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1. Introdução
O projeto dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Estado de Educação do
Governo do Distrito Federal existe desde 1981 e passou por reformulações ao longo dos anos,
por último uma delas realizada sob o formato de Orientação Pedagógica do Centro de
Iniciação Desportiva do DF (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO
FEDERAL (BRASIL), 2002).
O projeto se encontra tutelado legalmente por uma série de dispositivos:
Lei Orgânica do Distrito Federal, 1993.
Lei nº 9394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.
Lei nº 9615, de 1998 – A qual institui normas gerais sobre desporto.
Decreto nº 2574, de 1998 – Regulamenta a Lei nº 9615, de 1998.
Decreto nº 26.280, de 17 de outubro de 2005 – Regulamenta a Lei nº 3.433, de 06 de
agosto de 2004.
O projeto dos Centros de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Estado de Educação do
Governo do Distrito Federal tem como objetivo do projeto é dar oportunidade de acesso a
atividades esportivas aos alunos das escolas públicas, por meio do repasse de conhecimento
técnico, físico e tático, das modalidades, assim como utilizar a competição como instrumento
pedagógico. Aos alunos selecionados para fazerem parte das equipes são oferecidas condições
de desenvolvimento das diferentes modalidades esportivas e, para isso, é dada capacitação
técnica e pedagógica aos professores envolvidos nas atividades.
A criação de um CID é feita por proposta de um professor de educação física da rede pública
que se compromete a dedicar única e exclusivamente, a lecionar um esporte em que tenha
comprovado profundo conhecimento. A proposta é enviada à Gerência Regional de Ensino
que, por sua vez, submete ao aval da Gerência do Desporto Escolar. A aprovação da criação
do Centro é condicionada à existência de instalações físicas adequadas à prática do desporto,
de recursos materiais e de condições de participação dos alunos.
Na Orientação Pedagógica é explicitado que, por mais que as Gerências Regionais de Ensino
e a Gerência de Desporto Escolar efetuem papéis importantes junto aos CID, o papel
fundamental de mantenedor do projeto será do professor. A ele caberá desenvolver o aluno
no esporte, participar das reuniões junto à Gerência de Desporto Escolar quando convocado,
bem como participar de cursos de atualização. O docente deverá participar de jogos
organizados para interação entre os CID’s, denominado de (INTERCID) e encaminhar
relatório de atividades à Gerência Regional de Ensino, além de relatar a atuação dos alunos
integrantes do CID.
Em termos de competências, a Gerência de Desporto Escolar elabora as normas dos CID,
além de coordenar e avaliar suas atividades. Além disso, presta orientação técnico-pedagógica
aos professores. Por sua vez, a Gerência Regional de Ensino promove a articulação entre a
Administração Regional e as instituições de ensino públicas e privadas.
Os Centros funcionam em horário comercial e dias alternados, sendo frequentado pelos
alunos, em turno oposto ao das atividades de sala de aula dos alunos. As atividades
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desportivas são definidas de acordo com a faixa etária dos alunos do ensino fundamental ou
médio da rede pública de ensino do DF. As faixas etárias mínimas dependem do esporte
praticado: ginástica olímpica, ginástica rítmica desportiva, judô e capoeira – a partir de 7
anos; futsal – a partir de 8 anos; atletismo e futebol – a partir de 10 anos; basquetebol,
voleibol e handebol – a partir de 11 anos.
No que tange ao financiamento, no início dos anos oitenta eram destinadas verbas
orçamentárias aos CID, mas com o passar dos anos, o projeto foi abandonado. Desde o final
dos anos Noventa, o projeto não possui recursos próprios, sendo mantido graças ao esforço de
professores que acabam por obter material de trabalho para a prática desportiva junto à
Secretaria de Educação ou, mais raramente, graças a alguns poucos patrocínios.
Em função da perda de financiamento e de prioridade na agenda governamental, no início
desta década, o Distrito Federal contava com 99 CIDs, nos quais estavam matriculados 9.636
alunos. A permanência dos Centros, em que pesem as dificuldades enfrentadas, reflete o
interesse de estudantes da rede pública em alguma das modalidades de desportos oferecidas, e
que são identificadas por muitos como uma via de evolução pessoal e possivelmente
profissional. Vale ressaltar que estudantes que começaram no CID são hoje atletas com boas
colocações em eventos esportivos nacionais.
Este artigo tem a finalidade de avaliar o Projeto dos Centros de Iniciação Desportiva do
Governo do Distrito Federal (CID-DF) por meio da utilização da Metodologia Multicritério
de Apoio à Decisão (Multicriteria Decision Aid – MCDA). Na oportunidade procurar-se-á
definir e aplicar os critérios de avaliação, tomando como base as preferências dos tomadores
de decisão. Desta forma, por meio do balizamento das vontades dos atores será possível
mensurar a distância entre o resultado desejado e a situação atual, contribuindo para o
aperfeiçoamento da gestão do Projeto.
A importância de uma pesquisa como essa está no fato de que é necessário analisar como são
desenvolvidos e implantados os planos do governo, usados os recursos públicos em seu
financiamento e, ainda, identificar os resultados dos investimentos realizados. A escolha do
Projeto dos Centros de Iniciação Desportiva como objeto desta avaliação decorre de sua
importância no desenvolvimento sócio-educativo de alunos da rede pública do Distrito
Federal.
O trabalho é dividido em quatro partes, sendo a primeira esta Introdução onde o projeto e seus
objetivos são descritos. Na seguinte será o Referencial Teórico que apresenta os eixos que
informam a pesquisa. A terceira seção é discutida a metodologia adotada na realização das
pesquisas. A quarta a análise detalhada do Projeto CID e, por último serão apresentadas as
considerações finais acerca do estudo.
2. Referencial teórico
De acordo com Espíndola et al (2007), as Metodologias Multicritérios constituem-se como
uma evolução da Pesquisa Operacional (PO). Dentro da mesma comunidade científica, duas
principais correntes de pensamento multicritério desenvolveram-se: Multicriteria Decision
Making (MCDM) e Multicriteria Decision Aid (MCDA). A principal diferença entre estas
metodologias é que, enquanto a MCDM pretende desenvolver um modelo matemático para
explicar uma situação e chegar a uma decisão ótima, baseada em uma situação reconhecida
como real, independentemente dos envolvidos, a MCDA se propõe a modelar o contexto
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decisório, com vistas a gerar conhecimento aos envolvidos no processo, de tal forma a
permitir a construção de um modelo no qual as decisões são baseadas em função do que se
acredita ser o mais adequado à situação específica (ROY, 1990, p.23). Naquele período a PO
era criticada pelo uso indiscriminado de modelos de análise apoiados na teoria dos jogos, na
análise de risco e na programação linear; enfim, em uma série de metodologias que se
baseavam em pressupostos gerais e extremamente racionais (ENSSLIN; MONTIBELLER;
NORONHA, 2001). Desta forma, a metodologia MCDA pressupõe a noção de produção de
conhecimento (BANA e COSTA e SILVA, 1994, p.22; ROY, 1993, p.195; LANDRY, 1995,
p. 340). Todo este processo é permeado pela visão construtivista de Piaget (apud LANDRY,
1995, p.330).
Este método de pesquisa visa criar modelos para os tomadores de decisão fornecendo
insumos, conhecimento, para que os mesmos gerenciem de maneira mais eficiente algum
programa ou projeto. O modelo é desenvolvido através de um ponto de vista construtivista,
em que o decisor interage permanentemente com o processo decisório. Não visa o método
resolver os problemas de forma racional, mas segundo os valores e opiniões dos tomadores de
decisão. Este método avaliativo teve origem das Pesquisas Operacionais (PO), surgidas no
final dos anos 1930. Porém a PO mostrou apresentar problemas, a solução era deveras
abrangente, e não servia a casos individuais.
Em suma, optou-se por se celebrar um modelo que fosse validado de maneira científica, mas
que não se utilizasse somente de preceitos generalizados aplicados aos problemas sociais, pois
estes possuem diversos fatores subjetivos, e modelos estritamente objetivos e racionais não
levam em consideração estes últimos, ou seja, valores, emoções e sentimentos dos atores
envolvidos.
3. Metodologia
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Segundo Espíndola et al (2007), os EPAs, por natureza, são orientados à ação; em função
disto, são transformados em conceitos, os quais identificam dois polos – o polo presente
(pretendido) e o pólo oposto (mínimo aceitável pelo decisor), conforme Quadro 1 (ENSSLIN,
MONTIBELLER; NORONHA, 2001).
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A partir da formulação dos conceitos, estes são agrupados em áreas de afinidades ou clusters
(EDEN, 1988, p.9). Foram identificados três áreas de interesses (afinidades) para 6 PVFs que
foram decompostos em 16 pontos de vista elementares (PVEs), validados pelos decisores e,
portanto, legitimada a estrutura. A Figura 1 apresenta a estrutura hierárquica de valor
denominada de Árvore de Pontos de Vista (BANA e COSTA E SILVA, 1994, p.28), somente
com as áreas de interesses e os 6 PVFs.
Os quatro dos seis pontos de vista fundamentais (PVFs) tem seus desdobramentos em pontos
de vista elementares (PVEs), passível de mensuração, neste momento, denominado de ponto
de vista (PV) ou critério:
PVF 1 – Infraestrutura:
PVE 1.1 – Instalações:
PVE 1.1.1 - Estrutura física;
PVE 1.1.2 – Vestiário;
PVE 1.1.3 – Bebedouro;
PVE 1.2 – Localização.
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urgente
N1 Não atende às necessidades –50
Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 1: Descritor e função de valor do critério PVE 1.1.1 - Estrutura física (pesquisa
qualitativa versus pesquisa quantitativa)
Taxa de Ancoragem
Critérios Avaliados Taxa de Substituição (CID 1)
PVE 1.1.1 Estrutura física 0,7 40
PVE 1.1.2 Vestiários 0,15 -100
PVE 1.1.3 Bebedouros 0,15 0
PVE 1.2 Localização 0,5 65
PVE 2.1 Uniformes dos alunos 0,1 0
PVE 2.2 Material desportivo 0,9 0
PVE 3.1 Reuniões 0,1 60
PVE 3.2 INTERCID 0,1 100
PVE 3.3 Relatórios 0,1 100
PVE 3.4 Pontualidade 0,2 100
PVE 3.5 Frequência 0,5 100
PVE 4.1 Idade 0,1 100
PVE 4.2 Quantidade 0,1 100
PVE 4.3 Frequência do aluno 0,6 50
PVE 4.4 Alunos especiais 0,2 100
PVF 5 Conteúdo Programático 0,15 100
PVF 6 Divulgação 0,14 50
Fonte: Resultado da Pesquisa
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No caso do modelo proposto, os critérios que apresentaram um baixo desempenho foram PVE
1.1.1 Estrutura física; PVE 1.1.2 Vestiários; PVE 1.1.3 Bebedouros; PVE 2.1 Uniformes dos
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alunos; PVE 2.2 Material desportivo. Todos os critérios são relacionados aos aspectos
Condições de Trabalho, está claro que falta apoio por parte do governo de atender a
infraestrutura e recursos materiais para ter um bom desempenho o projeto CID.
Referências
BANA E COSTA, C. A.; DE CORTE, J. M.; VANSNICK, J.C. Software MACBETH.
1997.
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