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Manifesto da Assembleia dos Estudantes de História aos Professores do

Departamento de História

Nós, estudantes, resistimos por 30 dias nas ocupações, sob ameaça de violência
por parte de grupos contrários, sujeitando-nes a noites mal dormidas e alimentação
precária, vivendo à beira da criminalização. Mesmo assim, saímos de cabeça erguida,
cientes de que naquele momento apenas uma batalha estava terminada e a luta
continuaria, uma vez que nossa pauta não estava vencida. A greve estudantil continua
e com uma pauta justa: o fim da PEC 55 e da MP 746. Toda essa movimentação por
parte dos estudantes é a favor da educação, da saúde, da assistência social e de todos
os serviços públicos. Alguns chamam para si a etiqueta de maioria silenciosa, mas não
fazemos parte desse grupo, por entendermos que não são as maiorias silenciosas que
mudam o mundo, mas sim as minorias indignadas, que se põe em ação e lutam para
que suas vozes sejam ouvidas.

Estudantes da pós-graduação somaram-se à luta nessa greve, tendo em vista o cenário


tão grave que passamos. É muito raro um momento de greve em que a pós-graduação
lute ao lado dos demais estudantes e se some a greve estudantil, e por isso
agradecemos nossos companheiros e companheiras. A pós-graduação não será
prejudicada pela reposição! A universidade tem pleno poder de emitir um certificado de
conclusão de curso para que graduandos possam iniciar seus estudos em um programa
de pós-graduação, processo que é ainda mais facilitado em se tratando de alunos de
dentro da mesma universidade.

A assembleia geral estudantil do dia 06/12 aprovou a continuidade da greve discente,


com reavaliação imediata assim que a PEC for votada, bem como se a sua votação for
suspensa. Ontem, dia 07, os estudantes de história decidiram acompanhar as decisões
da assembleia geral.
Portanto, a greve permanece. Pedimos aos professores e professoras compreensão e
respeito pelo estado da nossa categoria. Greves são momentos críticos e desgastantes.
Não nos manteríamos nessa greve caso as pautas não fossem profundamente
importantes e sensíveis a todos nós. As reposições de aulas significam a dissolução ou
remanejamento de planos de férias para professores e professoras, é bem verdade,
mas não esqueçam que para nós também.

Gostaríamos de reiterar que a mobilização estudantil tem recebido apoio. O Conselho


Universitário da UFPR (COUN) nos declarou seu apoio, bem como o Setor de Ciências
Humanas, o Setor de Educação e o próprio Departamento de História. Lembramos ainda
que a ideia de apoio por parte do DEHIS surgiu a partir do diálogo estabelecido em uma
reunião comunitária que envolveu estudantes, servidores e docentes de História. Muitas
professoras e professores têm apoiado e participado da nossa luta, inclusive passando
por momentos de dificuldade ao nosso lado. Estes são historiadores e historiadoras que
decidiram não se calar diante dos ataques feitos pelo governo federal ao direito de
todos.

Portanto, tendo em vista o apoio que temos recebido, consideramos incoerente


e desrespeitosa a posição de vários outros docentes do nosso departamento.
Professores e professoras que tem pedido avaliações de diversos tipos no
decorrer da greve, e declararam abertamente que não irão realizar reposições em
decorrência de suas férias, ou as farão sob seus próprios termos, desrespeitando a
resolução 60a/2016 emitida pelo CEPE. Como exemplos, o professor Dennison e a
professora Fátima, que, embora negociando um prazo um pouco maior para entrega
dos trabalhos em suas disciplinas, fazem-no em um momento em que a greve ainda é
uma realidade. O professor Luis Geraldo, que já disponibilizou em seu site o cronograma
de reposições de suas aulas desrespeitando os trâmites contidos na resolução do CEPE
já citada anteriormente.
Entendemos que essas atitudes acabam configurando, indiretamente, uma punição
para aqueles alunos envolvidos nas mobilizações de greve, o que não pode acontecer.
Pedimos aos professores que reavaliem seus cronogramas, uma vez que a greve
estudantil ainda não acabou.

Estudantes fizeram um enorme peso em Brasília, inclusive discentes dos nossos cursos
de História. Nossos colegas e amigos, que foram sujeitos e sujeitas a toda a violência
do Estado enquanto lutavam pelo futuro de todas e todos. É possível voltar à a
normalidade quando tudo à nossa volta se encontra em uma situação de decadência e
de precarização? A educação é para todos um direito, contudo, para nós e para vocês,
ela é, também, um dever. Não existe, portanto, outro caminho senão este, o de
mobilização e de luta. Permaneceremos nele.

Estudantes de História da UFPR

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