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XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção


Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DOS


CENTROS DE INICIAÇÃO DESPORTIVA
(CID) DO DISTRITO FEDERAL COM
BASE NA METODOLOGIA MCDA
Pedro Flach Romani (CEAG/UnB)
pfromani@gmail.com
Marcelo Grangeiro Quirino (CEAG/UnB)
marceloquirino@unb.br
Nair Aguiar de Miranda (CEAG/UnB)
nair.aguiar.miranda@gmail.com
Ludmila Ferreira Bandeira (CEAG/UnB)
ludmilafbandeira@gmail.com

Este artigo apresenta a construção de um modelo que visa auxiliar os


gestores dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria
Estado de Educação do Governo do Distrito Federal, no
gerenciamento do projeto. O modelo construído torna possível a
avaliação de desempenho e promove o aperfeiçoamento contínuo da
gestão pública e do processo decisório. É um estudo de caso, o qual fez
uso de pesquisa documental, questionários e entrevistas. A ferramenta
selecionada para a construção do modelo foi à metodologia
Multicritério em Apoio à Decisão Construtivista (MCDA-C), cuja
preocupação central é auxiliar a modelar o contexto decisional,
tomando por base as convicções, percepções e valores dos gestores
envolvidos no processo de tomada de decisão. Além disto, a
metodologia possibilita encontrar um conjunto de soluções factíveis e
bem fundamentadas. Como resultados deste estudo de caráter
exploratório-empírico foi possível identificar 16 critérios e
subcritérios, segundo os quais os CIDs seriam avaliados. O modelo foi
testado em um Centro que apresentou um desempenho de 59,3 pontos,
em uma escala de zero a cem, e que, segundo os gestores apresenta um
desempenho razoável, comparado aos demais.

Palavras-chaves: avaliação de desempenho; projeto CID; processo


decisório; multicritério; apoio à decisão.
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Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

1. Introdução
O projeto dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Estado de Educação do
Governo do Distrito Federal existe desde 1981 e passou por reformulações ao longo dos anos,
por último uma delas realizada sob o formato de Orientação Pedagógica do Centro de
Iniciação Desportiva do DF (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO
FEDERAL (BRASIL), 2002).
O projeto se encontra tutelado legalmente por uma série de dispositivos:
 Lei Orgânica do Distrito Federal, 1993.
 Lei nº 9394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.
 Lei nº 9615, de 1998 – A qual institui normas gerais sobre desporto.
 Decreto nº 2574, de 1998 – Regulamenta a Lei nº 9615, de 1998.
 Decreto nº 26.280, de 17 de outubro de 2005 – Regulamenta a Lei nº 3.433, de 06 de
agosto de 2004.
O projeto dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Estado de Educação do
Governo do Distrito Federal tem como objetivo do projeto é dar oportunidade de acesso a
atividades esportivas aos alunos das escolas públicas, por meio do repasse de conhecimento
técnico, físico e tático, das modalidades, assim como utilizar a competição como instrumento
pedagógico. Aos alunos selecionados para fazerem parte das equipes são oferecidas condições
de desenvolvimento das diferentes modalidades esportivas e, para isso, é dada capacitação
técnica e pedagógica aos professores envolvidos nas atividades.
A criação de um CID é feita por proposta de um professor de educação física da rede pública
que se compromete a dedicar única e exclusivamente, a lecionar um esporte em que tenha
comprovado profundo conhecimento. A proposta é enviada à Gerência Regional de Ensino
que, por sua vez, submete ao aval da Gerência do Desporto Escolar. A aprovação da criação
do Centro é condicionada à existência de instalações físicas adequadas à prática do desporto,
de recursos materiais e de condições de participação dos alunos.
Na Orientação Pedagógica é explicitado que, por mais que as Gerências Regionais de Ensino
e a Gerência de Desporto Escolar efetuem papéis importantes junto aos CID, o papel
fundamental de mantenedor do projeto será do professor. A ele caberá desenvolver o aluno
no esporte, participar das reuniões junto à Gerência de Desporto Escolar quando convocado,
bem como participar de cursos de atualização. O docente deverá participar de jogos
organizados para interação entre os CID’s, denominado de (INTERCID) e encaminhar
relatório de atividades à Gerência Regional de Ensino, além de relatar a atuação dos alunos
integrantes do CID.
Em termos de competências, a Gerência de Desporto Escolar elabora as normas dos CID,
além de coordenar e avaliar suas atividades. Além disso, presta orientação técnico-pedagógica
aos professores. Por sua vez, a Gerência Regional de Ensino promove a articulação entre a
Administração Regional e as instituições de ensino públicas e privadas.
Os Centros funcionam em horário comercial e dias alternados, sendo frequentado pelos
alunos, em turno oposto ao das atividades de sala de aula dos alunos. As atividades

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desportivas são definidas de acordo com a faixa etária dos alunos do ensino fundamental ou
médio da rede pública de ensino do DF. As faixas etárias mínimas dependem do esporte
praticado: ginástica olímpica, ginástica rítmica desportiva, judô e capoeira – a partir de 7
anos; futsal – a partir de 8 anos; atletismo e futebol – a partir de 10 anos; basquetebol,
voleibol e handebol – a partir de 11 anos.
No que tange ao financiamento, no início dos anos oitenta eram destinadas verbas
orçamentárias aos CID, mas com o passar dos anos, o projeto foi abandonado. Desde o final
dos anos Noventa, o projeto não possui recursos próprios, sendo mantido graças ao esforço de
professores que acabam por obter material de trabalho para a prática desportiva junto à
Secretaria de Educação ou, mais raramente, graças a alguns poucos patrocínios.
Em função da perda de financiamento e de prioridade na agenda governamental, no início
desta década, o Distrito Federal contava com 99 CIDs, nos quais estavam matriculados 9.636
alunos. A permanência dos Centros, em que pesem as dificuldades enfrentadas, reflete o
interesse de estudantes da rede pública em alguma das modalidades de desportos oferecidas, e
que são identificadas por muitos como uma via de evolução pessoal e possivelmente
profissional. Vale ressaltar que estudantes que começaram no CID são hoje atletas com boas
colocações em eventos esportivos nacionais.
Este artigo tem a finalidade de avaliar o Projeto dos Centros de Iniciação Desportiva do
Governo do Distrito Federal (CID-DF) por meio da utilização da Metodologia Multicritério
de Apoio à Decisão (Multicriteria Decision Aid – MCDA). Na oportunidade procurar-se-á
definir e aplicar os critérios de avaliação, tomando como base as preferências dos tomadores
de decisão. Desta forma, por meio do balizamento das vontades dos atores será possível
mensurar a distância entre o resultado desejado e a situação atual, contribuindo para o
aperfeiçoamento da gestão do Projeto.
A importância de uma pesquisa como essa está no fato de que é necessário analisar como são
desenvolvidos e implantados os planos do governo, usados os recursos públicos em seu
financiamento e, ainda, identificar os resultados dos investimentos realizados. A escolha do
Projeto dos Centros de Iniciação Desportiva como objeto desta avaliação decorre de sua
importância no desenvolvimento sócio-educativo de alunos da rede pública do Distrito
Federal.

O trabalho é dividido em quatro partes, sendo a primeira esta Introdução onde o projeto e seus
objetivos são descritos. Na seguinte será o Referencial Teórico que apresenta os eixos que
informam a pesquisa. A terceira seção é discutida a metodologia adotada na realização das
pesquisas. A quarta a análise detalhada do Projeto CID e, por último serão apresentadas as
considerações finais acerca do estudo.

2. Referencial teórico
De acordo com Espíndola et al (2007), as Metodologias Multicritérios constituem-se como
uma evolução da Pesquisa Operacional (PO). Dentro da mesma comunidade científica, duas
principais correntes de pensamento multicritério desenvolveram-se: Multicriteria Decision
Making (MCDM) e Multicriteria Decision Aid (MCDA). A principal diferença entre estas
metodologias é que, enquanto a MCDM pretende desenvolver um modelo matemático para
explicar uma situação e chegar a uma decisão ótima, baseada em uma situação reconhecida
como real, independentemente dos envolvidos, a MCDA se propõe a modelar o contexto

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decisório, com vistas a gerar conhecimento aos envolvidos no processo, de tal forma a
permitir a construção de um modelo no qual as decisões são baseadas em função do que se
acredita ser o mais adequado à situação específica (ROY, 1990, p.23). Naquele período a PO
era criticada pelo uso indiscriminado de modelos de análise apoiados na teoria dos jogos, na
análise de risco e na programação linear; enfim, em uma série de metodologias que se
baseavam em pressupostos gerais e extremamente racionais (ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001). Desta forma, a metodologia MCDA pressupõe a noção de produção de
conhecimento (BANA e COSTA e SILVA, 1994, p.22; ROY, 1993, p.195; LANDRY, 1995,
p. 340). Todo este processo é permeado pela visão construtivista de Piaget (apud LANDRY,
1995, p.330).
Este método de pesquisa visa criar modelos para os tomadores de decisão fornecendo
insumos, conhecimento, para que os mesmos gerenciem de maneira mais eficiente algum
programa ou projeto. O modelo é desenvolvido através de um ponto de vista construtivista,
em que o decisor interage permanentemente com o processo decisório. Não visa o método
resolver os problemas de forma racional, mas segundo os valores e opiniões dos tomadores de
decisão. Este método avaliativo teve origem das Pesquisas Operacionais (PO), surgidas no
final dos anos 1930. Porém a PO mostrou apresentar problemas, a solução era deveras
abrangente, e não servia a casos individuais.
Em suma, optou-se por se celebrar um modelo que fosse validado de maneira científica, mas
que não se utilizasse somente de preceitos generalizados aplicados aos problemas sociais, pois
estes possuem diversos fatores subjetivos, e modelos estritamente objetivos e racionais não
levam em consideração estes últimos, ou seja, valores, emoções e sentimentos dos atores
envolvidos.

3. Metodologia

3.1 Processo de construção do modelo de avaliação


A MCDA propõe três etapas diferenciadas, mas que não deixam de se relacionar. São elas: a
estruturação do modelo; a avaliação das ações potenciais, considerações finais e
recomendações que visam melhorar o desempenho das ações potenciais para trabalhos futuros
(QUIRINO, 2002, p. 3).

3.2 Fase da estruturação


A fase de Estruturação é formada por três etapas: (i) descrição do problema e a definição do
ambiente da pesquisa (neste caso, necessidade de um instrumento capaz de avaliar o
desempenho dos CIDs), (ii) reconhecimento dos atores envolvidos (neste caso, professores de
educação física e coordenação), (iii) criação do rótulo do contexto nome que descreve o
problema (neste caso, Construir um Modelo para o gerenciamento interno dos CIDs).
A segunda etapa busca identificar os elementos fundamentais para avaliar as ações potenciais,
segundo o juízo de valor dos decisores (docentes e coordenação). Esses elementos são
conhecidos na literatura como uma família de Pontos de Vistas Fundamentais (PVF), ou
estrutura hierárquica de valor. Cada ponto de vista mais complexo pode de ser decomposto
até que se atinja subpontos de vista passíveis de mensuração (KEENEY, 1992). A estrutura
representa os eixos de avaliação do problema (BANA e COSTA et al., 1995). No estudo de
caso, a obtenção dos PVF para a construção do modelo se deu por meio entrevistas de
natureza semi-estruturada e com utilização da técnica de brainstorming, para identificar

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primeiramente os Elementos Primários de Avaliação (EPAs) que são as preocupações dos


decisores para determinar os elementos avaliativos do modelo. Nesta pesquisa foram
identificados 41 EPAs.

Segundo Espíndola et al (2007), os EPAs, por natureza, são orientados à ação; em função
disto, são transformados em conceitos, os quais identificam dois polos – o polo presente
(pretendido) e o pólo oposto (mínimo aceitável pelo decisor), conforme Quadro 1 (ENSSLIN,
MONTIBELLER; NORONHA, 2001).

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Elemento Primário de Avaliação


Polo Presente Polo Oposto
(EPAs)
Infraestrutura Proporcionar uma estrutura Risco de acidente grave
adequada para a prática de
esporte

Localização Acesso fácil ao CID Desinteresse de participar do CID


Fonte: Dados da pesquisa
Quadro 1: Exemplos de Elementos Primários de Avaliação Identificados

A partir da formulação dos conceitos, estes são agrupados em áreas de afinidades ou clusters
(EDEN, 1988, p.9). Foram identificados três áreas de interesses (afinidades) para 6 PVFs que
foram decompostos em 16 pontos de vista elementares (PVEs), validados pelos decisores e,
portanto, legitimada a estrutura. A Figura 1 apresenta a estrutura hierárquica de valor
denominada de Árvore de Pontos de Vista (BANA e COSTA E SILVA, 1994, p.28), somente
com as áreas de interesses e os 6 PVFs.

Fonte: Dados da Pesquisa


Figura 1: Árvore de Pontos de Vista

Os quatro dos seis pontos de vista fundamentais (PVFs) tem seus desdobramentos em pontos
de vista elementares (PVEs), passível de mensuração, neste momento, denominado de ponto
de vista (PV) ou critério:

 PVF 1 – Infraestrutura:
 PVE 1.1 – Instalações:
 PVE 1.1.1 - Estrutura física;
 PVE 1.1.2 – Vestiário;
 PVE 1.1.3 – Bebedouro;
 PVE 1.2 – Localização.

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 PVF 2 – Recursos Materiais:


 PVE 2.1 – Uniformes dos alunos;
 PVE 2.2 – Material desportivo;
 PVF 3 Participação do Professor:
 PVE 3.1 – Reuniões;
 PVE 3.2 – INTERCID;
 PVE 3.3 – Relatórios;
 PVE 3.4 – Pontualidade;
 PVE 3.5 – Frequência;
 PVF 4 Público Alvo:
 PVE 4.1 – Idade;
 PVE 4.2 – Quantidade;
 PVE 4.3 – Frequência;
 PVE 4.4 – Alunos especiais;

Note-se que o PVF 5 - Conteúdo Programático e o PVF 6 - Divulgação não foram


divididos em pontos de vista elementares (PVE), também são chamados (PV) ou de critérios.
Neste trabalho foram determinados 18 critérios avaliativos, sendo 16 PVEs e 2 PVFs.
Após a construção dos PVFs e seus PVEs, inicia-se a construção dos descritores que
permitem mensurar o desempenho dos CIDs em cada critério. Os descritores são definidos
por um conjunto de níveis de impacto que descrevem os desempenhos de cada CID em cada
critério. Tabela 1 apresenta um dos descritores desenvolvidos nesta pesquisa, relativo ao
critério 1.1.1 – Estrutura física.

3.3 Fase de Avaliação


A etapa da avaliação tem como foco central medir, por meio de representações matemáticas,
as opiniões dadas pelos decisores envolvidos no processo. Neste momento é necessária a
construção das funções de valor para cada descritor; a identificação das taxas de substituição
para cada PVF e PVE; e por último determinar o desempenho dos CIDs.
Para que estas três etapas sejam realizadas faz-se necessário o uso do software Measuring
Attactiveness by a Categorical Based Evaluation Technique (MACBETH), (BANA e COSTA
e VASNICK, 1997, p.111). Para tanto, são definidos níveis de referência para cada descritor
(BANA e COSTA e SILVA, 1994, p.33), também conhecidos como níveis-âncora. Ao nível
Bom, o software atribui valoração 100 e ao Neutro, 0, sendo que os demais níveis são
ajustados pelo próprio software, a partir de conversões matemáticas, conforme demonstrado
no Tabela 1.

Nível de Nível de Descrição Função de Valor


Impacto Referência 1.1.1 - Estrutura física (MACBETH)
N5 Supera as expectativas 150
N4 Bom Atende às necessidades 100
N3 Atende parcialmente às necessidades, mas há espaço para
40
melhorias
N2 Neutro Atende parcialmente às necessidades, mas é preciso ação 0

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urgente
N1 Não atende às necessidades –50
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 1: Descritor e função de valor do critério PVE 1.1.1 - Estrutura física (pesquisa
qualitativa versus pesquisa quantitativa)

O próximo passo é determinar as taxas de substituição que informam a importância relativa de


cada critério no modelo. Estas taxas de substituição são obtidas por meio do software
MACBETH, Após a geração das taxas de substituição, o modelo de avaliação está concluído.
Porém, uma vez que também se objetiva conhecer o desempenho dos CIDs (avaliação global),
que é obtida pela fórmula matemática de agregação aditiva, que agrega as avaliações locais de
cada critério, obtida pela equação:
V(G) = w1.v1 (p) + w2.v2 (p) + w3.v3 (p) + ... wn.vn (p)
Sendo que:
 V(G) corresponde ao valor global da avaliação;
 v1 (p), v2 (p),... correspondem ao valor parcial dos critérios 1, 2, ...;
 w1, w2, ... correspondem às Taxas de Substituição dos critérios 1, 2, ...;
 n corresponde ao número de critérios do modelo.

3.3.1 O desempenho dos CID


A fim de validar o modelo, foi proposto à coordenação (decisores) testar o modelo na
avaliação de desempenho de um CID a coordenação aceitou desde que não fosse explicitado o
nome do centro, então chamamos o centro de CID 1. Os decisores em conjunto responderam
um questionário fechado que assinalavam as respostas mais adequadas, a respeito do CID 1,
as respostas na verdade eram os descritores de cada critério. Conforme mostra a Tabela 2.

Taxa de Ancoragem
Critérios Avaliados Taxa de Substituição (CID 1)
PVE 1.1.1 Estrutura física 0,7 40
PVE 1.1.2 Vestiários 0,15 -100
PVE 1.1.3 Bebedouros 0,15 0
PVE 1.2 Localização 0,5 65
PVE 2.1 Uniformes dos alunos 0,1 0
PVE 2.2 Material desportivo 0,9 0
PVE 3.1 Reuniões 0,1 60
PVE 3.2 INTERCID 0,1 100
PVE 3.3 Relatórios 0,1 100
PVE 3.4 Pontualidade 0,2 100
PVE 3.5 Frequência 0,5 100
PVE 4.1 Idade 0,1 100
PVE 4.2 Quantidade 0,1 100
PVE 4.3 Frequência do aluno 0,6 50
PVE 4.4 Alunos especiais 0,2 100
PVF 5 Conteúdo Programático 0,15 100
PVF 6 Divulgação 0,14 50
Fonte: Resultado da Pesquisa

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Tabela 2 – Taxas de Substituição e a avaliação de desempenho do CID 1 em cada critério


(pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa)

A Figura 2 é uma representação gráfica da Tabela 2, denominada de Perfil de Impacto, ou


seja, a avaliação local do CID 1.

Fonte: Resultado da Pesquisa


Figura 2 – Perfil de Impacto

A avaliação global do CID 1, por meio do método de agregação aditiva:

VG = W1[W1.1(W1.1.1xV1.1.1(a) + W1.1.2xV1.1.2 (a) + W1.1.3xV1.1.3 (a)) + W1.2xV1.2


(a)] + W2(W2.1xV2.1(a) + W2.2xV2.2(a)) + W3(W3.1V3.1(a) + W3.2xV3.2(a) +
W3.3xV3.3(a) + W3.4xV3.4(a) + W3.5xV3.5 (a)) + W4( W4.1xV4.1(a) +W4.2xV4.2 (a) +
W4.3xV4.3(a) + W4.4xV4.4 (a)) + W5xV5(a) + W6xV6(a) = 0,17[ 0,5(0,7 x 40 + 0,15 x (–
100) +}0,15 x 0) + (0,5 x 0,65] + 0,16(0,1 x 0 + 0,9 x 0) + 0,18(0,1 x 60 + 0,1 x 100 + 0,1 x
100 + 0,2 x 100 + 0,5 x 100) + 0,2(0,1 x 100 + 0,1 x 100 + 0,6 x 50 + 0,2 x 100) + 0,15 x 100
x 50 = 6,63 + 0 + 17,28 + 14 + 7 = 59,9
O resultado obtido na avaliação do desempenho do CID 1 foi uma pontuação positiva de 59,9
em uma escala de “0” a “100”, o que caracteriza um desempenho um pouco abaixo da
expectativa dos decisores, ou seja, o CID 1 apresenta um desempenho comprometedor em
alguns dos aspectos analisados.

3.3 Fase de recomendações

Na Fase de Elaboração de Recomendações, são sugeridas as ações potenciais que visam


melhorar o desempenho em relação ao status quo. O processo de geração de ações de
recomendação é feito com base nos descritores cujo desempenho não atendeu às expectativas
dos decisores.

No caso do modelo proposto, os critérios que apresentaram um baixo desempenho foram PVE
1.1.1 Estrutura física; PVE 1.1.2 Vestiários; PVE 1.1.3 Bebedouros; PVE 2.1 Uniformes dos

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alunos; PVE 2.2 Material desportivo. Todos os critérios são relacionados aos aspectos
Condições de Trabalho, está claro que falta apoio por parte do governo de atender a
infraestrutura e recursos materiais para ter um bom desempenho o projeto CID.

4. Considerações acerca do estudo


O presente estudo teve como objetivo geral construir um modelo para avaliar o desempenho
dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria Estado de Educação do Governo do
Distrito Federal, no gerenciamento do projeto.
Constata-se, a partir do estudo, que a Metodologia de Multicritério de Apoio à Decisão foi
capaz de traçar o perfil do projeto avaliado, de acordo com a perspectiva dos decisores, seus
anseios e desejos, no que tange ao processo de administração dos CIDs. A partir de fatores
subjetivos a metodologia MCDA captou a opinião dos decisores, traduzindo dados
qualitativos em números e caracterizando-se como uma robusta ferramenta avaliativa. Foram
identificados 18 (dezoito) critérios para avaliação dos CIDs.
Já o projeto CID mostra ser muito requisitado pelos alunos da rede de ensino público do
Distrito Federal. O objetivo dele revela ser um projeto de conteúdo com largo alcance social
e ao mesmo tempo muito simples de ser implementado.
Porém, como grande parte dos projetos e programas do governo, possui falhas que
comprometem seu funcionamento, como não possuir um orçamento próprio, o governo não
dar valor devido ao seu propósito e os professores terem que encontrar um jeito de conseguir
os insumos básicos para o andamento de suas unidades. O modelo tem mostrado um baixo
desempenho nos PVFs Infraestrutura e Recursos Materiais.
A partir de entrevistas e dados selecionados traçou-se, por meio de uma avaliação, em um
CID que os decisores consideraram como tendo as características médias, mais comuns de
serem observadas nos Centros de Iniciação Desportiva.
Evidentemente que os pesos de cada critério acabam sendo mais importantes para definir a
nota real de um CID, sendo que um conceito de 59,9 pontos, apenas na sua totalidade, não
refletiria, segundo os decisores, a realidade almejada por ele. Por isso mesmo, a valoração
obtida em cada critério por meio da multiplicação da sua taxa de substituição pela de
ancoragem reflete o grau de importância dada a cada critério. Se a nota que um CID tirar,
numa avaliação de desempenho, for muito alta em um critério não muito conceituado pelo
decisor e, ao mesmo tempo, obtiver uma nota não tão boa em um critério muito conceituado,
sendo que os outros critérios seguem a mesma perspectiva, evidente que o resultado poderá
ser 59,9 pontos e alcançar o patamar numérico, mas sob a ótica do decisor não refletirá sua
conveniência.
A MCDA proporciona que seja observado isto, por exemplo: critérios bem conceituados
tiraram notas baixas em algumas ações, por meio disto o decisor pode saber onde concentrar
seus esforços. Desta maneira fica muito evidente que a complexidade da MCDA acaba por
revelar que não existem saídas, o resultado é concreto e bem definido, o decisor apenas se
espelha nele e age.

Referências
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