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Qualificar Formar com qualidade

Formar para a realidade


boletim nº1
Ano 2016
Janeiro | Fevereiro | Março
Tiragem: 5.000 exemplares
Distribuição Gratuita.
Venda Proibida.

www.pnfq.gov.ao

Entrevista
com o Director do Ensino
Técnico Profissinal,
Nascimento Alexandre

Orientação
Profissional
40 profissões com futuro

Retratos
Centro Tec. Nacional
A relevância para o
desenvolvimento industrial
ITEL
A formar os comunicadores
do futuro

Global
Profissões Verdes

40 Anos de Evolução 
Os números da Educação
e da Formação

Vida no Activo
A arte de bem servir

Escolhe a
Professores
com Paixão 
Mateus Padoca Calado

Formação Profissional
A ferramenta que faz o futuro Formação certa!
Define o teu objectivo e, só depois,
opta pelo curso que te vai permitir
alcançar o sucesso profissional!
Índice

P.6 A QUALIDADE NA FORMAÇÃO


Entrevista
com o Director do Ensino
Técnico Profissional
DE QUADROS EM ANGOLA
O Plano Nacional de Formação de
Quadros (PNFQ) decorre da formu-
lação da Política Nacional de Pro-
P.8 Em destaque moção do Emprego, Capacitação e
40 Profissões que se vão
destacar em Angola Valorização dos Recursos Humanos
Nacionais, enunciada no Plano Nacio-
nal de Desenvolvimento (2013-2017)
que, por sua vez, concorre para o al-

P.10
cance da Estratégia de Desenvolvi-
mento de Longo Prazo “Angola 2025”.
Nestes termos, o PNFQ é o principal
Engenheiro José Eduardo dos Santos instrumento de implementação da
Presidente da República de Angola Estratégia Nacional de Formação
de Quadros, concebido para colma-
Retratos PNFQ tar as necessidades quantitativas de
Centro Tec. Nacional
A relevância para o “Precisamos quadros nacionais e assegurar a sua
mais elevada qualificação, dotando
desenvolvimento industrial

P.12
de mais -os das competências requeridas
pelos diversos sectores da economia
ITEL: A formar os e melhores nacional. A sua implementação está
comunicadores do futuro
professores, a cargo de uma Comissão Intermi-
nisterial.
de melhorar Neste sentido, para além da preocu-
P.14 40 anos
de evolução os métodos pação em formar quadros em quan-
tidade para suprir as necessidades
 Os números da Educação
e da Formação
de ensino nacionais, as instituições implemen-
tadoras (Centros de Formação Pro-
e de avaliação fissional, Institutos Médios-Técnicos,

mais rigorosa Institutos Superiores e Universidades),

P.20
públicas e privadas, têm vindo a adop-
e objectiva tar mecanismos e dispositivos para
melhorar paulatinamente a quali-
nos cursos dade da formação e do ensino, já que
esta é a dimensão que melhor satis-
Vida no Activo de ensino faz as exigências dos empregadores
e confere credibilidade social a essas
A arte de bem servir
médio e instituições.

profissional, Estas medidas são congruentes com


P.22 Professores em particular, o desafio colocado em 2014 pelo
Presidente da República, Engenheiro
com Paixão
 Mateus Padoca Calado e no ensino José Eduardo dos Santos ao afirmar
que “Esta verdadeira revolução quanti-
superior”. tativa carece agora de uma revolução
P.26 Formação qualitativa”.
Profissional
Do CINFOTEC para a vida real

Ficha Técnica
P.28 Informações que podem Título: Qualificar. Tiragem: 5.000 exemplares Periodicidade: Trimestral
Edição: UTG/PNFQ - Unidade Técnica de Gestão do Plano Nacional de Formação Profissional Impressão: Imprimarte
ajudá-lo a ser um profissional
© Todos os direitos reservados a UTG/PNFQ 2016 www.pnfq.gov.ao | (+244) 222 704 921
diferenciado
A título exemplificativo, podem ser citadas as seguintes iniciativas em curso:

a) No âmbito do Sistema Nacional


de Formação Profissional

- Criação do Departamento de Supervisão e Qualidade, no


b) No âmbito do Subsistema
INEFOP, com a missão de promover, controlar e avaliar
do Ensino Técnico Profissinal
a qualidade das acções de formação, dos materiais de
formação e dos formadores; - Revisão e actualização curricular de 24
- Implementação do Sistema de Gestão de Qualidade; dos actuais 72 cursos técnico-profissionais
- Obrigatoriedade de formação inicial e contínua dos for- existentes e dos cursos de Mecânica, Agri-
madores e exigência de certificação pedagógica inicial cultura, Pescas e Indústrias Alimentares
para o acesso à carreira de formador, cuja progressão ao nível da Formação Profissional Básica;
depende da avaliação periódica do desempenho, já - Preparação de uma proposta de sistema
instituída. de avaliação da qualidade dos cursos de
- Criação da Unidade Técnica de Apoio à Formação de formação de professores de nível secun-
Gestores e Formadores – UTAFORGEF, com objectivo dário que são ministrados nas Escolas
de garantir a capacitação técnica e contínua dos for- de Formação de Professores.
madores, desenvolver acções de capacitação em TI,
Elaborar Planos de Formação para os gestores das uni-
dades de formação, estruturar os conteúdos para a
capacitação técnica dos formadores e avaliar o de-
sempenho dos formadores.

c) No âmbito
do Subsistema
do Ensino Superior

- Institucionalização de um Siste-
ma de Garantia de Qualidade,
sob a responsabilidade do Ins-
tituto Nacional de Avaliação,
Acreditação e Reconhecimento
de Estudos do Ensino Superior
(INAAREES), para proceder à
avaliação das Instituições de
Ensino Superior (IES).
d) N
 o âmbito do Sistema
- Revisão curricular de planos de
Nacional de Ciência,
estudo de vários cursos das
Tecnologia e Inovação
universidades públicas no
- Selecção de candidatos a cursos sentido de adequar os perfis
de doutoramento, em instituições de saída às exigências dos
estrangeiras reputadas, para as contextos de trabalho e dos
áreas de incidência da Política empregadores;
Nacional de Ciência, Tecnologia - Realização de cursos de agre-
e Inovação (PNCTI) no âmbito da gação pedagógica para docen-
implementação do Programa Na- tes do ensino superior para ele-
cional de Formação Doutoral, sob var a sua competência didáctica
responsabilidade do Ministério da e metodológica.
Ciência e Tecnologia, de modo a
qualificar os investigadores e es-
pecialistas nacionais das várias
Instituições (não universitárias) de
Investigação Científica, Desenvol-
vimento Tecnológico e Inovação.

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 3


Professores
Notícias
com Paixão

ENQGEO ENAD E ISEP


Valorizar os Recursos Humanos, REALIZAM CURSO
para desenvolver os Recursos SOBRE LIDERANÇA
Minerais
Ajudar os líderes a conhecerem as suas
qualidades, bem como adquirir compe-
tências e ferramentas novas para resol-
verem desafios profissionais específicos
foram os objectivos da formação sobre
“Liderança Eficaz através do pensamento,
acções e Influências Estratégicos”. O curso
contou com a dissertação de vários profes-
sores experientes nas áreas de Gestão
e de Liderança, como Clemson G. Turrega-
no e Katie Dardagan. A acção de formação
enquadrou-se no âmbito do Plano Nacional
de Formação de Quadros (PNFQ) para
o sector empresarial público e foi realizada
pela Escola Nacional de Administração
ENAD, em parceria com o Instituto para
o Sector Empresarial Público – ISEP e o Cen-
ter for Creative Leadership.
Participaram na formação, diversos Presi-
dentes e Membros dos Conselhos de Admi-
A capital Angolana acolheu no dia 30 de Junho de 2015 o primeiro Encontro Nacio- nistração das empresas públicas.
nal de Quadros de Geociências, Geo-Engenharias e Ciências Afins, congregando Durante o curso foram abordadas matérias
cerca de 450 profissionais do sector. Dentre as temáticas abordadas, concluiu-se como ‘Os desafios estratégicos das empresas’,
que com vista a melhorar a capacidade de intervenção das empresas, e gerar novos ‘A gestão da polaridade’, ‘Desafiando pres-
empregos em função das várias fases de implementação de projectos mineiros, supostos’, ‘Liderando estrategicamente’,
o PLANAGEO exige a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e diversificada, ‘Liderança Inovadora’, ‘Criar uma cultura
desde o nível básico ao superior. Sendo necessário, nomeadamente,  assumir dois centrada no cliente’, ‘Liderança que atra-
compromissos: Garantir a transferência de conhecimentos e tecnologia para dotar vessa fronteiras’, ‘Liderar durante a transi-
o país de capacidade científica e tecnológica com vista a que os próximos projectos ção’ e ‘Factor R, a resistência à mudança’.
do PLANAGEO sejam geridos e controlados por quadros nacionais. E ainda, reforçar O programa visou ajudar os líderes a conhe-
as relações entre universidades e empresas industriais para a promoção de talentos cerem os seus pontos fortes e fracos, definir
nas áreas das geociênciais e para a investigação geocientífica aplicada. estratégias de liderança das suas empresas
e adquirir competências e ferramentas no-
vas para resolverem desafios profissionais

IFAL Huambo formou 580 técnicos específicos.

em 2015
O Instituto de Formação da Administração Local (IFAL) formou 220 técnicos, no primeiro
semestre deste ano e, segundo Severino Gomes, Director do Centro Regional do IFAL no
Huambo, formou mais 360 técnicos administrativos no segundo semestre.
O Director do Instituto revelou que as formações incidiram sobre a gestão de águas
e saneamento básico, gestão municipal de energia, redacção e elaboração de documentos
administrativos, gestão de recursos humanos, secretariado executivo de médios dirigentes,
gestão municipal de saúde, gestão e fiscalização de mercados e feiras.

4 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


DESEMPENHO DO PNFQ Relatório de Monitorização
O encontro de trabalho entre a Unidade Técnica de
Gestão do Plano Nacional de Formação de Quadros
(UTG/PNFQ), Gabinetes de Recursos Humanos, os
Gabinetes de Estudos, Planeamento e Estatística
e Chefes de Departamento de Formação de vários
Ministérios, serviu para apresentar e discutir
os resultados do Relatório de Monitorização
da Oferta Formativa do PNFQ 2013 e 2014.
No encontro, que contou com a presença de 184
participantes, foi apresentado o relatório que per-
mite conhecer e acompanhar o grau de concretiza-
ção das metas do PNFQ no biénio 2013-2014
tomando por referência as metas preconizadas
para 2020.
Os participantes puderam desta forma, reflectir so-
bre a estratégia e o processo de implementação
dos 8 Programas de Acção, bem como a adopção
futura de medidas que garantam a boa execução
do PNFQ.
Apresenta-se neste quadro a síntese geral dos re-
sultados obtidos pelo processo de monitorização,
nomeadamente: o número dos quadros formados
nos anos de 2013 e 2014 em cada um dos Progra-
mas de Acção, a taxa de execução em relação
às metas, bem como as medidas prioritárias
a adoptar nos anos 2016 e 2017, com vista
a alcançar as metas previstas pelo PNFQ.

execução (%)
Programas de Acção meta 2020
2013 e 2014
25.576
PA1 121.350
Quadros Superiores Formados
FORMAÇÃO DE QUADROS SUPERIORES Diplomados
(21%)
39.611
PA2 284.800
Quadros Médios Formados
FORMAÇÃO DE QUADROS MÉDIOS-TÉCNICOS Diplomados
(13,9%)
Mestrados : 53 Cursos 4.800 Mestres
PA3 (1.056 Matriculados)
FORMAÇÃO PROFESSORES ENSINO SUPERIOR E INVESTIGADORES 1.500 Doutores
SNCTI (SISTEMA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA) Doutoramento: 4 Cursos
(> 341 Matriculados) 140 Doutores SNCTI
13.024
Docentes Formados
PA4
Processo de Definição
FORMAÇÃO DE DOCENTES ENSINO primário e médio Pré-Escolar: 99
de Metas Iniciado
e de especialistas e investigadores em educação Primário: 2.243
I Ciclo: 8.336
II Ciclo: 2.346
50.609 173.466 Quadros AP
PA5
Quadros Capacitados (Administração Pública Central
FORMAÇÃO DE QUADROS ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (29,17%) e Local)
64.687
PA6 175.000
Quadros Empreendedores
FORMAÇÃO DE QUADROS EMPREENDEDORISMO Empreendedores
Capacitados
E DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL e Gestores
(36,9%)

PA7 Bolseiros Internos: 18.217 Inverter a política


Bolseiros Externos: 7.793 de atribuição de Bolsas
APOIO À PROCURA DE FORMAÇÃO SUPERIOR:
(88,6% Licenciaturas de Estudo priorizando
POLÍTICA DE BOLSAS 4% Mestrados a Formação Avançada
DE ESTUDO 7,32% Doutoramentos) em Domínios Estratégicos
PA8 53.662 Metas a Definir
FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA O EMPREGO Quadros Capacitados Anualmente

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 5


Entrevista

Com técnicos a produtividade cresce


Ensino técnico profissional
uma opção com futuro

Entrevista exclusiva
Director do Ensino Técnico Profissional Quantas instituições de Ensino Técnico Profissional,
António Dominguez do Nascimento Alexandre não universitário, existem em todo país?
O País conta actualmente com 201 escolas técnicas, sendo 108
públicas e 93 privadas, destas, apenas 24 servem exclusivamente
o Subsistema do Ensino Técnico Profissional e as restantes ministram
Que avaliação faz sobre o Ensino Técnico Profissional em simultâneo, outros níveis e subsistemas de ensino.
em Angola?
Fazendo uma retrospectiva e avaliação do Ensino Técnico Profissional Qual o peso de sector público e do sector privado
em Angola, devo referir que aquando da proclamação da nossa inde- no Ensino Técnico Profissional?
pendência nacional, em 1975, o país dispunha apenas de 16 escolas O sector público tem um peso de 53.7% e o privado, 46.7%. O sector
técnicas, sendo 1 agrária, 4 de administração, gestão e serviços, privado tem forte presença em Luanda e Benguela. Não existem es-
e 11 politécnicas, maioritariamente nas zonas do litoral, centro e sul colas privadas em 11 Províncias, nomeadamente, Bengo, Bié, Cuan-
do país. Com o alcance da paz foi possível expandir a rede de do Cubango, Cuanza Norte, Cunene, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje,
escolas técnicas no período de 2006 a 2009, com a construção e ape- Moxico, Namibe e Zaire.
trechamento de 34 escolas técnicas. Posteriormente, de 2010 até ao
presente ano, o país construiu mais 58 escolas técnicas, perfazendo Qual é a oferta formativa, neste momento? Cresceu
um total de 108 escolas técnicas públicas a nível nacional. nos últimos cinco anos? Luanda ainda é a cidade
Para o alcance da qualidade que se pretende, este subsistema iniciou que alberga a maior parte das instituições de Ensino
uma reforma em 2001, tendo elaborado novos currículos com novas Técnico Profissional?
modalidades de avaliação das aprendizagens, promovido acções de Até 2013, o país contava com uma oferta formativa de 61 cursos
formação, quer para professores, quer para gestores, apetrechado da formação média técnica. Em 2014 e já no âmbito da implementação
os laboratórios e as oficinas, incorporadas em todos os currículos, do PNFQ, foram lançados 11 cursos. Em 2015 dos 35 planificados
as disciplinas de formação de atitudes integradoras, informática, para lançamento e dos 9 para alargamento, não foram lançados 5
empreendedorismo e projecto tecnológico conducente à prova cursos nem alargados 6 cursos devido aos constrangimentos econó-
de aptidão profissional para a certificação dos alunos e a criação micos com que nos deparamos. Importa também referir que que para
de um Gabinete de Inserção na Vida Activa (GIVA). o domínio das artes, foram lançados 23 cursos perfazendo 65.7%.

6 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


1975, Angola tinha
Em
16 escolas técnicas

No caso da Província do Moxico (a maior do país), possui apenas duas


Actualmente existem 201
escolas técnicas públicas (administração, gestão e serviços; e saúde), e estava
escolas técnicas, sendo
prevista a entrada de 9 escolas técnicas públicas que não foi possível devido
à falta de docentes). A Província de Luanda continua a liderar o maior número de
108 públicas
escolas técnicas assim como a maior oferta formativa, com 28.7% de escolas
públicas e 86% de escolas privadas.
e 93 privadas
Quantos cursos estão disponíveis e quais são as áreas que
registam maior aderência?
sector público
Peso de
Actualmente o Ensino Técnico Profissional possui uma oferta formativa e privado no Ensino
Técnico Profissinal:
de 102 cursos em 18 domínios ou também chamados áreas de forma-
ção. O sector privado acolhe preferencialmente os cursos da área de
administração, gestão e serviços, com um número bastante reduzido no
sector industrial e sem oferta nas áreas da agricultura, pescas e indústrias
alimentares, assim como na área das artes.
Em termos de aderência aos cursos técnicos, o quadro reverteu-se para
Sector público: 53.7%
os cursos da saúde e do ramo industrial, pois, os alunos aperceberam-se Sector privado, 46.7%
que são estes que encontram melhores respostas na captação de emprego.
Referimo-nos aos cursos das áreas da saúde; electricidade, electrónica
e telecomunicações; indústrias extractivas; construção civil; mecânica e química.
102 cursos
Existem
de formação média técn
Qual é a taxa de empregabilidade e os profissionais que mais
rapidamente são absorvidos pelo mercado ica
em 18 áreas
de trabalho?
Relativamente à taxa de empregabilidade, ainda estamos longe de atingir
os índices satisfatórios, pois, a maior parte dos jovens estudantes preferem
prosseguir os estudos no ensino superior. A taxa estimada é de 70% que pros-
de formação
seguem os estudos no ensino superior.
Os cursos que o mercado de trabalho oferece mais, residem no sector
secundário da vida económica: sector da indústria.
artes,
No domínio das
foram lançados 23 cursos
Quais as garantias de qualidade da formação no Ensino Técnico
Profissinal?
Sector da indústria é o de maior
Quanto à qualidade da formação, aquisição de competências e programas
empregabilidade para a formaçã
de estágios no Ensino Técnico Profissional é boa mas ainda não estamos sa- o
tisfeitos. As escolas estão dotadas de laboratórios e oficinas de grande qua- Técnico-Profissional
lidade. Neste momento estamos a elaborar um programa de exercício de

Formação
auto-avaliação da gestão escolar para que as escolas possam responder
sobre a visibilidade de uma preocupação comum que é a de saber como é Áreas de
com melhor resposta
que a escola se vê a si própria no momento de prestar contas à comunidade
escolar e à comunidade envolvente sobre os seus resultados efectivos,

de emprego:
quer no sucesso das aprendizagens dos alunos, quer na sua integração no
mundo do trabalho, assim como, no modo como a comunidade envolvente
reconhece a instituição como modelo de referência pelas suas actividades
Construção Civil
Electricidade, Electrónica E Telecomunic
em prol da mesma, e como as Províncias encaram as Políticas e prioridades ações
para o desenvolvimento territorial, numa visão do “Angola 2025” e sua con- Indústrias Extractivas
cretização no PND 2013 – 2017, alinhadas com o PNFQ 2013 – 2020. Mecânica
Química
Quais são as perspectivas para o subsector para os próximos anos Saúde
e o que está a ser feito para serem alcançadas?
O Encontro Nacional do Ensino Técnico Profissional, realizado no mês de
Novembro de 2015, serviu para os 319 participantes reflectirem sobre as pers- 70% dos estudantes
prosseguem os estudos no ensi
pectivas de melhoria do sistema de formação técnico profissional, tendo como
referência, o PNFQ 2013-2020. As importantes Conclusões, Recomendações no
e Desafios, saídos do Encontro, são certamente os elementos catalisadores para
o contínuo desenvolvimento do Ensino Técnico Profissional. Um dos nossos
superior
grandes desafios será a valorização social do Ensino Técnico, transformando-o
num paradigma de sucesso, de modo a promover a competitividade e a concor-
rência saudável entre as escolas técnicas do mesmo ramo, oferecendo à socie- Luanda representa 28.7%
de escolas públicas
dade angolana, serviços e produtos de qualidade como resultados das aprendi-
zagens dos alunos.

e 86% de escolas privad


as
Em destaque

40 Profissões
Vivemos num mundo em que as mudanças e as transfor-
mações sociais são cada vez mais aceleradas, quer na vida
social, económica e política. Entre outras, a grande razão destas
mudanças é sem sombra de dúvidas, o conhecimento. Hoje, todos nós

com futuro podemos facilmente aceder e nos apropriarmo-nos do grande ma-


nancial de conhecimento disponível, tanto na sua forma mais teórica
(é o caso dos livros, revistas, jornais, artigos etc., incluindo o acesso
a outros formatos via web), como por meio de produtos e serviços
resultantes da sua aplicação (é o caso dos produtos alimentares,
carros, computadores, telemóveis, aplicativos para dispositivos
electrónicos, redes sociais, etc.).

Transporte
e Logística
1. Controlador de Tráfego Aéreo
2. Operador de Telecomunicações
3. Técnico Operacional e Controlador
de Transportes Marítimos e Aéreos
4. Técnico de Aviação Civil e Comercial
5. Engenheiro de Planeamento
e de Operações de Transportes
6. Engenheiro de Sistemas de Transportes
7. Engenheiro de Operações Logísticas
8. Engenheiro Naval
9. Engenheiro Aeronáutico
Energia 10. Piloto (de aeronaves, de barra)

e Águas
1. Técnico de Manutenção Mecânica
2. Técnico de Instalações Eléctricas
3. Técnico de Energias Renováveis
4. Técnico de Electricidade
5. Técnico de Gestão de Resíduos
6. Engenheiro Electrotécnico
de Sistemas Energéticos
7. Engenheiro de Energia Renováveis
8. Engenheiro Mecânico de Automação
e Controlo
9. Engenheiro Civil Hidráulico
10. Engenheiro Civil Sanitário

8 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


Alimentação e
Agro-Indústria
1. Técnico Especialista em Cultura
do Algodão
2. Técnico Especialista em Cultura do Café
3. Técnico de Produção Pecuária
4. Técnico de Produção Agrícola
5. Técnico de Produção Hortoflorícola
6. Biotecnólogo
7. Engenheiro Agro-Alimentar Habitação
8. Engenheiro Agrónomo (produção
agrícola/animal)
1. Desenhador-projectista
9. Gestor Agrícola
2. Medidor Orçamentista
10. Médico Veterinário
3. Serralheiro Mecânico
4. Técnico de Restauro e Conservação
5. Técnico de Planeamento e Ordenamento
do Território
6. Técnico de Instalações Eléctricas
(habitacionais)
7. Arquitecto
8. Arquitecto Paisagista
9. Engenheiro Civil de Estruturas
10. Engenheiro Mecânico de Ventilação
e Climatização

Tais mudanças e transformações influenciam fortemente a nossa de desenvolvimento de uma determinada sociedade. Neste senti-
maneira de ser e de estar numa determinada sociedade, a maneira do, para quem se encontra em fase de decidir que profissão esco-
como perspectivamos e nos preparamos para o futuro. É assim que, lher, ou até mesmo para quem esteja a pensar em optar por uma
num mundo que é cada vez mais global, escolher uma determinada mudança de percurso profissional, é importante que tenha em
profissão não é tarefa fácil. consideração os Projectos Estruturantes em carteira e em imple-
Na nossa realidade, o Governo de Angola tem vindo a levar a cabo mentação no nosso país.
um conjunto de grandes mudanças e transformações de natureza Estes Projectos abrangem um conjunto de áreas profissionais
social e económica, inscritas no Plano Nacional de Desenvolvi- prioritárias ao nível da formação profissional, de nível médio técnico
mento, também designado “PND, 2013-2017”, que tem como e de nível superior, ligadas aos seguintes sectores de actividades:
grande objectivo construir uma sociedade moderna, desenvolvida Energia e Águas, Alimentação e Agro-Indústria, Habitação, Transportes
e sustentável, capaz de proporcionar um bem-estar económico e e Logística. Ao lado, enumeram-se um conjunto de dez profissões
social a todos os angolanos. Uma das várias formas de captar a estratégicas de futuro para o nosso país, para cada um destes
dinâmica do mundo das profissões é considerar as perspectivas sectores prioritários.

Como se pode notar, o leque de escolhas profissionais é relativamente vasto, considerando também a existência de outras
profissõe s complementares que, em determinadas regiões do nosso país, venham a revelar-se necessárias nos próximos anos.

Prepare o seu futuro, boa escolha!


Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 9
Professores
Retratos
com Paixão

Centro Tecnológico Nacional


Laboratório de Testes Não Destrutivos
a relevância
para o
desenvolvimento
industrial
O investimento que o executivo está a fazer para a formação de quadros que tenham
as competências necessárias para trabalharem num contexto muito exigente, como
é o caso do Laboratório de Testes Não Destrutivos, abre caminho ao aceleramento
do desenvolvimento da indústria e da economia angolana.
Os testes não destrutivos são realizados em diferentes sectores que necessitam
deste tipo de monitorização para aumentar a confiabilidade dos seus equipamentos
e dos processos inerentes à sua actividade. Serão os jovens angolanos, através
da sua ambição e capacidade de trabalho, os obreiros do futuro do país.

10 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


Em Angola existe um Laboratório de Testes Não destrutivos em funcionamento desde 2007. Este
laboratório, que contou com o apoio da Agência de Energia Atómica Internacional, é constituído por uma
equipa de seis técnicos de nível II. Actualmente, carece de técnicos qualificados em diferentes variantes,
O que dizem
como é o caso da variante de partículas magnéticas, que conta apenas com Maymbemba Pedro.
Desta forma, a capacitação e formação de técnicos com competências para trabalharem em os formandos?
Laboratórios de Testes Não-Destrutivos é uma iniciativa muito importante para o crescimento do
sector industrial angolano.
Maymbemba Pedro, professor de física e de matemática na Universidade Metropolitana do Morro
Bento, é o investigador responsável pela formação destes técnicos. O professor é o único inves-
tigador do Centro Tecnológico Nacional com certificação de Nível II, obtida no Centro Nuclear
de Marrocos. Ainda assim, pretende aprofundar os seus conhecimentos, através de um mestra-
do em mecânica, que considera muito útil para prosseguir os seus trabalhos de investigação.

Formação, Capacitação e Certificação


A formação inteiramente gratuita para os formandos, tem sido ministrada no Laboratório de Testes
Não Destrutivos do Centro Tecnológico Nacional através de aulas teóricas e práticas, a partir
das quais os jovens podem ter contacto com equipamentos utilizados pelas empresas mais com-
petitivas. Organizada em quatro módulos, cada um dos quais correspondendo a uma técnica: líqui-
dos penetrantes; partículas magnéticas (electroíman e lâmpada ultravioleta); radiografia indus-
trial (raios x e tubo Rx); e ultra-sons (técnica de volume). Edgar Júnior | 19 anos
Habilitações: 12º Classe
Após estas aulas, que terminarão em 2016, os alunos terão que, para obterem o Certificado interna-
Energia, Instalações Eléctricas
cional, estagiar no Centro de Energia Atómica do Brasil. A razão pela qual as autoridades angolanas e Computação Electrónica
escolheram um centro no Brasil relaciona-se com o facto de possuir o mesmo idioma, o que ajudará Instituto Médio Politécnico Nova Vida
sobremaneira a aprendizagem dos alunos.
Os doze jovens que têm beneficiado desta formação, na sua maioria com idades compreendidas
entre os 19 e os 23 anos, foram seleccionados junto das escolas técnicas de Luanda, tendo concluí-
“A minha perspectiva
do a 12ª classe nas áreas de ciências físicas, biológicas, mecânica e electricidade. Todos eles estão de vida mudou, posso
conscientes da oportunidade única que estão a ter, e que lhes permitirá tornarem-se em técnicos
com elevadas competências. ver que terei várias
Os custos inerentes à primeira turma são totalmente suportados pelo Ministério da Ciência e Tecnolo- oportunidades
gia, que pretende ver o recrutamento ser alargado a todo o país, já a partir do próximo ano. Se somar-
mos todos os custos associados, nomeadamente os custos de certificação e os custos de ministração de emprego pela obtenção
de cada técnica, estaremos próximos de um valor a rondar os quinze mil dólares por aluno. de uma Certificação”
O que é um Laboratório de Testes Não Destrutivos
Um Laboratório de Testes Não Destrutivos é um espaço onde são utilizadas um conjunto de técnicas
para detectar e dimensionar as descontinuidades dos materiais (possíveis defeitos), que não são
visíveis a olho nu, sem destruir ou danificar as peças testadas.
Neste tipo de laboratórios trabalham profissionais altamente competentes e especializados em
diferentes áreas do conhecimento, nomeadamente na física, na química e na engenharia. Trabalham
de forma coordenada com o intuito de apresentarem soluções para grandes estruturas industriais,
nomeadamente petrolíferas. Para isto, são utilizadas várias técnicas de ensaio que fornecem
os elementos necessários para avaliar rigorosamente a qualidade de determinada construção.

“Pensava que deveria ir de imediato para a universidade,


mas agora, com a formação que estou a realizar,
o entusiasmo pelo conhecimento abriu novas opções que
me permitirão ingressar no mercado de trabalho. Poderei
conciliar o trabalho com uma formação superior adequada Laurinda André | 20 anos
Habilitações: 12ª classe
ao ramo profissional que já escolhi mais conscientemente“ Ciências Físicas e Biológicas
PUNIV de Cacuaco

Indústria Petrolífera: oleodutos, refinarias


ar
Onde pode trabalh Abastecimento de Água
a em
o Técnico Especialist Construção Civil: grandes infraestruturas, estaleiros
ivos?
Testes Não Destrut
Indústria Química, Aeroespacial, Siderúrgica, Naval,
Electromecânica, Papel e celulose

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 11


Retratos

ITEL, Instituto Nacional de Telecomunicações


A formar os comunicadores
do futuro
A funcionar num edifício que outrora foi uma estação de rádio, a formação média
técnica em Electrónica, Telecomunicações e Informática, não podia estar em melhor
local. Ao percorrer os corredores do Instituto Nacional de Telecomunicações (ITEL),
constata-se a disciplina, ordem e alegria dos alunos e docentes, que transmitem
a convicção de que estamos num lugar privilegiado para a aprendizagem.
Criado em 1985, o ITEL, Instituto Nacional de Telecomunicações,
é uma escola técnica da rede pública (corresponde à 10ª , 11ª e 12ª
classe), iniciou a sua actividade dedicada ao ensino no ano de 1990,
prestando formação nos domínios da electrónica, das telecomunica-
ções e da informática.
Sob a tutela do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias
de Informação e do Ministério da Educação, é um espaço que assume
uma visão consonante com a realidade da economia global, onde
o foco está no estímulo ao desenvolvimento humano e tecnológico.
De facto, a estratégia do ITEL passa por prever e antecipar a evolução
do mercado de trabalho, adequando as valências do capital humano
ao Ensino Técnico Profissinal, dotando os seus alunos de uma mais-
valia de relevo para a empregabilidade.
Neste sentido, projectos estruturantes do Governo, como o “Cabo
Submarino” e o “Programa Espacial” que visa a construção de
um Satélite Angolano, encontram, neste instituto, resposta à demanda
de técnicos do sector.
Ao longo dos últimos anos, o ITEL tem reforçado parcerias externas,
conjugando esforços e alinhado numa estratégia de desenvolvimento
colectivo. Desta forma, os seus profissionais têm cooperado com o
executivo, orientando-se pelas seguintes políticas: Plano Nacional
de Desenvolvimento; Plano Nacional de Formação de Quadros; Plano
Nacional de Desenvolvimento da Juventude; Livro Branco das TIC´s;
Lei de Bases do Sistema de Educação; e o Estatuto do Subsistema
do Ensino Técnico Profissinal.

12 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


www.itel.gov.ao
Um crescimento prometedor
Desde 2012, o ITEL conta com um Centro de Formação Tecnoló-
gica (CEFITEL), onde são ministrados cursos de formação profis- A educação é o maior
factor de progresso
sional de alto nível. O Centro tem acordos com instituições e em-
presas de prestígio internacional, permitindo-lhe trocar experiências
e evoluir de acordo com as melhores práticas existentes.
Também no ano de 2012, nasceu o Núcleo de Desenvolvimento Tec- a longo prazo. Por isso,
nológico (NUDITEL). Este núcleo funciona como elemento catalisador
de pesquisa aplicada, procurando estender importantes conheci- qualquer pessoa que
mentos científicos à sociedade. Possui três segmentos: elec-
trónica; informática; e telecomunicações. O segmento da electrónica visite o ITEL, sai com
foi responsável pela projecção e pelo desenvolvimento do portão auto-
mático do edifício, assim como por um sistema de iluminação auto- uma esperança renovada.
mática. Já o segmento da informática desenvolveu a página do ITEL
e um conjunto de aplicações orientadas para a gestão académica.
O NUDITEL conta, ainda, com um laboratório de calibração e de
manutenção.
Falta referir outro braço importante do ITEL, designado por Núcleo
de Empreendedorismo (NEI). Este núcleo visa apoiar os empreen-
dedores formados no Instituto Nacional de Telecomunicações,
através de parcerias com os sectores público e privado, à luz do
Estatuto do Ensino Técnico Profissinal. Conta já com três empresas
constituídas e vai evoluir para uma incubadora de empresas com
o apoio da direcção do MTTI. 
 
Uma instituição virada para o futuro
A educação é o maior factor de progresso a longo prazo. Por isso,
qualquer pessoa que visite o complexo, sai com uma esperança re-
novada. Os cinquenta docentes que integram este estabelecimento
de ensino trabalham diariamente para dotar Angola de recursos hu-
manos capazes de levar o país para novos patamares de desenvolvi-
mento. Já foram formados mais de 3350 técnicos, incluindo José
Carvalho da Rocha, ministro das Telecomunicações e Tecnologias
de Informação e muitos outros, que pela competência e dedicação,
acabam por ser convidados a leccionar no próprio ITEL.

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 13


Os números da Educação
e da Formação em Angola
40 anos de evolução

Ao longo das últimas quatro décadas, o esforço da política governamental


para a formação dos quadros do país é notório, tendo-se verificado um crescente
número das instituições de ensino e formação, trazendo consigo um maior número
de oportunidades e acesso à escolaridade, formação profissional e vida académica.
Em 2013, o Plano Nacional de Formação de Quadros, alinhado com o Plano Nacional
de Desenvolvimento 2013/2017, iniciou um novo ciclo na história dos sistemas
de educação e de formação do País. Assente num conjunto de orientações do Governo,
que decorrem da Estratégia Nacional de Formação de Quadros (ENFQ), o PNFQ
incide sobre a qualificação de quadros nacionais, visando o desenvolvimento
do potencial humano de Angola, através da formação em domínios estratégicos.
14 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ
Ensino
Superior Instituições de En
Públicas
sino Superior
Privadas
Total
A Universidade Agostinho Neto (UAN) foi, In st itu tos
Escolas Unive rs id ad es
durante 25 anos, a única instituição de Ano stitutos Superiores
ensino superior pública angolana. A partir Universidades In 1
- -
de 2003, assistiu-se a um franco cresci- - -
1975 1
mento, traduzindo-se em 22 Instituições - -
de Ensino Superior Públicas. - -
1976 - -
Em 2002 foram abertas duas universida-
1992 - 2
des privadas.Entretanto, até 2014, abriram 2
- -
mais oito instituições, ou seja, quintupli- 1993 -
cou. O aumento com maior expressão foi 2002 30 59
o dos Institutos do Ensino Superior Priva- 4 8
2003 6 11
do, onde entre 1975 e 2002 o número era 30 62
2014 10
nulo. De 2003 até 2014, abriram 30 esta- 11 4
belecimentos. Total 7 ino Superior
tica – Ministério do Ens
udos, Planeamento e Estatís
Em termos gerais, no universo de Institui- Fonte: Gabinete de Est
ções de Ensino Superior (Públicas e Priva-
das), passados 40 anos de independência,
Angola conta com 62 instituições de ensi-
no superior, o que gera um impacto social
que se vem reflectindo em diferentes Evolução do númer
sectores da vida nacional. o de bolseiros
Internos
Ano Externos
Licenciatura Licen
Diplomados formados dentro do país ciatura Mestrado Total
1975 Doutoramento
Em 1975 havia 122 licenciados. Após - - - -
1975 até 1992, esse número aumentou 1976 -
mais de 20 vezes, traduzindo-se em 2.503 1992 - 1.291 68 105
licenciados. Desse período até 2002, 1.464
1993
o crescimento não foi tão expressivo. -
2002 1.347 209
No período de 2003 a 2014 registou-se 250 1.806
a subida mais acentuada, cerca de 444 2003
vezes mais do que em 1975. Ou seja, 2014 30.169 5.362 595 563
59.772 licenciados em 2014. No que se 6.520
Total 30.169
refere aos diplomados com mestrado 8.000 869
Fonte: Instituto Naciona 918
e doutoramento, feitos no país, dados es- l de Gestão de Bolsas 11.577
de Estudo – Ministério
do Ensino Superior
tatísticos recentes apontam para 424
mestres e 2 doutores até 2014.

rmados denEstat tro do país rior 59.772


Diplomados fo
; Gabinete de Estudos, Planeamen
to e ística – Ministério do Ensino Supe
Fonte: Universidade Agostinho Neto

Licenciados

2.503 2.851
122

1975 1992 2002 2014 2015


424 mestres e 2 doutorados

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 15


Professores
com Paixão

Formação Profissional
Nos primeiros anos da independência,
o modelo de formação profissional exis-
tentente caracterizava-se pelo funciona- s 1998 a 2015
mento no seio das empresas ou unidades
Evolução da Formação de Quadro
APTOS
fabris de secções de Formação Profissio- MATRICULADOS
nal destinadas a capacitar os respectivos ano M F TOTAL
M F TOTAL
trabalhadores. 3.593
7.592 3.143 450
Em 1998, foi estabelecido um Sistema 1998 5.600 1.992
Universal de Formação Profissional virado 5.520 2.919 8.439
6.282 3.312 9.594
essencialmente para o mercado de traba- 1999
6.383 1.118 7.501
lho e do empego, tutelado pelo MAPTSS. 7.843 1.779 9.622
2000
Na época contava, com 13 Centros de 7.699 1.029 8.728
8.262 1.188 9.450
Formação tutelados pelo Instituto Nacio- 2001
5.309 3.534 8.843
nal do Emprego e Formação Profissional 6.321 4.215 10.536
2002
(INEFOP). 6.610 3.026 9.636
9.329 3.982 13.311
De 1998 a 2002, a rede de Centros de 2003
10.383 4.756 15.139
Formação aumentou de 13 para 214 uni- 11.393 5.111 16.504
2004
dades. 19.988 1.400 21.388
20.801 1.841 22.642
Em 2008, o número de Centros de Forma- 2005
22.341 8.176 30.517
ção elevou-se para 395 entre públicos 24.400 9.041 33.441
2006
e privados, com destaque para o incre- 21.479 8.837 30.316
24.295 10.045 34.340
mento de 108 Unidades Formativas do 2007
20.616 10.998 31.614
INEFOP. O aumento deveu-se à imple- 24.189 12.549 36.738
2008
mentação do Programa Nacional de Ca- 37.234 14.808 52.042
43.297 15.904 59.201
pacitação em Artes e Ofícios, assim como 2009
33.714 13.136 46.850
à construção de 13 Centros Integrados de 34.401 13.404 47.805
2010
Formação Profissional, 35 Centros Mó- 23.175 11.052 34.227
30.367 14.158 44.525
veis e um Centro de Formação Tecnológi- 2011
20.714 10.662 31.376
ca (CINFOTEC). De 2012 a 2015, o núme- 26.599 12.117 38.716
2012
ro de Centros de Formação aumentou 18.625 7.948 26.573
24.991 10.125 35.116
de 471 para 595. 2013
19.530 7.489 27.019
24.400 8.839 33.239
2014
21.490 9.349 30.839
26.843 11.200 38.043
2015
303.953 120.687 424.640
Total 359.613 140.802 500.415
, 2015.
o Pública, Trabalho e Segurança Social
Fonte: INEFOP – Ministério da Administraçã

Unidades Formativas
ano Outros
INEFOP Organismos Privados TOTAL
Públicos
1998 8 5 - 13
2002 25 19 170 214
2008 133 21 241 395
2012 135 35 301 471
2015 139 35 421 595
Fonte: INEFOP – Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social,
2015.

16 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


MAPA DE LOCALIZAÇÃO
GEOGRáFICA DOS
CENTROS DE FOrMAÇÃO
PROFISSIONAL
tutelados pelo INEa,FO P
Trabalho istração Públic
Fonte: INEFOP – Ministério da Admin
e Segur ança Social , 2015.

26 Centros de Formação


Profissional

1 Centro de Formação
Tecnológica

3 Escolas Rurais de
Capacitação e Ofícios

13 Centros Integrados
de Emprego e Formação
Profissional

35 Unidades Móveis

61 Pavilhões de Artes


e Ofícios

CENTROS DE FORMAÇÃO Profissional Públicos e Privados


INEFOP
PROVÍNCIAS Outros
Centros Integrados Pavilhões Organismos Organismos
Centros de Unidades TOTAIS
de Emprego e de Artes Privados
Formação Móveis Públicos
Formação rofissional e Ofícios
Profissional
Bengo 3 1 1 4 0 4 13
Benguela 4 0 4 5 8 49 70
Bié 1 0 2 3 0 1 7
Cabinda 1 1 0 3 1 9 15
C. Cubango 0 1 0 3 0 9 13
Cuanza Norte 2 1 2 2 0 6 13
Cuanza Sul 1 0 3 3 1 3 11
Cunene 1 1 2 3 0 12 19
Huambo 0 0 2 3 1 9 15
Huila 1 0 2 3 3 18 27
Luanda 11 4 4 14 15 269 317
Lunda Norte 0 1 2 2 1 2 8
Lunda Sul 1 0 4 0 0 2 7
Malanje 0 1 2 2 2 3 10
Moxico 1 0 1 2 1 4 9
Namibe 2 1 0 3 2 10 18
Uíge 1 0 2 4 0 7 14
Zaire 0 1 2 2 0 4 9
Total 30 13 35 61 35 421 595
Fonte: INEFOP – Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, 2015.

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 17


Relativamente ao número de matriculados no período de 1998 a 2015 é de 500.415 dos quais 359.613 do sexo masculino
e 140.802 do sexo feminino. Neste período foram formados nas 111 especialidades disponíveis no Sistema Nacional
de Formação Profissional, 424.640 cidadãos dos quais 303.953 do sexo masculino e 120.687 do sexo feminino.
No ano base de referência (1998), o sistema tinha disponíveis 16 cursos diversos. Com o incremento de unidades formativas,
a demanda do mercado do trabalho e a dinâmica da evolução tecnológica, permitiu que em 2015 fossem disponibilizados
500.415
111 cursos, nas mais diversas especialidades.
A partir de 2002, apesar das limitações e adversidades que o país conheceu resultado de longos e destrutivos
anos de conflito armado, o Executivo Angolano definiu políticas públicas que permitiram organizar
gradualmente o sistema de Formação Profissional e que têm garantido o ajuste da oferta
formativa do Sistema Nacional de Formação Profissional às necessidades
das empresas e aos projectos estruturantes do país. 424.640

7.592 ic u l a d o s e Aptos
a t r
AlunosInstituMto Nacional de Emprego e Formação Profissional.
3.593
39.202 Fonte: MAPTSS –

33.511

1998 2002 2015

Ciência e Tecnologia
Citando o Relatório da UNESCO de 2013, o desempenho de Angola em termos de
produção científica por milhão de habitantes registou entre 1995 e 2005 uma
percentagem 1,4%, enquanto que de 2005 a 2013 observou-se um aumen-
to de 18,8%.
O sector da Ciência e Tecnologia tem orientado as suas principais acções,
visando o reforço da capacidade de investigação científica, desenvolvimento
e inovação em nove áreas de incidência estabelecidas na Política Nacional
de Ciência, Tecnologia e Inovação, designadamente: Educação, Cultura
e Formação Profissional; Ensino Superior; Agricultura e Pescas; Telecomu-
nicações e Tecnologias de 
Informação; Indústria, Petróleo, Gás e Recursos
Minerais; Saúde; Recursos Hídricos; Energia; e Ambiente.
Em 2014, os dados estatísticos indicam que nas instituições de investigação
científica, desenvolvimento tecnológico e inovação, foram registados
259 investigadores científicos, dos quais 133 são Licenciados, 76 Mestres
e 50 PhD (Doutores).

Dados estatísticos
2014 do nº de Investigadores do “SNCTI”
Licenciados Mestres Doutores
Engenharias
e Tecnologias 26 7 3
Ciências Médicas
e da Saúde 28 10 7
Ciências Agrárias 44 21 12
Ciências Sociais 3 0 3
Humanidades 2 2 8
Outras Ciências 30 36 17
Total 133 76 50
Fonte: Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísti
ca – Ministério da Ciência e Tecnologia, 2015.

18 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


Ensino Técnico
Profissional
O sistema educativo do país tem registado um crescimento expressivo
no que se refere à expansão da rede escolar, que inclui um aumento conside-
rável do número de alunos matriculados no Ensino Médio Técnico. Em
1978, havia apenas 1075 alunos, número que entre 1979 e 2002, passou
para 53 mil alunos. No entanto, a subida mais considerável verificou-se
entre 2003 e 2014, com o valor expressivo de mais de um milhão de alunos
matriculados. De 2012 a 2014, cerca de 40 mil técnicos médios foram
formados nas escolas profissionais.
Em 1975, o país dispunha de 16 escolas técnicas, uma agrária, quatro
de administração e gestão e as demais politécnicas. Já em período de
paz, entre 2006 e 2009, verificou-se a expansão da rede escolar, com
a construção de 34 escolas técnicas, e foram reforçadas as acções
de formação para professores e gestores. De 2010 até ao presente,
o país construiu mais 58 escolas técnicas, perfazendo 108 escolas
técnicas públicas a nível nacional. Paralelamente, o sector privado conta
com 97 escolas técnicas nas áreas industrial, saúde, administração
e gestão e ainda nas áreas de hotelaria e turismo.

ESCOLAS TÉCNICAS
ano PÚBLICAS
1975 16

2006 – 2009 34

2010 – 2015 58

Total 108
& Gabinete de Estudos, Planeamento
Fonte: Direcção Nacional do Ensino Técnico Profissional
e Estatística – Ministério da Educação, 2015.

180.353

iculados e DIPLOMADOS
Alunos Matr
o Técnico Profissional & Gabi nete de Estud os, Planeamento e Estatística –
Ministério
Fonte: Direcção Nacional do Ensin
da Educação, 2015.

17.830
53.018

12.116 7.243
1.075 3.676

1978/79 1991/92 2002 2014

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 19


Vida
Professores
no
Activo
com Paixão

Sector Hotelaria e Restauração,


em crescimento no país
A arte de bem servir

Espírito de equipa
as delícias dos
e o As sa dor Lookal tem feito
Desde Ja ne iro qu rear o paladar único
e ali pa ss am a conhecer e a sabo do seu
angolan os qu rtadas directamente
s ca rne s uru gu aia s e argentinas, impo
da
país de origem.
Assador, Mário
r o ele vado pa drão de qualidade do n-job”
Para ma nte nta na formação “o
e de staca a es tratégia base que asse cio nários qu e
Duart s 65 fun
ulo de interajuda do
e o constante estím
compõem a equipa.
mas o forte sentido
m se m ne nhuma experiência, a
Muitos cheg ara e formar uma equip
tico do ge ren te Má rio Duarte permitiu-lh que se tor na
O sector do turismo em Angola tem registado um didác de parti lha
gerando um espírito
crescimento significativo e é um dos mais promissores atenta aos detalhes, , visível pa ra o cliente.
numa mais valia
em termos de evolução e empregabilidade. As previsões
apontam para que, até 2020, o número de visitantes
A diversidade de funções desempenhadas por Mário Duarte, conferi-
estrangeiros chegue aos 4,7 milhões, quase cinco vezes
ram-lhe valências e recursos capazes de responder às exigências
o valor registado actualmente. Os operadores desta profissão.
turísticos estão confiantes e continuam a investir
na criação de infra‑estruturas hoteleiras. Mário Duarte, A importância da formação
gerente do restaurante Lookal Assador, em Luanda, O gerente conta que o percurso profissional permitiu-lhe realizar al-
guns cursos práticos que acrescentaram mais-valias às suas compe-
personifica o clima de confiança no sector.
tências. Por exemplo, o curso em “Primeiros Socorros e Segurança
Básica Marítima” tem-se revelado vital por trabalhar num restaurante
Em Angola há seis anos, este português começou a trabalhar aos 13 junto ao mar, com um caso de salvamento que ocorreu recentemente,
numa pastelaria para comprar uma cana de pesca, hoje, aos 41 anos, conta. Já o curso em “Agro-Pecuária” permitiu-lhe um conhecimento
gere uma equipa de 94 funcionários, num dos mais badalados “grills” mais profundo sobre a cadeia alimentar, plantações e colheitas, o pro-
de Luanda. cesso de produção do vinho, a qualidade da carne, entre outros as-
Num percurso que começa no “Passos Perdidos” em Lisboa, chegou pectos, que Mário Duarte transmite com forte sentido didático aos
a ser “stewart” nos famosos Ferrys entre o Reino Unido e França, seus pupilos.
onde fazia de tudo um pouco, passou por Restaurantes de Luxo O exemplo deste responsável de restauração materializa a importân-
como o “Mónaco” e “Bambino de Ouro”. cia da qualificação no sector.

20 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


Serv ir co m ex celência
fil do Empregado de Mesa/Bar
Per
• Activo, cortês e dedicado
• Boa apresentação, higiene e postura
é aprender
• Vontade de aprender – a melhor formação
com os colegas e chefes mais antigos
cara e satisfeito
• Gostar do que faz (estar sempre com boa
gorjeta)
é garantir a satisfação do cliente e uma boa
himento, cortesia
• Atrai e fixa os clientes, graças ao bom acol
dum serviço de mesa esmerado
pequenas
• Aconselha a escolha de pratos e bebidas,
refeições e aperitivos
s, cocktails,
•P  ode executar serviços de buffets, banquete
coffee-breaks e welcome drinks.

Neste sentido, a formação hoteleira e turística em Angola constitui


uma premissa fundamental, por se tratar de políticas que permitem
conferir competências técnico-profissionais e académicas às comu-
nidades mais jovens, visando alavancar a qualidade na prestação dos
serviços hoteleiros e turísticos.

Mercado em franco crescimento


O conjunto da Indústria Hoteleira e similares mostra, nos últimos anos,
uma notável expansão, ao mesmo tempo que o Turismo caminha para
se tornar um sector indispensável para a diversificação da economia.
Actualmente, a indústria hoteleira e turística revela uma taxa de em-
pregabilidade considerável e um crescente número de trabalhadores,
de ambos os sexos. De acordo com os dados do Governo, trabalham
no sector hoteleiro e turístico 202 mil e 776 pessoas, sendo 53% do
sexo masculino e 47% do sexo feminino.
Mário Duarte confessa com orgulho que tem recebido muitos elogios
sobre os seus funcionários e destaca os traços de caracter fundamen-
sa/Bar
tais para o sucesso na profissão: Ser cumpridor, diligente, discreto. Quem: Empregado de Me
Até 2020, o Executivo prevê gerar mais um milhão de postos de traba-
dos em estabelecimentos
lho, directos e indirectos, no Sector da Hotelaria. O Plano Director  estaurantes e bares inseri
Onde: R sas de catering, cafetarias,
do Turismo de Angola, aprovado recentemente, prevê também, até ao hoteleiros, clubes, empre tros.
referido período, arrecadar 4.7 biliões de dólares, e espera registar 4.6 barcos de cruzeiro, entre ou
har em Restauração: 
Vantagens de trabal lho
milhões de turistas em todo o país, sendo a maioria angolana (60%).
ba
Quantidade de postos de tra
A previsão de construção de seis hotéis-escolas, nas províncias de
Benguela, da Huíla, do Huambo, de Luanda, do Moxico e do Uíge, está
também em linha com os projectos do Plano Director do Turismo de Vasta Aprendizagem
etências inter-pessoais
Angola, em paralelo com o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND). Desenvolvimento de comp ado
gorjetas são mais um orden
Financeiramente apelativo: as er extras para serviços privados
Boletimr Informativo faz Jan. Fev. Mar. 2016 | 21
PNFQ
e se tive criatividade pode
Professores
com Paixão

Prof. Mateus Padoca Calado


“A informatização ajuda
a salvar vidas”
A acompanhar o crescimento económico
e social angolano, as Tecnologias
de Comunicação e de Informação (TIC)
materializam a inovação e desenvolvimento
do país. Cada vez mais enraizadas nos jovens,
estas competências são uma realidade
imprescindível à formação académica
e posterior empregabilidade.
Mateus Padoca Calado, Docente e Chefe
do Departamento de Ciências da Computação
da Faculdade de Ciências da Universidade
Agostinho Neto, reflecte sobre a importância
das TIC para o desenvolvimento de Angola
e vê com bons olhos o “triunfo da tecnologia”
para o engrandecimento do Homem.
Desenvolveu um trabalho cujo título como por exemplo a utilização de sistemas O SIEMA foi desenvolvido não só motivado pela
é “Sistema de Apoio ao Serviço informáticos pelas entidades prestadoras importância da computação para a qualidade
Nacional de Saúde”. Qual a relevância de cuidados de saúde para auxiliar os pro- do acesso e da prestação dos cuidados de
que atribui à informática para cessos de administração hospitalar, de ges- emergência médica, mas também porque se
a qualidade da prestação de cuidados tão da informação, gestão de pacientes e de identificou nesta área uma lacuna muito grave
de saúde? recursos humanos ou materiais. Outra área e prejudicial para utentes e para entidades
Bem, essa questão é muito pertinente. Se exis- fundamental é a do diagnóstico e imagem hospitalares do nosso país.
te área da sociedade em que o uso da compu- médicas, como ressonâncias e TACs. Pode-
tação pode passar de certa forma despercebi- mos também referir os sistemas de infor- Considera que as autoridades
do aos cidadãos é a da saúde, uma vez que mação que apoiam a tomada de decisão angolanas compreendem o papel
o seu uso nem sempre é visível aos utentes. médica, a telecirurgia, o apoio à medicina da informática nos principais
No entanto, dá um contributo muito importan- à distância e ao ensino médico. Também domínios da nossa sociedade,
te, que advém da capacidade em gerir grandes existe uma influência indirecta, que se ma- designadamente na saúde?
quantidades de informação, em extrair padrões nifesta na enorme utilidade da computação Bem, esta compreensão tem conhecido
e conhecimentos mais significativos e em no apoio à investigação científica na área avanços, mas é preciso fazer cada vez mais,
aumentar a eficácia das tecnologias de diagnós- da saúde, que depois permite inovações porque a informatização pode melhorar os
tico e tratamento médico existentes, ou tornar significativas nos tratamentos médicos serviços que o Estado presta aos cidadãos e,
possível o surgimento de novas tecnologias. disponibilizados. agora pensando no caso concreto da saúde,
Tudo isto permite uma maior eficácia dos trata- ajudar a salvar vidas. A nível governamental
mentos disponibilizados aos pacientes e um Foi essa relevância que o levou existem dois Ministérios, o da Ciência e Tec-
aumento da eficiência na prestação dos cuida- a desenvolver um projecto para apoio nologia e o das Telecomunicações e Tecno-
dos de saúde. às emergências médicas em Angola? logias de Informação, que se debruçam so-
Pode dizer-se que as pessoas tomam a maior O Sistema Integrado de Emergências Médi- bre esta temática, o que mostra a percepção
parte destas possibilidades como tão funda- cas Angolano, um projecto que, se imple- da relevância que a computação tem para a
mentais que não se pensa na ciência e tec- mentado, terá fortes impactos sociais, tem sociedade por parte das autoridades. No en-
nologia que as suportam. como objectivo melhorar o acesso aos servi- tanto, é preciso não só compreender o papel
No entanto, a relevância da computação para ços de emergência médica dos cidadãos, da computação, mas também que as autori-
a qualidade dos cuidados de saúde reveste- bem como optimizar os recursos hospitala- dades angolanas invistam no uso das tecno-
se de várias formas e é difícil enumerá-las res e fornecer informações aos utentes e às logias de informação e comunicação para
todas aqui, mas posso apontar algumas, entidades de saúde. alavancar o desenvolvimento do país.

22 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


A sociedade das Tecnologias
de Comunicação e de Informação
veio substituir, pelo menos
em parte, a sociedade industrial.
Como considera a forma pela
qual Angola tem lidado com
esta mudança a nível global?
Essa passagem da sociedade industrial para
a sociedade da informação não tem sido tran-
quila. A mudança gera ansiedade nas pes-
soas. Quem necessita de utilizar as tecnolo-
gias no seu ambiente de trabalho nem sempre
tem a visão da utilidade das tecnologias de
informação e comunicação no contexto do
desempenho das tarefas profissionais e ques-
tiona se será prudente mudar. Por vezes tam-
Projectos como o ‘Meu Kamba’
bém podem existir dificuldades na integração
dessas tecnologias nas empresas e institui-
do Ministério da Educação são uma
ções. Este facto resulta essencialmente da boa iniciativa, que deve ser
expandida a todo o país,
falta de comunicação, ou da implementação
de sistemas que não são os mais adequados
para as necessidades que deveriam suprir. Daí
a necessidade de ter profissionais da área da especialmente nas áreas mais
computação com sólida formação, capazes
de trabalhar em grupo e com capacidades de desfavorecidas. A exclusão digital
relacionamento interpessoal.
deve ser a luta dos próximos anos.
Pensa que a “exclusão digital” é um
problema para o país ou pensa que, Tecnologias de Informação e de novas tecnologias, o que de facto é importante,
de forma geral, essa é uma matéria Comunicação. Há algum modelo mas também da motivação do tecido empre-
que está salvaguardada? particular que considera poder sarial e económico, dos líderes nos vários sec-
De momento ainda é um problema, que irá servir de exemplo para Angola? tores da sociedade, dos agentes do ensino, da
permanecer durante algum tempo, até por- Se por um lado penso que não há necessidade vontade do governo em acelerar a informatiza-
que radica em questões e dificuldades mais de inventar a roda, por outro lado cada país ção. Para informatização da nossa sociedade
profundas. Basta recordarmo-nos da eleva- deve criar a sua solução. Não podemos im- não basta comprar os computadores é preciso
da taxa de analfabetismo da população, que portar modelos que depois não são adequa- automatizar os processos das empresas e das
por si só impossibilita a utilização concreta dos à nossa realidade social e económica. instituições estatais. Por outro lado, temos que
das tecnologias de informação e comunica- É imprescindível ter bem presente que a im-
ção, e das dificuldades no acesso aos recur- deixar de ser apenas consumidores importan-
plementação de tecnologias da informação e
sos e à internet. Projectos como o ‘Meu do tecnologias e passar a desenvolver local-
comunicação assenta em bases concretas e,
Kamba’ do Ministério da Educação são uma mente os sistemas que precisamos.
utilizando uma analogia, se as bases são tão
boa iniciativa, que deve ser expandida a todo diferentes, é perigoso construir dois edifícios
o país, especialmente nas áreas mais desfa- Vê no apego dos mais jovens às novas
iguais porque um deles vai acabar por ruir.
vorecidas. A exclusão digital deve ser a luta tecnologias, um perigo para outras
Considerando outra abordagem, devíamos
dos próximos anos. A minha esperança está aproveitar as pessoas que Angola formou
áreas do conhecimento, designada-
nas gerações mais novas, que manifestam nesta área pelo mundo fora, que conhecem mente para as áreas que integram
apetência pela utilização das novas tecnolo- as soluções de diversos países, e juntar esfor- o universo das ciências sociais?
gias, apesar de por vezes terem uma visão ços para criar o nosso modelo, aprendendo Não, de forma alguma. As novas tecnologias
muito redutora acerca das mesmas, confun- com a experiência dos outros países. Nin- apoiam outras áreas do conhecimento, como
dindo-as com as redes sociais. guém conhece melhor do que nos, os proble- bem se sabe, são um facilitador e não um
Penso que o Estado deve ter um papel forma- mas de Angola nesta matéria para propor so- substituto dessas áreas. Actualmente é inevi-
dor, nomeadamente ao nível do ensino mé- luções mais adequadas. Temos que ter essa tável o uso destas tecnologias nas ciências
dio, por exemplo implementando disciplinas ambição. sociais. Se por um lado o interesse dos jovens
ou conteúdos específicos para a temática da nos cursos da área das tecnologias de infor-
computação. Também as Universidades que A juventude angolana tem mostrado mação e comunicação tem aumentado, o que
têm cursos nesta área do conhecimento po- se manifesta por exemplo no número cres-
uma adaptação muito interessante
dem ter um papel mais activo na divulgação cente de candidatos aos cursos de Engenha-
à evolução das novas tecnologias.
da mesma, até porque assim conseguiriam ria Informática da Faculdade de Engenharia e
Esta adaptação poderá garantir
motivar e cativar alunos do ensino médio Ciências da Computação da Faculdade de
para as suas licenciaturas. que a sociedade angolana será, Ciências da UAN, por outro lado, o interesse
dentro de uma ou duas gerações, nos cursos da área das Ciências Sociais é de
De facto, muitos dos países com altos uma sociedade informatizada? longe o mais elevado em Angola, e penso que
índices de desenvolvimento, Diria que não podemos esperar tanto tempo. assim continuará. O apego que os jovens têm
como é o caso dos países escandinavos, A informatização da sociedade angolana não em relação às novas tecnologias é enquanto
apostaram fortemente nas depende apenas da adaptação dos jovens às consumidores finais das mesmas.

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 23


Professores
com Paixão

laboratório a criar, a investigar, é completa-


mente falsa actualmente. A investigação
científica é feita em rede, trocam-se ideias,
colabora-se com outros investigadores e isso
é indispensável para o avanço da ciência.
Não posso deixar de salientar a importância da
investigação para concretizar as esperanças e
ambições da minha área da intervenção. Para
que Angola possa ter um papel no âmbito da
tecnologia e para reduzir o défice de inovação
que ameaça o nosso desenvolvimento tecno-
lógico, há necessidade de se fazer uma aposta
ainda mais forte e clara na investigação.

A Universidade Agostinho Neto


(UAN), onde lecciona, é a mais
prestigiada instituição de ensino
em Angola. Como classifica a
evolução da “sua” Universidade
ao longo dos últimos anos?
Um professor inesquecível A evolução tem sido positiva. A UAN tem vários
Mateus Padoca Calado licenciou-se (2000) e obteve o grau de Mestre (2006) em Informática pela Faculdade indicadores que comprovam esta evolução.
de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. Tem uma pós-graduação de Especialização em Informática Por exemplo, temos mais docentes com o grau
(2003) e é doutorado em Engenharia Informática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, de Doutor e Mestre; recebemos mais alunos e,
como seria de esperar, mais alunos são licen-
Portugal. Mas em criança, Mateus Padoca Calado tinha outros planos. “Quando cresci queria ser médico,
ciados pela UAN. Este aumento no número de
mas ao terminar a 8ª classe, fui encaminhado para contabilidade no ensino médio. Nessa altura dava
alunos só é possível devido às novas infra
explicações de matemática aos meus colegas, mas não pensava em ser professor. Esta paixão pelo ensino
-estruturas que a Universidade tem no Cam-
nasceu quando frequentava a minha licenciatura na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, pus de Camama. Já existem cursos de mes-
e foi inspirada, penso mesmo que apoiada, pelo Professor Hélder Coelho. Quando os professores conseguem trado. Temos dois doutorados pela UAN.
passar a paixão pelo conhecimento, pela ciência, de facto fazem muita diferença na vida dos alunos. Existem cursos de agregação pedagógica que
É provável que não nos lembremos de todos os professores que tivemos, mas aqueles que nos inspiraram dão formação aos docentes nessa área.
não esquecemos.” Com certeza é recordado por muitos alunos. No percurso de ensino, é docente Também tem sido feito um trabalho de divul-
na Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto desde 2008 e na Faculdade de Economia gação da UAN em eventos nacionais e inter-
desde 2010. Chefe do Departamento de Ciências da Computação da Faculdade de Ciências desde 2013, nacionais, por exemplo através da participa-
foi coordenador do curso de Ciências da Computação entre 2008 e 2013. Como docente também leccionou ção na Feira do Inventor e Criador Angolano,
na Escola Superior de Ciência e Tecnologia de Lunda Sul, Angola (2005-2006) e na Escola Superior ou na Feira IENA, na Alemanha. Na IENA fo-
de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal, Portugal (2001-2003). Mas é do curso de Ciências ram submetidos os projectos SIEMA e Ango-
da Computação, recém-criado na Universidade Agostinho Neto, que Mateus Padoca Calado fala Compiler a concurso em 2014, e mereceu
a distinção de 2 medalhas de bronze.
com um entusiasmo especial. “Tem sido muito gratificante fazer este percurso na Universidade Agostinho
Existe um crescente envolvimento dos alu-
Neto e sentir que podemos fazer a diferença na formação de quadros nesta área do saber.”
nos com a Universidade Agostinho Neto
através de actividades como o processo de
Um docente universitário assume exames de acesso em que, para além de
duas funções fundamentais:
leccionar e investigar. Qual destas
Temos que contar com o apoio destes, a aplicação foi
desenvolvida por docentes e alunos da UAN.
duas lhe dá mais prazer e porquê?
Não consigo decidir-me por uma ou outra,
deixar de ser Isto faz com que haja uma maior interacção
entre alunos e docentes.
gosto de leccionar, gosto de investigar e no
ensino superior ambas podem estar relacio-
apenas No entanto, existem várias oportunidades
que devem ser aproveitadas, tais como au-
nadas. O interesse em descobrir soluções consumidores mentar o número de docentes na área das
ciências exactas que têm um grande défice
importando
e divulgá-las através de artigos e conferên-
cias, em responder aos desafios, está muito de docentes, ou o aumento da investigação

tecnologias
presente na investigação. Investigar é uma científica levada a cabo na Universidade.
actividade que me dá muito prazer, e que
desenvolvi no Instituto de Ciência Aplicada
e Tecnologia da Universidade de Lisboa no La- e passar Relativamente aos alunos,
embora constituam um universo
boratório de Modelação de Agentes e no
GUESS. Por outro lado, gosto também muito a desenvolver muito diferenciado, pensa que,
em termos gerais, compreendem
de dar aulas, de procurar corresponder incutir
nos alunos a vontade de aprender, de querer localmente bem o significado de frequentar
um espaço de ensino superior?
fazer melhor, enfim, acho que este lado huma-
no que a leccionação tem é muito importante,
os sistemas Sim, de facto é perigoso fazer generaliza-
ções, neste caso sob pena de ser injusto
mas também existe na investigação. Aquela
imagem antiga do investigador fechado num
que precisamos. com alguns alunos, mas uma porção signi-
ficativa de alunos não compreende as

24 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ


responsabilidades de frequentar o ensino Na minha opinião, a criatividade humana
superior. Não reflectiram sobre o porquê de não pára de nos surpreender. Quando se
lhes exigirmos mais rigor, um pensamento
mais crítico, mais dinamismo e mais inte-
A investigação pensa que já se evoluiu tanto que não será
possível inovar, mas apenas aperfeiçoar,
resse em aprender e em inovar, em fazer di-
ferente, em participar de forma construtiva.
científica é a realidade mostra-nos que não é assim.
Como referiu, perspectivar o que o futuro
O nível de exigência é grande, e assim tem
que ser. No Ensino Superior esperamos que
feita em rede, nos pode trazer nesta área é um exercício
de ficção. Direccionando a atenção para as
os alunos dêem o seu melhor. Brevemente
estarão integrados no mercado de trabalho, trocam-se ideias, tecnologias de Informação e Comunica-
ção, na minha opinião continuaremos a as-
nós queremos formar bons profissionais,
mas queremos também formar líderes. colabora-se sistir a uma cada vez maior integração
e interligação entre as várias tecnologias

com outros
desta área. A mobilidade e ubiquidade se-
Existem diferenças significativas rão mais acentuadas, os computadores de
entre os alunos que hoje frequentam secretária serão quase uma excepção.
a Universidade e os que encontrou
quando iniciou a sua vida como
investigadores A capacidade de processamento computa-
cional aumentará exponencialmente
Professor?
Diferenças significativas, penso que não.
e isso é com o uso de um novo paradigma de com-
putação quântica. Os termos terabytes,
A maior diferença não é nos alunos, mas sim
no aumento da possibilidade de conseguirem
indispensável petabytes e eventualmente exabytes se-
rão banalizados. A segurança informática
informação mais diversificada, menos ba-
seada nos livros. Por exemplo, muitas maté-
para o avanço será uma preocupação maior, em virtude
de uma crescente conectividade. Acredito
rias dos cursos estão disponíveis na internet.
Os alunos podem também tirar partido das da ciência. que será aprofundada uma relação entre
as pessoas e a tecnologia contribuirá para
vantagens das redes sociais. A informação colmatar as nossas lacunas e as respos-
está disponível. No entanto, verifico que es- tas que as tecnologias darão serão mais
sas vantagens são pouco aproveitadas pelos Finalmente, acabo esta entrevista customizadas, feitas à medida das neces-
alunos. com um olhar sobre o futuro. sidades pessoais dos utilizadores que são
Também constato que existe um aumento Adivinhar aquilo que a tecnologia bastante diferentes umas das outras.
da motivação prática para ter um diploma, nos poderá trazer é um exercício A bioinformática terá um ênfase crescen-
quando deveria existir um grande interesse te, e aqui aproveito para voltar a salientar a
de ficção bastante complexo,
em aprender. Digamos que parece que o foco importância da computação para a área da
está quase todo colocado no destino, e pou- embora empolgante. O Professor, saúde em aspectos como os computado-
co no caminho de aprendizagem imprescin- como reconhecido especialista res controlados pela transmissão de pen-
dível para chegar a esse destino, portanto, nas áreas das Tecnologias samento ou as neurociências que interli-
deixa-me triste ver os alunos andarem atrás de Informação e de Comunicação, gam computadores e cérebro humano.
do diploma e não do conhecimento. consegue traçar-nos uma Considerando a expansão e evolução das
perspectiva daquilo que tecnologias e paradigmas existentes e as
Gostaria que partilhasse a sua visão possibilidades que se abrem e que, acredi-
estas tecnologias se tornarão
sobre as consequências do “triunfo to, serão surpreendentes, o crescimento
da tecnologia” para o ser humano. dentro de uma década? é infinito.
Muitos pensadores e analistas,
temem que o desenvolvimento
tecnológico possa desumanizar Inclusão digital premiada
as sociedades. Crê que este receio internacionalmente
tem algum fundamento ou, pelo A Universidade Agostinho Neto (UAN)
contrário, não vê qualquer razão foi distinguida com duas medalhas de bronze
na categoria de instituição de ensino superior
para se recear as transformações
na Feira IENA 2014, mostra de tecnologia
que a tecnologia traz?
mundial, que decorreu na cidade
Não devemos recear as transformações
de Nuremberga, Alemanha.
que a tecnologia trás. Na minha opinião o Um dos projectos medalhados
desenvolvimento tecnológico não desuma- foi o ‘Angocompiler, desenvolvido por Adário
niza o Homem, apenas o Homem o pode Muatalembe, Kissema Eduardo e coordenado
fazer. Quando as pessoas culpam o desen- pelos docentes Lufialuiso Sampaio Velho
volvimento tecnológico, não assumem e Padoca Calado.
a responsabilidade que deveriam e estão Este projecto promove a inclusão digital, facilita
a alienar a sua própria capacidade de a qualificação de recursos humanos na área
contribuir para o bem da sociedade. de Ciências e aproxima os alunos desta categoria.
A tecnologia trás as mudanças que o ser Tecnicamente o Angocompiler da U.A.N,
humano quiser, tem que se manter um es- é um compilador de algoritmos para
pírito crítico em relação ao uso que se faz português, francês, inglês e línguas nacionais,
da tecnologia, mas essa preocupação com tradução para Visual Basic e C#,
existe desde que o Homem começou a re- sendo possível com o mesmo, a construção
flectir no assunto. de funções recursivas.

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 25


Formação
Profissional

A FERRAMENTA
QUE FAZ O FUTURO
Muitos dos candidatos ao primeiro Dr. Leonel Bernardo
Director Nacional do Trabalho e Formação Profissional
emprego têm formação em Ciências
Sociais e Humanas. No entanto,
a realidade laboral é outra e as ofertas EMPREGOS GERADOS EM 2014 e 2015
de trabalho procuram valências diferentes. Sectores
As vantagens dos cursos técnicos de Actividade 2014 % 2015 %
Económica
e profissionais são cada vez mais reais
Empresarial
e respondem às exigências do mercado Comércio 84 785 28% 47 762 18%
de trabalho angolano. Competências Agricultura 4 144 1% 26 506 10%
como Matemática, Física, Química, Pescas 671 0% 1 527 1%
Mecânica e Construção Civil são as mais Transportes 40 599 13% 70 459 27%
requisitadas pelas empresas. Geologia e Minas
I Indústria 6 755 2% 20 675 8%
Leonel Bernardo, Director Nacional do Trabalho e Formação Profis- Energia e Águas 57 349 19% 50 064 19%
sional (SNFP) destaca a importância da Formação Profissional
Urbanismo
no panorama da empregabilidade angolana, argumentando com 19 078 6% 3 744 1%
e Construcção
o facto dos profissionais formados no SNFP responderem
as exigências das empresas. O responsável do SNFP refere que as Hotelaria
e Turismo 29 288 10% 16 371 6%
entidades empregadoras afirmam que os profissionais respondem
aos desafios do sector privado e que nesta lógica de emprega- Saúde 4 137 1% 5 160 2%
bilidade, é importante continuar a investir na formação profis- Educação 20 059 7% 1 924 1%
sional dos jovens angolanos para que a economia seja forte, Empresas
competitiva e orientada para o crescimento. de Seguranças n.a n.a 15 539 6%
Para reforçar as necessidades do mercado de trabalho, Leonel
Administração Pública e Outros
Bernardo realça a complementaridade entre o MAPTSS e o MED
Funcionários
em que o cidadão pode obter os seus conhecimentos académicos, 30 396 10% 40
Públicos 0%
por via do sistema nacional do ensino e enriquecer a sua forma-
ção, obtenção os conhecimentos práticos através da Formação Projectos
de Geração 9 416 3% 1 328 1%
Profissional.
de Emprego

A importância da Nova Lei Geral do Trabalho TOTAL 306 677 261 099


Fonte: GTME - Grupo Técnico para Tratamento dos Dados Numéricos sobre o
No novo documento legislativo existem aspectos que fomen- Emprego

tam a formação profissional, como consta no 42º, da Lei nº/2015


– Lei Geral do Trabalho. Na mesma Lei, nomeadamente no ar-
tigo 32º está previsto o contrato de aprendizagem e de Estágio

Profissional
Sistema NACIONAL DE Formação Centros de Formação ís)
profissional Rede Pública: 174 (nas 18 províncias do pa
nicípios do país)
Entrou em vigor em 1992
Rede Privada: 595 (em quase todos os mu
1998-2015: 500.415 matriculados no exercício no SNFP
1.253 formadores em ple
424.640 APTOS mativos instalados
+ de 45.000 postos for
es formativas
26 | Jan. Fev. Mar. 2016 Boletim Informativo PNFQ
+ de 111 especialidad
Do CINFOTEC para a Vida Real

Profissional. Esta lei é um instrumento de regula- “A realização


mentação das relações laborais cuja finalidade é pro-
mover o mérito e consequentemente, um impacto
profissional está
positivo na produtividade e empregabilidade das a ser determinante
empresas. para a minha vida,
Formação reconhecida
e o CINFOTEC
Exemplo de formação técnica e profissional que res-
ponde às exigências do mercado de trabalho angolano, mudou a minha vida
o CINFOTEC é uma instituição de formação que dispo- e o meu futuro”
nibiliza uma oferta formativa em áreas técnicas como
a mecânica, tecnologias da informação e da comuni-
cação, ou a mecatrónica.
David Kaninda | 30 anos
Equipado com tecnologia de última geração, o CINFOTEC Formação: Telecomunicações
já capacitou, desde a sua inauguração, largos milhares Estágio: Velonet, Empresa
de Telecomunicações
de técnicos, que trabalham actualmente no sector Posição Actual: Analista de redes
industrial nacional. Neste contexto, esta Instituição
tem-se revelado um suporte fundamental para as em-
presas angolanas e estrangeiras instaladas no país
e para estas conseguirem alcançar elevados níveis
de qualificação dos seus recursos humanos.

“Esta formação teve um grande impacto na minha


vida, hoje tenho valor no mercado, porque o trabalho
que sei fazer é importante. Este trabalho é a minha
fonte de rendimento e é decisivo para a minha vida”
Paulo Gomes Rosa | 32 anos
Formação: Electricidade
Estágio: Barragem do Laúca
Posição Actual: Odebrecht

EelIas FranCIsCo | 34 anos


Formação: Telecomunicações
Estágio: Empresa de instalação
de centrais de dados
Posição Actual: Negócio próprio

William Paulo João | 21 anos


Formação: Mecânica de
Manutenção Industrial
“Durante o tempo que estive empregado, Estágio: Barragem do Laúca
Posição Actual: Não obstante
fiz poupanças, e estas serviram para as boas propostas que recebeu
para trabalhar em empresas do
um investimento de 235 mil kwanzas sector industrial, frequenta o Curso
Superior Engenharia Mecânica
na aquisição do material necessário
para dar início ao meu negócio, melhorar
a minha condição de vida e ainda
prestar um serviço útil à sociedade”

Boletim Informativo PNFQ Jan. Fev. Mar. 2016 | 27


Seja um Profissional Diferenciado
quais os requisitos e qualidades que
os empregadores mais valorizam:
Formação técnica
Competências Efectivas
(Saber Fazer)
Pontualidade
Atitude Positiva
Habilidade com Computadores
Ética no Trabalho

Os benefícios de uma Formação Profissional


ou Técnico-Profissional:

1 formar profissionais para atender campos


específicos do mercado de trabalho

2 Colocação mais rápida no mercado


de trabalho

3 Em alguns casos, os ordenados são superiores


em relação aos licenciados

4 Os cursos técnicos têm curta duração,


geralmente a partir de 3 meses

5 A componente prática de alguns centros


de formação é assegurada através
de parcerias com empresas

Conselho Prático:

O aluno ou formando deve dedicar-se aos estudos.


Se ele se empenhar e aproveitar todas as oportunidades
oferecidas, será um profissional diferenciado e com mais
possibilidades de entrar no mercado de trabalho. COMISSÃO INTERMINISTERIAL
DO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS

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