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1 - Introdução
2 - Conceito
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Acadêmico de Direito da Faculdade de Ciência Jurídicas de Alagoas (FCJAL).
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MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de
Injunção, Habeas Data. 31 E. São Paulo: Malheiros. 2008, p. 152.
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LACP), que se restringia à defesa de danos materiais e morais causados ao meio ambiente, ao
consumidor e a bens de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, passando a
considerar a tutela de qualquer interesse coletivo lato sensu.
Assim, entende-se que a ação civil pública, no âmbito do processo do trabalho,
é a ação que busca proteger os princípios previstos na Constituição Federal que regulam os
interesses ou direitos da coletividade.
3 – Legitimidade e Cabimento
A partir da ampliação feita pela CF/88 do art. 1º da lei 7.347/85, surgiu a Lei
Complementar 75/93, que dispõe sobre a organização, as atribuições e o estatuto do
Ministério Público da União, prevendo expressamente a ação civil pública no âmbito da
Justiça do Trabalho.
O Parquet tem legitimidade para promover a ação civil pública sempre que
houve ameaça ou lesão a interesses ou direitos difusos, coletivos e/ou individuais
homogêneos. Os sindicatos, como modalidade de associação civil, possuem legitimidade para
propor ação civil pública na defesa dos interesses coletivos e individuais homogêneos dos
trabalhadores, nos termos do art. 8º, inciso III c/c o art. 129, inciso III e §1º da Constituição.
Entretanto, essa legitimidade não se estende à defesa de interesses difusos. Tais interesses somente
podem ser defendidos por entidade sindical, de forma mediata e oblíqua (art. 8º, III da CF). Para a
sua defesa direta, requer-se previsão estatutária legitimadora.
No caso da defesa de interesses individuais homogêneos, há legitimação
extraordinária, com a substituição processual pelo autor coletivo, pois o legitimado atua de
forma concorrente e disjuntiva.2 O art. 129 da Constituição prevê como função institucional
do Ministério Público, a promoção de ação civil pública. Como ressalta Pedro Lenza, a
legitimidade conferida ao Ministério Público não impede a dos outros legitimados, conforme
se observa pelo art. 5º da Lei 7.347/85:
Art. 5º. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
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LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. São Paulo: Método, 2007. p. 596.
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III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de
interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente
garantidos;
4 - Objeto
A Constituição Federal, no seu art. 129, inciso III, prevê a promoção de ação
civil pública para qualquer interesse difuso e coletivo. O art. 3º da Lei 7.347/85 estabelece que
a ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação
de fazer ou não fazer. Por sua vez, o art. 83 do CDC, alargando esse dispositivo preceitua que
são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela
dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, permitindo, desse modo, a
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MELO, Raimundo Simão de. Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2004. p. 29.
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Em tese, são admissíveis quaisquer ações civis públicas ou coletivas, pois à LACP
aplicam-se subsidiariamente o CDC ou o CPC. Cabem ações condenatórias,
cautelares, de execução, meramente declaratórias ou constitutivas. Por ação civil
pública da Lei n. 7.347/85, compreendem-se: a) as ações principais, de reparação do
dano ou de indenização; b) as cautelares (preparatórias ou incidentes); c) as
chamadas cautelares satisfativas, que não dependem de propositura de outra ação
dita principal; d) as ações de liquidação de sentença e de execução; e) quaisquer
outras ações tendentes à proteção dos interesses difusos e coletivos.4
Para Xisto Tiago Medeiros Neto, “o dano moral coletivo corresponde à lesão
injusta e intolerável a interesses ou direitos titularizados pela coletividade.” 6 Nesse sentido,
entende-se que o dano moral coletivo atinge a esfera extrapatrimonial, como os valores de
uma sociedade, ocasionando sentimentos negativos no seio social. A violação dos direitos
fundamentais dos trabalhadores provoca sentimentos de repulsa, desvalor, descrença,
desesperança, descrédito.
Os danos morais coletivos, no âmbito do processo trabalhista, são, via de
regra, revertidos ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), previsto na Lei 7.898/90 c/c art.
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MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor, patrimônio cultural,
patrimônio público e outros interesses. 20 ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1992. p. 67.
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MELO, Raimundo Simão de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador: responsabilidades legais, dano
material, dano moral, dano estético, indenização pela perda de uma chance, prescrição. 3 ed. São Paulo: LTr, 2008. p.
110.
6
MEDEIROS NETO, Xisto Tiago de. Dano moral coletivo. 2. ed. São Paulo: LTr, 2007. p. 137.
5
6 - Inquérito Civil
O inquérito civil foi criado pela Lei 7.347/85, que no art. 8º, § 1º, dispõe:
Art. 8º (...)
§ 1º. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou
requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez)
dias úteis.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, no art. 129, III, previu a
utilização do inquérito civil pelo Ministério Público, ao estabelecer como função institucional
do Ministério Público a promoção do “inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.”
previamente pelo Ministério Público, objetivando colher elementos e provas que determinem
o manejo, ou não, da respectiva ação civil pública ou de outra medida judicial cabível. Logo,
o inquérito civil é de competência exclusiva do Ministério Público e principal instrumento, de
Trabalho.
É importante frisar que o inquérito civil não é pressuposto processual para que
o Ministério Público do Trabalho promova ação civil pública, podendo o mesmo ser
dispensado se já existirem elementos necessários para propor a ação coletiva.
Entretanto, é recomendável a instauração do inquérito civil por dois motivos:
primeiro, para melhor colheita das provas que instruirão eventual ação coletiva, facilitando,
celeridade e economia processual; e segundo, porque permite ao investigado assinar termo de
compromisso de ajustamento de conduta (o qual, nos moldes do art. 876 da CLT, constituise
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em título executivo extrajudicial), evitandose, assim, a propositura de ação civil pública.
7 - Prescrição
[...] a ação civil pública e a ação civil coletiva constituem expressões sinônimas,
utilizadas com a mesma finalidade, qual seja para a proteção de interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos, não havendo que falar, portanto, em duas ações
autônomas com objetivos distintos.7
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SARAIVA, Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 5. E. São Paulo: Método. 2008, p. 806.
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ação civil pública em defesa de interesses difusos e coletivos e está prevista no art. 82 do
CDC. Proposta a ação civil coletiva, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do
réu pelos danos causados. Cabe aos substituídos processualmente promover a liquidação, que
será por artigos, dentro do prazo de um ano, demonstrando o dano sofrido e o nexo causal
com a conduta lesiva (art. 94 e 95 do CDC).
10 Considerações Finais
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SANTOS, Ronaldo Lima dos. Amplitude da coisa julgada nas ações coletivas. In: RIBEIRO JÚNIOR, José Hortêncio...
[et al.](Org.). Ação coletiva na visão de juízes e Procuradores do Trabalho. São Paulo: LTr, 2006. p. 302.
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Justiça do Trabalho, na medida em que o texto constitucional não fez qualquer distinção entre
os ramos do Ministério Público que estão legitimados a manejá-la.
Ademais, com a promulgação da Lei Maior, a ação civil pública, instituída pela
Lei 7.347/85, ampliou consideravelmente o seu campo de atuação, uma vez que passou a
admitir a sua propositura para tutela de qualquer interesse difuso ou coletivo. Em 1990, o
Código de Defesa do Consumidor inovou ao prever também a defesa dos interesses
individuais homogêneos. No entanto, ainda persistem dúvidas e preconceitos acerca de seu
cabimento no âmbito da Justiça laboral, bem como acerca dos legitimados para o seu
ajuizamento.
O processo coletivo para a defesa dos interesses metaindividuais constitui o
caminho potencializado de se dirimir, em um único processo, um grande conflito social ou um
feixe de direitos individuais que admitem receber a tutela coletiva em decorrência da origem
comum que os une, agregando-se uma maior celeridade, efetividade e acessibilidade à
prestação jurisdicional e um menor risco de decisões divergentes.
11 Referências
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente,
consumidor, patrimônio cultural, patrimônio público e outros interesses. 20 E. rev., ampl.
e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1992.
MEDEIROS NETO, Xisto Tiago de. Dano moral coletivo. 2. E. São Paulo: LTr, 2007.
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública,
Mandado de Injunção, Habeas Data. 31 E. São Paulo: Malheiros, 2008.
MELO, Raimundo Simão de. Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho. 2. E. São Paulo:
LTr, 2004.
SANTOS, Ronaldo Lima dos. Amplitude da coisa julgada nas ações coletivas. In:
RIBEIRO JÚNIOR, José Hortêncio... [et al.](Org.). Ação coletiva na visão de juízes e
Procuradores do Trabalho. São Paulo: LTr, 2006.
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