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a) Reserva do possível;
b) Mínimo existencial;
Uma temática que sempre se faz presente em concursos públicos refere-se aos
limites do ativismo judicial em matéria de políticas públicas. Em outras palavras, refere-
se ao estudo das hipóteses em que o Poder Judiciário poderá atuar e interferir na esfera
de outro Poder, especificamente na esfera do Poder Executivo, para determinar a
realização de determinada política pública.
A ideia, aqui, é que o Judiciário possa atuar em tais casos, mas apenas de modo
excepcional, conjugando, no caso, o princípio da separação dos poderes, o princípio
democrático e o princípio da inafastabilidade da função jurisdicional. A conjugação
desses três princípios é que autorizará, em casos extremos, o chamado ativismo
judicial.
Voltando aos requisitos estabelecidos pelo STF para averiguar os casos ou não
de ativismo, temos o seguinte:
Ocorre que, para que possa alegar a reserva do possível, deve o Estado
observar dois limites básicos: a) a necessidade de comprovação da ausência de
recursos financeiros para a implementação de determinada política pública, não
bastando a alegação genérica; b) o mínimo existencial.
Isso significa que, por mais que o Estado venha alegar não possuir recursos para
tanto, tal alegação não pode ser acolhida se ele não comprova a ausência desses
recursos e, principalmente, se a ausência de dinheiro é utilizada como argumento para
afastar a observância do mínimo existencial, assim considerado como o núcleo duro do
princípio da dignidade da pessoa humana e seus consectários, isto é, a parcela do
conteúdo da dignidade humana sem a qual o princípio perde sua mínima eficácia.
Seja qual for a teoria adotada, fato é que o núcleo essencial deve ser protegido,
por corresponder ao mínimo existencial.
Assim, nas hipóteses em que o Poder Público não estiver atuando no sentido
dessa proteção através da implementação das políticas públicas necessárias para tanto,
ainda que sob a alegação de reserva do possível, será aqui cabível o controle judicial,
pois o não agir do Estado configurará uma omissão inconstitucional, a ser sanada
com base na ideia de razoabilidade e proporcionalidade, de modo a preponderar, entre
essas escolhas trágicas, aquela que preserve a dignidade humana, em detrimento da
mera alegação de insuficiência financeira do Poder Público.
Sim.
Por óbvio que, nesse tipo de questão, é impossível prever todas as nuances que
o candidato pode abordar em sua resposta, por ser o tema extremamente aberto. A
ideia, aqui, é que os conceitos básicos requeridos pela questão sejam tratados e
devidamente conectados.
APLICAÇÃO NO Diante das lições acima, deve o aluno frisar a excepcionalidade desse
STF DO controle, que representa meio de exercício do ativismo judicial, o qual
CONTROLE deve conjugar o princípio da separação dos poderes, o princípio
JUDICIAL DE democrático e o princípio da inafastabilidade da função jurisdicional.
POLÍTICAS Por conta disso, segundo o STF, sua ocorrência requer a observância
PÚBLICAS - dos seguintes requisitos: (1) respeito ao mínimo existencial; (2)
REQUISITOS disponibilidade financeira do Estado; (3) razoabilidade da medida
demandada ao Poder Público.