quem se en-
Constatou-se que Moçambique é um país que possui cerca de 20 milhões de carrega de percorrer longas
habitantes, dentre os quais, 16% das pessoas estão infectadas com o vírus do distâncias e carregar baldes
HIV/SIDA. Por seu turno, a região da África Sub-sahariana, é a mais afectada pesados de água são as mu-
do mundo. lheres. Em muitos casos são
ainda raparigas, filhas da
casa em idade escolar, que
fazem esse trabalho e muitas
vezes o seu aproveitamento
pedagógico fica comprome-
tido pela negativa, e ela aca-
ba por reprovar de classe. Ao
reprovar, perde o ano lecti-
vo, porque já não tem tempo
suficiente para estudar e nem
consegue uma boa concen-
tração nos estudos devido
ao excesso de tarefas pesadas
e domésticas. E se uma rapariga
fica privada de ir a escola ou se
vai mas tem dificuldades em as-
similar a matéria devido a falta
de tempo para estudar, quem
retrocede devido ao subdesen-
volvimento que isso vai gerar
é o próprio país. Num país em
que mais de 50 por cento da base para o desenvolvimento ve para ir ao lar e trabalhar
população é composta por mu- das sociedades devem estar domesticamente para a família
lheres, que futuro e desenvol- consciencializadas de que do marido, deve ser ultrapas-
vimento esse país terá, se não não somente o rapaz trará sada. Se analisarmos aquelas
Texto: Isaura Mauelele Moçambique constitui uma diferença Moçambique e Brasil. apostar seriamente em políticas benefícios se este for a escola, famílias em que as raparigas
Foto Istockphoto expressivamente larga. e incentivos para a educação mas que a rapariga também não são dadas a oportunidade
YOWLI para liderança mundial da rapariga. Para isso é neces- é um ser racional, capaz de e nem incentivos para estudar
Em países como África do Sul e outros Em suma, constatou-se que no Brasil, sário educar as comunidades, apreender conhecimentos e e se formar, essas constituem
da região sul de África, as mulheres o SIDA é considerado um problema A Presidente da AWOMI, Yassin Fall, criar condições para que haja posteriormente contribuir as famílias mais pobres e con-
constituem a camada mais afectada das mulheres negras e dos homos- salientou durante a formação, que o água potável e outros recursos para as despesas da casa. A sequentemente aumentam os
pela doença. sexuais, devido ao elevado índice de pensamento estratégico do YOWLI básicos. As famílias que são a ideia de que a rapariga só ser- índices de pobreza no país.
racismo e discriminação relacionada em relação às mulheres, está no re-
Por outro lado, o Brasil, país localiza- com as opções sexuais. forço dos seus direitos económicos
do na região da América do Sul, pos- e sociais para a mudança política no
sui uma impressionante taxa baixa de Já em Moçambique, a doença é tida direito à água, trabalho digno, mora-
seropositividade, com 3% de pessoas como um problema maioritariamente dia adequada, voz e representação
infectadas pelo HIV/SIDA. Essa taxa das mulheres, sendo que daí advém a política, uma vida livre de violência,
comparada com a de Moçambique, feminização do HIV/SIDA. acesso a informação, competências
constitui um exemplo de que as es- adequadas para o trabalho, alimen-
tratégias de combate a doença que Assim, o YOWLI revelou-se uma for- tos e boa nutrição. A observação des-
estão a ser implementadas no Brasil, mação produtiva considerando que ses pressupostos vai convergir para a
estão a surtir efeitos positivos. Por- foi possível estabelecer essa troca de igualdade de direitos entre homens e
tanto, 3% do Brasil contra 16% de experiências entre as delegações de mulheres.

Ficha Técnica:
YOWLI - Boletim Informativo Tratados Regionais e Internacionais
Associação Coalizão da Juventude Moçambicana
CEDAW – Resolução N. 4/93, de 26 de Maio, que contém a ratificação da Convenção sobre a
Email:Coalizão@tvcabo.com.mz
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.
Av:Marien Ngoabi
Editor: Isaura Mauelele Carta Africana sobre os Direitos da Mulher em Africa.
Declaração de Harare.
-Redacção: Isaura Mauelele
Contacto: 84 48 41 23 9 Declaração dos Chefes de Estados da SADC sobre a integração da perspectiva de
E-mail: isasuzette@yahoo.com.br género nos programas dos seus países.
-Paginação: Carlos Oscar p Nhadimba
Parceria: AWOMI African Women Millennium Initiative on Poverty and Human Rights
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titulo da pagina
Dia Mundial de Luta contra a SIDA

“HIV/SIDA não deveter “Latsio Basquet” para crianças

cara feminina”
Muitas mulheres grávidas fazem o teste de HIV/SIDA para saber o seu estado
de saúde e evitar uma possível transmissão do vírus para a criança. Por outro
lado, mais de metade da população moçambicana também é composta por
mulheres que são também a camada mais vulnerável no acto de transmissão
da doença. Por esses e outros factores é comum considerar-se o HIV/SIDA como
Numa altura em que o Basquetebol moçambicano não tem registado resulta-
dos satisfatórios em campeonatos internacionais, a “Leonardo Business Con-
sulting”, empresa italiana, juntou-se a jogadora moçambicana, Clarisse Ma-
changuana para levar a cabo o projecto “Latsio Basquet” envolvendo crianças
moçambicanas.
Texto: Isaura Mauelele
Foto Miguel Mangueze

um problema das mulheres, acabando-se por feminizar a doença.

Trata-se de um projecto que visa
promover a prática do Basquetebol
no seio das crianças. A iniciativa
é implementada num centro em
Maputo, através de uma parceria
entre a “Leonardo Business Con-
sulting”, e a jogadora moçambi-
cana Clarisse Machanguana, que é
madrinha do Projecto. No âmbito
dessa parceria, Clarisse disse que
a actividade constitui a concretiza-
ção de um sonho, e “é uma honra
poder ajudar os mais pequenos na
prática de desporto. ”

Segundo a jogadora que começou

a treinar o Basquetebol aos seis
anos de idade, a ideia do projecto é
de trazer um sonho para os petizes
sobretudo os mais desfavorecidos
e órfãos.

Com a iniciativa, a “Leonardo Bu-

siness Consulting” aliada a atleta
esperam dar um contributo para
a massificação da modalidade a

Texto: Isaura Mauelele

por parte do Governo na área na vizinha Africa do Sul, e que partir dos escalões de formação.
Foto Miguel Mangueze de advocacia. A sensibilização por vezes regressam com um es- “Espero que com esta iniciativa
deve ser direccionada e bem tado avançado da doença. “Caso possam surgir mais organizações
Alguns intervenientes da socie- preparada com monitoria e haja uma relação sem o uso do dispostas a apoiar o desenvolvi-
dade civil contrapõem a femi- avaliação permanentes. preservativo pode haver uma mento do Basquetebol em Moçam- Entretanto, Clarisse deixou uma Estados Unidos da América, durante
nização da doença do século, contaminação do vírus para a bique”, referiu Clarisse. mensagem para os mais novos: “O oito anos. Também jogou em Portu-
defendendo ser uma atitude As leis também não vão alterar esposa,” disse. Desporto é importante, porque en- gal e em outros países do mundo, e
incorrecta, que a sociedade por o cenário se não forem bem Esta actividade poderá dar indica- sina a união e a disciplina, mas a actualmente reside em Itália.
vezes toma para não assumir a implementadas com o envolvi- Esses são alguns factores que dores de que no futuro o país possa escola é que paga a vida.”De referir
responsabilidade colectiva sobre mento do grupo alvo, que são levam a crer que o HIV/SIDA ter bons talentos a jogar como fe- que Clarisse Machanguana teve a
a propagação da doença. as mulheres. “É importante não é um problema das mulhe- derados. oportunidade de jogar e estudar nos
que elas estejam capacitadas res, e nem dos homens, mas da
Durante muito tempo, a mulher para dizer não ao sexo despro- sociedade em geral. Pois tanto
foi educada para ser submissa no
lar e na sociedade sem o poder
tegido, e façam o planeamento
familiar ”, defendeu a coorde-
o homem como a mulher po-
dem ser portadores da doença,
CELEBRAÇÕES DO DIA MUNDIAL DA JUVENTUDE
de tomada de decisão. Isso faz nadora da Mulher. e dependendo do seu comporta-
com que as mulheres continuem mento sexual podem transmitir O ano 2009, como não poderia deixar de ser, também foi marcado pela cele-
com essa mentalidade de acei- Ao invés de ser a mulher a a qualquer indivíduo. bração do Dia Mundial da Juventude, que se assinalou a 12 de Agosto.
tar, que tudo o que acontece de portadora inicial do HIV/ Cerca de três mil adolescentes e jovens abarrotaram por completo o Cine Áfri-
mau é de sua responsabilidade. SIDA, ela é mais vulnerável a Os dados sobre a sero-preva-
“Transferir a responsabilidade contrair a doença, se tomar-se lência do HIV não podem ser
ca para testemunharem a celebração dia Mundial da Juventude.
do HIV/SIDA para as mulheres como exemplo a prática da po- estabelecidos apenas com base
é parte dessa educação. Temos ligamia por parte do homem. nos resultados da testagem de Trata-se de uma data, que serviu incluindo o HIV/SIDA. Sob o lema “Sustentabilidade: Nos-
que inverter essa mentalidade, Culturalmente, é comum um mulheres grávidas, mas devem para os adolescentes reflectirem so Desafio, Nosso Futuro”, cerca
porque a mulher tem capacida- homem ter muitas mulheres constituir o resultado abrangen- acerca dos temas que envolvem Antecedida a esta actividade, em de três mil adolescentes e jovens
de para identificar o seu real pa- acabando por criar uma rede te de todos os testes efectuados a camada, particularmente no ca- algumas das grandes avenidas da coordenados pelo Conselho da Ju-
pel na construção da sociedade de contaminação e propagação tanto em homens assim como pítulo referente a Saúde Sexual e cidade de Maputo nomeadamente ventude da Cidade de Maputo, em
”, salientou a coordenadora da da doença. em mulheres. Reprodutiva (SSR). Neste âmbito Guerra Popular, Eduardo Mondla- parceria com a Geração BIZ, desfi-
Mulher, Nacima Figia. os jovens avançaram com propos- ne e Karl Marx, teve de se parar o laram numa marcha que precedeu
A activista de Saúde Sexual e De referir que o Dia Mundial de tas com vista a inverter-se o actual trânsito para acolher uma marcha a deposição de uma coroa de flores
Porém, a mudança de mentali- Reprodutiva, Maria Salomé Luta Contra a SIDA assinala-se gráfico de números altos de infec- juvenil. na Praça dos Heróis Moçambica-
dade não é um processo fácil, e levantou a questão das mulhe- todos os anos, no dia 1 de De- ções sexualmente transmissíveis nos.
exige um grande investimento res cujos maridos trabalham zembro.
04
FRASES de alguns activistas de Direitos Humanos
“É possível haver Democracia em qualquer parte do mundo, desde que haja Liberdade de Expressão.” “Levanta-te, fica em pé, levanta-te pelos teus Direitos.
(Yassin Fall, Presidente da AWOMI) Nunca desistas na luta pelos teus Direitos.”
(Bob Marley)
“Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água Homenagem - Um dos maiores activistas de Direitos Humanos
suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo.” “Tu podes construir um mundo melhor para ti, para mim, e para o resto da humanidade. Tendo amor
“ Tens de ser a mudança que desejas ver no mundo.” ao próximo.”
(Mahatma Gandhi) (Michael Jackson)

titulo da pagina
Tolerância Zero para abuso da rapariga
De 2006 a 2009 realizou-se a nível nacional a Campanha Contra o Abuso Sexual da Rapariga na Educação, levada a cabo pela ActionAid Moçambique em par-
ceria com o Governo e várias organizações da sociedade civil. A avaliação feita a partir dessa advocacia é positiva, pois houve promoção do protagonismo no
seio das raparigas, e um aumento do número de denúncias sobre os casos de abuso sexual na escola.
Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
O abuso sexual de raparigas nas
escolas constitui uma realida-
de na sociedade moçambicana,
onde o professor é apontado
como o protagonista. A campa-
nha contra esse acto veio sensi-
bilizar a própria rapariga e a co-
munidade em geral a denunciar
essa prática, reiterando que o
abuso sexual constitui um crime.
CEDAW
O CEDAW é um tratado internacional que na Resolução N. 4/93, de 26 de Maio, contém a ratificação da Convenção
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Esta convenção deveria ser observada e
seguida pelos Estados pois é um instrumento legal contra a descriminação da mulher.
Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
Contudo, muitas mu-
lheres que perderam os
seus maridos, acabam
perdendo também seus
direitos considerando
que ficam sem os seus
bens, como a casa e os
pertences adquiridos
junto com o marido
quando este estava vivo.
Portanto, em muitas fa-
mílias quando o marido
morre a mulher fica des-
provida de seus direitos,
pois a família do esposo
acaba por menosprezar
esta mulher, mãe e vi-
úva, levando todos os
seus bens.
A mulher viúva, sem a
casa, os bens, as terras,
e com mais cinco, seis ou
mais filhos por criar, fica
abandonada e passa
por muitas dificuldades
financeiras. Quem sofre
com esta situação são
também os filhos, que
ficam desamparados,
O Director da ActionAid, Al-
berto Gomes Silva referiu que
os resultados são encorajadores
considerando que as pessoas já
têm consciência da dimensão do
problema. “Houve maior parti-
cipação do Governo e da própria
rapariga neste processo, e au-
mentou o número de raparigas
que regressaram a escola ”, disse.
Por seu turno, Nacima Figia, co-
ordenadora da Mulher e Crian-
porque em muitos casos
a família do falecido pai
nem sequer apoia. Pelo
contrário esses familia-
res paternos levam toda
a herança que iria ser-
vir, não para enriquecer
a viúva, como muitas
vezes eles pensam, mas
para educar esses filhos
que no futuro poderão
desenvolver o país com
os seus conhecimentos
adquiridos pela forma-
ção que receberiam. Mas
se ficam desamparados,
marginalizados pela
própria família e pela
sociedade, mais uma
vez, é o país que fica
mais pobre, pois os jo-
vens constituem a maior
faixa etária e a força de
trabalho. Mas uma força
de trabalho sem forma-
ção, sem conhecimentos
e nem apoio moral, ja-
mais poderá contribuir
para o desenvolvimento
tecnológico do país.
As viúvas e os filhos ór-
fãos de pais, deveriam
ça reiterou que após três anos,
houve avanços satisfatórios
salientando que actualmente o
Governo aposta na tolerância
zero, para o abusador no seio da
educação. Acrescentou que se
deve incentivar a rapariga a dizer
não a prática sexual até atingir a
maior idade.
Outro passo dado foi a apro-
vação da Lei da Violência Do-
méstica Contra a Mulher, pois
ter os seus direitos salva-
guardados pelo Estado,
que deveria responsabi-
lizar-se pela educação
e formação através de
bolsas de estudo, custe-
ando as despesas até a
sua formação superior.
Depois, o país é que ga-
nharia porque esses jo-
vens formados seriam
potenciais quadros com
o compromisso de servir
o próprio país. É assim
que os países desenvol-
vidos conseguem não
ter pobreza, porque eles
traçam políticas reais
de desenvolvimento,
observando os direitos
humanos, e dando todos
os recursos básicos a
população. Esses recur-
sos são o acesso a água
e não a privatização da
mesma, acesso a educa-
ção ao invés de prolife-
ração de universidades
privadas, que a maioria
da população não pode
ter acesso porque não
tem como pagar, acesso
ao emprego, e em mo-
passou a existir um instrumen-
to legal específico para a defesa
dos direitos da mulher. Contu-
do, a coordenadora salienta que
a lei por si só, não vai mudar o
cenário, é importante que haja
maior coordenação entre o Go-
verno, através dos ministérios
da Mulher, Saúde, Educação,
Justiça e organizações da socie-
dade civil.
O Decreto nº 39/03 do Minis-
tério da Educação - MEC, pre-
ceitua que quando a rapariga
fica grávida na escola, ela deve
ser transferida para o curso
nocturno como forma de não
incentivar as outras a iniciar a
actividade sexual. No entanto,
essa transferência provocou
uma subida exponencial da de-
sistência da rapariga na escola.
Na visão de Nacima Figia o des-
pacho ministerial não corres-
ponde as expectativas de pro-
tecção e valorização dos direitos
da rapariga. “O decreto deve ter
um carácter preventivo, que
promova um ambiente seguro
na escola, e ao mesmo tempo
punitivo para o funcionário da
Educação. O Decreto não vai
de encontro com o estatuto do
professor e nem para a forma-
ção do indivíduo. Por isso, dia-
logamos com o MEC com vista
mentos de crise mundial
financeira dão um subsí-
dio de desemprego, que
é no mínimo cinco vezes
mais do que um salário
mínimo no nosso país.
Se calhar poderão dizer
que o nosso país e pobre
e não pode se equipa-
rar aos países ricos. Po-
rém, a frase que diz “os
moçambicanos devem
combater a pobreza ab-
soluta através da auto-
estima e o trabalho”,
constitui uma grande
verdade. Temos recur-
sos, e devemos e deixar
der dependentes e pro-
curar desenvolver tec-
nologicamente e acima
de tudo mudar a menta-
lidade de pobreza.
As pessoas têm ainda
o direito a um plano de
saúde sem ter que pagar
custos elevados, ou seja,
o acesso a serviços de
saúde gratuitos deveria
ser uma prioridade por-
que é inconcebível que
a efectuar-se uma modificação,
e assumiu-se a responsabilida-
de de rever o documento até
ao primeiro semestre de 2010,”
explicou a coordenadora.
Transmissão do HIV/SIDA
Sabe-se que após uma rela-
ção sexual desprotegida, há o
risco da transmissão do vírus
de HIV/SIDA. Assim sendo,
raparigas ainda muito novas
acabam infectadas pela doença
trazendo consequências nefas-
tas para o seu futuro.
Perpetuando mais a situação da
vítima, existem casos em que se
efectua uma negociação entre
as partes envolvidas. O agressor
paga um valor monetário a fa-
mília da rapariga, como forma
de multa pela infracção come-
tida, e em troca, a família não
deverá denunciar o caso a polí-
cia. Como forma de acabar com
essas práticas, foram criados
clubes de acompanhamento
psico-social onde as raparigas
realizam debates, palestras, ac-
tividades culturais e desporti-
vas. A mensagem difundida é
sobre o risco da actividade se-
xual e a importância do debate
nas famílias.
alguém padeça de uma
doença, e não tenha
como se tratar por falta
de dinheiro não só para
o tratamento, que este
pode ser gratuito, mas
para uma alimentação
adequada, no caso espe-
05
Envolvimento da rapariga
na campanha
O grande sucesso dessa ad-
vocacia foi a participação da
própria rapariga no processo.
O workshop de avaliação das
actividades contou com a pre-
sença de meninas provenien-
tes das províncias de Maputo,
Tete, Manica, Sofala, Zambézia,
Nampula e Cabo Delgado.
Maria Salomé, rapariga e acti-
vista da Coalizão em Maputo,
disse que uma das formas de
proteger a rapariga é educá-la a
não se envolver com o professor
e nem com pessoas mais velhas.
Por seu turno, Neuza Mec estu-
dante em Chimoio, província
de Manica, revelou estar muito
feliz por poder apresentar os re-
sultados do trabalho efectuado
nos últimos três anos. “Aprendi
a sensibilizar outras raparigas,
como denunciar e lidar com
casos de abuso sexual ”, referiu.
Joana Ussupi, outra rapariga e
representante de Cabo Delga-
do, disse que vai disseminar a
informação apreendida no seio
da sua comunidade. “Vou for-
mar um grupo na minha escola
e fazer palestras para conscien-
cializar os alunos e professores
sobre os Direitos da rapariga.”
cifico do HIV/SIDA. Estes
e outros direitos eco-
nómicos e sociais são
os chamados Direitos
Humanos e básicos, que
todos os Estados deve-
riam observar, incluindo
o nosso.
 YOWLI
06
Periodicidade - Mensal
Issue No 1
Dezembro 2009
Photos – Miguel Mangueze
Editing / Editor – Isaura Mauelele
Pagination:Carlos Oscar p Nhadimba
Newsletter Contacto: 84 48 41 23 9
E-mail: isasuzette@yahoo.com.br
Partnership: AWOMI African Women Millennium Initiative on Poverty and Human Rights
Mozambican Youth Coalition Association Tens o direito de lutar pelos teus direitos.

Editor
YOWLI
Young Women Knowledge
Institute (YOWLI) is Trai-
ning Institute for Young
Women, created by the
Senegalese organization,
AWOMI (African Women
Millennium Initiative on
Poverty and Women’s Ri-
ghts).

Themes broadcast for 30

days, were Economic and
Social Rights, involving
young women from all
African countries inclu-
ding Mozambique. Also
included Brazil and the
United States of America.
The first training took place
in 2006, and the second in
2008, from June to July 28,
at Goree Island in Dakar,
Senegal.

The idea of the institute

and promote gender equa-
lity and empowering wo-
men with skills in advocacy
for the protection of their
rights in Africa and the
world.

Considering that a woman

and especially the most di-
sadvantaged countries in
Mozambique and Brazil share experiences in Dakar Pag 03
the developing world, the
CEDAW, which is the Con-
vention on Equal Rights for
Women, was the focus of
training.

This newsletter aims to dis-

seminate the issues related
to human rights including
gender equality.

The Bulletin YOWLI is a

partnership between the
Association of Mozambi-
can Youth Coalition and
the Senegalese organization
AWOMI.

Zero tolerance for abuse of girls Pag 03 “HIV / AIDS should not have a woman’s face” Pag 04

pub
07
08

titulo da pagina
Three Mozambican in Goree in Senegal
Took place in Gorée, Dakar, Senegal, the second Training for Young Women in Africa, called YOWLI (Young Women’s Leadership Institute). The same was carried
out by the “African Initiative for Women’s Leadership” AWOMI (African Women’s Millennium Initiative on Poverty and Human Rights). The training took place
from June 28 to July 28, 2008, at Goree Island in Dakar in Senegal

Texto: Isaura Mauelele rest of the African continent the Congo, Sierra Leone, Soma-
Foto Istockphoto during that exchange. lia, Suriname, Senegal, Tunisia,
Note that in addition to wo- Trinidad and Puff, Tanzania,
Mozambique was represented
men, also participated in some Uganda, Zambia and Zimba-
by three young activists inclu-
men, young people from some bwe. United States of America
ding Isaura Mauelele, Nilza
countries such as Gambia, and Brazil also took part.
Laice and Isaura Chirindza.
Burkina Faso, Nigeria and The training had two main
The young people who have
others. These participants also objectives: to establish the ex-
contributed for 30 days came
gave their contribution and change of experiences among
from two organizations imple-
demonstrated that gender young women from different
menting Generation Program
equality is only possible with African countries and the dias-
BIZ: Association of Mozambi-
the existence of men and wo- pora.
can Youth Coalition and Amo-
men enjoying the same rights, Train women in matters of
defa.
regardless of ethnicity, race, advocacy and Economic and
In addition to the knowledge
religion, or economic power. Social Rights to make the dis-
learned in Dakar, the three Mo-
Thus, it was clear that above all, closure in their countries, along
zambican exchanged experien-
are all equal and should enjoy with civil society organizations
ce with several young women
the same rights in the family, at and the government.
from different cultures. The
school, at work and in society
cultural diversity of Mozambi-
in general.
que, led forward the vast reality
of the country to other African
The YOWLI with the participa- Themes YOWLI
tion of 41 young people from
countries, including Brazil and
the following African coun- During the training were dis-
the United States of America.
tries: South Africa, Burkina cussed the following topics: Se- tion: Access, cost and quality World Bank and International gender and trafficking. At the
The socio-economic, dance,
Faso, Congo, Cameroon, Ivory xual and Reproductive Health, of resources such as water, Monetary Fund Investment end of training was the prepa-
cuisine through oral transmis-
Coast, Ethiopia, Egypt, Ghana, Gender and Domestic Violen- Sanitation public and private. Fund (IMF), Entrepreneur- ration of articles with the the-
sion, and above all current trai-
Gambia, Haiti, Jamaica, Kenya, ce, Female Genital Mutilation, Macroeconomic Policy, Eco- ship and Immigration, Glo- mes for the magazine YOWLI
ning in Mozambique, the Eco-
Liberia, Mauritius, Malawi , Economic and Social Rights, nomic Reform, Poverty Policy balization, International Tra- Magazine.
nomic and Social Rights, which
Mali, Nigeria, Dominican Re- Privatization of public services and Financial Institutions: fficking, Economic Policy of
converge for Human Rights,
public, Democratic Republic of sectors of Health and Educa-
were also transported to the

Human Rights in Mozambique

Law Against Domestic Violence is
a Light for Women
Texto: Isaura Mauelele
Foto Miguel Mangueze
This year was marked by the
passage of the Violence Against
Women, the National Assem-
bly, is a law that also defends
the man in cases of domestic
violence suffer. Graça Samo,
Executive Director of the
Women’s Forum, said that the
law provides an innovation in
the justice system in Mozam-
bique, which is the criminali-
zation of violence making it a
public crime.
Before the enactment of the
law, the violence at home was
considered a private matter.
It was with the intention to
change this scenario that the
Women’s Forum has worked
for the Law Against Domestic
Violence considered aggres-
sion against women in a “pu-
blic crime.”
However, the law alone will not
guarantee the eradication of
violence, but will allow educate
people.
According to Graça Samo, one
must realize the equal rights
The World Convention of Human Rights states
that all citizens have the same basic rights in
any society. If the field of youth UNESCO sta-
with a view of power relationship between tes that all people have the right to Education,
usage, and review the people can not be seen Employment, Health, Housing, Food, regar-
concept of power in through the prism of dless of their financial status, race, religion,
which women are ex- domination. etc.. Everyone should have the basic rights
cluded because they do
not participate in the Women are the biggest guaranteed to her experience. However, in Mo-
processes of decision victims of this pheno- zambique reigns of political heavyweights, the
making. “The law will menon. Allied to this “warm coast” and inequality in equal oppor-
not exacerbate the pro- aspect, the violence that tunities.
blems, but will make it women suffer is a result We are a reality in which the Law of the fittest
clear that the woman of the power that man
also has rights and is has on it, “said Graça is what works and unfortunately the strongest
a human being. The Samo. is the one who has possessions, and when an
individual is a family of “Almighty” is in dan-
ger of not achieving a job.
How many young graduates, the country has,
and yet they are unemployed.
Who governs the admission policy for young
people recently graduated from both the tech-
nical-vocational education as well as the uni-
versities in public and private companies. The-
se companies continue to place ads in places
where only admit acquaintances and family
members of staff who have no qualifications.
What surveillance is done in public enterpri-
ses (and private) during the admission process
and exploitation of young trainees, who work
and are expelled without compensation. How
many media companies use and operate for
six to 12 months, journalists, interns, and then
drive away without any fee or framework. The
very “public television” is an example of ge-
nuine outrage and violation of the Labor Law,
which is clear in stating that an individual
after working more than three months must
be paid, and have a framework or in the com-
pany.
The Ministry of Labor should enforce the ins-
pection against such abuse, crime and exploi-
tation.
But as I said, this company survives the sur-
vival of the fittest and in the midst of so
much social injustice stands there looking at
the cost of his own intelligence and can get
around this sea of ignorance of work. Yes, be-
cause we are serious, this operation is extre-
mely labor ignorance, which unfortunately
characterizes the mentality of some directors
of information ... the truth, that hurts, but it
must be said.
But still, I reiterate that the Ministries of La-
bor and the Civil Service, which incidentally,
are very well led by two women who I admire
a lot, should pay attention to similar situa-
tions not continued, especially in the afore-
mentioned “public television”.
However, each of us can do your part in the
pursuit of respect for human rights and dig-
nity in society by combating social injustice.
We can not shut up and let social injustice
and working repeated.
I may be questioned by my writing, but I have
to do my part, because, Silence is consent.

titulo da pagina
Mozambique and Brazil
share experiences in Dakar
During training in Goree, Mozambique and Brazil were the only countries par-
ticipating speakers of English, which made the young people of both countries,
establish closer contact and exchange experiences.
Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
It was found that Mozambique
is a country that has about 20
million inhabitants, among
which, 16% of people are infec-
ted with HIV / AIDS. In turn,
the region of sub-Saharan Afri-
ca is the most affected in the
world.
In countries like South Africa
and other southern region of
Africa, women constitute the
layer most affected by the di-
sease.
On the other hand, Brazil, a
country located in the region of
South America, has an impres-
sive low rate of seropositivity,
with 3% of people infected with
HIV / AIDS. That rate compa-
Credits: Ficha Técnica:
YOWLI - Newsletter
Mozambican Youth Coalition Association
Email:Coalizão@tvcabo.com.mz
Av:Marien Ngoabi
Editing / Editor : Isaura Mauelele
-Redacção: Isaura Mauelele
Contacto: 84 48 41 23 9
E-mail: isasuzette@yahoo.com.br
Pagination: Carlos Oscar p Nhadimba
Partnership: AWOMI African Women Millennium Initiative on Poverty and Human Rights
red with that of Mozambique,
is an example of the strategies
to combat the disease that are
being implemented in Brazil,
are having positive effects. The-
refore, 3% of Brazil against 16%
of Mozambique is a large diffe-
rence significantly.
In short, it was found that in
Brazil, AIDS is considered a
problem of black women and
homosexuals, due to the high
level of racism and discrimina-
tion related to sexual choices.
Already in Mozambique, the
disease is regarded as a problem
mostly of women, and the con-
sequent feminization of HIV /
AIDS.
Thus YOWLI proved to be a
productive training conside-
ring it was possible to establish
such an exchange of experien-
ces between delegations from
Mozambique and Brazil.
YOWLI for social change and
global leadership
The President of AWOMI,
Yassin Fall emphasized during
training, the strategic thinking
of YOWLI against women is
to strengthen their economic
and social rights for political
change in water rights, decent
work, adequate housing, and
voice political representation, a
life free from violence, access to
information, appropriate skills
for work, food and good nutri-
tion. The observation of these
assumptions will converge to
equal rights between men and
women.
09
Rights of Women
Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
The feminization of poverty
is a reality in our country. If
a family is no running water
who is in charge of travel long
distances and carry heavy bu-
ckets of water are women. In
many cases they are girls, dau-
ghters of the house of school
age that do the job and often
their pedagogical use is com-
promised by the negative, and
she ultimately fail class. In blo-
cking, you lose the school year
because they no longer have
enough time to study and not
even a good concentration on
their studies due to over-heavy
tasks and domestic. And if a girl
is deprived of going to school or
goes but has difficulty in assimi-
lating the matter due to lack of
time to study, which kicks due to
underdevelopment that this will
generate is the country itself. In
a country where more than 50
percent of the populations are
women and that future deve-
lopment will take this country,
if not bet seriously on policies made aware that the boys not the husband’s family should be
and incentives for girls’ edu- only bring benefits if it is scho- overcome. If you look at those
cation. This requires educating ol, but the girl is also a rational families where girls are not gi-
communities; create conditions being, able to grasp knowledge ven the opportunities or incen-
so that there is water and other and further contribute to hou- tives to study and to graduate,
basic resources. Families are sehold expenses. The idea that this are the poorest families and
the foundation for the develo- the girl only serves to go to therefore increases the inciden-
pment of societies should be home and work domestically for ce of poverty in the country.
Regional International Treaties
• CEDAW - Resolution No. 4 / 93, 26 May, containing the ratification of the Convention on
the Elimination of All Forms of Discrimination against Women.
• African Charter on the Rights of Women in Africa.
• Harare Declaration.
• Declaration of the Heads of States of SADC on the integration of gender perspec-
tive in the programs of their countries.
10

titulo da pagina
“HIV / AIDS should not have “Latsio Basquet” for children in Mozambique
a woman’s face” At a time when the Basketball Mozambique has recorded satisfactory results in
international championships, the Leonardo Business Consulting “, an Italian,
joined the Mozambican player, Clarisse Machanguana to carry out the project”
Many pregnant women are tested for HIV / AIDS to know their status and avoid Latsio Basquet “involving Mozambican children.
possible transmission to the child. Furthermore, more than half of the Mozam-
bican population is also composed of women who are also the most vulnerable
in the act of transmitting the disease. For these and other factors it is assumed Texto: Isaura Mauelele

that HIV / AIDS as a problem of women being overly feminize by the disease. Foto Miguel Mangueze

This is a project that aims to pro-

mote the practice of Basketball wi-
thin the children. The initiative is
implemented in a center in Mapu-
to, through a partnership between
the Leonardo Business Consulting,
“and the player Mozambican Cla-
risse Machanguana, who is patron
of the Project. Under this partner-
ship, Clarisse said the activity is
the realization of a dream, and is
an honor to help the little ones in
sports. “

According to the player who began

coaching basketball at six years of
age, the idea of the project is to
bring a dream for the children `s
mostly the poor and orphans.

With the initiative, the “Leonardo

Texto: Isaura Mauelele
Foto Miguel Mangueze
Some civil society actors in op-
position to the feminization of
the disease, advocating a wrong
to be that the company someti-
mes takes not to take collective
responsibility on the spread of
the disease.
For a long time, she was taught
to be submissive in the home
and in society without the po-
wer of decision making. This
causes women to continue with
this mentality to accept that
everything that happens bad
is your responsibility. “Trans-
ferring responsibility of HIV /
AIDS for women is part of that
education. We must reverse this
mindset, because the woman
can identify your actual role in
building society “, said the co-
ordinator of Women Nacima
Figia.
However, the change of menta-
lity is not an easy process and
requires a large investment by
the Government in the area of
advocacy. The training must be
focused and well prepared with
permanent monitoring and eva-
luation.
The laws also will not change the
scenario if they are not well im-
plemented with the involvement
of the target group are women.
“It is important that they are
trained to say no to unprotected
sex, and make family planning”,
defended the coordinator of
Women.
Instead of being a woman the
initial carrier of HIV / AIDS, it
is more vulnerable to contrac-
ting the disease if taken as an
example the practice of polyga-
my by the male. Culturally, it
is common for a man to have
many women eventually create
a network of contamination and
spread of disease.
The activist Sexual and Repro-
ductive Health, Maria Salome
raised the issue of women whose
husbands work in neighboring
South Africa, and sometimes
return with an advanced stage
of disease. “If there is a rela-
tionship without the use of con-
doms may be a contamination
of the virus to his wife,” he said.
These are some factors that su-
ggest that HIV / AIDS is not a
problem for women, and not of
men, but society in general. For
both men and women can be
carriers of disease, and depen-
ding on their sexual behavior
can transfer to any individual.
The data on sero-prevalence of
HIV can not be established only
based on the results of testing of
pregnant women, but should be
the comprehensive result of all
tests in both men and women.
Business Consulting” combined
with athlete hoping to contribu-
te to the spreading of the sport
from the youth level. “I hope that
this initiative may arise more or-
ganizations willing to support the
development of Basketball in Mo-
zambique,” said Clarisse.
This activity may give indications
that in future the country may
have good talent to play as fede-
ral.
However, Clarisse left a message
CELEBRATIONS OF WORLD YOUTH DAY
The year 2009, as it should be, was also marked by the celebration of World
Youth Day, which marked the 12th August.
Trata-se de uma data,
que serviu para os ado-
lescentes reflectirem
acerca dos temas que
envolvem a camada,
particularmente no ca-
pítulo referente a Saúde
Sexual e Reprodutiva
(SSR). Neste âmbito os
jovens avançaram com
propostas com vista a
inverter-se o actual grá-
fico de números altos de
infecções sexualmente
for the children: “The sport is im-
portant because it teaches the uni-
ty and discipline, but the school is
paying a living.”
It should be noted that Clarisse Ma-
transmissíveis incluin-
do o HIV/SIDA.
Antecedida a esta ac-
tividade, em algumas
das grandes avenidas
da cidade de Maputo
nomeadamente Guerra
Popular, Eduardo Mon-
dlane e Karl Marx, teve
de se parar o trânsito
para acolher uma mar-
cha juvenil.
changuana had the opportunity to
play and study in the United States
of America for eight years. He also
played in Portugal and other coun-
tries in the world, and currently re-
sides in Italy.
Sob o lema “Sustenta-
bilidade: Nosso Desafio,
Nosso Futuro”, cerca de
três mil adolescentes
e jovens coordenados
pelo Conselho da Ju-
ventude da Cidade de
Maputo, em parceria
com a Geração BIZ, des-
filaram numa marcha
que precedeu a depo-
sição de uma coroa de
flores na Praça dos He-
róis Moçambicanos.

PHRASES of some human rights activists

“Never lose faith in humanity, because it is like an ocean. Just because there are a few drops of dirty water “You can have democracy anywhere in the world, provided there is freedom of expression.”
in it, does not mean that he is completely dirty.” (Yassin Fall, President of AWOMI)
“You must be the change you wish to see in the world.”
(Mahatma Gandhi)
Quote of the issue “Get up, stand, stand up for your rights.
“The joy is in the fight, trying, in the suffering involved, not the victory itself.” Never give up the fight for your rights. “
(Mahatma Gandhi) (Bob Marley)
 11

titulo da pagina
Zero tolerance for abuse of girls
From 2006 to 2009 was held at the National Campaign against Sexual Abuse of Girls in Education, conducted by ActionAid Mozambique in partnership with the
government and various civil society organizations. The assessment from this law is good because there was promotion of migrants among girls, and an increase
in the number of complaints about cases of sexual abuse at school.

lence Against Women, because in order to make a modification, Involvement of girls in

Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
Sexual abuse of girls in schools
is a reality in Mozambican so-
ciety, where the teacher is ap-
pointed as the protagonist. The
campaign against the measure
came to raise his own girl and
the wider community to de-
nounce this practice, reiterating
that sexual abuse is a crime.
The Director of ActionAid, Al-
berto Gomes Silva said that the
results are encouraging con-
sidering that people are alre-
ady aware of the extent of the
problem. “There was a greater
participation of the Govern-
ment and the very young girl in
this process, and increased the
number of girls have returned
to school,” he said.
In turn, Nacima Figia, coor-
dinator of Women and Child
reiterated that after three years
there has been satisfactory pro-
gress noting that the present
Government is committed to
zero tolerance for abusers wi-
thin education. He added that it
should encourage the girl to say
no to sexual practice to reach
the greatest age.
Another step was the adoption
of the Law on Domestic Vio-
there is now a specific legal ins-
trument for the protection of
women’s rights. However, the
coordinator notes that the law
alone will not change the scena-
rio, it is important that there be
greater coordination between
the Government, through the
Ministries of Women, Health,
Education, Justice and civil so-
ciety organizations.
Decree No. 39/03 of the Minis-
try of Education - MEC, pro-
vides that when a girl becomes
pregnant at school, she should
be transferred to the evening
school as a way of encouraging
others to engage in sexual acti-
vity. However, this transfer re-
sulted in a dramatic surge in the
withdrawal of girls in school.
In view of Nacima Figia the mi-
nisterial order does not match
the expectations of protection
and enhancement of the rights
of the girl. “The decree should
have a preventive character,
fostering a safe environment
at school, while the official pu-
nishment for Education. The
Decree does not go against the
status of teachers and not for
the formation of the individual.
So have dialogue with the MEC
and assumed the responsibility
to review the document until
the first half of 2010, “explained
the coordinator.
Transmission of HIV /
AIDS
It is known that after an unpro-
tected sexual intercourse, there
is the risk of virus transmission
from HIV / AIDS. Therefore,
even very young girls end up in-
fected with the disease bringing
negative consequences for their
future.
Perpetuating the situation of
victims, there are cases in which
it is a negotiation between the
parties involved. The offender
pays a monetary value to the fa-
mily of the girl as a way of fine
for violations, and in return, the
family must not report the case
to police. As a way to end these
practices have been established
clubs provide psycho-social pla-
ce where girls debates, lectures,
cultural activities and sports.
The broadcast message is about
the risk of sexual activity and
the importance of debate within
families.
campaign
The great success of this ad-
vocacy was the girl’s own par-
ticipation in the process. The
workshop on the activities at-
tended by girls from the pro-
vinces of Maputo, Tete, Manica,
Sofala, Zambezia, Nampula and
Cabo Delgado.
Maria Salome girl and Activist
Coalition in Maputo said that
one way to protect the girl is to
educate her not to get involved
with the teacher and not with
older people. Meanwhile, Neu-
za Mec student in Chimoio,
Manica Province, was found
to be very happy to present the
results of work done in the past
three years. “I learned to raise
other girls, how to report and
deal with cases of sexual abuse,”
he said.
Joana USSuper, another girl
and representative of Cabo Del-
gado, said he would dissemi-
nate the information captured
within their community. “I will
form a group in my school and
give lectures to raise awareness
among students and teachers
on the Rights of the girl.”

CEDAW
The CEDAW is an international treaty that Resolution No. 4 / 93, 26 May, contains the ratification of the Convention on the Elimination of All Forms of Discrimina-
tion against Women. This convention should be observed and followed by the it is a legal instrument against discrimination of women.

Texto: Isaura Mauelele
Foto Istockphoto
However, many women who lost
their husbands, they lose their ri-
ghts also are not considering that
their property, such as home and
belongings acquired with her hus-
band when he was alive. Therefore,
in many families when the husband
dies the woman is deprived of their
rights, for the family of the husband
turns out to underestimate this wo-
man, mother and widow, taking all
his possessions.
A widow with no house, property,
land, and with five, six or more chil-
dren to create, is abandoned and
replaced by many financial diffi-
culties. Who suffers from this situ-
ation are also the children who are
helpless, because in many cases the
family of the deceased parent does
not even support. Instead they take
the whole paternal family inheritan-
ce that would serve, not to enrich
the widow, as often they think, but
to educate these children in the fu-
ture may develop the country with
their knowledge acquired through
training they would receive. But if
you are destitute, marginalized by
their own family and society, again,
is the country becomes poorer, as
young people constitute the largest
age group and the workforce. But a
workforce without training, without
knowledge and no moral support,
can never contribute to the techno-
logical development of the country.
The widows and children orphaned
by parents, should have their rights
guaranteed by the State should be
responsible for the education and
training through scholarships, fun-
ding costs to their higher education.
Then the country is to win because
these graduates are potential staff
with a commitment to serve their
country. This is how developed
countries can not be poverty, be-
cause they trace the real political
development, observing human
rights, and giving all the basic fe-
atures of the population. These
features include access to water
and not just privatization, access to
education rather than proliferation
of private universities, which most
people can not access because they
can not afford, access to employ-
ment, and in times of global crisis
financial giving an unemployment
allowance, which is at least five ti-
mes more than the minimum wage
in our country.
Maybe you could say that our coun-
try and poor and can not catch up
to rich countries. However, the sen-
tence that says “Mozambicans must
fight absolute poverty through self-
esteem and work” is very true. We
have resources and we must stop
and give addicts and seek to deve-
lop