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Mercado de creditos de carbono no Brasil

Rubens Barbosa, O Estado de S. Paulo, 26/07/05

O Protocolo de Kyoto, negociado pela Comissão das Nações Unidas para a Mudança do
Clima e assinado em 1997, cria para os países desenvolvidos a obrigação de reduzir as
emissões de gases de efeito estufa, cujos efeitos começaram a ser sentido de maneira
dramática, como é o caso do descongelamento da calota polar e alterações climaticas
que estão afetando milhões de pessoas.

O efeito estufa é o processo pelo qual a presença de gases atmosféricos faz com que a
terra mantenha uma temperatura maior do que se esses gases não existissem. O
problema não é a existência de gases na atmosfera, mas o seu aumento descontrolado.

O Protocolo estabelece metas de redução de emissões para a grande maioria dos países
desenvolvidos, que deverão reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 2008 e
2012, em média, em 5% em relação às emissões registradas em 1990;

O Protocolo não poderia entrar em vigor antes de os EUA ou a Rússia o subscrevessem.


Isto porque os EUA sozinhos representam cerca de 35% das emissões globais de gases
de efeito estufa e a Rússia 17%.

Pressionado pela indústria norte-americana, o governo Bush rejeitou o Protocolo, mas


com assinaturra da Russia, em dezembro de 2004, o Protocolo finalmente entrou em
vigência a partir de fevereiro de 2005.

Para facilitar o cumprimento das metas de redução de emissões, o Protocolo concebeu


alguns “mecanismos de flexibilização” à disposição dos países desenvolvidos. Dos três
mecanismos criados, o mais importante para o Brasil é o chamado Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite a participação dos países em
desenvolvimento;

Em linhas gerais, o MDL permite, por exemplo, que uma indústria de um país
desenvolvido, que esteja sujeito à meta de redução de emissões, possa atender parte de
suas exigências adquirindo “créditos” associados a projetos de florestamento ou
tecnológicos de redução de emissões desenvolvidos por empresas de países em
desenvolvimento;

O Brasil é um dos países em estágio mais avançado em termos de preparação para o


Protocolo de Kyoto e para o MDL. Temos uma Autoridade Nacional Designada (AND)
já constituída. A AND no Brasil é uma Comissão Interministerial de Mudanças Globais
de Clima – formada por 11 Ministérios coordenados pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia). Essa comissão já aprovou alguns projetos de MDL e estes já foram
encaminhados à aprovação do Comitê Executivo (órgão da ONU que aprova e registra
os projetos de MDL e emite os Certificados de Redução de Emissões os chamados
créditos de carbono. É brasileiro o primeiro projeto registrado no Comitê Executivo.

A partir de 1997, começa a existir um novo e dinâmico mercado de créditos de carbono.


O Reino Unido em 2002 e a União Européia agora em 2005 estabeleceram sistemas de
comercialização do dioxido de carbono. Novas bolsas estão surgindo, como a da Austria
para energia e as já existentes, como a de Amsterdã e de Paris estão se consolidando

Os volumes transacionados sobem a mais de 2.2milhões de toneladas por dia. A redução


certificada de emissões está sendo negociada por 8 a 10 dólares por tonelada de dióxido
de carbono e os créditos europeus, por cerca de 35 dolares. Em 2003, foram negociados
US$ 330 milhões em todo o mundo e as projeções indicam um grande incremento no
mercado global, que poderá chegar a US$ 13 bilhões em 2007

O Brasil deverá em breve entrar para esse restrito clube. Está sendo criado em São
Paulo o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) com o objetivo de
organizar um mercado de créditos de carbono, tornando o país uma referência mundial
no campo das negociações com carbono.

A BM&F, que está implantando o MBRE, será a primeira bolsa de países emergentes a
negociar créditos de carbono gerado pelo MDL no âmbito do Protocolo de Kyoto,
concorrendo com os mercados que começam a aparecer na Europa, na Asia e nos EUA.

Todos os projetos enquadrados no programa brasileiro de Incentivo às fontes


alternativas de Energia Elétrica, como a eólica, biomassa e PCH, por exemplo, são
passíveis de gerar crédito de carbono.

O estabelecimento do MBRE se desdobra em duas etapas:

- criação pela Bolsa de um Banco de Projetos MDL a ser inaugurado em agosto.

O Banco de Projetos será um sistema eletrônico de registro que visa a estimular o


desenvolvimento de projetos de MDL no Brasil e em outros países elegíveis, acessíveis
nos sites da BM&F e da BVRJ pela internet. Ao registrar seus projetos no Banco de
Projetos, o empresário dará visibilidade ao seu projeto, o que poderá atrair o interesse de
eventuais compradores de créditos dos países desenvolvidos.

Além de projetos, o Banco de Projetos divulgará também a intenção de investidores em


adquirir créditos de carbono, indicando o perfil de projetos de redução de emissões por
eles demandados. Para tanto, o investidor necessita apenas se cadastrar na Bolsa e, em
seguida, submeter formulário descrevendo o tipo de projeto demandado (escala, setor,
etc.)

-lançamento na Bolsa, até o final do ano, de um sistema eletrônico de negociação de


créditos de carbono, complementando as funcionalidades do Banco de Projetos.

Neste caso, o papel da Bolsa é contribuir para a maior padronização, transparência e


segurança das operações no mercado de créditos de carbono. O sistema, atualmente em
fase de estruturação, deverá contemplar operações no mercado a termo de créditos de
carbono a serem gerados por projetos validados, no âmbito do MDL, e operações no
mercado de opções, envolvendo projetos que ainda não foram validados.

O Brasil tem potencial para representar 10% do mercado internacional, tendo como
principais concorrentes a China a Índia e os paises da Europa Oriental.
Rubens Barbosa, consultor, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da
Fiesp, foi embaixador do Brasil nos EUA e na Grã-Bretanha

http://www.eagora.org.br/arquivo/Mercado-de-creditos-de-carbono-no-Brasil/
acesso em 15/06/09

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