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METODOLOGIA EDUCATIVA

Proposição Conceitual

Yoel Barkan
Prefácio da Edição em Português

Esta edição de Metodologia Educativa, é resultado de uma imperiosa


necessidade da Tnuá Chazit Hanoar Hadrom Americait no ano de 2012. É com muito
prazer que a Tzevet Continental proporciona este material para os judeus lusofônicos
como ferramenta para enriquecer nossas comunidades na Galut.

Chazak Ve’Alê.

Apresentação

Esta publicação de Metodologia Educativa para A Tnuá é o resultado de uma


imperiosa necessidade;
- Ela tem por objetivo responder às necessidades de um sistema educativo coerente,
racional, planificado, aplicável e adaptável aos problemas do sionismo atual e das
necessidades locais;
- Ela foi elaborada no conjunto com Chaverim do movimento francês, alguns deles
membros do Kibutzim que já cumpriram o seu “alia-hagshama” e outros madrijim da
Tnuá e bogrei majon;
- Ela está formulada no estilo “telegráfico”, com o propósito de brindar um máximo de
ideias, de linhas gerais e de possíveis variantes num mínimo de palavras;
- Ela não é um milagre da panaceia que resolverá todos os problemas do movimento,
nem mesmo é um programa dogmático, porém, é na verdade, uma proposição base que
deve ser adaptada, revisada e corrigida permanentemente na função dos resultados de
sua aplicação, da evolução do movimento, das forças educativas, das possibilidades e
necessidades locais;
- Ela também não é um programa ideológico cujo objetivo seria definir a essência
mesma da Tnuá e sua especificidade, sendo que tem por objetivo, sobre a base dessa
ideologia e especificidade, traçar as linhas de um sistema coerente e eficaz de ensino, de
ação e de realização.

-2-
Sumário
INTRODUÇÃO 4
CAPÍTULO I 8
CAPÍTULO II 13
CAPÍTULO III 17
III. A – Conceitos educativos 19
1. O local 20
2. O Shaliach 23
3. Estruturas 26
a – introdução 26
b - o conceito vertical 27
c – o conceito horizontal 33
4. Especificidade 38
III. B – Formação ideológica 39
1. Introdução 39
2. Critérios de Prioridade 40
3. O fator tempo 42
1 – introdução 42
2 – tempo quantitativo 43
3 – tempo qualitativo 47
I. introdução 47
II. o ano corrente 48
III. a época de férias 55
4 – Planos e programas 58
1 – introdução 58
2 – critérios e problemáticas 59
I. plano anual 59
II. programa de FIB 63
III. plano anual de FIB 66
IV. programa de FC e FE 68
V. formação geral 70
3 – seminários e iomei iun 72
I. introdução 72
II. elaboração 73
III. categorias de FIB 75
IV. marcos de formação 88
III. C – Ação ideológica 90
1. Introdução 91
2. Acão e campos de ação 94
1 – ação ideológica 94
2 – campos de ação 95
3. A Aliyah 99
III. D – Meios de ação 101
1. Introdução 102
2. Técnicas 103
3. Funções do movimento 106
4. Estruturas organizacionais 107
5. O local 109

-3-
Introdução

AS TRÊS QUESTÕES PRELIMINARES:

A resposta a estas três questões preliminares determinará tanto o conteúdo como


a ordem de exposição desta publicação:

cap. I QUE
cap. II PORQUÊ
cap. III COMO

-4-
I. O QUE

O que é um movimento de juventude halutziana?

1 – um movimento da juventude judia da França ou outro país

2 – um movimento educativo

3 – um movimento de ação Sionista avançada

Estes três componentes são ao mesmo tempo a essência do movimento


e a sua base ideológica.

- Sua aplicação determinará a característica do


movimento.

- Eles deverão ser reelaborados, detalhados,


comentados e ensinados.

-5-
II. O PORQUÊ
O por que ou quais são os objetivos do movimento e quais são suas implicações?

E por que sou eu membro desse movimento e quais são as implicações disso?

A) Os objetivos do movimento:

1 – o ensino e a luta por um sionismo radical.

2 – a realização pessoal de cada um de seus membros.

B) Esta realização pessoal (alia-Kibutz) depende de dois fatores:

+ a identificação (racional e subjetiva) com


o movimento e seus objetivos.

+ a ação ideológica (militância) na Diáspora


e em Israel.

O que implica ser um membro do movimento:

1) quem recebeu uma formação ideológica de base.

2) quem atua para propagar esta ideologia.

3) quem, definitivamente, cumpre sua realização pessoal.

Proposição conceitual:

UM MOVIMENTO DA JUVENTUDE HALUTZIANA DEVE SER, ANTES


DE TUDO,
UM MOVIMENTO DE GRUPOS DE AÇÃO.

- 6-
III. O COMO
O como conduzir um jovem a ser “membro” do movimento e a realizar seus
ideais e
objetivos?

Como reforçar e desenvolver o movimento (do ponto de vista qualitativo e


quantitativo)?

Os quatro fatores essenciais:

A) Conceitos educativos

B) Formação Ideológica (quem, onde, para que, com que meios, como,
quanto tempo? )

C) Ação Ideológica (militância), o objetivos a atingir, os meios com que se


conta,
a motivação, as condições, a eficácia, etc...

D) Meios de ação: organização e estruturas organizacionais, meios técnicos


e financeiros.

-7-
O QUE

-8–
I – O que

Definitivamente, uma organização (esportiva, social, cultural) é muito menos


exigente diante de cada um de seus membros, sendo ela um propósito em si mesma (as
vezes temporário ou parcial), contrariamente a um movimento, que é antes de tudo uma
base e um meio de ação, de difusão (militância) e de realização pessoal.

Assim que foram definidas as diferentes características de um movimento por


um lado, e de uma organização por outro, podemos regressar à pergunta primeira e
essencial:

+ Nosso movimento é em realidade um movimento?

+ É o movimento independente? ( a nível ideológico, educativo, financeiro)

+ Possui uma especificidade claramente definida? (em relação a outros


movimentos juvenis sionistas)

+ Existe uma formação ideológica tal que permita a cada membro uma
identificação pessoal e consciente dos objetivos do movimento?

+ É este sistema educativo e organizacional suficiente para dar lugar a que os


membros do movimento, a partir de um certo nível, se identifiquem totalmente para
poder assim realizar de forma pessoal os objetivos e ideais do movimento?

Um exame atento e sem evasivas do movimento de hoje em dia, nos conduz à


seguinte conclusão: a resposta às cinco perguntas anteriores não é particularmente
positiva, e em certos casos é totalmente negativa.

Isto deve-se: - a causas objetivas e inevitáveis?

- a defeitos conceituais? educativos? estruturais? organizacionais?

- a falta de meios técnicos ou financeiros?

Na realidade, a situação atual do movimento é produto tanto de condições


objetivas como de falhas conceituais, educativas e outras (herdadas de situações
históricas já superadas).

No entanto, esta publicação está baseada na concepção de que mudanças


conceituais, educativas, estruturais e outras, poderão transformar o estado atual do
movimento (qualitativa e quantitativamente), a ponto de apresentar um “modelo de
movimento”, tal como tínhamos descrito anteriormente.

-9-
I – O que

Uma organização difere de um movimento tanto em seu conteúdo como em sua


forma:

Uma organização é, em geral, proposta “por alguém” e para “alguém”; ela não
exige formação ideológica prévia e ainda menos uma identificação total.

Se há na organização condições de aceitação (carnê, prestação de sócio,


qualidades específicas, sejam intelectuais ou físicas), elas não incluem somente uma
parte, frequentemente reduzida, da atividade global do membro da organização.

Acontece que uma organização decide aumentar suas linhas, (por razões
financeiras, de status, de prestígio, ou outras), mas, raramente, ela exige de seus
membros o compromisso total que implica uma ação ideológica, seja esta política,
social, etc.

MOVIMENTO ORGANIZAÇÃO

base de ação, difusão e de realização objetivo em si mesmo


pessoal

EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO À ATIVIDADE GOLBAL DE CADA MEMBRO:

- 10 -
I – O QUE

A primeira das três questões preliminares implica um reexame da definição


mesma do movimento, tanto a nível teórico quanto prático.

A questão que se expõem é a seguinte:

UM MOVIMENTO DA JUVENTUDE JUDIA DA DIÁSPORA

ou também

UMA ORGANIZAÇÃO JUVENIL PARA OS JOVENS JUDEUS DA


DIÁSPORA

A diferença entre essas duas definições é fundamental, e a resposta em um ou


outro sentido, terá implicações determinantes.

MOVIMENTO OU ORGANIZAÇÃO

Há movimento quando as pessoas, conduzidas por um mesmo ideal, decidem


levar adiante uma ação comum tendo em conta realizar este ideal.

Esta decisão comum implica um alto grau de independência e de liberdade de


ação.

A identificação com um ideal supõe o conhecimento prévio de suas ideias


(ideologia) e também a vontade de cada um dos membros (e do movimento na sua
totalidade) de difundir esta ideologia, de encontrar o caminho e os meios para sua
realização.

Os elementos característicos de um movimento de juventude halutziana podem


ser resumidos da seguinte maneira:

1 – independência e especificidade

2 – formação ideológica

3 – identificação ideológica (de cada um dos membros)

4 – difusão da ideologia

de onde deduz-se

5 – ação ideológica

6 – realização pessoal (hagshama atzmit), compromisso de cada membro,


participação na ação ideológica, aliyah.

- 11 -
I – O QUE

Os problemas conceituais, educativos, estruturais e os demais, serão tratados e


analisados nos dois capítulos seguintes: o porquê e o como.

Apenas nos resta, para terminar esse capítulo, rever algumas das dificuldades
objetivas do movimento em particular e do sionismo halutziano em geral:

1) O movimento sionista que conseguiu, através de longos anos de luta, agrupar


em suas linhas a maioria do povo judeu, não conseguiu convencer a este mesmo povo a
realizar este ideal até o ponto de fazer a aliyah para Israel. (As causas deste fenômeno
não podem ser explicadas no reduzido marco desta publicação). É por consequência
evidente, que os movimentos halutzianos, que exigem a realização pessoal de seus
membros, não sejam um movimento de massa (mas isso implica que o movimento não
conte com 50 membros, com 500, com 5000???). A resposta a esta pergunta interessa a
todos os movimentos halutzianos, seja a nível mundial ou local.

2) Contrariamente a outros movimentos nacionais, o sionismo vê a realização de


seus ideais fora do território inicial, e exige de seus membros deslocar-se, migrar para
Israel. Uma das consequências disso é que desde antes da criação do Estado de Israel (e,
sobretudo, depois da exterminação das comunidades judias da Europa Oriental), o
centro diretor do movimento sionista da Gola se encontra em Israel. Isto cria um estado
de contradição no que interessa a uma das características de todo o movimento
ideológico: espontaneidade e independência. Esta contradição, específica do movimento
nacional judeu – o sionismo – é ainda mais evidente se tomamos em conta que a idade
média dos membros do movimento halutziano raramente passa dos 18 – 21 anos.

3) Os movimentos halutzianos concentram seus esforços educativos em jovens


de 10 a 18 anos, e isso também por tradição histórica. Sejam quais sejam as razões
disso, a realidade é que não se permite nem uma formação ideológica séria nem uma
militância efetiva no seio da comunidade judia local; a identificação com o movimento,
na medida que existe, assemelha-se mais a um ato infantil do que a um ato reflexivo, e a
exigência da realização pessoal tem um ar de conto de fadas mais do que um ato
revolucionário que exige um total compromisso.

Como este problema implica uma avaliação do conceito e dos métodos


educativos do movimento, ele será discutido de maneira mais detalhada nos dois
capítulos seguintes.

- 12 -
O PORQUÊ

- 13 -
II – O PORQUÊ

O propósito deste capítulo é analisar e reconsiderar as questões postas em


debate nesta publicação (ver introdução). Esta análise terá como propósito uma visão
conceitual nova do movimento, que, uma vez adaptada, implicará forçosamente
profundas mudanças a nível educativo, estrutural, organizacional, etc.

Qual é o propósito do movimento?

Antes de tudo e sobretudo, chegar a ser um verdadeiro movimento de jovens (de


acordo com os critérios definidos no capítulo anterior) e não uma organização para
jovens. Isto envolve uma reconsideração do conceito base do movimento: a Hagshama
Atzmit (realização pessoal) dos membros do movimento.

Em outros termos, a aliá para Israel e o Kibutz a partir de uma idade


previamente determinada. Esta reconsideração foi e é o conceito de base do movimento
halutziano: “Hagshama Atzmit” determina a seguinte proposta:

A HAGSHAMA ATZMIT NÃO COMEÇA NEM TERMINA EM ISRAEL.

Em consequência, todo o membro do movimento (não apenas os madrijim ou


bogrei majon) terá por objetivo, a partir de certo nível de formação, a participação ativa
na ação militante sionista avançada, organizada pelo movimento tendo em conta
conseguir que o maior número possível de judeus, de todas as idades e de todos os
setores, possa aderir ao movimento sionista avançado e, definitivamente, também, a
Aliyah para Israel. Dentro dessa ordem de ideias, surge a pergunta:

QUEM É O MEMBRO DO MOVIMENTO?

Não é um novo membro (enviado pelos seus pais ou atraído pelos seus
companheiros), que vem ao local (el Ken o snif) para desfrutar de um ambiente
folclórico israelense, ou para realizar excursões ou acampamentos de verão.

É membro do movimento todo o jovem que recebeu uma formação


ideológica suficiente para entrar em contato e comparar-se com
outros movimentos e correntes de ideias (judeus e não judeus,
sionistas e não sionistas), e participar assim da ação sionista avançada,
organizada pelo movimento local. Esta ação é a base primordial de ser
do movimento.

- 14 -
II – O PORQUÊ

Este jovem deverá identificar-se com o ideal do movimento a ponto de ver um


modo de vida e uma concepção de mundo que comprometa totalmente a sua pessoa e o
impulsione a militar (tanto a título pessoal como dentro de um grupo de ação
organizado).

Resumindo: É membro do movimento quem receber uma formação ideológica


de base e se comprometer a participar da ação ideológica.

Observação: Os detalhes relativos à formação ideológica da base


(que, como, quanto tempo, ...), além das diversas possibilidades
da ação ideológica, serão discutidas e explicadas no capítulo seguinte:
O Como.

Do que foi dito até agora, se pode destacar a seguinte proposição:

A HAGSHAMA ATZMIT (REALIZAÇÃO PESSOAL) TAL COMO FOI


RECONSIDERADO AQUI, INDICA QUE A PRIMEIRA PREOCUPAÇÃO
DO MOVIMENTO DEVE SER DAR A CADA NOVO MEMBRO UMA
FORMAÇÃO IDEOLÓGICA INTENSIVA TENDO EM CONTA A
CONTINUAÇÃO, O ENGRANDECIMENTO E A DIVERSIFICAÇÃO
DA AÇÃO SIONISTA SOCIALISTA DENTRO DA COMUNIDADE
JUDIA.

Proposições finais

1. A ampliação do movimento (50 membros? 500? 5000?) será o resultado não


de esporádicos esforços de recrutamento de amigos, primos, irmãos menores, mas do
alcance; a amplitude e o impacto que terá a ação ideológica, se ela é consistente e
organizada seriamente; com os meios suficientes, pelos grupos formados e voluntários.

2. Umas das consequências educativas e positivas da participação de cada um


dos membros na ação ideológica será o reforço da consciência e do conhecimento
ideológico, resultado do confronto com outros movimentos e correntes de ideias, e não
apenas do “reencontro entre as quatro paredes do local” como ocorre atualmente (mais
ou menos), dado os conceitos e os métodos em curso hoje em dia.

- 15 -
III – O PORQUÊ

3. Outra consequência positiva e também importante: a Aliyah para Israel, o


Kibutz, que marca o ponto final da hagshama atzmit na Golah e o começo da hagshama
arzmit em Israel, exige do indivíduo uma verdadeira revolução pessoal: uma mudança
total na forma de vida, de idioma, de clima, de personalidade, etc... Esta revolução exige
um alto grau de identificação, tanto racional quanto subjetiva com os ideais do
movimento. Vemos, pois, que se comprova que um alto grau de identificação racional e
subjetiva adquire-se sozinho na ação e com o compromisso permanente que ela implica.

Não é uma casualidade que a maior parte dos chaverim que realizam sua Aliyah
são ex-bogrim majon ou madrichim do movimento. É a ação e o trabalho no seio do
movimento que infundiram a força de caráter e a decisão necessária para cumprir essa
revolução pessoal. Não é casualidade que numerosos chaverim do movimento se
retiram dele no momento da decisão definitiva.

CONCLUSÃO:

Tudo o que foi dito, analisado e explicado neste capítulo: O PORQUÊ, implica
num novo conceito para o movimento:

DE MODO QUE NOSSO MOVIMENTO SEJA EFETIVAMENTE UM


MOVIMENTO, ESTE DEVE TORNAR-SE UM MOVIMENTO DE
GRUPOS, TENDO EM VISTA CONDUZIR A UMA AÇÃO EXTERIOR
A LOCAL, E NÃO NUMA ORGANIZAÇÃO PARA JOVENS JUDEUS
AGRUPADOS, ONDE A MAIOR PARTE DAS ATIVIDADES
REALIZAM-SE DENTRO DESSE LOCAL.

Dentro desse novo conceito, o local será, antes de tudo, um centro de formação
de grupos e uma base de organização, de planejamento, de coordenação das atividades
exteriores do movimento (estas ideias serão analisadas em detalhes no capítulo
seguinte)

Observação: Por razões pragmáticas (tempo, lugar, ordem de importância, etc)


não desenvolvemos aqui a segunda fase do conceito de hagshama atzmit, ou seja:

A HAGSHAMA ATZMIT NÃO TERMINA COM A CHEGADA DOS


CHAVERIM A ISRAEL.

Algumas palavras de explicação são, no entanto, necessárias: Os Chaverim do


movimento da França exigiram do movimento em Israel e do movimento kibutziano,
criar os instrumentos necessários (instituições, atividades diversas) que os permita
participar de forma ativa na construção de uma sociedade israelense que responda a seus
ideais.

- 16 –
O COMO

- 17 -
III – O COMO

III. A - CONCEITOS EDUCATIVOS p. 19

III. B - FORMAÇÃO IDEOLÓGICA p. 39

III. C - A AÇÃO IDEOLÓGICA p. 90


(militância)

III. D - MEIOS DE AÇÃO p. 101

- 18 –
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

III. A – 1 O LOCAL p. 20

III. A – 2 O SHELIACH p. 23

III. A – 3 ESTRUTURAS E CONCEITOS

EDUCATIVOS p. 26

1 – introdução p. 26

2 – o conceito atual ou vertical p. 27

3 – proposição alternativa ou o

conceito horizontal p. 33

III. A – 4 ESPECIFICIDADE E SIMBOLISMO,

O HEBRAICO p. 38

- 19 –
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

1 – O LOCAL

O local: Qual é sua função dentro do nosso sistema educativo?

Não é casualidade que o primeiro tema desta parte (III. A) seja o local, ( ou
“Ken”, “snif”, etc)

Do nosso ponto de vista, o local simboliza e perpetua um “erro conceitual”


fundamental: é este erro que, entre outros, nos assemelha a um modelo de “organização
para jovens”, mais que a um movimento de jovens (ver partes I y II).

CARACTERÍSTICAS ATUAIS DO LOCAL

1. O local não é um meio educativo nem um meio de ação, mas sim um fim em
si mesmo.

Em outros termos, “movimento” e “local” são praticamente sinônimos na atual


estrutura do movimento.

Sem local em cada país ou cidade, não existe movimento!

Isto traduz-se graficamente desta maneira:

impacto público direção / organização

O LOCAL

membros do movimento alcance ideológico

- 20 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

1) O LOCAL

O membro do movimento, atualmente, é quem vem, mais ou menos,


regularmente ao local. Não importa qual seja sua idade, sua formação, nem quais são as
atividades.

2. A maior parte das atividades do “ano corrente” são concretizadas e realizadas


no local para quem faz o ato de estar presente (os atuais membros) e recebem,
passivamente, o que os líderes (os madrichim) lhes propõe.

Este modelo do local convém e se adapta não importa a que clube ou


organização esportiva, cultural, social...

Este modelo não se diferencia em nada de um centro comunitário ou de uma


organização de tipo náutico, onde o propósito é, sobretudo, conservar, preservar e
perpetuar a sociedade tal como é.

Este modelo não pode servir à ideia sionista, cujo objetivo é criar uma sociedade
nova, uma situação revolucionária que implique uma mudança de país e de vida.

Este modelo também não responde de maneira eficaz a fatores essenciais


definidos anteriormente (ver partes I e II) : formação ideológica, identificação com o
movimento pela ação militante.

3. A estrutura interior do local, física e organizacional, é a expressão de


conceitos educativos errôneos (esse tema será tratado na sequência).

Um desses conceitos educativos errôneos é o da educação vertical (ou seja,


grupos de idades ascendentes), paralelo, mais ou menos, com a educação escolar.

Este é o desenho do que nos brinda este modelo de trabalho dentro do local:

grupo de kvutzá de
idade B idade B

grupo de kvutzá
de idade C de idade C
grupo de kvutzá de
idade D idade D
grupo kvutzá
de de
idade E idade E
idade D
idade A

secretaria diversos - 21 –
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

1 – O LOCAL

O atual é um modelo de círculo fechado, sectário. A propagação dos ideais


realiza-se entre as quatro paredes das peças (Chedarim) do local, pelos jovens, mais ou
menos, interessados e, mais ou menos, passivos.

A criação de um novo local, e inclusive a criação de vários outros locais, não


mudará, em nada, esse conceito fundamental, tal como foi descrito aqui.

COMO DEVE SER O LOCAL (KEN – SNIF)

1 - O local deve ser, antes de mais nada, um meio educativo e não um fim em si
mesmo.

UMA BASE DE PARTIDA E NÃO UM PONTO DE CHEGADA.

2 – A ESTRUTURA FÍSICA E DE ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DEVE


RESPONDER AOS IMPERATIVOS DE UM MOVIMENTO IDEOLÓGICO.

- formação ideológica (e outra)

- ação ideológica (militância)

- direção; organização; planejamento

- atividades diversas

- atividades diversas (ver III. C)

atividades diversas

centro de direção
atividades
organiza- organização mistas
cão e
base de planejament
ação
o
ideológica

formação ideológica

- 22 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

2 - O SHELIACH

O lugar do sheliach dentro da estrutura atual do movimento é preponderante:

Ele é: 1. responsável pelo movimento, tanto a nível formal, administrativo e


financeiro, como a nível educativo e ideológico.

2. na medida de suas capacidades e responsabilidades, é o responsável


pelo contato com as instituições exteriores ao movimento, sejam essas
judias, sionistas ou outras.

3. ele representa tanto o movimento central quanto o movimento local.

4. ele determina, em grande medida, a linha a seguir e o caráter do


movimento local durante os dois ou três anos de seu shlichut.

5. ele trata de remediar os vazios e as deficiências do movimento local.

A importância do sheliach é tal que a existência mesma do movimento estaria


em perigo sem a sua presença.

ESTA IMPORTÂNCIA DO SHELIACH É UMA DAS FALHAS MAIS


SÉRIAS DE NOSSO SISTEMA EDUCATIVO.

Efetivamente, depois de várias décadas, um “relevo” constante de shlichim


consagrou e perpetuou um sistema educativo (ver III. A – 3) que se contradiz com o que
pode e deve fazer nosso movimento, um verdadeiro movimento sionista halutziano
local, ou seja, um movimento dirigido e propagado pelos seus membros locais, e não
conduzido artificialmente desde o exterior. Esta instituição, a shlichut, serve, na
realidade, e também por longo tempo, de “aparelho respiratório” sem o qual o
“paciente” estará em perigo de morte.

E, ALÉM DISSO, ESTA INSTITUIÇÃO SOFRE DE AMADORISMO E DE


INSTABILIDADE.

1. A obrigação de “mudar o sheliach” a cada dois ou três anos não permite


estabelecer uma linha de pensamento e de ação contínua e efetiva.

2. As dificuldades que acarreta a necessidade constante de substituir shlichim e


de recrutar novos, impossibilita o “envio” permanente de pessoas adequadas,
suficientemente experimentadas, com as capacidades intelectuais, educativas e
organizativas, o que implica uma frustração dos líderes e grupos locais, maduros,
formados e motivados.

- 23 -
III – A. CONCEITOS EDUCATIVOS

2 - O SHELIACH

BUSCANDO UM MOVIMENTO AUTÊNTICO

O principal objetivo do “sheliach” não deve ser, como ele é atualmente, deixar a
seu sucessor “um movimento em bom estado”, mas deve ser: FAZER DE TUDO PARA
QUE O MOVIMENTO LOCAL POSSA SEGUIR ADIANTE SEM NECESSIDADES
DE TAL SUCESSOR!

O problema do sheliach no movimento é, na realidade, o de todo educador:

QUANTO MAIS “NOVOS”, MENOS FORMADOS E MENOS


RESPONSÁVEIS SÃO OS “EDUCADOS”, MAIS CENTRAL E IMPORTANTE É O
PAPEL DO “EDUCADOR”.

I – Papel Central II – Objetivo a conseguir

Chanichim

Sheliach

sheliach quadros
locais

determinado pelo sheliach. o papel central do educador


(movimento jovem, não se atém à função de tomada
formado e sem quadros de consciência e a formação
próprios) dos “educados”

De tudo o que foi dito anteriormente pode-se deduzir que:

A atividade principal do movimento, no plano educativo, (e, por isso, o papel


principal de todo sheliach), deve ser a formação de novos quadros de peilim.

Estes quadros devem ser capazes de desenvolver e levar adiante todos os papéis
que exige um movimento verdadeiro (administração, direção, educação, e ação
ideológica).

- 24 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

2 - O SHELIACH

É evidente que este objetivo é praticamente impossível de realizar dentro do


sistema educativo atual.

Efetivamente, enquanto a noção de “movimento de jovens” for interpretada com


o sentido de “creche de crianças judias”, ou no sentido de “colônia de férias”, não
existirão quadros locais capazes de decidir uma linha ideológica, de ensiná-la, de
difundi-la, de administrar, de assinar contratos, de manter contatos e confrontar-se com
outros grupos e ideias do judaísmo local.

Numa palavra, os quadros locais não serão capazes de conseguir um impacto


real sobre a população judia local e de responder aos objetivos de um movimento
sionista realizador.

Apenas um movimento que reúna em seu seio jovens de escolas secundárias


(ensino médio), universitários e trabalhadores – entre os 15 e 25 anos – poderá formar
os quadros necessários para a sua direção e o desenvolvimento de um movimento local
sério e independente.

Dentro do modelo do movimento preconizado nesta publicação, o sheliach não


será mais a direção afetiva e muitas vezes única do movimento, mas sim que o
SHELIACH SERÁ PARTE DESTA DIREÇÃO.

Seu lugar e a importância de se pôr em movimento serão determinados pelas


necessidades reais do movimento e pelas próprias qualidades e afinidades do sheliach.

SEU OBJETIVO PRINCIPAL É A CRIAÇÃO DE QUADROS DE PEILIM


QUE POSSAM SUBSTITUÍ-LOS.

- 25 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

a) Introdução

Os movimentos da juventude halutziana não representa somente uma ínfima


parte da juventude judia local.

Esta situação se deve, em parte, a causas objetivas:


+ a realização do sionismo exige uma revolução pessoal total (país, idioma,
cultura, etc...)
+ o centro de organização dos movimentos halutzianos está em Israel, é de lá
que partem as diretivas (aspectos financeiros, shlichim, etc...); diretivas que de uma ou
outra maneira prejudicam a independência e espontaneidade do movimento local.
DADO QUE ESTA SITUAÇÃO SE PROLONGA JÁ POR VÁRIAS
DÉCADAS, A DEPENDÊNCIA SE TORNOU UM FATO, O QUE LEVA A
ANALISAR A POSSIBILIDADE E A NECESSIDADE DE QUE OS QUADROS
LOCAIS APENAS ASSUMAM A INTEIRA RESPONSABILIDADE DO SEU
MOVIMENTO.

Por exemplo: nenhum dos bogrei majon diante da pergunta sobre “qual é o preço de seu
local”, ou “qual é o orçamento do movimento”, é capaz de responder, e pior ainda, tem
aqueles que não compreendem que este tipo de pergunta lhes interessa diretamente.
Mas, considerando tudo isso, é normal a atual situação na qual o conjunto de
movimentos halutzianos não reúna mais que poucas dezenas das dezenas de milhares de
judeus jovens da Gola???
Inclusive se os movimentos halutzianos estão “condenados” a ser minoritários.

QUAL DEVE OU PODE SER O NÚMERO DE ADEPTOS? 500? 5000? 50000?

A resposta a esta questão é de ordem educativa e estrutural. (e é, em grande parte, a


razão de ser desta publicação)
Os conceitos e estruturas atuais não respondem aos objetivos que deveriam ser os
nossos na atual situação do sionismo mundial:
UMA CORRENTE SIONISTA ATIVISTA QUE LUTA NO SEIO DE UM
JUDAÍSMO LOCAL “SIMPATIZANTE DE ISRAEL”, QUE EXIJA NÃO A
SIMPATIA, MAS SIM A ALIYAH.

- 26 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

Nós chamaremos ao sistema educativo atual com o nome de CONCEITO


VERTICAL, sistema ao qual nos propusemos como alternativa CONCEITO
HORIZONTAL.

Porém antes de explicar que o CONCEITO HORIZONTAL, devemos explicar:

1- as bases do sistema atual ou “vertical”


2 – porque esse sistema não responde a nossos objetivos e até cria obstáculos
para a ampliação e expansão do movimento.

b- O conceito atual ou vertical


As características do sistema:

1 – o sistema educativo do movimento é ‘PARA-ESCOLAR” : divisão do fator


tempo (ano escolar, férias escolares) + divisão dos grupos em idades e agrupamento
segundo as mesmas + a duração das reuniões no local + os problemas educativos
diversos (sejam psicológicos, pedagógicos)
2 – a idade dos membros: de 10 / 12 anos a 18 / 20 anos.
3 – todos os membros do movimento são repartidos em “grupos educativos
orgânicos”; ou seja, cada grupo de jovens compreende um número restringido e
limitado de uma mesma idade. Mais do que isso, esses jovens permaneceram juntos
(teoricamente) desde sua incorporação ao movimento até o dia (5, 6, 7 anos mais tarde)
que eles realizassem aliyah ou deixassem o movimento.
4 – cada grupo de cada idade é dirigido por um ou dois instrutores-educadores
“madrichim”, pertencentes eles mesmos a um grupo de “mais idade”.
5 – Podem ter, dessa forma, dentro de um mesmo local, 3, 4, 5 ou mais faixas de
idade (shjchvaot) entre os 10 e 18 / 20 anos. Evidentemente, nada impede a existência
de mais “grupos orgânicos” da mesma faixa de idade, se o número de madrichim, o
lugar, os meios financeiros, etc., assim o permitam.
6 – esse sistema deveria permitir ao movimento educar aos “seus membros”
tanto sobre o plano afetivo (vida em comum, camaradagem e reconhecimento recíproco,
jogos recreativos, etc) como sobre o plano da formação ideológica.

- 27 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS
3- ESTRUTURAS

Aparentemente, o movimento dispõe de todo o tempo necessário (de 8 a 10


anos) a fim de ensinar, explicar e inculcar todos os conhecimentos necessários à
formação ideológica, e por consequência, à identificação de seus membros com a
ideologia do movimento.
Na realidade, esse sistema se comprovou como errôneo e ineficaz por ser
inaplicável e pouco aplicado em grande medida.

RESULTADO: um número insignificante de membros, transcendência pública


praticamente inexistente, etc...

QUAIS SÃO AS FALHAS DO SISTEMA?


COMO ISSO PODE SER REMEDIADO?
EXISTE UM SISTEMA EDUCATIVO ALTERNATIVO?

- 28 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

Tabela gráfica do “Sistema Vertical”

ISRAEL
GARÍN abandonam
o movimento mais de
18 anos

quem dirige o 18 anos


movimento??

abandonam
madrichim o movimento C

17 anos

16 anos

madrichim
B
membros abandonam
novos o movimento

13 anos

12 anos

madrichim

membros
novos abandonam
o movimento A
grupo 1 grupo 2 grupo 3
10 anos

membros novos

- 29 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

VANTAGENS (teóricas) DO SISTEMA ATUAL “VERTICAL”

- longa duração da formação ideológica

- vida em grupo, intensiva, baseada num conhecimento mutuo prolongado

- atividades folclóricas, esportivas, culturais e recreativas, adaptadas a cada


idade, criando uma identificação afetiva ao movimento e dando ao jovem uma
formação geral.

Nota: há diversas possibilidades de divisão de grupos de idade durante o


período de oito anos de duração

CRÍTICAS E DESVANTAGENS DO SISTEMA VERTICAL

1 – O conceito de estrutura vertical que foi descrito aqui é “para a escola”. Este
sistema se adapta, particularmente, a um movimento de tipo “scáutico”, onde o objetivo
não é transformar a sociedade, mas sim “melhorar para ter continuidade”. Mesmo
assim, todo esforço educativo de um movimento tal como esse (para a escola), tem
razão de ser apenas até o fim da adolescência.

Contudo, o movimento sionista é (foi e deve ser), antes de mais nada, um


movimento revolucionário, exigindo uma transformação completa da vida do indivíduo
(país novo, idioma, clima, forma de vida, etc...)

Portanto, a educação dos jovens, antes e durante a adolescência, não é um fim


em si mesmo – o objetivo da educação e da formação em um movimento de juventude
sionista halutziana deve ser:

Manter e fortalecer uma corrente sionista realizadora e radical no seio do mundo


judeu da Golah, criando marcos ativos, prontos para atuar e, definitivamente,
realizar pessoalmente o ideal sionista.

2 – O sistema educativo atual (vertical) dispõe, teoricamente, de longos anos de


ensino e formação.

De fato, a realidade é totalmente distinta: não apenas porque o sistema de estudo


escolar que reparte as matérias de estudo ao longo de vários anos é criticado por muitos
educadores, mas também, o mais importante, porque exige um quadro de ensino
profissional (que está longe de existir no movimento).

Os novos membros do movimento são incorporados com qualquer idade, muitas


vezes, sem que tenham a idade e a capacidade objetiva para compreender e, muito
menos, para realizar as ideias que o movimento pretende lhes apresentar.

- 30 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

Como consequência, a formação ideológica no movimento é fragmentária, não


sistemática e insuficiente.

3- Um dos pontos fracos do sistema vertical é a utilização, quase total, dos


grupos “maiores” (15, 16, 17 anos) na “educação” e agrupamento dos mais jovens. Mais
grave ainda é que somos testemunhas de uma sistemática “autodecapitação” do sistema
(ver gráfico).

Os jovens de 18 / 20 anos, ou partem para Israel no marco do garin aliyah, ou se


“sentem obrigados” a deixar ou abandonar o movimento.

Entretanto, este grupo de idade deveria brindar ao movimento uma quantidade


de dirigentes e líderes locais dentro do mesmo movimento.

São esses dirigentes e líderes locais que deveriam aumentar a força numérica do
movimento, assim como conseguir uma maior transcendência e impacto no seio da
comunidade judia (ver III C).

É este um conceito educativo que torna o “movimento de jovens sionistas


halutzianos” um “círculo fechado”, em organizações de colônias de férias, sem
dirigentes locais próprios, dependendo totalmente (a nível financeiro, organizacional,
ideológico, educacional, etc.) de “forças exteriores”(shlichim).

4 – A transcendência de ideias do movimento

Este sistema (o sistema vertical) que exige de cada grupo de idade (kvutza,
shijva, etc), seja “ocupando-se” de outro grupo de idade inferior ou se contentando com
“vir ao local (Ken, snif, mazkirut, etc)”, esqueceu o objetivo principal de todo o
movimento que procura realizar seu ideal: EMPREENDER UMA AÇÃO MILITANTE
PARA PROPAGAR AS IDEIAS DO MOVIMENTO.

Este sistema não vai além de procurar “aumentar” o movimento no sentido mais
limitado do termo (ou seja, buscar de maneira esporádica a novos membros), ao invés
de lutar no seio da comunidade judia local para conseguir o conhecimento e o
reconhecimento da ideologia e a ação sionista realizadora, diante de um mundo judeu
“simpatizante de Israel que perpetua a Golah”.

Tal ação ideológica exige, antes de mais nada, a formação de quadros de idade
secundária e universitária, assim como a definição de outros “campos de ação” que não
seja a educação e as atividades atuais, que tem lugar hoje dentro das quatro paredes do
local.

- 31 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

CONCLUSIÓN

O sistema educativo dos movimentos de juventude halutziana na Golah, desde a


segunda guerra mundial, herdou dos movimentos juvenis da Europa Oriental de antes da
guerra , suas características, as deformou e mal compreendeu, sendo essas
características não adaptáveis às condições atuais. ESTE SISTEMA SE
DEMONSTROU COMO UM FRACASSO.

Esse sistema reduziu, de fato, os movimentos halutzianos a “círculos fechados”


para crianças judias, sem ter uma influência relevante no marco da comunidade judia.

Uma mudança séria desta situação exigirá, entre outras coisas, UM SISTEMA
EDUCATIVO ALTERNATIVO: UM MÉTODO, ESTRUTURAS, UMA ESCALA DE
PRIORIDADES RADICALMENTE DIFERENTES.

- 32 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

c- Proposição alternativa ou “o conceito horizontal”

I – Proposição de base;

O objetivo da educação do movimento é a formação intensiva de marcos aptos a


levar adiante uma ação militante no seio do judaísmo local, até o momento de sua
realização pessoal (ver a reinterpretação do conceito de aghsahma atzmit, cap. II).

II – Objetivos da ação militante;

a) representar a corrente sionista socialista no seio do judaísmo local e propagar


suas ideias: convencer aos judeus da Golah de todas as idades e formações de “subir” a
Israel.

b) explicar, ensinar e propagar o sionismo socialista, particularmente, na sua


forma mais radical: o KIBUTZ.

c) recrutar novos membros que, depois de um período de formação, podem


identificar-se com os princípios da aghsahma atzmit tal como foram definidos no
capítulo II.

III – Implicações;

a) a diferença entre o movimento como o conhecemos hoje com aquele que


propomos aqui, é, fundamentalmente, a proposição de formar um movimento de
quadros (grupos de ação), no lugar de um movimento de “alunos” (chanichim, mais ou
menos, passivos) e “educadores” (madrichim, mais ou menos, ativos).

b) ISTO IMPLICA UM SISTEMA EDUCATIVO HORIZONTAL,


DIFERENTE DO MODELO ATUALMENTE EXISTENTE.

No lugar dos atuais critérios para a divisão de grupos (idades para a escola /
membros alunos passivos e membros educadores ativos), os grupos se formariam da
seguinte maneira:

1) o nível de preparação e formação.

2) a ação empreendida pelo membro em questão.

3) seu grau de responsabilidade no seio do movimento.

IV – A formação de novos membros;

Será realizado da maneira mais rápida e intensiva possível, e terá como objetivo
o conhecimento e a identificação com a ideologia do movimento e a participação de
cada um dos membros na ação enfrentada pelo movimento.

- 33 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

Se a formação de base pode realizar-se em dois anos, isto implica o


arrebatamento de jovens de 15 / 16 anos, para começar uma ação militante (ver III c),
com os marcos na idade de empreender uma ação (de 18 a 24 anos).

De acordo com esta ideia, uma das funções principais do “local” deverá ser:

UM CENTRO DE FORMAÇÃO DE QUADROS

A “formação de quadros” será explicada, em detalhes, no parágrafo III b, e a


ação ideológica no parágrafo III c.

Esta formação compreenderá:

1) um programa educativo de base (ou formação ideológica de base),


desenvolvido durante dois ou três anos.
2) uma “formação complementar e / ou específica”.
Em relação à “ação ideológica”, ela será desenvolvida a partir de um programa
de “ação direta” e “indireta” (ver III c), de acordo com o lugar, tempo, os meios a
disposição, etc...

V – QUEM É O MEMBRO DO MOVIMENTO?

Não apenas o novo, recentemente chegado, que vem regularmente ao local,


mas...

É MEMBRO DO MOVIMENTO TODO JOVEM QUE RECEBEU UMA


FORMAÇÃO IDEOLÓGICA DE BASE (F.I.B.) E SE COMPROMETE A
PARTICIPAR NA AÇÃO IDEOLÓGICA (A.I.) DO MOVIMENTO ATÉ A
DATA DE SUA ALIYAH.

Ser membro do movimento é um acontecimento, uma etapa importante e por


isso este evento deverá ser marcado e consagrado.

VI – Formação complementar e específica;

a) formação complementar

O sistema horizontal implica a existência de uma faixa de idades suplementares


(20 / 24 anos) que não existe atualmente, um grupo apropriado para uma formação
ideológica “complementar”de nível adequado (exemplo: seminários especiais em Israel)

b) formação específica

A realização de uma ação militante no seio da comunidade judia local exigirá de


certos membros qualidades diversas como a utilização de centros de formação
“exteriores” ao movimento (círculos de estudo, centros de formação, etc.)

- 34 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

VII – TABELA GRÁFICA DO CONCEITO HORIZONTAL (linhas gerais)

I II III

FORMAÇÃO IDEOLÓGICA DE “HAGSHMA ATZMIT”


BASE (fib) (realização pessoal)

AÇÃO IDEOLÓGICA (ac)

formação formação - divisão dos membros em função


A B dos campos de ação e das
responsabilidades educativas e
organizacionais.

- formação complementar e
específica (na Golah e em Israel)

duração duração
mínimo: um ano
máximo: três anos entre 1 e 4 anos

VIII – O conceito HORIZONTAL – conclusão

O conceito horizontal, como é aqui proposto, não pretende mudar o mundo


judeu da Golah, nem mesmo agrupar a totalidade da juventude judia local nos quadros
do sionismo realizador.

Esse conceito tem como propósito transformar ao que se chama movimento


juvenil sionista realizador do que atualmente é – uma organização para jovens judeus –
num movimento militante no seio da comunidade judia local.

COMO???

a) considerando a cada membro do movimento como um militante para uma


ação ideológica no seio da comunidade judia local;

b) pondo o acento sobre uma formação ideológica rápida e intensa sobre cada um dos
membros;

- 35 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 – ESTRUTURAS

c) fazendo sair os chaverim das “quatro paredes do local”, assim ele não será
mais um objetivo em si mesmo, mas será um instrumento educativo, ou seja,
principalmente, UMA BASE DE FORMAÇÃO E DE AÇÃO IDEOLÓGICA.

d) criando uma faixa de idades (shijva-kvutza) de 21 / 24 anos, condição


indispensável para a existência de um movimento local responsável e independente, que
será, por fim, considerado de forma séria pelas diferentes correntes do judaísmo local.

e) organizando – a falta de uma verdadeira escola de militantes que faça uma


série de seminários e jornadas de estudo, programados anualmente com base num plano
de formação ideológica e em função do grau de formação anterior dos diferentes
grupos, o que exigirá entre outras coisas:

= uma equipe de preparação – controle – aplicação

= uma equipe de conferencistas (do movimento e do exterior)

= as condições materiais e financeiras adequadas.

ABORDANDO TEMAS COMO:

- da ambientação e do folclore israelense,

- da educação de jovens de menos de 14 anos,

- da identificação “afetiva” com o movimento...

AMBIENTAÇÃO E FOLCLORE ISRAELENSE

Para os movimentos da juventude halutziana tradicionais (o conceito vertical), a


ambientação e o folclore israelense tem uma importância fundamental.

Dentro das mudanças conceituais e estruturais propostas nesta publicação, é


evidente que o ambiente folclórico, ainda que seja um meio educativo importante, não
possui já a importância capital que tinha no sistema tradicional.

Isto se deve à reconsideração dos objetivos a conseguir, onde uma das maiores
consequências é a elevação da idade média dos chaverim (os membros) do movimento.

A importância da formação ideológica e da ação militante implica,


forçosamente, mudanças de prioridade no que diz respeito ao “fator tempo” (ver III b).

Esta “ambientação e folclore israelense” serão particularmente úteis de uma


nova forma e com novas finalidades (ver III c – atividades mistas).

- 36 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

3 - ESTRUTURAS

EDUCAÇÃO DE JOVENS COM MENOS DE 14 ANOS

O conceito de “membro do movimento”, tal como o definimos anteriormente,


não significa que não se possa ou não se deva empreender um trabalho educativo com
jovens menores. Porém, a condição de não considerar a esses jovens como “membros”,
mas considerando este trabalho como uma das atividades educativas diversas do
movimento no seio da comunidade judia local, sempre e quando esta atividade seja
julgada útil e necessária para o movimento (na escala nacional ou local).

A IDENTIFICAÇÃO AFETIVA COM O MOVIMENTO

É um fato que a identificação com o movimento não é apenas racional ou de


ideologia.

Esta identificação vem também de uma certa vida em grupo e de um ambiente


específico.

Entretanto, não é menos verdade, que tal grau de identificação racional e afetiva
com o movimento (ao ponto de realizar os objetivos do movimento), se consegue
principalmente no marco de trabalho ou “ação militante” do movimento.

Apenas juntando esse dois elementos: formação ideológica ou ação ideológica,


pode-se criar um grau de identificação e de motivação que decidem, definitivamente, a
Aliyah a Israel.

- 37 -
III. A – CONCEITOS EDUCATIVOS

4 – ESPECIFICIDADE E SIMBOLISMO – O HEBRAICO

1) ESPECIFICIDADE E SIMBOLISMO

A especificidade do movimento é determinada, antes de tudo, pelo seu conteúdo


ideológico e pela ação que é desenvolvida para propagar e realizar seus ideais.

Na realidade, depois da criação do movimento, um certo número de “signos


exteriores” (símbolos) – que podem mudar com o tempo e as circunstâncias – tiveram e
tem ainda por objetivo reforçar e expressar esta especificidade.

Estes símbolos podem ser um canto, um uniforme, uma insígnia, determinados


costumes ou cerimônias, etc...

Todo o movimento sente a necessidade de utilizar certo número de símbolos e de


marcas exteriores a sua existência e sua atividade.

Entretanto, dois comentários se fazem necessários:

a – os símbolos e insígnias diversas impostas ou propostas aos membros, cuja


significação não é explicada, comentada e, por isso, compreendida e aceita, carecem de
valor (por exemplo, determinados termos em hebraico, que são deformados e...
incompreendidos, ou certas insígnias que com o passar do tempo não representam mais
grande coisa).

b – sejam quais forem os símbolos e insígnias, eles não podem criar em nenhum
caso uma especificidade... podem expressá-la ou remarcá-la se ela existe por si mesma.

2) O HEBRAICO

O hebraico, tal como é “praticado” no movimento, forma parte da coleção de


símbolos exteriores de especificidade que não são explicados e ensinados corretamente,
e, por isso, não é compreendido e, geralmente, é deformado.

É suficiente pedir aos chaverim a tradução de certas palavras por eles utilizadas
para convencer-se disso.

No entanto, se o hebraico deixa de ser uma simples marca exterior e é ensinado


de forma séria, poderá ter um valor educativo real.

Falar hebraico é um passo importante – talvez o mais importante para a adoção


de uma nova cultura.

O ENSINAMENTO SISTEMÁTICO DO HEBRAICO DEVE SER UM DOS


OBJETIVOS EDUCATIVOS DE MAIOR IMPORTÂNCIA DENTRO DO
MOVIMENTO.

- 38 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

1 – INTRODUÇÃO

Na realidade, este parágrafo deveria ser intitulado “as atividades educativas do


movimento”, ou qualquer outro nome dessa natureza.

Atividades educativas que compreenderiam, entre outras, uma “formação


ideológica” (FI).

Se este parágrafo é consagrado sobretudo ao aspecto da formação ideológica, é


porque o conceito proposto nesta publicação declara que a F.I. é primordial sobre
qualquer outra atividade educativa.

Isto dentro do objetivo declarado de formar quadros aptos para levar adiante
uma ação ideológica (AC) ou militância, na Golah até o momento da Aliyah.

Não se trata de formar quadros (ou madrichim) para o movimento, mas

FAZER UM MOVIMENTO – UM MOVIMENTO DE QUADROS


MILITANTES QUE ATUEM DENTRO DO SEIO DA COMUNIDADE
JUDIA LOCAL.

III. B – 1 INTRODUÇÃO p. 39

III. B – 2 OS CRITÉRIOS DE PRIORIDADES p. 40

III. B – 3 O FATOR TEMPO p. 42

1 – introdução p. 42

2 – o fator tempo quantitativo p. 43

3 – o fator tempo qualitativo p. 47

III. B – 4 PLANOS E PROGRAMAS p. 58

1 – introdução p. 58

2 – critério – problemáticas -

processos de preparação p. 59

3 – seminários e jornadas de estudo p. 72

- 39 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

2 – OS CRITÉRIOS DE PRIORIDADE

1) Os critérios de prioridade

Quais sejam os conceitos educativos e os métodos de trabalho, é necessário que


o movimento revise, de tempos em tempos, a lista de atividades educativas e outras
atividades que podem dentro de certas circunstâncias “aparecer”, “desaparecer”,
“reaparecer”.

Sobretudo, é essencial estabelecer uma “escala de prioridades” que interessam a


essas atividades em função de critérios bem determinados e não mais “deixar chegar”
ou “deixar ir” as coisas ao gosto da casualidade, dos costumes e da inércia.

2) Quais são os critérios que determinarão esta escala de prioridades?

a – conceitos educativos
b – o fator tempo
c – as forças educativas e os meios técnicos disponíveis.
a) Os conceitos educativos

É evidente que o movimento do tipo tradicional (de concepção vertical), na


medida que está estabelecida uma escala de prioridades, pondo acento no ambiente
folclórico e nos laços afetivos, poderá dar uma grande importância à preparação de
festas e de danças folclóricas, para dar um exemplo.

Dentro desta mesma ordem de ideias, o movimento tal como é apresentado aqui,
poderá colocar a “formação ideológica” e a “ação ideológica” na prioridade da escala de
importância.

b) O fator tempo

Isto é “o número de horas efetivas anuais” que o movimento dispõe (fator tempo
quantitativo) e sua utilização racional e inteligente (fator qualitativo).

Na prática, o fator tempo tem um papel crucial no que interessa ao grau de


importância de determinada atividade.

É essencial ter pleno controle sobre o fator tempo (a próxima parte está dedicada
exclusivamente a este ponto).

c) As forças educativas – meios técnicos e financeiros

Estes fatores são determinantes... e variáveis. É, por isso, necessário reconsiderá-


los permanentemente.

Se isto não se realiza, os programas, por melhor elaborados que estejam, ficarão
apenas “no papel” e não poderão ser levados à prática.

- 40 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

2 – OS CRITÉRIOS DE PRIORIDADE

3) Lista preliminar, aproximada e arbitrária, das atividades do movimento

(Esta lista deverá ser reconsiderada e uma ordem de prioridade deverá ser
estabelecida em função dos três critérios propostos anteriormente: CONCEITOS –

TEMPO – MEIOS)

1 – oficinas (juguim) de canto, dança, hebraico, etc.


2 – excursões (tiulim)
3 – conferências (sijot), debates
4 – cabalat shabat
5 – direção – administração – organização (mazkirut)
6 – festas judias, espetáculos
7 – seminários, jornadas de estudo
8 – acampamentos de verão e inverno (majanot)
9 – atividades exteriores (manifestações, trabalho no centro de outras
organizações, etc)
10 – diversos

Para estabelecer uma escala de prioridades que interessam a estas atividades,


devemos, antes de mais nada, decidir o que é o mais importante, levando em conta qual
é o objetivo, do ponto de vista teórico, delas mesmas.

Em seguida, vem a pergunta:

Temos forças necessárias – quadros de peilin, meios técnicos e financeiros –


para realizar tudo isso?

Apesar disso, tudo deve ser reavaliado e adaptado ao FATOR TEMPO, por
exemplo: se o total de horas anuais efetivas a disposição do movimento é de 10 x, e o
conjunto de atividades propostas (depois de ter reconsiderado uma a uma) chega a 14 x
... se deverá: 1) ou aumentar o número de horas anuais disponíveis pelo movimento,

2) ou reduzir o número de horas combinadas a certas atividades ou ao


conjunto das atividades.

Aqui intervém, uma vez mais, a “escala de prioridades”: se, por exemplo, a
preparação de espetáculos e sua representação exige um número de horas que não
possibilitará brindar uma formação ideológica suficiente (desde o ponto de vista
qualitativo), e se não é possível aumentar o número de horas anuais à disposição do
movimento, se deverá, forçosamente, deduzir, reduzir ou suprimir certas atividades.

Todas essas considerações, que interessam aos critérios de prioridade, serão


revisadas nos parágrafos seguintes (III b3 e III b4)

- 41 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

1 – INTRODUÇÃO

O fator tempo, ou o número de horas efetivas anuais que o movimento dispõe, é,


como já explicamos, um dos três critérios de prioridade que permitem decidir a
importância adequada a uma determinada atividade entre outras.

Por isso, é necessário:

CONHECER E TER PLENO CONTROLE DO FATOR TEMPO.

Na realidade, existem dois fatores tempo:

a) O fator tempo QUANTITATIVO, ou o total de horas anuais.

b) O fator tempo QUALITATIVO, ou o que se faz no movimento com cada uma


das horas disponíveis. A pergunta é se estas horas são desperdiçadas, ou
utilizadas da maneira mais séria e eficaz possível, para responder a objetivos
previamente determinados.

Devemos levar em consideração estes dois aspectos do FATOR TEMPO, para a


elaboração de um plano de atividades anuais, e mais, particularmente, de um plano para
a formação ideológica.

- 42 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

2 – O FATOR TEMPO QUANTITATIVO

I) Qual é o total de horas efetivas anuais que é o movimento dispõe?

Apenas depois de ter respondido a esta pergunta poderá o movimento decidir:


quantas horas e a que atividades.

Por exemplo: Se o plano de formação ideológica de base, (F.I.B.) exige 250


horas, então nos perguntaremos: é possível desenvolver num ano? Em dois anos?
Quantas horas são necessárias para cada atividade?

II) Tabela de controle:

TOTAL DE HORAS EFETIVAS ANUAIS

a) total de horas efetivas anuais do “ano corrente”


(sem levar em conta o período de férias)

com uma quantidade de duas reuniões semanais de três horas efetivas por
reunião

2X 3X 4 (semanas) X 8 (meses) ........................................................... 192 hs.

b) total de horas efetivas anuais na época de “férias escolares”


(ou seja, o número de dias completos de oito horas utilizados pelo movimento)

semana de todos os santos (7 dias)


4 dias efetivos de X 8 horas.............................................. 32 hs.
natal (14 dias)
12 dias efetivos de X 8 horas............................................. 96 hs.
carnaval (7 dias)
4 dias efetivos de X 8 horas............................................... 32 hs.
páscoa (14 dias)
10 dias efetivos de X 8 horas............................................. 80 hs.
pentecostes (2 dias)
2 dias efetivos de X 8 horas................................................ 16 hs.
verão (2 meses e meio)
28 dias efetivos de X 8 horas.............................................. 224 hs.
TOTAL ANUAL: ..................................................................................... 672 hs.

Observação: tal como esclarecemos no começo, esta publicação foi realizada,


originalmente, para tnuá da França, por isso as festividades se referem a este país. Em
cada país os chaverim deverão realizar sua própria conta de acordo com a realidade
local.

- 43 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Essa tabela de horas anuais efetivas deve ser fiel à realidade.

Ela poderá variar, em alguma medida, de acordo com o lugar e também de ano a
ano.

Apesar do movimento dispor, no verão e no inverno, de 24 horas, nos


acampamentos dessas estações escolhemos limitar a 8 horas diárias por dia de tempo
efetivo.

III) Total de horas efetivas anuais – IMPLICAÇÕES

À primeira vista, se vê que o ano corrente (sem o período de férias), período que
representa oito dos doze meses do ano, “oferece” ao movimento apenas um terço das
horas efetivas anuais (192 horas de um total de 672 horas, sem levar em conta as
deficiências “qualitativas” do ano em curso). Inclusive acrescentando uma reunião
semanal a mais, teremos:

4 (semanas) X 3 (horas) X 8 (meses) = 96 horas

Ou seja, às 192 horas iniciais acrescentamos agora 96 horas a mais, chegando a


288 horas anuais.

Isto não muda a realidade do ponto de vista do fator tempo quantitativo.

O NÚMERO DE HORAS EFETIVAS ANUAIS COMPREENDIDAS NA


“ÉPOCA DAS FÉRIAS” É MUITO MAIS IMPORTANTE QUE O NÚMERO
DE HORAS DO ANO CORRENTE.

Este é um fato que o movimento deve levar em conta para planejar as respostas
para perguntas como: O que fazer? Quando? Como?

Isso porque apenas o período de férias de verão representa mais da metade do


total de horas da época de férias (224 horas de um total de 480 horas na época de férias
em geral).

O pleno controle do fator tempo permitirá estabelecer a quantidade de tempo


concedida para cada atividade do movimento durante o ano. Para repartir uma
quantidade determinada de tempo a cada uma delas, em função de uma ordem de
importância, deve-se – de maneira real e não apenas “teórica” – estabelecer um sistema
de controle durante o ano, e ao finalizar o mesmo, analisar com o propósito de estudar
os resultados e extrair conclusões.

- 44 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Vamos realizar um exemplo do que foi dito:

Se o comitê educativo do movimento estima, num primeiro momento, que a


formação ideológica exige uma quantidade de tempo de 250 horas, mas na verdade 600
horas do total de 672 já foram ocupadas com outras atividades – resulta que, na
realidade, apenas restaram 72 horas para a formação ideológica, o que permitirá sua
realização apenas ao término de três anos (e isto supondo que “todos” participam de
“todas” as atividades e que o programa seja realizado na sua totalidade)

Pode-se, evidentemente, realizar o mesmo exercício para cada uma das


atividades, as quais se permite um certo grau de prioridade.

IV) TABELA: Distribuição da quantidade de tempo anual por atividade

Observações prévias:

a) esta tabela é esquemática e não detalhada;

b) seu objetivo é somente ilustrar a necessidade de uma distribuição quantitativa


do tempo, assim como a necessidade de um controle quantitativo de tempo;

c) sem ser totalmente imaginária, esta tabela também não pretende ser fiel à
realidade do movimento atualmente,... coisa que resulta impossível já que a
“distribuição prévia” e o “controle” não são, neste exemplo, aplicados.

A tabela que apresentamos na sequência reflete uma situação na qual o F.I.B.


(formação ideológica de base) ocupa o quarto lugar na ordem de prioridades.

1. saídas e atividades de férias (excursões, turismo, distrações) 300 hs.

2. festas e espetáculos 100 hs.

3) danças folclóricas 100 hs.

4) F.I.B. (sijot, dias de estudos –iom iun-, seminários) 72 hs.

5) hebraico 40 hs.

6) militância 25 hs.

7) cantos 10 hs.

8) esporte 15 hs.

9) diversos 10 hs.

TOTAL 672 hs.

- 45 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Do exemplo pode-se concluir que, passado o F.I.B. de quarto a primeiro lugar –


ao invés de atividades de férias – poderemos conseguir 178 horas que faltaram
(seguindo o exemplo anterior no qual se atribuía 250 horas anuais ao F.I.B., mas se
descobria que restavam apenas 72 horas livres para o mesmo).

Ao contrário, uma decisão de atribuir ao F.I.B. um espaço de dois anos (que é a


sugestão desta publicação), faz com que se necessite 125 horas anuais para ele.
Também, assim, é necessário “ganhar umas 50 horas que faltaram” (de acordo com a
conta: 125 – 72 = 53 horas), que serão tomadas de outras atividades.

Outra solução ao problema de tempo quantitativo pode ser AUMENTAR O


NÚMERO DE HORAS EFETIVAS ANUAIS.

Por exemplo: uma reunião semanal suplementar.

V) Recapitulação e resumo

a. São os conceitos ideológicos e educativos os que devem determinar a ação e


as atividades do movimento.

b. Estes conceitos determinarão a ordem de prioridade das atividades do


movimento.

c. essas atividades poderão ser realizadas apenas em função de 1) o fator tempo,


ou seja, o total de horas efetivas anuais que o movimento dispõe, y 2) as condições
locais e os meios de ação.

d. isto implica, entre outras coisas, o PLENO CONTROLE DO FATOR


TEMPO: não é suficiente “conhecer” o total de horas anuais disponíveis. Deve-se
determinar “a quantidade de tempo” atribuído a cada atividade em função da ordem de
prioridades previamente estabelecido. É necessário também controlar se esta ordem de
prioridades é respeitada.

AO FIM DE CADA ANO DEVE-SE CONCLUIR O TEMA DO FATOR


TEMPO... E TIRAR AS CONCLUSÕES EM VISTA DO PLANEJAMENTO DE
ATIVIDADES PARA O PRÓXIMO ANO.

- 46 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

3 – O FATOR TEMPO QUALITATIVO

I) Introdução

Se é importante aumentar o número de horas anuais à disposição do movimento,


não menos importante é saber se estas horas são APROVEITADAS DE MANEIRA
EFETIVA ou se são “mal gastas”.

Em outras palavras, são duas perguntas que devem ser formuladas:

não mais que fazer? e como fazer?

mas sim que fazer? quando?

como fazer? quando?

O exemplo já citado na parte do tempo quantitativo, sobre as diferenças entre o


ano corrente e a época de férias, é também, particularmente, significativo no que se
refere ao tempo qualitativo. (192 horas efetivas para oito meses do ano corrente – 480
horas efetivas para quatro meses de férias)

A diferença entre o ano corrente e a época de férias não é menos importante do


ponto de vista qualitativo.

A vantagem qualitativa da época de férias, para trazer um exemplo, é a


“presença” do movimento 24 horas diárias, sobre um número seguido de dias, ao
contrario do que ocorre durante o ano corrente.

Em outros termos, as horas do ano corrente não tem a efetividade sobre


determinadas atividades, que as horas no período de férias.

Evidentemente, o que fazer? para que? como? é, em certos casos, ditado pelas
circustâncias, independente da vontade do movimento.

PORÉM, EM TODOS OS CASOS, A IMPORTÂNCIA DO FATOR


QUALITATIVO EXIGE UMA RECONSIDERAÇÃO SÉRIA.

- 47 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

II) A utilização do ano corrente do ponto de vista do TEMPO QUALITATIVO.

II) a. A ação ideológica (ativismo e militância)

Na medida que existe uma atividade militante (atividade reduzida ao mínimo nos
movimentos halutzianos tradicionais) como a criação de novos campos de ação (ver
IIIc), penetração em instituições judias, manifestações, publicações, publicidade,
conferências e representações diversas... é evidente que estas atividades, em grande
parte, tem que ser realizadas no curso do ano corrente.

A medida que, tal como esta publicação propõe, a atividade militante se torne
prioritária, o problema do tempo quantitativo e qualitativo será muito mais crucial:

As 192 horas atuais do “ano corrente” não responderão mais às exigências, o


qual implicará:

- SUPRIMIR, PARCIAL OU TOTALMENTE, CERTAS ATIVIDADES QUE


SE DESENVOLVEM ATUALMENTE.

- E / OU TAMBÉM AUMENTAR O TEMPO QUANTITATIVO À


DISPOSIÇÃO DO MOVIMENTO.

Num movimento no qual a militância é primordial, é muito provável que depois


do período de formação, não seja possível almejar que todos os membros de um certo
grupo se “beneficiem” e participem de todas as atividades do movimento ao mesmo
tempo.

Isto criará novos problemas de diferenciação e de especialização com os quais o


movimento deverá confrotar-se:

BRINDAR A MAIOR IMPORTÂNCIA À ORGANIZAÇÃO E


COORDENAÇÃO, MAS, SEM ABANDONAR TOTALMENTE O ASPECTO
AFETIVO – AMBIENTAL – REUNIÕES DE CAMARADAGEM, ETC...

DEVEM-SE CRIAR, PARA ESTE EFEITO, OS QUADROS ADEQUADOS.

II) b. Atividades culturais, artísticas, esportivas, o hebreu.

Existiram, desde sempre, atividades deste tipo no movimento.

O conhecimento do hebraico sempre foi reconhecido.

- 48 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Essas atividades tem um objetivo específico e feral.

Especifico: criar um ambiente judeu – sionista – folclórico israelense;

Geral: fazer que o movimento “monopolize” o tempo livre “extraescolar” dos


jovens, e, assim, numa idade na qual é possível e necessário engrandecer
a formação pessoal, intelectual, criativa, sensitiva, etc... compromete-se a
vontade do movimento a nível educativo no que diz respeito a cada um
dos seus membros.

Porém, na realidade, o que ocorre é que:

As atividades chamadas artísticas e culturais, o mesmo que o ensino do hebraico,


sofrem de um “amadorismo” catastrófico que produz atividades e resultados de baixo
nível.

Por isso, e por outras razões, é necessário compreender:

1) Tal como já tínhamos indicado, o ano corrente tem um caráter difuso e, as


vezes, esporádico.

Além disso, a vontade de realizar “um pouco de tudo” para “todo o mundo”,
gera necessariamente amadorismo.

2) Os líderes do movimento (madrichim) são demasiado jovens (situação criada


inevitavelmente pelo sistema educativo tradicional – vertical) com uma formação pobre
(formação ideológica e outras).

E, de todas as maneiras, o ensino do hebraico assim como a realização de


atividades culturais e artísticas, requer um certo grau de profissionalismo que não pode-
se exigir aos atuais quadros do movimento.

PROPOSTAS:

1) Incentivar aos chaverim do movimento a desenvolver determinadas


faculdades artísticas e de outro tipo a título privado.

2) Encontrar especialistas que organizem oficinas (juguim) no centro do


movimento, durante o ano corrente e durante a época de férias. (Por exemplo, professor
de hebreu que desenvolva um curso de conversação durante o ano)

- 49 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Neste tipo de atividades devemos saber chegar a um NÍVEL SATISFATÓRIO.

QUAL É UM NÍVEL SATISFATÓRIO?

Uma atividade cultural, artística ou intelectual que chegue a um nível


satisfatório, será a que permita atrair, interessar e conseguir a participação de pessoas do
exterior no movimento.

Nesta forma de considerar o problema do nível das atividades, deve entrar


também a consideração financeira que permita a utilização de quadros profissionais (ver
IIIc – atividades mistas).

II) c. A formação ideológica de base (F.I.B.) e o ano corrente.

Que parte das 192 horas efetivas do ano corrente (cujas deficiências qualitativas
e quantitativas já tratamos) poderemos dedicar à Formação Ideológica de Base (F.I.B.),
e como utilizar estas horas da melhor forma possível?

Um fato parece evidente: inclusive quando se decide levar adiante um modesto


programa de FIB de 250 horas, realizado em dois anos (ver IIIb. 4), ou seja, 125 horas
anuais de FIB, o ano corrente não poderá responder apenas a uma pequena parte desse
programa (30 horas, 40 horas?), a menos que o faça por conta de outras atividades.

Por outro lado, a época de férias responde melhor às exigências do FIB (exceto
nos casos determinados especificamente)

A UTILIZAÇÃO CLÁSSICA DO ANO CORRENTE PARA O “FIB”, OU A


“SIJA”, MOSTROU-SE COMO UM FRACASSO.

SIJA: conversação, mudança de ideias, e não conferência

A sija faz parte, desde sempre, da tradição educativa do movimento juvenil


halutziano.

Nas sua origens, a sija teve um objetivo educativo – afetivo: reforçar as relações
entre o madrich e seu grupo orgânico (kvutza) de acordo com a ideia dos “mesmos
jovens”, da mesma idade, com um mesmo líder – madrich – para todas as atividades.

Com o tempo, a sija tomou um papel que não lhe estava destinado: A
TRANSMISSÃO DE UMA PARTE, E EM CERTOS CASOS, DA TOTALIDADE DA
FORMAÇÃO IDEOLÓGICA DO MOVIMENTO.

Esta difusão ideológica, através da sija, é mais que ilusória: ela é difusa,
esporádica, mal preparada, etc...

- 50 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Conclusão

Basear a formação ideológica de base (FIB) nas sichot que se realizam durante o
ano corrente é um erro fundamental – um exemplo de utilização errada do fator tempo
qualitativo.

Este sistema de Sija – Madrich, utilizado com o objetivo de formação


ideológica, é responsável, em grande parte, da formação insuficiente dos membros do
movimento, assim como do “fracasso” de longos anos de presença e estadia no
movimento.

Uma formação ideológica séria exige um tempo de formação seguido,


ininterrupto, intensivo, assim como madrichim e marcos competentes para cada matéria,
jovens em idade de compreender e se interessar.

O QUE DEVE SER A SIJA?

Se ela não pode fazer parte do programa de formação ideológica, ela pode servir
de meio educativo complementar.

Por exemplo:

1. para explicar temas da atualidade mundial, judeus, israelenses, etc...

2. para ilustrar com exemplos e reforçar com a discussão os temas que serão
desenvolvidos mais tarde;

3. para servir de introdução e preparação aos temas que serão desenvolvidos


mais tarde;

4. para desenvolver as faculdades de discussão e de mudanças de vista entre os


chaverim, tanto sobre o plano intelectual como sobre o plano afetivo e humano.

Em outros termos, voltar a sija ao que ela pode e deve ser.

É possível utilizar de maneira séria e efetiva o ano corrente para realizar uma
parte bem determinada do programa anual da formação ideológica de base?

A resposta a esta pergunta é: A JORNADA DE ESTUDOS

- 51 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

II. d – Jornadas de estudo

É inacreditável que os oito meses do ano corrente sejam desperdiçados no que se


refere à formação ideológica.

Um programa anual que compreenda entre 5 e 7 jornadas de estudo de cinco


horas cada uma (isto é, entre 25 e 35 horas efetivas anuais) nos parece absolutamente
razoáveis e aplicáveis.

Tal programa pode ser realizado não apenas durante finais de semana ou
feriados, mas uma jornada de estudos de cinco horas pode ser levada adiante depois do
meio-dia de qualquer dia durante a semana.

Este programa, por mais modesto que seja, cumpre com vantagens o número
teórico de horas “perdidas” pelo abandono da sija dentro do programa de FIB.

PROGRAMA ALTERNATIVO

Pode-se considerar também um programa de maior envergadura. Tal programa


será baseado num fim de semana por mês, e, eventualmente, teria um complemento de
horas na utilização de feriados, ou combinando esta proposição com a anterior.

A seguinte proposta nos parece razoável:

7 jornadas de estudo X 8 horas = 56 horas

A realização de um programa de jornadas de estudo como o aqui proposto,


exigirá dos responsáveis muitos esforços e muita perseverança: planejamento anual;
sentido de organização; e sobretudo, uma profunda convicção sobre a importância
destas jornadas de estudo na organização de um programa anual do FIB (125 horas) e
das possibilidades positivas e, quem sabe, insubstituíveis que oferece o ano corrente.

JORNADAS DE ESTUDO – CONCEITO E ORGANIZAÇÃO

1) As jornadas de estudo devem ser parte de um programa anual do FIB, o que


exige determinar ao número de horas efetivas à disposição.

2) Este programa de jornadas de estudo pode e deve, em certos casos, ser


baseado num ou mais temas determinados previamente para a sua realização.

3) Este programa pode e deve, em determinados casos, ser baseado sobre pontos
de apoio exteriores: conferencistas especializados em diferentes temas (historia judia,
por exemplo), na medida em que os membros do movimento não tenham a
possibilidade de brindas estes temas com o nível necessário.

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

4) A eleição de um ou mais temas pode ser pragmática: se é percebido, por


exemplo, que os chaverim do movimento não tem suficientes conhecimentos de temas
como história judia ou pensamento judeu, etc... para ensinar-lhes, e, por outro lado, os
conferencistas estão disponíveis para tratar desses temas apenas durante o ano corrente,
é evidente que eles deverão ser tratados com prioridade dentro do programa de jornada
de estudos. (ver IIIb4)

5) Para realizar este programa (incluso na versão mais modesta), é necessário


que o movimento considere a este programa como uma das principais atividades do ano
corrente.

6) A utilização de assuntos exteriores ao movimento (conferencista) para a


realização do FIB, tem um problema suplementar: NÃO É SUFICIENTE CONVIDAR
A ESSE ESPECIALISTA PARA TRATAR DE DETERMINADO TEMA, É
NECESSÁRIO VERIFICAR PREVIAMENTE SE OS CONCEITOS E A IDEOLOGIA
DO CONFERENCISTA ESTÁ DE ACORDO COM O QUE É ADOTADO PELO
MOVIMENTO.

7) A realização deste programa necessita de quadros responsáveis e


competentes, que determinem seu conteúdo e amplitude; que se ocupem durante o ano
todo de sua programação, e organização; que resolvam as dificuldades técnicas que se
apresentem; que tenham que resolver os problemas de finanças que o programa requer;
que realizem as mudanças de último momento que sejam necessárias, que reconheçam a
experiência acumulada através dos sucessos e fracassos do programa.

IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE JORNADAS DE ESTUDO

Contrariamente ao que foi dito sobre a sija, as jornadas de estudo permitem a


utilização séria e efetiva do ano corrente no que se refere à formação ideológica.

1) Tal programa de 30 a 40 horas não é desprezível no quadro de formação


ideológica de base (fator tempo quantitativo).

2) Este programa exige uma minuciosa preparação tanto para sua organização
quanto para seu conteúdo, e pode resolver o problema de “nível” da formação do
chaverim, graças à participação de especialistas.

3) Este programa pode conceder a certos temas determinados um número de


horas seguidas e, relativamente, importantes.

4) Se estas jornadas de estudo são programadas com seriedade, elas podem ser
usadas para a publicidade e interessar a pessoas e instituições fora do movimento,
respondendo, assim, a uma das carências de hoje no movimento:

CONSEGUIR UM IMPACTO PÚBLICO E CRIAR PERIFERIA (ver IIIc)

- 53 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

II – e. A leitura

A leitura é necessária para a formação ideológica. Ela deve ser parte integrante
do programa anual de FIB. Para este fim, não é suficiente que exista dentro de cada
“centro de formação” (Local, snif, Ken) um grande número de livros sobre os temas
importantes do FIB.

UMA LEITURA QUE FAÇA PARTE DE UM PROGRAMA DE FORMAÇÃO


IDEOLÓGICA DEVE SER: ORGANIZADA – DIRIGIDA - SEGUIDA

Por isso, é necessário:

1) Escolher com cuidado um livro de base para cada uma das matérias que nos
interessam.

2) Buscar que esses 5 ou 6 livros estejam à disposição dos chaverim (em vários
exemplares) e que a leitura deles seja OBRIGATÓRIA para cada um dos participantes
do programa do FIB.

3) O responsável pela leitura não deve se contentar com distribuir os livros e


com a sua devolução; ELE DEVE ACOMPANHAR PARA QUE CADA MEMBRO
LEVE CADA UM DOS LIVROS DE BASE DURANTE O PERÍODO DE DURAÇÃO
DO FIB (um ou dois anos).

4) Uma certa parte do ano corrente deverá ser dedicada para a discussão da
leitura: resumos, discussões, explicações, interpretações, etc...

II – f. Formação complementar e formação específica

É importante destacar que não existe limite qualitativo para a formação


ideológica e outra do quadro de chaverim.

O número de 250 horas do FIB, tal como o apresentamos aqui, não é totalmente
arbitrário. Este número foi determinado em função de duas razões:

1) um mínimo de horas combinadas a cada uma das matérias ou temas que nos
interessam, de maneira que possam ser conhecidos de uma maneira suficiente.

2) a possibilidade prática de realizar tal programa em dois anos (eventualmente


em um) dentro do quadro de tempo que atualmente o movimento dispõe para suas
atividades.

Por isso: OS RESPONSÁVEIS PELO MOVIMENTO DEVEM OBSERVAR


UMA FORMAÇÃO IDEOLÓGICA COMPLEMENTAR (F.I.C.) E UMA
FORMAÇÃO ESPECÍFICA (F.E.)

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Para conseguir isso, é preciso:

1) A existência no movimento de um grupo de idade de mais de 20 anos é


necessária para tal complemento da formação ideológica.

2) Uma formação específica (FE) pode servir para os quadros de chaverim, para
que se responsabilizem de funções organizativas e / ou técnicas (para este fim podem
ser utilizadas instituições exteriores ao movimento).

3) A ampliação da atividade militante (grupos periféricos, estudantes, trabalho


comunitário, escolas judias, etc...) impõe a necessidade de programas de formação
diversos, tanto para os responsáveis destas tarefas como para as pessoas a quem estas
atividades estão destinadas.

4) O estudo do idioma hebraico não está incluído no quadro da formação


ideológica (ver IIIb4), e por isso carece de importância. Dessa forma, deve-se encontrar
o tempo e os meios necessários para levar adiante o ensino do hebraico: um “Ulpan”
semanal, ou durante o verão, para os membros do movimento em conjunto, talvez, ou
como pessoas que não participam do movimento.

III) A utilização do tempo de férias

Se o período de férias não representa mais do que um terço do ano, seria errado
considerá-lo como um simples complemento do ano corrente.

Do ponto de vista efetivo (número de horas anuais) a disposição do movimento,


esses quatro meses de férias são muito importantes (tempo quantitativo), fornecendo
480 horas do total de 672 horas anuais do total.

Este fato implica que:

A má utilização da época de férias significa o fracasso do ano na sua totalidade.


Entretanto, as vantagens da época de férias não se limitam ao aspecto quantitativo.

Durante esse período, o movimento está “presente” 24 horas diárias, e por um


período seguido e ininterrupto de tempo, o que permite realizar atividades intensivas.

- 55 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

Os acampamentos de férias (majanot)

A noção dos majanot existe no movimento desde a sua criação. Eles são
considerados, com toda a razão, um dos elementos de base da educação do movimento.

Porém, este modo educativo, igual a outros já nomeados nesta publicação, deve
ser reconsiderado em função do modelo conceitual proposto aqui e em função da
situação específica de cada lugar.

Três são os elementos que devem ser levados em conta:

1. a função – quais são os objetivos desses majanot?

2. o lugar – onde deve realizar-se o majanot?

3. o caráter – o que dependerá em grande parte dos dois pontos anteriores.

1. A função

Para poder reconsiderar a função dos majanot, deveremos, antes de mais nada,
tratar de um problema de ordem social e psicológico: “as férias são sagradas”. Esta frase
declara a importância que tem as férias na realidade moderna.

Estas férias são consideradas como uma liberação de todas as preocupações do


ano corrente, considerado (demasiado) sério e fatigante, como um período de descanso
que seja o mais duradouro possível, que permita voltar na melhor forma às “coisas
sérias”.

No entanto, como explicamos anteriormente, é indispensável o tempo de férias


não como descanso, mas como um período que representa a parte mais importante do
tempo efetivo que o movimento dispõe.

Mesmo que seja impossível (ou indesejável) desconsiderar por completo a noção
de férias tal como existe atualmente, é absolutamente necessário utilizar esse período
para os seguintes fins educativos – formativos:

- FIB, FC, FE, hebraico

- formação geral e criativa (teatro, dança, esporte, etc)

- motivação, identificação, ambiente, folclore, etc.

Tudo isto devidamente planejado e organizado dentro do quadro de um plano


anual de formação e educação (ver IIIb4). Por exemplo, se as jornadas de estudo do ano
corrente nos brindam entre 30 e 40 horas para o FIB, devemos completar no período de
férias entre 75 a 95 horas (para um programa anual do FIB de 125 horas).

- 56 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

3 – O FATOR TEMPO

2. O lugar e o caráter do majanot

Estas questões deverão ser discutidas, principalmente, pelo movimento a nível


nacional: majanot no mesmo país; majanot em Israel, para quem?, quando?

De todas as formas, a importância de uma base permanente e fixa que reúna


todas as condições necessárias para a utilização efetiva e racional do tempo de férias,
não traz nenhuma dúvida.

Definitivamente, qual seja o lugar e o momento destes “majanot”, o que é


importante para o movimento é a utilização efetiva do tempo de férias.

Em outras palavras, a característica desses acampamentos de férias será


determinada pelos objetivos formativos e educativos, tal como já foi expressado.

O MOVIMENTO NÃO É E NEM DEVE SER UMA AGÊNCIA DE


VIAGENS, NEM UMA ORGANIZAÇÃO DE COLÔNIAS DE FÉRIAS.

Observações:

1. Preferimos falar de seminários de férias e não de acampamentos, para


expressar mais fielmente os objetivos propostos.

2. É necessário destacar que cada coisa mencionada nesta publicação de


Formação Ideológica de Base (FIB) não se refere a “seminários de madrichim”, mas a
formação ideológica de toda a “população” do movimento em função do grau de
formação precedente.

3. Conclusão

Usamos numerosas páginas ao FATOR TEMPO (qualitativo e quantitativo),


dentro desta parte de FORMAÇÃO IDEOLÓGICA.

Isto se deve à importância do FATOR TEMPO.

Este é um dos três critérios de prioridade (ver IIIb2) que devem determinar a
direção, a ação e as características do movimento.

NA FALTA DE UMA VALORIZAÇÃO SÉRIA DO FATOR


TEMPO, OS MELHORES PROGRAMAS – TOJNIOT –
CORREM GRANDE PERIGO DE SER “LETRA MORTA”.

- 57 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

I – Introdução

O propósito deste parágrafo, III, B4 não é propor, e nem impor, planos e


programas (tojniot) “preparados”.

Este trabalho, complexo e árduo, deve ser realizado “no lugar”, em função de
conceitos educativos, de objetivos claramente definidos, e por último, em função dos
meios e das condições locais existentes.

Nosso propósito neste parágrafo é expor e explicar da maneira mais detalhada


possível, os CRITÉRIOS E OS PROCESSOS DE PREPARAÇÃO DE PLANOS E
PROGRAMAS (Tojniot) e de apontar as dificuldades que se apresentam nestes
processos. Também, reunimos, a título de exemplo, um certo número de planos
esquemáticos e de propostas piloto que, eventualmente, poderiam ajudar na preparação
de programas operativos.

III. B- FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

1 – Introdução p. 58

2 – Critérios – problemáticas – processos de


preparação p. 59
a) plano anual de atividades p. 59
b) programa de FIB para dois anos p. 63
c) plano anual – esquemático de FIB p. 66
d) programa de FC e FE p. 68
e) programa de formação geral p. 70
3 – Seminários e jornadas de estudo p. 72
1) introdução p. 72
2) elaboração – realização – avaliação p.73
3) programas – categorias do FIB p. 75
4) quadros de formação p. 88

- 58 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

II. CRITÉRIOS – PROBLEMÁTICAS – PROCESSOS DE REPARAÇÃO

a – Plano Anual das Atividades do Movimento

Os critérios de prioridade:
1) objetivos específicos
2) o fator tempo
3) condições locais – quadros de trabalho; técnicos; etc.

1) Objetivos Específicos

Realização de um programa de FIB de 250 horas em dois anos, ou seja, 125


horas para cada grupo de formação.
Intensificação da atividade militante, tanto durante o ano corrente quanto na
época de férias, principalmente na forma de atividades paralelas e de atividades mistas
(ver notas 1 e 3 depois da tabela)
Ensino intensivo do hebraico (80 horas):
férias: 12 dias X 4 horas = 48 horas
ano corrente: 32 dias X 1 hora = 32 horas
Total = 80 horas

2) O fator tempo

Quantidade de horas efetivas na época de férias: 480


(60 dias X 8 horas diárias)
Quantidade de horas efetivas no ano corrente: 192
(2 reuniões semanais X 3 horas cada uma X
4 semanas X 8 meses)
Total anual de horas efetivas: 672 horas

3) Condições locais

Uma parte do FIB será dada como jornadas de estudo (8 dias X 6 horas cada dia
de estudo = 48 horas)
Conferencistas participarão nestas jornadas de estudo para elevar o seu nível.
Jornadas de estudo programadas com bastante antecedência e de um nível
satisfatório permitindo sua transformação em atividades mistas (isto é, permitirá a
participação de pessoas que não pertencem ao movimento ou que começaram de forma
sistemática o plano do FIB).

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

TABELA 1: PLANO DE ATIVIDADES ANUAIS


(de acordo com os critérios expostos)

ATIVIDADES ANO CORRIENTE 192 hs.


total de horas efetivas

Formação Ideológica 8 jornadas de estudos de 6 horas cada uma 48 hs.


de Base (FIB)

Hebraico 1 hora semanal 32 hs.

Militância 22 hs.

Militância paralela (ver Não entra na conta de horas das atividades


nota 1) do movimento

Festas judias ver nota (2) 40 hs.


Espetáculos

Formação Geral e Cultural teatro, música, esportes, etc (ver nota 3) 40 hs.

Diversos (ver nota 4) 10 hs.

Total anual de horas efetivas durante o ano 192 hs.


corrente

- 60 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

ÉPOCA DE FÉRIAS – Verão e Inverno TOTAL


total de horas efetivas (60 X 8) 480 hs. ANUAL

Seminários de inverno e de verão 72 hs. 125 hs.

Ulpán: 12 dias X 4 horas 48 hs. 80 hs.

22 hs.

355 horas do período de férias não ocupadas


(480 – 125 =355)

(ver nota 5)

355 hs.

total de horas efetivas


durante o período de
férias 480 hs. 672 hs.

- 61 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

Notas referentes à tabela 1

nota (1) Atividade Militante Paralela


Faz parte (e cada vez deve fazer mais parte) das atividades, do movimento, mas
sem tirar horas de atividade ao movimento e a seus membros.
Estas atividades devem ser desenvolvidas por membros do movimento que já
realizaram o período de formação ideológica de base (FIB).
Exemplos dessas atividades: durante o ano corrente; grupos de estudantes
universitários simpatizantes ao movimento. Durante a época de férias; seminários para
estes mesmos grupos.

nota (2) Um ou mais espetáculos destinados ao exterior (ou seja, ao público em


geral da comunidade) exigem um número de horas de preparação que ultrapassem às 40
horas iniciais dedicadas particularmente a este fim.
Existem duas soluções para este problema:
Encontrar horas suplementares às horas habituais, ou que estes espetáculos
sejam o resultado (parcial) da atividade artística e recreativa do ano corrente e da época
de férias.

nota (3) Atividades mistas (ver IIIc)


Refere-se a atividades (particularmente artísticas e gerais) nas quais participam
membros do movimento e pessoas exteriores ao mesmo.

nota (4) Em “diversos” não se incluem as horas necessárias para a organização e


administração do movimento.

nota (5) 355 horas efetivas da época de férias não foram destinadas a nenhuma
atividade em particular.
Isto demonstra a enorme quantidade de tempo à disposição do movimento (mais
da metade das horas anuais).
Três possibilidades a considerar para a utilização destas horas: a) férias e
descanso (excursões, esportes, etc.); b) desenvolvimento da formação cultural, organizar
cursos intensivos, etc; c) intensificar e acelerar a Formação Ideológica.

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

II. CRITÉRIOS – PROBLEMÁTICAS – PROCESSOS DE PREPARAÇÃO

b – PROGRAMA DO FIB (250 horas) PARA DOIS ANOS

1) Critérios e objetivos
2) Categorias
3) Programa Esquemático

1) CRITÉRIOS E OBJETIVOS

Esta formação deve ser a mais concentrada e intensiva possível, e não deve ser
difusa e nem extensiva, tal como estava concebida no movimento de tipo tradicional
(ver III A3 – o conceito vertical)

Todos os temas incluídos serão ensinados simultaneamente, tanto quanto seja


possível, depois de ter categorizado e estabelecido uma ordem preferencial (quanto
tempo será combinado a cada tema do total de horas).

O propósito do programa de FIB deve ser:

FORMAÇÃO DE QUADROS DE CHAVERIM CAPAZES DE DIRIGIR O


MOVIMENTO E DE LEVAR ADIANTE A AÇÃO MILITANTE E DE REALIZÁ-LA
(VER II Agshama Atzmit).

2) AS CATEGORIAS (temas a ser tratados no FIB)

ESTAS CATEGORIAS SÃO FUNÇÃO DA IDEOLOGIA DO MOVIMENTO;


ELAS DEVERÃO COMPREENDER TODOS OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS
PARA A FORMAÇÃO IDEOLÓGICA DE UM MEMBRO – CHAVER – DO
MOVIMENTO.

Categorização número 1 (linhas gerais):

1. História Judia
2. Judaísmo
3. Socialismo
4. Sionismo – Sionismo Socialista
5. Israel
6. Kibutz
7. Problemas do mundo atual
8. O movimento
Esta categorização não é absoluta, mas nenhum dos temas pode faltar, se pode,
por razões técnicas, por exemplo, propor algumas fórmulas diferentes: Por exemplo,
pode-se reunir numa categoria somente a “História Judia” e o “Judaímo”

- 63 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

Pode-se tratar o problema da Palestina Mandatória e da colonização judia na


Palestina, e do movimento obreiro judeu no Sionismo como em Israel ou em Kibutz.

Kibutz pode ser integrado parcialmente no quadro do Sionismo Socialista e,


parcialmente, no quadro da Sociedade Israelense.

Tudo isso terá como resultado a seguinte categorização:

Categorização número 2:

1. HISTÓRIA JUDIA

2. SIONISMO – História do conflito da Palestina Mandatória, e do conflito judeu –


árabe; as correntes do sionismo; a formação dos partidos políticos; a
política inglesa no Oriente Médio, os organismos e instituições judias que
precederam a criação do estado; etc.

3. SIONISMO SOCIALISTA – A história do socialismo; o socialismo de hoje; os


pensadores e ideólogos sionistas socialistas; os princípios do Kibutz; a
história do movimento obreiro na Palestina e Israel, etc.

4. ISRAEL – História depois da criação do estado; o kibutz hoje e seu rol no futuro.

5. PROBLEMAS DO MUNDO ATUAL

6. O MOVIMENTO

Desta maneira, são seis as categorias no lugar de oito, como na primeira


proposta.

Seja qual for a categorização eleita, é necessário fixar o conteúdo com precisão,
para atribuir a cada uma das matérias ou temas, o número de horas necessárias sobre o
total das 250 horas efetivas totais dedicadas ao programa do FIB.

3) PROGRAMA ESQUEMÁTICO DO FIB (250 horas – 2 anos)

Dois critérios, as vezes contraditórios, determinam o número de horas


combinadas para cada tema (categoria):

A – a importância relativa da temática

B – a amplitude de certos temas (por exemplo, História Judia), que para serem
tratados mais que superficialmente, exigem um número de horas importante.

- 64 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

Tabela 2 PROGRAMA ESQUEMÁTICO DO FIB (250 horas – 2 anos)

A especificidade do Povo Judeu na História


HISTÓRIA O Povo Judeu (século XIX) revolução estrutural e
JUDIA ideológica 42 hs.
O século XX – mudanças demográficas – Holocausto
Israel

Princípios de base e patrimônio nacional


JUDAÍSMO Religião Judia e judaísmo laico 43 hs.
As festas judias e seu significado histórico, ético,
nacional
Princípios e ideias – As correntes históricas –
SOCIALISMO Problemas atuais 26 hs.

Pensadores sionistas – A criação do movimento


SIONISMO E nacional Judeu
SIONISMO O Sionismo socialista – Os problemas do movimento 50 hs.
SOCIALISTA sionista e seus começos – Palestina (período Turco e
mandato Inglês) – O movimento sionista mundial –
Partidos políticos – A colonização e o movimento
obreiro – Conflito judeu - árabe – O estado em
marcha – Sucessos de 1939 / 1948

O nascimento do estado Judeu e a Guerra de


ISRAEL independência
Desenvolvimentos políticos e sociais – O conflito 36 hs.
árabe-israelense
Problemas atuais

O nascimento do kibutz – desenvolvimento e


KIBUTZ princípios fundamentais
O rol do kibutz antes e depois da criação do Estado 30 hs.
Desenvolvimentos ideológicos – políticos –
estruturais
O futuro do Kibutz

PROBLEMAS DO Divisão política e sócio-humana do globo terrestre


MUNDO Os grandes problemas da Humanidade
MODERNO Problemas da sociedade ocidental 22 hs.
Problemas atuais do movimento – Objetivos do
O MOVIMENTO Movimento 10 hs.
A situação do movimento na comunidade judia local,
em Israel e no mundo judeu.
TOTAL DE HORAS (2 anos) 250 hs.

- 65 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

II. CRITÉRIOS – PROBLEMÁTICA – PROCESSOS DE PREPARAÇÃO

c – PLANO ANUAL – ESQUEMÁTICO DO F.I.B. (seminários e jornadas de


estudo)

A “tradução” do programa do FIB (250 horas totais) num programa anual de 125
horas, traz acoplado vários problemas que enumeramos na sequência:

a) Para programar um esquema completo, supomos a seguinte situação: existe no


movimento dos grupos de jovens – um membro que chegou recentemente ao
movimento, que começa agora seu primeiro ciclo do FIB, e outro grupo que já recebeu a
primeira parte do FIB e começa agora seu segundo ciclo.

Isto implica o ensino paralelo da totalidade dos temas incluídos no quadro do


programa geral do FIB (250 horas) e, para desenvolver isto, a utilização de quadros do
movimento e de quadros externos (conferencistas) capazes de realizar tal programa.

b) Para realizar estes dois programas em paralelo, é possível utilizar o ano


corrente (na forma de jornadas de estudo) e a época de férias (seminários).

c) Não é absolutamente necessário que os dois programas sejam aplicados


simultaneamente, mas se é possível, é conveniente aproveitar os meios técnicos e
práticos e as vantagens que surgem da aplicação simultânea.

d) A divisão do programa do FIB em duas partes quantitativamente iguais de


125 horas cada uma, para cada ciclo de formação, não oferece nenhum problema
aparentemente, mas na realidade, a situação é bem complicada.

Se os seminários podem ser organizados na base nacional, as jornadas de estudo


se realizarão a nível local ou no máximo regional, por isso, as conferências serão
diferentes, certos temas não serão tratados inteiramente ou parcialmente, da mesma
maneira e forma em cada lugar.

Em consequência, a realização de programas de estudo, seguidos e completos do


FIB, exige não apenas uma equipe de preparação e de planejamento regional, mas
também um permanente ajuste e reajuste de programas anuais ao longo do tempo,
dando importância ao realizado e ao que resta por fazer.

E, evidentemente, uma conclusão anual deve revisar o que foi realizado para
melhorar o nível e as técnicas.

e- No que interessa ao que denominamos “Hadracha”, (ver a parte de Formação


Complementar e Específica).

O ensino do hebraico não foi incluído no FIB, (ver a parte da Formação Geral).

- 66 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

TABELA 3 PLANO ANUAL DO FIB

CATEGORIAS Horas F.I.B. primeiro ciclo F.I.B segundo ciclo


anuais Seminários Jornadas de Seminários Jornadas de
(férias) estudo (ano (férias) estudo (ano
corrente) corrente)
História Judia 21 13 horas 8 horas 13 horas 8 horas

Judaísmo 17 5 hs. 12 hs. 5 hs. 12 hs.

Socialismo 13 10 hs. 3 hs. 10 hs. 3 hs.

Sionismo e
Sionismo
Socialista 25 17 hs. 8 hs. 10 hs. 8 hs.

Israel 18 10 hs. 8 hs. 10 hs. 8 hs.

Kibutz 15 10 hs. 5 hs. 10 hs. 5 hs.

Problemas do
Mundo
Moderno 11 7 hs. 4 hs. 7 hs. 4 hs.

Movimento 5 5 hs. X 5 hs. X

TOTAL 125 77 hs. 48 hs. 77 hs. 48 hs.


horas

Observações:

+ as 48 horas de Jornadas de estudo são realizadas com 8 jornadas de seis horas cada
uma.

+ propomos ensinar o tema Judaísmo principalmente durante o ano corrente para


aproveitar as festas judaicas do ano.

+ no programa aqui proposto, os dois ciclos são idênticos, no número de horas e nas
categorias. O objetivo disso é, sobretudo, técnico: permite a realização paralela e
simultânea de dois ciclos ao mesmo tempo, no mesmo lugar, com as mesmas
conferências e atividades, etc.

- 67 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

II. CRITÉRIOS - PROBLEMÁTICA – PROCESSOS DE PREPARAÇÃO

d – PROGRAMA DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR E ESPECÍFICA (FC;


FE)

Formação Complementar (FC)

A aplicação e realização do modelo recomendado nesta publicação: um


movimento de quadros ativistas criará o problema dos membros do movimento de mais
de 20 anos, os quais terão necessidade de um período complementar de formação
ideológica e intelectual, assim como de atividades sociais e recreativas específicas.

Em outras palavras, o movimento deve criar um quadro apropriado que permita


a estes membros, tanto militar e trabalhar no movimento, como ter uma vida de grupo
na preparação da aliyah.

Assim, a vida em comunidade destes chaverim nos parece possível e realizável.

Formação Específica (FE)

Dado que o movimento será capaz de desenvolver atividades periféricas


(militantes) e terá um certo número de projetos em curso (ver IIIc), a especialização dos
chaverim em determinados temas será imprescindível, sejam estes temas técnicos
(audiovisuais, por exemplo), artísticos (instrumentos musicais), ou organizacionais
(diretor de colônias de férias). Para isso, o movimento poderá tomar a iniciativa de
propor a possibilidade de contratar cursos (longos, curtos, com a participação financeira
do movimento ou sem ela).

Seminários de Hadracha ou de Madrichim

Seja qual for o modelo educativo ( o que atualmente existe ou “vertical”, ou o


que propomos “horizontal”) é importante fazer uma clara diferenciação entre:

A FORMAÇÃO IDEOLÓGICA;
e A FORMAÇÃO DE MADRICHIM QUE SE OCUPARÃO DE ATIVAR
AOS JOVENS DE MENOR IDADE.

Estes dois tipos de formação são geralmente confundidos, e, inclusive, às vezes a


formação de madrichim é considerada mais importante que a formação ideológica.

Não casualmente o tema da Hadracha é tratado de maneira tão breve, já que o


modelo proposto para o movimento não inclui grupos de menores de 14 anos dentro de
um quadro de militância, onde as condições necessárias para ser membro foram
definidas como dois anos de FIB para a participação na atividade militante.

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

De todas as formas, não se deve excluir que o movimento local por diversas
razões (boas relações com a comunidade, por exemplo) decida considerar um trabalho
educativo com os jovens de 10 a 14 anos como uma de suas atividades, como um de
seus campos de ação.

Esta atividade educativa, levada adiante pelos madrichim do movimento, não


será considerada automaticamente como intrínseca do movimento (contrariamente à
situação atual, que considera esta atividade como a principal atividade do movimento).

Estes jovens podem ser considerados, em suma, como “membros potenciais do


movimento”.

Neste caso, poderá utilizar-se uma parte do tempo de férias para preparar
madrichim capazes de trabalhar com as crianças, isto, sem deixar de lado o FIB.

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

II. CRITÉRIOS - PROBLEMÁTICA – PROCESSOS DE PREPARAÇÃO

e – PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL

Formação cultural e artística

A adoção do sistema horizontal (ver III a3) exige uma reconsideração destas
atividades culturais e artísticas, já que no quadro deste sistema contaremos com a
presença no movimento de membros de mais idade: 18 / 24 anos.

Sobre este tema já tentamos realizar uma análise crítica (ver III b3).

Quais seriam as características e os objetivos desta atividade cultural e artística?

1) Especialização

Cada atividade artística ou cultural deve ser considerada como um objetivo em si


mesmo; ela deve ser realizada por pessoas que sentem uma particular atração por essa
atividade e que são capazes de fazer parte dela.

Essas atividades devem ser promovidas por profissionais ou por pessoas


altamente qualificadas na medida do possível.

2) Objetivos Educativos

Se o objetivo principal do movimento é a aliyah e um dos meios de atração para


este objetivo é a adesão afetiva de jovens ao movimento por intermédio da criação de
um ambiente israelense e de uma atmosfera judia, não é menos verdade que um
movimento que se diz educativo deve ser responsável pelo desenvolvimento intelectual
e criativo de seus membros, e é seu dever oferecer a cada indivíduo a possibilidade de
desenvolver suas capacidades e suas afinidades.

3) Objetivos Ulteriores

Uma atividade artística e cultural de “nível satisfatório” deverá permitir “sair das
quatro linhas do local, Ken o snif” e ter transcendência pública.

Em geral, a atividade deverá ser programada, publicada e poderá ser realizada,


parcialmente, com a participação de pessoas alheias ao movimento (ver III c: atividades
mistas).

4) Realização

A realização deste tipo de atividades (dança, teatro, música, etc) exigirá, além de
quadros especializados, a utilização de parte do tempo de férias e do ano corrente. Para
isto, fora (ou acrescentado) ao tempo consagrado a outras atividades do movimento.

- 70 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

Isto é o que chamamos “ATIVIDADES PARALELAS”, na tabela número 1,


seção III b4.

Na realidade, um dos conceitos (atividades culturais e artísticas) não implica,


necessariamente, na necessidade de suprimir o outro (meio ambiente, folclore).

Eles não podem complementar e responder ao mesmo tempo aos diferentes


objetivos.

O aprendizado do Hebraico

O fato do aprendizado do idioma hebraico não ser incluído no plano do FIB, não
implica que esta atividade deixe de ter suma importância.

Pelo contrário, o ensino do idioma hebraico é essencial e digno de uma especial


atenção. Esta atividade deve ser sistemática e exige um grande número de horas anuais,
sem as quais corre o risco de transformar-se num ato puramente “simbólico” e
insignificante.

80 horas anuais são consagradas a este tema no plano de atividades aqui


proposto (ver III b4 – tabela 1).

Se o ensino do idioma hebraico é realizado de maneira séria, por pessoas


qualificadas, será possível realizar sobre esta base uma “atividade mista” e interessar a
pessoas alheias ao movimento... (ver III c).

- 71 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

III. SEMINÁRIOS E JORNADAS DE ESTUDO

1 – Introdução p. 72

2 – Elaboração – realização – avaliação p. 73

3 – Programas – Categorias do F.I.B. p. 75

Tabla 4 exemplo de plano de seminário

para novos membros p. 86

4 – Quadros de formação p. 88

1) INTRODUÇÃO

Não é possível, dentro do quadro desta publicação, propor programas de


seminários e de jornadas de estudo que estejam “prontos para o uso”, e que sejam
operacionais.

Na realidade, muitos são os elementos locais que interferem na programação e


realização destas atividades, sendo que oferecer atividades “prontas para usar” torna-se
irreal e difícil de realizar.

Nossa proposta aqui é apenas aumentar, de forma breve, os problemas que


interessam ao processo de preparação de seminários e jornadas de estudo, também aos
problemas relacionados ao ensino de certos temas, e por último, apresentar um modelo
teórico de seminário.

- 72 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

III. SEMINÁRIOS E JORNADAS DE ESTUDO

2 – ELABORAÇÃO – REALIZAÇÃO – AVALIAÇÃO

A equipe de preparação de seminários e de jornadas de estudo deverá enfrentar


três tipos de problemas:

a) problemas de realização do plano anual do FIB

b) problemas de ordem técnica

c) problemas de ordem pedagógica

Por isso, esta equipe deverá estar composta por membros capazes de resolver
estes problemas.

Pode-se imaginar uma divisão de trabalho em função dos diferentes problemas,


mas, em última análise, deve ser este um trabalho de equipe, tanto em sua elaboração,
realização e avaliação.

OS TRÊS PROBLEMAS:

a) PROBLEMAS DE REALIZAÇÃO DO PLANO ANUAL DO FIB

1 - estabelecer para cada categoria (tema ou matéria a tratar) que faz parte do
plano anual de formação (ver programa do FIB – FE – FC), um programa preciso e
qualificado, o que é função, entre outras coisas, do número de horas efetivas anuais
combinadas para cada categoria (por exemplo: Judaismo, 17 horas anuais, etc...)

2 – decidir que matérias serão “dadas” em determinado seminário ou jornada de


estudo, em função do que já foi “dado” e do que resta “por fazer”; e, também, em
função de outros critérios, tais como problemas pedagógicos (necessidade de variar os
temas...) ou de problemas de ordem técnico (a presença ou ausência de determinados
membros ou conferencistas... ).

3 – avaliação das atividades e “dados atualizados” do plano anual do FIB.

b) PROBLEMAS DE ORDEM TÉCNICA

Estes problemas são numerosos, eles devem ser definidos e conhecidos com
grande antecedência: lugar, número de participantes (incluído membros, quadros de
formação, conferencistas...), condições materiais (sala de reuniões, ambientação...),
datas de chegada e de retorno, segurança, preços, material para levar (geral ou
individual), publicações, propagandas, autorizações, etc...

- 73-
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

c) PROBLEMAS DE ORDEM PEDAGÓGICA

Exemplos de problemas desse tipo:

- atividades preparatórias, explicação dos objetivos do seminário, leitura e


discussão, etc...
- os problemas a tratar no seminário: um ou vários?
- que parte corresponde a atividades puramente teóricas e que parte corresponde
a outro tipo de atividades?
- fora dos grupos, aos quais o seminário ou a jornada de estudo será dedicada,
quem mais deve ou pode participar dessas atividades?
- a idade dos participantes, seu nível intelectual, os objetivos imediatos e os a
longo prazo.
Problema Pedagógico Suplementar:

“Os imponderáveis”: para evitar desagradáveis surpresas, e assegurar o bom


andamento do seminário ou jornadas de estudo é necessário dispor de “membros”,
pessoas e meios de reserva”, tanto para a equipe técnica quanto para a equipe
pedagógica (sejam conferencistas, sejam atividades alternativas, tudo isso deverá ser
previsto).

TABELA DE RECAPITULAÇÃO

Realização do plano anual Problemas técnicos Problemas pedagógicos


de FIB, FC e FE
equipe de elaboração – realização – avaliação
- programa detalhado e - tempo necessário para a - atividades preparatórias
dividido por categorias (de preparação
acordo com o número de - material pedagógico
horas) - equipe solicitada mais (audiovisuais, livros,
reserva revistas, etc...)
- os temas para começar ou
a completar - lugar e condições - temas escolhidos
materiais
- avaliação e “dados - atividades
atualizados” do plano de - data de chegada e de complementares e
formação término recreativas

- custos e segurança - definição de objetivos a


curto e a longo prazo
- material geral e
individual

- publicações, autorizações,
propaganda

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

III. SEMINÁRIOS E JORNADAS DE ESTUDO

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO FIB (proposição)

A condição prévia para a organização de seminários e de jornadas de estudo


durante o ano, para um grupo de formação específico, é a elaboração de um programa
detalhado e preciso para cada matéria ou tema (categoria a tratar). (ver III b4, tabelas 2 e
3)

Para elaborar esses programas, deve-se levar em consideração um certo número


de elementos:

1) o número de horas combinadas para cada categoria no quadro do plano do


FIB anual;

2) a idade dos “futuros quadros”, que está dedicado ao plano, seu grau de
formação anterior e seu nível intelectual;

3) os quadros disponíveis: shlichim, bogrim, conferencistas...

Propomos aqui, como exemplo, alguns programas para certas categorias


incluídas no plano anual do FIB.

Levando em conta o que se disse anteriormente, é evidente que estas proposições


servirão apenas de pontos de referência; a ELABORAÇÃO FINAL DEVERÁ SER
REALIZADA EM CADA LUGAR.

De todas as formas, estas propostas levam em conta certos conceitos educativos


e ideológicos que é necessário sublinhar, principalmente no que diz respeito aos temas
JUDAISMO, HISTÓRIA JUDIA e SIONISMO.

JUDAISMO: Existe uma profunda diferença entre o conceito laico do


pensamento judeu (histórico, cultural, filosófico,...) e o pensamento judeu religioso
ortodoxo, o “Halacha”. O propósito de nossas propostas de programa é destacar estas
diferenças mais que ensinar certos conhecimentos fundamentais.

HISTÓRIA JUDIA E SIONISMO: O ensino sistemático de mais de 4000 anos


de história judia não nos parece ser possível realizar no quadro de tempo que está a
nossa disposição. Esta é a razão pelo qual nossa proposta para esses temas se baseia em
certos conceitos de tipo historiosóficos, ilustrados e explicados por exemplos históricos
específicos.

- 75 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

O JUDAISMO (programa de formação avançado)

O pensamento judeu moderno A religião Judia


1. Que é a “Halachá”?
1. Diferenças fundamentais (históricas)
entre o pensamento judeu e a religião 2. A supremacia da “Halachá” fariséia
judia. (pruchim) sobre as outras correntes do
pensamento judeu da época do segundo
2. Voltar a valorizar a Torá no templo (saduceus e essênios), as razões
pensamento nacional judeu (sionismo). históricas desta supremacia.

3. Monolatria e monoteísmo. 3. A mishná e o talmud (a identificação


total do material e o espiritual).
4. Elitismo e universalismo.
4. Principais “mitzvót”.
5. Pensadores judeus – doutrinas
a- O Rambam (Maimonides) 5. Karaísmo, racionalismo e misticismo,
chassidismo e mitnadgdut.
6. O pensamento judeu moderno e o
judaísmo. 6. As correntes religiosas atuais
(exposição e causas históricas): ortodoxos,
conservadores e reformistas.

7. A religião e o estado judeu moderno


(problemática; partidos e grupos políticos
religiosos, sionistas e anti-sionistas).

Observações: Este programa de judaísmo deve ser precedido de jornadas de estudo e


seminários sobre dois temas principais:

a) o ciclo de festas judias e seu significado histórico, nacional, ético, folclórico,


religioso;
b) conhecimento da Torá: estrutura e nomenclatura dos “livros da Torá”;
as escolas modernas da crítica bíblica (histórica, sociológica, literária, etc.);
a utilização e manipulação da história judia com a finalidade puramente religiosa;
os escritos “não incluídos” (apócrifos);

A TORÁ NÃO E UM LIVRO DE HISTÓRIA.

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III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

HISTÓRIA DO POVO JUDEU

A antiguidade

1. Israel e Judéia entre as grandes potências do nordeste e do sudoeste (ver cartografia


histórica, acontecimentos principais, e conclusões).

2. Problemática: os fatores qualitativos e quantitativos ou especificidade – elitismo e


geopolítica.

3. O espiritual e o material (religião e estado) ou o nascimento da cultura monoteísta


(exemplos dos períodos assírio, babilônico, egípcio, persa, helênico).

4. A “grande revolta” e a destruição do segundo templo.

5. Período romano: Heroísmo?, Fanatismo religioso?, Incompatibilidade cultural?, Erro


político?

6. O povo de Israel se prepara a ser “um espírito sem corpo” (Moises Hess), ou a
codificação da Halacha.

Como se explica a existência do povo judeu através de 2000 anos de galut?

1. O povo judeu entre o cristianismo e o islã, ou o direito à identidade e especificidade.

2. Os fatores de “preservação”:

a – a vida religiosa judia e suas exigências;


b – o rol econômico, social e político dos judeus na Idade Média (massacres,
expulsões, migrações);
c – a expulsão da Espanha – Polônia – Terra de Israel (século XVI);
d – o gueto e o “melia”;

3. Os tempos modernos:

a – os “falsos messias”;
b – chassidut e mitnagdut;
c – o século do iluminismo;
d – a saída do gueto e a emancipação;
e – antissemitismo (ou o fracasso da emancipação);
f – revolução demográfica (final do século XIX, princípios do século XX).

- 77 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

O HOLOCAUSTO

1. a – base ideológica do nacional – socialismo.

b – antissemitismo: a força motriz do nazismo.

2. As etapas do Holocausto

a – da plena cidadania à cidadania parcial (os judeus na Alemanha)

b – o mundo fecha suas portas

c – a “solução final”: um programa metódico para a exterminação do povo judeu

d – a rebelião judia: heroísmo e desespero – Um problema de proporção? De não


informação? Atavismo dos galut ou condições objetivas?

E – as consequências do Holocausto: (numéricas, morais, psicológicas e


demográficas). As lições do Holocausto para o povo judeu e para a humanidade
– O processo de Nuremberg

3. Os que escaparam do Holocausto

(reação dos povos – as novas vozes: Palestina e a imigração ilegal – Europa


Ocidental – América; a generalização do Holocausto)

4. A caça aos nazistas e o neonazismo (um perigo real ou minoria ruidosa?)

- 78 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

SIONISMO

1. HISTÓRIA

a – A emancipação judia (séculos XVIII e XIX) – resultados e decepções.

b – O pensamento sionista anterior a Herzl (Moises Hes – Leon Pinsker)

c – Antissemitismo, nacionalismo e imperialismo europeu; revolução


demográfica e pogroms.

d – O sionismo político (Herzl)

e – O sionismo prático

f – O sionismo socialista

g – O sionismo cultural

h – Os efeitos da Primeira Guerra Mundial – a Declaração Balfour e o sionismo


sintético (Weitzman)

i – Antissionismo judeu (religioso e laico)

j – Sionismo religioso

k – O mandato inglês; o nascimento do conflito judeu – árabe; revisionismo e


sionismo pragmático; Palestina durante a Segunda Guerra Mundial e a política
inglesa no Oriente Médio; a ‘antiguerra” e a declaração das Nações Unidas; O
fim do mandato inglês; Declaração de Independência e a Guerra de
Independência (1948).

2. A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL E A PROBLEMÁTICA SIONISTA

a – O Estado de Israel – sucessos e fracassos do movimento sionista

b – O antissionismo israelense, o “canaísmo”

c – Sionismo radical (exigência de Aliyah) e o pro israelismo

d – Terra de Israel ou Estado de Israel? (ou a reparação de um antigo conflito do


judaísmo: espiritual ou material?; Estado religioso ou estado laico?), mística e
geopolítica.

- 79 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

e – Antissemitismo e antissionismo

f – Israel, uma comunidade Judia entre as demais comunidades Judias da


Diáspora

g – Um processo (não sionista) determinante na história judia: demografia e


assimilação

Conclusão:

Pode existir um Povo Judeu sem Israel e sem Sionismo?

- 80 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

A SOCIEDADE ISRAELENSE

1. Acriação do Estado e da sociedade israelense

a – A contribuição do sionismo socialista e da colonização obreira à edificação


da sociedade israelense
b – características da sociedade israelense dos anos 50 / 60 (demografia,
sociedade, economia, política e cultura)
c – objetivos e ideais da primeira década (sucessos e fracassos): a aliyah –
imigração – e sua integração à sociedade
d – “Mizug galuiot” (mescla das diferentes comunidades da diáspora) –
fertilização do deserto – dispersão da população ao longo de todo o território –
modelo do estado novo e da sociedade igualitária.

2. A sociedade israelense hoje

a – os fatos demográficos e as consequências das mudanças ocorridas durante as


décadas do 50 / 60 (compreende as minorias nacionais)
b – a “segunda Israel”: passado socioeconômico e / ou abismo cultural /
conceitual?
c – para uma sociedade ocidental ou oriental?
d – as cidades em desenvolvimento e os bairros urbanos “desfavorecidos”
e – problemas econômicos: economia de guerra ou economia de paz? – o
problema das prioridades
f – problemas de defesa e problemas políticos – estratégicos
g – a religião e o estado
h – imigração e emigração
i – educação e política social
j – a qualidade de vida e o meio ambiente.

3. Problemas atuais

a – conceitos socioeconômicos liberais diante dos conceitos das primeiras


décadas da criação do estado
b – integração no contexto do Oriente Médio (paz com o Egito)
c – os diversos conceitos estratégicos, militares e colonizadores

- 81 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

O KIBUTZ

1. História do Kibutz e fundamentos ideológicos

a – O kibutz – uma criação original


o reencontro entre as ideias socialistas e as condições locais da Palestina (1910).

b – Os princípios de base do kibutz


vida em comunidade; propriedade coletiva; produção e consumo coletivos;
responsabilidade mutua; democracia e auto geração; não exploração.

c – O Kibutz e a realização do sionismo socialista


1. história dos movimentos kibutzianos
2. o “homem hebreu novo” (antítese do tipo galútico)
3. o Kibutz, pioneiro do nacionalismo judeu
4. auto defesa e importância sociopolítica até a criação do estado
5. os movimentos da juventude halutziana na Golah e em Israel.

d – Problemas do Kibutz depois da criação do estado


1. transferência para o estado de numerosas funções realizadas
anteriormente pelo kibutz
2. mudanças demográficas, conceituais e culturas interiores e exteriores
ao kibutz
3. o problema da orientação política – estratégia do estado de Israel
durante os primeiros anos de sua criação (divisões e conflitos
ideológicos)

e – O Kibutz: nova corrente do judaísmo?


1. Paradoxo: a criação do kibutz – antítese da vida judia religiosa galútica
(revalorização do trabalho físico, ateísmo, secularismo antirreligioso,
ativismo nacionalista)
2. revalorização do princípio base do judaísmo:
revalorização e interpretação moderna do pensamento bíblico; o vínculo
ético; igualdade e justiça social; vida comunitária de mutua
responsabilidade; identificação e participação no destino do povo judeu;
ideal de uma sociedade e um mundo melhor.

2. Estruturas organizativas e funcionais do kibutz, conceitos e modo de vida

a – estruturas organizacionais e os princípios fundamentais


1. a assembleia geral (acefá): democracia e igualdade total
2. o princípio da rotação nas funções diretivas, ou como evitar
funcionários e um “estabelecimento profissional”
- 82 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3. A variedade de comissões: participação ativa na atividade pública da


maioria dos membros

b – a evolução conceitual e normativa


como adaptar as mudanças da sociedade moderna e manter os princípios
fundamentais

c – modo de vida na sociedade comunitária


1 – tensões e problemas sociais
2 – segurança e sentimento coletivo – liberdades individuais
3 – a evolução das relações – comunitárias – individuais
4 – criação e criatividade cultural local e cultura “exterior” (sucessos e
fracassos)

d – a educação no kibutz e seu lugar de prioridade


1 – a educação das crianças (experiências e modelos diversos do passado
– sucessos e fracassos – problemas atuais)
2 – os adultos: educação complementar – desenvolvimento das
faculdades pessoais (artísticas e outras)
3 – problemas dos jovens nascidos no kibutz (segunda e terceira geração)
4 – o conceito de lar – a célula familiar – a grande família – a
comunidade (interação e tensões)

e – kibutz – comunidade independente e autônoma, pertencente política e


historicamente a um movimento federativo
aspiração a um desenvolvimento do sistema de kibutz para a realização de
objetivos nacionais, sociais e políticos

f – de uma sociedade agrícola a uma sociedade industrial?


1 – consequências sociais e organizacionais
2 – organização econômica regional
3- princípios e ideologia diante de uma realidade em permanente
transição e transformação

g – normalização da estrutura demográfica do kibutz


1 – a mulher no kibutz
2 – os anciões
3 – planejamento econômica e social em função das necessidades e
aspirações dos jovens
4 – a satisfação dos desejos individuais: estudo; viagens; arte;
passatempo; etc.

3 – O kibutz e a sociedade israelense hoje


a – sucessos e desafios das profecias pessimistas

- 83 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

1 – a crise depois da criação do estado – transferência de certas funções


para o novo estado – divisão ideológica – destruição da reserva humana
do kibutz no Holocausto – problemas do kibutz – aliyah na década de
50 / 60
2 – o desenvolvimento econômico e agrícola, depois industrial e o
trabalho assalariado (aumento do nível de vida e descuido da ideologia)
3 – rápida adaptação e adoção de avanços tecnológicos
4 – consequências: sociedade experiente e fortalecida economicamente –
impacto político e social, mas também falta de crescimento permanente;
diminuição relativa em proporção da população israelense: de 8 % em
1948 a 3 % atualmente

b – perspectivas e novos problemas


1 – desenvolvimento interior sobre a base de ideais nacionais
2 – relações ambientais com as novas populações (assalariados – cidades
em desenvolvimento – paternalismo político – o kibutz como símbolo de
“anciões bem sucedidos”
3 – as diversas tentativas do kibutz para manter contato e influência com
o mundo exterior
4 – os processos sociais, econômicos, culturais, políticos em Israel: o
kibutz: “contra a corrente”?
5 – renovação da importância do kibutz no contexto político e social da
década de 80
6 – o kibutz e o exército israelense

4 – O kibutz do futuro

a – o kibutz é mais do que nunca um instrumento político nacional

b – a luta “dos sionistas” e a importância do kibutz

c – solução alternativa para a sociedade do tipo ocidental


(Síntese agro industrial? Tecnologia e relações humanas?)

d – universalidade do modelo do kibutz.

- 84 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

3 – PROGRAMAS – CATEGORIAS DO F.I.B.

O CONFLITO ÁRABE – ISRAELENSE

Questionário preparatório

1. O movimento sionista é um movimento “colonialista”, “imperialista”?


2. O conflito árabe – israelense é a herança do período colonialista inglês no Oriente
Médio?
3. Existe um povo palestino?
4. Existe identidade entre o conflito árabe – israelense e o conflito israelense –
palestino?
5. O conflito israelense – árabe é uma realidade variante e conjuntural (regional,
internacional), mas tem raízes profundas (históricas, culturais, religiosas...)?
6. A OLP é “somente e o único representante do povo palestino”?
7. Qual é o significado e quais podem ser as consequências da “carta palestina”?
8. Deve-se (pode-se) impedir a criação de um estado palestino?
9. Um estado assim seria perigoso para o Estado de Israel?
10. Existem soluções realistas e possíveis de realizar dentro do contexto geopolítico
atual? (tratado de paz com o Egito, renascimento de um islã ativista e intransigente,
radicalização nacionalista – religiosa em Israel, interesses petrolíferos e outros das
grandes potências e da Europa no Oriente Médio):

- Plano Alon (ou toda outra forma de compromisso territorial) sem o


reconhecimento de um estado palestino
- “autonomia” na Judéia, Samaria e Gaza (fórmula egípcia? fórmula israelense?)
- restituição dos territórios conquistados em 1967... a Jordânia? – com ou sem
retificações fronteiriças? – com ou sem a parte árabe de Jerusalém?
- conversações com a OLP e outros elementos palestinos anteriores a um
reconhecimento mútuo e simultâneo? (fórmula Shem Tov-Iariv? – fórmula
Sadat?)

OBSERVAÇÃO: as propostas de programas para seminários e jornadas de estudo


apresentadas aqui não “cobrem” todos os temas ou categorias do plano anual do FIB!!!

- 85 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

TABELA 4 PLANO DE SEMINÁRIO PARA NOVOS CHAVERIM


(exemplo)

HORÁRIOS QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

07:30 / 08:15 Despertar

08:15 / 08:50 Café da manhã

09:00 / 12:00 Chegada A identidade judia na O Kibutz,


Organização Golah – (narrações sociedade
Seminário Coffe Break pessoais e debate) igualitária
(conferência)

12:30 / 14:15 Almoço e descanso

14:30 / 16:30 O rol da juventude O “como” e o O Kibutz,


na sociedade “porquê” do sionismo sociedade
moderna – fala e (conferência) igualitária (debate
debate e conclusões)

16:30 / 16:55 Merenda

17:00 / 19:00 Cantos e danças O “como” e o Preparação do


“porquê” do sionismo Kabalat Shabat –
(debate e conclusões) Kabalat Shabat

19:15 / 20:15 Jantar

20:45 Jogo de simulação do Cantos e danças Discussão livre


sistema escolar folclóricas
(atividades da (preparação e (juguim)
noite) realização)

- 86 -
SHABAT DOMINGO SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA

Jogo de simulação: Israel: Terra de Antissemitismo e Organização


“criação de uma contrastes neonazismo -
nova sociedade” (conferência) (conferência) divisão do
material...

Atividades Israel: Terra de Antissemitismo e


esportivas e contrastes neonazismo
recreativas (debate – perguntas e (textos, análise e Partida
respostas) conclusões)

Juguim Preparação de uma Debate de conclusão


noite cultural do seminário –
Preparação

Israel: perguntas e Israel Noite cultural Discussão livre


respostas (simpósios e -
conclusões) Mesibá
Documentário

- 87 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

III. SEMINÁRIOS E JORNADAS DE ESTUDO

4 – QUADROS DE FORMAÇÃO

O quadro de formação ideal para um movimento militante é, sem dúvida, UMA


ESCOLA DE FORMAÇÃO PARA MILITANTES À NÍVEL NACIONAL.

Isto é, um estabelecimento que disponha de uma equipe especializada, assim


como meios técnicos e financeiros que permitam brindar uma formação e um processo
de ensino sistemático.

Na ausência de tal instituição, é essencial que se use ao máximo, tanto


quantitativa quanto qualitativamente, os meios existentes:

a – seminários em Israel e em país de residência no período de férias e jornadas


de estudo no período comum às classes;

b – ano de estadia em Israel (shnat hajshara, majom, etc.): estadia no Kibutz,


seminários, majom, etc.

c- instituições diversas de formação (judias ou não judias) para a formação


complementar (F.C.) e para a formação específica (F.E.)

Para que esta formação seja “válida” (ou seja, formação de um membro
capacitado para ativar e militar), esta formação deve ser planejada e sistemática.

O que implica:

UMA EQUIPE PERMANENTE, NACIONAL E REGIONAL (Sheliaj e


membros locais) CUJO PAPEL SERÁ PLANEJAR, COORDENAR, APLICAR
E AVALIAR OS DIVERSOS PROGRAMAS DE FORMAÇÃO EXISTENTES
NO MOVIMENTO.

Sem uma equipe assim, e na ausência de uma “Escola de Formação”, não pode
existir uma formação “válida”.

O local:

Uma das principais funções do local (Ken, snif), será servir de base para a
preparação (a nível local) e para o ensino (parcial) a este processo de formação (ver em
III sobre o local)

- 88 -
III. B – FORMAÇÃO IDEOLÓGICA

4 – PLANOS E PROGRAMAS

O lugar de importância dedicada à formação de quadros militantes (F.I.B.; F.C.;


F.E.) é consistente com as ideias de base que são a razão de ser desta publicação
(ver I e II).

O movimento sionista em geral e os movimentos halutzianos em particular,


devem ser independentes a nível nacional e não “dependentes” ou “alimentados” ou
“dirigidos” desde o exterior.

Um verdadeiro movimento deve ser capaz de definir sua ideologia, seus


objetivos, deve ser capaz de militar, de organizar-se e se autofinanciar.

Sem quadros de militância locais, maduros, determinados, formados e capazes,


uma transformação como essa é impossível!!!

- 89 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

III. C – 1. INTRODUÇÃO p. 91

III. C – 2 AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO p. 94

1. A ação ideológica p. 94

2. Campos de ação p. 95

III. C – 3 A ALIYAH p. 99

- 90 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

1 – INTRODUÇÃO

Afirmamos nos capítulos I e II desta publicação que não existe movimento


ideológico sem “ação ideológica”, ou militância.

Em outras palavras, uma ideologia não tem razão de ser se não é difundida,
transmitida, inculcada.

A ideologia e o movimento serão julgados em função do seu impacto, de sua


força de persuasão e de sua transcendência.

O sionismo renunciou, depois de anos à luta ideológica no seio do povo judeu;


deixou, dessa forma, de ser um movimento vivo (ou quase vivo).

Existem, infelizmente, muitos violentos críticos do sionismo no seio do povo


judeu... não existem muitos adeptos entusiastas.

O “movimento sionista” de hoje, ou o que resta dele, possui duas características:

Por um lado, uma organização mundial atrofiada por funcionários locais ou


enviados de Israel e, por outro lado, um povo judeu simpatizante do Estado de Israel,
que o visita como turista e o apoia moral e, às vezes, financeiramente.

Os movimentos da juventude halutziana são praticamente os únicos que jamais


renunciaram ao sionismo que exige a aliyah.

Porém, estes movimentos halutzianos não estão isentos da esclerose geral que
golpeia ao movimento sionista; e isto pelas seguintes razões:

1 – Sendo financiados, e em parte gerados pelo movimento sionista mundial, os


movimentos halutzianos aceitam, de fato, renunciar ao sionismo radical que exige de
todo judeu, onde quer que ele se encontre e em qualquer situação, reunir-se ao estado de
Israel.

Isto tem como consequência o recuo do movimento halutziano sobre seus


próprios membros, limitando seus objetivos e o campo de ação educativo e militante.

Estes fatos, e os métodos educativos que se liberam deles, transformaram aos


movimentos halutzianos em círculos fechados e reduzidos, sem transcendência pública
no centro da comunidade judia “pro israelense” da Golah – o objetivo se tornou reunir
um certo número de jovens judeus com a esperança de que eles decidam, depois de uma
idade bem definida “fazer a aliyah”.

- 91 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

1 – INTRODUÇÃO

Esta situação de recuo não fez mais do que piorar com o passar dos anos,
porque, entre outras coisas, os quadros locais, os “bogrim”, não tem outra coisa para
fazer fora de realizar a aliyah ou abandonar o movimento depois de chegar a uma idade
bem determinada; e, na medida em que escolhem, por qualquer razão, o segundo
caminho, juntar-se à grande massa de “simpatizantes” do Estado de Israel na Golah.

O centralismo praticado em excesso a partir de Israel, que se acrescenta ao fato


citado anteriormente, a partir da renúncia de uma luta sionista no centro da comunidade
judia, nos fizeram esquecer que um verdadeiro movimento deve ter uma motivação
local e uma direção de quadros militantes locais.

No lugar de formar quadros de militantes locais, “preferiram” (paralelo ao


movimento sionista mundial) a fórmula de substituir, que consiste em enviar desde
Israel aos quadros superiores ou “shlichim” do movimento, que conduzem e controlam
o que chamamos movimento, mas que, na realidade, não é mais do que uma
organização de algumas centenas ou dezenas de jovens judeus.

2 – O conceito educativo vertical, tal como o descrevemos anteriormente (ver


III. a): ou seja, a baixa idade dos membros do movimento (principalmente de idade de
escola primária e secundária); a aliyah dos quadros maiores a uma idade na qual
deveriam estar começando um verdadeiro trabalho de militância – tudo isto faz parte de
um sistema que funcionou por força da inércia durante dezenas de anos e que EXPLICA
A ATUAL SITUAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE JUVENTUDE HALUTZIANOS:

a – dependência financeira, educativa e idológica;

b – quadros militantes demasiado jovens, insuficientemente formados,


insuficientemente motivados (JÁ QUE SEM MILITAR NÃO EXISTE UMA
VERDADEIRA MOTIVAÇÃO) incapazes de dirigir um movimento, inclusive,
a nível local;

c – além disso, os trabalhos de educação e de organização são levados adiante


por pequenos grupos de jovens para os quais as lutas ideológicas não apresentam
nenhum temor nem desafio, porque elas não existem;

d – carência total de impacto ou transcendência no mundo judeu “exterior” ao


movimento, tanto pela falta de maturidade e de preparação dos quadros locais,
quanto pela causa de que toda ação exterior ou local foram “apagadas” dos
objetivos.

- 92 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

1 – INTRODUÇÃO

3 – “O espírito do gueto”, de sectarismo, de perpétua defesa, de temor às


“prejudiciais influências” do exterior, se traduzem nos seguintes fatos:

Os shlichim, as vezes, sentem a necessidade de justificar sua presença no país na


rápida preparação de alguns jovens para a aliyah, muitas vezes não preparados para isso,
no lugar de ajudar a criar as infraestruturas necessárias para a existência de um
verdadeiro movimento local e formar assim os marcos e quadros locais capazes de
dirigir o movimento.

Esta é a razão pela qual devemos:

a – redefinir os objetivos do movimento;

b – propor um modelo educativo alternativo (ou “horizontal”) cujo resultado será


um movimento de quadros militantes;

c – afirmar que, sem ação ideológica ou militância, não pode existir o


“movimento”.

TUDO ISSO IMPLICA PROFUNDAS MUDANÇAS RELATIVAS A:

1) a eleição e a idade dos quadros militantes;

2) o nível e os objetivos da formação de quadros;

3) o lugar e o papel do local (snif, Ken) dentro do sistema educativo e do acionar


do movimento;

4) o lugar e o papel do sheliach no movimento;

5) a eleição e a criação de novos “campos de ação” e de novos “métodos de


acionar”;

6) a utilização dos meios financeiros e outros;

7) um exame crítico das estruturas organizacionais.

- 93 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

2 – AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO

1 – A ação ideológica

Seus objetivos são:

a – fazer conhecer e difundir o sionismo radical (sionismo = aliyah)

b – aumentar ao máximo o número de adeptos ao movimento

c – conseguir a participação de todos os membros do movimento que já


receberam e passaram pela formação ideológica de base, com a finalidade de
intensificar sua motivação e sua identificação com os objetivos do movimento

d – conseguir que o movimento seja conhecido e reconhecido pelo público judeu


e não judeu como um movimento ativo, representante de uma corrente de ideias
bem definida (do ponto de vista histórico, político e social), por quem, ou contra
quem, deve-se tomar posição.

É com este processo que propomos duas linhas de ação para empreender
simultaneamente:

a) a ação de superfície

b) a ação de profundidade

a) A AÇÃO DE SUPERFÍCIE

Objetivos:

1 – relações exteriores – publicidade e propaganda;

2 – engrandecimento (geográfico) e diversificação de atividades para manter


contato com públicos diversos;

3 – penetração em organizações judias locais;

4 – auto financiamento do movimento.

b) A AÇÃO DE PROFUNDIDADE

Objetivos:

A atração ao movimento e a formação (direta ou indireta) de jovens que no


futuro serão membros do movimento. (ver III. a-3, quem é o membro do movimento).

- 94 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

2 – AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO

2- Campos de Ação

a) Existe uma interdependência entre o eventual engrandecimento numérico do


movimento e seu impacto e transcendência sobre a comunidade judia e sobre o público
em geral.

b) Os campos de ação não são objetivos em si mesmos, mas meios de realização


dos objetivos do movimento.

Se devemos estabelecer uma escala de prioridades, esta deve ser pensada e,


eventualmente, modificada em função de:

1 – os quadros militantes do movimento, seu número e suas capacidades;

2 – os meios técnicos, organizacionais e financeiros a disposição do movimento;

3 – o resultado ou o fracasso de anteriores projetos;

4 – o permanente desenvolvimento de novos projetos e ideias;

5 – as possibilidades e necessidades locais.

c) Para a ação de superfície

Notas preliminares:

Se o movimento vê a possibilidade de multiplicar suas atividades de superfície


(ou seja, dispõe de quadros suficientes, meios técnicos e organizacionais, etc.) é
aconselhável empreender estas atividades sob a forma de “projetos” que possam ser
experimentados e limitados (no tempo e no espaço), estudados, modificados e,
eventualmente, suprimidos (no caso de fracasso) ou desenvolvidos com mais amplitude
(no caso de sucesso).

Por razões de índole tática e outras, esses “projetos” não serão necessariamente
(ao menos numa primeira etapa) realizados pelo movimento, mas que poderão ser
paralelos às suas atividades.

ALGUNS “CAMPOS DE AÇÃO” (a título de exemplo)

1. Relações exteriores – Publicações – Publicidade – Propaganda

Estes temas não são novos no movimento, mas eles deverão ser desenvolvidos
de forma sistemática.

Um comitê – vaada – especial que compreenderá shlichim e bogrim deverá ser


criado para este efeito.

- 95 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

2 – AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO

Relações exteriores: com instituições israelenses, judias e não judias (do tipo
político, juvenil, cultural, etc)

Publicações: além das publicações do movimento (atenção ao nível intelectual e


ao nível técnico) – publicação de jornais e de artigos em revistas e diários judeus e não
judeus – participação em palestras, discussões públicas, painéis.

Publicidade e propaganda: utilização de meios de comunicação de massa (na


medida que o movimento disponha de atividades intelectuais, culturais e artísticas
“apresentáveis” ao público).

2. Engrandecimento do movimento (em superfície e por etapas)

Primeira etapa:

- Entrar em contato, numa determinada região, com grupos de jovens (não


organizados) de uma ou mais cidades ou localidades;

- organização destes grupos sobre a base de elementos locais (voluntários);

- esta organização será responsável por um objetivo geral como ser: “Clube de
Amigos de Israel”, ou “Curso de Judaísmo e Identidade Judia”, etc;

- buscar manter contato (por meio de visitas, correspondência, publicações) com


os quadros do movimento responsáveis por esse projeto.

Segunda etapa:

- “Dar uma mão” aos elementos locais responsáveis, como organizar seminários
e jornadas de estudo;

- aproximação e ajuda mais direta do movimento (agrupamento, ajuda técnia e


financeira, etc.);

- união total ou parcial com o movimento, se é que as condições o permitem


(quadros locais ativos, sucesso da primeira etapa, etc).

3. Organização de Grupos de Aliyah (Garinei Aliyah)

Organização de grupos com o objetivo de um projeto de Aliyah próximo e


preciso, preparação e estudo adiantado (por exemplo de casais jovens, pessoas com uma
ocupação ou de profissionais similares) com o objetivo de um projeto existente em
Israel (kibutz, cidade em desenvolvimento, etc).

- 96 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

2 – AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO

4. Penetração em Organizações Comunitárias Existentes.

Participação de quadros militantes do movimento em certas atividades


organizacionais ou educativas.

Exemplo: trabalho de madrich – educador

Nota: Em certos casos, este trabalho será patrocinado diretamente pelo


movimento (em total acordo com a comunidade), e, em outros casos, os membros do
movimento farão um trabalho puramente comunitário (de acordo com o movimento).

5. Participação em Certas Ações Gerais

Políticas – sociais – culturais – educativas, de caráter sionista, pro israelense, e


outras.

6 – Autofinanciamento

É uma atividade do movimento em geral (como ser comitê de apoio, de pais, etc)
mas de certas atividades específicas do movimento – intelectuais, artísticas, culturais –
(ver mais adiante “atividades mistas).

d) PARA A AÇÃO DE PROFUNDIDADE

Objetivo:

O principal objetivo da ação de profundidade é:

ENGRANDECER O MOVIMENTO PARA REUNIR E FORMAR JOVENS


DE FORMA ACELERADA E NÃO CONVENCIONAL.

Projetos propostos:

a. Células – idade secundária e universitária;

b. “atividades mistas.

a. CÉLULAS SECUNDÁRIAS E UNIVERSITÁRIAS

Este projeto consiste na formação de um pequeno e reduzido grupo de


estudantes secundários e / ou universitários. Também, ele exige a participação em cada
célula de um ou mais membros do movimento.

O projeto de “células” pode ser aumentado em função dos quadros de militantes


que o movimento dispõe, e as atividades podem ser levadas adiante “no lugar” (escola
ou universidade) numa primeira etapa (seis meses? un ano?) sem um contato direto com
o movimento.

- 97 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

2 – AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO

Um projeto como esse implica a preparação de um programa especial (objetivos,


tipo de atividades, lugares de reunião, jornadas de estudo, etc) realizado pelos quadros
do movimento.

Outros projetos deste tipo exigirão a criação de uma estrutura organizacional


especial, paralela, e, por isso, aparecerá o problema da integração ao movimento (seja
esta total ou parcial).

b. “ATIVIDADES MISTAS”

Já fizemos alusão a este tipo de atividades.

Este projeto trata de atividades específicas do tipo cultural, artístico, intelectual,


esportivo, nas quais participarão tanto membros do movimento como pessoas do
exterior – não do movimento – que estejam interessadas nesta atividade específica.

Estas atividades podem acontecer no local do movimento ou qualquer outro


ambiente disponível e adequado, eleito pelo mesmo para este fim.

Estas “atividades mistas” podem compreender uma série de atividades que


fazem parte (ao menos teoricamente) de um programa de atividades educativas e
formativas destinadas, principalmente, aos membros do movimento.

Exemplos: jornadas de estudo (sobre judaísmo, sionismo, etc)

ulpán de hebraico;

conjuntos de baile, canto, teatro, etc.;

grupos esportivos.

Estas atividades deverão ter um nível suficientemente elevado para poder atrair e
interessar a pessoas que não pertencem ao movimento.

Em consequência, elas deverão ser programadas e anunciadas com antecedência


(em jornais, cartazes, etc.)

Estas atividades comprometem, profundamente, a responsabilidade dos


“organizadores” (o movimento).

Elas devem ser realizadas por quadros idôneos ou por profissionais.

Elas deverão ser autofinanciadas: diretamente (gastos cobertos pelo pagamento


dos participantes da atividade em questão) ou indiretamente (criação de comitês de
apoio e de outras fontes eventuais).

- 98 -
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

2 – AÇÃO E CAMPOS DE AÇÃO

A aliyah é o objetivo final da nossa ação sionista na Golah.

Para os chaverim do movimento, da aliyah ao kibutz é a conclusão evidente de


um período de militância na Golah (ver em II a interpretação de agshma atzmit) e o
começo de sua vida como israelense.

A agshma atzmit, tal como nós propomos aqui, implica a elevação da idade da
aliyah (de 18 / 20 anos para 23 / 24 anos).

Este fato, que é essencial desde o ponto de vista desta publicação e de sua ideia,
expõe certos problemas que o movimento local deverá resolver:

1 – o garin aliyah e seus laços com Israel durante o período da militância;

2 – a vida em grupo dos bogrim durante este mesmo período de trabalho no


movimento;

3 – estudos (acadêmicos e outros).

Algumas observações a propósito:

a. Laços estreitos deverão ser criados e desenvolvidos entre o kibutz iad – o


mifal tnuatí – em Israel e o movimento local, e, mais particularmente, com os chaverim
do garin aliyah, por intermédio de correspondência, visitas, etc.

b. A noção de “mifal tnuatí” nos parece de grande importância, isto é não


dispersar garinin do movimento, mas pelo contrário, dirigi-los durante um certo número
de anos para um apenas e mesmo kibutz, que se tornará o “branco”dos chaverim do
movimento.

c. A multiplicidade de campos de ação dificultará aos bogrim que se encontrem


com demasiada frequência.

Eles deverão, então, cuidar para manter o contato entre eles, por meio de
atividades especiais e, eventualmente, considerar a possibilidade de vida em
“comunidade”, na mesma cidade.

d. O sistema “antigo” da aliyah na tenra idade, que implica o afastamento dos


estudos ou a saída do movimento, é em grande parte responsável pela situação dos
movimentos halutzianos.

A falta de quadros militantes locais capazes de dirigir o movimento, um ínfimo


número de membros, falta total de transcendência pública, nível intelectual e ideológico
insuficiente, dependência total – financeira, educativa, etc... – do exterior, etc...

- 99-
III. C – AÇÃO IDEOLÓGICA

3 – A ALIYAH

Todas essas razões fazem com que a Aliyah automática e obrigatória numa tenra
idade seja um sistema desastroso e desatualizado; a inércia e a tradição o mantiveram
mais que nenhuma outra razão de ser.

Outras considerações que se juntam as que foram já citadas:

- O movimento – e seus shlichim – não devem se contentar com o fato de fazer


“subir” dos garinim ao kibutz. Ele deve sentir-se responsável, moralmente, pelo futuro
de cada indivíduo que faz parte destes garinim.

- Atualmente, é pouco provável que um jovem de 18 anos tenha a maturidade


necessária que exige a vida no kibutz.

- O kibutz da década de 80 tem uma necessidade a mais e busca um número


maior de pessoas com uma profissão ou ocupação técnica / acadêmica bem definida.

- DESDE O PONTO DE VISTA PRÁTICO:

O movimento local e seus bogrim deverão encontrar a maneira de conciliar


estudos e ação militante.

Na medida do possível, estes estudos deverão levar em conta as necessidades do


kibutz iad (mifal tnuatí).

- 100 -
III. D – MEIOS DE AÇÃO

III. D – 1 INTRODUÇÃO p. 102

III. D – 2 TÉCNICAS p. 103

III. D – 3 AS FUNÇÕES p. 106

III. D – 4 ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS p. 107

III. D – 5 O LOCAL p. 109

- 101 -
III. D – MEIOS DE AÇÃO

1 – INTRODUÇÃO

Os MEIOS DE AÇÃO são de ordem organizacional, técnico, financeiro e


administrativo.

O objetivo do último parágrafo desta publicação não é entrar em detalhes (o que


requer uma publicação à parte), nem de propor um organograma de nenhum tipo.

O objetivo é destacar a importância do tema, de definir certas características,


porque no marco destas atividades do movimento, o perigo é, igual aos temas
precedentes:

O hábito, a “tradição”, a inércia

Dado que o movimento é limitado (em número – em base de ação: números de


locais e repartição geográfica – em campos de ação: atividades educativas dentro do
local, etc.) ele pode se satisfazer com “funções” não sempre bem definidas de acumulo
de papéis, de técnicas, de finanças “flexíveis”, encaradas de acordo com a necessidade
do momento e não em função de um programa de ação e de desenvolvimento
estabelecido, de critérios racionais e profissionais.

Por isso:

É ESSENCIAL COMPREENDER QUE, A PARTIR DE UM CERTO GRAU


DE DESENVOLVIMENTO E COMPLEXIDADE, UMA EVOLUÇÃO MAIOR DO
MOVIMENTO DEPENDERÁ MAIS E MAIS DE SUAS CAPACIDADES
ORGANIZACIONAIS TÉCNICAS E FINANCEIRAS.

Os responsáveis pelo movimento deverão, então, trazer para este tema mais e
mais reflexão, tempo e esforços.

A realização de toda a ação e atividade nova, de maneira racional, de todo o


conceito educativo novo, restringindo-se ao desenvolvimento do movimento, exigirá
meios técnicos e financeiros adequados. E, também, a adoção e a modificação de
estruturas organizacionais, técnicas e administrativas, a adoção de um sistema de
contabilidade, de finanças,...

Dessa forma, se exigirá a criação de quadros militantes especiais para este tema,
sem os quais nenhuma “reorganização” nem aperfeiçoamento serão possíveis.

Em suma, é inútil adquirir um aparelho visual sem que certos membros do


movimento tenham recebido uma preparação especial e específica em relação ao seu
uso (não se trata apenas da manipulação do aparelho, mas também dos objetivos, das
vantagens, dos limites,...)

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III. D – MEIOS DE AÇÃO

2 – TÉCNICAS

O que se expressou anteriormente refere-se também às máquinas de impressão, á


fotocopiadora, etc. Estas máquinas não resolverão, sozinhas, o problema das
publicações ou da propaganda. Por isso, é importante a necessidade da FORMAÇÃO
DE QUADROS MILITANTES ESPECIALIZADOS NESSES TEMAS.

Alguns problemas dos meios de ação (a título de exemplo)

1 – A necessidade de formar quadros especiais

Dentro do movimento do tipo “clássico”, a necessidade de formar quadros


especiais era praticamente desconhecida.

Esta é, também, uma das consequências do sistema educativo “vertical”.

O “madrich” é o responsável por todos os problemas educativos e


organizacionais de seu grupo.

O “boger” (membro mais antigo e “mais experiente”) se ocupa de todos os


problemas a nível local.

O “sheliach” “corrige os erros” dos madrichim e dos bogrim, tanto a nível local
como nacional (isto, na medida de que suas capacidades pessoais assim o permitam).

Para convencer-se disso, é suficiente analisar apenas uma das atividades do


movimento, como a formação ideológica de seus membros, para chegar a desagradável
conclusão de que o movimento local não conseguiu brindar uma formação válida e
suficiente no lugar.

Apenas os membros que receberam um complemento de formação massiva fora


dos marcos do movimento (como, por exemplo, no seminário de madrichim de
Jerusalem) podem ser considerados como portadores de uma bagagem ideológica e de
conhecimentos que, mesmo assim, não são sempre suficientes.

Esta situação pouco estimulante ocorre também, porque o sistema organizativo


atual não responde a um trabalho de planejamento, de coordenação e de organização
que esta atividade de formação ideológica e educativa requer.

Esta falta de organização e de quadros adequados no marco dos membros do


movimento pode ser verificada em todas as atividades em curso, e não apenas na
formação ideológica.

Esta falta será ainda mais evidente quando o movimento inicia uma ação
militante e desenvolve seus campos de ação.

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III. D – MEIOS DE AÇÃO

2 – TÉCNICAS

Diante disso, QUE SE DEVE FAZER?

QUE SE PODE FAZER?

- Antes de mais nada, tomar consciência da absoluta necessidade de formar


quadros especiais.

- Formar quadros de membros do movimento em função das necessidades


específicas, atuais e futuras (cursos rápidos), judias e não judias.

- Eventualmente, encorajar aos membros do movimento a realizar estudos em


diversos campos “utilizáveis” e necessários ao movimento (administração, organização,
educação, técnicas audiovisuais, publicidade, teatro, música, dança, história judia,
judaísmo, etc.)

- Utilização temporária de especialistas e profissionais locais com objetivos


específicos.

Shlichim especiais que chegarão, eventualmente, por períodos limitados de


tempo para atividades determinadas.

2 – Departamento de administração

Do ponto de vista administrativo (a escala nacional e eventualmente a escala


regional), é necessário estabelecer e estruturar duas funções que se diferenciam uma da
outra:

a – FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
secretaria, contabilidade, etc...

b – FUNÇÃO ORGANIZACIONAL

(eventualmente, incluirá a parte financeira) responderá à necessidade de


planejamento e de organização de todas as atividades do movimento.

Estas duas funções exigem um departamento técnico aperfeiçoado (em material


e local), pessoal e equipes especializadas, e, como toda a função importante, um
responsável e uma equipe de ação.

3 – Descentralização

No movimento do tipo tradicional, a aquisição de um novo local na mesma


cidade foi, principalmente, em função de um crescente número de adeptos (chaverim).

Isto é assim porque os campos de ação do movimento se limitam, praticamente,


ao trabalho educativo no centro do movimento, no centro do local.
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III. D – MEIOS DE AÇÃO

2 – TÉCNICAS

A partir do momento em que o movimento decide multiplicar e diversificar suas


atividades e seus campos de ação, e assim passar do local-base para o exterior, cria-se
uma situação que podemos descrever como: UM PONTO CENTRAL E VÁRIOS
PONTOS SATÉLITES.

Estes novos “pontos de ação” ou locais satélites não desenvolvem


necessariamente todas as funções do local-base.

Estes locais satélites podem responder a uma ação limitada e específica.

Mas, de todas as formas, cria-se uma situação de “trabalho regional” que exige
soluções estruturais e organizacionais: a organização da escala nacional e da escala
local.

Este trabalho regional implica, definitivamente, uma DESCENTRALIZAÇÃO


DO MOVIMENTO (ou, em outras palavras, uma REGIONALIZAÇÃO).

Um modelo assim, que responda aos propósitos propostos nesta publicação, terá
suas implicações (entre outras) tanto na utilização dos quadros locais quanto dos
shlichim (que de “supermadrichim” locais devem tornar-se centralizadores regionais,...,
a menos que existam quadros de membros locais que possam realizar esta função).

4 – Meios de locomoção

Um trabalho regional (e evidentemente nacional) efetivo exige um mínimo de


contatos, de mudanças de comunicação, de mobilidade. A situação atual, na qual os
veículos privados dos shlichim e suas famílias “também brindam serviços do
movimento” não é mais aceitável, nem suficiente.

Deveriam ser estudadas as possibilidades que o movimento dispões, uma


camioneta ou outro veículo que responda às suas necessidades.

5 – Autofinanciamento

Já nos referimos a este tema em parágrafos anteriores.

Sem a disposição dos meios financeiros necessários, será difícil desenvolver, de


maneira séria, as atividades do movimento.

Por isso, deve-se criar um comitê (vaadá) de finanças (em escala nacional,
regional ou local) cuja principal preocupação deverá ser “mobilizar”os fundos
necessários para a ação global do movimento ou para certas atividades específicas.

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III. D – MEIOS DE AÇÃO

3 – AS FUNÇÕES

Quais são as funções necessárias para a realização e o desenvolvimento dos


objetivos do movimento?

(Resumimos os objetivos do movimento da seguinte maneira: propagação do


sionismo radical no centro da comunidade judia local; aliyah dos membros do
movimento ao kibutz; crescimento do movimento, de suas bases de ação e de seus
campos de ação)

AS QUATRO FUNÇÕES DO MOVIMENTO SÃO:

1. a função de líder

2. a função ideológica e educativa

3. a função militante (ver reinterpretação de agshama atzmit em II)

4. a função organizativa, técnica e administrativa.

Estas quatros funções determinam, dessa forma, as ESTRUTURAS


ORGANIZACIONAIS do movimento.

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III. D – MEIOS DE AÇÃO

4 – ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Numerosos fatores devem determinar as ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS


do movimento, entre elas:

+ As “funções do movimento”;

+ o número de adeptos ao movimento;

+ o número de membros – quadros militantes – disponibilidade;

+ a multidão, complexidade e multiplicidade das atividades (e a importância


relativa de acordo com cada atividade por razões conceituais e por razões técnicas);

+ a repartição geográfica e funcional de acionar do movimento;

+ o lugar, o papel e a importância do sheliach.

Observações:

a – Os fatores mencionados estão em constante processo de transformação, esta é a


razão pela qual se torna impossível propor um modelo organizacional bem definido.

b – Esta é também, e sobretudo, a razão pela qual o movimento local “não pode herdar”
uma estrutura organizacional e mantê-la durante longos períodos de tempo. Ao
contrário, essas estruturas devem ser permanentemente REPENSADAS,
MODIFICADAS, REORGANIZADAS, REVISADAS DE FORMA CRÍTICA DE
VEZ EM QUANDO.

c – As estruturas organizacionais devem compreender três níveis: nacional, regional e


local.

d – Toda função importante do movimento, bem como a Formação Ideológica, a Ação


Militante, a Organização, etc., exige um comitê especial (vaadá) e um responsável do
comitê (na escala nacional e eventualmente regional).

e – São estes responsáveis pelo vaadá, entre outros, que farão parte, naturalmente, do
comitê diretivo do movimento. Os membros deste comitê serão também responsáveis
por certas atividades específicas.

f – O lugar e a importância do sheliach

Deve ser determinado por vários fatores (não necessariamente complementares):

1. fatores de ordem conceitual: ou quais são as relações entre o movimento


mundial (Israel) e o movimento nacional ou local, e quais devem (ou podem) ser os
graus de independência ou de dependência neste sentido

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III. D – MEIOS DE AÇÃO

4 – ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

2. fatores de ordem educativo: em que medida os quadros locais são


suficientemente maduros, formados e qualificados para levar adiante as
responsabilidades do movimento? (e supondo que a resposta seja positiva, qual será,
então, o papel do sheliach?, pode (deve) se encarar o movimento sem o sheliach?)

3. Fatores de ordem funcional e estrutural: num movimento que tem múltiplos


campos de ação, pode-se cumprir um sheliach, uma função específica? mas no caso de
uma reorganização regional (descentralização), poderá (deverá) ter o sheliach a
responsabilidade de uma região?

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III. D – MEIOS DE AÇÃO

5 – O LOCAL

O lugar que ocupa o local (snif, Ken) dentro do conceito educativo “horizontal”,
suas funções e características, já foram destacadas nessa publicação.

Não é casualidade que este seja o tema do último parágrafo.

O tema do local nos permite reunir e resumir todas as funções que este deverá
cumprir:

O LOCAL DEVE SER UM INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO, DE


ORGANIZAÇÃO E DE AÇÃO.

As funções e características do local devem ser:

1. ponto de encontro dos membros do movimento; marco de atividades diversas


cujo objetivo é educativo, formativo e afetivo;

2. centro diretivo, organizacional, financeiro, técnico e administrativo a nível


nacional, regional e local;

3. base de formação dos quadros militantes (FIB, FE, FC);

4. base operacional da ação militante.

Observações:

a- A eleição do local, sua convocação, superfície, divisão interna, depende das funções
que ele deve cumprir, assim como das condições e possibilidade objetivas.

b – O local será um marco de atividades múltiplas, um instrumento de fundamental


importância, que deve estar em perfeito estado de funcionamento, contendo dentro seu
material caro. Por isso, deve ser considerada como uma das funções do movimento
CUIDÁ-LO, ORGANIZÁ-LO E MANTÊ-LO. Isto implica a existência de um
responsável da direção ou organização para manter o cuidado do local e seu material

c – Num modelo que incluiria “descentralização” do movimento, o local será um


“centro regional” dos diversos locais “satélites”.

d – Para certos membros ativos e quadros militantes do movimento, o local é o segundo


lar.

Ele deve ser simpático, atrativo, “habitável”.

Em certos casos, o local poderá compreender também uma comunidade de


bogrim do movimento.

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Esta publicação está destinada, principalmente, aos responsáveis pelo
movimento, tanto em Israel como na França (shilichim, bogrim).

Espero que ela responda, de alguma maneira, aos objetivos que estão expostos
na apresentação, e que ela contribua, de uma maneira ou de outra, para o
desenvolvimento futuro do movimento na França e nos demais países nos quais
o movimento é ativo.

Agradeço a quem me emprestou sua ajuda, com suas observações e seus


questionamentos, pelo seu apoio na elaboração desta publicação.

Yoel Barkan

Kibutz Chanita

1981

Yoel Barkan, javer da Tnuá Francesa e membro do Kibutz Janita, escreveu esse
trabalho sobre a Tnuá referindo-se, num primeiro momento, a sua Tnuá de
origem; no entanto, estamos seguros que o conteúdo deste trabalho será de
grande interesse também para os chaverim da Tnuá de outros idiomas. Por isso,
nós o traduzimos e publicamos , acentuando a necessidade de uma segunda
leitura crítica para conseguir adaptar as ideias aqui expostas para a realidade de
cada Tnuá.

MADOR AMLAT

1982

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