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Jurisprudência/STJ - Acórdãos

Processo
REsp 1277762 / SP
RECURSO ESPECIAL
2011/0177081-9

Relator(a)
Ministro SIDNEI BENETI (1137)

Órgão Julgador
T3 - TERCEIRA TURMA

Data do Julgamento
04/06/2013

Data da Publicação/Fonte
DJe 13/08/2013

Ementa
DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE CONTA-CORRENTE EM INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. ENCERRAMENTO UNILATERAL E IMOTIVADO DA CONTA.
IMPOSSIBILIDADE.
1.- Não pode o banco, por simples notificação unilateral imotivada,
sem apresentar motivo justo, encerrar conta-corrente antiga de
longo
tempo, ativa e em que mantida movimentação financeira razoável.
2.- Configurando contrato relacional ou cativo, o contrato de
conta-corrente bancária de longo tempo não pode ser encerrado
unilateralmente pelo banco, ainda que após notificação, sem
motivação razoável, por contrariar o preceituado no art. 39, IX, do
Cód. de Defesa do Consumidor.
3.- Condenação do banco à manutenção das conta-correntes dos
autores.
4.- Dano moral configurado, visto que atingida a honra dos
correntistas, deixando-os em situação vexatória, causadora de
padecimento moral indenizável.
5.- Recurso Especial provido.

Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, prosseguindo no julgamento, após o voto-vista da Sra.
Ministra Nancy Andrighi e a retificação do voto do Sr. Ministro
Relator Sidnei Beneti acordam os Ministros da Terceira Turma do
Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao
recurso especial. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino,
Ricardo Villas Bôas Cueva e Nancy Andrighi votaram com o Sr.
Ministro Relator. Não participou do julgamento o Sr. Ministro João
Otávio de Noronha.

Notas

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Indenização por dano moral: R$ 8.300,00 (oito mil e trezentosreais).

Informações Adicionais
(VOTO VISTA) (MIN. PAULO DE TARSO SANSEVERINO)
Configura abuso de direito por parte da entidade bancária a rescisão unilateral de contrato
de conta-corrente mantido há anos, sem que haja problema cadastral ou de inadimplemento
com os clientes. É que o contrato bancário constitui típica relação de consumo, consoante o
entendimento firmado no STJ e no STF. Assim, o encerramento ab-rupto das contas sem
qualquer justificativa razoável representa prática abusiva, conforme previsão inserta no artigo 39,
II e IX, da Lei 8.078/1990. Mesmo analisando sob a ótica do direito contratual, tem-se
configurado o abuso de direito pela rescisão unilateral no caso, haja vista que a liberdade
contratual, segundo o Código Civil vigente, deve ser exercida em razão e nos limites da função
social do contrato, respeitando-se os ditames éticos da boa-fé objetiva. A entidade bancária
ao rescindir unilateralmente o contrato sem apresentar justificativa para tanto excedeu-se no
exercício de seu direito, cometendo ato ilícito, em desacordo com os princípios positivados no
Código Civil vigente da liberdade contratual, da função social do contrato e da boa-fé objetiva.
(VOTO VISTA) (MIN. NANCY ANDRIGHI)
Configura abuso de direito por parte da entidade bancária a rescisão unilateral de contrato
de conta-corrente mantido há anos, sem que haja problema cadastral ou de inadimplemento
com os clientes. Isso porque, considerando o longo tempo em que mantido o contrato e a falta
de alteração da situação fática das partes, não se mostra razoável que a entidade bancária
repentinamente tenha perdido o interesse na manutenção da conta, de forma que a rescisão
unilateral representa manifesta quebra desarrazoada da confiança legítima de prorrogação do
contrato no tempo, a caracterizar exercício abusivo de direito.
(RESSALVA DE ENTENDIMENTO) (MIN. NANCY ANDRIGHI)
A regra inserta no inciso IX do artigo 39 do CDC não serve de fundamento para qualificar
como abusiva a rescisão unilateral de contrato bancário por parte da entidade bancária. É que
a aludida regra consumerista veda a recusa do fornecedor em vender bens ou prestar serviços
a quem se proponha a pagar à vista, não sendo, pois, aplicável às obrigações de trato
sucessivo, como ocorre nos contratos bancários. O fato de tais contratos se prorrogarem no
tempo, inclusive, por prazo indeterminado justifica as preocupações acerca do cadastro e do
interesse, de ambas as partes, em firmarem o contrato, concretizando uma opção de
segmento de mercado para atuação, bem como uma eficiente gestão de riscos.
A regra inserta no inciso II do artigo 39 do CDC não serve de fundamento para qualificar
como abusiva a rescisão unilateral de contrato bancário por parte da entidade bancária. É que
a aludida regra consumerista veda a recusa por parte do fornecedor em atender às demandas
dos consumidores sob qualquer argumento, o que não se pode aplicar para a relação contratual
bancária, em que a gestão de risco e a necessidade mercadológica podem justificar a seleção
do seguimento em que se pretende atuar, até mesmo como forma de garantir maior
eficiência na prestação dos serviços disponibilizados aos consumidores.

Referência Legislativa
LEG:FED LEI:008078 ANO:1990
***** CDC-90 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
ART:00039 INC:00002 INC:00009

LEG:FED SUM:******
***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
SUM:000297

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LEG:FED LEI:010406 ANO:2002
***** CC-02 CÓDIGO CIVIL DE 2002
ART:00187 ART:00421 ART:00422

Veja
(CONTRATO DE CONTA-CORRENTE BANCÁRIA - CONTRATO RELACIONAL CATIVO -
CARACTERIZAÇÃO)
STJ - REsp 1073595-MG
(VOTO VISTA - CONTRATOS BANCÁRIOS - RELAÇÃO DE CONSUMO -
CARACTERIZAÇÃO)
STF - [[ADI 2591]]

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