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2018
Simultâneos pulsando: sólidos, líquidos & gozozos
Hilda Hilst
No convulsivo olho do furacão de nosso tempo, todo gesto que saia do serial,
do lugar comum existencial, político e poético, que desestabilize a norma,
é visto de maneira raivosa por uma plateia cada vez mais ignorante, intole-
rante, dogmatizada e imbecilizada. Entretanto, amamos – nós, os seres feitos
de paixão e tesão. O tesão, como a poesia, é resistência. A quê? A um mundo
cada vez mais mercantilizado, pauperizado, cheio de ódio e morte. O gozo
fabuloso da vida contra o turbocapitalismo, é isso que queremos. Obsceno,
bicho, é a miséria.
Fazer essa antologia, pra gente, foi como organizar um festival de música:
escolher o cast com poetas que admiramos e que trabalham em vários estilos.
Riquezas são diferenças.
Leitores de poesia só pensam naquilo, diz Fabrício Corsaletti num dos poe-
mas constantes da antologia. O leitor muda o poema, de poema, no poema,
com o poema, como quem muda de posição na brincadeira sexual. Eros e
2
heresia, juntos na linguagem eletrificada da poesia. Escrever poesia é já um
ato herege – ainda mais nestes tempos tão sombrios, tão violentos, tão caro-
las. O amor erótico é resistência. O afeto como nosso duplo. Carnavalização.
Octavio Paz escreveu que “a relação entre erotismo e poesia é tal que se pode
dizer, sem afetação, que o primeiro é uma poesia corporal e a segunda uma
erótica verbal”.
Susan Sontag escreveu que “em vez de uma hermenêutica, precisamos de uma
erótica da arte”. Este livro ajuda a compor essa erótica, universal e acolhe-
dora, transgressora e libertadora.
Inverno de 2018
3
Entre a superfície e o abismo da carne
Michel Leiris aponta a erupção de uma ferida ou fenda. Esta fenda, tanto
em Leiris quanto em Bataille, é aberta pelo erotismo – na delicada e violenta
urgência que faz pulsar os mistérios gozosos e gloriosos, nas minúcias da pele,
nos convites ao abismo do prazer. Embaralhar versos num gesto promíscuo,
misturar o sexo dos poetas entre versos, encontrar o fio invisível e úmido que
contamina tudo: “o pensamento é um pornógrafo”, “para adentrar a ilha / é
preciso muito fôlego”.
4
Neste resto que resiste ao pacto social, encontramos a possibilidade radical
de uma subversão que não se inscreve em cartilhas e ortopedias morais. No
território opaco da sexualidade, um corpo pode ser vilipendiado e, com isso,
obter prazer. O domínio do erotismo, diz Bataille, é aquele da transgressão
dos interditos, o desejo que triunfa sobre o interdito.
Bianca Dias
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Esta antologia é dedicada a Assionara Souza (in memoriam)
Simultâneos pulsando
Uma antologia fescenina da
poesia brasileira contemporânea
Gente aqui há que fode e que é fodida,
De conas e caralhos há caudal
E pelo cu muita alma já perdida.
Pietro Aretino
(Trad.: José Paulo Paes)
Chico Buarque
Adélia Prado
Kiss
Sonhei que no tribunal da caretice o juiz bateu o martelo me condenando por excesso de
desbunde. Pintou um clima entre mim e o martelo. Fugimos dali, sem grilos, sem culpas.
Serguei
3 Limeiriques
Estes poemas vão para Xico Sá, Luiz Roberto Guedes e Rodrigo de Souza Leão
[Mamãe, não leia, por favor]
1.
2.
3.
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69
ao modo dos poetas provençais
11
Beyond my power to dream
12
Antiguidade d’onde viemos
Péricles disse
que a maior virtude de uma mulher
era ficar calada.
Péricles se fodeu.
Péricles, hoje,
levaria uma surra
dada por mil mulheres
como eu.
13
comemos mel com os dedos
olhamos a densidade lenta
a outra gravidade do mel
escorrer pelas unhas, gostamos
de comer de colher
tocar a laranja antes de comprá-la
lavar as patas de terra, lamber
os ossos das costelas e do pescoço
à noite, somos montanhas
os bicos apontados pra lua
pretos marrons cor de rosa claro
roçamos os pelos das axilas no capim
tudo se acumula
pernas, sóis, centenas de bocas
no lugar do tempo, mariposas
trombas e líquidos fermentados
no delírio escuro a matéria expande
de manhã a luz desfaz a fome
uma delicadeza encobre os corpos
há um vestígio luminoso
no interior de cada fibra
por algum tempo ainda se ouve
estão mortos, estão vivos
são um só peixe.
14
a pornô.poética da vulva-externar
15
e o eu
depois de você
é só o fato das nossas dolores
compressivas
dos dias posteriores
em que cada impacto
feito do hiato
do nosso nó
desata
a corda que agarra
a destemida-farra
a saia plissada
na dobra da calcinha
sou o teu arranca
imoral
de fera
sem língua
nas escadas da analista
sem vista
sou a menina
vendada no divã
às 15hs e 20 minutos
sou o nosso abrupto
na minha filosofia
pornô-poética
o sexo
é só
16
fresta e dobra
toque e aresta
infinitamente minúscula
contração submersa
sob a sua superfície
tal um dia
na esquina
mais tênue
da vida
onde te entreguei
toma
a profusão pornô-poética
da vulva-externar
esse novo conceito
teórico-prático
insuflando pib’s
sem bem-estar
17
porque mulher, quando fode,
é crueldade
ali mesmo
nesse buraco
onde sempre viveu
sabe que nada interior
delimita
é contra o seísmo
de quem mima
a mímesis
que a vulva-externar projeta
o denso fora
sem forma
feita dessa matéria aérea
voa
sopra
veloz
a vulva
obra das mais intensas
lentidões
ritmos sem compasso
escritas a-geométricas
desmedida
a pornô-poesia
invade
abre
fende
fode
e repete
feliz
e quem
toma
dela
da pornô-poética
in-festa
sem fim.
18
Relâmpagos
O pensamento
é um pornógrafo
e quase só de palavras
se faz o amor
19
o que foi feito dessas palavras
que trocamos?
20
Boceta
da entrada à entranha
dessa eterna
morada
da morte diária
molhada
de mim
desde dentro
o tempo
acaba
21
Buceta é uma ilha
cercada de mulher por
todos os lados
Para adentrar a ilha
É preciso muito fôlego
Braçadas e braçadas de
abraços
Beijos desses sufocados
Alguns marinheiros
afoitos, em sua primeira
viagem,
Afogam-se
Pensam tratar-se de
território livre
Mas é tudo a comando do
(a)mar
Enxergar antes os olhos e
suas duas luas
Navegar, desejar, divagar
mil delírios
Preliminares nesses
mares é preciso
22
No fim do arco-íris existe um pote
dentro do pote um gnomo
que diz:
23
Buceta vai de metrô
24
cantava
é como no hipódromo
é como no zoológico é
como no
todo mundo viu a minha mão suada
a gente sentava as mãos juntas no seu
meu colo a gente sapateava com
as luvas nas bocas as mãos nuas sentadas
sapateando sentadas minha barriga
sua coxa minha girafa seu lince sua garça
é como no recreio
é como no metrô
todo mundo viu o lince ralado a garça depenada
todo mundo soube o zoológico arrendado
a girafa melada recém-nascida
dificultando o equilíbrio e o equilíbrio
de todo mundo que ninguém viu
25
Teu coração, uma Brastemp (preta)
1.
mas depende
tudo depende
(Marcos,
Mateus,
Lucas &)
eu
ou então tu, quando saías do carro
descontrolado, desenrolando a echarpe da Barbie
rosa, azul, incrível –
lembra
como comias sempre
2 cafés da manhã, na índia?
depois,
a menina que parece um ventríloquo
26
ela invadia o meu espaço e eu
o teu
e havia
qualquer coisa de ( )
na alma daquela –
depois,
(lembra
como naquela época, apesar das mentiras, possuíamos
enormes talentos?)
o problema
é que sempre se movia rápido demais,
na água
2.
27
amiga,
e eu disse amiga
eu não sei se consigo fazer isso
não sei se consigo (um poema-
pornô)
e era verdade?
não:
28
Horas d fluxo aural
29
Joelhos e antílopes
30
Eu te amo
a mais singela
a mais antiga
declaração
de entrega
de desejo
de amor
come
meu
cu
31
Meditação
ohm!
32
En la frontera selvagem
ou en la nueba nobela
ninguém mama como ela
el porongo fica siempre com saudades de sua miel negra
Glossarioncito selvático
33
Não é amor ainda
enquanto um não cagar
em cima do outro
se não contrabandeou para a cama
seus quatro costados
se não pastou quadrúpede
nos pentelhos
se é o mesmo continente
34
Falso trajeto
um dedo
dois, três
a mão em cálice
flor projetada
ponta extrema da braçada
elástico anel
pulseira, bracelete, manga
que me vai cobrindo
no uivante vestíbulo
queda de braço
ringue, rego, sumidouro
sem melhor de três
nem margem pra revanche
35
Leitores de poesia só pensam naquilo
36
Take off
A voz em off
antes de conduzir-me
o corpo entre as nuvens
alerta a temperatura
o céu parcialmente nublado
diz
vento fraco
diz
19 graus
diz
só três horas atrás de Lisboa
está São Paulo
horário de verão
diz
e a outra
a tua
voz
sobrepõe-se
àquela
quero
roçar a minha língua em teu ventre
diz
em teu umbigo
diz
em teu sexo
diz
quero desatar outros voos
destes olhos
outros pássaros diz
principiar outros precipícios
quedas d’água digo
sobre a pista de descolagem
dos teus versos
estendo os meus
a pele branca
ruborizada pela manhã lisboeta
os seios entumecidos
como aqueles que escapavam
37
ontem
ao vestido da mulher de olhos amendoados
que caminhou comigo pelo fado
nas ladeiras da Mouraria
sua silhueta sobre a branca espuma de pedras
brancos os meus dedos
38
Kiss, kiss Thomas Lips
secretivo ritual
secreto e
pop
39
Violante, a violenta [4970]
40
Soneto fálico
41
paranoia no paradiso
alçada em meio aos serafins assexuados nada disso a carne invade todo o
empíreo rosa encarnada inumeração desbotando lentamente a flor
celeste-insana do meu cu do meu cu em bandeira
42
69
43
Opereta em dois movimentos
1.
A cena se desdobra
como num filme:
há dois corpos que se comem
no menor banheiro da cidade
no escuro, comem-se
com desespero e paixão
comem-se como os arcaicos
em rito de vida e morte
os minutos correm
naquele movimento
e o chuveiro
que não pode resistir a tanto
vai explodir dentro de instantes
nenhum dos dois vai se importar
“queimamos o chuveiro
de tanto foder”
2.
44
são dois corpos que sequer
se comunicam sem rosnar
são lobos e não admitem
menos que o uivo
45
Néctar
às 12h
o pau lateja
bucetas pingando
rios de saliva
a língua bombeando o cu
strapon preenchendo os vazios
xota-pau-boca-saliva
acompanhando o silêncio súbito da cidade
46
¿tienes ganas?
é tudo questão
de ter as ferramentas
certas ele disse
e abriu a garrafa
na manga da blusa
poucas horas antes
de suspender minha saia
numa esquina escura
e com seus dedos destros
me fazer gozar
ali mesmo no ventre
da rua
47
Disputa
na guerra
punheta & siririca
olham-se
os dois
apaixonados
na espera
um do outro
– ansiedade –
(torcer pelo empate)
o prazer que consiste
em quem goza
primeiro
na tela
do
celular
48
49
Xiri
entrelínguas
até o cu a boca
alvoroçada nunca desiste
da fome
50
Semana internacional do silêncio entre as Américas
51
só você talvez
porque já me ouviu
em cada miudinho
liberdade amor
selvageria e estilo
o estilo de novo – com que calçar
umas botas e subestimar os crocodilos.
52
Sophia
(preâmbulo)
uma canoa é
uma boceta
vulva é quase um
nome próprio regina
é uma vagina uma
boceta é um meio
de transporte
navega-se
53
“yo, la peor de todas”
54
|ah santa teresa de ávila|
do visgo aberto das jacas
da sangria da carne sobre o altar
do vinho e do pão
de uma reza soprada
|ah santa teresa de ávila|
o êxtase em tuas entranhas
foi a nossa oração
55
Pequena morte
ou
ou
56
Bola gato
Olha
eu te trouxe
a garrafa
o copo
ou sei lá
é só dizer
eu te trouxe
a garrafa
e pronto
uma xícara de café quente
vai
fui eu que fiz
diz
que eu posso
tomar tudo de uma vez
vê
se não está quente
ou sei lá
se já não esfriou
vai ver
a água não está quente
é claro
fui eu que te trouxe
o copo
são três dedos
ou dois tragos
ou quem sabe
de um gole só
tintim
por tintim
vou ficar te devendo
deixa comigo
agora não
ou muito obrigado
de nada
é só dizer
muito obrigado
de nada
57
ou alguma coisa
que vai mudar o meu dia
diz
por exemplo
agora vou te fazer
uma coisa
que vai mudar o seu dia
58
Teu cartão
59
beijar teu frágil corpo
lamber teus doces dedos
já embebidos em amor
é como recitar de cabeça
poemas que nem sei
o cântico dos cânticos
como se eu fosse Salomão
desbravar teu ventre cálido
com qualquer parte minha
acarinhar os filhotes de gazela
(biblicamente seus peitos)
vale mais do que
os talentos de Ofir
ou todo um reino
olhar nos teus olhos
e ficar em silêncio
ou então declarar meu amor
me faz mais sábio
do que o filho
de Batshevá
60
Cortar a carne e afiar as unhas
te amar como quem desossa um frango
dedos engordurados
asa partida ao meio
na boca
o sabor agridoce do coágulo violeta
domingo é dia de feira
cachorros babam a cada volta da televisão
“dois por trinta”
sonho com beatrix kiddo
sua carne é fibrosa demais
[para a sutileza de uma espada
61
Leite
pedi ao outro
a composição
de um samba-canção
na boca
62
belletriz transfigurada
63
Salmo
64
Pietà
1.
Preciso, tenho necessidade. Ou talvez deva, se por acaso você diz meu nome.
Não sei se me entende, se vê sentido nisso. Às vezes você é tão lógica. Mas
explico. Sinto que devo. Que me sinto em dívida e que preciso. Que tudo
isso tem a ver com você. Preciso, devo lhe contar tudo. Preciso lhe contar,
preciso de você. Preciso de você para contar. Sim, preciso. Preciso dos seus
olhos, da amnésia do seu nome. De você e de mais ninguém. De você, nada
mais do que você. Preciso de você com urgência, com paixão. Vejo que vem
ao meu encontro. Você é tão decidida, pega as malas e vem. Não que precise
que decida para mim. Tudo o que tenho é de você sobre você para você com
você. Você só, você. Preciso lhe contar tudo. Preciso escrever. Contar tudo.
2.
O que vem a ser tudo? Tudo é o que vem a ser. Talvez nada especificamente.
Entende? Tudo é quando você vem chegando. Com as malas na mão. Tudo é
o que começa a ser dito. Tudo é aquilo que importa, tudo é o que mobiliza.
É o que há de irresistível. Preciso lhe dizer o que vem de começar. Que algo
começou, que algo aconteceu. O que vem acontecendo e talvez um dia terá
acontecido. Não sei se terá fim. Como também não sei de mim ao cabo dessa
linha. Olho você para confirmar que vem vindo, que está chegando. Que
continua decidida. Sinto um frio na barriga. Engulo o que disse, respiro e me
digo que vem vindo, que vem acontecendo. Digo e se isso não acontece, digo-
me, nada terá acontecido. Acontecimento não haverá. Apenas terá ocorrido se
um haver houver. Preciso que você chegue para lhe contar. Que venha. Não
venho com faixas e cartazes. Preciso lhe dizer tudo ao pé do ouvido. Tudo é
muito simples, simples demais. Não sei se você me entende. Deixe-me dizer.
3.
65
tiver decidido. Mas hoje não combina com seu olhar perdido. Desconfio que
levemente vesgo. É seu charme. Seria seu desejo? Se for seu desejo cá estou.
Estou morto. Estou no seu colo morto. Pendo sangro esvaio-me. É dessa
boca oca que as palavras me escaparão. Como faíscas rumo a seu ouvido
mouco, perto da mecha desarrumada dos cabelos. Estarei esquecido. Apenas
um ruído. Ali estará o seu ouvido.
4.
Agora encoste-se. Quero você no meu colo para lhe contar. Quero seu corpo
no meu colo, quero minha mão no seu corpo. Seu peito debaixo de tanta
roupa. Você é tão compacta. Você omite suas fendas. Minha mão pousada
sobre seu corpo, sobre uma camada de roupas. Como palavras sobre o ouvido
do moribundo. Gostaria de lhe dizer tudo mas você já está morta. Não sei se
você me entende. Se você me ouve. Digo-lhe isso e você está morta. Digo-lhe
justamente por isso. Porque está morta. Esperando que me ouça. Esperando
ainda ter esperança. É com você que estou falando, estendida, autônoma,
compacta. Sua morte nos separa como um crepúsculo, como uma galáxia.
Você era tão intuitiva. Preferia histórias. Que lhe contasse histórias. Preferia
sempre o outro mundo. Eu lhe aceno com o outro mundo, mas bem aqui.
Ei-lo. Olhe minhas mãos.
5.
66
todos aqueles cães
eram cadelas
bocetas ao sol
não é todo dia
67
é uma love story e é sobre um acidente
68
(dentro do poema
pode sentir o efeito
e nessa hora todos os porquês
ficam silenciados)
69
Characters
: a menina japonesa
que vi no último inverno em Essex
conversava com seu amigo
enquanto esperava o ônibus.
70
Os pelos
Começou já assim
Nós dois deitados de costas
Indo e vindo
Ela usa óculos de piscina
E touca psicodélica
Sorriso sem cadastro
Braços pro alto
As axilas peludas
Me levam à loucura
Me deixam quase réveillon
Seus lábios inchados
Engolem meu pau violeta
Só penso não para
Até que ela tira ele de lá
Encosta a costela na minha perna
E passa a esfregar ele
E ri em transe e esfrega
Dá um zoom e vê o céu
Não olha nunca para mim
Apenas sorri e me esfrega
Sob seu braço direito
Meto em seus pelos eriçados
Esfrega com mais força
Só faço o que ela quer
A sua mão esquerda
Me bota de vez na cara da morte
Mergulho do alto do prédio
De repente explode a carne
Ela sorri vitoriosa
Os pelos grudados de felicidade
Não há tempo de despedidas
A imagem congela e fim
– E eu ainda não cheguei lá.
71
I
retalhar a carne
que a carne é fraca
tanto se lhe bata
chicote ou sálvia
tanto se lhe faça
desenho a faca
pau pedra porra
brava brecha brasa
cantemos aleluias
pele pica pala
retalhar a carne
que a carne é graça
renda e louvor
céu e pássara.
II
se render à carne
que a carne é fraca
tanto se lhe queira
o lume a brasa
tanto se lhe bata
onda ou palma
espinho que penetre
uva vulva gruta
cantemos nossa graça
e a pele mais elástica
se render à carne
que a carne é graça
dobra e redobra
peixe e água.
72
III
se fartar de carne
que a carne é fraca
tanto se lhe morda
o dente a acha
tanto se lhe busque
a mão a alma
olho que a desnude
peito pelo lábios
broto lua grelo
saudemos nossa caça
se fartar de carne
que a carne é graça
tecido que se esgarça
terra e casa.
73
Rasgos
no ponto-cheio
do meu corpo
contra teu corpo
alinhavado.
Tecido suturado
ponto-cego do desejo.
74
Kind of blues
Fazia um calor infernal. Ele vertia gotas de gelo do bourbon nas costas dela,
indolente, ao som do álbum de jazz. O líquido escorria lentamente pela
espinha dorsal e seu corpo rebrilhava. O vagar do trompete de Miles deslizava
na sua mente. E a língua dele sorvia as gotas, sem pressa, que escorriam
da nuca ao ânus. De Bill Evans a Coltrane. Sua coluna de fogo ascendia,
serpenteando, temperada pelas notas do blues. Estavam finalmente livres de
saber, improvisando uma modalidade própria de amor sem nome. Sem que
o êxtase repousasse em si, seguiam num groove infinito. Depois de horas,
exaustos, largaram-se na cama num langor-ardor. A madrugada vencia-os.
Blue in green. Ao acordar ele disse: sonhei com uma nuvem azul de fumaça
que deslizava numa espiral em direção ao sol. Ela sorriu. O cheiro de um
no outro, incensava o ar úmido do verão. Retornaram à melodia inicial,
intimamente, como pássaros em migrações, atravessando longas distâncias
sobre o mar.
75
Palavra final
76
De Ouriço
II
O amor é lindo.
mas o meu amor é mais lindo:
coisa estranha
o beijo de outro homem –
há a barba
roçando em outra barba,
e a boca
tocando em aspereza.
E ele me fala,
a boca colada no ouvido:
quanto de leveza
pode haver sob o áspero
77
– o peito do ouriço,
acaso, tem espinhos?
E lambendo-me a nuca
(que salgada!), a sentença:
todo homem,
uma vez, beije a boca de outro homem.
78
Canção pra foder nathália
79
Hard porn
penetro
cada elemento possível
:
dedo, mão, coxas entre
laçadas, boca, língua,
cheiro
; você,
gulosa, sorve
e abduz em sua boca
o favo
do mel a te temperar
com uma alegria
infantil e uma
fúria
indecente enquanto se
posta de quatro e
pede “bate!”
; as ancas latifundiárias
se expandindo em minha
frente
enquanto me enfio
e domino todo colo
do teu útero e
cutuco o fundo
da sua carne
com minha vara
em riste
; as cinturas
seguindo o pancadão
, frenéticas
, enquanto ardem
no lombo e avermelham
as marcas da mão
- na cara, na cara!
; ela é cada palavrão,
nome impróprio,
armageddon, despiste
de deus, próprio inferno
80
; arde
menos a pele
que a alma
se entregando
por qualquer desejo
, adoradora fálica
, famélica
; se revira
, ergue o torso sobre a cama
cavaleira que só
, nas pradarias
da sua própria pele umedecida
pela
cachoeira
de vertigens
; ninfa
, o calor dos seus
domínios saqueados
por hordas
, em chama os vales
, florestas
, você
entregue ao próprio
fogo
; “o anel que tu me destes
tinha prega e se rasgou
. foi chorar o seu cuzinho
: a vaselina acabou”
; encaro
o
buraco
o
co
e fundo
do
teu cu aberto
lo
go
81
relembro
a lua, o
astro
nauta lento
fincando
o
mastro
no
solo
iluminado
; as britadeiras na rua
são mais lentas que meu
sadismo sodomita,
estocada,
estocada,
estocadas as energias,
epicentro do
teu gozo,
terremotam
o corpo que liquefaz-se
e, antes da morte
anunciada
, recebe no rosto o jorro
do chafariz em lava
e lava a cara suja
da porra
do amor.
82
te procuro obsessivamente nas melancolias das mãos
nos domingos silenciosos que custam a passar
nas tardes que ardem desdém e não consigo enxergar
nenhuma humanidade
83
[fundo]
clichê clássico
eu te amo do fundo
do meu útero
solo sagrado de pecado
perto de onde seu pau se enfia encosta e arde
no limiar da dor
afina o violino do futuro
células dançam
leite manchando mundinho cor de rosa
você não tem vontade de ir embora
porque chão é cama, chuveiro é cama
areia espelho escada e também em pé
cama é onde você se deita sente meu cheiro e perde o sono
onde eu mostro que as poetas são mais
com a mão dentro da calça
olhando fundo no seu olho
amando de novo
84
Quantas vezes pedi a orixás e santos,
Maximin, fazer de mim todo ânus
quando de pé te vejo, ou em decúbito,
seja ventral ou dorsal, ventríloquo
que és do teu pau. O teu corpo todo
é só chão sob obelisco, do chuço
madeira que apoia a ponta-de-lança,
em oito quinas tu me fazes cubo.
Quisera em teu tanquinho ralar a pança.
Que o guindaste erga-se! Eu flutuo.
Não sou eu só invólucro de um cu
e boca? Entra. Que jamais descanses.
Não espano, porca do teu parafuso.
Maximin, cruza enfim o Arco do Triunfo!
85
Dança
os pés
movimentos trêmulos
embrenho a maçã
a carne
roxa
diabólica
um grão de arroz
a faringe
o primeiro tiro
a boca um neon
seus espelhos
firmes
se contorcem
em pétalas longas
o ponto
gesto mínimo
brota
da carne
queira ou não queira
de onde surgem
as feições
passos de girafa
a fumaça semibreve
86
Lot
um lugar
ancora o tempo
e o tempo é de castigo
lágrimas
uma gota escorreu
entre as coxas
impuras
colunas de sal seu gosto
alcalino e antigo
num deserto
de mármore eu me deito
despida
de pernas abertas
imóvel
enquanto desejo
lugares onde habitam os mortos, meu gozo
na boca de deus
87
hálito Gelol
e estupidez santista
corpos nus
não um no outro
colados ao plástico
que reveste os bancos deste automóvel novo
88
As moças
89
vagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundava
gabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavaga
bundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabu
ndavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabund
avagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundav
agabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavag
abundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagab
undavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabun
davagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabunda
vagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundava
gabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavaga
bundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabu
ndavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabund
avagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundav
agabundavagabundavagabundavagabundavagabundavagabundavag
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90
O phallus antigo
Disseram sempre
e com tal convicção
que os muros eram a pele do mundo
que alguns
mais vaidosos
marcaram à unha seus nomes
nos olhos, nos braços, nos cabelos dos muros.
Outros
menos habilidosos
agarravam as canelas dos que estavam sobre os muros,
calças arreadas, pés contraídos, vermelhos, muito vermelhos,
para, no gozo, não cair.
“São tantos”,
voltavam contando de lá,
“Que o gramado
não é mais verde”.
E eu, menino cheio de nadas, sentia gosto de ferro na língua.
91
Um dia os homens se armaram
com bombas de hidrogênio, tanques, granadas, arcabuzes, facas, pedras,
dedos, dentes.
Lavaram as pernas, os braços e as genitálias, untaram os cabelos,
escovaram o paletó, cortaram as unhas e os pelos das orelhas.
Em casa, crianças seminuas sacudiam as pernas no alto de um galho,
Mulheres descalças espetavam a carne assada no fogo,
Velhas insuspeitas esperavam no portão o marido morto na guerra.
Na rua, caminhando, braços excessivamente soltos,
calças meio largas de um terno há muito desfeito,
os homens talvez marchassem, um sorriso de pânico,
pavor de encontrar no fim do caminho um mundo de espelho.
92
Nunca quisemos mudar o mundo.
Os homens, os homens lá fora.
Ouço uma sirene
e subitamente
uma correnteza de tiros.
Bomba contra bomba,
Lâmina abrindo outra lâmina.
“Quando explodiram os muros cheios de sangue”,
voltaram contando de lá,
“encontraram um homem debaixo do muro,
um homem dentro do muro.
Bebia o sangue dos que procriavam sobre os muros.
Um mundo todo de carne.
O muro se afundava nele,
e as veias, como trepadeiras, subiam o muro.
E as carnes eram tijolos
e os ossos eram ferragem
e o sexo uma infiltração constante e sanguínea:
mundo nenhum seu”.
O mar e o sal,
a terra revirada,
a terra e o sal.
Espuma e madeira e carne retalhada.
93
Te esfolaram dentro de um buraco para ver se você conseguia,
no pânico de fugir,
se dissolver na terra.
Depois te tiraram o escuro, depois o claro,
e te puxaram para fora:
procriação.
Isso
que é meio espuma
meio pedra
Isso
que é meio esperma na terra
meio óvulo na água
Isso
que é meio sangue e sol,
carne viva se abrindo
Isso
senhoras e senhores
cantarei.
94
debaixo de um muro ou em cima de um muro
– dentro de um muro –,
entre homens que vão derrubar muros cheios de sangue
e entre mulheres que em casa esperam que suas paredes nunca se encham
de sangue,
cantarei.
procriação.
Eu cantarei,
senhoras e senhores,
vocês.
95
Cobre
Minha boca passeia
pelo teu corpo
escorre da nuca
às costas
desce
e faz brotar
a seiva
que anseio
entre teus entres
desce
até a base
da coluna
desse
deslumbramento
que arranho
com os dentes
descem
os meus lábios
deslizam lentos
em tua pele
descem
em direção
ao cóccix
em busca de
acesso
como se
dessem
conta dos teus sumos
que não cessam
desço
ao teu cu fúcsia
ou quase (a cor)
que minha língua
rubra cobre
ao abrir-se de desejo
que me chama
acesa intensa
mais adentro
em nosso
quente
e urgente
movimento
96
Luana coroa baiana
tarada por anal de 4 quente
na cama garganta
profunda oral até o fim
97
e se eu te contar que já matei cinco putas de uma só vez
porque elas disseram que não gostavam dos filmes
do almodóvar e que volver era a pior coisa que elas haviam
visto em anos
e que antes de elas morrerem a gente conversou, bebeu
e riu pra caralho por causa de um cara que parecia
o houellebecq todo fodido fumando cigarro eletrônico
e que uma delas se chamava ana cristina e a outra matilde
e a outra anne e a outra elisabeth
e eu disse que só faltava uma se chamar sylvia
para que nós começássemos a foder por poesia
e que se pudéssemos nos arregaçaríamos ali mesmo
cada um com uma garrafa de cerveja
coisas fodidas a dizer, exalando um pouco de dor,
sufocando cada palavra
e que depois pegamos um ônibus na visconde de nacar
descemos perto da rodoviária
e compramos passagens para pontal do sul
e que o sol arrebentava na janela
e elas puxavam as cortinas para que ele
não conseguisse penetrá-las
e que quando descemos o sol atingiu a pele delas
e conseguiu costurar-se em cada uma
e elas depois de um tempo começaram a carregá-lo
como se nelas ele habitasse sem data, indeterminável
o sol formando cascas e assumindo a integridade dos corpos
tanta foda e nada de substância
tanto nada para a consumação de cinco corpos
encalacrados de desamor.
98
Rumo ao paraíso
99
Satisfação
100
O canto primeiro,
o tempo suspenso,
a matéria em êxtase
101
viva e do tempo presente, do gozo que faz suspender os sentidos e falhar a
linguagem, incapaz de traduzir a consumação do corpo e a elevação afetiva
em palavras articuladas, plenas de direção e significado. Conforme se dá a
ver na tradição grega arcaica (especialmente em Safo) e no universo hebraico
anterior ao Cristo (com o Cântico dos Cânticos, por exemplo), um diferente
modus operandi da poesia é posto em questão com o erotismo: o canto breve, a
consagração do agora, a centralidade atribuída ao corpo inventam o sublime
e dão ao sagrado um outro lugar – distante dos rituais e dos nichos, muito
mais próximo da vida cotidiana.
ii
102
regular, em perspectiva autoritária, o desejo e os prazeres. O poema como
festim orgiástico das palavras, no qual a liberdade vocabular e imagética é
contígua ao desregramento dos sentidos e ao desrecalque do sexo, que se
torna matéria central, referência absoluta de textos abertamente substantivos,
que chamam pelos seus muitos nomes as porções fundamentais da anatomia
amorosa do homem.
103
(como é o caso de Gregório de Mattos, Hilda Hilst e Roberto Piva, entre
outros) e afirmam o afastamento que a lírica contemporânea brasileira
mantém da assepsia anódina de parte da poesia produzida nos anos 1990,
tantas vezes distante do sexo e do calão.
iii
104
o seu corpo. Subtraindo o corpo ao controle simbólico do poder (temporal
e religioso), o poema erótico devolve aos homens a posse daquilo que lhes
é mais íntimo e seu, mais próprio e precioso: o seu corpo, superfície porosa
ávida por acoplar-se a outras texturas, outros orifícios, distintas cavidades.
Através da palavra poética, o homem pode furtar a si momentaneamente
dos olhos vigilantes do Estado, da culpa e da civilização para entregar-se,
restituído, aos usos comuns do prazer, do gasto e da subversão. Para os que
querem fazê-lo, a presente antologia deverá ser, a partir de agora, referência
segura e incontornável.
105
Sobre os autores
Adelaide do Julinho vive em Belo Horizonte (mg). Poeta neobarraco, é uma das
Escritoras Suicidas. Foi publicada em Dedo de moça – uma antologia das escritoras
suicidas (São Paulo: Terracota Editora, 2009) e 29 de abril: o verso da violência (Patuá,
2015), entre outras. Foi uma dos autores convidados da mostra #Tuiteratura (São
Paulo: Sesc Santo Amaro, 2013).
Alberto Lins Caldas publicou os livros de contos Babel (Revan, 2001), gorgonas
(cep, 2008); os romances senhor krauze (Revan, 2009), Veneza (Penalux, 2016), a
grande morte do conselheiro esterházy (Penalux, 2018/no prelo), e os livros de poemas No
interior da serpente (Pindorama, 1987), minos (Íbis Libris, 2011), de corpo presente (Íbis
Libris, 2013), 4x3 - Trílogo in Traduções (Ibis Libris, 2014) – com Tavinho Paes e João
José de Melo Franco, a perversa migração das baleias azuis (Ibis Libris, 2015), a pequena
metafisica dos babuinos de gibraltar, (Ibis Libris, 2016), minha pessoa sob o dominio dos
barbaros (Ibis Libris, 2018). Blog: www.poemasalbertolinscaldas.blogspot.com.br
Ana Elisa Ribeiro nasceu em Belo Horizonte (mg), em 1975. Publicou, entre
outros volumes, os livros de poesia Poesinha (Pandora, 1997), Perversa (Ciência do
Acidente, 2002), Fresta por onde olhar (InterDitado, 2008), Anzol de pescar infernos
(Patuá, 2013 – semifinalista do prêmio Portugal Telecom), Xadrez (Scriptum,
2015), Por um triz (rhj, 2016) e Álbum (Relicário, 2018 – Prêmio Nacional Manaus).
Foi curadora e editora, junto com Bruno Brum, da Coleção Leve um Livro, que
distribuiu milhares de livretos de poesia contemporânea pela cidade.
Ana Estaregui nasceu em Sorocaba (sp), em 1987. É autora dos livros Chá de
jasmim (Patuá, 2014) e Coração de boi (7Letras, 2016) – ambos contemplados pelo
Proac de poesia, e o último, finalista do Prêmio Alphonsus de Guimaraens, da
Biblioteca Nacional, em 2017. É formada em artes visuais pela faap e mestranda em
literatura e crítica literária pela puc-sp.
106
Ana Martins Marques é poeta. Formada em letras e doutora em literatura
comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais, ufmg. É autora dos livros
A vida submarina (Scriptum, 2009), Da arte das armadilhas (Cia. das Letras, 2011),
O livro das semelhanças (Cia. das Letras, 2015), com o qual foi finalista do Portugal
Telecom e recebeu o prêmio da Fundação Biblioteca Nacional. Publicou, ainda,
Duas janelas, escrito em dupla com Marcos Siscar (Luna Parque, 2016), e Como se
fosse a casa (uma correspondência) – com Eduardo Jorge (Relicário, 2017).
Arnaldo Antunes nasceu em São Paulo (sp), em 1960. Poeta, compositor e artista
visual. Foi um dos criadores e membro dos Titãs, com quem lançou os discos Titãs
(1984), Televisão (1985), Cabeça dinossauro (1986), Jesus não tem dentes no país dos
banguelas (1987), Go Back (1988), Õ Blésq Blom (1989) e Tudo ao mesmo tempo agora
(1991). Já em carreira solo, lançou os discos Nome (1993), Ninguém (1995), O silêncio
(1996), Um som (1998), O Corpo (2000), Paradeiro (2001), Saiba (2004), Qualquer
(2006), Iê-iê-iê (2009), Pequeno cidadão (2009), Disco (2013), Já é (2015) e rstuvxz
(2018). Publicou os livros de poesia Ou e (1983), Psia (1986), Tudos (1990), As
coisas (1992), Nome (1993), 2 ou + corpos no mesmo espaço (1997), Palavra desordem
(2002), et eu e tu (2003), Como é que chama o nome disso (2006), n.d.a. (2010) e
Agora aqui ninguém precisa de si (2015).
Bruno Brum nasceu em Belo Horizonte (mg), em 1981. Atualmente vive em São
Paulo. É poeta e designer gráfico. Publicou os livros Mínima ideia (2004), Cada
(2007), Mastodontes na sala de espera (2011) – vencedor do Prêmio Governo de
Minas Gerais de Literatura 2010, na categoria poesia, e 20 sucessos (2016 – em
parceria com Fabiano Calixto). Idealizou, junto com Ana Elisa Ribeiro, a Coleção
Leve um livro.
107
Catarina Lins nasceu em Florianópolis (sc), em 1990. É autora de Músculo (7Letras,
2015) Parvo orifício (Garupa, 2016) e O teatro do mundo (7Letras, 2017).
Cláudia Sehbe nasceu no Rio Grande do Sul. É poeta e artista visual. Publicou
Somos instantes (Olhares, 2016). É curadora e idealizadora do projeto Palavra, na
feira de arte do Rio de Janeiro. Vive no Rio de Janeiro e desenvolve um trabalho que
une poesia e artes visuais. Participou de diversas exposições coletivas e teve poemas
publicados em vários jornais e revistas.
Dimitri BR, carioca de sangue paraense, faz música, escreve e performa. Publicou
Breviário da sagrada dúvida (megamíni, 2015) e Ocupa (7Letras, 2016), além de
canções & videocanções reunidas no site diahum.com.
Douglas Diegues nasceu no Rio de Janeiro (rj), em 1965. Vive em Ponta Porã
(ms). É poeta. Publicou os seguintes livros de poesia: Dá gusto andar desnudo por estas
selvas (2003), Uma flor na solapa da miséria (2007), El astronauta paraguayo (2007),
La camaleoa (2008), dd Erotikon & Salbaje (2009), Sonetokuera en aleman, portuniol
salvaje y guarani (2009). É o fundador da editora cartonera yiyi jambo.
Eduardo Sterzi nasceu em Porto Alegre (rs) e vive em São Paulo. Poeta, crítico
literário e professor de teoria literária na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp.
Publicou os livros de poesia Prosa (2001), Aleijão (2009) e Maus poemas (2016).
Fabio Weintraub nasceu em São Paulo (sp). É autor dos livros de poesia Sistema de
erros (Arte Pau-Brasil, 1996), Novo endereço (Nankin/Funalfa, 2002), Baque (Editora
34, 2007), Treme ainda (Editora 34, 2015) e Falso trajeto (Patuá, 2016). Psicólogo
e doutor em letras pela Universidade de São Paulo, usp, realizou pesquisa sobre
representações do espaço urbano na poesia brasileira pós-1990.
108
Fabrício Corsaletti nasceu em Santo Anastácio (sp), em 1978, e desde 1997 vive
na capital. Em 2007 publicou o volume Estudos para o seu corpo, que reúne seus
quatro primeiros livros de poesia: Movediço (2001), O sobrevivente (2003) e os então
inéditos História das demolições e Estudos para o seu corpo. Publicou, ainda, Esquimó
(2010 – Prêmio Bravo! 2011), Quadras paulistanas (2013) e Baladas (2016).
Guilherme Zarvos nasceu em São Paulo (sp) e mora no Rio de Janeiro (rj)
desde os dois anos de idade. É autor, entre outros, dos livros, Beijo na poeira (Pós-
diluviana, 1990), Nacos de carne (Francisco Alves, 1992), Ensaio do povo novo
109
(Francisco Alves, 1995), Mais tragédia burguesa (7Letras, 1998), Morrer (Azougue,
2002), Zombar (Francisco Alves, 2004), Branco sobre branco (Ateliê editorial, 2009),
Lições educacionais para Tintum (Nonoar, 2012) e Olho de lince (Circuito, 2015). Nos
anos 1980, foi assistente de Darcy Ribeiro na elaboração dos cieps. Em 1989, junto
com Chacal, criou o evento Terças Poéticas, e, em 1990, o cep 20.000 (Centro de
Experimentações Poéticas 20.000) que já existe a mais de um quarto de século.
Italo Diblasi nasceu no Rio de Janeiro (rj), em 1988. Publicou o livro O limite da
navalha (Garupa, 2016). Tem poemas publicados em revistas e antologias. Edita,
junto com Julia Klien, Santiago Perlingeiro e Chacal, os Cadernos do cep.
Jeanne Callegari nasceu em Uberaba (mg), em 1981. Escreveu Caio Fernando Abreu:
inventário de um escritor irremediável (Seoman, 2008), biografia do autor gaúcho, e
os livros de poemas Miolos frescos (Patuá, 2015) e Botões (Corsário-Satã, 2018). Tem
textos publicados nas antologias Primeiras vozes (Quelônio, 2018), Golpe: antologia-
manifesto (Nosotros, 2017), Sierra Tropicália: poesía contemporánea de Brasil e México
(Cielo Aberto, 2016) e É que os Hussardos chegam hoje (Patuá, 2014). Organiza, junto
com Reuben da Rocha, o Macrofonia!, noite mensal de poesia intermídia ao vivo na
cidade de São Paulo.
110
Josoaldo Lima Rêgo nasceu em Coelho Neto (ma), em 1979. É poeta e professor.
Publicou os livros Paisagens possíveis (2010), Variações do mar (2012), Máquina de
filmar (2014), Motim (2015) e Carcaça (2016). Vive em trânsito.
Júlia de Carvalho Hansen nasceu em São Paulo (sp), em 1984. É poeta, astróloga e
editora. Publicou os livros de poesia cantos de estima (2009), alforria blues ou Poemas do
destino do mar (2013) e Seiva veneno ou fruto (2016). É uma das editoras das Edições
Chão da Feira, junto com Maria Carolina Fenati, Luísa Rabello e Cecília Rocha.
Julia Klien nasceu no Rio de Janeiro (rj), em 1993. É formada em letras pela puc-Rio e
atualmente cursa o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e
Contemporaneidade na mesma instituição. É coeditora dos Cadernos do cep, publicação
mensal de poesia vinculada ao cep 20.000.
Leda Cartum nasceu em São Paulo (sp), em 1988. Publicou os livros As horas do dia
– pequeno dicionário calendário (7Letras, 2012), O porto (Iluminuras, 2016) e Bruno
Schulz conduz um cavalo (Relicário, 2018). É mestre em letras pela Universidade
de São Paulo, usp. Trabalha com texto e produção escrita em diversas áreas, desde
tradução e editoração até roteiros para cinema e tv.
Leoni é compositor, músico, cantor e escritor. Começou sua carreira como baixista e
principal compositor do Kid Abelha no começo da década de 1980. Com os Heróis
da Resistência lançou três discos. Em 93, partiu para a carreira solo tendo lançado
111
um ep, dois dvds e sete discos, sendo quatro independentes. Cazuza, Herbert Vianna,
Leo Jaime, Frejat, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Ivan Lins e Vinícius Cantuária
são alguns de seus parceiros. Em 2015, publicou seu primeiro livro de poemas, A
margarida mostrando os dentes (7Letras). Desde o início de 2016 percorre o Brasil
com seu novo show Multiversos, que mistura música, poesia contemporânea e
projeções. Publicou, em parceria com Mauro Santa Cecília, o livro de poemas Baião
de 2 (7Letras, 2017).
Luciano Ramos Mendes nasceu em Curitiba (pr), em 1986. Hoje vive debaixo do
Sol, em Fortaleza. É um idichista, poeta, tradutor e editor, a mente por trás da Editora
Dybbuk – pela qual publicou seu primeiro livro de poemas, O Livro do Yom Kippur.
Luiza Romão nasceu em Ribeirão Preto (sp), em 1992. É poeta, atriz e diretora de
teatro. Publicou os livros Coquetel motolove (Selo do Burro, 2014) e Sangria (Selo do
Burro, 2017). Participou de inúmeros saraus/slams (sendo campeã do Slam do 13,
Slam da Guilhermina e vice-campeã nacional via Slam br). Criou mais de quinze
videopoemas, explorando a linguagem do spoken word. Formou-se em direção teatral
pela eca/usp em 2014.
Maíra Mendes Galvão nasceu em Brasília (df) e mora em São Paulo (sp). É poeta,
tradutora de inglês, revisora e mestranda em estudos da tradução pela Universidade
de São Paulo, usp. Publicou poemas nas revistas Raimundo, Parênteses, Diversos Afins
e Casulo; e também versões para o inglês de poemas na revista Asymptote. Participou
do grupo de pesquisa em performance e poesia cødigo aberto da performance em
2017. Publicou a plaquete nove poemas de mau gosto (Corsário-Satã, 2018) e está
preparando seu primeiro livro, jamanta na testa, previsto para ser lançado em 2019.
Marcelo Ariel nasceu em Santos (sp), em 1968. É poeta e performer. Autor dos
livros Me enterrem com a minha ar-15 (Dulcineia Catadora, 2007), Tratado dos anjos
afogados (LetraSelvagem, 2008), Com o Daimon no contrafluxo (Patuá, 2016), Jaha
ñade ñañombovy’a (Penalux, 2018), entre outros.
112
Marília Floôr Kosby nasceu em Arroio Grande (rs), em 1984. É autora dos livros
de poemas Os baobás do fim do mundo (2011) e Mugido [ou diário de uma doula] (2017),
dentre outros, e do ensaio de antropologia Nós cultuamos todas as doçuras (Prêmio
Açorianos de Literatura 2016). Atua também como compositora, participando de
festivais de música popular. Inventou e botou no mundo o laboratório itinerante
Buscando a letra xucra: iniciação em poesia desgarrada.
Marília Garcia nasceu no Rio de Janeiro (rj), em 1979. É poeta, tradutora e ensaísta.
Publicou os seguintes livros de poesia: 20 poemas para o seu walkman (CosacNaify/
7Letras, 2007), Engano geográfico (7Letras, 2012), Um teste de resistores (7Letras, 2014),
Paris não tem centro (Megamíni, 2015) e Câmera lenta (Cia. das Letras, 2017). Reside
atualmente em São Paulo e trabalha com tradução. Organiza, junto com Fabiano Calixto,
Leonardo Gandolfi, Natália Agra e Tiago Marchesano, a Feira de Poesia Desvairada.
Masé Lemos nasceu em Belo Horizonte (mg) e vive no Rio de Janeiro desde os sete
anos de idade. Poeta, tradutora e professora da Escola de Letras da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro, UniRio. É autora de Redor (7Letras, 2007),
Rebotalho (Cozinha Experimental, 2015), No circuito das linhas (Oficina Raquel,
2016) e Belo Horizonte Boulevards (7Letras, 2018).
Mauro Santa Cecília é poeta e compositor. É autor dos livros de poemas A todo o
transe (7Letras, 1997), Olho frenético (Aeroplano, 2005), A sombra do faquir (7Letras,
2014), Errância (7Letras, 2015) e Baião de 2 (7Letras, 2017), em parceria com Leoni;
além dos romances Cão de cabelo (Língua Geral, 2008) e Argos (Móbile Editorial,
2013). Tem músicas gravadas por nomes como Barão Vermelho, Frejat, Hyldon, Blues
Etílicos e Picassos Falsos, dentre outros. Participou de quatro exposições coletivas
(2016/17) com fotografias e poemas. Criou, em 2017, com o guitarrista e produtor
Maurício Negão, o projeto experimental Célula Mater. Lança, neste ano, o disco de
samba Hoje o dia raiou mais cedo, com Agenor de Oliveira e Rogério Batalha, e com as
participações especiais de Nelson Sargento, Moacyr Luz, Frejat e Ney Matogrosso.
113
Natalia Barros nasceu em Santos (sp), em 1963. É poeta, cantora e paisagista.
Publicou os livros Caligrafias (Ofício da Palavra – Proacsp 2011) e Nuvens
ornamentais (Demônio Negro, 2016), compôs diversas canções para o grupo Luni e
para seu trabalho solo como cantora. É uma das curadoras do projeto: Landscapes
| improvisos de poesia e música.
Nicolas Behr nasceu em Cuiabá (mt), em 1958. Mora em Brasília desde 1974.
É poeta. Publicou, dentre outros livros de poesia, Iogurte com farinha (1977),
Grande Circular (1978), Caroço de goiaba (1978), Chá com porrada (1978), Restos
vitais (2003), Laranja seleta (2007) e Beije-me (2009). Em 2010, a cineasta Danyella
Proença dirigiu o filme Braxília, um ensaio sobre a relação do poeta e sua cidade. O
filme ganhou vários prêmios em festivais de cinema.
Pedro Tostes nasceu no Rio de Janeiro (rj). É poeta. Editou a revista Não funciona,
cujo título expressa bem o sentido da sua vida. Publicou os livros O mínimo (Ibis
Libris, 2003), Descaminhar (Annablume, 2008), Jardim minado (Patuá, 2014) e Na
casamata de si (Patuá, 2018).
Rafael Iotti nasceu em Porto Alegre (rs), em 1992. Atualmente vive em Caxias do
Sul. Publicou o livro de poesia Mas é possível que haja outros (7Letras, 2017).
114
Regina Azevedo é uma poeta brasileira nascida em Natal (rn), em 2000. É autora
dos livros Das vezes que morri em você, Por isso eu amo em azul intenso e Pirueta.
Rita Barros nasceu em São Paulo (sp). É poeta, pesquisadora e produtora cultural.
Tem poemas publicados em revistas e jornais, impressos e digitais. Seu primeiro
livro foi lançado em 2015 pela editora Cozinha Experimental (Coleção Kraft n.7: Rita
Barros). É autora do blog Sede de pedra e coautora do projeto Antares 21, realizado
em Sevilha, onde também publicou um libreto em espanhol.
Simone Brantes nasceu em Nova Friburgo (rj), em 1963. Publicou, pela editora 7
Letras, dois livros de poemas: Pastilhas brancas (1999) e Quase todas as noites (2016),
este último ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia 2017.
Sofia Mariutti nasceu em São Paulo (sp), em 1987. Formou-se em letras (alemão)
pela Universidade de São Paulo, usp. Trabalhou como editora da Companhia das
Letras (2012-2016). Organizou antologia comemorativa dos 30 anos da editora, O
livro é um poema (2016), e O livro das listas: referências musicais, culturais e sentimentais,
de Renato Russo (2017). É tradutora e poeta, autora de A orca no avião (Patuá,
2017).
115
Thiago Mattos nasceu em Petrópolis (rj). Graduou-se em letras na Universidade Federal
Fluminense e pós-graduou-se em tradução literária na Universidade de São Paulo. Em 2012,
publicou Teu pai com uma pistola (Confraria do Vento), livro com o qual participou do Festival
de Poesia de Trois-Rivières (Canadá). Em 2014, publicou Casa devastada (Confraria do
Vento). Em 2015, traduziu e publicou, com Diego Grando, a antologia Petite rafale – Nova
poesia quebequense (OrganoGrama). Em 2018, publica, em coautoria com Álvaro Faleiros, A
retradução de poetas franceses no Brasil: de Lamartine a Prévert (Copetti Editor). Também em
2018, publica a novela Solo: noturno a quatro vozes (Confraria do Vento).
Thiago Ponce de Moraes nasceu no Rio de Janeiro (rj), em 1986. É poeta, tradutor e
professor. Publicou os livros de poemas Imp. (Caetés, 2006), De gestos lassos ou nenhuns
(Lumme Editor, 2010) e Dobres sobre a luz (Lumme Editor, 2016, livro finalista do
Prêmio Jabuti), bem como a plaquete bilíngue Glory Box (Carnaval Press, 2016), na
tradução do poeta britânico Rob Packer, e a plaquete uma fotografia (Leonella, 2017).
Na área de ensaios, publicou Remos e versões (Multifoco, 2012), Agora sim... talvez seja
eu e mais alguém: específica experiência da leitura de Paul Celan e Ricardo Reis (nea, 2014)
e Nó de ar – Paul Celan: leituras, destinos (nea, 2018). É doutor em literatura comparada
pela Universidade Federal Fluminense (uff) – com estudo sobre a obra de Paul Celan.
Veronica Stigger nasceu em Porto Alegre (rs), em 1973. Escritora, crítica de arte
e professora de pós-graduação da Fundação Armando Álvares Penteado – faap.
Publicou, dentre outros, os livros O trágico e outras comédias (2004), Gran cabaret
demenzial (2007), Os anões (2007), Opisanie swiata (2013) e Sul (2016).
Waldo Motta nasceu em Coroa da Onça, interior de São Mateus (es), em 1959.
É poeta, ator, numerólogo e autor de, entre outros, Eis o homem (fcaa-ufes, 1987),
Poiezen (Massao Ohno/ufes, 1990), Bundo e outros poemas (Unicamp, 1996) –
finalista do prêmio Jabuti 1997, Recanto – poema das 7 letras (Ímã, 2002) e Terra sem
mal (Patuá, 2015). Também ganhou, no início deste século, do Landeshauptstadt
München Kulturreferat, bolsa e estadia na Alemanha, e atuou como writer-in-
residence na Universidade da Califórnia, em Berkeley, eua.
Zhô Bertholini nasceu em Santo André (sp), em 1953. É poeta e agitador cultural.
Publicou, dentre outros, os livros de poesia Sem ensaio (1994) e Vagamundo (2010).
Editou, ao lado da poeta Jurema Barreto de Souza, a revista de poesia A Cigarra, que
atravessou 25 anos divulgando poesia.
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Sobre os organizadores
Fabiano Calixto nasceu em Garanhuns (pe) em 1973. Vive em São Paulo. É poeta,
editor e professor universitário. Cursa doutorado em teoria literária e literatura
comparada na Universidade de São Paulo, usp. Publicou os seguintes livros de poesia:
Algum (edição do autor, 1998), Fábrica (Alpharrabio Edições, 2000), Um mundo
só para cada par (Alpharrabio Edições, 2001), Música possível (CosacNaify/7Letras,
2006), Sangüínea (Editora 34, 2007) – este, finalista do prêmio Jabuti, A canção do
vendedor de pipocas (7Letras, 2013), Equatorial (Tinta-da-China, 2014) – antologia
lançada em Portugal, e Nominata morfina (Córrego/Corsário-Satã/Pitomba, 2014).
Foi co-editor da revista Modo de Usar & Co. Prepara seu novo livro de poemas,
Fliperama. Edita, com Natália Agra e Tiago Guilherme Pinheiro, a revista de poesia
Meteöro, cujo primeiro número sai no carnaval de 2019. Organiza, com Leonardo
Gandolfi, Marília Garcia, Natália Agra e Tiago Marchesano, a Feira de Poesia
Desvairada, feira de publicações independentes que acontece anualmente na cidade
de São Paulo.
Natália Agra nasceu em Maceió (al) em 1987. É poeta, editora, tradutora e jornalista.
Publicou seu livro de estreia, De repente a chuva, em 2017, pela Corsário-Satã. Edita,
com Fabiano Calixto e Tiago Guilherme Pinheiro, a revista de poesia Meteöro, cujo
primeiro número sai em 2019. Organiza, com Fabiano Calixto, Leonardo Gandolfi,
Marília Garcia e Tiago Marchesano, a Feira de Poesia Desvairada.
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Nécessaire
Aretino, Pietro. Sonetos luxuriosos. São Paulo: Cia. das Letras, 2011.
Bocage, Manuel Maria Barbosa du. Poemas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
Cleland, John. Fanny Hill ou Memórias de uma mulher de prazer. São Paulo: Estação
Liberdade, 1997.
Costa, Flávio Moreira da. As 100 melhores histórias eróticas da literatura universal. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2005.
Daft Punk. Random Access Memories. Nova York, Columbia Rec., 2013.
Denser, Márcia. Diana caçadora & Tango fantasma. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
Despentes, Virginie. Teoria King Kong. São Paulo: Edições n-1, 2016.
Diderot, Denis. As joias indiscretas. São Paulo: Global, 1986.
Foucault, Michel. História da sexualidade: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1993.
Goulemot, Jean-Marie. Esses livros que se leem com uma só mão – Leitura e leitores de livros
pornográficos no século xviii. São Paulo: Discurso Editorial, 2000.
Kac, Eduardo e Trindade, Cairo Assis. (Orgs.). Antolorgia – Arte pornô. Rio de Janeiro:
Codecri, 1984.
Lawrence, D. H. O amante de Lady Chatterley. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.
Mansour, Joyce. Gritos rasgos e rapinas: 23 poemas de Joyce Mansour. São Paulo: Lumme,
2011.
Marcuse, Herbert. Eros e civilização – Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Rio
de Janeiro: Zahar Editores, 1972.
Matos, Olgária. Paris 1968: as barricadas do desejo. São Paulo: Brasiliense, 1989.
Moraes, Eliane Robert. Perversos, amantes e outros trágicos. São Paulo: Iluminuras, 2013.
______. (Org.). Antologia da poesia erótica brasileira. São Paulo: Ateliê Editorial, 2015.
Novaes, Adauto (Org.). Libertinos Libertários. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
Paes, José Paulo. Poesia erótica em tradução. São Paulo: Cia. das Letras, 2006.
Pignatari, Décio. 31 poetas 214 poemas – Do Rigveda e Safo a Apollinaire. São Paulo: Editora
da Unicamp, 2007.
Rodrigues, Nelson. Asfalto selvagem – Engraçadinha, seus amores e seus pecados. São Paulo:
Cia. das Letras, 1994.
Sacher-Masoch, Leopold von. A Vênus das peles. São Paulo: Hedra, 2008.
Sade, Marquês. Os 120 dias de Sodoma ou A escola da libertinagem. São Paulo: Iluminuras,
2006.
Os autores permitem a reprodução dos poemas deste livro por qualquer meio, desde que sem objetivos
comerciais e citada a fonte.
Conselho Corsário: Fabiano Calixto, Gabriel Pedrosa, Luciano Ramos Mendes, Natália
Agra, Rodrigo Lobo Damasceno e Tiago Guilherme Pinheiro
Vários autores.
isbn: 978-85-93979-05-7
cdd 869.1
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Próximos lançamentos:
H
corsariosata@gmail.com
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Este livro foi desenhado por Maíra Mendes Galvão e Natália Agra na cidade de São Paulo, no inverno de
2018, ano do centenário de nascimento de Antonio Candido; centenário da Insurreição Anarquista no
Rio de Janeiro; centenário do primeiro desfile do Cordão do Bola Preta no carnaval do Rio de Janeiro;
no centenário de nascimento dos compositores Jacob do Bandolim e Leonard Bernstein; nos 69 anos
de nascimento do baterista húngaro Tommy, dos Ramones; nos 69 anos de nascimento dos cantores e
compositores Djavan, Bruce Springsteen, Fagner, Zé Ramalho, Lionel Richie, nos 69 anos de nascimento
do guitarrista Billy Gibbons; nos 69 anos de nascimento da cantora Gloria Gaynor; nos 69 anos de
nascimento do poeta Nuno Júdice; nos 69 anos de El gran calavera, de Luis Buñuel; nos 69 anos de
nascimento de John Belushi; nos 69 anos de nascimento da atriz Bete Mendes; nos 69 anos de nascimento
de Paulo César Caju; nos 69 anos de nascimento do grande lateral-direito Zé Maria; nos 69 anos da
descoberta, por Karl Wilhelm Reinmuth, do asteroide 4001 Ptolemaeus; nos 64 anos de nascimento do
Dr. Sócrates; nos 20 anos de lançamento do extraordinário Los detectives salvajes, de Roberto Bolaño.
Adelaide do Julinho Guilherme Gontijo Masé Lemos
Ademir Assunção Flores Mauro Santa Cecília
Alberto Lins Caldas Guilherme Zarvos Micheliny Verunschk
Ana Elisa Ribeiro Italo Diblasi Mônica de Aquino
Ana Estaregui Jean Albuquerque Natalia Barros
Ana Kiffer Jeanne Callegari Nicolas Behr
Ana Martins Marques Jô Saulo Nilton Resende
Arnaldo Antunes Josely Vianna Baptista Nina Rizzi
Assionara Souza Josoaldo Lima Rêgo Pedro Tostes
Bruno Brum Júlia de Carvalho Rafael Iotti
Carla Diacov Hansen Regina Azevedo
Catarina Lins Julia Klien Ricardo Domeneck
cavaloDADA Jussara Salazar Richard Plácido
Cláudia Sehbe Leda Cartum Rita Barros
Dimitri BR Leonardo Gandolfi Sergio Mello
Diogo Cardoso Leoni Simone Brantes
Douglas Diegues Luciano Ramos Mendes Sofia Mariutti
Eduardo Sterzi Luiza Romão Thiago Mattos
Fabio Weintraub Magno Almeida Thiago Ponce
Fabrício Corsaletti Maíra Mendes Galvão de Moraes
Francesca Cricelli Marcelo Ariel Veronica Stigger
Gabriel Felipe Jacomel Marcos Siscar Victor Hugo Turezo
Glauco Mattoso Marília Floôr Kosby Waldo Motta
Gregório Duvivier Marília Garcia Zhô Bertholini
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