Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Contemporâneo e com um estilo peculiar, sem muitas repetições ou excesso de floreios frasais,
escolhi dois poemas de Luiz de Jesus, já que ele consegue se comunicar e se fazer entender
com tranquilidade pelo aluno, trazendo sempre um debate em tom atual.
Negro Soul
Sou um negro
no tronco da demagogia
Levando chibatadas
de hipocrisia
Preso na senzala
da indiferença
E transportado
no navio da ofensa.
Orgulho Negro
O primeiro poema escolhido é de Ceiça Moraes, professora e poetisa brasileira que faz um belo
trabalho no âmbito de valorização da cultura afro-brasileira, do negro, de seu povo, sua cultura
e, sem dúvidas, é capaz de inspirar o aluno.
Negros Palmares
Olorum Ekê
Nota: os dizeres “Olorum Ekê“ são uma expressão Iorubá que significa “povo do santo
guerreiro”.
Eu, Também
Mas eu rio
E como bem,
E vou ficando mais forte.Amanhã,
Quando chegarem as visitas
Me sentarei à mesa.
Ninguém ousará,
então,
me dizer,
“Vá comer na cozinha”.Além do mais,
Eles verão quão bonito eu sou
E se envergonharão –
Negro
Sou Negro:
Negro como a noite é negra,
Negro como as profundezas da minha África.Fui escravo:
Cesar me disse para manter os degraus da sua porta limpos.
Eu engraxei as botas de Washington.Fui operário:
Sob minhas mãos ergueram-se as pirâmides.
Eu fiz a argamassa do Woolworth Building.
Fui cantor:
Durante todo o caminho da África até a Geórgia
Carreguei minhas canções de dor.
Criei o ragtime.
Fui vítima:
Os belgas cortaram minhas mãos no Congo
Estão me linchando agora no Mississipi.
Sou Negro
Negro como a noite é negra
Negro como as profundezas da minha África.
Mais um brasileiro que escreve sobre a cultura afro-brasileira e luta com as palavras contra o
preconceito. Como racismo, discriminação e preconceito ainda são realidades em nosso país,
cabe ao professor levar esse tema para dialogar com seus alunos, captar suas opiniões e
conscientiza-los da maneira mais bela que é poesia e a arte.
Se tu tens consciência