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Definição de direito agrário.

Explicação do conceito

Examinando-se as fontes do direito agrário e suas afinidades com diversos ramos de direito
ou de outras ciências, chegamos ao ponto de defini-lo.

Uma definição que nos parece abranger todo o seu campo é a seguinte: direito agrário é o
conjunto de normas jurídicas concernentes ao aproveitamento do imóvel rural.

Os elementos fornecidos pelos costumes, a cultura e o direito agrário codificado nos


forneceram a primeira parte da definição, que é uma afirmação dos caracteres essenciais de
um conceito de direito. E a grande afinidade que tem o direito agrário com a economia
rural nos dá a segunda parte da definição, pois ela compreende o chamado direito da
economia que disciplina a intervenção estatal no domínio privado.

É muito mais técnico falar de “economia rural” do que de direito privado e público ao se
definir o instituto em apreço, porque, como vimos, não é só dentro desses dois campos que
vamos encontrar normas legais disciplinadoras da matéria agrária.

A sentença “conjunto de normas jurídicas” abrange não somente as regras escritas como as
consuetudinárias, aceitas e aplicadas não só por força de lei, mas pela vontade das partes.

Não se pode esquecer, quando se trata de conceituar o direito agrário, a vinculação do


jurídico e do econômico. No jurídico, importa atender às figuras de direito que se sujeitam
ao desenvolvimento das atividades econômicas rurais. Releva notar ainda que foi de uma
economia rural que emergiu o direito agrário. Vê-se através da história do direito agrário
que direitos e obrigações tinham os agricultores, proprietários ou não. O respeito desses
usos foi-se transformando em normas jurídicas de exploração da terra que, de propriedade
consorcial, passou a individual, mas com as mesmas restrições estabelecidas pelo direito
costumeiro sobre usos diversos, como de matas, montes, estradas, rios e moinhos, sendo
que estes, nalguma época, se acreditou que constituíam uma propriedade de tipo comunal,
quase pública (cf. Pérez, Estudios, cit., p. 72).

Isso possibilita a compreensão do direito agrário, pois as normas encontradas fora dele
deverão permanecer dentro dos ramos tradicionais do direito a que pertencem, sem
deixarem de afetar a estrutura da instituição jurídica agrária, formando então com esta o
“conjunto de normas jurídicas”, em seu sentido mais amplo.
A DINÂMICA AGRÍCOLA ANTES DA INDEPENDÊNCIA

Durante a época de dominância política portuguesa, no meio rural desenvolveram-se dois


sectores em paralelo (Wuyts 2001): O sector colonial e o sector campesino. O sector
colonial era exclusivamente virado para o mercado. Ele consistia de dois tipos de
empresas. As plantações extensas e as explorações familiares comerciais. As plantações
encontravam-se sob a gestão de companhias comerciais como as João Ferreira dos Santos
(JFS), Companhia de Moçambique (transformada em Entreposto), Sena Sugar Estate,
Madal, Lonrho, produzindo principalmente sisal, cajú, copra, chá, arroz e cana-de-açúcar.
As explorações e farmas de menor escala eram geridas por famílias de ascendência
europeia. Esses latifúndios estavam virados para a produção animal, como as herdades da
família Capela em Gaza, ou para a produção de cereais, batatas, os hortícolas para o
mercado.

O sector campesino era uma agricultura de escala mais pequena, praticada principalmente
pela população de antecedência africana, que, por um lado se dedicava à produção de
culturas alimentares (milho, mandioca, hortícolas) e pelo outro a produtos comerciais
como nomeadamente o cajú, algodão e copra. Em adição, em zonas como Maputo, Gaza e
Tete, dedicava-se à criação de gado, que frequentemente pastava em manados e terrenos
comunitários.

A agro-ecologia e as dinâmicas económicas ditavam uma certa especialização regional.


Assim, na Zona Norte dominavamo sisal, o algodão e o tabaco, no Centro copra, chá e
batatas, e no Sul a açúcar e o arroz. Em paralelo, havia também uma especialização entre
os dois sectores, onde as cultural alimentares eram tipicamente produzidos pelo sector
camponês.

Os dois sectores encontravam-se separados por barreiras raciais e jurídicas, mantendo-se


dois sistemas de direito separados, “como se de dois países se tratasse” (Negrão 2003:229).
O sector empresarial era regado pela legislação europeia apoiada na administração
colonial, que definiu claramente as relações de propriedade e responsabilidade económica.
O sector familiar indígena se encontrava restrito a um território jurídico teoricamente sob
controlo das normas costumeiras e sem capacidade jurídica para actuar no campo jurídico
colonial (Brouwer 1998; Negrão 2003).
Apesar desta separação em termos organizacionais, raciais e jurídicos, na realidade as duas
economias estavam intimamen te ligadas por relações comerciais: o sector indígena era o
fornecedor da mão-de-obra que trabalhava nas explorações europeias, e vendia parte do
seu produto a essas explorações ou a pequenas lojas rurais, frequentemente administradas
por indianos, as chamadas cantinas. Por outro lado, tinha acesso a bens de capital e
consumo pelos mesmos canais. Finalmente, fornecia a mão-de-obra às plantações e as
minas nos países vizinhos (Wuyts 2001; Pitcher 2002).

É de salientar que a incorporação do sector indígena no mercado colonial era


fortemente definida pelo poder administrativo do Estado. Impostos, culturas (arroz,
algodão) e trabalho forçados, a divisão do território em concessões onde empresas tinham
o monopólio de compra de produtos aos camponeses, e acordos internacionais que
estipulavam o número de trabalhadores o território devia fornecer às minas sul-africanas
eram mecanismos que forçosamente obrigavam os camponeses a se integrarem no mercado
de trabalho ou dedicar tempo à produção de culturas para a venda (Newitt 1995; Maghezi
2003).
Bibliografia

Acocks, J.P.H. (1988) Veld Types of South Africa. Memoirs of the Botanical Survey of
South Africa No. 57, Botanical Research Institure/Department of Agriculture and Water
Supply, Pretoria. Primeira edição em 1952.

African Press Agency, Gorongosa Park gets buffaloes from South Africa, 5 de Agosto
2006.

http://www.apanews.net/article_eng.php3?id_article=7075consultado no 21 de Agosto
2006.

Benfica, Rui, Julieta Zandamela, Arlindo Miguel e Natércia de Sousa (2005) The
Economics of Smallholders in Tobacco and Cotton Growing Areas of the Zambezi Valley
of Mozambique. Directorate of Economics, Ministry of Agriculture of Mozambique,
Maputo.

Brouwer, Roland & Dânia M. Magane (1999) “The Charcoal Commodity Chain in
Maputo: Access and Sustainability,” Southern African Journal of Forestry. 185(Julho):27-
34

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