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Negro Soul e Orgulho Negro – Poemas de Luiz de Jesus

Contemporâneo e com um estilo peculiar, sem muitas repetições ou excesso de floreios frasais,
escolhi dois poemas de Luiz de Jesus, já que ele consegue se comunicar e se fazer entender
com tranquilidade pelo aluno, trazendo sempre um debate em tom atual.

Negro Soul

Sou um negro
no tronco da demagogia
Levando chibatadas
de hipocrisia
Preso na senzala
da indiferença
E transportado
no navio da ofensa.

Orgulho Negro

Orgulho negro, não é supremacia


Nem sinônimo, de raça superior
É ter orgulho desta nobre etnia,
Que aboliu todo o rancor…

Negros palmares – poema de Ceiça Moraes

O primeiro poema escolhido é de Ceiça Moraes, professora e poetisa brasileira que faz um belo
trabalho no âmbito de valorização da cultura afro-brasileira, do negro, de seu povo, sua cultura
e, sem dúvidas, é capaz de inspirar o aluno.

Negros Palmares

Ter alma negra, ô meu irmão


É ter malícia, muito molejo
E a capoeira no coração.
Amor à arte
Arte é gingar
E o berimbau, saber tocar.
Fiz reverência ao mestre Nagô
Fiz reverência ao mestre Zumbi
Eu tenho o toque da capoeira
Gritando alto no coração.
Tombar aqui, tombar acolá
Levanta, negro! Não caia não!
Em Roda- Grande se batizar
São Bento Grande, te ajudar.
Capoeirista!
Não sabe não?
É ter o toque no coração.
Capoeiragem, não é vadiagem
É reviver sua negritude
Reviver “o Rei dos Palmares”
Ter “malandragem” sim! Pra se defender
Se for possível, não atacar
“Deixa pra lá”
Se não tem jeito…
Tem que atacar
Dá “uma benção” pra não esquecer
Que foi uma defesa de escravo humilhado
Quando feitor se dizia “endeusado”!
Reviver negros palmares
É reviver a Redenção
Saber “o Toque”… saber jogar
Treinar o “AÚ” pra se libertar
“Pulo-do-gato” … ou “bananeira”
“S Dobrado”… Meu Santo Amaro!
“Pulo Mortal”! Iê, não caia não!
“Ponte-pra-frente”… “Ponte-pra-trás”
“Ponte-voltando” Isso é demais!
Reviver a escravidão é reviver a redenção
Quem me ensinou foi o Mestre Zumbi
Eu tenho o toque no coração!
Eu tenho o toque no coração!

Solano Trindade é basicamente um embaixador da cultura afro-brasileira. Seu currículo conta


com poesia, folclore, pintura, teatro e cinema, e sua linguagem está repleta de musicalidade e
oralidade. Em geral, os alunos se encantam ao ter que declamar seus textos, que trazem
consigo muito do vocabulário próprio do povo africano.

Olorum Ekê

Olorum Ekê – disse.


Olorum Ekê
Eu sou poeta do povo
Olorum EkêA minha bandeira
É de cor de sangue
Olorum Ekê
Olorum Ekê
Da cor da revolução
Olorum EkêMeus avós foram escravos
Olorum Ekê
Olorum Ekê
Eu ainda escravo sou
Olorum Ekê
Olorum Ekê
Os meus filhos não serão
Olorum Ekê
Olorum Ekê

Nota: os dizeres “Olorum Ekê“ são uma expressão Iorubá que significa “povo do santo
guerreiro”.

Eu, Também e Negro – Poemas de Langston Hughes


Meu predileto, esse estadunidense é reconhecido por ter um repertório extenso e ter sido um
grande líder do movimento cultural de valorização da cultura afro-americana em seu país. Os
casos são peculiarmente interessantes para discussão entre aluno e professor, pois, lá o
preconceito contava com dois polos que incluíam um extremo racismo que incorporava
segregação racial. Negros, por exemplo, nasciam em hospitais separados, estudavam em
escolas para negros e nos ônibus sempre se sentavam nos fundos. Por isso os itens 6 e 7 são
obras de Langston

Eu, Também

Eu, também, canto a América


Eu sou o irmão mais preto.
Quando chegam as visitas,
Me mandam comer na cozinha.

Mas eu rio
E como bem,
E vou ficando mais forte.Amanhã,
Quando chegarem as visitas
Me sentarei à mesa.
Ninguém ousará,
então,
me dizer,
“Vá comer na cozinha”.Além do mais,
Eles verão quão bonito eu sou
E se envergonharão –

Eu, também, sou a América.

Negro

Sou Negro:
Negro como a noite é negra,
Negro como as profundezas da minha África.Fui escravo:
Cesar me disse para manter os degraus da sua porta limpos.
Eu engraxei as botas de Washington.Fui operário:
Sob minhas mãos ergueram-se as pirâmides.
Eu fiz a argamassa do Woolworth Building.

Fui cantor:
Durante todo o caminho da África até a Geórgia
Carreguei minhas canções de dor.
Criei o ragtime.

Fui vítima:
Os belgas cortaram minhas mãos no Congo
Estão me linchando agora no Mississipi.

Sou Negro
Negro como a noite é negra
Negro como as profundezas da minha África.

Se tu tens consciência – poema de Valter Alves da Silva

Mais um brasileiro que escreve sobre a cultura afro-brasileira e luta com as palavras contra o
preconceito. Como racismo, discriminação e preconceito ainda são realidades em nosso país,
cabe ao professor levar esse tema para dialogar com seus alunos, captar suas opiniões e
conscientiza-los da maneira mais bela que é poesia e a arte.

Se tu tens consciência

Se tu tens consciência, respeite tua própria natureza.


Assuma tua beleza que muitos desejariam ter.
Se tu tens consciência, respeite o negro,
Afrodescendente e toda gente
Que vive acorrentado pelo preconceito da cor.
Mas se tu tens consciência,
Assuma sua identidade
E veja seu valor.
Já que negro quando pinta,
Tem três vezes trinta.
Assim dizia meu avô.
Viver muito pra ti é mais
Dádiva do nosso Criador.

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