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ZH 2º CADERNO

3
PARALELO 30
Leia outras colunas em ZERO HORA | SEGUNDO CADERNO
zhora.co/juarezfonseca SEXTA-FEIRA,
25 DE MARÇO DE 2016

Juarez Fonseca
juafons@gmail.com

BD 15/07/1977
Entrando no 16º ano de sua

antena
existência, o quinteto paulista
lança o quarto álbum e se mantém
uma das formações instrumentais
mais instigantes do país. Yvo Ursini
(guitarra), Leonardo Muniz Corrêa
(saxofones), Amilcar Rodrigues
ISSO (trompete, flugelhorn), Henrique
Alves (baixo elétrico) e Maurício
De Projeto B
Caetano (bateria) são músicos
experientes, com carreiras paralelas,
mas é com o Projeto B que de fato
lavam a alma. A combinação de jazz
de vanguarda, música brasileira
e música erudita contemporânea
tem ruído, atonalismo, eletricidade
e também momentos “normais”,
mas exige um certo treino do
ouvido, uma disposição de seguir
em frente para degustar o que
acaba se revelando gratificante. É
grande música em qualquer lugar do
O músico mundo. Ao lado de temas próprios,
em show o grupo reprocessa composições de
Debussy, Mosolov e Ligeti. Arnaldo
realizado em Antunes faz participação especial
julho de 1977 com um poema. Distribuição

Um desconhecido Ivan Lins


Tratore, R$ 30, à venda nos canais
de streaming.

Ulisses Rocha, Juarez Moreira e


Yamandu Costa fazem empolgadas
apresentações deste disco de estreia
Monteiro de Souza (parceiro desde o início), sur-
CAIXA DE CDS revela músicas e gem as letras vigorosas e políticas de Vitor Martins,
do mineiro Carlos Walter, que já se
insere entre as grandes revelações
interpretações inéditas do compositor começando com Abre Alas.
do violão brasileiro. Calendário do
Afeto é uma suíte para violão solo

C
Os dois CDs mostram que a parceria com Ronaldo CALENDÁRIO com nove movimentos referentes
om um sucesso na voz de Elis Regina (Ma- merece ser reavaliada e que a chegada de Vitor foi DO AFETO aos meses de gestação de seu
dalena), o segundo lugar no Festival Inter- determinante para que a formação de jazz-soul-bos- primogênito Pedro – que hoje
De Carlos Walter
tem três anos. Ritmos como valsa,
nacional da Canção (O Amor É o Meu País) sa nova de Ivan, sem perder o requinte harmônico, baião, marcha-tango, bossa nova
e quatro LPs lançados, em 1975 ele era um ganhasse audições mais horizontais. Numa das falas e choro envolvem composições de
nome em ascensão entre os novos talentos da MPB. dos shows, ele comenta que no início não se via can- profundo lirismo, alegria e emoção,
pois a espera do filho também o
Mas nunca tinha feito uma turnê nacional. Naque- tor (formara-se em engenharia), que fora “empurra- faz pensar em sua vida, e na de
le ano fez a primeira, um circuito universitário que do para o estúdio”. Mas tocava piano, e seu lado ins- seus pais, na história da família.
encerra a fase do artista iniciante – pois na turnê trumental é evidente nos CDs 1 e 2, compartilhados “O Calendário é uma ode ao amor
seguinte, de lançamento do álbum Somos Todos com o grupo Modo Livre, de Gilson Peranzzetta (te- paterno”, diz a também violonista
Elodie Bouny, mãe dos filhos de
Iguais Nesta Noite, em 1977, ele ingressa no primei- clados), Ricardo Pontes (flauta, sax), Fred Barbosa Yamandu e produtora musical do
ro time, tornando-se, mais tarde, um nome inter- (baixo) e João Cortez (bateria). A qualidade técnica álbum. No encarte, Walter comenta
nacional. A recém-lançada caixa tripla Ivan Lins das gravações ao vivo não é muito boa, mas os resul- poeticamente cada movimento
Anos 70 flagra exatamente esse momento do com- tados compensam. Já o CD 3 da caixa foi feito em – como no nono: “O choro é a trilha-
sonora do nascer feliz”. O CD inclui
IVAN LINS positor carioca, com gravações inéditas. Uma joia estúdio, em 1978, e tem gravações nunca aproveita- um livro em PDF, com partituras,
ANOS 70 para fãs e colecionadores. Dois CDs são shows da das em discos. Ivan de piano e voz e, em quatro can- cifras e tablaturas. Distribuição
De Ivan Lins turnê gravados em Curitiba e em São José do Rio ções, ao lado de sua bela Lucinha. Aqui estão can- Tratore, R$ 30 (em média), à venda
Caixa com três Preto, mesclando o roteiro dos discos de 1974 e 75 e ções inéditas e algumas gravadas por outros, além de nos canais de streaming
CDs, gravadora interpretações de sambas como Opinião e Acender interpretações de Cartola e Tom Jobim. Enfim: um
Discobertas, as Velas, de Zé Keti, símbolos do protesto contra a Ivan Lins que nunca tinha sido ouvido antes – a não
R$ 75.
ditadura. Novidade: ao lado das letras de Ronaldo ser pelo público daqueles shows. Conhecido como guitarrista da
banda Dingo Bells e produtor/
arranjador/músico de discos de
artistas como Gisele De Santi,

Cem anos de tango em Porto Alegre Fabricio Gambogi tem uma lado que
poucos conhecem: o de compositor
erudito. E é mostrando esse lado,
Em 1914, o maestro argentino Francisco Canaro essas orquestras típicas, o tango predominava em ca- ECO EM de efeito impactante, que ele lança
HORIZONTE o primeiro álbum. Eco em Horizonte
veio a Porto Alegre para gravar seu tango El Chamuyo barés como o Maipú. O início do que Gularte conside- integrou o trabalho de mestrado
De Fabricio
na hoje célebre Casa A Electrica. A história é longa, ra o “segundo período” é a abertura da casa noturna Gambogi
em composição na UFRGS, em 2011.
está em livros e em um filme, interessa aqui por ser La Cumparsita, em 1974, dando origem a similares Trata-se de um ciclo de sete músicas
para grupo de câmara, formado na
o ponto de partida do livro O Tango em Porto Alegre como Mano a Mano, Caminito e El Tango. Ele entre- gravação por Júlio César Wagner
(1914-2014), do músico e pesquisador Washington Gu- vistou cerca de 30 expoentes do tango porto-alegren- (oboé), Elimar Blazina (clarinete), Íris
O TANGO larte. Uruguaio radicado na capital gaúcha há 35 anos, se (a maioria argentinos e uruguaios) e é por meio de Andrade (violino), Gabriel Polycarpo
EM PORTO com discos e livros (um deles sobre o candombe) lan- suas rápidas biografias que descreve a movimentação. (viola), Aninha Freire (contrabaixo),
Paulo Bergmann (piano) e Diego
ALEGRE çados, Gularte fez o que parecia óbvio, mas que só A primeira entrevista foi com Nina Moreno, criado- Silveira (vibrafone, percussão).
(1914-2014) ele realizou: a pesquisa sobre os cem anos do gênero ra do La Cumparsita, falecida em maio de 2015. En- A composição é influenciada
argentino na cidade brasileira que mais o cultuou. O tre as outras, Ruben Val, Pepito Diaz, Raúl Iturria, pela técnica poliestilística, do
De Washington
livro não conta uma história romanceada, é mais um Hugo Peñaloza, Carlitos Magallanes, Valentin Cruz russo Schnittke, e também pelo
Gularte húngaro Ligeti. Lançamento com
Edições Caravela, levantamento sobre as casas noturnas e os músicos e o radialista Roque Araújo Vianna – que há 37 anos apresentação de duas peças ao vivo
176 páginas, que fizeram e fazem essa história. A primeira casa ci- apresenta o programa Tangos en La Noche (Rádio da dia 9 de abril na Livraria Cultura.
R$ 35, contato tada é o Café Colombo, que nas décadas de 1920 e 30 Universidade/UFRGS). O terceiro período, nos anos Distribuição Tratore, R$ 30 (em
pelo fone (51) apresentava orquestras típicas. Nos anos 1940 a 60, 2000, é o da proliferação das academias de dança. média), à venda nos canais de
9106-0864. streaming
enquanto as rádios Gaúcha e Farroupilha mantinham O Tango em Porto Alegre torna-se obra de referência.

O colunista escreve quinzenalmente no 2º Caderno

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