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AULA DEMONSTRATIVA
Direito Administrativo
Atos Administrativos
Olá!
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Fabiano Pereira
"Direcione sua visão para o alto, quanto mais alto, melhor. Espere que as mais
maravilhosas coisas aconteçam, não no futuro, mas imediatamente. Perceba
que nada é bom demais para você. Não permita que absolutamente nada te
impeça ou te atrase, de modo algum."
(Eileen Caddy)
SUMÁRIO
ATOS ADMINISTRATIVOS
1. Considerações iniciais
Apesar da FUNDATEC não cobrar esse tema com muita frequência em suas
provas, é necessário que você conheça as diferenças conceituais existentes
entre essas expressões, evitando-se, assim, surpresas na prova!
3. Conceito
São vários os conceitos de ato administrativo formulados pelos
doutrinadores brasileiros, cada um com as suas peculiaridades. Entretanto,
percebe-se nas provas de concursos públicos uma maior inclinação pelo clássico
conceito elaborado pelo professor Hely Lopes Meirelles, que assim declara:
“Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”
Gabarito: Letra a.
Neste último caso, o ilustre professor informa que “em relação aos órgãos
de menor hierarquia, pode a competência derivar de normas expressas de atos
administrativos organizacionais. Nesses casos, serão tais atos editados por
órgãos cuja competência decorre de lei. Em outras palavras, a competência
primária do órgão provem da lei, e a competência dos segmentos internos dele,
de natureza secundária, pode receber definição através dos atos
organizacionais”.
Sobre a competência, além de saber que se trata de um requisito
sempre vinculado do ato, é importante que você entenda ainda quais são as
principais características enumeradas pela doutrina, pois é muito comum
encontrarmos questões em prova sobre o assunto.
4.2. Finalidade
Trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei) que impõe a
necessidade de respeito ao interesse público no momento da edição do ato
administrativo.
Tenho certeza de que você se recorda de que a finalidade do ato
administrativo deve ser atingida tanto em sentido amplo quanto em sentido
estrito para que este seja considerado válido.
Em sentido amplo, significa que todos os atos praticados pela
Administração devem atender ao interesse público. Em sentido estrito,
significa que todo ato praticado pela Administração possui uma finalidade
específica, prevista em lei.
Apesar de a Administração ter por objetivo a satisfação do interesse
público, é válido ressaltar que, em alguns casos, poderão ser editados atos com
o objetivo de satisfazer o interesse particular, como acontece, por exemplo,
na permissão de uso de certo bem público (quando o Município, por exemplo,
permite ao particular a possibilidade de utilizar uma loja do Mercado municipal
para montar o seu estabelecimento comercial).
4.3. Forma
A forma, que também é um requisito vinculado do ato administrativo, a
exemplo dos requisitos da competência e finalidade, também pode ser
compreendida em sentido estrito e em sentido amplo.
Em sentido estrito, a forma pode ser entendida como a exteriorização
do ato administrativo, o “modelo” do ato, o modo pelo qual ele se apresenta ao
mundo jurídico.
Em regra, o ato administrativo apresenta-se ao mundo jurídico por
escrito. Entretanto, existe a possibilidade de determinados atos surgirem
verbal, gestual, ou, ainda, virtualmente.
Exemplo: Quando o guarda de trânsito emite “dois silvos breves” com o
seu apito, ocorre a edição de um ato administrativo informal, pois ele está
determinando que você pare o veículo para que seja fiscalizado. Da mesma
forma, quando o semáforo de trânsito apresenta a cor vermelha, está sendo
editado um ato administrativo informal determinando que você também pare o
veículo.
4.4. Motivo
O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato
e de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo.
O motivo se manifesta através de ações ou omissões dos agentes
públicos, dos administrados ou, ainda, de necessidades da própria
Administração, que justificam ou impõem a edição de um ato administrativo.
Para que um ato administrativo seja validamente editado, faz-se
necessário que esteja presente o pressuposto de fato e de direito que
autoriza ou determina a sua edição.
Exemplos:
1º) No ato de desapropriação para fins de reforma agrária, o
pressuposto de direito para a edição do ato está no artigo 184 da CF/88, que
assim declara: “Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social”[...]
. Foi o artigo 184 da CF/88 que fundamentou juridicamente a edição do ato.
2º) No ato concessivo de licença-maternidade, em âmbito federal, o
pressuposto de direito que autoriza a edição do ato é o artigo 207 da lei
8.112/90, ao declarar que “será concedida licença à servidora gestante por 120
(cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração”.
3º) No ato concessivo da aposentadoria compulsória, o pressuposto de
direito, em âmbito federal, é o artigo 186 da Lei 8.112/90, ao afirmar que “o
servidor será aposentado compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de serviço”.
5.2. Imperatividade
A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou
aquiescência.
Ao contrário do que ocorre na presunção de legitimidade, que não
necessita de expressa previsão em lei, a imperatividade exige autorização legal
e, portanto, não incide em relação a todos os atos administrativos.
É o atributo da imperatividade que permite à Administração, por exemplo,
aplicar multas de trânsito, constituir obrigação tributária que vincule o
particular ao pagamento de imposto de renda, entre outros.
5.3. Autoexecutoriedade
A autoexecutoriedade é o atributo que garante ao Poder Público a
possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos
editados, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
O referido atributo garante à Administração Pública a possibilidade de ir
além do que simplesmente impor um dever ao particular (consequência da
imperatividade), mas também utilizar força direta e material no sentido de
garantir que o ato administrativo seja executado.
A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos
(atos negociais e enunciativos, por exemplo), ocorrendo somente em duas
hipóteses:
1ª) Quando existir expressa previsão legal;
5.4. Tipicidade
A tipicidade só existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos
porque, com relação a eles, não há imposição de vontade da Administração, que
depende sempre da aceitação do particular; nada impede que as partes convencionem
um contrato inominado, desde que atenda melhor ao interesse público e particular
(Maria Sylvia Zanella di Pietro).
elementos, não deixando margem para que o agente público possa defini-los
no momento da edição do ato, este será vinculado.
Lembre-se sempre de que no ato vinculado o agente público não possui
alternativas ou opções no momento de editar o ato, pois a própria lei já definiu
o único comportamento possível. Portanto, caso o agente público desrespeite
quaisquer dos requisitos ou elementos previstos pela lei, o ato deverá ser
anulado pela Administração ou pelo Poder Judiciário.
Exemplo: Suponhamos que determinada lei municipal estabeleça todos
os requisitos que devem ser cumpridos pelo particular que tenha a intenção de
construir um edifício. Nesse caso, se o particular apresentar toda a
documentação necessária e cumprir todos os requisitos legais, a Administração
não possui outra alternativa a não ser conceder a licença para o particular
construir, por ser um direito subjetivo deste.
Como a Administração não possui alternativas ou opções (conceder ou
não a licença), já que a lei estabeleceu todos os requisitos necessários à edição
do ato, este é denominado vinculado.
Por outro lado, no ato discricionário a lei apenas estabelece e detalha
os requisitos da competência, forma e finalidade, deixando ao critério da
Administração decidir sobre o motivo e o objeto. Sendo assim, é válido
ressaltar que os requisitos competência, forma e finalidade serão sempre
vinculados (definidos em lei), independentemente de o ato ser discricionário ou
vinculado, o que leva alguns autores a afirmar que a discricionariedade
administrativa nunca será total.
No ato discricionário a Administração possui alternativas ou opções, e,
dentre elas, irá escolher a que seja mais oportuna e conveniente ao interesse
público.
Sendo assim, é necessário ficar bem claro que os atos ilegais não
originam direitos para os seus destinatários. Entretanto, devem ser
preservados os efeitos já produzidos em face de terceiros de boa-fé (que não
têm nenhuma relação com o ato nulo).
Exemplo: os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino citam o
caso de um servidor cujo ingresso no serviço público decorre de um ato nulo (a
nomeação ou a posse contém vício insanável). Imagine-se que esse servidor
emita uma certidão negativa de tributos para João e, no dia seguinte, seja ele
exonerado em decorrência da nulidade de seu vínculo com a Administração. Os
efeitos dos atos praticados entre ele e a Administração devem ser desfeitos.
Mas João, que obteve a certidão, é um terceiro, portanto, sua certidão é válida.
Grave bem as informações abaixo sobre a anulação dos atos
administrativos, pois, assim, você jamais errará uma questão da FUNDATEC
sobre o tema:
Um ato ilegal (contrário ao ordenamento jurídico) deve ser sempre anulado, nunca
revogado.
Gabarito: Letra e.
8.2. Revogação
A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide
retirar, parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato administrativo
válido, mas que deixou de atender ao interesse público em razão de não ser
mais conveniente ou oportuno.
Ao revogar um ato administrativo a Administração Pública está
declarando que uma situação, até então oportuna e conveniente ao interesse
público, não mais existe, o que justifica a extinção do ato.
Um ato ilegal jamais será revogado, mas sim anulado. Da mesma forma, se a
questão de prova afirmar que um ato inconveniente ou inoportuno deve ser
anulado, certamente estará incorreta, pois conveniência e oportunidade
estão intimamente relacionadas com a revogação.
8.3. Cassação
A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude do seu
destinatário ter descumprido os requisitos necessários para a sua
manutenção em vigor. Nesse caso, deve ficar bem claro que o particular,
destinatário do ato, é o único responsável pela sua extinção.
1. A Administração Pública edita dois tipos de atos jurídicos: a) atos que são
regidos pelo Direito Público e, consequentemente, denominados de atos
administrativos e b) atos regidos pelo Direito Privado;
2. Fique atento ao conceito de ato administrativo formulado pelo professor
Hely Lopes Meirelles, pois ele é muito cobrado em questões de concursos:
“ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria.”
3. São elementos ou requisitos do ato administrativo a competência, a
finalidade, a forma, o motivo e o objeto. Os três primeiros são sempre
vinculados e os dois últimos podem ser vinculados ou discricionários;
4. O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato e
de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. O
motivo se manifesta através de ações ou omissões dos agentes públicos, dos
administrados ou, ainda, de necessidades da própria Administração, que
justificam ou impõem a edição de um ato administrativo;
5º. Cuidado para não confundir as expressões “motivo” e “motivação”. O
motivo pode ser entendido como o pressuposto de fato e de direito que
serve de fundamento para a edição do ato administrativo. Por outro lado, a
motivação nada mais é que exposição dos motivos, por escrito, no corpo do
ato administrativo;
6. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo
agente público no momento da edição do ato deve corresponder à realidade,
tem que ser verdadeiro, pois, caso contrário, comprovando o interessado que o
motivo informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que
simplesmente não existe, o ato deverá ser anulado pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário;
7. Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos
inerentes aos atos administrativos, mas, para responder às questões de provas,
lembre-se da presunção de legitimidade e veracidade, a imperatividade,
a autoexecutoriedade e a tipicidade;
QUESTÕES COMENTADAS
Comentários
A autoexecutoriedade é o atributo que garante ao Poder Público a
possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos
editados, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
O referido atributo garante à Administração Pública a possibilidade de ir
além do que simplesmente impor um dever ao particular (consequência da
imperatividade), mas também utilizar força direta e material no sentido de
garantir que o ato administrativo seja executado.
Gabarito: Letra d.
Comentários
a) Uma vez que a competência é descrita pela lei, essa será de exercício
obrigatório pelo agente público sempre que o interesse público assim exigir.
Não deve ser exercida ao livre arbítrio do agente, mas nos termos da lei, que
irá definir os seus respectivos limites, inclusive permitindo a sua delegação e/ou
avocação. Além do mais, é importante frisar que o ato administrativo pressupõe
uma causa que fundamente sua edição, também conhecidos como pressupostos
de fato ou de direito. Assertiva correta.
b) A finalidade trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei) que
impõe a necessidade de respeito ao interesse público no momento da edição
do ato administrativo. Além disso, também é considerado um dos princípios da
administração pública, uma vez que essa tem por objetivo sempre a satisfação
do interesse público. Assertiva correta.
c) A forma, que também é um requisito vinculado do ato administrativo, a
exemplo dos requisitos da competência e finalidade, pode ser entendida como a
exteriorização do ato administrativo, o “modelo” do ato, o modo pelo qual ele
se apresenta ao mundo jurídico. Assertiva correta.
d) O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato e
de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. Para
que um ato administrativo seja validamente editado, faz-se necessário que
esteja presente o pressuposto de fato e de direito que autoriza ou
determina a sua edição, portanto, podemos concluir que todo ato administrativo
pressupõe um motivo.
O motivo, conforme acabei de expor, pode ser entendido como o
pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a edição do
ato administrativo. Por outro lado, a motivação nada mais é que exposição dos
motivos, por escrito, no corpo do ato administrativo. Dessa forma, nem
Comentários
Item I – A declaração de nulidade do ato administrativo opera efeitos ex tunc,
isto é, retroage à data de sua edição. Assertiva incorreta.
Comentários
Comentários
a) Os atos administrativos discricionários realmente admitem revogação, pois
são editados em conformidade com a conveniência e oportunidade
administrativa. De outro lado, deve ficar bem claro que os atos vinculados não
podem ser revogados, apenas anulados. Assertiva correta.
b) A revogação é exemplo de ato discricionário, pois compete à Administração
Pública decidir sobre o momento mais oportuno e conveniente de fazer cessar
os seus efeitos. Assertiva correta.
c) A Administração Pública está obrigada a anular os atos administrativos
considerados ilegais por vícios insanáveis. Por isso se diz tratar de atividade
vinculada. Assertiva correta.
d) Existem alguns atos administrativos que não podem ser revogados, são eles:
os atos já consumados, que exauriram seus efeitos; os atos vinculados; os atos
que já geraram direitos adquiridos para os particulares; os atos que integram
um procedimento; e os denominados meros atos administrativos, pois, neste
caso, os efeitos são estabelecidos diretamente na lei. Assertiva correta.
Comentários
Quando o procedimento licitatório é praticado em desacordo com o
ordenamento jurídico vigente, é considerado ilegal. Assim, deve ser anulado
pelo Poder Judiciário (quando provocado) ou pela própria Administração (de
ofício ou mediante provocação). A anulação opera-se com efeitos retroativos
(ex tunc), isto é, o ato perde os seus efeitos desde o momento de sua
edição (como se nunca tivesse existido), pois não origina direitos.
Gabarito: Letra e.
a) Autorização.
b) Licença.
c) Requisição.
d) Permissão.
e) Concessão.
Comentários
Não restam dúvidas de que o conceito apresentado no enunciado da
questão se refere ao ato administrativo denominado “autorização”.
Trata-se de ato discricionário e precário no qual, quase sempre,
prevalece o interesse do particular. Podem ser revogados pela Administração a
qualquer tempo, sem que, em regra, exista a necessidade de indenização ao
administrado.
Gabarito: Letra a.
Comentários
Como consequência do regime jurídico-administrativo, que concede à
Administração Pública um conjunto de prerrogativas necessárias ao alcance
do interesse coletivo, os atos administrativos editados pelo Poder Público
gozarão de determinadas qualidades (atributos) não existentes no âmbito do
direito privado.
I - normativos.
II- ordinatórios.
III- negociais.
IV - enunciativos.
V - punitivos.
Qual dos Atos Administrativos, abaixo relacionados, segundo Meirelles,
não é Normativo?
a) Decretos.
b) Regulamentos
c) Instruções Normativas
d) Multas Administrativas.
e) Regimentos
Comentários
Atos normativos são aqueles editados com o objetivo de facilitar a fiel
execução das leis, possuindo comandos gerais e abstratos, tais como os
decretos, regulamentos, as instruções normativas, os regimentos, entre outros.
Comentários
Item I– Se o ato administrativo está eivado (contaminado) de ilegalidade,
não restam dúvidas de que deverá ser anulado pela própria Administração
Pública ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação do interessado.
Item II – Se o ato administrativo apresenta vício sanável (corrigível ou
superável), poderá ser convalidado (corrigido) pela própria Administração
Pública. A propósito, Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “convalidação é o
ato administrativo através do qual é suprido o vício existente em um ato ilegal,
com efeitos retroativos à data em que este foi praticado”. Nada mais é do que a
“correção” de outro ato administrativo portador de defeito sanável de
legalidade, com efeitos retroativos (ex tunc).
Comentários
A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide
retirar, parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato administrativo
válido, mas que deixou de atender ao interesse público em razão de não ser
mais conveniente ou oportuno.
Deve ficar claro que os efeitos da revogação são ex nunc, isto é, o ato
administrativo revogado produz efeito até a data de publicação do ato
revogador. Ademais, destaca-se que somente o administrador público pode
revogar ato editado no âmbito da própria Administração Pública, sendo possível
ao Poder Judiciário apenas anulá-lo, caso ilegal.
Gabarito: Letra b.
Comentários
a) A anulação de ato administrativo, em virtude de vício de legalidade, poderá
ser promovida tanto pela Administração Pública quanto pelo Poder Judiciário
(neste último caso, mediante provocação do interessado). Assertiva incorreta.
b) Maria Sylvia Zanela di Pietro define a conversão como “o ato administrativo
pelo qual a Administração converte um ato inválido em um de outra categoria,
com efeitos retroativos à data original”. Nesse caso, a finalidade da conversão é
permitir que os efeitos do administrativo considerado nulo continuem válidos e
vigentes. Assertiva incorreta.
c) Atos administrativos ilegais podem ser retirados do mundo jurídico pelo
Poder Judiciário ou pela própria Administração Pública, no exercício do poder de
autotutela. Assertiva incorreta.
d) Quando o ato administrativo é praticado em desacordo com o ordenamento
jurídico vigente, é considerado ilegal. Assim, deve ser anulado pelo Poder
Judiciário (quando provocado) ou pela própria Administração (de ofício ou
mediante provocação). Assertiva correta.
e) O art. 55 da lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal) estabelece
expressamente que “em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”. Nesse caso,
constata-se que a convalidação não é um dever imposto à Administração
Pública, mas sim uma faculdade.
Gabarito: Letra d.
Comentários
Perceba que as bancas adoram elaborar questões abordando as
diferenças entre revogação e anulação, portanto, fique atento (a) a todos os
detalhes!
Para responder às questões de prova, lembre-se sempre das seguintes
informações:
1º) Que a revogação é consequência da discricionariedade
administrativa (conveniência e oportunidade);
2º) Que os atos inválidos ou ilegais jamais serão revogados, mas sim
anulados;
3º) Que somente a Administração Pública pode revogar os seus próprios
atos administrativos (se o ato foi editado pelo Poder Judiciário, no
exercício da função administrativa, compete ao próprio Judiciário revogá-
lo, se for o caso);
4º) Que a revogação produz efeitos ex nunc, enquanto na anulação os
efeitos são ex tunc.
Gabarito: Letra b.
Comentários
A questão informa que o ato administrativo, autorização, preencheu todos
os requisitos legais, estando também de acordo como interesse público.
Entretanto, posteriormente o interesse público foi violado em razão de danos a
natureza. A situação retratada remete à prerrogativa que a Administração
Pública tem de rever os seus próprios atos, por meio da anulação para atos
ilegais e da revogação, mediante conveniência ou oportunidade.
Como não houve ilegalidade do ato no caso mostrado, mas houve
posterior ofensa ao interesse público, cabe possível aplicação por parte da
Administração da revogação.
A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide retirar,
parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato administrativo válido,
mas que deixou de atender ao interesse público em razão de não ser mais
conveniente ou oportuno.
Ao revogar um ato administrativo a Administração Pública está declarando
que uma situação, até então oportuna e conveniente ao interesse público, não
mais existe, o que justifica a extinção do ato.
Na revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso
significa dizer que a revogação somente produz efeitos prospectivos, ou seja,
para frente, conservando-se todos os efeitos que já haviam sido produzidos.
Diante do exposto, afirma-se que o ato administrativo emanado
pelo Prefeito poderá ser revogado, com efeitos ex nunc.
GABARITO: LETRA E
Comentários
a) A questão não apresenta nenhuma situação de ilegalidade no caso narrado,
o que impossibilita prática de anulação do certame. Esse é o teor da súmula
473 do Supremo Tribunal Federal ao afirmar que a “Administração pode anular
os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais”.
Assertiva incorreta.
b) Não existe o dever da Administração Pública republicar o edital do
concurso, bem como a não redução de cargos disponíveis não acarreta pena de
nulidade, que só ocorre diante de ilegalidade. Republicar o edital, reduzir ou
manter os cargos disponíveis, são atos discricionários da Administração Pública,
decorrentes do interesse público. Assertiva incorreta.
c) A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide retirar,
parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato administrativo válido,
mas que deixou de atender ao interesse público em razão de não ser mais
conveniente ou oportuno.
Comentários
Quando o ato administrativo é praticado em desacordo com o
ordenamento jurídico vigente, é considerado ilegal. Assim, deve ser anulado
pelo Poder Judiciário (quando provocado) ou pela própria Administração (de
ofício ou mediante provocação).
A anulação de um ato administrativo opera-se com efeitos retroativos
(ex tunc), isto é, o ato perde os seus efeitos desde o momento de sua
edição (como se nunca tivesse existido), pois não origina direitos.
Esse é o teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal ao afirmar que
a “Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos”.
Se agente público produz ato administrativo com vício de legalidade, o ato
deve ser anulado, com efeitos retroativos à data na qual foi publicado.
GABARITO: LETRA D
Comentários
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, “convalidação é o ato
administrativo através do qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com
efeitos retroativos à data em que este foi praticado”.
Na verdade, a convalidação nada mais é que a “correção” do ato
administrativo portador de defeito sanável de legalidade, com efeitos
retroativos (ex tunc).
A convalidação de um ato administrativo somente pode ocorrer em
relação aos vícios sanáveis (hipótese em que o ato administrativo será
considerado anulável), isto é, aqueles detectados nos requisitos
“competência” e “forma”.
Se o ato administrativo apresentar vícios insanáveis (a exemplo
daqueles encontrados nos requisitos “finalidade”, “motivo” e “objeto”),
deverá ser necessariamente anulado. Nesse caso, o ato não pode ser
convalidado por ser considerado nulo.
É cabível afirmar que nem sempre a convalidação do ato
administrativo é possível, depende do tipo de vício que atinge o ato, com a
necessária análise sobre o vício ser sanável ou insanável.
GABARITO: LETRA C
Comentários
José dos Santos Carvalho Filho afirma que os pareceres consubstanciam
opiniões, pontos de vista de alguns agentes administrativos sobre matéria
submetida à sua apreciação. Em alguns casos, a Administração não está
obrigada a formalizá-los para a prática de determinado ato; diz-se, então, que
o parecer é facultativo. Quando é emitido "por solicitação de órgão ativo ou de
controle, em virtude de preceito normativo que prescreve a sua solicitação,
como preliminar à emanação do ato que lhe é próprio", dir-se-á obrigatório.
Nessa hipótese, o parecer integra o processo de formação do ato, de modo que
sua ausência ofende o elemento formal, inquinando-o, assim, de vício de
legalidade.
No julgamento do mandado de segurança nº 24.073/DF, o Supremo
Tribunal Federal decidiu que o parecer não é, materialmente, ato
administrativo em sentido estrito, sendo, quando muito, ato de
administração consultiva, que visa a informar, elucidar, sugerir providências
administrativas a serem estabelecidas nos atos de administração ativa.
Gabarito: Letra d.
Comentários
a) Ao contrário do que ocorre na presunção de legitimidade, que não
necessita de expressa previsão em lei, a imperatividade exige autorização legal
e, portanto, não incide em relação a todos os atos administrativos. Assertiva
incorreta.
b) A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a
terceiros, independentemente de sua concordância ou aquiescência. Assertiva
incorreta.
c) É o atributo da imperatividade que permite à Administração, por exemplo,
aplicar multas de trânsito, constituir obrigação tributária que vincule o
particular ao pagamento de imposto de renda, entre outros. Assertiva correta.
d) A imperatividade é atributo que não alcança todos os atos administrativos,
já que os atos meramente enunciativos ou os que conferem direitos solicitados
pelos administrados não ostentam referido atributo. Assertiva incorreta.
e) A imperatividade realmente se relaciona com a eficácia do ato, pois permite
à sua imposição a terceiros independentemente da concordância. Todavia, da
mesma forma que ocorre em relação à autoexecutoriedade, não necessidade de
autorização judicial. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.
Comentários
a) A extinção dos atos administrativos discricionários não ocorre apenas por
meio da revogação, pois, caso sejam ilegais, também estão sujeitos à anulação.
Assertiva incorreta.
b) Se o ato é ilegal, jamais pode ser revogado. Nesse caso, deve ser anulado
pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. Assertiva incorreta.
c) Nos termos da Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, “a administração
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Assertiva incorreta.
d) A anulação de um ato administrativo, por razões de ilegalidade, pode ser
realizada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, produzindo
efeitos ex tunc (retroativos). Por outro lado, a revogação (que ocorre com
fundamento na conveniência e oportunidade administrativa) somente pode
ser realizada pela própria Administração, produzindo efeitos ex nunc (não
retroativos). Assertiva correta.
e) Se o ato administrativo discricionário não é mais conveniente ou oportuno
para o interesse público a própria Administração Pública possui a prerrogativa
de revogá-lo, independentemente de intervenção judicial. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra d.
Comentários
A autoexecutoriedade é o atributo que garante ao Poder Público a possibilidade
de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos editados, sem
a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
O referido atributo garante à Administração Pública a possibilidade de ir além
do que simplesmente impor um dever ao particular (consequência da
imperatividade), mas também utilizar força direta e material no sentido de
garantir que o ato administrativo seja executado.
A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos (atos
negociais e enunciativos, por exemplo), ocorrendo somente em duas hipóteses:
1ª) Quando existir expressa previsão legal; 2ª) Em situações emergenciais
em que apenas se garantirá a satisfação do interesse público com a utilização
da força estatal.
Gabarito: Letra b.
a) Apenas III.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e IV.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.
d) Auto-executoriedade.
e) Atipicidade.
a) 1/ 2/ 3
b) 2/ 3/ 1
c) 3/ 2/ 1
d) 1/ 3/ 2
e) 2/ 1/ 3
a) não podem ser objeto de controle pelo judiciário, tendo em vista que
podem ser executados diretamente pela própria Administração pública.
b) submetem-se ao controle de legalidade e de mérito realizado pelo
Judiciário, tendo em vista que se trata de medida de exceção, em que a
Administração pública adota medidas materiais para fazer cumprir suas
decisões, ainda que não haja previsão legal.
c) dependem apenas de homologação do Judiciário para serem
executados diretamente pela Administração pública.
d) admitem somente controle judicial posterior, ou seja, após a
execução da decisão pela Administração pública, mas a análise abrange
todos os aspectos do ato administrativo.
e) implicam na prerrogativa da própria Administração executar, por
meios diretos, suas próprias decisões, sendo possível ao Judiciário
analisar a legalidade do ato.
GABARITO