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Tribunal de Justiça

(Oficial Escrevente)
Direito Criminal e Processual
Prof. Joerberth Nunes
Direito Criminal e Processual

Professor: Joerberth Nunes

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Direito Criminal

CÓDIGO PENAL

DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.

TÍTULO XI § 3º No caso do parágrafo anterior, a repa-


Dos Crimes Contra a Administração ração do dano, se precede à sentença irre-
corrível, extingue a punibilidade; se lhe é
Pública
posterior, reduz de metade a pena imposta.

CAPÍTULO I Peculato mediante erro de outrem


DOS CRIMES PRATICADOS POR Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL por erro de outrem:

Peculato Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de Inserção de dados falsos em sistema de


dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
público ou particular, de que tem a posse em ra-
zão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário au-
ou alheio: torizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos siste-
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. mas informatizados ou bancos de dados da Ad-
ministração Pública com o fim de obter vantagem
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcio- indevida para si ou para outrem ou para causar
nário público, embora não tendo a posse do dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-
corre para que seja subtraído, em proveito Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
que lhe proporciona a qualidade de funcio-
nário. Modificação ou alteração não autorizada de
sistema de informações (Incluído pela Lei nº
Peculato culposo 9.983, de 2000)

§ 2º Se o funcionário concorre culposamen- Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,


te para o crime de outrem: sistema de informações ou programa de infor-
mática sem autorização ou solicitação de auto-
Pena – detenção, de três meses a um ano.
ridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

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Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) Corrupção passiva
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000) Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
Parágrafo único. As penas são aumentadas da função ou antes de assumi-la, mas em razão
de um terço até a metade se da modificação dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
ou alteração resulta dano para a de tal vantagem:
Administração Pública ou para o administra-
do.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se,
documento
em conseqüência da vantagem ou promes-
sa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer docu-
car qualquer ato de ofício ou o pratica in-
mento, de que tem a guarda em razão do cargo;
fringindo dever funcional.
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de pra-
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato
ticar ou retarda ato de ofício, com infração
não constitui crime mais grave.
de dever funcional, cedendo a pedido ou
influência de outrem:
Concussão
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou multa.
indiretamente, ainda que fora da função ou an-
tes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem Prevaricação
indevida:
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevi-
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
posição expressa de lei, para satisfazer interesse
Excesso de exação ou sentimento pessoal:
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou Pena – detenção, de três meses a um ano, e
contribuição social que sabe ou deveria multa.
saber indevido, ou, quando devido, emprega
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/
a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nºou agente público, de cumprir seu dever de ve-
8.137, de 27.12.1990) dar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e com outros presos ou com o ambiente externo:
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
27.12.1990)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito
próprio ou de outrem, o que recebeu inde- Condescendência criminosa
vidamente para recolher aos cofres públicos:
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência,
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. de responsabilizar subordinado que cometeu in-
fração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento
da autoridade competente:

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Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à


multa. Administração Pública ou a outrem: (Incluí-
do pela Lei nº 9.983, de 2000)
Violência arbitrária Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 322. Praticar violência, no exercício de fun-
ção ou a pretexto de exercê-la:
Funcionário público
Pena – detenção, de seis meses a três anos,
além da pena correspondente à violência. Art. 327. Considera-se funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoria-
mente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
Abandono de função prego ou função pública.
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos ca- § 1º Equipara-se a funcionário público
sos permitidos em lei: quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou
empresa prestadora de serviço contratada
multa.
ou conveniada para a execução de ativida-
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público: de típica da Administração Pública. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de três meses a um ano, e
multa. § 2º A pena será aumentada da terça parte
quando os autores dos crimes previstos nes-
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendi- te Capítulo forem ocupantes de cargos em
do na faixa de fronteira: comissão ou de função de direção ou asses-
Pena – detenção, de um a três anos, e multa. soramento de órgão da administração dire-
ta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder
Violação de sigilo funcional público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-
zão do cargo e que deva permanecer em segre-
do, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre
quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição,
fornecimento e empréstimo de senha ou
qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações
ou banco de dados da Administração Públi-
ca; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso
restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Direito Processual Penal

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

TÍTULO X II – a sede da jurisdição de um e de outro;


III – o fim para que é feita a citação, com
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o
CAPÍTULO I réu deverá comparecer.
DAS CITAÇÕES
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz de-
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, precante, independentemente de traslado, de-
quando o réu estiver no território sujeito à juris- pois de lançado o «cumpra-se» e de feita a cita-
dição do juiz que a houver ordenado. ção por mandado do juiz deprecado.

Art. 352. O mandado de citação indicará: § 1º Verificado que o réu se encontra em


território sujeito à jurisdição de outro juiz,
I – o nome do juiz; a este remeterá o juiz deprecado os autos
II – o nome do querelante nas ações para efetivação da diligência, desde que
iniciadas por queixa; haja tempo para fazer-se a citação.

III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, § 2º Certificado pelo oficial de justiça que o
os seus sinais característicos; réu se oculta para não ser citado, a preca-
tória será imediatamente devolvida, para o
IV – a residência do réu, se for conhecida; fim previsto no art. 362.
V – o fim para que é feita a citação; Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que
conterá em resumo os requisitos enumerados
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que no art. 354, poderá ser expedida por via tele-
o réu deverá comparecer; gráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do que a estação expedidora mencionará.
juiz. Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
Art. 353. Quando o réu estiver fora do territó- I – leitura do mandado ao citando pelo ofi-
rio da jurisdição do juiz processante, será citado cial e entrega da contrafé, na qual se men-
mediante precatória. cionarão dia e hora da citação;
Art. 354 – A. precatória indicará: II – declaração do oficial, na certidão, da en-
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante; trega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.

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Art. 358. A citação do militar far-se-á por guintes deste Código. (Incluído pela Lei nº
intermédio do chefe do respectivo serviço. 11.719, de 2008).
Art. 359. O dia designado para funcionário Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo
público comparecer em juízo, como acusado, será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (no-
será notificado assim a ele como ao chefe de venta) dias, de acordo com as circunstâncias, e,
sua repartição. no caso de no II, o prazo será de trinta dias.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoal- Art. 365. O edital de citação indicará:
mente citado. (Redação dada pela Lei nº 10.792,
de 1º.12.2003) I – o nome do juiz que a determinar;

Art. 361. Se o réu não for encontrado, será II – o nome do réu, ou, se não for conheci-
citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) do, os seus sinais característicos, bem como
dias. sua residência e profissão, se constarem do
processo;
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para
não ser citado, o oficial de justiça certificará a III – o fim para que é feita a citação;
ocorrência e procederá à citação com hora cer- IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que
ta, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da o réu deverá comparecer;
Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Códi-
go de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº V – o prazo, que será contado do dia da pu-
11.719, de 2008). blicação do edital na imprensa, se houver,
ou da sua afixação.
Parágrafo único. Completada a citação com
hora certa, se o acusado não comparecer, Parágrafo único. O edital será afixado à por-
ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Inclu- ta do edifício onde funcionar o juízo e será
ído pela Lei nº 11.719, de 2008). publicado pela imprensa, onde houver, de-
vendo a afixação ser certificada pelo oficial
Art. 363. O processo terá completada a sua for- que a tiver feito e a publicação provada por
mação quando realizada a citação do acusado. exemplar do jornal ou certidão do escrivão,
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). da qual conste a página do jornal com a
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº data da publicação.
11.719, de 2008). Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº comparecer, nem constituir advogado, ficarão
11.719, de 2008). suspensos o processo e o curso do prazo pres-
cricional, podendo o juiz determinar a produção
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será antecipada das provas consideradas urgentes
procedida a citação por edital. (Incluído e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos
pela Lei nº 11.719, de 2008). termos do disposto no art. 312. (Redação dada
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, 11.719, de 2008)
de 2008).
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008). § 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4º Comparecendo o acusado citado por Art. 367. O processo seguirá sem a presença do
edital, em qualquer tempo, o processo acusado que, citado ou intimado pessoalmente
observará o disposto nos arts. 394 e se- para qualquer ato, deixar de comparecer sem
motivo justificado, ou, no caso de mudança de

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residência, não comunicar o novo endereço Art. 371. Será admissível a intimação por despa-
ao juízo. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de cho na petição em que for requerida, observado
17.4.1996) o disposto no art. 357.
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instru-
lugar sabido, será citado mediante carta rogató- ção criminal, o juiz marcará desde logo, na pre-
ria, suspendendo-se o curso do prazo de pres- sença das partes e testemunhas, dia e hora para
crição até o seu cumprimento. (Redação dada seu prosseguimento, do que se lavrará termo
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) nos autos.
Art. 369. As citações que houverem de ser
feitas em legações estrangeiras serão efetuadas
mediante carta rogatória. (Redação dada pela
LIVRO II
Lei nº 9.271, de 17.4.1996) DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE

TÍTULO I
CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES Do Processo Comum

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das tes-


temunhas e demais pessoas que devam tomar CAPÍTULO I
conhecimento de qualquer ato, será observa- DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
do, no que for aplicável, o disposto no Capítu-
lo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de Art. 394. O procedimento será comum ou espe-
17.4.1996) cial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1º A intimação do defensor constituído, § 1º O procedimento comum será ordinário,


do advogado do querelante e do assistente sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei
far-se-á por publicação no órgão incumbido nº 11.719, de 2008).
da publicidade dos atos judiciais da I – ordinário, quando tiver por objeto crime
comarca, incluindo, sob pena de nulidade, cuja sanção máxima cominada for igual ou
o nome do acusado. (Redação dada pela Lei superior a 4 (quatro) anos de pena privativa
nº 9.271, de 17.4.1996) de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719,
§ 2º Caso não haja órgão de publicação de 2008).
dos atos judiciais na comarca, a intimação II – sumário, quando tiver por objeto crime
far-se-á diretamente pelo escrivão, por cuja sanção máxima cominada seja inferior
mandado, ou via postal com comprovante a 4 (quatro) anos de pena privativa de liber-
de recebimento, ou por qualquer outro dade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
meio idôneo.(Redação dada pela Lei nº
9.271, de 17.4.1996) III – sumaríssimo, para as infrações penais
de menor potencial ofensivo, na forma da
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
dispensará a aplicação a que alude o § 1o.
(Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) § 2º Aplica-se a todos os processos o
procedimento comum, salvo disposições
§ 4º A intimação do Ministério Público e do em contrário deste Código ou de lei
defensor nomeado será pessoal. (Incluído especial. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 2008).

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§ 3º Nos processos de competência do ções, especificar as provas pretendidas e arrolar
Tribunal do Júri, o procedimento observará testemunhas, qualificando-as e requerendo sua
as disposições estabelecidas nos arts. 406 intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei
a 497 deste Código. (Incluído pela Lei nº nº 11.719, de 2008).
11.719, de 2008).
§ 1º A exceção será processada em
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 des- apartado, nos termos dos arts. 95 a 112
te Código aplicam-se a todos os procedi- deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719,
mentos penais de primeiro grau, ainda que de 2008).
não regulados neste Código. (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008). § 2º Não apresentada a resposta no prazo
legal, ou se o acusado, citado, não constituir
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente defensor, o juiz nomeará defensor para ofe-
aos procedimentos especial, sumário recê-la, concedendo-lhe vista dos autos por
e sumaríssimo as disposições do 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719,
procedimento ordinário. (Incluído pela Lei de 2008).
nº 11.719, de 2008).
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz de-
quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de verá absolver sumariamente o acusado quando
2008). verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
I – for manifestamente inepta; (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008). I – a existência manifesta de causa exclu-
dente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei
II – faltar pressuposto processual ou condi- nº 11.719, de 2008).
ção para o exercício da ação penal; ou (In-
cluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II – a existência manifesta de causa ex-
cludente da culpabilidade do agente, sal-
III – faltar justa causa para o exercício da vo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº
ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 11.719, de 2008).
2008).
III – que o fato narrado evidentemente não
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº
Lei nº 11.719, de 2008). 11.719, de 2008).
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e IV – extinta a punibilidade do agente. (Inclu-
sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, ído pela Lei nº 11.719, de 2008).
se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e or-
denará a citação do acusado para responder à Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 2008).
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz
Parágrafo único. No caso de citação por edi- designará dia e hora para a audiência, ordenan-
tal, o prazo para a defesa começará a fluir a do a intimação do acusado, de seu defensor, do
partir do comparecimento pessoal do acu- Ministério Público e, se for o caso, do querelan-
sado ou do defensor constituído. (Redação te e do assistente. (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 11.719, de 2008).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá ar- § 1º O acusado preso será requisitado
güir preliminares e alegar tudo o que interesse para comparecer ao interrogatório,
à sua defesa, oferecer documentos e justifica- devendo o poder público providenciar sua

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apresentação. (Incluído pela Lei nº 11.719, circunstâncias ou fatos apurados na instrução.


de 2008). (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá Art. 403. Não havendo requerimento de dili-
proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº gências, ou sendo indeferido, serão oferecidas
11.719, de 2008). alegações finais orais por 20 (vinte) minutos,
respectivamente, pela acusação e pela defesa,
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamen- prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o
to, a ser realizada no prazo máximo de 60 (ses- juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei
senta) dias, proceder-se-á à tomada de declara- nº 11.719, de 2008).
ções do ofendido, à inquirição das testemunhas
arroladas pela acusação e pela defesa, nesta § 1º Havendo mais de um acusado, o tempo
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 des- previsto para a defesa de cada um será
te Código, bem como aos esclarecimentos dos individual. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
peritos, às acareações e ao reconhecimento de 2008).
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida,
o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de § 2º Ao assistente do Ministério Público,
2008). após a manifestação desse, serão concedi-
dos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por
§ 1º As provas serão produzidas numa igual período o tempo de manifestação
só audiência, podendo o juiz indeferir as da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
consideradas irrelevantes, impertinentes 2008).
ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008). § 3º O juiz poderá, considerada a
complexidade do caso ou o número de
§ 2º Os esclarecimentos dos peritos acusados, conceder às partes o prazo de 5
dependerão de prévio requerimento das (cinco) dias sucessivamente para a apresen-
partes. (Incluído pela Lei nº 11.719, de tação de memoriais. Nesse caso, terá o pra-
2008). zo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas
até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusa- Art. 404. Ordenado diligência considerada im-
ção e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela prescindível, de ofício ou a requerimento da
Lei nº 11.719, de 2008). parte, a audiência será concluída sem as alega-
ções finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719,
§ 1º Nesse número não se compreendem de 2008).
as que não prestem compromisso e as
referidas. (Incluído pela Lei nº 11.719, de Parágrafo único. Realizada, em seguida,
2008). a diligência determinada, as partes
apresentarão, no prazo sucessivo de 5
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição (cinco) dias, suas alegações finais, por me-
de qualquer das testemunhas arroladas, morial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz
ressalvado o disposto no art. 209 deste proferirá a sentença.(Incluído pela Lei nº
Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 11.719, de 2008).
2008).
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavra-
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da au- do termo em livro próprio, assinado pelo juiz e
diência, o Ministério Público, o querelante e o pelas partes, contendo breve resumo dos fatos
assistente e, a seguir, o acusado poderão reque- relevantes nela ocorridos. (Redação dada pela
rer diligências cuja necessidade se origine de Lei nº 11.719, de 2008).

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§ 1º Sempre que possível, o registro dos cações, especificar as provas pretendidas
depoimentos do investigado, indiciado, e arrolar testemunhas, até o máximo de 8
ofendido e testemunhas será feito pelos (oito), qualificando-as e requerendo sua in-
meios ou recursos de gravação magnética, timação, quando necessário. (Incluído pela
estenotipia, digital ou técnica similar, Lei nº 11.689, de 2008)
inclusive audiovisual, destinada a obter
maior fidelidade das informações. (Incluído Art. 407. As exceções serão processadas em
pela Lei nº 11.719, de 2008). apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
§ 2º No caso de registro por meio 2008)
audiovisual, será encaminhado às partes
cópia do registro original, sem necessidade Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo
de transcrição. (Incluído pela Lei nº 11.719, legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-
de 2008). -la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista
dos autos. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá
CAPÍTULO II o Ministério Público ou o querelante sobre
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS Art. 410. O juiz determinará a inquirição das


PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO testemunhas e a realização das diligências
requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10
TRIBUNAL DO JÚRI
(dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
Seção I
DA ACUSAÇÃO E DA INSTRUÇÃO Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-
PRELIMINAR se-á à tomada de declarações do ofendido, se
possível, à inquirição das testemunhas arroladas
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a pela acusação e pela defesa, nesta ordem,
queixa, ordenará a citação do acusado para res- bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
ponder a acusação, por escrito, no prazo de 10 acareações e ao reconhecimento de pessoas e
(dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado
2008) e procedendo-se o debate. (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo
será contado a partir do efetivo cumprimen- § 1º Os esclarecimentos dos peritos
to do mandado ou do comparecimento, em dependerão de prévio requerimento e de
juízo, do acusado ou de defensor constituí- deferimento pelo juiz. (Incluído pela Lei nº
do, no caso de citação inválida ou por edital. 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2º As provas serão produzidas em uma
§ 2º A acusação deverá arrolar testemunhas, só audiência, podendo o juiz indeferir as
até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na consideradas irrelevantes, impertinentes
queixa. ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
§ 3º Na resposta, o acusado poderá argüir
preliminares e alegar tudo que interesse a § 3º Encerrada a instrução probatória,
sua defesa, oferecer documentos e justifi- observar-se-á, se for o caso, o disposto no

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art. 384 deste Código. (Incluído pela Lei nº Seção II


11.689, de 2008) DA PRONÚNCIA, DA IMPRONÚNCIA E
§ 4º As alegações serão orais, concedendo- DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
se a palavra, respectivamente, à acusação e
à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
prorrogáveis por mais 10 (dez). (Incluído 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 413. O juiz, fundamentadamente,
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o pronunciará o acusado, se convencido da
tempo previsto para a acusação e a defesa materialidade do fato e da existência de indícios
de cada um deles será individual. (Incluído suficientes de autoria ou de participação. (Re-
pela Lei nº 11.689, de 2008) dação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, § 1º A fundamentação da pronúncia limitar-
após a manifestação deste, serão se-á à indicação da materialidade do fato
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando- e da existência de indícios suficientes de
se por igual período o tempo de autoria ou de participação, devendo o juiz
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei declarar o dispositivo legal em que julgar in-
nº 11.689, de 2008) curso o acusado e especificar as circunstân-
cias qualificadoras e as causas de aumento
§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo
de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
quando imprescindível à prova faltante,
2008)
determinando o juiz a condução coercitiva
de quem deva comparecer. (Incluído pela § 2º Se o crime for afiançável, o juiz
Lei nº 11.689, de 2008) arbitrará o valor da fiança para a concessão
ou manutenção da liberdade provisória.
§ 8º A testemunha que comparecer será in-
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
quirida, independentemente da suspensão
da audiência, observada em qualquer caso § 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso
a ordem estabelecida no caput deste artigo. de manutenção, revogação ou substituição
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) da prisão ou medida restritiva de liberdade
anteriormente decretada e, tratando-se
§ 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá
de acusado solto, sobre a necessidade
a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias,
da decretação da prisão ou imposição de
ordenando que os autos para isso lhe sejam
quaisquer das medidas previstas no Título
conclusos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei
2008)
nº 11.689, de 2008)
Art. 412. O procedimento será concluído no
Art. 414. Não se convencendo da materialidade
prazo máximo de 90 (noventa) dias. (Redação
do fato ou da existência de indícios suficientes
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
de autoria ou de participação, o juiz, fundamen-
tadamente, impronunciará o acusado. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a
extinção da punibilidade, poderá ser for-
mulada nova denúncia ou queixa se houver
prova nova. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)

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Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absol- Parágrafo único. Remetidos os autos do
verá desde logo o acusado, quando: (Redação processo a outro juiz, à disposição deste fi-
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) cará o acusado preso. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia
será feita: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
II – provado não ser ele autor ou partícipe 2008)
do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008) I – pessoalmente ao acusado, ao defensor
nomeado e ao Ministério Público; (Incluído
III – o fato não constituir infração penal; pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – ao defensor constituído, ao querelante
IV – demonstrada causa de isenção de pena e ao assistente do Ministério Público, na
ou de exclusão do crime. (Redação dada forma do disposto no § 1o do art. 370 des-
pela Lei nº 11.689, de 2008) te Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
Parágrafo único. Não se aplica o disposto 2008)
no inciso IV do caput deste artigo ao caso Parágrafo único. Será intimado por edital o
de inimputabilidade prevista no caput do acusado solto que não for encontrado. (In-
art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de de- cluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
zembro de 1940 – Código Penal, salvo quan-
do esta for a única tese defensiva. (Incluído Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os
pela Lei nº 11.689, de 2008) autos serão encaminhados ao juiz presidente
do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia 11.689, de 2008)
ou de absolvição sumária caberá apelação.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 1º Ainda que preclusa a decisão de
pronúncia, havendo circunstância
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de superveniente que altere a classificação do
participação de outras pessoas não incluídas na crime, o juiz ordenará a remessa dos autos
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
o acusado, determinará o retorno dos autos 11.689, de 2008)
ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias,
aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. § 2º Em seguida, os autos serão conclusos
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) ao juiz para decisão. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição
jurídica diversa da constante da acusação, Seção III
embora o acusado fique sujeito a pena mais DA PREPARAÇÃO DO PROCESSO
grave. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de PARA JULGAMENTO EM PLENÁRIO
2008)
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
discordância com a acusação, da existência de 2008)
crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74
deste Código e não for competente para o jul- Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do
gamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. Tribunal do Júri determinará a intimação do
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) órgão do Ministério Público ou do querelante,
no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo
de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemu-

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nhas que irão depor em plenário, até o máximo § 1º Nas comarcas onde for necessário,
de 5 (cinco), oportunidade em que poderão jun- poderá ser aumentado o número de jurados
tar documentos e requerer diligência. (Redação e, ainda, organizada lista de suplentes,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) depositadas as cédulas em urna especial,
com as cautelas mencionadas na parte final
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos do § 3o do art. 426 deste Código. (Incluído
de provas a serem produzidas ou exibidas no pela Lei nº 11.689, de 2008)
plenário do júri, e adotadas as providências de-
vidas, o juiz presidente: (Redação dada pela Lei § 2º O juiz presidente requisitará às
nº 11.689, de 2008) autoridades locais, associações de classe
e de bairro, entidades associativas e
I – ordenará as diligências necessárias para culturais, instituições de ensino em geral,
sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato universidades, sindicatos, repartições
que interesse ao julgamento da causa; (In- públicas e outros núcleos comunitários
cluído pela Lei nº 11.689, de 2008) a indicação de pessoas que reúnam as
II – fará relatório sucinto do processo, de- condições para exercer a função de jurado.
terminando sua inclusão em pauta da reu- (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
nião do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação
nº 11.689, de 2008) das respectivas profissões, será publicada pela
Art. 424. Quando a lei local de organização imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano
judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal e divulgada em editais afixados à porta do Tri-
do Júri o preparo para julgamento, o juiz bunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
competente remeter-lhe-á os autos do processo de 2008)
preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a § 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou
que se refere o art. 433 deste Código. (Redação mediante reclamação de qualquer do povo
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) ao juiz presidente até o dia 10 de novembro,
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, data de sua publicação definitiva. (Incluído
também, os processos preparados até o en- pela Lei nº 11.689, de 2008)
cerramento da reunião, para a realização § 2º Juntamente com a lista, serão
de julgamento. (Redação dada pela Lei nº transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção IV § 3º Os nomes e endereços dos alistados,
DO ALISTAMENTO DOS JURADOS em cartões iguais, após serem verificados
na presença do Ministério Público, de
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de advogado indicado pela Seção local da
2008) Ordem dos Advogados do Brasil e de
defensor indicado pelas Defensorias
Art. 425. Anualmente, serão alistados Públicas competentes, permanecerão guar-
pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 dados em urna fechada a chave, sob a res-
(oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) ponsabilidade do juiz presidente. (Incluído
jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um pela Lei nº 11.689, de 2008)
milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700
(setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 § 4º O jurado que tiver integrado o Conselho
(cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 de Sentença nos 12 (doze) meses que
(quatrocentos) nas comarcas de menor popula- antecederem à publicação da lista geral fica
ção. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) dela excluído. (Incluído pela Lei nº 11.689,
de 2008)

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§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado
será, obrigatoriamente, completada. do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Seção V § 1º Para a contagem do prazo referido


DO DESAFORAMENTO neste artigo, não se computará o tempo de
adiamentos, diligências ou incidentes de
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de interesse da defesa. (Incluído pela Lei nº
2008) 11.689, de 2008)
§ 2º Não havendo excesso de serviço
Art. 427. Se o interesse da ordem pública ou existência de processos aguardando
o reclamar ou houver dúvida sobre a julgamento em quantidade que ultrapasse
imparcialidade do júri ou a segurança pessoal a possibilidade de apreciação pelo Tribunal
do acusado, o Tribunal, a requerimento do do Júri, nas reuniões periódicas previstas
Ministério Público, do assistente, do querelante para o exercício, o acusado poderá requerer
ou do acusado ou mediante representação ao Tribunal que determine a imediata
do juiz competente, poderá determinar o realização do julgamento. (Incluído pela Lei
desaforamento do julgamento para outra nº 11.689, de 2008)
comarca da mesma região, onde não existam
aqueles motivos, preferindo-se as mais próxi- Seção VI
mas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) DA ORGANIZAÇÃO DA PAUTA
§ 1º O pedido de desaforamento será
distribuído imediatamente e terá (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
preferência de julgamento na Câmara ou
Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize
Turma competente. (Incluído pela Lei nº
alteração na ordem dos julgamentos, terão pre-
11.689, de 2008)
ferência: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
§ 2º Sendo relevantes os motivos 2008)
alegados, o relator poderá determinar,
I – os acusados presos; (Incluído pela Lei nº
fundamentadamente, a suspensão do
11.689, de 2008)
julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008) II – dentre os acusados presos, aqueles
que estiverem há mais tempo na prisão;
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
a medida não tiver sido por ele solicitada.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) III – em igualdade de condições, os
precedentemente pronunciados. (Incluído
§ 4º Na pendência de recurso contra a
pela Lei nº 11.689, de 2008)
decisão de pronúncia ou quando efetivado
o julgamento, não se admitirá o pedido § 1º Antes do dia designado para o primeiro
de desaforamento, salvo, nesta última julgamento da reunião periódica, será
hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou afixada na porta do edifício do Tribunal do
após a realização de julgamento anulado. Júri a lista dos processos a serem julgados,
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) obedecida a ordem prevista no caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Art. 428. O desaforamento também poderá
2008)
ser determinado, em razão do comprovado
excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a § 2º O juiz presidente reservará datas na
parte contrária, se o julgamento não puder ser mesma reunião periódica para a inclusão

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de processo que tiver o julgamento adiado. Art. 434. Os jurados sorteados serão convoca-
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) dos pelo correio ou por qualquer outro meio
hábil para comparecer no dia e hora designados
Art. 430. O assistente somente será admitido se para a reunião, sob as penas da lei. (Redação
tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
antes da data da sessão na qual pretenda atuar.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. No mesmo expediente de
convocação serão transcritos os arts. 436
Art. 431. Estando o processo em ordem, o a 446 deste Código. (Incluído pela Lei nº
juiz presidente mandará intimar as partes, o 11.689, de 2008)
ofendido, se for possível, as testemunhas e os
peritos, quando houver requerimento, para a Art. 435. Serão afixados na porta do edifício
sessão de instrução e julgamento, observan- do Tribunal do Júri a relação dos jurados
do, no que couber, o disposto no art. 420 deste convocados, os nomes do acusado e dos
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de procuradores das partes, além do dia, hora e
2008) local das sessões de instrução e julgamento.(Re-
dação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção VII
DO SORTEIO E DA CONVOCAÇÃO DOS Seção VIII
JURADOS DA FUNÇÃO DO JURADO

(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alis-
juiz presidente determinará a intimação do Mi- tamento compreenderá os cidadãos maiores de
nistério Público, da Ordem dos Advogados do 18 (dezoito) anos de notória idoneidade. (Reda-
Brasil e da Defensoria Pública para acompanha- ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
rem, em dia e hora designados, o sorteio dos ju-
§ 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído
rados que atuarão na reunião periódica. (Reda-
dos trabalhos do júri ou deixar de ser alis-
ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
tado em razão de cor ou etnia, raça, credo,
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á sexo, profissão, classe social ou econômica,
a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas origem ou grau de instrução. (Incluído pela
até completar o número de 25 (vinte e cinco) ju- Lei nº 11.689, de 2008)
rados, para a reunião periódica ou extraordiná-
§ 2º A recusa injustificada ao serviço do júri
ria. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
acarretará multa no valor de 1 (um) a 10
§ 1º O sorteio será realizado entre o 15o (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de
(décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil an- acordo com a condição econômica do jura-
tecedente à instalação da reunião. (Incluído do. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: (Reda-
§ 2º A audiência de sorteio não será adiada ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
pelo não comparecimento das partes.
I – o Presidente da República e os Ministros
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
de Estado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu 2008)
nome novamente incluído para as reuniões
II – os Governadores e seus respectivos Se-
futuras. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
cretários; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)
2008)

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III – os membros do Congresso Nacional, Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado
das Assembléias Legislativas e das Câmaras constituirá serviço público relevante e estabele-
Distrital e Municipais; (Incluído pela Lei nº cerá presunção de idoneidade moral. (Redação
11.689, de 2008) dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV – os Prefeitos Municipais; (Incluído pela Art. 440. Constitui também direito do jurado, na
Lei nº 11.689, de 2008) condição do art. 439 deste Código, preferência,
em igualdade de condições, nas licitações pú-
V – os Magistrados e membros do Ministé- blicas e no provimento, mediante concurso, de
rio Público e da Defensoria Pública; (Incluí- cargo ou função pública, bem como nos casos
do pela Lei nº 11.689, de 2008) de promoção funcional ou remoção voluntária.
VI – os servidores do Poder Judiciário, do (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Ministério Público e da Defensoria Pública; Art. 441. Nenhum desconto será feito nos venci-
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) mentos ou salário do jurado sorteado que com-
VII – as autoridades e os servidores da polí- parecer à sessão do júri. (Redação dada pela Lei
cia e da segurança pública; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
nº 11.689, de 2008) Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima,
VIII – os militares em serviço ativo; (Incluído deixar de comparecer no dia marcado para a
pela Lei nº 11.689, de 2008) sessão ou retirar-se antes de ser dispensado
pelo presidente será aplicada multa de 1 (um)
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de
anos que requeiram sua dispensa; (Incluído acordo com a sua condição econômica. (Reda-
pela Lei nº 11.689, de 2008) ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
X – aqueles que o requererem, demonstran- Art. 443. Somente será aceita escusa fundada
do justo impedimento. (Incluído pela Lei nº em motivo relevante devidamente comprovado
11.689, de 2008) e apresentada, ressalvadas as hipóteses de for-
ça maior, até o momento da chamada dos jura-
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em
dos.(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
convicção religiosa, filosófica ou política impor-
tará no dever de prestar serviço alternativo, sob Art. 444. O jurado somente será dispensado por
pena de suspensão dos direitos políticos, en- decisão motivada do juiz presidente, consigna-
quanto não prestar o serviço imposto. (Redação da na ata dos trabalhos. (Redação dada pela Lei
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) nº 11.689, de 2008)
§ 1º Entende-se por serviço alternativo o Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a
exercício de atividades de caráter adminis- pretexto de exercê-la, será responsável crimi-
trativo, assistencial, filantrópico ou mesmo nalmente nos mesmos termos em que o são
produtivo, no Poder Judiciário, na Defenso- os juízes togados. (Redação dada pela Lei nº
ria Pública, no Ministério Público ou em en- 11.689, de 2008)
tidade conveniada para esses fins. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 446. Aos suplentes, quando convocados,
serão aplicáveis os dispositivos referentes às
§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo aten- dispensas, faltas e escusas e à equiparação de
dendo aos princípios da proporcionalida- responsabilidade penal prevista no art. 445 des-
de e da razoabilidade. (Incluído pela Lei nº te Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
11.689, de 2008) 2008)

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Seção IX da causa determinante do julgamento pos-


DA COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO terior; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
JÚRI E DA FORMAÇÃO DO CONSELHO II – no caso do concurso de pessoas, houver
DE SENTENÇA integrado o Conselho de Sentença que jul-
gou o outro acusado; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 III – tiver manifestado prévia disposição
(um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte para condenar ou absolver o acusado. (In-
e cinco) jurados que serão sorteados dentre os cluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Con-
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco
selho de Sentença em cada sessão de julgamen-
ou relação de convivência, servirá o que houver
to. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
sido sorteado em primeiro lugar. (Redação dada
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo pela Lei nº 11.689, de 2008)
Conselho: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Art. 451. Os jurados excluídos por impedimen-
2008)
to, suspeição ou incompatibilidade serão con-
I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº siderados para a constituição do número legal
11.689, de 2008) exigível para a realização da sessão. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – ascendente e descendente; (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença pode-
rá conhecer de mais de um processo, no mes-
III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela mo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em
Lei nº 11.689, de 2008) que seus integrantes deverão prestar novo com-
IV – irmãos e cunhados, durante o cunha- promisso. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
dio; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 2008)

V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº Seção X


11.689, de 2008) DA REUNIÃO E DAS SESSÕES DE
VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluí-
TRIBUNAL DO JÚRI
do pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em
relação às pessoas que mantenham união Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as
estável reconhecida como entidade familiar. sessões de instrução e julgamento nos perí-
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) odos e na forma estabelecida pela lei local de
organização judiciária.(Redação dada pela Lei nº
§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto so- 11.689, de 2008)
bre os impedimentos, a suspeição e as in-
compatibilidades dos juízes togados. (Incluí- Art. 454. Até o momento de abertura dos traba-
do pela Lei nº 11.689, de 2008) lhos da sessão, o juiz presidente decidirá os ca-
sos de isenção e dispensa de jurados e o pedido
Art. 449. Não poderá servir o jurado que: (Reda- de adiamento de julgamento, mandando con-
ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008) signar em ata as deliberações. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – tiver funcionado em julgamento anterior
do mesmo processo, independentemente

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Art. 455. Se o Ministério Público não compare- recimento subscrito por ele e seu defensor.
cer, o juiz presidente adiará o julgamento para (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
o primeiro dia desimpedido da mesma reunião,
cientificadas as partes e as testemunhas. (Reda- Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, dei-
ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008) xar de comparecer, o juiz presidente, sem pre-
juízo da ação penal pela desobediência, aplicar-
Parágrafo único. Se a ausência não for jus- -lhe-á a multa prevista no § 2º do art. 436 deste
tificada, o fato será imediatamente comuni- Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
cado ao Procurador-Geral de Justiça com a 2008)
data designada para a nova sessão. (Incluí-
do pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço
do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 des-
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do te Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
advogado do acusado, e se outro não for por 2008)
este constituído, o fato será imediatamente co-
municado ao presidente da seccional da Ordem Art. 460. Antes de constituído o Conselho de
dos Advogados do Brasil, com a data designada Sentença, as testemunhas serão recolhidas a
para a nova sessão. (Redação dada pela Lei nº lugar onde umas não possam ouvir os depoi-
11.689, de 2008) mentos das outras. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
§ 1º Não havendo escusa legítima, o jul-
gamento será adiado somente uma vez, Art. 461. O julgamento não será adiado se a tes-
devendo o acusado ser julgado quando temunha deixar de comparecer, salvo se uma
chamado novamente. (Incluído pela Lei nº das partes tiver requerido a sua intimação por
11.689, de 2008) mandado, na oportunidade de que trata o art.
422 deste Código, declarando não prescindir do
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz depoimento e indicando a sua localização. (Re-
intimará a Defensoria Pública para o novo dação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
julgamento, que será adiado para o primei-
ro dia desimpedido, observado o prazo mí- § 1º Se, intimada, a testemunha não com-
nimo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº parecer, o juiz presidente suspenderá os
11.689, de 2008) trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará
o julgamento para o primeiro dia desimpe-
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo dido, ordenando a sua condução. (Incluído
não comparecimento do acusado solto, do as- pela Lei nº 11.689, de 2008)
sistente ou do advogado do querelante, que ti-
ver sido regularmente intimado.(Redação dada § 2º O julgamento será realizado mesmo na
pela Lei nº 11.689, de 2008) hipótese de a testemunha não ser encon-
trada no local indicado, se assim for certifi-
§ 1º Os pedidos de adiamento e as justifica- cado por oficial de justiça. (Incluído pela Lei
ções de não comparecimento deverão ser, nº 11.689, de 2008)
salvo comprovado motivo de força maior,
previamente submetidos à apreciação do Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos
juiz presidente do Tribunal do Júri.(Incluído arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente
pela Lei nº 11.689, de 2008) verificará se a urna contém as cédulas dos 25
(vinte e cinco) jurados sorteados, mandando
§ 2º Se o acusado preso não for conduzido, que o escrivão proceda à chamada deles. (Reda-
o julgamento será adiado para o primeiro ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
dia desimpedido da mesma reunião, salvo
se houver pedido de dispensa de compa- Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quin-
ze) jurados, o juiz presidente declarará instala-

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dos os trabalhos, anunciando o processo que Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo
será submetido a julgamento. (Redação dada retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a
pela Lei nº 11.689, de 2008) defesa e, depois dela, o Ministério Público po-
derão recusar os jurados sorteados, até 3 (três)
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certi- cada parte, sem motivar a recusa. (Redação
ficando a diligência nos autos. (Incluído pela dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. O jurado recusado imo-
§ 2º Os jurados excluídos por impedimen- tivadamente por qualquer das partes será
to ou suspeição serão computados para a excluído daquela sessão de instrução e jul-
constituição do número legal. (Incluído pela gamento, prosseguindo-se o sorteio para a
Lei nº 11.689, de 2008) composição do Conselho de Sentença com
Art. 464. Não havendo o número referido no os jurados remanescentes. (Incluído pela
art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio Lei nº 11.689, de 2008)
de tantos suplentes quantos necessários, e de- Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados,
signar-se-á nova data para a sessão do júri. (Re- as recusas poderão ser feitas por um só defen-
dação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) sor. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consig- § 1º A separação dos julgamentos somente
nados em ata, remetendo-se o expediente de ocorrerá se, em razão das recusas, não for
convocação, com observância do disposto nos obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados
arts. 434 e 435 deste Código. (Redação dada para compor o Conselho de Sentença. (In-
pela Lei nº 11.689, de 2008) cluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Con- § 2º Determinada a separação dos julga-
selho de Sentença, o juiz presidente esclarece- mentos, será julgado em primeiro lugar o
rá sobre os impedimentos, a suspeição e as in- acusado a quem foi atribuída a autoria do
compatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, -á o critério de preferência disposto no
de 2008) art. 429 deste Código. (Incluído pela Lei nº
§ 1º O juiz presidente também advertirá os 11.689, de 2008)
jurados de que, uma vez sorteados, não po- Art. 470. Desacolhida a argüição de impedi-
derão comunicar-se entre si e com outrem, mento, de suspeição ou de incompatibilidade
nem manifestar sua opinião sobre o pro- contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, ór-
cesso, sob pena de exclusão do Conselho e gão do Ministério Público, jurado ou qualquer
multa, na forma do § 2º do art. 436 deste funcionário, o julgamento não será suspenso,
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, devendo, entretanto, constar da ata o seu fun-
de 2008) damento e a decisão. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º A incomunicabilidade será certificada 11.689, de 2008)
nos autos pelo oficial de justiça. (Redação Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recu-
Art. 467. Verificando que se encontram na urna sa, não houver número para a formação do Con-
as cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz selho, o julgamento será adiado para o primeiro
presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a dia desimpedido, após sorteados os suplentes,
formação do Conselho de Sentença. (Redação com observância do disposto no art. 464 deste
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)

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Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o como a leitura de peças que se refiram, ex-
presidente, levantando-se, e, com ele, todos os clusivamente, às provas colhidas por carta
presentes, fará aos jurados a seguinte exorta- precatória e às provas cautelares, antecipa-
ção: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) das ou não repetíveis. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
Em nome da lei, concito-vos a exami-
nar esta causa com imparcialidade e a Art. 474. A seguir será o acusado interrogado,
proferir a vossa decisão de acordo com se estiver presente, na forma estabelecida no
a vossa consciência e os ditames da jus- Capítulo III do Título VII do Livro I deste Códi-
tiça. go, com as alterações introduzidas nesta Seção.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Os jurados, nominalmente chamados
pelo presidente, responderão: § 1º O Ministério Público, o assistente, o
querelante e o defensor, nessa ordem, po-
Assim o prometo. derão formular, diretamente, perguntas ao
Parágrafo único. O jurado, em seguida, re- acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
ceberá cópias da pronúncia ou, se for o de 2008)
caso, das decisões posteriores que julgaram § 2º Os jurados formularão perguntas por
admissível a acusação e do relatório do pro- intermédio do juiz presidente. (Redação
cesso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção XI § 3º Não se permitirá o uso de algemas no
DA INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO acusado durante o período em que perma-
necer no plenário do júri, salvo se absolu-
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) tamente necessário à ordem dos trabalhos,
à segurança das testemunhas ou à garantia
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jura- da integridade física dos presentes. (Incluí-
dos, será iniciada a instrução plenária quando o do pela Lei nº 11.689, de 2008)
juiz presidente, o Ministério Público, o assisten-
te, o querelante e o defensor do acusado toma- Art. 475. O registro dos depoimentos e do inter-
rão, sucessiva e diretamente, as declarações do rogatório será feito pelos meios ou recursos de
ofendido, se possível, e inquirirão as testemu- gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou
nhas arroladas pela acusação. (Redação dada técnica similar, destinada a obter maior fidelida-
pela Lei nº 11.689, de 2008) de e celeridade na colheita da prova. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1º Para a inquirição das testemunhas ar-
roladas pela defesa, o defensor do acusado Parágrafo único. A transcrição do registro,
formulará as perguntas antes do Ministério após feita a degravação, constará dos autos.
Público e do assistente, mantidos no mais a (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
ordem e os critérios estabelecidos neste ar-
tigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Seção XII
DOS DEBATES
§ 2º Os jurados poderão formular perguntas
ao ofendido e às testemunhas, por intermé- (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
dio do juiz presidente. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008) Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida
a palavra ao Ministério Público, que fará a acu-
§ 3º As partes e os jurados poderão reque- sação, nos limites da pronúncia ou das decisões
rer acareações, reconhecimento de pessoas posteriores que julgaram admissível a acusação,
e coisas e esclarecimento dos peritos, bem sustentando, se for o caso, a existência de cir-

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cunstância agravante. (Redação dada pela Lei nº II – ao silêncio do acusado ou à ausência


11.689, de 2008) de interrogatório por falta de requerimen-
to, em seu prejuízo. (Incluído pela Lei nº
§ 1º O assistente falará depois do Ministé- 11.689, de 2008)
rio Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008) Art. 479. Durante o julgamento não será per-
mitida a leitura de documento ou a exibição de
§ 2º Tratando-se de ação penal de iniciati- objeto que não tiver sido juntado aos autos com
va privada, falará em primeiro lugar o que- a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis,
relante e, em seguida, o Ministério Público, dando-se ciência à outra parte. (Redação dada
salvo se este houver retomado a titularida- pela Lei nº 11.689, de 2008)
de da ação, na forma do art. 29 deste Códi-
go. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Compreende-se na proibi-
ção deste artigo a leitura de jornais ou qual-
§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a de- quer outro escrito, bem como a exibição
fesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) de vídeos, gravações, fotografias, laudos,
§ 4º A acusação poderá replicar e a defesa quadros, croqui ou qualquer outro meio
treplicar, sendo admitida a reinquirição de assemelhado, cujo conteúdo versar sobre
testemunha já ouvida em plenário. (Incluí- a matéria de fato submetida à apreciação
do pela Lei nº 11.689, de 2008) e julgamento dos jurados. (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à de-
fesa será de uma hora e meia para cada, e de Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados po-
uma hora para a réplica e outro tanto para a derão, a qualquer momento e por intermédio
tréplica. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de do juiz presidente, pedir ao orador que indique
2008) a folha dos autos onde se encontra a peça por
ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos ju-
§ 1º Havendo mais de um acusador ou mais rados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclare-
de um defensor, combinarão entre si a dis- cimento de fato por ele alegado. (Redação dada
tribuição do tempo, que, na falta de acordo, pela Lei nº 11.689, de 2008)
será dividido pelo juiz presidente, de forma
a não exceder o determinado neste artigo. § 1º Concluídos os debates, o presidente
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) indagará dos jurados se estão habilitados a
julgar ou se necessitam de outros esclare-
§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o cimentos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
tempo para a acusação e a defesa será 2008)
acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao do-
bro o da réplica e da tréplica, observado o § 2º Se houver dúvida sobre questão de
disposto no § 1º deste artigo. (Incluído pela fato, o presidente prestará esclarecimen-
Lei nº 11.689, de 2008) tos à vista dos autos. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
Art. 478. Durante os debates as partes não po-
derão, sob pena de nulidade, fazer referências: § 3º Os jurados, nesta fase do procedimen-
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) to, terão acesso aos autos e aos instrumen-
tos do crime se solicitarem ao juiz presiden-
I – à decisão de pronúncia, às decisões pos- te. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
teriores que julgaram admissível a acusação
ou à determinação do uso de algemas como Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, re-
argumento de autoridade que beneficiem conhecida como essencial para o julgamento da
ou prejudiquem o acusado; (Incluído pela causa, não puder ser realizada imediatamente,
Lei nº 11.689, de 2008) o juiz presidente dissolverá o Conselho, orde-

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nando a realização das diligências entendidas pronúncia ou em decisões posteriores que
necessárias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, julgaram admissível a acusação. (Incluído
de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se a diligência consistir na § 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três)
produção de prova pericial, o juiz presiden- jurados, a qualquer dos quesitos referidos
te, desde logo, nomeará perito e formulará nos incisos I e II do caput deste artigo encer-
quesitos, facultando às partes também for- ra a votação e implica a absolvição do acu-
mulá-los e indicar assistentes técnicos, no sado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
prazo de 5 (cinco) dias. (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008) § 2º Respondidos afirmativamente por mais
de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos
Seção XIII incisos I e II do caput deste artigo será for-
DO QUESTIONÁRIO E SUA VOTAÇÃO mulado quesito com a seguinte redação:
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) O jurado absolve o acusado?
Art. 482. O Conselho de Sentença será questio- § 3º Decidindo os jurados pela condenação,
nado sobre matéria de fato e se o acusado deve o julgamento prossegue, devendo ser for-
ser absolvido. (Redação dada pela Lei nº 11.689, mulados quesitos sobre: (Incluído pela Lei
de 2008) nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Os quesitos serão redigi- I – causa de diminuição de pena alegada
dos em proposições afirmativas, simples e pela defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
distintas, de modo que cada um deles pos- 2008)
sa ser respondido com suficiente clareza e
necessária precisão. Na sua elaboração, o II – circunstância qualificadora ou causa de
presidente levará em conta os termos da aumento de pena, reconhecidas na pronún-
pronúncia ou das decisões posteriores que cia ou em decisões posteriores que julga-
julgaram admissível a acusação, do interro- ram admissível a acusação. (Incluído pela
gatório e das alegações das partes. (Incluído Lei nº 11.689, de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008) § 4º Sustentada a desclassificação da infra-
Art. 483. Os quesitos serão formulados na se- ção para outra de competência do juiz sin-
guinte ordem, indagando sobre: (Redação dada gular, será formulado quesito a respeito,
pela Lei nº 11.689, de 2008) para ser respondido após o 2º (segundo) ou
3º (terceiro) quesito, conforme o caso. (In-
I – a materialidade do fato; (Incluído pela cluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Lei nº 11.689, de 2008)
§ 5º Sustentada a tese de ocorrência do cri-
II – a autoria ou participação; (Incluído pela me na sua forma tentada ou havendo diver-
Lei nº 11.689, de 2008) gência sobre a tipificação do delito, sendo
este da competência do Tribunal do Júri, o
III – se o acusado deve ser absolvido; (Inclu-
juiz formulará quesito acerca destas ques-
ído pela Lei nº 11.689, de 2008)
tões, para ser respondido após o segundo
IV – se existe causa de diminuição de pena quesito. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
alegada pela defesa; (Incluído pela Lei nº 2008)
11.689, de 2008)
§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de
V – se existe circunstância qualificadora ou um acusado, os quesitos serão formulados
causa de aumento de pena reconhecidas na

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em séries distintas. (Incluído pela Lei nº de cada quesito, bem como o resultado do jul-
11.689, de 2008) gamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos
e indagará das partes se têm requerimento ou Parágrafo único. Do termo também consta-
reclamação a fazer, devendo qualquer deles, rá a conferência das cédulas não utilizadas.
bem como a decisão, constar da ata. (Redação (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão
Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz tomadas por maioria de votos. (Redação dada
presidente explicará aos jurados o significa- pela Lei nº 11.689, de 2008)
do de cada quesito. (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008) Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesi-
tos estiver em contradição com outra ou outras
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, já dadas, o presidente, explicando aos jurados
o juiz presidente, os jurados, o Ministério Pú- em que consiste a contradição, submeterá no-
blico, o assistente, o querelante, o defensor do vamente à votação os quesitos a que se referi-
acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir- rem tais respostas. (Redação dada pela Lei nº
-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a 11.689, de 2008)
votação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008) Parágrafo único. Se, pela resposta dada a
um dos quesitos, o presidente verificar que
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz presi- ficam prejudicados os seguintes, assim o
dente determinará que o público se retire, declarará, dando por finda a votação.(Inclu-
permanecendo somente as pessoas men- ído pela Lei nº 11.689, de 2008)
cionadas no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a
que se refere o art. 488 deste Código assina-
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes de do pelo presidente, pelos jurados e pelas par-
que não será permitida qualquer interven- tes. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
ção que possa perturbar a livre manifesta-
ção do Conselho e fará retirar da sala quem Seção XIV
se portar inconvenientemente. (Incluído DA SENTENÇA
pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de
cada quesito, o juiz presidente mandará distri- Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá
buir aos jurados pequenas cédulas, feitas de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 11.689,
papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 de 2008)
(sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) I – no caso de condenação: (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o ofi-
cial de justiça recolherá em urnas separadas a) fixará a pena-base; (Incluído pela Lei nº
as cédulas correspondentes aos votos e as não 11.689, de 2008)
utilizadas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de b) considerará as circunstâncias agravantes
2008) ou atenuantes alegadas nos debates; (Inclu-
Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e ído pela Lei nº 11.689, de 2008)
as cédulas não utilizadas, o presidente determi-
nará que o escrivão registre no termo a votação

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c) imporá os aumentos ou diminuições da trução e julgamento. (Redação dada pela Lei nº
pena, em atenção às causas admitidas pelo 11.689, de 2008)
júri; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Seção XV
d) observará as demais disposições do art. DA ATA DOS TRABALHOS
387 deste Código; (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
e) mandará o acusado recolher-se ou reco-
Art. 494. De cada sessão de julgamento o escri-
mendá-lo-á à prisão em que se encontra, se
vão lavrará ata, assinada pelo presidente e pe-
presentes os requisitos da prisão preventi-
las partes. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
va; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
f) estabelecerá os efeitos genéricos e espe-
Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as
cíficos da condenação; (Incluído pela Lei nº
ocorrências, mencionando obrigatoriamente:
11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
II – no caso de absolvição: (Redação dada
I – a data e a hora da instalação dos traba-
pela Lei nº 11.689, de 2008)
lhos; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
a) mandará colocar em liberdade o acusado 2008)
se por outro motivo não estiver preso; (Re-
II – o magistrado que presidiu a sessão e os
dação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
jurados presentes; (Redação dada pela Lei
b) revogará as medidas restritivas proviso- nº 11.689, de 2008)
riamente decretadas; (Redação dada pela
III – os jurados que deixaram de compa-
Lei nº 11.689, de 2008)
recer, com escusa ou sem ela, e as san-
c) imporá, se for o caso, a medida de se- ções aplicadas; (Redação dada pela Lei nº
gurança cabível. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou
§ 1º Se houver desclassificação da infração dispensa; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
para outra, de competência do juiz singu- de 2008)
lar, ao presidente do Tribunal do Júri caberá
V – o sorteio dos jurados suplentes; (Reda-
proferir sentença em seguida, aplicando-se,
ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
quando o delito resultante da nova tipifi-
cação for considerado pela lei como infra- VI – o adiamento da sessão, se houver ocor-
ção penal de menor potencial ofensivo, o rido, com a indicação do motivo; (Redação
disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei nº dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
9.099, de 26 de setembro de 1995. (Reda-
ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008) VII – a abertura da sessão e a presença do
Ministério Público, do querelante e do as-
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime sistente, se houver, e a do defensor do acu-
conexo que não seja doloso contra a vida sado; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
será julgado pelo juiz presidente do Tribunal 2008)
do Júri, aplicando-se, no que couber, o dis-
posto no § 1º deste artigo. (Redação dada VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso
pela Lei nº 11.689, de 2008) de não comparecimento; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo
presidente antes de encerrada a sessão de ins- IX – as testemunhas dispensadas de depor;
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

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X – o recolhimento das testemunhas a lugar II – requisitar o auxílio da força pública, que


de onde umas não pudessem ouvir o depoi- ficará sob sua exclusiva autoridade; (Reda-
mento das outras; (Redação dada pela Lei ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
nº 11.689, de 2008)
III – dirigir os debates, intervindo em caso
XI – a verificação das cédulas pelo juiz pre- de abuso, excesso de linguagem ou median-
sidente; (Redação dada pela Lei nº 11.689, te requerimento de uma das partes; (Reda-
de 2008) ção dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
XII – a formação do Conselho de Sentença, IV – resolver as questões incidentes que
com o registro dos nomes dos jurados sor- não dependam de pronunciamento do júri;
teados e recusas; (Redação dada pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
V – nomear defensor ao acusado, quan-
XIII – o compromisso e o interrogatório, do considerá-lo indefeso, podendo, neste
com simples referência ao termo; (Redação caso, dissolver o Conselho e designar novo
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) dia para o julgamento, com a nomeação ou
a constituição de novo defensor; (Redação
XIV – os debates e as alegações das partes dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
com os respectivos fundamentos; (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) VI – mandar retirar da sala o acusado que
dificultar a realização do julgamento, o qual
XV – os incidentes; (Redação dada pela Lei prosseguirá sem a sua presença; (Redação
nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
XVI – o julgamento da causa; (Redação dada VII – suspender a sessão pelo tempo indis-
pela Lei nº 11.689, de 2008) pensável à realização das diligências reque-
XVII – a publicidade dos atos da instrução ridas ou entendidas necessárias, mantida a
plenária, das diligências e da sentença. (Re- incomunicabilidade dos jurados;(Redação
dação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a VIII – interromper a sessão por tempo razo-
sanções administrativa e penal. (Redação dada ável, para proferir sentença e para repouso
pela Lei nº 11.689, de 2008) ou refeição dos jurados; (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008)
Seção XVI
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministé-
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO rio Público e a defesa, ou a requerimento
TRIBUNAL DO JÚRI de qualquer destes, a argüição de extinção
de punibilidade; (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do X – resolver as questões de direito suscita-
Tribunal do Júri, além de outras expressamente das no curso do julgamento; (Redação dada
referidas neste Código: (Redação dada pela Lei pela Lei nº 11.689, de 2008)
nº 11.689, de 2008)
XI – determinar, de ofício ou a requerimen-
I – regular a polícia das sessões e prender os to das partes ou de qualquer jurado, as di-
desobedientes; (Redação dada pela Lei nº ligências destinadas a sanar nulidade ou a
11.689, de 2008) suprir falta que prejudique o esclarecimen-
to da verdade; (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)

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XII – regulamentar, durante os debates, a as contravenções penais e os crimes a que a lei
intervenção de uma das partes, quando a comine pena máxima não superior a 2 (dois)
outra estiver com a palavra, podendo con- anos, cumulada ou não com multa. (Redação
ceder até 3 (três) minutos para cada aparte dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
requerido, que serão acrescidos ao tempo
desta última. (Incluído pela Lei nº 11.689, Art. 62. O processo perante o Juizado Especial
de 2008) orientar-se-á pelos critérios da oralidade, infor-
malidade, economia processual e celeridade,
objetivando, sempre que possível, a reparação
dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE pena não privativa de liberdade.
1995.
Seção I
DA COMPETÊNCIA E DOS ATOS
PROCESSUAIS
CAPÍTULO III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS Art. 63. A competência do Juizado será determi-
nada pelo lugar em que foi praticada a infração
DISPOSIÇÕES GERAIS penal.

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Art. 64. Os atos processuais serão públicos e po-
Juízes togados ou togados e leigos, tem compe- derão realizar-se em horário noturno e em qual-
tência para a conciliação, o julgamento e a exe- quer dia da semana, conforme dispuserem as
cução das infrações penais de menor potencial normas de organização judiciária.
ofensivo. (Vide Lei nº 10.259, de 2001)
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sem-
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por pre que preencherem as finalidades para as
juízes togados ou togados e leigos, tem compe- quais foram realizados, atendidos os critérios
tência para a conciliação, o julgamento e a exe- indicados no art. 62 desta Lei.
cução das infrações penais de menor potencial
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade
ofensivo, respeitadas as regras de conexão e
sem que tenha havido prejuízo.
continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313,
de 2006) § 2º A prática de atos processuais em outras
comarcas poderá ser solicitada por qual-
Parágrafo único. Na reunião de processos,
quer meio hábil de comunicação.
perante o juízo comum ou o tribunal do júri,
decorrentes da aplicação das regras de co- § 3º Serão objeto de registro escrito exclusi-
nexão e continência, observar-se-ão os ins- vamente os atos havidos por essenciais. Os
titutos da transação penal e da composição atos realizados em audiência de instrução
dos danos civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, e julgamento poderão ser gravados em fita
de 2006) magnética ou equivalente.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de me- Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no pró-
nor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, prio Juizado, sempre que possível, ou por man-
as contravenções penais e os crimes a que a lei dado.
comine pena máxima não superior a um ano,
excetuados os casos em que a lei preveja proce- Parágrafo único. Não encontrado o acusado
dimento especial. (Vide Lei nº 10.259, de 2001) para ser citado, o Juiz encaminhará as peças
existentes ao Juízo comum para adoção do
Art. 61. Consideram-se infrações penais de me- procedimento previsto em lei.
nor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei,

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Art. 67. A intimação far-se-á por correspondên- imediata da audiência preliminar, será
cia, com aviso de recebimento pessoal ou, tra- designada data próxima, da qual ambos sairão
tando-se de pessoa jurídica ou firma individual, cientes.
mediante entrega ao encarregado da recepção,
que será obrigatoriamente identificado, ou, sen- Art. 71. Na falta do comparecimento de qual-
do necessário, por oficial de justiça, indepen- quer dos envolvidos, a Secretaria providenciará
dentemente de mandado ou carta precatória, sua intimação e, se for o caso, a do responsável
ou ainda por qualquer meio idôneo de comuni- civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
cação. Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
Parágrafo único. Dos atos praticados em representante do Ministério Público, o autor
audiência considerar-se-ão desde logo cien- do fato e a vítima e, se possível, o responsável
tes as partes, os interessados e defensores. civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz
esclarecerá sobre a possibilidade da composição
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato dos danos e da aceitação da proposta de
e do mandado de citação do acusado, constará aplicação imediata de pena não privativa de
a necessidade de seu comparecimento acompa- liberdade.
nhado de advogado, com a advertência de que,
na sua falta, ser-lhe-á designado defensor públi- Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz
co. ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxi-
Seção II liares da Justiça, recrutados, na forma da lei
DA FASE PRELIMINAR local, preferentemente entre bacharéis em
Direito, excluídos os que exerçam funções
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhe-
na administração da Justiça Criminal.
cimento da ocorrência lavrará termo circuns-
tanciado e o encaminhará imediatamente ao Art. 74. A composição dos danos civis será redu-
Juizado, com o autor do fato e a vítima, provi- zida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
denciando-se as requisições dos exames peri- sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser
ciais necessários. executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após Parágrafo único. Tratando-se de ação penal
a lavratura do termo, for imediatamen- de iniciativa privada ou de ação penal públi-
te encaminhado ao Juizado ou assumir o ca condicionada à representação, o acordo
compromisso de a ele comparecer, não se homologado acarreta a renúncia ao direito
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá de queixa ou representação.
fiança.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após civis, será dada imediatamente ao ofendido a
a lavratura do termo, for imediatamente en- oportunidade de exercer o direito de represen-
caminhado ao juizado ou assumir o compro- tação verbal, que será reduzida a termo.
misso de a ele comparecer, não se imporá
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Parágrafo único. O não oferecimento da
Em caso de violência doméstica, o juiz po- representação na audiência preliminar não
derá determinar, como medida de cautela, implica decadência do direito, que poderá
seu afastamento do lar, domicílio ou local ser exercido no prazo previsto em lei.
de convivência com a vítima. (Redação dada Art. 76. Havendo representação ou tratando-se
pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002)) de crime de ação penal pública incondicionada,
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e não sendo caso de arquivamento, o Ministério
a vítima, e não sendo possível a realização Público poderá propor a aplicação imediata de

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pena restritiva de direitos ou multas, a ser espe- Seção III
cificada na proposta. DO PROCEDIMENTO SUMARIÍSSIMO
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública,
única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
quando não houver aplicação de pena, pela au-
metade.
sência do autor do fato, ou pela não ocorrência
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Mi-
comprovado: nistério Público oferecerá ao Juiz, de imediato,
denúncia oral, se não houver necessidade de di-
I – ter sido o autor da infração condenado, ligências imprescindíveis.
pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva; § 1º Para o oferecimento da denúncia, que
será elaborada com base no termo de ocor-
II – ter sido o agente beneficiado rência referido no art. 69 desta Lei, com dis-
anteriormente, no prazo de cinco anos, pensa do inquérito policial, prescindir-se-á
pela aplicação de pena restritiva ou multa, do exame do corpo de delito quando a ma-
nos termos deste artigo; terialidade do crime estiver aferida por bo-
III – não indicarem os antecedentes, a letim médico ou prova equivalente.
conduta social e a personalidade do agente, § 2º Se a complexidade ou circunstâncias do
bem como os motivos e as circunstâncias, caso não permitirem a formulação da de-
ser necessária e suficiente a adoção da me- núncia, o Ministério Público poderá reque-
dida. rer ao Juiz o encaminhamento das peças
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da existentes, na forma do parágrafo único do
infração e seu defensor, será submetida à art. 66 desta Lei.
apreciação do Juiz. § 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério poderá ser oferecida queixa oral, cabendo
Público aceita pelo autor da infração, o ao Juiz verificar se a complexidade e as cir-
Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou cunstâncias do caso determinam a adoção
multa, que não importará em reincidência, das providências previstas no parágrafo úni-
sendo registrada apenas para impedir co do art. 66 desta Lei.
novamente o mesmo benefício no prazo de Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será
cinco anos. reduzida a termo, entregando-se cópia ao acu-
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo sado, que com ela ficará citado e imediatamen-
anterior caberá a apelação referida no art. te cientificado da designação de dia e hora para
82 desta Lei. a audiência de instrução e julgamento, da qual
também tomarão ciência o Ministério Público, o
§ 6º A imposição da sanção de que trata o ofendido, o responsável civil e seus advogados.
§ 4º deste artigo não constará de certidão
de antecedentes criminais, salvo para os § 1º Se o acusado não estiver presente, será
fins previstos no mesmo dispositivo, e não citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e
terá efeitos civis, cabendo aos interessados cientificado da data da audiência de instru-
propor ação cabível no juízo cível. ção e julgamento, devendo a ela trazer suas
testemunhas ou apresentar requerimento
para intimação, no mínimo cinco dias antes
de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o
responsável civil, serão intimados nos termos

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do art. 67 desta Lei para comparecerem à fensor, por petição escrita, da qual consta-
audiência de instrução e julgamento. rão as razões e o pedido do recorrente.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intima- § 2º O recorrido será intimado para ofere-
das na forma prevista no art. 67 desta Lei. cer resposta escrita no prazo de dez dias.
Art. 79. No dia e hora designados para a § 3º As partes poderão requerer a transcri-
audiência de instrução e julgamento, se na fase ção da gravação da fita magnética a que alu-
preliminar não tiver havido possibilidade de de o § 3º do art. 65 desta Lei.
tentativa de conciliação e de oferecimento de
proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á § 4º As partes serão intimadas da data da
nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei. sessão de julgamento pela imprensa.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando § 5º Se a sentença for confirmada pelos pró-
o Juiz, quando imprescindível, a condução coer- prios fundamentos, a súmula do julgamen-
citiva de quem deva comparecer. to servirá de acórdão.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra Art. 83. Caberão embargos de declaração quan-
ao defensor para responder à acusação, após do, em sentença ou acórdão, houver obscurida-
o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou de, contradição, omissão ou dúvida.
queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a § 1º Os embargos de declaração serão opos-
vítima e as testemunhas de acusação e defesa, tos por escrito ou oralmente, no prazo de
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, cinco dias, contados da ciência da decisão.
passando-se imediatamente aos debates orais e
à prolação da sentença. § 2º Quando opostos contra sentença, os
embargos de declaração suspenderão o
§ 1º Todas as provas serão produzidas prazo para o recurso.
na audiência de instrução e julgamento,
podendo o Juiz limitar ou excluir as que § 3º Os erros materiais podem ser corrigi-
considerar excessivas, impertinentes ou dos de ofício.
protelatórias.
Seção IV
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será DA EXECUÇÃO
lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas
partes, contendo breve resumo dos fatos Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa,
relevantes ocorridos em audiência e a seu cumprimento far-se-á mediante pagamento
sentença. na Secretaria do Juizado.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o
mencionará os elementos de convicção do Juiz declarará extinta a punibilidade, deter-
Juiz. minando que a condenação não fique cons-
tando dos registros criminais, exceto para
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou fins de requisição judicial.
queixa e da sentença caberá apelação, que po-
derá ser julgada por turma composta de três Ju- Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa,
ízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, será feita a conversão em pena privativa da li-
reunidos na sede do Juizado. berdade, ou restritiva de direitos, nos termos
previstos em lei.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de
dez dias, contados da ciência da sentença Art. 86. A execução das penas privativas de li-
pelo Ministério Público, pelo réu e seu de- berdade e restritivas de direitos, ou de multa

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cumulada com estas, será processada perante o desde que adequadas ao fato e à situação
órgão competente, nos termos da lei. pessoal do acusado.

Seção V § 3º A suspensão será revogada se, no curso


DAS DESPESAS PROCESSUAIS do prazo, o beneficiário vier a ser processa-
do por outro crime ou não efetuar, sem mo-
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo tivo justificado, a reparação do dano.
civil e aplicação de pena restritiva de direitos
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se
ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas pro-
o acusado vier a ser processado, no curso
cessuais serão reduzidas, conforme dispuser lei
do prazo, por contravenção, ou descumprir
estadual.
qualquer outra condição imposta.
Seção VI § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz
DISPOSIÇÕES FINAIS declarará extinta a punibilidade.
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e § 6º Não correrá a prescrição durante o pra-
da legislação especial, dependerá de represen- zo de suspensão do processo.
tação a ação penal relativa aos crimes de lesões
corporais leves e lesões culposas. § 7º Se o acusado não aceitar a proposta
prevista neste artigo, o processo prossegui-
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima rá em seus ulteriores termos.
cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor aos processos penais cuja instrução já estiver
a suspensão do processo, por dois a quatro iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)
anos, desde que o acusado não esteja sendo Art. 90-A. As disposições desta Lei não se apli-
processado ou não tenha sido condenado por cam no âmbito da Justiça Militar. (Artigo incluí-
outro crime, presentes os demais requisitos que do pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999)
autorizariam a suspensão condicional da pena
(art. 77 do Código Penal). Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
representação para a propositura da ação penal
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu pública, o ofendido ou seu representante legal
defensor, na presença do Juiz, este, rece- será intimado para oferecê-la no prazo de trinta
bendo a denúncia, poderá suspender o pro- dias, sob pena de decadência.
cesso, submetendo o acusado a período de
prova, sob as seguintes condições: Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposi-
ções dos Códigos Penal e de Processo Penal, no
I – reparação do dano, salvo impossibilidade que não forem incompatíveis com esta Lei.
de fazê-lo;
II – proibição de freqüentar determinados
lugares; CAPÍTULO IV
III – proibição de ausentar-se da comarca DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS
onde reside, sem autorização do Juiz;
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de
IV – comparecimento pessoal e obrigatório Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organi-
a juízo, mensalmente, para informar e zação, composição e competência.
justificar suas atividades.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser
§ 2º O Juiz poderá especificar outras con- prestados, e as audiências realizadas fora da
dições a que fica subordinada a suspensão,

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sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
pertencentes, ocupando instalações de prédios o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
públicos, de acordo com audiências previamen- seguinte Lei:
te anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios
criarão e instalarão os Juizados Especiais no pra-
TÍTULO I
zo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) me-
ses, contado da publicação desta Lei, serão Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir
criados e instalados os Juizados Especiais e prevenir a violência doméstica e familiar
Itinerantes, que deverão dirimir, priorita- contra a mulher, nos termos do § 8o do art.
riamente, os conflitos existentes nas áreas 226 da Constituição Federal, da Convenção
rurais ou nos locais de menor concentração sobre a Eliminação de Todas as Formas de
populacional. (Redação dada pela Lei nº Violência contra a Mulher, da Convenção
12.726, de 2012) Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de ses- internacionais ratificados pela República
senta dias após a sua publicação. Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação
dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de
contra a Mulher; e estabelece medidas de
abril de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro
assistência e proteção às mulheres em situação
de 1984.
de violência doméstica e familiar.
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Inde-
Art. 2º Toda mulher, independentemente de
pendência e 107º da República.
classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,
cultura, nível educacional, idade e religião,
goza dos direitos fundamentais inerentes à
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
2006. oportunidades e facilidades para viver sem
violência, preservar sua saúde física e mental e
Cria mecanismos para coibir a vio- seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
lência doméstica e familiar con-
tra a mulher, nos termos do § 8o do Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as
art. 226 da Constituição Federal, da condições para o exercício efetivo dos direitos
Convenção sobre a Eliminação de à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à
Todas as Formas de Discriminação educação, à cultura, à moradia, ao acesso à jus-
contra as Mulheres e da Convenção tiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cida-
Interamericana para Prevenir, Punir dania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
e Erradicar a Violência contra a convivência familiar e comunitária.
Mulher; dispõe sobre a criação dos
Juizados de Violência Doméstica e § 1º O poder público desenvolverá políticas
Familiar contra a Mulher; altera o que visem garantir os direitos humanos
Código de Processo Penal, o Código das mulheres no âmbito das relações
Penal e a Lei de Execução Penal; e dá domésticas e familiares no sentido de
outras providências. resguardá-las de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

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§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder Art. 6º A violência doméstica e familiar contra
público criar as condições necessárias para a mulher constitui uma das formas de violação
o efetivo exercício dos direitos enunciados dos direitos humanos.
no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão
considerados os fins sociais a que ela se destina CAPÍTULO II
e, especialmente, as condições peculiares das DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA
mulheres em situação de violência doméstica e
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
familiar.
MULHER
Art. 7º São formas de violência doméstica e
TÍTULO II familiar contra a mulher, entre outras:

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR I – a violência física, entendida como qual-


CONTRA A MULHER quer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como
CAPÍTULO I qualquer conduta que lhe cause dano emo-
DISPOSIÇÕES GERAIS cional e diminuição da auto-estima ou que
lhe prejudique e perturbe o pleno desenvol-
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura vimento ou que vise degradar ou controlar
violência doméstica e familiar contra a mulher suas ações, comportamentos, crenças e de-
qualquer ação ou omissão baseada no gênero cisões, mediante ameaça, constrangimen-
que lhe cause morte, lesão, sofrimento to, humilhação, manipulação, isolamento,
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou vigilância constante, perseguição contumaz,
patrimonial: insulto, chantagem, ridicularização, explo-
ração e limitação do direito de ir e vir ou
I – no âmbito da unidade doméstica, com- qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
preendida como o espaço de convívio per- à saúde psicológica e à autodeterminação;
manente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente agre- III – a violência sexual, entendida como
gadas; qualquer conduta que a constranja a pre-
senciar, a manter ou a participar de relação
II – no âmbito da família, compreendida sexual não desejada, mediante intimidação,
como a comunidade formada por indivídu- ameaça, coação ou uso da força; que a in-
os que são ou se consideram aparentados, duza a comercializar ou a utilizar, de qual-
unidos por laços naturais, por afinidade ou quer modo, a sua sexualidade, que a impe-
por vontade expressa; ça de usar qualquer método contraceptivo
III – em qualquer relação íntima de afeto, na ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
qual o agressor conviva ou tenha convivido ao aborto ou à prostituição, mediante coa-
com a ofendida, independentemente de co- ção, chantagem, suborno ou manipulação;
abitação. ou que limite ou anule o exercício de seus
direitos sexuais e reprodutivos;
Parágrafo único. As relações pessoais enun-
ciadas neste artigo independem de orienta- IV – a violência patrimonial, entendida
ção sexual. como qualquer conduta que configure re-
tenção, subtração, destruição parcial ou to-
tal de seus objetos, instrumentos de traba-

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lho, documentos pessoais, bens, valores e a violência doméstica e familiar, de acordo


direitos ou recursos econômicos, incluindo com o estabelecido no inciso III do art. 1o,
os destinados a satisfazer suas necessida- no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art.
des; 221 da Constituição Federal;
V – a violência moral, entendida como qual- IV – a implementação de atendimento po-
quer conduta que configure calúnia, difa- licial especializado para as mulheres, em
mação ou injúria. particular nas Delegacias de Atendimento à
Mulher;
V – a promoção e a realização de campa-
TÍTULO III nhas educativas de prevenção da violência
doméstica e familiar contra a mulher, volta-
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM das ao público escolar e à sociedade em ge-
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E ral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos
FAMILIAR de proteção aos direitos humanos das mu-
lheres;
VI – a celebração de convênios, protocolos,
CAPÍTULO I ajustes, termos ou outros instrumentos de
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE promoção de parceria entre órgãos gover-
namentais ou entre estes e entidades não-
PREVENÇÃO
-governamentais, tendo por objetivo a im-
Art. 8º A política pública que visa coibir a plementação de programas de erradicação
violência doméstica e familiar contra a mulher da violência doméstica e familiar contra a
far-se-á por meio de um conjunto articulado de mulher;
ações da União, dos Estados, do Distrito Federal VII – a capacitação permanente das Polícias
e dos Municípios e de ações não-governamen- Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Cor-
tais, tendo por diretrizes: po de Bombeiros e dos profissionais perten-
I – a integração operacional do Poder Judici- centes aos órgãos e às áreas enunciados no
ário, do Ministério Público e da Defensoria inciso I quanto às questões de gênero e de
Pública com as áreas de segurança pública, raça ou etnia;
assistência social, saúde, educação, traba- VIII – a promoção de programas educacio-
lho e habitação; nais que disseminem valores éticos de irres-
II – a promoção de estudos e pesquisas, es- trito respeito à dignidade da pessoa huma-
tatísticas e outras informações relevantes, na com a perspectiva de gênero e de raça
com a perspectiva de gênero e de raça ou ou etnia;
etnia, concernentes às causas, às conse- IX – o destaque, nos currículos escolares
qüências e à freqüência da violência domés- de todos os níveis de ensino, para os con-
tica e familiar contra a mulher, para a sis- teúdos relativos aos direitos humanos, à
tematização de dados, a serem unificados eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao
nacionalmente, e a avaliação periódica dos problema da violência doméstica e familiar
resultados das medidas adotadas; contra a mulher.
III – o respeito, nos meios de comunicação
social, dos valores éticos e sociais da pessoa
e da família, de forma a coibir os papéis es-
tereotipados que legitimem ou exacerbem

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CAPÍTULO II CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E POLICIAL
FAMILIAR
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática
Art. 9º A assistência à mulher em situação de de violência doméstica e familiar contra a mu-
violência doméstica e familiar será prestada lher, a autoridade policial que tomar conheci-
de forma articulada e conforme os princípios mento da ocorrência adotará, de imediato, as
e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da providências legais cabíveis.
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no ca-
no Sistema Único de Segurança Pública, entre
put deste artigo ao descumprimento de me-
outras normas e políticas públicas de proteção,
dida protetiva de urgência deferida.
e emergencialmente quando for o caso.
Art. 11. No atendimento à mulher em situação
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a
de violência doméstica e familiar, a autoridade
inclusão da mulher em situação de violência
policial deverá, entre outras providências:
doméstica e familiar no cadastro de
programas assistenciais do governo federal, I – garantir proteção policial, quando neces-
estadual e municipal. sário, comunicando de imediato ao Ministé-
rio Público e ao Poder Judiciário;
§ 2º O juiz assegurará à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, II – encaminhar a ofendida ao hospital ou
para preservar sua integridade física e posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
psicológica:
III – fornecer transporte para a ofendida e
I – acesso prioritário à remoção quando ser- seus dependentes para abrigo ou local se-
vidora pública, integrante da administração guro, quando houver risco de vida;
direta ou indireta;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida
II – manutenção do vínculo trabalhista, para assegurar a retirada de seus pertences
quando necessário o afastamento do local do local da ocorrência ou do domicílio fami-
de trabalho, por até seis meses. liar;
§ 3º A assistência à mulher em situação V – informar à ofendida os direitos a ela
de violência doméstica e familiar conferidos nesta Lei e os serviços disponí-
compreenderá o acesso aos benefícios veis.
decorrentes do desenvolvimento científico
e tecnológico, incluindo os serviços de Art. 12. Em todos os casos de violência domésti-
contracepção de emergência, a profilaxia ca e familiar contra a mulher, feito o registro da
das Doenças Sexualmente Transmissíveis ocorrência, deverá a autoridade policial adotar,
(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência de imediato, os seguintes procedimentos, sem
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos prejuízo daqueles previstos no Código de Pro-
médicos necessários e cabíveis nos casos de cesso Penal:
violência sexual. I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de
ocorrência e tomar a representação a ter-
mo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e de suas cir-
cunstâncias;

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III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e prática de violência doméstica e familiar contra


oito) horas, expediente apartado ao juiz a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos
com o pedido da ofendida, para a conces- de Processo Penal e Processo Civil e da legisla-
são de medidas protetivas de urgência; ção específica relativa à criança, ao adolescente
e ao idoso que não conflitarem com o estabele-
IV – determinar que se proceda ao exame cido nesta Lei.
de corpo de delito da ofendida e requisitar
outros exames periciais necessários; Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Or-
V – ouvir o agressor e as testemunhas; dinária com competência cível e criminal, pode-
VI – ordenar a identificação do agressor e rão ser criados pela União, no Distrito Federal e
fazer juntar aos autos sua folha de antece- nos Territórios, e pelos Estados, para o proces-
dentes criminais, indicando a existência de so, o julgamento e a execução das causas decor-
mandado de prisão ou registro de outras rentes da prática de violência doméstica e fami-
ocorrências policiais contra ele; liar contra a mulher.

VII – remeter, no prazo legal, os autos do Parágrafo único. Os atos processuais pode-
inquérito policial ao juiz e ao Ministério Pú- rão realizar-se em horário noturno, confor-
blico. me dispuserem as normas de organização
judiciária.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a
termo pela autoridade policial e deverá Art. 15. É competente, por opção da ofendida,
conter: para os processos cíveis regidos por esta Lei, o
Juizado:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – nome e idade dos dependentes;
II – do lugar do fato em que se baseou a de-
III – descrição sucinta do fato e das medidas manda;
protetivas solicitadas pela ofendida.
III – do domicílio do agressor.
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao
documento referido no § 1o o boletim de Art. 16. Nas ações penais públicas condiciona-
ocorrência e cópia de todos os documentos das à representação da ofendida de que trata
disponíveis em posse da ofendida. esta Lei, só será admitida a renúncia à repre-
sentação perante o juiz, em audiência especial-
§ 3º Serão admitidos como meios de mente designada com tal finalidade, antes do
prova os laudos ou prontuários médicos recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
fornecidos por hospitais e postos de saúde. Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de vio-
TÍTULO IV lência doméstica e familiar contra a mulher, de
penas de cesta básica ou outras de prestação
Dos Procedimentos pecuniária, bem como a substituição de pena
que implique o pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execu-
ção das causas cíveis e criminais decorrentes da

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CAPÍTULO II cio, a requerimento do Ministério Público ou
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE mediante representação da autoridade policial.
URGÊNCIA Parágrafo único. O juiz poderá revogar a
prisão preventiva se, no curso do processo,
Seção I verificar a falta de motivo para que subsista,
DISPOSIÇÕES GERAIS bem como de novo decretá-la, se sobrevie-
rem razões que a justifiquem.
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da
ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (qua- Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos
renta e oito) horas: atos processuais relativos ao agressor, especial-
mente dos pertinentes ao ingresso e à saída da
I – conhecer do expediente e do pedido e prisão, sem prejuízo da intimação do advogado
decidir sobre as medidas protetivas de ur- constituído ou do defensor público.
gência;
Parágrafo único. A ofendida não poderá en-
II – determinar o encaminhamento da tregar intimação ou notificação ao agressor.
ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso; Seção II
III – comunicar ao Ministério Público para DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE
que adote as providências cabíveis. URGÊNCIA QUE OBRIGAM O
AGRESSOR
Art. 19. As medidas protetivas de urgência po-
derão ser concedidas pelo juiz, a requerimento Art. 22. Constatada a prática de violência do-
do Ministério Público ou a pedido da ofendida. méstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao
§ 1º As medidas protetivas de urgência
agressor, em conjunto ou separadamente, as se-
poderão ser concedidas de imediato,
guintes medidas protetivas de urgência, entre
independentemente de audiência das
outras:
partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente I – suspensão da posse ou restrição do por-
comunicado. te de armas, com comunicação ao órgão
competente, nos termos da Lei nº 10.826,
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão
de 22 de dezembro de 2003;
aplicadas isolada ou cumulativamente, e
poderão ser substituídas a qualquer tempo II – afastamento do lar, domicílio ou local de
por outras de maior eficácia, sempre que convivência com a ofendida;
os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados. III – proibição de determinadas condutas,
entre as quais:
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida, a) aproximação da ofendida, de seus fami-
conceder novas medidas protetivas de liares e das testemunhas, fixando o limite
urgência ou rever aquelas já concedidas, mínimo de distância entre estes e o agres-
se entender necessário à proteção da sor;
ofendida, de seus familiares e de seu b) contato com a ofendida, seus familiares
patrimônio, ouvido o Ministério Público. e testemunhas por qualquer meio de comu-
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial nicação;
ou da instrução criminal, caberá a prisão pre-
ventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofí-

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c) frequentação de determinados lugares a I – encaminhar a ofendida e seus depen-


fim de preservar a integridade física e psico- dentes a programa oficial ou comunitário
lógica da ofendida; de proteção ou de atendimento;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos II – determinar a recondução da ofendida e
dependentes menores, ouvida a equipe de a de seus dependentes ao respectivo domi-
atendimento multidisciplinar ou serviço si- cílio, após afastamento do agressor;
milar;
III – determinar o afastamento da ofendida
V – prestação de alimentos provisionais ou do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a
provisórios. bens, guarda dos filhos e alimentos;
§ 1º As medidas referidas neste artigo não IV – determinar a separação de corpos.
impedem a aplicação de outras previstas na
legislação em vigor, sempre que a segurança Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da
da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
devendo a providência ser comunicada ao particular da mulher, o juiz poderá determinar,
Ministério Público. liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
tras:
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I,
encontrando-se o agressor nas condições I – restituição de bens indevidamente sub-
mencionadas no caput e incisos do art. 6º traídos pelo agressor à ofendida;
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de II – proibição temporária para a celebração
2003, o juiz comunicará ao respectivo ór- de atos e contratos de compra, venda e lo-
gão, corporação ou instituição as medidas cação de propriedade em comum, salvo ex-
protetivas de urgência concedidas e deter- pressa autorização judicial;
minará a restrição do porte de armas, fican-
do o superior imediato do agressor respon- III – suspensão das procurações conferidas
sável pelo cumprimento da determinação pela ofendida ao agressor;
judicial, sob pena de incorrer nos crimes de
IV – prestação de caução provisória, me-
prevaricação ou de desobediência, confor-
diante depósito judicial, por perdas e danos
me o caso.
materiais decorrentes da prática de violên-
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas cia doméstica e familiar contra a ofendida.
protetivas de urgência, poderá o juiz
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao
requisitar, a qualquer momento, auxílio da
cartório competente para os fins previstos
força policial.
nos incisos II e III deste artigo.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste
artigo, no que couber, o disposto no caput e
nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 (Código de Processo CAPÍTULO III
Civil). DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Seção III Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando


DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE não for parte, nas causas cíveis e criminais de-
correntes da violência doméstica e familiar con-
URGÊNCIA À OFENDIDA
tra a mulher.
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem pre-
prejuízo de outras medidas: juízo de outras atribuições, nos casos de violên-

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cia doméstica e familiar contra a mulher, quan- forem reservadas pela legislação local, fornecer
do necessário: subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Pú-
blico e à Defensoria Pública, mediante laudos
I – requisitar força policial e serviços públi- ou verbalmente em audiência, e desenvolver
cos de saúde, de educação, de assistência trabalhos de orientação, encaminhamento, pre-
social e de segurança, entre outros; venção e outras medidas, voltados para a ofen-
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos dida, o agressor e os familiares, com especial
e particulares de atendimento à mulher em atenção às crianças e aos adolescentes.
situação de violência doméstica e familiar, Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir
e adotar, de imediato, as medidas adminis- avaliação mais aprofundada, o juiz poderá de-
trativas ou judiciais cabíveis no tocante a terminar a manifestação de profissional espe-
quaisquer irregularidades constatadas; cializado, mediante a indicação da equipe de
III – cadastrar os casos de violência domés- atendimento multidisciplinar.
tica e familiar contra a mulher. Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de
sua proposta orçamentária, poderá prever re-
cursos para a criação e manutenção da equipe
CAPÍTULO IV de atendimento multidisciplinar, nos termos da
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e
criminais, a mulher em situação de violência do- TÍTULO VI
méstica e familiar deverá estar acompanhada
de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 Disposições Transitórias
desta Lei. Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu-
de violência doméstica e familiar o acesso aos lher, as varas criminais acumularão as compe-
serviços de Defensoria Pública ou de Assistência tências cível e criminal para conhecer e julgar as
Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede causas decorrentes da prática de violência do-
policial e judicial, mediante atendimento espe- méstica e familiar contra a mulher, observadas
cífico e humanizado. as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de
TÍTULO V preferência, nas varas criminais, para o pro-
cesso e o julgamento das causas referidas
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO no caput.
MULTIDISCIPLINAR
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e
TÍTULO VII
Familiar contra a Mulher que vierem a ser cria-
dos poderão contar com uma equipe de atendi-
Disposições Finais
mento multidisciplinar, a ser integrada por pro-
fissionais especializados nas áreas psicossocial, Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência
jurídica e de saúde. Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá
Art. 30. Compete à equipe de atendimento mul- ser acompanhada pela implantação das curado-
tidisciplinar, entre outras atribuições que lhe rias necessárias e do serviço de assistência judi-
ciária.

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Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e poderão remeter suas informações crimi-
os Municípios poderão criar e promover, no li- nais para a base de dados do Ministério da
mite das respectivas competências: Justiça.
I – centros de atendimento integral e multi- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e
disciplinar para mulheres e respectivos de- os Municípios, no limite de suas competências
pendentes em situação de violência domés- e nos termos das respectivas leis de diretrizes
tica e familiar; orçamentárias, poderão estabelecer dotações
orçamentárias específicas, em cada exercício
II – casas-abrigos para mulheres e respecti- financeiro, para a implementação das medidas
vos dependentes menores em situação de estabelecidas nesta Lei.
violência doméstica e familiar;
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não
III – delegacias, núcleos de defensoria pú- excluem outras decorrentes dos princípios por
blica, serviços de saúde e centros de perícia ela adotados.
médico-legal especializados no atendimen-
to à mulher em situação de violência do- Art. 41. Aos crimes praticados com violência do-
méstica e familiar; méstica e familiar contra a mulher, independen-
temente da pena prevista, não se aplica a Lei no
IV – programas e campanhas de enfrenta- 9.099, de 26 de setembro de 1995.
mento da violência doméstica e familiar;
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3
V – centros de educação e de reabilitação de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
para os agressores. passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e “Art. 313. [...]
os Municípios promoverão a adaptação de seus
órgãos e de seus programas às diretrizes e aos IV – se o crime envolver violência doméstica
princípios desta Lei. e familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das me-
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos tran- didas protetivas de urgência.” (NR)
sindividuais previstos nesta Lei poderá ser exer-
cida, concorrentemente, pelo Ministério Público Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do De-
e por associação de atuação na área, regular- creto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
mente constituída há pelo menos um ano, nos (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte
termos da legislação civil. redação:
Parágrafo único. O requisito da pré-cons- “Art. 61. [...]
tituição poderá ser dispensado pelo juiz
quando entender que não há outra entida- II – [...]
de com representatividade adequada para f) com abuso de autoridade ou prevalecen-
o ajuizamento da demanda coletiva. do-se de relações domésticas, de coabita-
Art. 38. As estatísticas sobre a violência domés- ção ou de hospitalidade, ou com violência
tica e familiar contra a mulher serão incluídas contra a mulher na forma da lei específica;
nas bases de dados dos órgãos oficiais do Siste- [...] ” (NR)
ma de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de
sistema nacional de dados e informações relati- 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
vo às mulheres. vigorar com as seguintes alterações:
Parágrafo único. As Secretarias de Seguran- “Art. 129. [...]
ça Pública dos Estados e do Distrito Federal

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§ 9º Se a lesão for praticada contra TRIBUNAL FEDERAL
ascendente, descendente, irmão, cônjuge
ou companheiro, ou com quem conviva ou INFORMATIVO Nº 654
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
-se o agente das relações domésticas, de co-
abitação ou de hospitalidade:
TÍTULO
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
anos. Lei Maria da Penha e ação penal
condicionada à representação – 1
[...]
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a
PROCESSO
pena será aumentada de um terço se o cri-
ADI - 4424
me for cometido contra pessoa portadora
de deficiência.” (NR) ARTIGO
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de
julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a Em seguida, o Plenário, por maioria, julgou pro-
vigorar com a seguinte redação: cedente ação direta, proposta pelo Procurador
Geral da República, para atribuir interpreta-
“Art. 152. [...] ção conforme a Constituição aos artigos 12, I;
16 e 41, todos da Lei nº 11.340/2006, e assen-
Parágrafo único. Nos casos de violência do- tar a natureza incondicionada da ação penal
méstica contra a mulher, o juiz poderá de- em caso de crime de lesão corporal, praticado
terminar o comparecimento obrigatório do mediante violência doméstica e familiar contra
agressor a programas de recuperação e ree- a mulher. Preliminarmente, afastou-se alega-
ducação.” (NR) ção do Senado da República segundo a qual a
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e ação direta seria imprópria, visto que a Cons-
cinco) dias após sua publicação. tituição não versaria a natureza da ação pe-
nal — se pública incondicionada ou pública su-
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da bordinada à representação da vítima. Haveria,
Independência e 118o da República. conforme sustentado, violência reflexa, uma
vez que a disciplina do tema estaria em normas
infraconstitucionais. O Colegiado explicitou que
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO a Constituição seria dotada de princípios implí-
citos e explícitos, e que caberia à Suprema Cor-
te definir se a previsão normativa a submeter
crime de lesão corporal leve praticado contra
a mulher, em ambiente doméstico, ensejaria
tratamento igualitário, consideradas as lesões
provocadas em geral, bem como a necessidade
de representação. Salientou-se a evocação do
princípio explícito da dignidade humana, bem
como do art. 226, § 8º, da CF. Frisou-se a grande
repercussão do questionamento, no sentido de
definir se haveria mecanismos capazes de inibir
e coibir a violência no âmbito das relações fami-
liares, no que a atuação estatal submeter-se-ia à

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vontade da vítima. ADI 4424/DF, rel. Min. Marco RHC 112698 / DF - DISTRITO FEDERAL
Aurélio,9.2.2012.(ADI-4424)
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS
INFORMATIVO Nº 654 CORPUS
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA
TÍTULO Julgamento: 18/09/2012
Lei Maria da Penha e ação penal Órgão Julgador: Segunda Turma
condicionada à representação - 3
PROCESSO RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
ADI - 4424 RECTE.(S) : BRUNO PAZATTO DE SENNA

ARTIGO PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-


-GERAL FEDERAL
Entendeu-se não ser aplicável aos crimes glosa- RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FE-
dos pela lei discutida o que disposto na Lei nº DERAL
9.099/95, de maneira que, em se tratando de le-
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL
sões corporais, mesmo que de natureza leve ou
DA REPÚBLICA
culposa, praticadas contra a mulher em âmbito
doméstico, a ação penal cabível seria pública
incondicionada. Acentuou-se, entretanto, per-
manecer a necessidade de representação para Ementa
crimes dispostos em leis diversas da 9.099/95,
como o de ameaça e os cometidos contra a EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS
dignidade sexual. Consignou-se que o Tribunal, CORPUS – CONSTITUCIONAL – PENAL – VIOLÊN-
ao julgar o HC 106212/MS (DJe de 13.6.2011), CIA COMETIDA POR EX-NAMORADO – IMPUTA-
declarara, em processo subjetivo, a constitu- ÇÃO DA PRÁTICA DO DELITO PREVISTO NO ART.
cionalidade do art. 41 da Lei 11.340/2006, no 129, § 9º, DO CÓDIGO PENAL. APLICABILIDADE
que afastaria a aplicação da Lei dos Juizados DA LEI MARIA DA PENHA (LEI Nº 11.430/2006)
Especiais relativamente aos crimes cometidos – IMPOSSIBILIDADE DE JULGAMENOT PELO
com violência doméstica e familiar contra a mu- JUIZADO ESPECIAL. 1. Violência cometida por
lher, independentemente da pena prevista. ADI ex-namorado; relacionamento afetivo com
4424/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 9.02.2012. a vítima, hipossuficiente; aplicação da Lei nº
(ADI-4424) 11.340/2006. 2. Constitucionalidade da Lei nº
11.340/2006 assentada pelo Plenário deste Su-
premo Tribunal Federal: constitucionalidade do
art. 41 da Lei nº 11.340/2006, que afasta a apli-
cação da Lei nº 9.099/1995 aos processos refe-
rentes a crimes de violência contra a mulher. 3.
Impossibilidade de reexame de fatos e provas
em recurso ordinário em habeas corpus. 4. Re-
curso ao qual se nega provimento.

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