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Médio Subseqüente
em Eletromecânica
Apresentação
REFERÊNCIAS 68
APRESENTAÇÃO
Este material destina-se essencialmente a estudantes de cursos técnicos de nível médio, área de
mecânica, contemplando conteúdos de disciplinas tais como: Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas.
O requisito básico para o entendimento do texto é o conhecimento das equações de equilíbrio para forças
coplanares estudadas nos cursos de física ou de mecânica técnica.
O capítulo I apresenta, de forma sucinta, os principais tipos de esforços e conseqüentes tensões,
enquanto que o Capítulo II trata do diagrama Tensão versus Deformação oriunda de um ensaio de tração.
Os outros capítulos são consagrados ao dimensionamento e verificação de vários tipos de elementos de
máquinas submetidos a diversos tipos de tensões tais como: tração, compressão, cisalhamento e flexão.
Tendo em vista a natureza dissertativa do assunto ajustes e tolerâncias, eles não são tratados aqui. Isto
poderá ser feito pelo estudante, através de literatura específica.
As referências bibliográficas apresentadas no final desta apostila podem servir para aprofundamento dos
assuntos, bem como para a resolução, pelo estudante, de exercícios propostos nas mesmas.
Os Autores
Mensagem
(Texto baseado no livro “Pais brilhantes ~ professores fascinantes”, do autor Augusto Cury)
Curso: Técnico em Eletromecânica
Área Profissional: INDÚSTRIA Período Letivo:
Disciplina: Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas Carga-Horária: 120 h
Objetivos
♦ Identificar e calcular os tipos de esforços axial, cortante, fletor e torçor;
♦ Identificar e calcular os tipos de tensões de tração, compressão, cisalhamento e flexão;
♦ Interpretar o diagrama tensão x deformação;
♦ Empregar, adequadamente, as expressões que permitem verificar e dimensionar peças submetidas às
tensões de tração, compressão, cisalhamento e flexão;
♦ Dimensionar sistemas de transmissão por correias, correntes e engrenagens mais usuais;
♦ Identificar os diversos tipos de transmissão de potência;
♦ Dimensionar estrias, chavetas e parafusos.
Bases Científico-Tecnológicas (Conteúdos)
1.1. Tensão
Além das tensões devido às cargas axiais (tração e compressão), existem outros tipos de tensões, tais como
podemos observar nas figuras abaixo.
É de fundamental importância ressaltar que as tensões surgem devido à ação de esforços. Desta forma,
uma força axial tendente a separar os planos cristalinos proporcionará uma tensão de tração, e assim por diante.
Nos próximos capítulos discorrermos sobre os esforços capazes de proporcionar os diversos tipos de
tensões.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 6
2.1. Tração
F
σ =
A
Na figura abaixo pode-se observar que a força axial está dirigida para fora do corpo, proporcionando uma
tensão de tração. Esta produz uma variação de comprimento ou Alongamento “ΔL” e conseqüente Deformação
“ε”, que está realcionada à diminuição da seção transversal juntamente com o aumento de comprimento.
Então: ΔL = L f − L0
ΔL L f − L0 F
ε= = eσ =
L0 L0 A
Onde:
APLICAÇÕES
1) Qual a variação de comprimento (alongamento) e a deformação sofrido por um corpo que possui
comprimento inicial igual a 10 mm quando submetido a uma força axial ficou com comprimento final
igual a 11,25 mm?
ΔL 1,25
Solução: ΔL = L f − L0 = 11,25 − 10 ⇒ ΔL = 1,25mm ∴ ε = = ⇒ ε = 0,125 ou ε = 12,5%
L0 10
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 7
2) Qual deve ser o comprimento inicial que o corpo, submetido a uma força axial que produz uma tensão de
tração, deve ter para que sofra uma variação de comprimento igual a 0,15 mm? Qual a deformação
sofrida? Considerando que o comprimento final ficou com 120 mm.
Solução:
ΔL = L f − L0 ⇒ 0,15 = 120 − L0 ⇒ L0 = 120 − 0,15 ⇒ L0 = 119,85 mm
ΔL 0,15
∴ε = = ⇒ ε = 0,00125 = 1,25 x10 −3 ou ε = 0,13%
L0 119,85
Em 1660 o físico inglês R. Hooke (1635-1703), observando o comportamento mecânico de uma mola,
descobriu que as deformações elásticas obedecem a uma lei muito simples. Hooke descobriu que quanto maior
fosse o peso de um corpo suspenso a uma das extremidades de uma mola (cuja outra extremidade era presa a
um suporte fixo) maior era a deformação (no caso: aumento de comprimento) sofrida pela mola. Analisando outros
sistemas elásticos, Hooke verificou que existia sempre proporcionalidade entre força deformante e deformação
elástica produzida. Pôde então enunciar o resultado das suas observações sob forma de uma lei geral. Tal lei, que
é conhecida atualmente como lei de Hooke, e que foi publicada por Hooke em 1676, é a seguinte:
Através de vários ensaios o cientista Hooke observou que o gráfico tensão x deformação, na região
elástica (parte reta), apresentava a mesma inclinação “α” para cada material ensaiado. Esta inclinação (Módulo
de Young) variava quando mudava de material e chegou a seguinte equação:
F
σ F L FL0
tgα = E = = A ⇒ E = x 0 ∴ ΔL =
ε ΔL A ΔL EA
L0
1 kgf = 0,454 lb = 9,807 N 1 kgf/mm2 = 1422,27 psi = 9,807 MPa = 9,807 N/mm2
Obs.: Como adotaremos neste curso dois algarimos significativos após a vírgula, teremos:
1 kgf = 9,81 N; 1” = 2,54 cm; 1 hp = 745,5 W; 1 cv = 735,5 W → 1 hp ≈ 1 cv; 1 GPa ≈ 104 kgf/cm2
F
σ=
A
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 10
IMPORTANTE:
O comportamento de uma peça metálica curta (L ≤ 2D → não ocorre flambagem) submetida à
Compressão, com relação à Variação de Comprimento “ΔL” (encurtamento) e Deformação “ε”, é exatamente
igual a quando submetido à Tração.
Estudando os ensaios de tração e de compressão, nota-se que, nos dois casos, a força aplicada sobre os
corpos-de-prova atua ao longo do eixo longitudinal do corpo.
No caso do cisalhamento, a força é aplicada ao corpo na direção perpendicular ao seu eixo
longitudinal. Esta força cortante, aplicada no plano da seção transversal, provoca a tensão
de cisalhamento.
A forma final do produto afeta sua resistência ao cisalhamento. É por essa razão que o ensaio de
cisalhamento é mais freqüentemente feito em produtos acabados, tais como pinos, rebites, parafusos, cordões de
solda, barras e chapas (não existe normas específicas para os CP).
Para ensaios de pinos, rebites e parafusos utiliza-se um dispositivo como o que está representado
simplificadamente na figura a seguir.
IMPORTANTE:
Quando a tensão de cisalhamento é provocada
F
τ=
A
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 11
APLICAÇÕES
1) Considerando que a barra cilíndrica de aço com diâmetro igual a 1,5 cm está submetida a uma carga axial
igual a 1.758 kgf, conforme indicado na figura. Considere que ocorreu um alongamento igual a 0,08 mm.
Determine: a) A tensão;
b) A deformação e
c) O comprimento inicial.
Solução:
a) Tensão
2
⎛ 1,5 ⎞ F 1.758
A = π .c = π ⎜ ⎟ = 1,77 cm 2 ⇔ σ = =
2
⇒ σ = 995,33 kgf / cm 2
⎝ 2 ⎠ A 1,77
b) Deformação
σ 995,33
Eaço = 210GPax10 4 = 210 x10 4 kgf / cm 2 ⇔ E = = ⇒ ε = 4,74 x10 −4
ε 210 x10 4
c) Comprimento inicial
ΔL ΔL 0,08
ε= ⇒ L0 = ⇒ L0 = ⇒ L0 = 1,69 x10 −2 mm
L0 ε 4,74 x10 −4
Solução:
a) Tensão
2
3" ⎛ 1,91 ⎞
d= x 2,54 = 1,91 cm ↔ A = π .c 2 = π ⎜ ⎟ = 2,85 cm
2
4 ⎝ 2 ⎠
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 12
34.598 N F 3.526,81
F= ⇒ F = 3.526,81 ↔ σ = = ⇒ σ = 1.237,48 kgf / cm 2
9,81 A 2,85
b) Deformação
σ 1.237,48
Eaço = 69GPax10 4 = 69 x10 4 kgf / cm 2 ⇔ E = = ⇒ ε = 1,79 x10 −3
ε 69 x10 4
c) Comprimento inicial
ΔL ΔL 4,04
ΔL = 1,59 in x 2,54 ⇒ ΔL = 4,04 cm ↔ ε = ⇒ L0 = ⇒ L0 = ⇒ L0 = 2,26 x103 cm
L0 ε 1,79 x10 −3
No dimensionamento de componentes mecânicos e peças a tensão atuante (σ) deve ser menor ou igual à
tensão admissível (σadm), ou seja:
σ máx ≤ σ adm
A tensão atuante “σmáx” deve ser determinada em cada caso, baseando-se nos cálculos de resistência dos
materiais.
A Tensão Admissível é o máximo valor de tensão que o componente suporta sem que haja a falha,
considerando-se certa margem de segurança. A tensão admissível é definida dividindo-se a tensão perigosa pelo
fator de segurança (F.S.):
O Fator de Segurança (F.S.) deve ser determinado através de normas, com base em projetos existentes, em
indicações tabeladas em livros e/ou revistas especializadas e, principalmente, na experiência do projetista.
O valor do F.S. pode depender do:
• Material da Peça – Dúctil, frágil, homogêneo, especificações bem conhecidas, etc.
• Esforços atuantes na peça – Constante, variável, modo de aplicação, bem conhecida, sobrecargas possíveis,
etc.
• Perigo de vida.
• Risco de dano do equipamento.
O fator de segurança será sempre maior ou igual à unidade e sua determinação pode ser auxiliada através
da utilização de subfatores a, b, c e d, ou seja:
F .S . = a.b.c.d ≥ 1,0
APLICAÇÃO
1. Uma barra cilíndrica de uma roldana que atuará em uma ponte rolante deve ser fabricada com aço ABNT 1055
(σR = 725 MPa; σ0,2= 485 MPa). A roldana eleva uma carga de aproximadamente 20 kN, gradualmente aplicada.
• American Society of Testing and Materials – ASTM – Normaliza propriedades mecânicas e ensaios de materiais.
• American Welding Society – AWS – Normaliza procedimentos e propriedades de juntas soldadas.
• International Standard Organization – ISO – Normas técnicas variadas.
• American Society of Mechanical Engineers – ASME – Vários códigos de projetos, principalmente vasos de
pressão.
Obs.: Durante nosso curso não será exigido o cálculo do F.S., ele estará presente na questão, a principal
finalidade foi ilustrar o cálculo de tal fator.
Após o estudo das tensões, nós podemos verificar se uma determinada peça poderá suportar o
carregamento a ela submetido. Caso a peça não suporte o esforço, faremos o seu dimensionamento, ou seja,
encontraremos novas dimensões para que a mesma consiga suportar a solicitação a que foi submetida.
2º Passo: Dimensionamento → Encontra-se a dimensão da peça para que o material seja submetido à
tensão admissível.
F F
σ adm = ⇒ A=
A σ adm
APLICAÇÃO
1) Verifique se a barra de aço com diâmetro igual a 7" (tensão de ruptura e fator de segurança
16
respectivamente iguais a 470 MPa e 1,9) suportará a uma carga axial de tração igual a 2,85 tf . Caso
contrário dimensione-a.
Solução:
Dimensionamento → Deve-se igualar a tensão admissível e encontrar a nova dimensão da seção transversal.
F F F F 2.850
⇒ σ adm = = ⇒ c2 = ⇒c= = ⇒ c = 0,61 cm
A π .c 2
π .σ adm π .σ adm π x 2.473,68
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 15
2) Verifique se o parafuso de aço (tensão de escoamento e fator de segurança respectivamente iguais a 350
MPa e 1,8) com diâmetro igual a 3" suportará a força “F” igual a 20.500 N. Caso o mesmo não suporte
8
faça o seu dimensionamento. Qual o tipo de esforço e de tensão?
Solução:
Esforço cortante e Tensão de Cisalhamento
F F F F 2.089,70
⇒ τ adm = = ⇒ c2 = ⇒c= = ⇒ c = 0,76 cm
A π .c 2
π .τ adm π .τ adm π x 1.166,67
EXERCÍCIOS
1) Qual deve ser a força “F” aplicada na barra cilíndrica de ferro Fundido (FoFo) com diâmetro igual a 13"
32
capaz de proporcionar uma tensão de tração igual a 1.150 kgf/cm2? Qual a deformação e a variação de
comprimento? Considere que ela possui 1,22 m.
2) Verifique se os pinos de aço (tensão de escoamento igual a 240 MPa) resistem com segurança o
carregamento representado na figura abaixo. Considere que cada pino possui um diâmetro igual a 1" , a
8
força aplicada é igual a 34.543 N e que o coeficiente de segurança adotado será igual a 2,5.
4) Considerando que uma barra de bronze possui diâmetro igual a 3" e está submetida a uma carga axial
8
igual a 58.598 N. Determine o tipo e o módulo da tensão, a deformação e o comprimento inicial desta
barra cilíndrica para que ocorra um encurtamento de 1,25 in.
7) Dimensione o cabo de aço da figura ao lado (tensão de escoamento igual a 35 kgf/mm2), utilize o fator de
segurança igual a 2,7.
a) b) c)
8) Considere que a próxima estrutura está submetida aos seguintes esforços: F = 26.250 N; P = 15.540 N; a =
52º e b = 36º. Determine:
b) Identifique o tipo de esforço e de tensão que a barra cilíndrica de aço (apoio do 1º gênero) está submetida;
c) A tensão, deformação e variação de comprimento que a barra (L = 0,75 m e d = 1 7" ) está submetida.
16
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DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 18
Os dois corpos da próxima figura estão sofrendo a ação de uma força F, que age na direção perpendicular
aos seus eixos, proporcionando uma flexão.
O ensaio de flexão é realizado em materiais frágeis e materiais resistentes, como o ferro fundido, alguns aços,
estruturas de concreto e outros materiais que em seu uso são submetidos a situações onde o principal esforço é o
de flexão.
Considerando uma barra bi-apoiada. Se aplicarmos um esforço próximo a um dos apoios, a flexão da barra
será pequena. Mas, se aplicarmos o mesmo esforço no ponto central da barra, a flexão será máxima.
Portanto a flexão da barra não depende só da força, mas também da distância entre o ponto onde a força é
aplicada e o ponto de apoio.
O produto da força pela distância entre ela e o ponto de apoio dá origem ao Momento Fletor.
Outro elemento que se precisa conhecer é o momento de inércia da seção transversal. Exemplo:
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 19
π .d 4 b.h 3 b3h
• Seção Circular: Ix = Iy = ; Seção Retangular: Ix = e Iy =
64 12 12
Mf
A tensão de flexão será determinada pela seguinte equação: σ f = y;
Ix
3.1. Flexão Pura
Uma viga está submetida à flexão quando um momento* atua sobre ela tendendo a fletí-la.
Supondo que a viga é constituída por fibras. As fibras abaixo da Linha Neutra (LN) serão tracionadas,
enquanto que as fibras acima da LN serão comprimidas. Essas variações do comprimento dão origem a tensões
normais nas fibras.
As fibras que se alongam (inferior) estão submetidas à tensão de tração σt, já as fibras comprimidas
(superiores) estão submetidas à tensão de compressão σc.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 20
* As tensões normais (tração e compressão) anulam-se na LN, e atinge seus valores máximos nas bordas
da seção transversal da viga. Podemos observar no gráfico acima.
* Para uma viga com seção simétrica em relação à Linha Neutra, teremos que:
Mf
σt = σc, então σ máx = y
I
3.1.1. Corpo Rígido em Equilíbrio → Estará em equilíbrio quando as forças externas que atuam sobre ele
formam um sistema de forças equivalentes a zero. Ou seja, quando a soma das forças que atuam no mesmo é
nula:
Decompondo cada força e cada momento em suas componentes espaciais, também poderemos
expressar o equilíbrio através das seguintes equações escalares:
3.1.2. Diagrama de Corpo Livre → É fundamental que consideremos todas as forças que atuam sobre um corpo
rígido para que possamos solucionar um problema; descartando qualquer força que não esteja aplicada
diretamente sobre o corpo.
Primeiramente escolhemos e isolamos o corpo livre a ser usado. Indicamos as forças externas, devido ao
solo e corpos dos quais foi destacado.
O módulo, a direção e o sentido das forças externas conhecidas devem ser claramente mostrados no
diagrama de corpo livre.
Geralmente as forças externas desconhecidas são constituídas pelas reações, devido à oposição do solo
e de outros corpos ao possível movimento do corpo livre.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 21
3.1.3. Reação nos Apoios e Conexões de uma Estrutura Bidimensional → Considerando que as forças estão
contidas no plano da figura, consequentemente as reações estarão no mesmo plano para que haja o equilíbrio.
Existem três tipos possíveis de apoios ou conexões:
a) Apoio simples ou de 1º gênero (uma incógnita): reações equivalentes a uma força com linha de ação
conhecida, pois impedem o movimento em apenas uma direção. Ex.: roletes, balancins, superfícies lisas,
hastes curtas, cabos, cursores e pinos deslizantes. Podemos representá-los das seguintes maneiras:
b) Apoio de segundo gênero ou articulação plana (duas incógnita) → reações equivalentes a uma força de
direção desconhecida. Ex.: Pinos polidos em orifícios ajustados, articulações e superfícies rugosas. Podemos
representá-los das seguintes maneiras:
c) Engaste (três incógnitas) → reações equivalentes a uma força com direção indeterminada e um binário. São
causadas por apoios fixos que impedem qualquer movimento do corpo livre. Podemos representá-los das
seguintes madeiras:
3.1.4. Classificação das Estruturas → A classificação é feita através da comparação do número de reações
existentes na estrutura com o número de equações de equilíbrio. No caso bidimensional, o número de
equações de equilíbrio é três (ΣFx = 0; ΣFy = 0 e ΣM = 0)
3.1.6. Diagrama de Esforço Cortante e Momento Fletor → Podemos facilmente registrar seus valores em
qualquer ponto da viga, representando estes valores em função de uma distância “x” medida a partir de uma das
extremidades da viga.
Observe que, quando uma viga está submetida somente a cargas concentradas, o esforço cortante possui
valor constante entre as cargas enquanto que o momento fletor varia linearmente entre eles. Porém, quando a
viga é submetida a cargas distribuídas uniformes, o esforço cortante varia linearmente enquanto que o momento
fletor varia seguindo uma parábola do 2º grau. Vamos entender através de algumas aplicações.
APLICAÇÕES
1) Faça os Diagramas de Esforço Cortante e de Momento Fletor para as duas próximas estruturas:
a. Ay = 154 sen67 = 141,76kgf
Res.:
Ax = 154 cos 67 = 60,17 kgf
+
→ ∑ Fx = 0 ⇒ − Ax + Dx = 0 ⇒ Dx = 60,17 kgf
+
↵ ∑ M B = 0 ⇒ − Ay 3,2 + 213x7,3 − D y 9,3 = 0
− 9,3.D y = 3,2 x141,76 − 7,3x 213 ⇒ −9,3.D y = −1.101,27 (−1) ⇒ D y = 1.101,27 / 9,3 ⇒ D y = 118,42 kgf
↑ + ∑ Fy = 0 ⇒ − Ay + B y − 213 + D y = 0
⇒ B y = Ay + 213 − D y = 141,76 + 213 − 118,42 ⇒ B y = 236,34 kgf
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 23
x = 0 → V1 = − Ay = −141,76 kgf
x = 3,2 m → M Bf = −141,76 x3,2 ⇒ M Bf = −453,63 kgf .m a Existe área antes “B” (Força x distância)
x = 10 ,5 m → M Cf = −453,63 + (94 ,58 x 7, 2) ⇒ M Cf = 227 ,34 kgf .m a Soma-se à área anterior
Conclusões:
¾ O esforço cortante máximo: Vmáx = 141,76 kgf
¾ O momento fletor máximo: Mf máx = 453,63 kgf.m (O que importa é o módulo)
Considerando que a viga possui seção retangular (1”x2”), calcule as tensões de cisalhamento e flexão
Tesão de Cisalhamento
b.h 3 2,54.(5,08) 3 h
Ix = = = 27,75 cm 4 e y = = 2,54cm
12 12 2
f
M 453,63 x100
σ máx = máx . y = 2,54 ⇒ σ máx = 4.152,33kgf / cm 2
Ix 27,75
b. 1000
A = 22 kN x ⇒ A = 2.242,61 kgf
9,81
Ay = 2.242,61sen55 = 1.837,04 kgf
Ax = 2.242,61cos 55 = 1.286,31kgf
1000
w = 9,5 kN x ⇒ A = 968,4 kgf
9,81
Z = w . L = 968,4 x 4 ⇒ Z = 3.873,6 kgf
+
→ ∑ Fx = 0 ⇒ − Ax + Dx = 0 ⇒ Dx = 1.286,31kgf
+
↵ ∑ M B = 0 ⇒ − Ay 2 + Z x 2 − D y . 6 = 0
− 6.D y = 2 x Ay − 2 xZ
⇒ −6.D y = 2 x1.837,04 − 2 x3.873,6
⇒ −6 D y = −4.073,12 kgf (−1)
4073,12
⇒ Dy = ⇒ D y = 678,85 kgf
6
↑ + ∑ Fy = 0 ⇒ − Ay + B y − Z + D y = 0
M Bf ) e do triângulo (+ M Cf ). Para isso temos que calcular, através de semelhança de triângulos, a distância “x”.
x h B xh 4 x 678,85
= ⇒x= =
B H H (3.194,75 + 678,85)
2.715,4
x= = x = 0,7 m a C = 4 − 0,7 ⇒ C = 3,7 m
3.873,6
0,7 x 678,85
M Cf = 1.597,26 − ( )
2
⇒ M Cf = 1.359,66 kgf .m
M Df = 1.359,66 − (2 x 678,85) ⇒ M Df = 1,94kgf .m
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 26
Conclusões:
¾ O esforço cortante máximo: Vmáx = 3.194,75 kgf
¾ O momento fletor máximo: Mf máx = 3.674,08 kgf.m (O que importa é o módulo)
Defini-se o Momento de Inércia “I” de uma seção transversal como sendo uma quantidade puramente
geométrica que se calcula a partir das dimensões de sua seção transversal. A figuras básicas são as seguintes:
a) Retângulo b) Círculo
bh 3 πd 4 π .c 4
Ix = Iy = Ix = =
12 64 4
b3h
Iy =
12
Obs.: Através de combinações, é possível se calcular o momento de inércia de outras figuras, tais como:
Ix =
BH 3 bh 3
−
πD 4 πd 4
Iy = Ix = −
12 12 64 64
π
3 3
Iy = Ix = (D 4 − d 4 )
B H bh 64
Iy = −
12 12 π
Iy = Ix = (c14 − c24 )
4
IMPORTANTE: Para encontrarmos o Momento Polar de Inércia “J0” basta somarmos os dois momentos de inércia
(em relação aos eixos x e y), ou seja:
J0 = I x + I y
EXERCÍCIOS
B = 15 mm
b = 5 cm H = 25 cm
h = 8 cm D = 9 mm b = 10 cm
h = 20 cm
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 27
d. e. f.
a = 4 mm
D = 4” D = 7 cm b = 3 mm
c = 8 mm
d = 3 1"
4
Como já foi mencionado anteriormente neste capítulo, a tensão máxima de flexão é determinada pela seguinte
equação:
Onde:
¾ σf → Tensão Normal (devido à flexão) (kgf/cm2 ou N/m2);
Mf
σf = y ¾ Mf → Momento Fletor (kgf.cm ou N.m);
Ix ¾ Ix → Momento de Inércia em relação ao eixo x, (cm4) e
¾ y → Distância de uma fibra qualquer à Linha Neutra (cm).
Ix
Onde “W” é o Módulo de Resistência dado por: W = .
y
CONCLUSÃO: Para calcularmos a tensão máxima de flexão faz-se necessário determinar a magnitude do
momento fletor máximo ao qual a estrutura está submetida.
EXERCÍCIOS
a. b.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 28
c. d.
e. f.
w = 850 kgf/m; F = 2.320 kgf; a = 38º e w = 850 kgf/m; F = 2.320 kgf; P = 1.560 kgf; a = 40º;
diâmetro igual a 2” b = 55º e diâmetro igual a 3”
O raciocínio é semelhante ao utilizado para dimensionar elementos submetidos à tensão de tração, bastando
igualar a tensão máxima à tensão admissível e encontramos as dimensões. Isto é:
σ f = σ adm
EXERCÍCIOS
1) Verifique se as próximas estruturas suportarão o carregamentos indicados nos próximos itens, considerando
que a tensão de escoamento é igual a 450 MPa e o Fator de Segurança adotado foi 1,8.
a. b.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 29
c. d.
e. f.
w = 850 kgf/m; F = 2.320 kgf; a = 38º e w = 850 kgf/m; F = 2.320 kgf; P = 1.560 kgf; a = 40º;
diâmetro igual a 2” b = 55º e diâmetro igual a 3”
O esforço torçor é capaz de proporcionar o deslizamento entre os planos causando a tensão de cisalhamento. O
aperto de um parafuso é o caso mais comum que apresenta este fenômeno.
0 ≤ x < a ⇒ M t = 2M
a ≤ x < 2 a ⇒ M t = 2 M + 3M = 5 M
2 a ≤ x < 4 a ⇒ M t = 5 M − 9 M = −4 M
x = 4a ⇒ M t = −4 M + 4 M = 0
t
M máx = 5M
EXERCÍCIOS
Figura 2
a) F1 = 200 kgf; F2 = 2.500 kgf; F3 = 271,43 kgf; D1 = 150 mm; D2 = 50 mm; D3 = 350 mm; a = 23 cm e b = 0,45 m
Desafio:
Qual deve ser a força transmitida pela polia “2” de forma que a árvore
fique em equilíbrio?
a) F1 = 355 kgf; F2 = ?; F3 = 750 kgf; D1 = 100 mm; D2 = 5 cm; D3 =
25 cm; a = 0,2 m; b = 0,25 m
Onde:
M t .c
τ máx = c → Raio do eixo (cm);
J0 → Momento Polar de Inércia (cm4).
Jo
Neste contexto, apenas a torção de barras cilíndricas será considerado. Os momentos polares de inércia
das seções cheias e vazadas são as seguintes:
π π
Jo =
πd 4
=
πc 4 Jo =
32
(D 4 − d 4 ) =
2
(c 4
2 − c14 )
32 2
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 32
EXERCÍCIOS
1) Calcular a tensão máxima de torção da árvore apresentada na figura abaixo, considerando que o diâmetro é
igual a 40 mm.
Figura 1
a) M1 = 2.730 kgf.mm; M2 = 8.450 kgf.mm; M3 = 3.370 kgf.mm; M4 = 2.350 kgf.mm; d = 0,2 m; c = 0,32m e b = 0,45
m;
b) M1 = 730 kgf.cm; M2 = 12.810 kgf.mm; M3 = 3,16 kgf.m; M4 = 2.350 kgf.mm; d = 0,2 m; c = 0,32m e b = 0,45 m.;
c) M1 = 7,57 N.m; M2 = 2.472 N.cm; M3 = 3.650 N.mm; M4 = 1.350 N.cm; d = 0,2 m; c = 0,32m e b = 0,45 m.
2) Dimensione os eixos árvores da questão anterior, considerando que a tensão de ruptura é igual a 450 MPa e o
Fator de Segurança adotado foi igual a 1,9.
LEMBRETE: σ perigosa τ = 0,6.σ adm M t .c 16.M máxt
σ adm = τ máx = ⇒D=3
F .S . Jo π .τ adm
No caso de se conhecer a potência “N” (cavalo a vapor) e a rotação “n” (rpm) transmitida pelo eixo árvore, basta
aplicar a equação:
N
D = 71.3
n.τ adm
3) Dimensione o eixo, cilíndrico, de uma máquina cuja potência transmitida é de 20 CV, e rotação igual a 250
rpm. Adote tensão de escoamento e fator de segurança respectivamente igual a 250 MPa e 1,6.
4) Dimensione o eixo árvores submetido ao esforço representado na figura abaixo. Adote a tensão
admissível anterior:
a) b) c)
F = 750 kgf F = 1.200 kgf F = 750 kgf
d = 40 mm d = 40 mm d = 60 mm
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 33
As transmissões de força e movimento podem ser feitas por forma ou por atrito.
É assim chamada porque a forma dos elementos transmissores é adequada para encaixamento desses
elementos entre si. Essa maneira de transmissão é a mais usada, principalmente com os elementos chavetados,
eixos-árvore entalhados e eixos-árvore estriados.
As arruelas estreladas possibilitam grande rigor de movimento axial (dos eixos) e radial. As arruelas são apertadas
por meio de parafusos que forçam a arruela contra o eixo e o cubo ao mesmo tempo.
Apresentamos, a seguir, uma breve descrição dos principais elementos de máquina de transmissão:
correias, correntes, engrenagens, rodas de atrito, roscas, cabos de aço e acoplamento. Os eixos já foram
descritos. Cada um desses elementos será estudado mais profundamente nas aulas seguintes.
5.2.1. Correias
Costumamos usar a letra i para representar a relação de transmissão. Ela é a relação entre o número de
voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os seus diâmetros.
A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, e é calculada pela fórmula:
V = π .D.n
Como as duas velocidades são iguais, temos:
n1 D2
V1 = V2 ⇒ π .D.1 n1 = π .D2 .n2 ⇒ D.1 n1 = D2 .n2 ; então i = = (relação de transmissão)
n2 D1
Onde:
D1 = diâmetro da polia menor;
D2 = diâmetro da polia maior;
n1 = número de rotações por minuto (rpm) da polia motora e
n2 = número de rotações por minuto (rpm) da polia movida.
Na transmissão por correia plana, a relação de transmissão (i) não deve ser maior do que 6:1 (seis para
um), e na transmissão por correia trapezoidal esse valor não deve ser maior do que 10:1 (dez para um).
O coeficiente de atrito entre a correia e a polia é igual μ ≈ 0,22 + 0,012 v; (v em m / s ); enquanto que o
ângulo e contato “α” é dado por cos α ( 2 ) = (D2−a d ) , sendo que α é dado em (rad).
Lembrado que o torque é dado por:
N
M t = 71.620 ( kgf .cm) ;
n
Enquanto que as forças podem ser encontradas pelas seguintes equações:
d1
Mt = ( F1 − F2 ) e F1 = F2 .e μ .α
2
O comprimento da correia será encontrado através da expressão:
(d 2 − d1 ) 2
L = 2.C + 1,57(d1 + d 2 ) +
4C
Onde a distância entre os eixos “C” é igual a:
3d1 + d 2
C=
2
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 37
APLICAÇÃO
1ª) Para um sistema com as características representadas na próxima figura. Determine os seguintes
parâmetros:
a) As relações de transmissão;
n1 d 2 Z 2 d 12
i= = = ⇒ i1 = 2 =
n2 d1 Z 1 d1 2
6
⇒ i1 = ou i1 = 6 : 1
1
Z 3 70
i2 = =
Z 2 20
7 3,5
⇒ i1 = = ou i1 = 3,5 : 1
2 1
n1 d1 1.720 x 2"
n1 d1 = n2 d 2 ⇒ n2 = = ⇒ n2 = 286,67 rpm ;
d2 12"
n2 Z 2 286,67 x 20
n2 Z 2 = n3 .Z 3 ⇒ n3 = = ⇒ n3 = 81,9 rpm
Z2 70
d) As forças transmitidas pela correia considerando que o coeficiente de atrito e ângulo de contato entre a correia
e) O comprimento da correia;
f) Identifique o tipo e determine o valor da tensão no eixo 2, considerando que o mesmo possui um diâmetro
"
igual a 5 ;
8
Esforço de torção ou esforço torçor e Tensão de cisalhamento
5" π .c 4 π .(0,79) 4
d= x 2,54 → d = 1,59 cm → c = 0,79 cm ⇒ J 0 = = ⇒ J 0 = 0,62 cm 4
8 2 2
M 2t 1.249,19
τ2 = .c = 0,79 ⇒ τ 2 = 1.591,71 kgf / cm 2
J0 0,62
g) Dimensione o eixo 3, considerando que a tensão de escoamento e o Fator de Segurança são respectivamente
iguais a 450 MPa e 2,1;
5.2.2. Correntes
As dimensões das correntes e engrenagens são indicadas nas Normas DIN. Essas normas especificam a
resistência dos materiais de que é feito cada um dos elementos: talas, eixos, buchas, rolos etc.
Z1 + Z 2 2 A ⎛ Z 2 − Z1 ⎞ t
2
Y = + +⎜ ⎟. ;
2 t ⎝ 2π ⎠ A
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 40
Obs.: Caso se conheça todos os dados do projeto e se queira verificar se uma peça submetida à torção resistirá
com segurança, basta fazer como nos casos anteriores. Isto é:
τ máx ≤ τ adm
Se esta desigualdade for satisfeita, a peça resistirá.
APLICAÇÃO
5
M 1t = 71.620 ⇒ M 1t = 99,47 kgf .cm
3.600
5
M 2t = 71.620 ⇒ M 2t = 248,68 kgf .cm
1.440
5
M 3t = 71.620 ⇒ M 1t = 401,71 kgf .cm
891,43
c) Determine o valor da tensão a que os eixos 2 e 3 estão submetidos, considerando que os mesmos possuem
3" π .c 4 π .(0,95) 4
d3 = x 2,54 → d = 1,91 cm → c = 0,95 cm ⇒ J 0 = = ⇒ J 0 = 1,29 cm 4
4 2 2
M 2t 401,71
τ2 = .c = 0,95 ⇒ τ 2 = 295,31 kgf / cm 2
J0 1,29
d) O comprimento da corrente é:
30.t ≤ A ≤ 50.t → A = 40t
Z 1 + Z 2 2 A ⎛ Z 2 − Z 1 ⎞ t 26 + 42 2 x 40.t ⎛ 42 − 26 ⎞ t
2 2
Y= + +⎜ ⎟ . = + +⎜ ⎟ = 34 + 80 + 0,16
2 t ⎝ 2π ⎠ A 2 t ⎝ 2π ⎠ 40.t
⇒ Y = 114,16 elos ≅ 114 elos
e) A força transmitida pela corrente, considerando que o módulo das engrenagens é igual a 3,5 mm (M = 0,35
cm)
D p 2 = M .Z = 0,35 x 26 ⇒ D p1 = 9,1 cm
D p 3 = M .Z = 0,35 x 42 ⇒ D p1 = 14,7 cm
D p3 2.M 3t 401,71
M 3t = Ft 3 . ⇒ Ft 23 = = ⇒ Ft 3 = 27,33kgf
2 Dp 14,7
5.2.3. Engrenagens
Também conhecidas como rodas dentadas, as engrenagens são elementos de máquina usados na
transmissão entre eixos. Observe, na próxima figura , as principais partes de uma engrenagem
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 42
Os dentes são um dos elementos mais importantes das engrenagens. Observe, no detalhe, as principais
partes do dente de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos e as equações mais importantes utilizadas na
determinação de suas dimensões que estão presentes na próxima tabela.
Os principais parâmetros que devem ser calculados são:
a) Distância entre eixos; b) Velocidade rotacional dos eixos;
c) Esforços transmitidos; d) Módulo.
O módulo “M” é a relação entre o Diâmetro do círculo primitivo (Dp) e o número de dentes (Z) da
engrenagem.
P p
M = Dp = M .Z ⇒ M =
Dp
p = M .π ⇒ M =
π ;
Z ou
π
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 43
p = M .π - Passo (mm)
APLICAÇÕES
1) Qual o módulo de uma engrenagem de quarenta dentes e 180 mm de diâmetro primitivo? Determine os
seguintes parâmetros: altura do dente; diâmetro externo e o passo da engrenagem.
Dp 180
Dp = M .Z ⇒ M = = ⇒ M = 4,5 mm e p = M .π = 4,5.π ⇒ p = 14,13 mm
Z 40
h = 2,1666 M = 2,1666 x 4,5 ⇒ h = 9,75 mm e De = M ( Z + 2) = 4,5(40 + 2) ⇒ De = 189 mm
D p1 + D p 2
C= ⇒ 150 x 2 = D p1 + D p 2 = 300 mm
2
Então:
300
300 = D p1 + 3D p1 ⇒ 4 D p1 = 300 ⇒ D p1 = ⇒ D p1 = 75 mm ⇒ D p 2 = 3 x75 ⇒ D p 2 = 225 mm
4
D p1 75
D p1 = M .Z 1 ⇒ Z 1 = = ⇒ Z 1 = 25 dentes
M 3
Dp2 225
D p 2 = M .Z 2 ⇒ Z 21 = = ⇒ Z 1 = 75 dentes
M 3
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 44
5.2.5. Roscas
5.2.7. Acoplamento
EXERCÍCIOS
1) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros.
2) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros:
a) Qual deve ser a rotação do motor que devo comprar para
que o eixo, acoplado à caixa de marcha, gire com 20,5
rpm.
3) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros:
a) Quais as relações de transmissão entre os eixos?
DESAFIO
1) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros:
a) Quais os valores dos pesos “A e B” que cada carretel terá
capacidade de elevar? Considere, neste caso, que a
potência divide-se eqüitativamente para os eixos dos
carretéis;
b) Qual o valor das forças transmitidas por cada engrenagem
conectada ao eixo - 2. Considere que o módulo de todas as
engrenagens do sistema é igual a 2,5 mm
c) Faça o Diagrama do Momento Torçor do eixo - 2. Considere
que o motor gire no sentido horário;
d) Dimensione o eixo – 2.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 48
As uniões por Chavetas são muito difundidas, devido à segurança de sua construção, comodidade de
montagem/desmontagem do conjunto, baixo preço, etc.
Elas são as responsáveis pela garantia de que os elementos (polia, engrenagem, roda de atrito,
acoplamento, etc.) tenham a mesma rotação que o eixo árvore.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 49
As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos, eles podem ser retos ou
arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a chaveta ao eixo.
• Chaveta em Cunha.
As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha. Uma de
suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças.
a) Compressão:
F d 2M t t
Sabemos que: σ= ; M t = F. ⇒F= ; e A= xL
A 2 d 2
Então:
2M t
F 2M t 2
σ adm = = d = x
A t d t .L
.L
2
b) Cisalhamento:
F 2M t
Sabemos que: τ adm = ; F= ; e A=b x L
A d
Então:
2M t
F d 2M t 1
σ adm = = = x
A b.L d b.L
c) Fórmula Prática:
δ .M10t .σ adm δ =⎨
⎧ 0,9 → aço
⎩ 0,5 → FoFo
1,25.d ≤ L ≤ 2.d
APLICAÇÃO
1) Uma árvore de transmissão com 52 mm de diâmetro está ligada a um acoplamento por chaveta paralela
para transmitir um torque de 5.200 kgf.cm. Determine as dimensões da chaveta sabendo que sua
montagem é justa e o momento atua uniformemente. Tensão de escoamento igual a 2.100 kgf/cm2 e Fator
de Segurança igual a 2,0.
Solução:
σe 2100
σ adm = = ⇒ σ dm = 1050kgf / cm 2
F .S . 2
então
4M t 4 x5200
L= = ⇒ L = 3,81 cm
d .t.σ adm 5,2 x1x1050
b) Cisalhamento:
2M t 2 x5200
L= = ⇒ L = 1,98 cm
d .b.τ adm 5,2 x1,6 x630
c) Fórmula Prática:
M t .σ c 5200x1000
L= = ⇒ L = 39,3 mm = 3,93 cm
δ .M 10 .σ adm 0,9 x140x1050
t
d) Critério Excludente:
1,25.d ≤ L ≤ 2.d ⇔ 1,25 x5,2 ≤ L ≤ 2 x5,2 ⇒ 6,5 cm ≤ L ≤ 10,4 cm
EXERCÍCIOS
1) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros.
Obs.: No caso de não serem atendidos os 4 critérios, adote o diâmetro médio do próximo intervalo da
tabela. (este procedimento deve ser adotado para os próximos casos)
g) Dimensione a chaveta, respeitando os quatro critérios, que será utilizada entre a engrenagem Z 68 dentes e
eixo em que está acoplada? Excepcionalmente, considere que a tensão de compressão é igual a 500 kgf/cm2.
2) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros:
3) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros:
f) Dimensione a chaveta, respeitando os quatro critérios, que será utilizada entre a engrenagem Z 102 dentes e
o eixo em que está acoplada.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 55
d 2 − d1
h=
2
Onde:
i → Número de estrias;
d2 → Diâmetro Externo (cm);
d1 → Diâmetro Interno (cm);
b → Espessura da Estria (cm);
h → Altura da estria (cm).
⎛ d2 − h ⎞ 2M t
M = 0,75.σ c .h.i.⎜
t
⎟.L ⇒ L =
⎝ 2 ⎠ 0,75.σ c .h.i.(d 2 − h)
Onde:
0,75 → Constante; i → Número de estrias; L → Comprimento das estrias (cm) e
σc → Tensão de compressão, depende das condições de aplicações (kgf/cm2);
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 56
a) Critério de Compressão:
2M t
L=
0,75.σ c .h.i.(d 2 − h)
b) Critério Prático:
c) Critério Excludente:
1,25.d 2 ≤ L ≤ 2.d 2
APLICAÇÃO
1) O eixo árvore de acionamento de uma máquina ferramenta é de aço temperado e revenido a 550 ºC. O
diâmetro externo possui 38 mm e transmite uma potência de 10 CV a 2.000 rpm. Determine o comprimento
mínimo das quatro estrias para um acoplamento que desliza sob condições severas e cargas. Tensão admissível
igual a 850 kgf/cm2
Solução:
N 10
M t = 71.620 = 71.620 ⇒ M t = 358,1 kgf .cm
n 2000
d 2 − d1 3,8 − 3,2
h= = ⇒ h = 0,3 cm
2 2
a) Critério de Compressão:
2M t 2 x358,1
L= = ⇒ L = 2,27 cm
0,75.σ c .h.i.(d 2 − h) 0,75x100 x0,3x 4 x(3,8 − 0,3)
b) Critério Prático:
M t .σ c 358,1x100
L= = ⇒ L = 0,4 cm
δ .M10 .σ adm 1x105x850
t
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 57
c) Critério Excludente:
2) Determine o comprimento mínimo de contato das seis estrias para indústria automobilística cujo diâmetro
interno da árvore de aço é 23 mm, ajuste permanente sem tratamento térmico, para atuação sem choque e carga
leve.
Considere: Transmissão de um torque de 120 kgf.cm, fator de segurança e tensão admissível, respectivamente,
iguais a 3,8 e 370 MPa.
Solução:
d) Critério de Compressão:
2M t 2 x120
L= = ⇒ L = 0,17 cm
0,75.σ c .h.i.(d 2 − h) 0,75x850 x0,15 x6 x(2,6 − 0,15)
e) Critério Prático:
M t .σ c 120 x850
L= = ⇒ L = 1,0 cm
δ .M 10 .σ adm 1x49,5 x 2.055,56
t
f) Critério Excludente:
i d1 d2 b Mt10
(mm) (mm) (mm) (kgf.cm/mm)
4 11 15 3 23,4
4 13 17 4 27
4 16 20 6 37,5
4 18 22 6 42
4 21 25 8 48,3
4 24 28 8 54,5
4 28 32 10 65
4 32 38 10 105
4 36 42 12 117
4 42 48 12 135
4 46 52 14 147
4 52 60 14 252
4 58 65 16 261
4 62 70 16 297
4 68 78 16 437
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 59
EXERCÍCIOS
1) Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros.
2) Dimensione a chaveta, respeitando os quatro critérios, que será utilizada entre a engrenagem Z 68 dentes e
eixo em que está acoplada? Excepcionalmente, considere que a tensão de compressão é igual a 500 kgf/cm2.
Para o sistema com as características representadas na figura abaixo. Determine os seguintes parâmetros:
a) Qual deve ser a rotação do motor que devo comprar para
que o eixo, acoplado à caixa de marcha, gire com 10 rpm?
3) Dimensione a chaveta, respeitando os quatro critérios, que será utilizada entre a engrenagem Z 102 dentes e
o eixo em que está acoplada. Para o sistema com as características representadas na próxima figura.
Determine os seguintes parâmetros:
Todo parafuso tem rosca de diversos tipos. Para você compreender melhor a noção de parafuso e as suas
funções, vamos, antes, conhecer roscas.
8.1.1. Roscas
As roscas podem ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no interior das porcas. As
roscas externas se localizam no corpo dos parafusos.
Elas permitem, também, movimento de peças. O parafuso que movimenta a mandíbula móvel da morsa é
um exemplo de movimento de peças.
Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas e
condicionam sua aplicação.
Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas podem ser direita e
esquerda.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 63
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças, isto é, as peças
podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar os parafusos que as mantêm
unidas.
Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de acionamento.
O corpo do parafuso pode ser cilíndrico ou cônico, totalmente roscado ou parcialmente roscado. A cabeça
pode apresentar vários formatos; porém, há parafusos sem cabeça.
O tipo de acionamento está relacionado com o tipo de cabeça do parafuso. Por exemplo, um parafuso de
cabeça sextavada é acionado por chave de boca ou de estria.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 64
4 .F
D≥
π .σ adm
5,2.F
D≥
π .σ adm
7 , 2 .F
D≥
π .σ adm
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 65
6,2.F
D≥
π .σ adm .μ
μ → Coeficiente de atrito
Obs.: Existem outras formas empíricas para dimensionamento de parafusos (ver literatura específica)
APLICAÇÃO
Dimensione um parafuso, aço carbono 1020, laminado a quente, para suportar uma força estática de
tração de 500 kgf. Utilização em abraçadeiras.
Portanto a tensão de escoamento é igual a 21 kgf/mm2 e o Fator de Segurança adotado será igual a 1,5.
Solução:
σe 21
σ adm = = ⇒ σ dm = 14 kgf / mm 2
F .S . 1,5
0,785.σ adm .D 2 − 285.D − F = 0
EXERCÍCIOS
1) Dimensione um parafuso submetido à carga transversal e cuja força de tração aplicada é igual a 300 kgf.
Dados:
σe = 2.100 kgf/cm2; F.S. = 1,8 e μ = 0,25.
3) Determine:
a) Os valores das reações no apoio “A” e no cabo de
aço, considerando que as forças são: P = 21.158 N e
Q = 5.395 N;
4) Determine:
a) Os valores das reações no apoio e no cabo de aço,
considerando que as forças e os ângulos são
respectivamente iguais a: P = 22.500 N, Q = 6.350
N, a = 58º e b = 42º;
6) Dimensione os parafusos indicados na figura abaixo, considere o mesmo aço com mesma tensão admissível
da primeira questão. Considerando: w = 214 kgf/m; K = 2,2 m; L = 4,4 m.
DATIN Resistência dos Materiais e Elementos de Máquinas 68
REFERÊNCIAS
MELCONIAN, Sarkis, Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais, Ed. Érica, 1993.
MELCONIAN, Sarkis, Elementos de Máquinas, Ed. Érica, 5ª edição, 2004.
Elementos de Máquinas, Vol. I e II – Telecurso 2000, 1996.
CARVALHO, J. R. de & MORAES, P. L. J. de, Órgãos de Máquinas – Dimensionamento, Editora LTC, 1984.
MOVININ, M. S. e outros, Fundamentos de Mecânica Técnica, Editora Mir, 1985.
HERMÍNIO, J. A. & BARRETO, A. D., O fundamental da resistência dos materiais e dos elementos orgânicos
de máquinas para técnicos. Publicação interna do CEFET-RN, Natal, setembro de 1998.
CUNHA, S. L.; Manual prático do Mecânico, Ed. Hemus, 8ª Edição, São Paulo, 661 p, 1980.