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RESUMO
(1)
Professora do curso de graduação e pós graduação lato sensu em Fisioterapia da Universidade Gama Filho e
Coordenadora do curso de pós graduação lato sensu em Fisioterapia neurofuncional da Universidade Gama Filho.
(2)
Professora do curso de Mestrado em Psicologia da Universidade Gama Filho e Professora do curso de graduação
em Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:
E-MAIL : wcsrechtman@uol.com.br
Rua das Laranjeiras 28 /202, Laranjeiras. Rio de Janeiro. CEP. 22240.000 - Tel: (021) 557 2413 - Cel. 91741824
AUTOR PARA ENVIO DA CORRESPONDÊNCIA : Wilma Costa Souza
INDICAÇÃO ONDE O TRABALHO FOI APRESENTADO: Dissertação submetida e aprovada pelo Programa de
pós-graduação - Mestrado em Psicologia da Universidade Gama Filho como requisito parcial para obtenção do grau
de Mestre em Psicologia em 16/09/99.
ABSTRACT
Tabela 2. Comparações das médias das diversas categorias de tempo de profissão para as
variáveis do estudo.
Carga Horária
Tabela 3. Resultado significativos da primeira análise de repressão múltipla, tendo o burnout total
como VD
Uma terceira análise de regressão múltipla despersonalização pode ser explicada através
foi produzida. A variável dependente foi a de seu relacionamento com os dois preditores.
despersonalização, e os preditores foram A quarta análise de regressão múltipla
padrão tipo A, traço de ansiedade, significado teve como variável dependente a realização
do trabalho, controle e apoio da chefia imediata. pessoal e como preditores os fatores de
Os resultados mostraram que dois preditores personalidade e de organização do trabalho.
foram significativos: traço de ansiedade e Os resultados indicaram que nenhum preditor
padrão de personalidade tipo A (tabela 5). O alcançou significância ao nível de 5%.Uma
coeficiente de determinação, R2 , foi 0,13 análise de regressão múltipla padrão confirmou
mostrando que 13% da variância da estes resultados (tabela 6).
Tabela 6. Resultado significativos da quarta análise de repressão múltipla, que teve como VD a
realização pessoal.
Fitzgerald, 1990; Cushway & Tyler, 1996; Essas condições desfavoráveis restringem
Moore & Cooper 1996). De modo geral, atividades fora do trabalho sejam elas sociais,
observou-se que o burnout é mais acentuado culturais ou desportivas. A atual situação
nos primeiros anos de profissão já que os sócio - econômica do país pode estar levando
profissionais tendem a se sentir mais inseguros os profissionais de saúde a um excesso de
em relação a seus conhecimentos, são mais trabalho e, consequentemente, afetando as
afetados pelas reações de seus pacientes e, atividades de lazer. O lazer é considerado
muitas vezes, nutrem falsas expectativas sobre importante mediador do estresse, podendo
suas carreiras. Profissionais com mais tempo promover a satisfação das necessidades
de profissão, provavelmente já desenvolveram psicológicas individuais, favorecer o bem estar
estratégias de coping que lhes permitem lidar físico e mental e gerar crescimento pessoal
melhor com as situações estressantes advindas (Catalbianco, 1995). Neste sentido, a
do trabalho. Segundo Moore & Cooper (1996), conscientização dos trabalhadores sobre a
os profissionais com maior tempo de carreira necessidade de se dedicarem, sempre que
têm menor carga horária semanal, trabalham possível, a atividades de lazer poderia contribuir
mais em tarefas administrativas e gerenciais e para menores níveis de estresse e maior
dedicam-se menos ao atendimento direto de satisfação com o trabalho.
pacientes, o que poderia contribuir para O padrão de personalidade tipo A
menores níveis de burnout . mostrou-se um preditor significativo do burnout
Os resultados encontrados no presente total, da exaustão emocional e da
estudo apontaram que os grupos com despersonalização.
diferentes tempos de profissão não diferiram A relação entre aspectos da
significativamente quanto ao burnout total ou personalidade e a síndrome de burnout não
suas dimensões, contradizendo, portanto, os tem sido muito investigada. Schaufeli e cols.
resultados de Moore & Cooper (1996). Os recomendam que “seja desenvolvido um modelo
profissionais de saúde que integram a amostra conceitual que hipotetize quais variáveis de
da presente pesquisa, provavelmente devido a personalidade seria m r e l e v a n t e s n o
aspectos sócio - culturais, diferem dos desenvolvimento da síndrome do burnout “
participantes americanos descritos no estudo (Schaufeli, Maslasch & Marek, 1993, p. 30).
de Moore & Cooper (1996). No presente estudo,
De modo geral, considera-se que os
apesar da média de idade (39 anos) apontar indivíduos tipo A possuem um forte senso de
para um tempo de profissão razoável, a média urgência, o que os leva a tentar realizar mais
da carga horária trabalhada semanalmente e mais tarefas em cada vez menos tempo.
(46 h) encontra-se acima da preconizada pela Apresentam grande sentimento de hostilidade
Constituição Federal Brasileira (44 horas que se traduz por raiva e irritação e demonstram
semanais). Possivelmente, os baixos salários grande ambição e competitividade. Dentre os
e a precarização das relações trabalhistas diversos aspectos que integram o padrão tipo
têm levado os profissionais com mais tempo A, a hostilidade é considerada o fator mais
de profissão a jornadas mais longas e diversos significativo no desenvolvimento do estresse
vínculos empregatícios. Quanto aos mais (Hockenbury & Hockenbury, 1997).
jovens, as oportunidades oferecidas pelo No presente estudo constatou-se que o
mercado de trabalho apontam para jornadas traço de ansiedade é um preditor significativo
longas, extenuantes física e mentalmente e do burnout e todas as suas dimensões, exceto
sem vínculo formal. Uma pesquisa realizada a realização pessoal com o trabalho.
sobre o perfil do médico no Brasil Os resultados encontrados sugerem que
(Machado,1996) demonstra esta realidade. os indivíduos com alto traço de ansiedade são
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