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Aprovada por:
__________________________________________________
Prof. Floriano Martins Pires Júnior, D.Sc
_________________________________________________
Prof. Luís Felipe Assis, D.Sc.
_________________________________________________
Prof. Raad Yahya Qassim, Ph.D.
_________________________________________________
Dr. Celso Luiz Silva Pereira de Souza, D.Sc.
i
“Dedico este trabalho a Rick, Fly e Joe por toda alegria que proporcionaram a mim e
minha família, dos quais sempre nos recordaremos com muito carinho e gratidão”.
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e meus avós por todo incentivo e apoio que me deram na vida,
onde me proporcionaram alcançar muitos de meus objetivos.
A minha namorada Adriana Gomes Pereira por ser uma companheira constante
durante minha vida acadêmica tendo paciência e compreensão nos momentos difíceis.
iii
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.)
Junho/2006
iv
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfilment of the
requirements for the Degree of Master of Science (M.Sc.)
June/2006
Due the fact that there has been a meaningful increase of the offshore activities in
Brazil, relative to the Oil-Activities, the use of floating platforms has been even more
essential. It is operation is considerable more complex and expensive than compared to
fixed Platforms; it is not only by the technological factors of the units, but also the
necessity of essentials requirements, because floating units are considered as a vessel by
the legislation.
These facts create many technical and legal requirements for its operation;
however it gives a margin to get taxes exemption, according to the International Maritime
Legislation and the Brazilian Fiscal Legislation.
The main requirement to be able to use these advantages is to operate in Brazilian
Waters been a foreigner vessel with temporary authorization this is possible if the units are
under a foreign flag. However the definition of the Flag state it is not so trivial, because
each one has different particulars. To this decision will be adopted the multiple criteria
method when will be able to compare each flag based in each separated criteria.
The proposed work has the main goal to adjust the best method to attend the
requirements related to the legal conformities of the vessel, necessary to maintenance of
the temporary authorization, specifically the procedures and necessities to maintain valid
the statutory and class certificates and also the crew certification, besides to offer a
mechanism of choice to define which foreign flags are more suitable. Intending to be able
to use the economical considerable advantages to the company that operates the units.
v
ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1
2-REGULAMENTAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL E ENTIDADES
INTERNACIONAIS LIGADAS A CONFORMIDADE LEGAL.......................................... 4
2.1- PAÍS DE REGISTRO......................................................................................... 4
2.2- SOCIEDADES CLASSIFICADORAS................................................................. 6
2.3- IMO – INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION.................................... 7
2.4- PRINCIPAIS CONVENÇÕES MARÍTIMAS INTERNACIONAIS....................... 9
2.4.1 - TONNAGE 69- INTERNATIONAL CONVENTION ON TONNAGE
MEASUREMENT OF SHIPS, 1969………………………………………………… 9
2.4.2- BORDA-LIVRE- INTERNATIONAL CONVENTION ON LOAD LINES
1966……………………………………………………………………………………. 10
2.4.3- MARPOL- CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA PREVENÇÃO DA
POLUIÇÃO DO MAR POR EMBARCAÇÕES (INTERNATIONAL
CONVENTION FOR PREVENTION OF POLLUTION FROM SHIPS)...............
11
2.4.4- SOLAS - INTERNATIONAL CONVENTION FOR THE SAFETY OF LIFE
AT SEA………………………………………………………………………………… 12
2.4.5- MODU-CODE- CODE FOR THE CONSTRUCTION AND EQUIPMENT
OF MOBILE OFFSHORE DRILLING UNITS……………………………………… 13
2.5-ENVOLVIMENTO ENTRE SOCIEDADES CLASSIFICADORAS E
GOVERNOS............................................................................................................. 13
3-ADMISSÃO TEMPORÁRIA DE PLATAFORMAS NO BRASIL...................... 16
3.1- NATUREZA LEGAL DA ISENÇÃO FISCAL...................................................... 16
3.2- OPERAÇÕES DE “SALE & LEASE BACK”...................................................... 17
3.3- ADMINISTRAÇÃO COSTEIRA BRASILEIRA................................................... 19
3.4-ADMISSÃO TEMPORÁRIA................................................................................ 20
3.5-DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE.............................................................. 24
3.6-ESCOPO DA PERÍCIA PARA A EMISSÃO DA DECLARAÇÃO DE
CONFORMIDADE..................................................................................................... 26
3.7-TRIPULAÇÃO DE SEGURANÇA. 28
3.8-EMISSÃO E RENOVAÇÃO DOS CERTIFICADOS ESTATUTÁRIOS E DE
CLASSE.................................................................................................................... 36
3.8.1- INTERNATIONAL TONNAGE CERTIFICATE…………………………….. 36
3.8.2- INTERNATIONAL OIL POLLUTION PREVENT – IOPP………………… 37
3.8.3- LOAD LINE CERTIFICATE………………………………………………… 37
3.8.4- MOBILE OFFSHORE DRILLING UNIT SAFETY CERTIFICATE –
MODU………………………………………………………………………………….. 38
3.8.5- CERTIFICADO DE CLASSE..................................................................... 49
vi
3.9-PREPARAÇÃO E PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DAS VISTORIAS 51
3.10-CERTIFICADO DE REGISTRO........................................................................ 53
3.11-LICENÇA DA ESTAÇÃO RÁDIO...................................................................... 54
3.12-VISTORIA ANUAL DE SEGURANÇA DA BANDEIRA..................................... 54
3.13-HOMOLOGAÇÃO DE HELIPONTOS............................................................... 56
4-METODOLOGIA PARA ESCOLHA DA BANDEIRA.................................................... 58
5-OUTRAS ENTIDADES................................................................................................ 73
5.1- AGENTES FINANCIADORES COM CONTRATO DE “LEASING”
(PROPRIETÁRIOS DAS UNIDADES DURANTE O PERÍODO DE
AMORTIZAÇÃO).......................................................................................................
73
5.2 ANVISA............................................................................................................... 74
5.3 COMPANHIAS SEGURADORAS ...................................................................... 74
6- CONCLUSÃO............................................................................................................. 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................................... 75
APÊNDICE A.................................................................................................................. 77
APÊNDICE B.................................................................................................................. 79
vii
CAPÍTULO -1
INTRODUÇÃO
1
Um destes requisitos surge em função de que as unidades flutuantes engajadas
nas atividades de exploração e produção de petróleo "offshore" são consideradas como
embarcações, portanto obrigadas a seguir os requisitos da Legislação Marítima aplicável
ao tipo de atividade que as mesmas se propõem a exercer. No caso das plataformas o
MODU-CODE e as NORMAM’s são as que são diretamente aplicáveis.
O fato das plataformas flutuantes serem consideradas embarcações, como dito
anteriormente, agrega uma série de obrigações muitas delas bem dispendiosas, porém
abre a possibilidade de se usufruir uma série de vantagens fruto da mesma Legislação
Marítima, sendo possível obter um saldo extremamente positivo. O objetivo deste trabalho
é mostrar as peculiaridades do modelo, suas obrigações inerentes, notadamente os
aspectos da Conformidade Legal, e propor uma metodologia otimizada para usufruir as
vantagens econômicas. A figura 2 mostra os tipos de unidades flutuantes mais utilizadas
no Brasil, no caso um FPSO, e uma Semi-Submersível.
2
Uma empresa de petróleo devida a sua grandiosidade possui naturalmente muitos
grupos que dão aporte financeiro necessário à atividade. Um dos mecanismos de aporte é
a abertura da empresa no mercado ações, em função disto operar de uma maneira
responsável e mais rentável possível se torna uma das obrigações da companhia com os
seus acionistas.
As legislações tributária e fiscal brasileiras são demasiadamente complexas, se
comparadas a outros países do mundo, e seus encargos consideravelmente onerosos
para as empresas nacionais, os custos relativos a tributos são responsáveis por uma
considerável fatia dos custos das empresas nacionais.
Uma empresa de petróleo operando totalmente dentro dos custos previstos na
Legislação Brasileira teria uma carga tributária consideravelmente expressiva, no caso de
uma empresa nacional onde a grande maioria do petróleo produzido é consumida aqui
mesmo no Brasil, estes custos seriam repassados ao preço final do derivado, o que
impactaria diretamente a nação já tão onerada pela mesma legislação tributária Brasileira.
Porém em função das plataformas serem consideradas embarcações tem -se a
possibilidade de poder operar em Águas Jurisdicionais Brasileiras como unidades
estrangeiras, sem a obrigatoriedade que a embarcação “plataforma de petróleo” esteja
totalmente sujeita a Legislação tributária em vigor no país. Pois por ser uma embarcação
existe a necessidade de ser registrada em um Porto de Registro (Bandeira), fazendo parte
do território daquele país e conseqüentemente sujeita a sua legislação. Daí surge a
necessidade de fazer um estudo criterioso onde se possa encontrar quais seriam as
potenciais bandeiras que ofereceriam as melhores vantagens para operar em Águas
Jurisdicionais Brasileiras. Pois cada uma apresenta características próprias e vantagens e
desvantagens ao Armador, cabendo a ele priorizá-las. Para realizar esta etapa, será
elaborada uma análise multicriterio através do método AHP (Analytic Hierarchy Process).
Adicionalmente, para o caso brasileiro onde as taxas praticadas e garantias
requeridas pelos agentes financeiros , os chamados “Lenders”, para concessão de
financiamentos são mais onerosos se comparados a outros praticados por agentes
financeiros internacionais. O uso de unidades estrangeiras abre o leque de obter capital
para investimentos em condições consideravelmente mais favoráveis as que se dispõe no
Brasil. Sendo realizadas operações de “Sale Lease Back” utilizando o próprio valor das
unidades para obtenção de taxas mais atraentes.
3
Este processo todo é fundamentado na operação da unidade no regime de
Admissão Temporária no país, regulamentado pela Receita Federal. O documento que
atesta este regime é o Atestado de Inscrição Temporária emitido pela Marinha do Brasil e
encontra na manutenção da Conformidade Legal o item de maior importância ser obtido.
Estando estes requisitos descritos de forma a propor uma maneira otimizada de
cumprimento pelo Armador.
4
facilidades de negociação de caráter técnico com a Autoridade Marítima, obrigações
trabalhistas consideravelmente mais brandas que as praticadas pelos demais países, etc.
Porém não é só o aspecto financeiro ou de menor ônus administrativo que se
define a melhor alternativa de escolha de uma Bandeira de uma embarcação. Cada
bandeira possui a sua credibilidade internacional perante a IMO (Internacional Maritime
Organization). Esta credibilidade é fruto do nível de cobrança imposto pela bandeira as
embarcações que estão sob sua jurisdição no que se refere ao cumprimento dos
requisitos técnicos e de segurança o qual possui influência direta no premio de seguro da
Plataforma, nas taxas praticadas pelo “Lender (banco)” no contrato de afretamento, além
do fato que muitas vezes inviabilizar a escolha de uma bandeira, pois um país pode não
aceitar que uma embarcação que não possua um nível mínimo de segurança opere em
suas águas.
No Brasil não existe a restrições explicitas a uma determinada bandeira, ou seja,
um armador é praticamente livre para poder optar por qualquer bandeira que seja
signatária da IMO e deseja operar no regime de Admissão temporária. Porém existe um
adendo que para poder operar em Águas Jurisdicionais Brasileiras, e possuir a
correspondente autorização da Marinha, a embarcação deve ser mantida em classe por
uma Sociedade Classificadora a qual seja reconhecida pela Autoridade Marítima
Brasileira. Este item foi adotado pelo estado Brasileiro para garantir uma maior influencia
do Brasil ao cumprimento dos requisitos de segurança e técnicos da embarcação.
Outro aspecto a ser levado em consideração na fase de definição das bandeiras
mais adequadas é o conceito que cada uma dessas bandeiras tem perante as demais
administrações costeiras, os agentes financiadores, o mercado segurador, os prováveis
contratadores dos serviços a serem prestados pelo armador da embarcação etc. Cada
uma dessas entidades, baseada em experiências anteriores, possui sua própria opinião
sobre cada bandeira de conveniência, principalmente em função do grau de rigor
estabelecido por cada uma delas para concessão e manutenção de registro.
Conforme os itens acima descritos, um armador para operar no Brasil, tem
diversas opções de porto de registro para a sua embarcação, desde que o Brasil
reconheça a classificadora e a Bandeira seja signatária da IMO, conseqüentemente
cumpra as convenções internacionais emitidas por esta organização.
5
Para o caso da navegação de cabotagem, o armador pode optar entre a Bandeira
Brasileira ou cumprir os requisitos descritos anteriormente, utilizando uma Bandeira
signatária e uma Sociedade Classificadora reconhecida.
6
Ø AMERICAN BUREAU OF SHIPPING
Ø BUREAU VERITAS
Ø GERMANISCHER LLOYD
Ø LLOYD´S REGISTER
7
O bom senso induziu um grupo de países a se reunirem com o objetivo de
estabelecer requisitos únicos, que uma vez acordados, seriam acatados por todos. Essa
conduta deu origem às chamadas convenções internacionais, as quais com o surgimento
da ONU, passaram a ser conduzidas pela IMO (International Maritime Organization),
sendo atualmente o principal pólo gerador de requisitos internacionais de caráter
governamental relacionados com a segurança das operações marítimas em geral.
A IMO basicamente tem o propósito de garantir que a navegação mundial siga três
princípios básicos, sendo eles:
Ø Segurança na navegação
Ø Salvaguarda da vida humana no mar
Ø Proteção ao meio ambiente
8
fazem parte do conjunto de regras e normas básicas a serem consideradas nos estágios
de projeto e construção de todas as embarcações:
Esta convenção adotada por todos os paises signatários da IMO é importante para
definir mesmos critérios para uma embarcação que estiver operando em qualquer destes
países.
9
2.4.2- BORDA-LIVRE- INTERNATIONAL CONVENTION ON LOAD LINES 1966 [2]
Esta convenção é baseada nos conc eitos das primeiras legislações britânicas de
limitação dos calados máximos de navios de carga, como forma de lhes garantir, com a
borda livre remanescente, reservas mínimas de flutuabilidade. De acordo com essa
legislação original, cada navio era obrigado a manter, em local visível a meia-nau, um
disco com indicação do calado máximo a ser respeitado.
A indicação de calado máximo através do disco (Disco de Plimsoll) é utilizada até
hoje, sendo considerado um dos recursos mais práticos para se exercer fiscalização
sobre o carregamento máximo permitido para cada embarcação.
Cada embarcação por possuir características próprias possui a sua borda livre,
mas este valor é calculado basicamente tendo como referências as características
estruturais, de estanqueidade (convés e casco) e na curva de estabilidade da
embarcação.
10
Figura 4- Marca de Borda Livre.
11
A convenção Marpol foi criada em 1973 e modificada pelo protocolo de 1978,
visando a criação de requisitos para operação de navios petroleiros, onde na década de
70 apresentaram um crescimento muito grande e conseqüente capacidade de provocar
danos ao meio ambiente em caso de acidente. Porém seus requisitos passaram a ser
aplicáveis a outros tipos de navios mesmo que não transportem como carga petróleo e
derivados.
12
possuem o MODU-CODE, que faz referência e torna obrigatório o cumprimento de muitos
itens da convenção SOLAS.
13
corpo técnico oficial em condições de avaliar e certificar toda essa frota; sob esse
aspecto, somente com auxílio da rede de atendimento provida pelas Sociedades
Classificadoras seria possível garantir que qualquer embarcação registrada sob aquela
bandeira, seja lá onde houvesse sido construída ou onde estivesse operando, estaria
sempre em condições de ser atendida por algum escritório de Classificadora credenciada
por aquela bandeira.
Como tanto o país de registro como o país onde a embarcação estiver operando
são obrigados a exigir e fazer cumprir as convenções internacionais por eles acatadas é
através das Classificadoras que essa tarefa passa a ser feita, e por apenas uma entidade
cujos certificados e demais observações pertinentes são plenamente reconhecidos por
ambos os governos.
É importante que fique bem claro que quando uma Classificadora está fazendo
alguma das chamadas vistorias estatutárias, ela está na prática, representando o país de
registro, e, portanto qualquer recomendação porventura registrada passa a ser
considerada uma exigência legal oriunda não de uma “empresa” mas sim de uma
Autoridade Marítima.
14
Figura 5 – Exemplo de Certificado Estatutário.
15
CAPITULO - 3
16
superior a trinta dias. Os procedimentos são bem semelhantes, sendo que a principal
diferença é na realização da perícia para emissão da declaração de conformidade, pois as
diferenças físicas entre uma plataforma e um navio influenciam diretamente nos itens de
verificação da perícia.
17
petróleo de uma unidade não for considerável pode não oferecer condições favoráveis de
pagamento do financiamento.
O contrato de leasing é bem complexo onde se objetiva preservar os interesses de
ambas as partes, porém existem características comuns a todos estes contratos tais
como:
Ø A obrigatoriedade de seguro P&I para a plataforma.
18
3.3- ADMINISTRAÇÃO COSTEIRA BRASILEIRA.
19
NORMAN 01 [7] - Normas da Autoridade Marítima para embarcações empregadas na
navegação de Mar Aberto.
20
Para obter a autorização antes de iniciar essa operação o operador da
embarcação de bandeira estrangeira, deverá requerer junto a Capitania dos Portos
responsável pela Jurisdição da área de operação da unidade a emissão do AIT. Para isto
é necessário o seguinte procedimento e as regras abaixo:
21
Ø Caso as deficiências apontadas não representem risco para a plataforma,
poderá ser emitida pela Capitania uma Declaração Provisória para Operação em
AJB. Essa declaração possuirá em anexo uma lista com as exigências, contendo a
natureza e o prazo para cumprimento das deficiências apontadas. Tal Declaração
terá validade de 90 (noventa) dias. E o maior prazo concedido para cumprimento
de uma exigência não é superior a validade da Declaração Provisória.
22
Para poder organizar as ações necessárias para obter ou renovar o AIT, dentro de
uma ordem de precedência, um modelo de diagrama citando a seqüência lógica destas
ações, é a forma mais indicada para poder ter uma visão geral do processo.
Início
Providenciar ou renovar o
Contrato de Afretamento
Declaração de sim
conformidade dentro do
período de validade?
não
Renovar a declaração de
conformidade de acordo com
o Procedimento específico
4
Requerer a emissão ou prorrogação do AIT.
Diligenciar o recebimento do novo AIT.
Fim
23
Admissão Temporária são oriundas dos requisitos de manutenção da Declaração de
Conformidade que serão descritos a seguir.
24
Início
Comunicar a unidade
chegada do prazo para renovação da
declaração de conformidade
sim
3
6
Receber a declaração de conformidade,
não enviar o original para a unidade
Houve exigências
sim
5
Fim
Atender às exigências
Marcar nova perícia
de conformidade
25
3.6- ESCOPO DA PERÍCIA PARA A EMISSÃO DA DECLARAÇÃO DE
CONFORMIDADE.
26
solicitação de exames ou testes nos casos em que existam indícios de que a
estrutura não corresponda essencialmente ao apresentado no relatório, ou
alguma deficiência encontrada considerada grave pelo Perito.
Uma perícia ou uma vistoria, para ser considerada eficiente e que cumpra o
objetivo de garantir segurança para a unidade e para as pessoas a bordo deve se basear
em uma padronização, ou seja a “opinião” do perito deve influenciar o menos possível,
pois não é admissível que um perito vá a bordo e verifique os itens que ele “julgue” que
são necessários. Se isto ocorrer uma auditoria realizada por três peritos diferentes,
27
provavelmente geraria três relatórios bastante destoantes. Para tentar minimizar o “fator
opinião” ao máximo nas perícias foi adotado por todas as Autoridades marítimas do
mundo o uso de listas de verificação (Check-Lists) que são específicas para os itens que
estão sendo verificados, ou seja, uma para maquinas, outra para estrutura, outra para
salvatagem e são criadas com bas e nos requisitos constantes nas convenções marítimas
internacionais e nos critérios adotados por cada país. Este importante método garante
que todas as partes da embarcação sejam verificadas e que o trabalho do perito seja na
maioria das vezes dar uma resposta objetiva ao cumprimento de determinado item, ou
seja, responder sim, não ou não aplicável; dentro do check-list.
Porém a experiência do perito não pode ser descartada, pois muitas vezes
responder uma das três alternativas acima não é tarefa fácil. Então o que comumente é
feito é que uma Inspeção Naval de uma Plataforma de Petróleo seja realizada por três ou
mais peritos e cada um verifica a área onde é a sua especialidade, seja máquinas,
salvatagem, certificados, etc. Sendo que após a perícia elaboram o relatório de exigências
em conjunto ajustando as interfaces de cada item.
Por ocasião da Perícia para a emissão do AIT é realizada também uma perícia
para determinar a Tripulação Mínima de Segurança da unidade, está perícia gera um
Certificado determinado CTS (Cartão de Tripulação de Segurança) [7], o qual possui
validade atrelada ao AIT.
O princípio do CTS se baseia em que toda embarcação, para sua operação
segura, deverá ser guarnecida por um número mínimo de tripulantes, associado a uma
distribuição qualitativa, denominado tripulação de segurança. A tripulação de segurança
difere da lotação, que expressa o número máximo de pessoas autorizadas a embarcar,
incluindo tripulação, passageiros e profissionais não tripulantes.
Como o modelo proposto é o uso de unidades estrangeiras, existe um certificado
semelhante ao CTS emitido pela Bandeira estrangeira da unidade, denominado Minimum
Safe Manning, seu conceito de emissão é análogo ao CTS. Pois o critério qualitativo e
quantitativo é baseado, assim como o CTS no STCW (Código Internacional sobre Normas
de Treinamento de Marítimos, Expedição de Certificados e Serviços de Quarto, 1995) [8]
e na Legislação Marítima da Bandeira.
28
O CTS e o Minimum Safe Manning na maioria das vezes possuem a mesma
dotação em relação à qualificação e quantidade de tripulantes, porém se em um caso
excepcional forem destoantes, a unidade deve possuir um tripulação de seguranç a que
atenda aos dois.
Tabela 1- CTS de uma Plataforma móvel sem propulsão.
Total 8
29
• Supervisor de Manutenção - Pessoa responsável pela inspeção, operação, teste
e manutenção das máquinas e equipamentos essenciais à segurança da vida
humana a bordo e prevenção da poluição causada pela plataforma ou sua operação.
Nota:
30
É importante frisar que a tabela acima não é definitiva, dependendo das
características espec íficas de cada unidade ou da área de operação a dotação e
qualificação acima pode sofrer alterações.
Os tripulantes para fazerem parte do CTS e do MSM não são somente
designados, na prática a realidade está bem longe disto. Como citado anteriormente, o
conceito é não ter somente uma quantidade e sim uma qualidade (credenciamento) para
exercer determinada função essencial a bordo.
Para obter o credenciamento o tripulante necessita realizar um curso de formação
específico e possuir experiência a bordo para desempenhar determinada função. Estes
cursos de formação são ministrados por centros de formações credenciados pela
bandeira, pois foram pré-avaliados por esta e possuem delegação de emitir certificados
de conclusão dos cursos dentro dos padrões de qualidade exigidos pela bandeira. Após a
realização do curso o tripulante é submetido a uma avaliação e se aprovado obtém o
certificado de conclusão do curso.
Porém para muitas funções a bordo, concluir um único curso de não é o suficiente
para poder obter a certificação da função (Carteira do Tripulante). Os requisitos para
obtenção da certificação estão descritos a seguir. Onde se encontram enumeradas as
funções previstas no Minimum Safe Manning bem como os requisitos necessários para
obter a certificação correspondente à função dentro dos requisitos previstos na IMO A-
891[9].
• OIM – Offshore Installation Manager (Geplat):
31
3. Possuir o certificado dos seguintes cursos, os quais estão previstos na
Resolução IMO A.891(21) e no STCW -95.
• Medical First Aid, item 5.4.2.4 da Resolução A-891 da IMO e item A-VI/4-1
do STCW-95.
32
• Advanced Firefighting, item 5.4.2.3 da Resolução A-891 da IMO e Item A-
VI/3 do STCW -95.
• Medical First Aid, item 5.4.2.4 da Resolução A-891 da IMO e item A-VI/4-1
do STCW-95.
33
• MS – Maintenance Supervisor (Eletricista, Mecânico):
• A-VI/4-1 do STCW-95.
34
1. Um mínimo de três anos de serviço como Roustabout em MOU’s(homem
de área, operador de carga, etc.); sendo que 1 (um) ano desse serviço pode ser
substituído pela aprovação em um curso de treinamento aprovado pela
Administração.
35
1. Possuir o certificado dos seguintes cursos, os quais estão previstos na
Resolução IMO A.891(21) e no STCW -95.
Este é o único Certificado Estatutário que não possui validade, pois atesta apenas
o volume dos espaços fechados da embarcação de acordo com os requisitos da
convenção Tonnage 69, e uma vez que a unidade não passe por alguma alteração que
modifique este volume, o certificado continuará valido.
A emissão deste certificado é feita durante a de construção da unidade com base nos
planos (projeto), porém a obra necessita estar em um estágio avançado onde todos os
36
volumes dos espaços fechados já estejam concluídos. Já que para a efetiva emissão do
certificado e necessário a realização da chamada vistoria de Arqueação onde o vistoriador
necessita percorrer toda a unidade e verificar se todas as dimensões dos volumes dos
espaços fechados estão de acordo com o relatado nos planos.
37
Ø Marcas de Borda Livre (DISCO DE PLIMSOL) - Verificar se está visível,
dentro da posição regulamentar constante no folheto de trim e estabilidade e se
apresenta a sigla da entidade emitente.
Ø Instalações Elétricas;
Ø Segurança contra incêndio;
Ø Equipamentos de Salvatagem;
Ø Instalações de Radiocomunicações ;
Ø Guindastes ;
Ø Requisitos Operacionais;
38
Os requisitos de construção são verificados durante a montagem da unidade no
estaleiro, onde toda a etapa construtiva é acompanhada pelo vistoriador, para isto o
processo é verificado desde a certificação da chapa na siderúrgica, até a montagem desta
chapa certificada e rastreada na estrutura da unidade. Todos os procedimentos de
soldagem também devem ser qualificados pela Sociedade Classificadora, nele as
variáveis essenciais do procedimento são controladas tais como: tipo de eletrodos,
temperatura de soldagem, metal base, posição de soldagem, etc.
Os requisitos de subdivisão e estabilidade são verificados previamente por ocasião
da aprovação dos planos e documentos da unidade, uma vez que estes estejam
aprovados e a construção da unidade siga exatamente como descrito no projeto, o
cumprimento dos requisitos é garantido. Para finalizar é necessária apenas a realização
da prova de inclinação antes da entrada em operação da unidade, para a verificação da
estimativa do posicionamento do centro de gravidade da plataforma.
Os demais itens previstos no MODU são de caráter operacional e rotineiro, ou
seja, devem ser verificados continuamente durante a vida útil da unidade. São de
considerável complexidade, então se idealizou a confecção da tabela abaixo onde todos
os itens verificados são descritos e o tipo de verificação que e feita por ocasião da
vistoria.
Tabela 2- Itens de Vistoria MODU-CODE e observações aplicáveis.
- Casarias
- Espaços internos acessíveis
39
- Anteparas estanques
- Queimadores
- Pedestais de guindastes
- Balaustradas, passarelas e escadas
externas
- Equipamentos de casco
- Arranjo permanente de reboque
40
Guindastes Teste de funcionamento e dos Verificar se a
dispositivos de segurança. documentação
referente aos
cabos de aço está
Confirmar a existência de
atualizada e é
tabelas de carga e indicador
mantida disponível
de ângulo da lança.
para consulta.
- Geradores principais
- Gerador de emergência Teste dos dispositivos do
painel elétrico principal
- Sistema de baterias
(paralelismo, potência
- Quadro elétrico principal e outros
reversa, subfreqüência etc).
- Ventiladores e exaustores
41
(sómente em plataformas semi- Deverão estar a
submersíveis) bordo, na data da
- Alagamento do compartimento inspeção, todos os
por CO2 dispositivos para
testes dos
- Fogo, Fumaça e Gás
sensores de fogo ,
gás e fumaça,
- Fechamento remoto das válvulas conforme as suas
dos tanques de óleo diesel (válvulas respectivas
de corte de combustível) características
(ex: kit de gás,
- Luzes de navegação e do heliponto lanternas de UV /
infra-vermelho,
soprador, etc...).
- Sistemas de comunicação internos
42
D – Vistoria da Estação rádio Verificar a compatibilidade da
realidade a bordo com os
equipamentos descritos na
licença de Estação Rádio
Publicações ITU:
(emitida pelo país de
registro). -List of call signs
and numerical
Identities.
Verificar as publicações
-List of coast
internacionais (ITU).
stations.
-List of ship
Verificar os manuais de
stations.
operação e manutenção.
-List of radio
determination and
Verificar os manuais GMDSS special service
e a documentação dos stations.
Operadores GMDSS (emitida
-Manual for use by
pela Bandeira), caso a
the maritime
Unidade não possua
mobile and
Certificado de Isenção p/
maritime satelite
Equiptos GMDSS.
stations.
Verificar a existência do
Diário de Serviço de
Radiocomunicações.
43
F - Salvatagem
- Baleeiras
- Fumígenos
- Rações sólida e líquida
- Extintor
- Fachos luminosos
- Cilindros de ar comprimido
44
A especificação
- Bote de resgate
Testar o funcionamento do
motor e do sistema de Testar as baterias,
descida. anotar a nova
Verificar palamenta e validade na
marcação do nome e porto de etiqueta ou
- Exercícios registro da embarcação. substituir, se for o
caso.
Verificação de registro
(incluindo navegação).
45
Verificação da quantidade,
- Coletes salva-vidas tipo, estado, disposição,
marcação do nome e porto de
registro.
- Bóias circulares
- 4 conjuntos lança-retinidas
46
baterias. manutenção
Verificar a validade da válvula credenciada, onde
hidrostática. conste o número
de identificação
cadastrado no
EPIRB.
47
- Materiais de combate a incêndio
- Mangueiras Inspeção visual
48
3.8.5- CERTIFICADO DE CLASSE. [10]
Para o Certificado de Classe ter validade de cinco anos é necessário, como nos
estatutários, fazer o endosso anual. Na prática, isso significa que a unidade tem que
sofrer Vistoria de Classe anualmente. Quando aplicável à unidade, inclui também os
sistemas de inertização de tanques, automação, ancoragem, etc. que constem em
notação no referido certificado.
49
Para a realização das vistorias anuais estatutárias e de classe, é previsto uma
“janela” de três meses [10], este tempo é importante, pois é possível ajustar a
disponibilidade do vistoriador e o tempo da unidade se preparar para a perícia. O
cronograma mostra com bastante clareza como é o tempo de realização das vistorias
estatutárias e de classe, inclusive indicando o período da vistoria intermediária.
CRONOGRAMA DE VISTORIAS
0 1 2 3 4 5
VISTORIA INTERMEDIÁRIA
50
3.9- PREPARAÇÃO E PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DAS
VISTORIAS
Para este objetivo ser alcançado a metodologia de realizar uma vistoria prévia é
altamente recomendável, mas na prática a existência de pendências é natural e
consequentemente o embarque do vistoriador para retirada destas. Então um fluxograma
que enumera as atividades necessárias para a execução das vistorias bem como um
procedimento de retirada das pendências da unidade.
51
Início
1
Planejar vistoria de classe e/ou
estatutária e/ou para atendimento de
pendência
2
Realizar a vistoria de classe e/ou
estatutária e/ou para o atendimento
de pendência
Sim
4
Solucionar as pendências dentro do
prazo
Sim
Não
Não
5 6
Atualizar o banco de dados com base
Negociar prorrogação do prazo de nas informações recebidas pela
atendimento Sociedade Classificadora
Atualizar o banco de dados
Fim
Figura 10 - Diagrama para realização das vistorias para emissão dos Certificados
Estatutários e de Classe.
52
3.10- CERTIFICADO DE REGISTRO.
53
Dependendo da Autoridade Marítima que emitiu o Certificado de Registro, este
pode ter validade determinada ou permanente. Mas normalmente as regras para todas as
Bandeiras seguem os princípios abaixo:
A Licença de Estação Rádio também é emitida pelo país de registro, nela os dados
mais relevantes do Certificado de Registro são transcritos. Porém o que caracteriza este
Certificado é que todos os equipamentos rádio da unidade são relacionados e suas
características descritas. Para a emissão deste Certificado é necessário que todos os
equipamentos previstos na Legislação da Bandeira devem estar disponibilizados a bordo
da unidade.
A validade da Licença Rádio normalmente é de cinco anos, porém um novo
Certificado deve ser emitido se algum equipamento descrito for substituído a bordo.
54
e verificar os principais itens de segurança como combate a incêndio e Salvatagem, bem
como a existência de publicações previstas na legislação da Bandeira.
Os Principais itens verificados são:
- Credenciamento da tripulação;
- Pasta de Documentos da Embarcação;
- Publicações Internacionais e Nacionais( País onde a Unidade opera)
- IMO Colregs;
- IMO Solas;
55
- Existência e estado de conservação das palamentas e equipamentos das
baleeiras.
- Estado geral de conservação dos degraus de escadas, passarelas e
balaustradas.
56
Condições Técnicas de Heliponto à DPC. Os processos para obtenção da homologação e
renovação da Portaria de Homologação são descritos no Fluxograma seguir.
Início
3
Há pendências de Sim
Sanar pendências
documentação?
Não
4
DAerM marca data da vistoria
Unidade programa o embarque
DAerM executa a vistoria
8
DAC emite a Portaria de Homologação
Não Unidade atualiza o banco de dados;
Há pendências?
envia cópia da Portaria de Homologação
para a plataforma e órgãos interessados
Sim
5
Fim
Sanar pendências
Pendências Não
DAerM?
Sim
6 7
Marcar data da vistoria para baixa
Marcar data da vistoria para baixa
das pendências com a Capitania dos
das pendências com a DAerM
Portos
Executar a vistoria
Executar a vistoria
57
CAPITULO - 4
58
valor de maneira que oriente a uma decisão mais objetiva, ou seja, deve haver uma
simbiose entre a qualidade da informação e a qualidade do apoio à tomada de decisão. O
apoio multicritério a decisão é o meio que se propõe obter esta simbiose. [11]
O problema de escolha de Bandeira é um processo multicritério, e para isto é
aconselhável um conhecimento bem estruturado de cada critério adotado possibilitando
uma escolha bem consciente. Os decisores devem ser capazes de detalhar tanto possível
as escolhas para cada nível de conhecimento e aplicar julgamentos exatos para cada um
dos critérios, pois a administração das bandeiras é algo dinâmico e pode ser necessária
uma reavaliação futura das decisões adotadas. Então um conhecimento claro dos
processos de escolha é fundamental.
O método AHP (Analytic Hierarchy Process) se apresenta como o processo
decisório multicriterial bem apropriado a escolha da Bandeira. Podendo ser estruturado de
forma a permitir ou não uma mudança do ranqueamento final, justamente pelo fato de um
conhecimento específico dos critérios e a influência de cada um ser princípio básico da
metodologia. [12]
Um dos princípios básicos do AHP é a hierarquia baseada no conceito que as
entidades que já foram identificadas e devem ser agrupadas dentro de um mesmo grupo,
sendo que estas podem ser comparadas somente com as entidades deste mesmo grupo,
não havendo iteração com elementos de outra natureza. Este princípio garante uma
independência entre os elementos de escolha. O armador necessita ter uma clara idéia da
influência de cada elemento na escolha final, devido ao fato de poder quantificar os pesos
atribuídos a cada critério. [11]
Para início da análise, o ponto inicial que deve ser considerado é devido ao fato
das unidades operarem em Águas Brasileiras, ou seja é a Legislação Nacional o critério
inicial para fazer uma seleção prévia das Bandeiras “candidatas” pois antes de qualquer
coisa, para uma embarcação poder operar no regime de Admissão Temporária, de acordo
com a Normam 04 a bandeira deve obrigatoriamente:
1. Ser signatária da IMO .
Isto garante que todos os requisitos constantes nas convenções da IMO (Marpol,
Modu-Code, Load-Line, Tonnage...), serão aplicáveis, de forma equivalente aos requisitos
que o Brasil também adota.
59
2. Ser representada por Sociedades Classificadoras que possuam
também Delegação de Competência para atuar em nome do Governo
Brasileiro.
Este requisito é simples, porém de vital importância, pois caso uma Sociedade
Classificadora cometas falhas na realização das vistorias, e conseqüentemente na
segurança da embarcação. A Autoridade Marítima Brasileira possui meios diretos para
interferir e corrigir eventuais desconformidades, determinando a Classe que corrija
determinado item. Com a evolução das Normam’s a Marinha observou a necessidade de
se criar um vínculo direto com as embarcações operando no Brasil, pois se uma
embarcação registrada em outro país que possuísse uma sociedade Classificadora sem
qualquer vínculo, não haveria muito controle das condições técnicas da unidade. Em
última análise, era possível somente o recurso de arresto pela força, como meio para se
fazer cumprir a Legislação Marítima. Sendo que nos casos extremos onde houvesse um
sinistro onde a embarcação fosse a pique e prejudicasse o país sendo poluição ou outro
fator qualquer, não era possível aplicar nenhuma sanção direta ao armador ou a
classificadora, a não ser através de complexas negociações campo diplomático.
A partir das premissas descritas acima, foi feita uma pesquisa a partir de “Alpha
Lists” das Sociedades Classificadoras que o Brasil reconhece, onde esta Bandeira de
Registro obrigatoriamente também fosse signatária da IMO, para se obter quais seriam as
possíveis escolhas de bandeira que as unidades deveriam arvorar. As bandeiras que
apresentavam considerável adequação entre as Legislações Marítimas e que as
despesas de Registro com valores atrativos foram:
Ø Bahamas
Ø Libéria
Ø Panamá
Ø Marshall Islands
Ø Vanuatu.
Considerando agora que o Armador poderia escolher qualquer uma das bandeiras
acima. A decisão de qual bandeira seria mais indicada não é algo muito trivial. Pois elas
foram compatíveis com as restrições iniciais e dos critérios principais adotados. É
necessário fazer uma análise mais detalhada para se obter a mis indicada. Então como
sub-critérios para a escolha da bandeira foi definido os seguintes parâmetros:
60
Ø Custo de Realização do Registro,
Ø Custo de Permanência no Registro,
Ø Credibilidade Perante a IMO,
Ø Restrições por parte dos Agentes Financeiros (Lenders),
Ø Organização Administrativa,
Ø Relacionamento Técnico com a Administração Marítima
(capacitação técnica para analise de processos),
Ø Procedimentos Burocráticos
A seguir para apresentar todos os critérios a serem considerados e a respectiva
avaliação de cada bandeira nestes, é apresentada uma tabela demonstrativa no modelo
de “olodum” onde fica muito clara a classificação de cada bandeira em cada critério.
Custos de
Realização de Razoável Razoável Razoável Alto Razoável
Registro
Custos de
Permanência de Alto Alto Razoável Razoável Baixo
Registro
Credibilidade Bem Bem
Razoável Mal Conceituada Razoável
perante a IMO Conceituada Conceituada
Restrições por Restrições Restrições
parte dos Sem Parciais (devido Sem Sem Parciais (devido
agentes restrições ao conceito no restrições restrições a problemas
financeiros Port Sate Control fiscais)
Organização
Razoável Ruim Boa Boa Ruim
Administrativa
Relacionamento
Ágil e com Ágil e com
Técnico com a Moroso Moroso Razoável
presteza presteza
Administração
Procedimentos Quantidade
Reduzido Reduzido Razoável Reduzido
Burocrátizados significativa
Figura 11 - “Olodum” que indica o comportamento de cada uma das bandeiras analisadas .
61
Porém para se Idealizar uma análise de qual bandeira será a mais indicada é
necessário fazer uma priorização dos critérios a serem, para isto dentre os acima se pode
classificar de uma maneira macro todos os acima em três critérios principais: custo,
credibilidade e organização. Como o objetivo final de um armador no setor de Petróleo é
poder trabalhar usufruindo as melhores condições operacionais possíveis dentre estes
três critérios, a importância maior se dará a credibilidade da bandeira pois se optar por
uma bandeira mais confiável trará inúmeros benefícios operacionais com os órgãos
externos,sejam estes fiscalizadores, governamentais ou financeiros. Logo em seguida
para poder usufruir desta credibilidade é necessário haver uma organização
administrativa das bandeiras eficiente, pois os requisitos da Legislação Marítima são
dinâmicos e a iteração entre armador e administração da bandeira é constante. Por fim
restariam os custos como critério macro de menor importância, isto principalmente se
deve ao fato que considerando as cifras envolvidas na atividade off-shore, os custos de
registro de uma plataforma não possuem grande relevância, mas para esta análise em
particular devem ser considerados dentro de uma hierarquia proporcional aos demais
processos.
Na tabela anterior fica claro que cada opção de bandeira apresenta vantagens e
desvantagens, o objetivo agora é idealizar uma metodologia de classificar as bandeiras
em uma ordem que reflita as relevâncias dos critérios considerados como principais. Para
isto será feita uma avaliação entre cinco opções de bandeira dentre critérios diferentes.
Para poder realizar esta análise objetivando resultados precisos será utilizado o método
AHP (Analytic Hierarchy Process) para obter uma decisão Multicritério Discreta cuja
aplicação reduz uma análise de muitos elementos a uma série de comparações unitárias
de elementos de mesmo grau hierárquico (comparação paritária). A metodologia do AHP
é particularmente interessante para o caso de análise de Bandeiras, onde se necessita
avaliar alternativas que possuem diversas classificações dentro dos critérios
considerados, pois faz uma análise binária caso a caso, podendo se ter uma comparação
bastante clara de uma opção em relação à outra dentro de um mesmo critério.
62
No procedimento decisório é possível notar que existem duas abordagens para se
solucionar problemas: a dedutiva e a sistêmica. Basicamente, a abordagem dedutiva foca
nas partes integrantes da decisão, enquanto a sistêmica se concentra no sistema como
um todo. No presente trabalho ambas as abordagens são consideradas.
ESCOLHA
DA
BANDEIRA
63
vezes é difícil de ser mantida, o que não necessariamente gera uma violação da
transitividade (SAATY,1996). Para evitar ou minimizar eventuais distorções e
conseqüentemente obter resultados bem reais é utilizado uma escala matemática que
traduza em números (escala) os graus de importância de um elemento em relação a
outro. [11]
Para isto será utilizada a escala fundamental de SAATY (1980) onde é definido
numericamente o nível de importância de um elemento em relação a outro, conforme
segue:
64
Tabela 4- Matriz de comparação dos principais critérios para escolha de Bandeira.
CREDIBILIDADE 5 1 3
ORGANIZAÇÃO 3 1/3 1
MANTER O REGISTRO 7 1
PERANTE A IMO 1 7
65
Tabela 7 - Matriz de comparação do critério organização.
TÉCNICA 4 1 6
LIBÉRIA 1 3 2 6 3
ILHAS 1/2 3 1 3 2
MARSHALL
66
Tabela 9 - Matriz de comparação do critério manter o registro.
LIBÉRIA PANAMÁ ILHAS BAHAMAS VANUATU
MARSHALL
ILHAS 4 4 1 2 1/3
MARSHALL
BAHAMAS 3 3 1/2 1 1/4
VANUATU 7 8 3 4 1
ILHAS 3 5 1 2 5
MARSHALL
BAHAMAS 3 4 1/2 1 4
67
Tabela 12 - Matriz de comparação do critério organização administrativa.
ILHAS 3 6 1 2 4
MARSHALL
BAHAMAS 3 4 1/2 1 3
ILHAS 4 5 1 2 2
MARSHALL
BAHAMAS 3 4 1/2 1 2
LIBÉRIA 1 5 1/2 3 1
VANUATU 1 5 2 3 1
68
O método AHP é composto de etapas distintas e dependentes que são:
Etapa 1- Estabelecer a Hierarquia de decisão.
Etapa 2 - Coletar dados de entrada por meio de comparação paritária entre os envolvidos
em cada nível de hierarquia
Etapa 3 - Utilizar o método de autovalores para estimar os pesos relativos dos elementos
de decisão
Etapa 4 - Agregar os pesos relativos dos elementos de decisão para chegar a um
resultado final e escolha da melhor alternativa global
As etapas 1 e 2 foram descritas nos itens acima, porém para realizar as etapas 3 e
4 não será utilizado a metodologia conforme descrito na literatura e sim será utilizado um
recurso computacional através do software “Expert Choice” , de simples utilização e
amigável visualização dos resultados. Além de apresentar a vantagem de realizar todos
os cálculos matriciais necessários, evitando erro humano e por fim apresenta
graficamente as comparações entre critérios e resultado final, possibilitando verificar se
houve alguma avaliação de critérios errônea e a respectivo grau de inconsistência do
modelo.
Inicialmente foram imputados o objetivo e os critérios exatamente como
apresentado na árvore de valor, logo após foi indicada o nível de competência de cada
bandeira em relação à outra nos diversos critérios considerados e finalmente a
importância de um critério em relação a outro, todas estas avaliações a partir da escala de
SAATY. A seguir é apresentado os termos da análise bem como os resultados obtidos
69
Figura 13 – Nível de relevância entre os principais critérios da análise.
70
Figura 15 – Desempenho das bandeiras no critério credibilidade.
71
Figura 17 – Desempenho global de todas as bandeiras.
O resultado final foi bem realista com a atual realidade das bandeiras e obteve um
índice de inconsistência no máximo de 0,04 isto mostra que todas as classificações
atribuídas aos critérios e as bandeiras foram bem coerentes. A literatura indica que níveis
de inconsistência de até 0,1 são aceitáveis, o resultado obtido foi bem melhor que este
limite, indicando que a avaliação final é bem realista com os conceitos e premissas
consideradas previamente.
A partir de toda a análise realizada fica evidente que a melhor escolha de bandeira
é as Ilhas Marshall, onde apresentou um resultado global bem acima das demais, apenas
não sendo mais interessante que Vanuatu no quesito custos. Esta análise além de indicar
qual é a melhor escolha, permite “ranquear” as bandeiras analisadas a partir dos critérios
definidos pelo armador. Um fato que deve ser evidenciado é que a administração das
bandeiras é algo dinâmico, ou seja, o panorama atual pode não ser o mesmo daqui a
poucos anos, em função disto uma metodologia adotada por muitos armadores no mundo
72
é não registrar todas as suas plataformas em uma única bandeira somente, mitigando os
riscos a sua frota em caso de uma mudança drástica de forma de atuação de uma
bandeira. Caso esta metodologia fosse utilizada, a análise também se mostrou muito
eficiente. Por exemplo, se fosse decidido dividir a frota em três bandeiras, estas seriam
Ilhas Marshall, Bahamas e Vanuatu, nesta ordem.
CAPITULO - 5
OUTRAS ENTIDADES
73
5.2 - ANVISA
CAPÍTULO - 6
CONCLUSÃO
74
operar a unidade dentro da legislação de cada bandeira, partindo do atual conceito
internacional de gerenciamento de segurança que para uma operação segura não é
suficiente estar somente com uma embarcação dentro dos requisitos sendo necessário
também estar com uma tripulação competente e treinada para a função que irá
desempenhar.
Como o trabalho é fundamentado na obtenção do Atestado de Inscrição Temporária
de uma Embarcação Estrangeira arvorando ba ndeira estrangeira, verificou-se que os
requisitos legais de cada bandeira são diferentes bem como os custos e capacidade
administrativa, então a partir de uma análise prévia foram identificadas cinco bandeiras
que se apresentaram condizentes com a compatibilidade na Legislação Marítima
Brasileira e com os critérios prévios definidos pelo armador. E adotou-se uma análise
multicritérionn para identificar qual seria na atual realidade a mais indicada para registrar
as unidades, obtendo um resultado bem preciso e objetivo de qual bandeira irá arvorar e
as possíveis opções.
Por fim, o modelo se mostrou completo e bem focado ao objetivo de oferecer as
companhias operadoras de plataformas flutuantes, uma proposta coerente de
identificação e simplificação das ações necessárias para operar em Águas Jurisdicionais
Brasileiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
75
[5] INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION. Code for the Construction and
Equipment of Mobile Offshore Drilling Units. Londres, 1989.
[10] AMERICAN BUREAU OF SHIPPING - Rules for Building and classing Mobile
Offshore Drilling Units. Houston, 2006.
[13] SAATY, THOMAS, L., Decision making for leaders: the analytic
hierarchy process for decisions in a complex world, University of
Pittsburgh, Pittsburgh,USA, 2001.
76
4. APÊNDICE A
DOU de 30.6.2003
77
I - a embarcação não poderá ser utilizada em qualquer atividade, ainda que
prestada a título gratuito;
II - para fins de controle aduaneiro, será exigido que o beneficiário:
a) apresente, por ocasião do pleito de extinção do regime originalmente
concedido, cópia do documento relativo à autorização do órgão
competente da Marinha, inclusive no caso de prorrogações, nos termos do
§ 1º do deste artigo;
b) comunique previamente, no caso de deslocamento da embarcação, o
local de destino à unidade da SRF responsável pela concessão do regime
e à unidade que jurisdicione o novo local onde ficará fundeada; e
c) apresente, por ocasião da saída definitiva do País, cópia do passe de
saída para porto estrangeiro.
III - para o despacho de reexportação da admissão temporária
originalmente concedida, será dispensada a saída física da embarcação do
território nacional;
IV - a averbação dar-se-á automaticamente, pelo Sistema, com o
desembaraço para reexportação, após o que poderá ser emitido o
correspondente comprovante de exportação; e
V - poderá ser autorizada a concessão de novo regime para a mesma
embarcação, na hipótese de formalização de novo contrato, sem exigência
de sua saída do território nacional.
(...)"
Art. 2º As embarcações consideradas em trânsito na data de publicação desta Instrução
Normativa, ficam automaticamente admitidas no regime de admissão temporária,
conforme disposto no § 1º do art. 27, in fine, da Instrução Normativa SRF nº 4, de 2001,
devendo ser observado, para este caso, somente o constante da alínea "c" do inciso II ou
do inciso V do § 2º do mesmo artigo.
Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
78
5. APÊNDICE B
79
I – exportação, com saída ficta do território nacional, e posterior concessão do regime
especial de admissão temporária aos bens exportados;
II - importação, sob o regime de drawback, na modalidade de suspensão do pagamento
dos impostos incidentes, de matérias-primas, produtos semi-elaborados e partes e peças,
para a produção de bens a serem exportados nos termos do inciso anterior; e
III - concessão do regime especial de admissão temporária, quando se tratar de bens
estrangeiros ou desnacionalizados que procedam diretamente do exterior.
Habilitação ao Repetro
Art. 4º O Repetro será utilizado exclusivamente por pessoa jurídica habilitada pela
Secretaria da Receita Federal (SRF).
Art. 5º Poderá ser habilitada ao Repetro a pessoa jurídica:
80
interessado, instruído com os documentos que comprovem o atendimento dos requisitos
estabelecidos nos incisos I e II e §§ 1º e 2º, do artigo anterior, conforme o caso.
§ 1º A comprovação relativa ao requisito referido no inciso II do artigo anterior dar-se-á
mediante apresentação da documentação técnica do respectivo sistema de controle.
§ 2º Qualquer alteração no sistema de controle apresentado será comunicado à Divisão
de Controle Aduaneiro (Diana), da Superintendência Regional da Receita Federal
(SRRF), em cuja jurisdição se encontre o domicílio fiscal da pessoa jurídica, no prazo de
oito dias.
§ 3º O processo será examinado pela Diana, da respectiva SRRF, que elaborará parecer
conclusivo a ser submetido à aprovação do Superintendente da Receita Federal.
Art. 7º A habilitação ao Repetro será outorgada por meio de Ato Declaratório Executivo do
Superintendente da Receita Federal e terá validade nacional após publicação no Diário
Oficial da União.
Parágrafo único. A habilitação será outorgada pelo prazo de duração do contrato de
concessão, autorização ou de prestação de serviços, conforme seja o caso.
Exportação com Saída Fícta do Território Nacional
Art. 8º A exportação com saída ficta do território nacional dos bens referidos no caput e
no § 1º do art. 2º, industrializados no País, inclusive com a utilização de mercadorias
importadas na forma do inciso II do art. 3º, será realizada pelo respectivo fabricante ou por
empresa comercial exportadora de que trata o Decreto-lei n º 1.248, de 29 de novembro de
1972, a empresa sediada no exterior, em moeda de livre conversibilidade.
§ 1º Os bens exportados na forma deste artigo serão entregues no território nacional, sob
controle aduaneiro, ao comprador estrangeiro ou, à sua ordem, a pessoa jurídica com a
qual tenha firmado contrato de aluguel, arrendamento ou empréstimo dos bens adquiridos
no País, para a execução das atividades contratadas de pesquisa ou produção de
petróleo ou gás natural.
81
I - a exportação será considerada efetivada, para todos os efeitos fiscais e cambiais, na
data do correspondente desembaraço aduaneiro, dispensado o seu embarque com
destino ao exterior;
II - o desembaraço aduaneiro somente será efetuado após a verificação do atendimento
das exigências estabelecidas para a permanência dos bens no País, sob o regime de
admissão temporária, previsto nesta Instrução Normativa.
Art. 10. As exportações submetidas a despacho aduaneiro nos termos do artigo anterior
serão aceitas para fins de comprovação do adimplemento das obrigações decorrentes da
aplicação do regime de drawback, modalidade de suspensão do pagamento dos impostos
incidentes, na importação de matérias-primas, de produtos semi-elaborados e de partes e
peças utilizados na fabricação dos bens referidos no caput e no § 1º do art. 2º .
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, ainda, no caso de obrigações
decorrentes da suspensão do Imposto sobre Produtos Industrializados relativo a matérias -
primas, partes e peças nacionais utilizados na fabricação do produto exportado, nos
termos da legislação específica.
Art. 11. Os benefícios fiscais concedidos por lei para incentivo às exportações ficam
assegurados ao fabricante nacional, após a conclusão:
82
III - procedam do exterior ou tenham sido objeto de despacho aduaneiro de exportação,
nas condições estabelecidas no art. 8º e caput do art. 9º.
Parágrafo único. Tratando-se de embarcação estrangeira, a aplicação do regime estará
condicionada, ainda, à apresentação de autorização para operar no mar territorial
brasileiro, expedida pelo órgão competente da Marinha.
Art. 14. Até 31 de dezembro de 2005, o regime de que trata o artigo anterior será
concedido com suspensão total do pagamento dos impostos incidentes, nos termos do
art. 4º do Decreto no 3.161, de 1999, a pessoa jurídica habilitada ao Repetro.
Termo de responsabilidade e garantia
Art. 15. As obrigações fiscais suspensas pela aplicação do regime de admissão
temporária serão constituídas em Termo de Responsabilidade (TR), conforme modelo
constante do Anexo I da Instrução Normativa SRF no 150/99, de 20 de dezembro de
1999.
Parágrafo único. No TR não constará valor de penalidades pecuniárias e de outros
acréscimos legais, que serão objeto de lançamento específico no caso de inadimplência
das condições estabelecidas para a aplicação do regime.
Art. 16. Será exigida a prestação de garantia sob a forma de depósito em dinheiro,
caução de títulos da dívida pública federal, fiança idônea ou seguro aduaneiro em favor
da União, a critério da beneficiária, em valor equivalente ao montante dos impostos
suspensos em razão da aplicação do regime.
§ 1º Não será exigida garantia quando o montante dos impostos suspensos for inferior a
R$20.000,00 (vinte mil reais), ou se tratar de órgão ou entidade da administração pública
direta, autárquica ou fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
§ 2º Na prestação de fiança serão observados os requisitos e condições estabelecidos no
§ 4º do art. 9º da Instrução Normativa SRF no 150/99.
83
§ 2º No caso de mercadoria objeto de exportação com saída ficta do território nacional, o
RCR deverá ser apresentado à unidade da SRF responsável pelo despacho aduaneiro de
exportação, nos termos do art. 8º e caput do art. 9º, acompanhado de cópia do Registro
de Exportação (RE) relativo à mercadoria.
84
Art. 20. O despacho aduaneiro de admissão temporária será processado com base em DI
registrada no Siscomex, apresentada pela pessoa jurídica beneficiária do regime.
Parágrafo único. A declaração deverá ser instruída com os seguintes documentos:
I - conhecimento de carga ou documento equivalente, quando se tratar de bens que
procedam diretamente do exterior;
II - fatura pro-forma;
85
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a requerimento do interessado, poderá ser
concedido novo regime de admissão temporária, sem a exigência de saída dos bens do
território nacional, desde que atendidas as seguintes condições:
I – seja efetuado o pagamento da multa pelo não retorno dos bens ao exterior no prazo
fixado, conforme previsto no inciso II do art. 521, inciso II, alínea "b", do Regulamento
Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 5 de março de 1985;
II – estejam atendidos os requisitos para a aplicação do regime, previstos nesta Instrução
Normativa; e
III – sejam cumpridas todas as formalidades exigidas para a concessão do regime.
Utilização compartilhada de bens
Art. 23. Os bens submetidos ao regime de admissão temporária por determinado
estabelecimento de pessoa jurídica detentora de concessão ou autorização para
execução das atividades referidas no art. 1º poderão ser utilizados, para a execução
dessas atividades, por qualquer de seus demais estabelecimentos habilitados ao Repetro.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, a beneficiária do Repetro deverá
comunicar à unidade da SRF que concedeu o regime, previamente à utilização dos bens,
os estabelecimentos e os locais em que ocorrerá essa utilização compartilhada, para fins
de anotação na DI de admissão.
Art. 24. Os bens submetidos ao regime de admissão temporária com base em contrato de
prestação de serviços, firmado com pessoa jurídica concessionária ou autorizada, para a
execução das atividades referidas no art. 1º, poderão ser utilizados pela beneficiária do
regime na prestação de serviços contratados com outras concessionárias ou autorizadas,
desde que:
I – o contrato firmado com a nova concessionária ou autorizada tenha prazo inferior
àquele estabelecido para a vigência do regime; e
II – o contrato original para concessão do regime não possua cláusula contemplando a
exclusividade de utilização dos referidos bens.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos bens submetidos ao regime de
admissão temporária por pessoa jurídica detentora de concessão ou autorização para
exercer as atividades referidas no art. 1º quando o regime tiver sido concedido com base
em contrato de prestação de serviços para terceiros.
86
Art. 25. Na hipótese de que trata o artigo anterior, a beneficiária da admissão temporária
deverá informar à unidade que concedeu o regime, previamente à utilização dos bens na
prestação dos serviços objeto do novo contrato, a utilização compartilhada, apresentando
os documentos que comprovem o atendimento dos requisitos estabelecidos.
87
exigência da multa mencionada no parágrafo anterior, caso as providências sejam
requeridas fora do prazo de vigência do regime e antes de iniciada a execução do TR.
§ 4º O eventual resíduo da destruição, se economicamente utilizável, deverá ser
despachado para consumo como se tivesse sido importado no estado em que se
encontre, sem cobertura cambial.
§ 5º O despacho para consumo, como modalidade de extinção do regime, será realizado
com observância das exigências legais e regulamentares que regem as importações,
inclusive daquelas relativas ao pagamento dos impostos incidentes, vigentes na data do
registro da respectiva DI, sem prejuízo da exigência da multa referida no § 2º caso a
providência tenha sido adotada após expirado o prazo de vigência do regime e antes de
iniciada a execução do TR.
Art. 27. Extinto o regime de admissão temporária o TR será baixado, com a conseqüente
liberação da garantia prestada.
88
I – se forem atendidos os requisitos para a aplicação do regime, previstos nesta Instrução
Normativa, pelo novo beneficiário; e
II – mediante o cumprimento de todas as formalidades exigidas para a concessão do
regime.
§ 2º No preenchimento da DI, para os fins previstos no inciso II do parágrafo anterior,
serão informados o valor do bem, bem assim do correspondente frete e seguro,
constantes da declaração que serviu de base para a concessão do regime cujo
beneficiário está sendo substituído.
§ 3º Quando se tratar dos bens referidos no § 1º do art. 2º, o prazo de vigência do regime
será estabelecido de conformidade com aquele fixado para a permanência dos bens aos
quais se vinculem.
Execução do Termo de Responsabilidade
Art. 29. O TR será executado quando ocorrer uma das seguintes hipóteses:
I - ficar comprovada a utilização do bem em finalidade diversa daquela referida no art. 1º;
II - expirar o prazo de vigência do regime sem que o beneficiário tenha adotado qualquer
das providências previstas no art. 26;
III - for constatado que o bem apresentado para as providências referidas no inciso
anterior não corresponde àquele submetido ao regime de admissão temporária.
§ 1º A execução do TR será realizada de conformidade com os procedimentos
estabelecidos na Instrução Normativa SRF nº 84/98, de 27 de julho de 1998.
§ 2º A providência de que trata o caput deste artigo será adotada sem prejuízo da
apreensão do bem apresentado à fiscalização aduaneira, na hipótese de que trata o
inciso III deste artigo, se não for feita prova de sua importação regular.
Controle do Repetro
Art. 30. Os despachos aduaneiros de exportação e de admissão temporária, referidos nos
arts. 9º e 20, respectivamente, devem ser processados na mesma unidade da SRF, de
maneira seqüencial e conjugada, de acordo com orientação emitida pela Coana.
Art. 31. O controle do regime de admissão temporária, quanto ao prazo de vigência, será
realizado pela unidade da SRF que realize a concessão.
Art. 32. O controle da utilização dos bens nas atividades referidas no art. 1º desta
Instrução Normativa será realizado pela unidade da SRF com jurisdição sobre o local
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onde as atividades de pesquisa ou de produção de petróleo ou gás natural são
executadas, mediante diligências e auditorias periódicas.
Art. 33. Os bens submetidos ao regime de admissão temporária, na forma desta Instrução
Normativa, inclusive aqueles constantes de inventário de embarcação, quando não
estiverem sendo utilizados nas atividades referidas no art. 1º, poderão permanecer
depositados em local não alfandegado, sob controle aduaneiro, pelo prazo necessário ao
retorno à atividade ou à adoção das providências para a extinção do regime.
§ 1º O procedimento estabelecido neste artigo será autorizado pelo titular da unidade da
SRF com jurisdição sobre o local onde se encontrem os bens, a requerimento do
interessado, em caráter geral ou específico.
§ 2º A autorização somente será concedida :
I – se o sistema informatizado de controle dos bens submetidos ao regime, previsto no art.
5º, possibilitar a identificação dos bens que se encontrem nessa condição e o local em
que estejam depositados; e
II - se o local indicado para a armazenagem dos bens oferecer as necessárias condições
de segurança fiscal.
§ 3º Os bens depositados no local autorizado permanecerão submetidos ao regime,
vedada a sua utilização a qualquer título.
§ 4º O tratamento previsto no caput deste artigo poderá ser aplicado a bens submetidos
ao regime de admissão temporária com base na legislação vigente antes da edição desta
Instrução Normativa, a requerimento do beneficiário do regime, desde que atendidos os
requisitos estabelecidos nos §§ 2º e 3º deste artigo.
Suspensão e Cancelamento da Habilitação ao Repetro
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a) cancelamento da concessão, autorização ou do contrato de prestação de serviços, que
serviu de base para a habilitação;
b) comprovação, mediante decisão definitiva na esfera administrativa, de prática de ilícito
de natureza tributária ou aduaneira, pela pessoa jurídica habilitada;
c) suspensão da habilitação por prazo superior a 180 dias.
§ 1º As condições para a aplicação da suspensão ou do cancelamento da habilitação
serão apuradas em processo administrativo.
§ 2º Quando for constatada qualquer das situações previstas no inciso I do caput, a
pessoa jurídica será notificada a solucionar as pendências no prazo de dez dias, contado
da data da ciência, salvo na hipótese prevista na alínea "c" do inciso I, quando o prazo
será de trinta dias.
§ 3º Findo o prazo estabelecido no parágrafo anterior, será formalizada a suspensão e
cientificado o interessado, que ficará impossibilitado de utilizar o Repetro, a partir daquela
data até a solução das pendências verificadas.
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§ 1º Para fins do disposto neste artigo, deverá ser especificado com precisão o bem a que
se refere, inclusive no que diz respeito à classificação fiscal e à utilização na atividade.
§ 2º As dúvidas a que se refere o caput deste artigo poderão ser formuladas antes de
realizada a importação ou exportação do bem.
§ 3º Na ocorrência de dúvida quanto à aplicabilidade do Repetro, pela fiscalização
aduaneira, relativamente a bem submetido a despacho de importação ou de exportação,
não dirimida em quarenta e oito horas após a apresentação dos documentos instrutivos
da correspondente Declaração registrada no Siscomex, os bens deverão ser
desembaraçados.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior:
I - será exigida a prestação de garantia, nos termos do art. 16, ainda que o
correspondente montante dos impostos suspensos seja inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil
reais);
II – a respectiva DI deverá ser encaminhada para revisão aduaneira, a ser efetuada após
dirimir as questões formuladas à Coana.
§ 5º Fica delegada competência ao Coordenador-Geral da Coana para editar Ato
Declaratório Interpretativo relativamente à matéria de que trata este artigo.
Art. 38. O regime de admissão temporária concedido na vigência da Instrução Normativa
nº 136/87, de 27 de outubro de 1987, a embarcações e outros bens destinados a
atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e de gás natural, rege-se pelas
normas vigentes na data de sua concessão, até o termo final estabelecido.
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se também no caso da admissão temporária
de máquinas e sobressalentes, ferramentas, aparelhos e outras partes e peças
destinadas a garantir a operacionalidade da embarcação ou do bem admitido para
utilização na atividade.
§ 2º Findo o prazo estabelecido, nos termos do caput deste artigo, será observado o
disposto no art. 17, inclusive nas hipóteses de dilação do prazo contratado, de nova
contratação ou de mudança de beneficiário do regime, dispensada a saída do bem do
território nacional.
§ 3º A relação das embarcações e outros bens submetidas ao regime, referidos no caput
deste artigo, será consolidada pela Coana, por meio de Ato Declaratório Executivo.
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Art. 39. A pessoa jurídica que tenha firmado contrato de concessão ou possua
autorização do órgão competente para exercer, no País, as atividades de que trata o art.
1º, nos termos da Lei nº 9.478, de 1997, poderá, a seu critério, optar pela utilização do
regime de admissão temporária disciplinado pela Instrução Normativa SRF nº 150/99,
sujeitando-se, nessa hipótese, às regras estabelecidas naquele ato normativo.
Art. 40. A Coana orientará sobre procedimentos específicos que devam ser observados
para garantir o cumprimento do disposto nesta Instrução Normativa.
Art. 41. Fica formalmente revogada, sem interrupção de sua força normativa, a Instrução
Normativa SRF no 87/00, de 1o de setembro de 2000.
Art. 42. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
EVERARDO MACIEL
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