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Tribunal Regional Federal da 5ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico


Consulta Processual

09/09/2018

Número: 0813481-88.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
IMPETRADO 12ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
PACIENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
PACIENTE ielton barreto de oliveira
PACIENTE JERONIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
4050000.1232710 08/09/2018 HABEAS CORPUS Petição Inicial
1 22:26
4050000.1232710 08/09/2018 01 - HC Prisão 08 de setembro Documento de Comprovação
2 22:26
4050000.1232710 08/09/2018 02 - Decisão Liminar Documento de Comprovação
4 22:26
4050000.1232710 08/09/2018 03 - Decisão pedido de extensão Documento de Identificação
5 22:26
4050000.1232710 08/09/2018 04 - Acórdão HC 0802530-35.2018.4.05.0000 Documento de Comprovação
7 22:26
4050000.1232710 08/09/2018 05 - Decisão AINDA EM VIGOR suspendendo a Documento de Comprovação
8 22:26 execução da pena
4050000.1232710 08/09/2018 06 - STJ - Pedido de Prisão MPF Documento de Comprovação
9 22:26
4050000.1232711 08/09/2018 07 - Decisão STJ Documento de Comprovação
1 22:26
4050000.1232711 08/09/2018 08 - Primeira manifestação MP execução Documento de Comprovação
2 22:26
4050000.1232711 08/09/2018 09 - PRIMEIRA DECISÃO DE PRISÃO Documento de Comprovação
4 22:26
4050000.1232711 08/09/2018 10 - Deusmar Manifestação Prisão Vara de Documento de Comprovação
5 22:26 Execução
4050000.1232711 08/09/2018 11 - Manifestação Mp execução deusmar Documento de Comprovação
6 22:26
4050000.1232711 08/09/2018 12 - SEGUNDA DECISÃO DE PRISÃO - ATO Documento de Comprovação
7 22:26 COATOR
4050000.1232952 09/09/2018 Decisão Decisão
6 01:55
4050000.1232954 09/09/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
3 02:19
4050000.1232954 09/09/2018 Comunicações Comunicações
2 02:19
4050000.1232954 09/09/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
8 02:24
4050000.1232954 09/09/2018 Comunicações Comunicações
7 02:24
4050000.1232955 09/09/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
3 02:27
4050000.1232955 09/09/2018 Comunicações Comunicações
2 02:27
4050000.1232955 09/09/2018 Anexos da Comunicação Anexos da Comunicação
5 02:29
4050000.1232955 09/09/2018 Comunicações Comunicações
4 02:29
4050000.1232956 09/09/2018 Intimação Expediente
2 02:41
4050000.1232956 09/09/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
3 02:41
EM ANEXO

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822231444900000012306398
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327101
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL
REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, brasileiro, casado,


advogado, inscrito na OAB/SP nº 329.034, podendo ser localizado no SHIS, QL
14, Conjunto 9, Casa 18, Brasília – DF, ANASTACIO JORGE MATOS DE
SOUSA MARINHO, OAB/CE 8502, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA, OAB/CE
15.095 e TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, OAB/CE 16.386, sócios de Rocha,
Marinho e Sales Advogados S/S, com Endereço na Av. Des. Moreira, 760, 6º
andar, Fortaleza – CE, e MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA e LUIZ
EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE, advogados inscritos na Ordem
dos Advogados do Brasil sob os nºs 21.932/DF e 41.950/DF, ambos com
endereço profissional no SMDB, Conjunto 06, Lote 06, Brasília – DF, vêm, à
presença deste Sodalício, impetrar

HABEAS CORPUS
(com pedido de liminar)

em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, brasileiro, casado,


empresário, portador da Carteira de Identidade RG nº 207.206 SSP/CE,
residente e domiciliado na Avenida Beira Mar, 2270, apto. 1300, Fortaleza - CE,
GERALDO GADELHA FILHO, brasileiro, casado, advogado, portador do RG nº
950.021.727-86 SSP/CE, residente e domiciliado à Rua Joaquim Nabuco, nº
1400, apt. 602, Fortaleza/CE, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, brasileiro,
separado judicialmente, economista, portador do RG nº 10.781-82 SSP/CE,
residente e domiciliado à Rua Silva Jatahy, nº 220, apt. 1600, Fortaleza/CE e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF/MF sob o nº
232.814.993-68, residente e domiciliado à Rua Paula Ney, nº 827, apt. 1301,

1/10
Aldeota, Fortaleza/CE, em face de ato coator praticado pelo juízo da 12ª Vara de
Execução Penal do Ceará, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL

1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes


previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, estando
os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de Embargos de Divergência
opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena


perante o Juízo da Execução, esta foi suspensa por força de decisão
proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se
encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ


referente a decisão que não atacou a decisão proferida por esta Corte, o
Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em que,
desconsiderando que a ordem emanada por esta Corte foi inatacada e, portanto,
continua em vigor, determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meia-
noite do dia de hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração.


Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL


REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES
PROVISÓRIAS DO PACIENTE – EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões


judiciais devam ser atacadas pela via do recurso cabível, não podendo, per
saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de exaurido
o julgamento no tribunal a quo.

2/10
6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este
Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendendo as execuções provisórias
dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do decisum, optou por
formular requerimento direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal


Federal quando a possibilidade de prisão antes do trânsito em julgado, estando
pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos Pacientes ingressou
com pedido cautelar que foi autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que,
em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida
liminar suspendendo a execução da pena.

8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o


Recurso Especial foi julgado monocraticamente não se conhecendo das
matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e


posteriores Embargos de Declaração, os quais foram improvidos, estando o
processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com
que o Ministério Público requeresse o cumprimento da pena perante o Juízo da
execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-


35.2018.4.05.0000 perante esta Corte alegando violação ao princípio do non
reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não
recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da
condenação.

3/10
12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de
Ministros da Suprema Corte, o TRF-5 deferiu a liminar requerida, suspendendo
a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima


mencionado, a fim de garantir a liberdade dos Pacientes até o trânsito em julgado
de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo


em que reconhece a revogação da liminar anteriormente concedida na Tutela
Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo a execução da
pena até o trânsito em julgado da mencionada medida, a defesa opôs embargos
de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar
até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao
menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser devidamente
fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos


exclusivamente pela defesa, o Ministério Público Federal, atuando perante a
Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução fundamentando-
se, exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao


Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante este Tribunal,
relatando o fato e requerendo fosse reafirmada a decisão proferida por
aquela Corte, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do Ceará que
mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes,
respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas
corpus.

1 Objeto do item IV da presente impetração.

4/10
17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ
proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos


infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o
acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o
pedido de id. 12078250.
Assim, determino que permaneçam suspensas as
Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-
10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes
das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos
autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o
julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela
defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma
de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao


invés de recorrer, resolveu, per saltum, requerer a prisão diretamente ao STJ,
sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima
mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição
identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não
recorreu.

19. São inúmeros os julgados daquela Corte, especialmente em


casos nos quais a defesa busca precocemente provimento judicial do STJ, sem
que exaurida a manifestação dos Tribunal de origem, nos quais é reconhecida a
indevida supressão de instância, culminando no não conhecimento dos pedidos.
Confira-se:

HABEAS CORPUS - EXECUÇÃO PENAL - AGRAVO EM


EXECUÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA, DO
RELATOR NO TRIBUNAL A QUO - AGRAVO REGIMENTAL
NÃO CONHECIDO, EM NOVA DECISÃO MONOCRÁTICA DO
RELATOR - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE
ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ANTECEDENTE - HABEAS
CORPUS CONHECIDO.
1. O agravo regimental constitui o instrumento do qual a parte
dispõe para submeter ao órgão colegiado a decisão monocrática
proferida por um de seus membros.

5/10
2. Tanto o Código de Processo Penal, no seu artigo 3º, quanto o
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
no seu artigo 233, determinam que, caso não haja retratação por
parte do relator - como ocorreu no caso em exame -, este deve
submeter o agravo regimental ao colegiado respectivo, para fins,
inclusive, de exaurimento de instância recursal, sem a qual o
recurso especial estaria fadado à hipótese de não
conhecimento.
3. De fato, a provocação da jurisdição de Corte Superior
exige o prévio exaurimento da instância antecedente, de
modo que incorreta a decisão do relator, no Tribunal a quo,
que não conheceu - em nova decisão monocrática - do
agravo regimental interposto pela defesa.
4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de
ofício, a fim de que o agravo regimental interposto perante o
Tribunal de origem seja submetido ao respectivo colegiado.
(HC 446.987/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, 5ª TURMA, jul. em 07/08/2018, DJe 15/08/2018)

20. Neste mesmo sentido, é possível citar centenas de decisões


daquela Corte.

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO


MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE A 12ª VARA DE EXECUÇÃO
PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE
A DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5
AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

6/10
22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje,
manifestou entendimento diverso, havendo a autoridade coatora mantido sua
decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº


0802530-35.2018.4.05.0000, em que foi proferida a decisão desta Corte,
encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de setembro
de 2018:

7/10
24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade
será levado a julgamento outro habeas corpus impetrado pela defesa destes
Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à alteração
de regime de cumprimento de pena destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar


que apenas não foi concedida ao argumento de que não existiria perigo na
demora exatamente por força da decisão proferida no habeas corpus
anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do


perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas
serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na
Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou
em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-
35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma
deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de
FRANCISCO DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o
julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38
no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos
corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto
não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de

8/10
Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr
as Execuções Provisórias propostas em face dos pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no


entanto, não fez qualquer menção à existência de decisão proferida por este
TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão após o julgamento
em segundo grau de jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente
impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade


coatora (Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará) requerendo fosse
reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a determinação que se
constitui em flagrante constrangimento ilegal.

III - DO PEDIDO

28. Como se vê, existe evidente dúvida quanto ao alcance da


decisão proferida pelo STJ, especialmente se ela revoga a decisão proferida por
este TRF5, que jamais foi atacada por qualquer recurso pelo Ministério Público,
o que está gerando verdadeiro tumulto processual que só pode ser resolvido a
favor do Réu, ao menos até que se possa ter a certeza quanto ao seu alcance,
o que certamente pode ser feito oficiando-se o próprio STJ no primeiro horário
de segunda-feira.

29. Assim, em sede de liminar, requer seja determinado ao Juízo da


12ª Vara de Execução Penal do Ceará, que suspenda o cumprimento da ordem
de prisão até que seja confirmado se a decisão proferida pelo STJ revoga a
decisão proferida por esta Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso pelo
Ministério Público.

30. No mérito, requer seja concedida a presente ordem de habeas


corpus a fim de que se impeça a execução provisória da pena enquanto estiver
hígida a decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

9/10
P. deferimento.
Recife/PE, 23 de julho de 2018.

Cesar Asfor Rocha Caio Cesar Rocha


OAB/SP 329.034 OAB/CE 15.095

Anastacio Marinho Tiago Asfor Rocha


OAB/CE 8.502 OAB/CE 16.386

Marcelo Leal de Lima Oliveira


OAB/DF 21.932

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822234342400000012306399
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327102
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 10/10
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.trf5.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam

PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIROS, apontando como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará,
objetivando a suspensão da Execução Provisória da pena que lhe imposta nos autos da Ação Penal
nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do art.
27-C da Lei nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de
julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido
parece viciado de abuso de poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no


ARE 964.246/SP, admitindo a possibilidade de execução provisória da pena após condenação em
segunda instância, diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda,


imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia
erigida em favor do status libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o
famigerado entendimento firmado pelo STF, de cunho genérico, deva prevalecer sobre uma norma
endócrina, expressa na própria sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de seu
trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início
da execução da pena imposta a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do
respectivo mandado de prisão.

Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

1 de 2 1/2
08/09/2018 21
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.trf5.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018.

Processo: 0802530-35.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por: 18031418272038500000010519173
FRANCISCO ROBERTO MACHADO -
Magistrado
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 09:14:01
Identificador: 4050000.10537072

Para conferência da autenticidade do documento:


https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento
/listView.seam

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822240469700000012306401
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327104
2 de 2 Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
08/09/2018 21
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.trf5.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam

PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a


suspensão do início das Execuções Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO
DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na
Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de reclusão
pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso
Especial no STJ (REsp 1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos
os requisitos para a extensão da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos
réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos
outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a
fim de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da
jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial
condenatório (no qual constou, expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito
em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da
pena aqui aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo
prevalecer sobre o entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos,
resta evidenciada situação análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA,
inexistindo, pelo menos a princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste
Habeas Corpus a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA
FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente suspensão das Execuções
Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

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Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018.

Processo: 0802530-35.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por: 18031512333946800000010529042
FRANCISCO ROBERTO MACHADO -
Magistrado
Data e hora da assinatura: 15/03/2018 15:51:15
Identificador: 4050000.10546963

Para conferência da autenticidade do documento:


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Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822241478700000012306402
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327105
2 de 2 Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

RELATÓRIO

O DESEMBARGADOR FEDERAL ROBERTO MACHADO (Relator): Trata-se de Habeas


Corpus impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, apontando como ilegal
decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena
imposta ao paciente na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão,
além de 250 dias-multa, pela prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda
pendente de julgamento de recurso no STJ (EDcl no AgRg no REsp 1.449.193-CE)

Os impetrantes alegam: 1) na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, em razão da prática do


crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, o paciente foi condenado a 9 (nove) anos e dois 2
(dois) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado, mais multa; 2) ainda
pendente de julgamento o Recurso Especial REsp 1.449.193-CE, no STJ, interposto pela defesa; 3)
o pedido de execução provisória da pena privativa de liberdade, formulado pelo MPF, viola o
princípio do non reformatio in pejus e a garantia da segurança jurídica, porque a acusação não
recorreu da parte da sentença que condicionou a execução ao trânsito em julgado da decisão
condenatória; 4) o que se discute, neste momento processual, em nada se relaciona com a
(in)constitucionalidade da execução provisória da pena; 5) as providências finais, as quais integram
a parte dispositiva da sentença, estão acobertadas pelo manto da coisa julgada; 6) o STF vem
condicionando o recolhimento à prisão ao trânsito em julgado para ambas as partes, nos casos em
que assim previsto no título executivo, sem que isso ofenda o entendimento daquela Suprema Corte
no sentido da possibilidade de execução provisória da pena privativa de liberdade (id. 10536626,
fls. 03/12).

Deferi o pedido liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ (id. 10537072, fls. 368/369).

A autoridade coatora prestou as informações de estilo (id. 3421061, fls, 1.597/1.599).

Depois, deferi o pedido de extensão da liminar para os corréus IELTON BARRETO DE


OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a
consequente suspensão das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100,
0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100, também até o final do julgamento deste
writ (id. 10546963, fl. 1.600).

Ouvido, o MPF se manifestou, preliminarmente, pelo reconhecimento da prevenção do


Desembargador Federal Carlos Rebêlo Júnior para relatar o presente Habeas Corpus e, no mérito,
pela denegação da ordem (id. 10788156, fls. 1.622/1.629).

Os impetrantes requereram a manutenção da competência do Desembargador Federal Roberto

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Machado, integrante da Primeira Turma deste Tribunal, em respeito à regra do art. 61, § 5º, do
Regimento Interno (id. 19844801, fls. 1.644/1.650).

Em novo parecer, o MPF retificou a manifestação anterior, no tocante à preliminar suscitada,


afastando-a, mas ratificou suas razões de mérito (id. 11003081, fls. 1.654/1.655).

É o relatório.

PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

VOTO

O DESEMBARGADOR FEDERAL ROBERTO MACHADO (Relator): Inicialmente, firmo a


competência desta Primeira Turma para processar e julgar este Habeas Corpus, porque, apesar de a
Apelação Criminal nº 9.363-CE (Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100) ter sido apreciada
pela Terceira Turma (Relator: Desembargador Federal Marcelo Navarro), sua composição foi
completamente alterada, não remanescendo nenhum dos Desembargadores que participaram do
julgamento do recurso (art. 61, § 5º, do RITRF5[1]).

No mérito, cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente uma


condenação penal confirmada em segunda instância, quando há um comando sentencial, não
alterado neste Tribunal, que, segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado
da sentença.

Sobre a questão, penso que, conforme precedentes do STF[2], havendo capítulo na sentença que
vincule a execução da pena ao trânsito em julgado da decisão condenatória, como uma garantia
erigida em favor do status libertatis do réu, não modificada por recurso da acusação, a norma
endócrina do julgado deve prevalecer sobre o entendimento firmado pelo Pretório Excelso no HC
126.292/SP[3], nas Medidas Cautelares nas ADC's 43 e 44[4] e no ARE 964.246/SP[5] (os quais
admitiram a possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância,
diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos). Do contrário, estar-se-ia violando o
postulado que veda a reformatio in pejus (art. 617 do CPP).

No caso concreto, restou consignado na sentença condenatória, proferida pelo Juízo da 11ª Vara
Federal do Ceará, in verbis (fl. 503):

"90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada."

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A Terceira Turma deste Tribunal, apreciando as Apelações interpostas pelos réus FRANCISO
DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA (ACR 9.363-CE), não alterou esta parte da sentença
(fls. 507/523).

Portanto, a teor do item 90 da sentença (em nenhum momento atacado pela acusação), a
condenação só poderá ser executada após o seu trânsito em julgado, o que é diferente, por óbvio, do
julgamento em segundo grau de jurisdição. Desse modo, em respeito à coisa julgada, deve-se
garantir ao paciente o direito de aguardar em liberdade a conclusão do processo.

Neste contexto, mostra-se ilegal a decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará que determinou o
prosseguimento da Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100.

Prossigo.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos
réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos
outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a
fim de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da
jurisprudência do STJ[6].

No caso concreto, entendi que o comando sentencial condenatório (no qual constou,
expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a
remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada") constitui
garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo prevalecer sobre o entendimento
firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como se está elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, todos
também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100 (cada um a 5 anos de
reclusão e multa, pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, pendente de julgamento
de recurso no STJ), porque inexiste qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS.

Assim, concedo a ordem de Habeas Corpus, determinando-se a extinção da Execução


Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100, proposta contra FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, com extensão da ordem a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a consequente extinção
das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100.

É como voto.

[1] Art. 61. O Relator que primeiro conhecer de um processo, ou de qualquer incidente ou recurso,

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ficará prevento para todos os recursos posteriores e seus novos incidentes. [...]

§ 5º Cessará a prevenção se da Turma não fizer parte nenhum dos Desembargadores Federais que
funcionaram em julgamento anterior.

[2] HC 152974 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 01/03/2018, publicado em
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-042 DIVULG 05/03/2018 PUBLIC 06/03/2018; HC 140217,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 14/11/2017, publicado em PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-261 DIVULG 16/11/2017 PUBLIC 17/11/2017.

[3] HC 126292, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2016,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-100 DIVULG 16-05-2016 PUBLIC 17-05-2016.

[4] ADC 43 MC e ADC 44 MC, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:
Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 05/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-043 DIVULG 06-03-2018 PUBLIC 07-03-2018.

[5] ARE 964246 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 10/11/2016, PROCESSO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-251 DIVULG 24-11-2016 PUBLIC
25-11-2016.

[6] HC 445.607/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA,


julgado em 22/05/2018, DJe 30/05/2018.

PROCESSO Nº 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

VOTO - VISTA

Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com o


fito de ser suspensa a execução provisória da pena de 9 (nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão,
em regime inicialmente fechado, imposta ao referido paciente, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010. 4.05.8100.

Em sede de liminar, o eminente Relator concedeu a ordem, determinando a suspensão dos


procedimentos de execução provisória até o julgamento do presente writ, por vislumbrar a presença
de garantia erigida em favor do status libertatis do paciente, a impedir o início da execução antes
do trânsito em julgado da sentença.

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Da mesma forma, ao julgar o mérito, o Relator entendeu que a presença de capítulo na sentença,
vinculando a execução da pena ao trânsito em julgado da decisão condenatória configura
verdadeira garantia em favor do status libertatis do réu, a impedir a determinação de execução
provisória antes do referido trânsito.

Peço vênia para discordar do eminente relator no que pertine ao fundamento da concessão da
ordem.

De fato, consta da sentença a assertiva com o seguinte conteúdo: "Determino, ainda, imediatamente
após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a
execução da pena aqui aplicada". Em caso semelhante, quando do julgamento do HC nº 6352, de
minha relatoria, entendi também pela impossibilidade de execução provisória por constar, na
sentença, comando específico, condicionando a remessa ao juízo da execução ao trânsito em
julgado da decisão condenatória.

Analisando melhor as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, especificamente os


julgamentos do HC nº 126292, das medidas cautelares na ADC nº 43 e na ADC nº 44 e do ARE nº
964.246 (julgado sob a sistemática da repercussão geral), revi meu posicionamento, para deixar de
vislumbrar aquele tipo de comando como fundamento, por si só, capaz de impedir a execução
provisória (e não, definitiva) da pena, quando do julgamento final dos recursos em segunda
instância.

É que, a partir daqueles precedentes, o Supremo Tribunal Federal retomou a orientação antes
predominante na Corte, para autorizar a prisão após a condenação em segundo grau, ainda que
sujeito o acórdão a recursos especial e extraordinário, por entender que esse início da execução
provisória não compromete o princípio constitucional da presunção de inocência, afirmado no art.
5º, inciso LVII, da CF.

Essa orientação tenta harmonizar a previsão do art. 283 do CPP, cuja dicção prevê a prisão "em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado", com os dispositivos que, ao
regularem os recursos excepcionais, preveem efeitos tão somente devolutivos, mesmo no âmbito
criminal.

Destarte, a meu ver, a eventual menção em sentença da possibilidade de o réu recorrer em liberdade
ou o fato de se referir ao trânsito em julgado como o momento da remessa dos autos ao juízo da
execução não inviabiliza, em regra, a execução provisória, a partir do encerramento da jurisdição
das instâncias ordinárias, pois tal comando não equivale à concessão de efeito suspensivo aos
recursos especial e extraordinário. Ao Juízo de primeiro grau é possível, tão somente, assegurar a
prerrogativa de o réu apelar em liberdade, o que já foi garantido no caso concreto.

Aliás, nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça tem afastado as alegações de reformatio in
pejus, em situações análogas, pois a prisão decorrente do encerramento da jurisdição ordinária
prescinde da análise dos requisitos do art. 312 do CP. In verbis:

"AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA


DA PENA. INEXISTÊNCIA DE REFORMATIO IN PEJUS. AUSÊNCIA DE
RECURSO COM EFEITO SUSPENSIVO. IMPOSIÇÃO DE REGIME INICIAL
FECHADO. FUNDAMENTADO. SANÇÃO FINAL SUPERIOR A 4 ANOS.
PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE

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FLAGRANTE. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

1. De acordo com a jurisprudência deste Tribunal Superior, a simples interposição de


recursos especial e/ou extraordinário, sem a concessão de efeito suspensivo, não obsta
a execução provisória da pena privativa de liberdade. Precedentes.

2. É possível a execução provisória da pena, ainda que concedido na sentença


condenatória, ou mesmo no acórdão que julgou o recurso de apelação, o direito de
recorrer em liberdade até o trânsito em julgado da condenação, sem que isso
caracterize violação a coisa julgada ou reformatio in pejus.

3. Não se vislumbra a ocorrência de flagrante ilegalidade na imposição de regime


inicial fechado, nos casos em que a sanção final é superior a 4 anos de reclusão, e a
pena-base foi fixada acima do mínimo legal, nos termos do art. 33, § 3º, do CP.

4. Agravo regimental improvido."

(AgRg no Habeas Corpus nº 421.323 - PR - 2017/0272673-1)

"PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. SÚMULA 182/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA
DEFERIDA.

1. É inviável o agravo regimental ou interno que deixa de atacar especificamente todos


os fundamentos da decisão agravada, consoante o disposto no art. 1.021, § 1º, do CPC
e na Súmula 182 do STJ. Precedentes.

2. A execução provisória da pena não caracteriza violação à coisa julgada ou


reformatio in pejus, ainda que concedido o direito de recorrer em liberdade até o
trânsito em julgado da sentença condenatória.

3. Agravo regimental não conhecido e deferida a execução provisória da pena."

(AgRg no Agravo em Recurso Especial nº 830.983 - SP)

Tenho, até, dúvida sobre a natureza decisória da parte da sentença que se refere à remessa dos autos
da ação penal ao Juízo das Execuções, após o trânsito em julgado. Em tese, é possível enquadrá-la
como despacho de mero expediente, sob o ponto de vista material, ou, mesmo, como ato
ordinatório, por constituir consequência inexorável da condenação definitiva, como também o é o
lançamento no rol de culpados.

Registre-se que, a toda evidência, esta alusão ao envio dos autos diz respeito à execução definitiva,
que se dá nos próprios autos da Ação Penal, e não, à execução provisória, que acontece em autos
apartados e tem outros pressupostos.

Por outro lado, não me parece razoável supor que esta frase isolada da sentença traduz o propósito
de permitir postergar a execução, alcançando etapas futuras em que o feito se encontrará fora dos
limites da competência do magistrado de primeira instância. Seria, praticamente, uma "usurpação"
da competência dos Ministros Relatores do Recurso Especial e do Recurso Extraordinário, a quem

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incumbe atribuir efeito suspensivo aos mesmos, que, em essência, é excepcional. O julgador de
primeiro grau estaria deferindo, por antecipação, o referido efeito suspensivo a eventuais recursos
especial e extraordinário a serem interpostos, o que não se sustenta, no sistema jurídico brasileiro.

Deixo, portanto, de acompanhar a fundamentação do eminente relator para a concessão da ordem.


No entanto, entendo que a hipótese é de se manter a suspensão da execução, por fundamentação
diversa e com termo ad quem distinto.

É que, neste caso, após a impetração do Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela defesa do paciente,
formulou-se o Pedido de Tutela Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir
efeito suspensivo ao recurso especial anteriormente mencionado. Em decisão monocrática, o
Ministro FÉLIX FISCHER deferiu a liminar, para "sustar o início da execução provisória da pena
até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela antecipada".

Disto decorre, a meu ver, a impossibilidade de execução provisória da pena, até que se ultime o
momento determinado na decisão liminar proferida na superior instância. Perceba-se que o
Ministro foi muito claro, não sustando até deliberação posterior dele próprio, monocraticamente, ou
do colegiado a que vinculado, mas até o julgamento final, que ainda não houve, até a presente data.

Como mencionado, a decisão do Supremo Tribunal Federal, ao retomar o entendimento da


possibilidade de início da execução provisória antes do trânsito em julgado, busca harmonizar o
teor do art. 283 do CPP com a regra geral de efeito meramente devolutivo dos recursos
excepcionais. Entretanto, uma vez concedido o efeito suspensivo a tais recursos, é a essa
determinação que se deve atentar, para não se incorrer em violação à garantia processual deferida.

Consultando o sítio do STJ, constato que o próprio Ministro Relator prolatou, mais adiante, nova
decisão monocrática, em que reputou prejudicado o pedido de tutela provisória, em razão do
julgamento do próprio Recurso Especial, sendo interposto agravo regimental, que também já foi
apreciado pelo colegiado. Acontece que não há registro do trânsito em julgado deste
pronunciamento judicial, motivo pelo qual ainda não existe, até o presente momento, o "julgamento
final", a que se refere a decisão que deferiu, liminarmente, a aludida tutela provisória.

Penso que é da competência do Ministro Relator, e não, deste Tribunal Regional Federal, a
atribuição do efeito suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que ele está sendo
atribuído, o que abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o
termo ad quem definido no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Até o momento, não se sabem
os desdobramentos que terão as decisões tomadas naquela Corte, seja no que diz respeito ao
Recurso Especial, seja no que se refere à tutela provisória, que poderão ter implicações quanto ao
aludido efeito suspensivo.

Atento, portanto, à peculiaridade deste caso concreto, consistente no efeito suspensivo concedido
ao Recurso Especial nº 1.449.193/CE, CONCEDO, PARCIALMENTE, A ORDEM, para, em
observância ao teor da liminar anteriormente deferida pelo Relator, no Superior Tribunal de Justiça,
suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final do Pedido de
Tutela Provisória nº 38, ali em tramitação, com a extensão da ordem aos corréus Ielton Barreto de
Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alves Bezerra.

É como voto.

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IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA


DA PENA (STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246). REFORMATIO IN
PEJUS. NORMA ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA
PROVISÓRIA PELO STJ. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO
IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM (ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.

1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª
Vara Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na Ação
Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela
prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de
recurso no STJ (EDcl no AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação penal


confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste Tribunal, que,
segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência de
norma endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença condenatória,
deve-se atentar para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido, verifica-se que, após a
interposição do Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o
Pedido de Tutela Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir efeito
suspensivo ao apelo extremo. Em decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX
FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o início da execução provisória da pena até ulterior
julgamento final do presente pedido de tutela antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do efeito
suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído ao recurso,
o que abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad
quem definido no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP,
a fim de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da
jurisprudência do STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da ordem,
apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IBO,
GLGF e JAB, todos também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao


paciente até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

8 de 9 8/9
08/09/2018 21
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

ACÓRDÃO

Vistos e relatados os presentes autos, DECIDE a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da
5ª Região, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem de Habeas Corpus, para suspender a
execução provisória da pena imposta ao paciente até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de
Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO,
GLGF e JAB, nos termos do relatório e voto anexos, que passam a integrar o presente julgamento.

Recife, 28 de junho de 2018. (Data do julgamento)

Processo: 0802530-35.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por: 18071013280784200000011643857
FRANCISCO ROBERTO MACHADO -
Magistrado
Data e hora da assinatura: 17/07/2018 12:57:10
Identificador: 4050000.11663416

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Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822242555100000012306404
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327107
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PROCESSO Nº: 0802530-35.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS


IMPETRANTE: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
PACIENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Anastacio Jorge Matos De Sousa Marinho e outro
IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
RELATOR(A): Desembargador(a) Federal Francisco Roberto Machado - 1ª Turma

DECISÃO

Através da petição de id. 12078250, MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA, impetrante deste
Habeas Corpus, requer:

IV. DO PEDIDO

19. Assim, a fim de evitar que seja tomada decisão pelo Juízo de Execução, antes da manifestação desta Corte
quanto aos Embargos de Declaração opostos, assim como, levando-se em conta o comando constante do acórdão que
determina a suspensão da execução da pena até o trânsito em julgado perante o STJ, requer seja reafirmada a
autoridade deste TRF, determinando-se à 12ª Vara de Execução Penal do Ceará que mantenha suspensa a execução
provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido no presente
habeas corpus.

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração


opostos contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id.
12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos


0805802-55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o
julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na
sessão da Primeira Turma de 30/08/2016.

Intimem-se.

Comunique, com urgência, ao Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará.

Recife, 17 de agosto de 2018.

Desembargador Federal ROBERTO MACHADO

Relator

1 de 2 1/2
08/09/2018 21
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Processo: 0802530-35.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por: 18081716431705600000012058540
FRANCISCO ROBERTO MACHADO -
Magistrado
Data e hora da assinatura: 17/08/2018 17:03:27
Identificador: 4050000.12078831

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Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822243842000000012306405
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327108
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PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR,

PETIÇÃO N. 11.637/2018-FAVS

RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE (2014/0091750-6)


RELATOR : MINISTRO FÉLIX FISCHER – QUINTA TURMA
RECORRENTE : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
RECORRENTE : JERÔNIMO ALVES BEZERRA
RECORRENTE : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
RECORRENTE : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : EVÂNIO JOSÉ DE MOURA SANTOS E OUTRO (S)
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

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EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA DE
CONDENAÇÃO PROFERIDA EM PRIMEIRA
INSTÂNCIA, CONFIRMADA PELO TRF/5ª
REGIÃO E PELA 5ª TURMA DO STJ.
- PRECEDENTES DO STF E DO STJ.
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O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Subprocurador-Geral da


República signatário, vem, perante V. Exa., expor e, ao final, requerer a

EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA

com base nos seguintes fundamentos:

G:\PGR_GABSUB_GABSUB14-FAVS\2 - MINUTAS DE PARECERES\13 - MINUTAS PARA REVISÃO\4 - Ao STJ\

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

I – BREVE HISTÓRICO

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1. Em 19-10-2010, o MPF ofereceu denúncia contra os réus ANDRÉA
JUCÁ TERCEIRO, FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, como incursos no art. 7º, IV, da Lei n° 7.492/86, pela prática, em síntese, dos
seguintes fatos: a) nos períodos de 14 a 18-8-2006 e de 21 a 24-11-2006, em decorrência de
reclamação do investidor José Bismarque Coelho Guerra, o Ministério Público Federal e a
Comissão de Valores Mobiliários realizaram inspeção na empresa RENDA CORRETORA
DE MERCADORIAS S/C LTDA., então dirigida pelos sócios FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS e IELTON BARRETO DE OLIVEIRA; b) o investidor José Bismarque Coelho
Guerra vendeu ações de emissão do Banco do Estado do Ceará (BEC) à empresa RENDA

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CORRETORA DE MERCADORIAS S/C LTDA. por valor correspondente à metade do
preço vigente no mercado; c) a CVM constatou que a empresa RENDA CORRETORA DE
MERCADORIAS S/C LTDA. atuava em conjunto com a PAX CORRETORA DE
VALORES E CÂMBIO LTDA.; FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS era o seu
principal acionista e sócio-administrador; as empresas confundiam-se; dividiam o mesmo
espaço físico; o mesmo dirigente e o mesmo escopo operacional; d) GERALDO DE LIMA
GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA atuavam como 'longa manus' de
Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS na gestão das empresas RENDA e PAX, embora


não figurassem nos contratos sociais como sócios, controladores ou acionistas; e) entre os
anos de 2000 e 2006, a empresa RENDA atuou irregularmente e de maneira habitual no
mercado de valores mobiliários, desenvolvendo atividade conhecida como 'garimpagem de
ações' (adquirir com deságio ações de terceiros, em sua maioria pessoas físicas, para, em
seguida, dentro de um curto espaço de tempo, revendê-las em bolsa a um preço superior), por
intermédio da empresa PAX; f) ANDRÉA JUCÁ TERCEIRO figurava como cliente das
coirmãs RENDA e PAX; adquiria ações de emissão de companhias telefônicas de seus
titulares originais e do extinto Banco do Estado do Ceará – BEC para transferi-las para suas
contas de custódia na PAX e aliená-las em curto espaço de tempo na bolsa de valores;
atividade típica de agente autônomo de investimento, para a qual não estava autorizada; o
lucro estimado obtido nas operações de intermediação irregular de ações no período de 2000 a
2006 foi de R$ 2.840.026,32; g) a empresa RENDA fez mediação e corretagem de valores

2.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

mobiliários fora da bolsa de valores durante os anos de 2000 a 2006, sem que fosse registrada
na CVM (fls. 2-11).

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2. Em 19-11-2010, o Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do
Ceará/CE recebeu a denúncia (fls. 12-3).

3. Em 05-07-2012, o Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do


Ceará/CE proferiu sentença na qual condenou os réus como incursos nos crimes do art. 7º,
inciso IV, da Lei n° 7.492/86, c.c o art. 27-C da Lei n° 6.385/76, na forma do art. 71 do CP
(crime continuado), nos seguintes termos (fls. 380-420):

3.1. condenou o réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS a 9 anos e 2 meses


de reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer

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modo, títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade
competente, quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do
CP), e ao pagamento de 250 dias-multa; a 6 anos e 8 meses de reclusão pela prática
do crime de realizar operações simuladas ou executar outras manobras
fraudulentas, com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento
dos mercados de valores mobiliários em bolsa de valores, de mercadorias e de
futuros, no mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de
obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a
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terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao pagamento de 3 vezes o montante da


vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, em regime inicial fechado;

3.2. condenou o réu GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO a 5 anos de


reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,
títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente,
quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

3.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

3.3. condenou o réu IELTON BARRETO DE OLIVEIRA a 5 anos de reclusão


pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou
valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando

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legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

3.4. condenou o réu JERÔNIMO ALVES BEZERRA a 5 anos de reclusão pela


prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou

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valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando
legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do


crime, em regime inicial fechado (fls. 380-420).

4. Em 24-07-2012, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso de Apelação (fls. 454-5; 476-
554).

5. Em 11-07-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região deu parcial provimento


à Apelação Criminal n° 0012628-43.2010.4.05.8100 para excluir a condenação dos réus da
prática do crime do art. 27-C da Lei n° 6.385/76; manter a condenação pela prática do crime
do art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP (fls. 588-9; 592-604).

4.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

6. Em 25-07-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA opôs embargos de declaração (fls. 607-18).

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7. Em 14-08-2013, o MPF ofereceu contrarrazões aos embargos de
declaração (fls. 622-30).

8. Em 26-09-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região deu provimento aos


embargos de declaração para sanar a omissão quanto à incidência do art. 71 do CP (fls. 639-
45; 647-8).

9. Em 07-10-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA opôs embargos de declaração (fls. 651-70).

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10. Em 14-11-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região negou provimento aos
embargos de declaração (fls. 681-3; 685).

11. Em 09-12-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE


QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso especial, com base no art.
105, inciso III, alínea 'a' e 'c' da CF, no qual alega, em síntese, o seguinte: (1) nulidade da
Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

sentença do Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do Ceará/CE; julgado citra petita;
atipicidade das condutas imputadas aos réus; ausência de provas de materialidade dos crimes;
ausência de individualização das condutas dos réus; ausência de fundamentação da sentença
condenatória; aumento excessivo da pena-base com base na gravidade abstrata do crime;
violação do art. 381, III e IV e do art. 619 do CPP; aumento máximo pela continuidade
delitiva sem a devida demonstração da quantidade de crimes; violação do art. 71 do CP; (2)
nulidade do acórdão; julgado ultra petita; manutenção da condenação com fundamento em
acusação não expressada na denúncia; violação do art. 383 e do art. 384 do CPP; (3)
cerceamento de defesa; errônea tipificação; o art. 27-E da Lei n° 6.385/76 trata
especificamente da atuação sem autorização da CVM; (4) condenação com base nos
elementos colhidos na fase investigatória; violação do art. 155 do CPP; ao final requer a
nulidade da sentença do Juízo Federal da 11ª Vara da Seção Judiciária do Ceará/CE; nulidade

5.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

do acórdão da 3ª Turma do TRF/5ª Região; reconhecer a extinção da punibilidade; absolver os


réus; reduzir as penas dos réus (fls. 686; 692-763).

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12. Em 09-12-2013, a defesa dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA interpôs recurso extraordinário (fls. 764-5;
771-823).

13. Em 21-02-2014, o Vice-Presidente do TRF/5ª Região admitiu o recurso


especial (fl. 855).

14. Em 21-02-2014, o Vice-Presidente do TRF/5ª Região julgou


prejudicado o recurso extraordinário dos réus quanto à alegação de ofensa ao art. 93, IX da
CF; não admitiu o recurso extraordinário quanto à alegação de ofensa ao art. 5°, XLVI, LIV,

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LV e LVII, da CF (fls. 856-7).

15. Em 04-11-2016, a Defesa ajuizou a TP nº 38/CE, com a finalidade de


atribuir efeito suspensivo ao recurso especial (REsp nº 1.449.193/CE) (consulta ao site do
STJ).

16. Em 16-11-2016, o Relator, Min. Félix Fischer, deferiu a liminar “para


sustar a execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de
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tutela provisória.” (consulta ao site do STJ, TP nº 38/CE).

17. Em 30-11-2017, o Relator, ao apreciar o REsp nº 1.449.193/CE da


Defesa, conheceu, em parte, do recurso especial e, nessa extensão, negou-lhe provimento
(consulta ao site do STJ).

18. Em 13-12-2017, a Defesa interpôs agravo regimental neste REsp nº


1.449.193/CE (consulta ao site do STJ).

19. Em 20-02-2018, a 5ª Turma do STJ, por unanimidade, negou


provimento ao agravo regimental (consulta ao site do STJ).

20. Em 22-02-2018, o Relator da TP nº 38/CE julgou prejudicada a tutela


provisória e a liminar antes deferida, com base na seguinte fundamentação: “Com efeito, o

6.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

Recurso Especial 1.449.193/CE, do qual esta tutela provisória é incidental, foi julgado
monocraticamente, tendo sido conhecido em parte e, na extensão, desprovido. No dia 20 de
fevereiro deste ano, a col. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça julgou o agravo

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regimental naquele feito, negando provimento ao recurso para manter os fundamentos do
decisum monocrático. Em tal contexto, verifico que o presente pedido perdeu o objeto, em
razão da superveniência da decisão de mérito proferida nos autos da ação principal.”
(consulta ao site do STJ; TP nº 38/CE)

21. Em 1º-03-2018, a Defesa interpôs agravo regimental contra a decisão do


Relator da TP nº 38/CE que julgou prejudicada a tutela provisória e cassou a liminar antes
deferida (consulta ao site do STJ).

22. Em 07-03-2018, a Defesa opôs embargos de declaração no AgRg no


REsp nº 1.449.193/CE (consulta ao site do STJ).

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23. Em 07-06-2018, a 5ª Turma do STJ rejeitou os embargos de
declaração opostos no AgRg no REsp nº 1.449.193/CE (consulta ao site do STJ).

24. Em 12-06-2018, a 5ª Turma do STJ negou provimento ao agravo


regimental interposto na TP nº 38/CE (consulta ao site do STJ).

25. Em 29-06-2018, a Defesa opôs novos embargos de declaração (ainda


Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

pendentes de julgamento), nos embargos de declaração, opostos no AgRg no REsp nº


1.449.193/CE, (consulta ao site do STJ).

26. Em 14-08-2018, a 5ª Turma do STJ, à unanimidade de votos, mais uma


vez, rejeitou os embargos de declaração opostos nos EDcl no AgRg no REsp nº
1.449.193/CE, em acórdão assim ementado (site STJ):

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO.
INEXISTÊNCIA. REEXAME DA CAUSA. INVIABILIDADE. INOVAÇÃO
RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE.
I - Os embargos declaratórios não constituem recurso de revisão, sendo
inadmissíveis se a decisão embargada não padecer dos vícios que autorizariam a
sua oposição (obscuridade, contradição e omissão). Na espécie, à conta de omissão
no v. acórdão embargado, pretendem os embargantes a rediscussão da matéria
já apreciada.

7.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

II - É vedado, em sede de agravo regimental ou embargos de declaração,


ampliar a matéria veiculada no recurso, inovando em questões não suscitadas
anteriormente.
Embargos de declaração rejeitados.” (Grifos nossos).

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26.1. Em 17-08-2018, o Desembargador Relator do TRF/5ª Região deferiu
liminar no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em razão da possibilidade de serem atribuídos
efeitos infringentes aos embargos de declaração opostos em 28-06-2018, e determinou a
suspensão das Execuções Provisórias nº 0805802-55.2016.4.05.8100, 0805810-
32.2016.4.05.8100, 0805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100, decorrentes das
condenações dos réus FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA ,
nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100 (site TRF/5ª Região).

26.2. Em 20-08-2018, o acórdão da 5ª Turma do STJ que rejeitou os

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embargos de declaração opostos nos EDcl no AgRg no REsp nº 1.449.193/CE foi publicado
(site STJ).

II - Execução Provisória da Pena


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27. Cabe registrar acórdão proferido pelo TRF/5ª Região, no HC nº 0802530-


35.2018.4.05.0000 (segredo de justiça), impetrado em benefício de FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIROS, no qual a Turma, por maioria, concedeu a ordem
“determinando-se a extinção da Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100,
proposta contra FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, com extensão da ordem a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, com a consequente extinção das Execuções Provisórias nºs 0805810-
32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100”; a saber:

“Relatório

O DESEMBARGADOR FEDERAL ROBERTO MACHADO (Relator): Trata-se de


Habeas Corpus impetrado em favor de FRANCISCO DESUMAR DE QUEIRÓS,
apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, que determinou

8.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

a Execução Provisória da pena imposta na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100


(9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime previsto
no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ

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(EDcl no AgRg no REsp 1.449.193-CE).

Os impetrantes alegam: 1) na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, em razão da


prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, o paciente foi condenado a 9
(nove) anos e 2 (dois) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime
fechado, mais multa; 2) ainda pendente de julgamento o Recurso Especial REsp
1.449.193-CE, no STJ, interposto pela defesa; 3) o pedido de execução provisória da
pena privativa de liberdade, formulado pelo MPF, viola o princípio do non reformatio
in pejus e a garantia da segurança jurídica, porque a acusação não recorreu da parte da
sentença que condicionou a execução ao trânsito em julgado da decisão condenatória;
4) o que se discute, neste momento processual, em nada se relaciona com a (in)
constitucionalidade da execução provisória da pena; 5) as providências finais, as quais
integram a parte dispositiva da sentença, estão acobertadas pelo manto da coisa julgada;

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6) o STF vem condicionando o recolhimento à prisão ao trânsito em julgado para
ambas as partes, nos casos em que assim previsto no título executivo, sem que isso
ofenda o entendimento daquela Suprema Corte no sentido da possibilidade de execução
provisória da pena privativa de liberdade (…).

Deferi o pedido liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº


0805802-55.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ (…).

Depois, deferi o pedido de extensão da liminar para os correus IELTON BARRETO


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DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES


BEZERRA, com a consequente suspensão das Execuções Provisórias nºs 805810-
32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100,
também até o final do julgamento deste writ (…).

VOTO

(…).

No mérito, cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente


uma condenação penal confirmada em segunda instância, quando há um comando
sentencial, não alterado neste Tribunal, que, segundo os impetrantes, obsta a execução
antes do trânsito em julgado da sentença.

Sobre a questão, penso que, conforme precedentes do STF, havendo capítulo na


sentença que vincule a execução da pena ao trânsito em julgado da decisão

9.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

condenatória, como uma garantia erigida em favor do status libertatis do réu, não
modificada por recurso da acusação, a norma endócrina do julgado deve prevalecer
sobre o entendimento firmado pelo Pretório Excelso no HC 126.292/SP, nas Medidas

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Cautelares nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP (os quais admitiram a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância,
diante da ausência de efeito suspensivo dos recursos extremos). Do contrário, estar-se-
ia violando o postulado que veda a reformatio in pejus (art. 617 do CPP).

No caso concreto, restou consignado na sentença condenatória, proferida pelo Juízo da


11ª Vara Federal do Ceará, in verbis (fl. 503):

“90. Determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a


remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada.”.

A Terceira Turma deste Tribunal, apreciando as Apelações interpostas pelos réus


FRANCISCO DESUMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,

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GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, não
alterou esta parte da sentença (fls. 507/523).

Portanto, o teor do item 90 da sentença (em nenhum momento atacado pela acusação),
a condenação só poderá ser executada após o seu trânsito em julgado, o que é diferente,
por óbvio, do julgamento em segundo grau de jurisdição. Desse modo, em respeito à
coisa julgada, deve-se garantir ao paciente o direito de aguardar em liberdade a
conclusão do processo.
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Neste contexto, mostra-se ilegal a decisão do Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará que
determinou o prosseguimento da Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100.

Prossigo.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente
pessoal, aproveitará aos outros.

(…).

Desse modo, com se está elencado, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, todos também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-
43.2010.4.05.8100 (cada um a 5 anos de reclusão e multa, pela prática do crime do art.
7º, IV, da Lei nº 7.492/86, pendente de julgamento no STJ), porque inexiste qualquer

10.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

peculiaridade que diferencie a situação deles da do paciente FRANCISCO DEUSMAR


QUEIRÓS.

Assim, concedo a ordem de habeas corpus, determinando-se a extinção da Execução

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Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100, proposta contra FRANCISCO DEUSMAR
DE QUEIRÓS, com extensão da ordem a IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a
consequente extinção das Execuções Provisórias nºs 805810-32.2016.4.05.8100,
0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100.

É como voto.”

28. Sobre o tema, o entendimento do STJ orienta-se no sentido de que ainda


que a sentença condenatória tenha condicionado a prisão do réu ao trânsito em julgado da

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condenação, esse comando não vincula os tribunais superiores, sendo cabível, confirmada
a condenação pelo Tribunal, a imediata execução provisória da pena. O comando da
sentença constitui em mero efeito da condenação.

29. “Com efeito, a 3ª Seção, ao julgar o HC 19.406/PR, da Relatoria do


Ministro José Arnaldo, consignou que mesmo que o Julgador de 1º grau condicione a
expedição de mandado prisional ao trânsito em julgado da condenação, tal limitação não
vincula o Tribunal de 2º grau de jurisdição, ainda que o Ministério Público deixe de interpor
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recurso.” (HC nº 48.296/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, j. em 11-04-2006).

30. Assim, a condicionante existente na sentença condenatória, por não


vincular os Tribunais Superiores, não é causa de óbice à execução provisória da pena.

31. Superado o óbice anterior, o MPF requer V. Exa. determine a imediata


execução provisória da pena.

32. No caso concreto, verifica-se que, em 05-07-2012, o Juízo Federal da 11ª


Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará/DF proferiu sentença condenatória, na qual
condenou os réus como incursos nos crimes do art. 7º, inciso IV, da Lei n° 7.492/86, c.c o art.
27-C da Lei n° 6.385/76, na forma do art. 71 do CP (crime continuado), nos seguintes termos
(fls. 380-420):

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

“3.1. condenou o réu FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS a 9 anos e 2 meses


de reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer
modo, títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade

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competente, quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do
CP), e ao pagamento de 250 dias-multa; a 6 anos e 8 meses de reclusão pela prática
do crime de realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas,
com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados
de valores mobiliários em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no
mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de obter
vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art.
27-C da Lei n° 6.385/76), e ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem
ilícita obtida em decorrência do crime, em regime inicial fechado;

3.2. condenou o réu GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO a 5 anos de


reclusão pela prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo,

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títulos ou valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente,
quando legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao
pagamento de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar
operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de
alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários
em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no
mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro,
para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e
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ao pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do


crime, em regime inicial fechado;

3.3. condenou o réu IELTON BARRETO DE OLIVEIRA a 5 anos de reclusão pela


prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou
valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando
legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao pagamento
de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar operações
simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar
artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em
bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado
de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou
para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao
pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado;

12.

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Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

3.4. condenou o réu JERÔNIMO ALVES BEZERRA a 5 anos de reclusão pela


prática do crime de emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou
valores mobiliários, sem autorização prévia da autoridade competente, quando

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legalmente exigida (art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP), e ao pagamento
de 200 dias-multa; a 5 anos de reclusão pela prática do crime de realizar operações
simuladas ou executar outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar
artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em
bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado
de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou
para outrem, ou causar dano a terceiros (art. 27-C da Lei n° 6.385/76), e ao
pagamento de 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do
crime, em regime inicial fechado (fls. 380-420).

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33. Em 11-7-2013, a 3ª Turma do TRF/5ª Região deu parcial provimento à
Apelação Criminal n° 0012628-43.2010.4.05.8100 para excluir a condenação dos réus da
prática do crime do art. 27-C da Lei n° 6.385/76; manter a condenação pela prática do crime
do art. 7º, IV, da Lei n° 7.492 c.c o art. 71 do CP (fls. 588-9; 592-604; complementado fls.
639-45; 647-8).

34. Assim, no caso concreto, a sentença condenatória foi confirmada pela 3ª


Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

35. Em 17-02-2016, o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, por


maioria de votos, que a execução provisória da pena não fere o princípio constitucional
da presunção de inocência quando a sentença condenatória for confirmada pelo Tribunal e
estiverem pendentes de julgamento o recurso especial ou o recurso extraordinário (HC
126.292, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 17-02-2016).

36. Em 05-10-2016, o Pleno do STF, em controle concentrado de


constitucionalidade, por maioria de votos, indeferiu liminar na ADC nº 43, ajuizada pelo
Partido Ecológico Nacional (PEN), e na ADC nº 44, ajuizada pela OAB do Brasil, as quais
têm por objeto a declaração de constitucionalidade do art. 283 do CPP 1, diante a possibilidade

1 Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no
curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).

13.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

de execução provisória da pena, a partir da decisão proferida pelo STF no HC nº 126.292, na


qual o Tribunal Pleno do STF passou a considerar válido o cumprimento da pena de prisão
antes do trânsito em julgado da condenação após decisão de órgão colegiado.

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37. O Pleno do STF, indeferiu a liminar na ADC nº 43 e na ADC nº 44,
e confirmou o entendimento firmado no HC nº 126.292.

38. Em 10-11-2016, o STF julgou o Agravo em Recurso Extraordinário nº


964.246/SP, com repercussão geral, e consolidou o entendimento de que “a execução
provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a
recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência”; é a seguinte ementa:

“CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE

http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento. Chave F3C13188.60F688D7.A9B55D97.AC533F3F


INOCÊNCIA (CF, ART. 5º, LVII). ACÓRDÃO PENAL
CONDENATÓRIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. POSSIBILIDADE.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. JURISPRUDÊNCIA
REAFIRMADA.
1. Em regime de repercussão geral, fica reafirmada a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a
execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em
grau recursal, ainda que sujeito a recurso especial ou
extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal.
Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

2. Recurso extraordinário a que se nega provimento, com o


reconhecimento da repercussão geral do tema e a reafirmação da
jurisprudência sobre a matéria.”
(ARE 964246 RG, Relator: Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em
10/11/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL -
MÉRITO DJe-251 DIVULG 24-11-2016 PUBLIC 25-11-2016 )

39. O Superior Tribunal de Justiça, a requerimento do MPF, seguiu o


entendimento do STF, a saber: REsp nº 1.484.413 e REsp nº 1.484.415, e determinou a
expedição de mandado de prisão em face dos réus. Vejamos o posicionamento da 5ª e 6ª
Turmas do STJ:

“(...)
IV - Por ocasião do julgamento do ARE n. 964.246, submetido à sistemática
da repercussão geral, o Plenário do col. Pretório Excelso reafirmou sua
jurisprudência no sentido de que "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso

14.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da


presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal" (ARE n. 964.246/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. Teori
Zavascki, DJe de 25/11/16).

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V - Os recursos às instâncias superiores carecem de efeito suspensivo e a
execução provisória da pena é consectário lógico do esgotamento da jurisdição
das instâncias ordinárias, não necessitando de fundamentação a determinação do
cumprimento provisório da pena fixada.
VI - Autorizada a execução provisória da pena após o julgamento de
segunda instância, o que ocorreu no caso concreto, não há que se falar em
prisão preventiva e, de consequência, nos requisitos do art. 312 para sua
decretação. (Precedentes).
Habeas Corpus não conhecido.
(HC 390.664/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado
em 21/11/2017, DJe 28/11/2017)

“(...)
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC n. 126.292/SP, das
ADCs n. 43 e 44 e, posteriormente, do ARE n. 964.246, sob a sistemática da
repercussão geral, firmou o entendimento de que é possível a execução da
pena depois da prolação de acórdão em segundo grau de jurisdição e antes
do trânsito em julgado da condenação, para garantir a efetividade do

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direito penal e dos bens jurídicos constitucionais por ele tutelados.
2. No caso, o Tribunal de Justiça julgou o recurso de apelação por unanimidade,
o que evidencia que não há mais possibilidade de interposição de recurso
vocacionado à imersão no acervo fático-probatório, de maneira que, encerrada a
análise de fatos e de provas pelas instâncias ordinárias, deve ser determinada a
execução imediata da pena, porquanto ocorreu o exaurimento da instância
ordinária.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 706.238/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
SEXTA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 27/10/2017).
Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

40. Nestas circunstâncias, pode-se afirmar que o recurso especial (Resp nº


1.449.193/CE) e a TP nº 38, a qual restou julgada prejudicada, não têm efeito suspensivo
(Lei n. 8038, art. 27-§2º); não o terão também os recursos que doravante forem interpostos.

41. Verifica-se, ainda, após consulta realizada no portal eletrônico do STJ e


do STF, que não houve qualquer decisão atribuindo efeito suspensivo aos recursos interpostos
pela defesa dos réus contra as condenações.

42. Por fim, cumpre ressaltar que os embargos de declaração opostos em 28-
06-2018, que serviram de fundamento para que o Desembargador Relator do TRF/5ª Região
deferir liminar no HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, foi julgado em 14-08-2018
(publicado em 20-08-2018), tendo a 5ª Turma do STJ, à unanimidade de votos, os
rejeitado, por entendê-los incabíveis (site STJ).

15.

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


Petição no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193/CE

III

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43. Em face do exposto, o MPF REQUER a V. Exa., com fundamento no
art. 637 do CPP, ordenar a imediata execução provisória da pena imposta aos réus
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA.

Brasília, 29 de agosto de 2018.

FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO


Subprocurador-Geral da República

FAVS/PL/APSS

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Petição Eletrônica juntada ao processo em 30/08/2018 ?s 09:51:03 pelo usu?rio: SISTEMA JUSTIÇA

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por: 16.
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822244721400000012306406
Data e hora
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e-Pet 3235699 com08/09/2018
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ASSIS VIEIRA SANSEVERINO NºSérie Certificado: 3690262208959145798
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(e-SÍJ FI . 1305)

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* . , ,

PetExe nos EDcl nos EDcI no AgRg no RECURSO ESPECIAL N° 1.449.193 CE - .

(2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER


REQUERENTE : MINISTÉ RIO P Ú BLICO FEDERAL
REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
REQUERIDO : JER ÔNIMO ALVES BEZERRA • , '

REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO


REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -
DF021932
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DECISÃO
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O MINISTÉ RIO PÚ BLICO FEDERAL, por meio de peti ção (fl .
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. 1181-1196), requer a execu çã o provisória das reprimendas impostas aos requeridos . J

Em resposta apresentada às fls. T .200-1.205, os requeridos sustentam


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ser incab ível o pedido de execuçãojpfovisória da pena, porquanto não houve o
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respeitadas as hipóteses de segregaçã o cautelar, é constitucionalmente assegurado .
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Documento eletró nico VDA19808022 assinado eletronicamente nos termos do Art. Io §2° inciso III da Lei 11.419/ 2006
Siqnatá rio(a ):
MINISTRO Felix Fischer Assinado em: 0.4/09/ 2018 18: 44:25 I
Codigo de Controle do Documento: 66C2 BFBA-CBE2-4386-AE64- D76DD3460423

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(e-STJ FI . 1306)

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APn n . 675 /GO , Corte Especial , Rei . Min . Nancy Andrighi, DJe de 26 /4/ 2016 ) .

Ademais, n ão prosperam as alega ções apresentadas pelos ora


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requeridos . •
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No caso, verifica-se que,> com o julgamento do recurso especial além
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do agravo regimental e dos consequentes embargos de declaração , houve o
esgotamento da jurisdição pela eg . Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça,
sendo que, por tal razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela provisó rio
anteriormente deferido na TP 38 / CE.

Assim, com a interposiçã o do recurso de embargos de divergência ( fls . /

1, 206-1301 ), o pedido de efeito suspensivo deve ser dirigido ao órgão competência


Npara julgamento da impugna çã o .
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Diante disso, defiro o pedido formulado , determinando que,
independentemente da certificação do tr ânsito em julgado, a Coordenadoria da /

o Quinta Turma remeta cópia tda | r seiíten ça, do v. acó rd ã o proferido em grau de
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apela çã o e das decis ões proferidas nesta Corte para o MM . 5Juiz de primeira
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instâ ncia, a fim de que se proceda à execuçã o provisória das penas. -
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Bras ília (DF), 04 de setembro de 2018.
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Ministro Felix Fischer
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Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Q Assinado eletronicamente por:assinado eletronicamente nos termos do Art . l 0 §2 inciso III da Lei 11.419 2006
Documento eletrónico VDA19808022 ° /
(a ): MINISTRO
Siqnatá rioMarcelo Felix Fischer
Leal de Lima Oliveira Assinado
- Advogadoem : 04/09/ 2018 18:44:25 18090822250033000000012306408
Codigo deData
Controle do Documento
e hora da assinatura: : 66 C2 BFBA-CBE
08/09/2018 22:26:40 -
2-4386-AE64 D76DD3460423
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2/2
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam...

MM Juíza,

Ciente o MPF da juntada do malote digitat oriundo do STJ, informando que no âmbito daquela
Corte nada obsta a execução provisória.

No entanto, o TRF da 5ª Região, por decisão liminar do Des. Roberto Machado, ainda manteve
a suspensão da presente execução provisória.

Márcio Torres

PR-CE

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 18090311365255500000004358370
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
Data e hora da assinatura: 03/09/2018 11:39:28
Identificador: 4058100.4352478

Para conferência da autenticidade do


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/ConsultaDocumento/listView.seam

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822251306000000012306409
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
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1 de 1 Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1 15:33
08/09/2018
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam...

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS,


pelo cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei
6385/76, na forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e
10 (dez) meses de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa
no valor de 250 (duzentos e cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez)
salários mínimos vigente à época dos fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV,
da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em
decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das operações detectadas pela CVM no que
diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os valores serão corrigidos
monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a
condenação pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação
pelos delitos previstos do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal.
A pena ficou em 09 (nove) anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250
dias-multa, estes no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID
4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que
permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100
(decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES
BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da
Primeira Turma de 30/08/2016. (...)" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início
da execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

1 de 3 1/3 20:43
08/09/2018
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam...

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta


execução provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no


gabinete do magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições
pessoais e sociais do réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do
cumprimento da pena, e tendo em vista que ele respondeu a todo o processo solto e não
demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o pleito, pelo que DETERMINO que a
Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do seu recebimento - lapso
durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial, sob pena de ser
preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao advogado
do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a
Secretaria expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade.

Intimem-se as partes.

Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara
Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 18090610571431500000004660870
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado
Data e hora da assinatura: 07/09/2018 15:40:33

2 de 3 2/3 20:43
08/09/2018
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam...

Identificador: 4058100.4654884

Para conferência da autenticidade do


documento:
https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo
/ConsultaDocumento/listView.seam

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822252404500000012306411
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327114
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08/09/2018
EXCELENTÍSSIMA JUÍZA DA 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ

Execução Provisória nº 0805802-55.2016.4.05.8100

FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, já qualificado nos


autos epigrafados, por seus advogados ao final assinados, à presença de Vossa
Excelência comparece para expor e requerer o que segue:

1. Houve por bem Vossa Excelência determinar o imediato


cumprimento da execução provisória da pena imposta ao Requerente.

2. Referida decisão encontra-se lastreada no envio de cópias das


decisões condenatórias promovido pelo Relator do Recurso Especial no STJ,
Ministro FÉLIX FISCHER que, ao apreciar pedido formulado pelo Ministério
Público, determinou que se procedesse a execução provisória das penas
aplicadas ao Requerente.

3. Em que pese proferida por Ministro do Superior Tribunal de


Justiça, a decisão acima citada não revogou a determinação do
Desembargador Federal da 5ª Região, relator do habeas corpus nº 0802530-
35.2018.4.05.0000, que não foi sequer objeto de recurso por parte do Ministério
Público. Explica-se:

1/6
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4. Com base no novel entendimento do Supremo Tribunal Federal
sobre a possibilidade de prisão após decisão de segundo grau, o Ministério
Público Federal requereu fosse dado início à execução provisória da pena, o que
foi inicialmente deferido por Vossa Excelência.

5. Em razão disso, a defesa impetrou habeas corpus perante o


Tribunal Regional Federal da 5ª Região alegando violação ao princípio do non
reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não
recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da
condenação, havendo sido concedida liminar suspendendo a ordem de prisão
até o julgamento final do writ.

6. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima


mencionado, a fim de garantir a liberdade do Requerente até o trânsito em
julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não
ocorreu.

7. Entendendo ser a decisão contraditória, a defesa opôs


embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão
deveria vigorar até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de
Justiça no processo principal e não na Tutela Provisória, ao menos, e que
qualquer ordem de prisão deveria ser devidamente fundamentada.

8. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos


exclusivamente pela defesa, o Ministério Público Federal, atuando perante
esta Vara de Execuções requereu o prosseguimento do feito fundamentando-se,
exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

9. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao


Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, relatando o fato e requerendo
fosse reafirmada a decisão proferida pelo Tribunal Federal Regional da 5ª
Região, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do Ceará que
mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta ao Requerente,

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respeitando o quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas
corpus.

10. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ


proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos


infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o
acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o
pedido de id. 12078250.
Assim, determino que permaneçam suspensas as
Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-
10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes
das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE
LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos
autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o
julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela
defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma
de 30/08/2018.

11. Esta decisão jamais foi atacada ou reformada e encontra-se


em plena vigência!!!!!

12. Não obstante, o Ministério Público, ao invés de recorrer da


decisão acima, resolveu, per saltum, requerer a prisão diretamente ao STJ, sem
informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima
mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição
identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não
manifestou oposição.

13. Em razão desse requerimento, o Ministro Relator do Recurso


Especial no STJ proferiu decisão “determinando que, independentemente da
certificação do trânsito em julgado, a Coordenadoria da Quinta Turma remeta
cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em primeiro grau de apelação e
das decisões proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim
de que se proceda à execução provisória das penas”.

3/6
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14. Todavia, como visto acima, existe ordem judicial não atacada
e em vigor, proferida por Desembargador do TRF5, suspendendo a
execução provisória da pena.

15. Tanto isso é verdade que após a juntada do malote digital


oriundo do STJ com a decisão proferida pelo Ministro Relator do Recurso
Especial, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE ESTA
VARA DE EXECUÇÃO PENAL SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A
DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA
SE ENCONTRA EM VIGOR.

16. Ora, se o próprio Ministério Público se manifesta pelo


reconhecimento da suspensão da execução em face da validade de decisão

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judicial impedindo o prosseguimento do feito, nada justifica a imediata expedição
de ordem de prisão.

17. É importante destacar, por fim, que a mencionada decisão deve


vigorar até o julgamento do habeas corpus, já aprazado para ser realizado no
dia 20 de setembro de 2018, por tanto em apenas 12 dias.

18. Na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas


corpus impetrado pela defesa deste Requerente em que se discute matéria de
dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena.

19. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar


que apenas não foi concedida ao argumento de que não existiria perigo na
demora exatamente por estar em vigor a decisão proferida no habeas corpus
anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do


perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas
serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na
Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou
em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-
35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma

5/6
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deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de
FRANCISCO DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o
julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38
no REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos
corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto
não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de
Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr
as Execuções Provisórias propostas em face dos pacientes.

20. Assim, estando em vigor decisão que suspende o curso da


execução provisória da pena, o que é reconhecido pelo próprio Ministério
Público Federal, não há dúvida que, não obstante a remessa de cópias de
decisões para esta Vara, determinada pelo relator do Recurso Especial, existe
ordem judicial impedindo o prosseguimento do feito que deve ser
respeitada, razão pela qual requer seja dada contraordem de prisão, recolhendo-
se os mandados eventualmente expedidos.

21. Caso ainda subsista dúvida quanto ao alegado, requer que,


antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao Relator
do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional
Federal da 5ª Região para que este informe se a decisão de suspensão da
execução continua em vigor.

P. deferimento.
Brasília, 08 de setembro de 2018.

Francisco César Asfor Rocha Marcelo Leal De Lima Oliveira


OAB/SP nº 329.034 OAB/DF 21.932

Caio Cesar Vieira Rocha Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho


OAB/CE 15.095 OAB/CE 8502

Tiago Asfor Rocha Lima Luiz Eduardo R. B. do Monte


OAB/CE 16.386 OAB/DF 41.950

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente
Assinado eletronicamente por: por:
Marcelo Leal
Marcelo Leal de Lima
de Lima Oliveira
Oliveira - Advogado
- Advogado
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18090822253766500000012306412
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Data hora
hora da assinatura:
da assinatura: 08/09/2018
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MM Juíza Federal,

Não assiste razão à zelosa defesa dos sentenciados FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS E
OUTROS.

Com efeito, antes da decisão do Exmo. Min. Relator do STJ Felix Fischer, objeto de comunicação a
esse juizo para fins de ser iniciada a execução penal, o MPF havia reconhecido que as execuções
penais deveriam manter-se suspensas, por força de uma segunda decisão liminar proferida pelo
Desembargador Federal Roberto Machado, nos autos do HC 0802825-30.2018.4.05.0000.

Em tal decisão, como reconhece a defesa, ficou determinada a suspensão das execuções até o
julgamento dos embargos de declaração interpostos no referido HC, em que a defesa pretende
modificar o entendimento da 1ª Turma do TRF da 5ª Região, em que foi vencedor o voto do Des.
Elio Wanderley, assim ementado: "Vistos e relatados os presentes autos, DECIDE a Primeira Turma
do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, conceder parcialmente a ordem de
Habeas Corpus, para suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente até o
julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a
extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB, nos termos do relatório e voto anexos, que
passam a integrar o presente julgamento

Ocorre que o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, determinou a execução
provisória das penas, independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no
âmbito da Corte Especial, tanto na TP 38 quanto no RESP 1449193:

"No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos
consequentes embargos de declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma
deste Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal razão, houve a perda de objeto do pedido de
tutela provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de


efeito suspensivo deve ser dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que,independentemente da certificação


do trânsito em julgado, a Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v.
acórdão proferido em grau de apelação e das decisões proferidas nesta Corte para o MM.
Juiz de primeira instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas."

O fato e que não se pode negar vigência à decisão do STJ proferida na PetExe nos EDcl nos EDcl
no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE (2014/0091750-6), a qual deverá ser
atacada pela defesa nas vias própria, seja na 2ª Seção, competente para conhecer dos embargos de
divergência já interpostos pelos combatentes advogados, seja no STF, onde inclusive já foi
manejado o remédio heroico e se encontra sob a relatoria do Min. Edson Fachin (HC 161.949),
para quem os autos foram conclusos após nova petição da defesa.

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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam

A ser assim, considerando a necessidade de dar efetividade à decisão proferida pelo Min. Relator
Felix Fischer, que está sendo atacada pela defesa no STF por intermédio do HC 161.949), ainda
sem decisão do Relator, requer o MPF a manutenção da decisão que determinou a prisão dos
executados, desta feita sem a necessidade de se aguardar o prazo espontâneo de 24h para
cumprimento, uma vez que não notícia de intenção de comparecimento espontâneo.

Na oportunidade, anexo a petição de execução protocolizada pelo órgão do MPF atuante junto ao
STJ, para conhecimento desse juízo e o extrato de processamento do HC 161.949.

Requer ainda o MPF seja considerado o presente parecer nas execuções provisórias
08005810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100.

E. Deferimento,

Data de assinatura eletrônica

MARCIO ANDRADE TORRES

Procurador da República

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 18090817595257600000004946753
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador,
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 18:45:36
Identificador: 4058100.4940762

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/listView.seam

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822255033200000012306413
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327116
2 de 2 Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
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Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam...

PROCESSO Nº: 0805802-55.2016.4.05.8100 - EXECUÇÃO PROVISÓRIA


EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CONDENADO: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outro
12ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)

DECISÃO

Trata-se de pedido formulado pela defesa no sentido de ver reconsiderada decisão prolatada por
este juízo na data de ontem, a qual determinava a adoção das providências necessárias para o
início da execução provisória das penas, nos termos da decisão proferida pelo c. Superior
Tribunal de Justiça.

Sustenta o requerente, em brevíssima síntese, que a decisão em relação a qual se pede


reconsideração teria culminado por descumprir ordem do Exmo. Desembargador Relator do
habeas corpus nº 080253035.2018.4.05.0000, que determinava expressamente a suspensão das
execuções provisórias penais respectivas.

Assim, requer "seja dada contraordem de prisão, recolhendo-se os mandados eventualmente


expedidos", alternativamente pleiteia que "antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja
efetuada consulta ao Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o
Tribunal Regional Federal da 5ª Região para que este informe se a decisão de suspensão da
execução continua em vigor".

O Ministério Público Federal apresentou parecer pelo indeferimento do pedido.

Pois bem, esse sendo o relatório, no essencial, DECIDO.

Compulsando os autos e as inúmeras decisões prolatadas no feito que gerou a presente execução
provisória penal, observo que tem razão o Ministério Público ao sustentar a prevalência da
decisão prolatada pelo Exmo. Ministro Felix Fischer sobre aquelas proferidas por este juízo ou
pelo do c. Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Como bem apontou o Parquet, o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, foi claro
ao determinar, em decisão anexada aos autos, o início da execução provisória das penas,
independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte Especial,
tanto na TP 38 quanto no RESP 1449193.

Tanto isso é verdade que, nos autos do HC nº 080253035.2018.4.05.0000, em que foram


suspensas as execuções provisórias das penas de FRANCISCO DEUSMAR, IELTON,
GERALDO e JERÔNIMO, o c. Primeira Turma do e. Tribunal Regional Federal da 5ª Região
assim, decidiu, conforme ementa (grifos ausentes no original):

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO


PROVISÓRIA DA PENA (STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246).
REFORMATIO IN PEJUS. NORMA ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO
DE TUTELA PROVISÓRIA PELO STJ. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS

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NÃO IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM (ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.

1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª
Vara Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na
Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250
dias-multa, pela prática do crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de
julgamento de recurso no STJ (EDcl no AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação


penal confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste
Tribunal, que, segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da
sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência
de norma endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença
condenatória, deve-se atentar para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido,
verifica-se que, após a interposição do Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do
paciente, formulou-se o Pedido de Tutela Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar
para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo. Em decisão monocrática, o eminente Relator,
Min. FÉLIX FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o início da execução provisória da pena
até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do


efeito suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído
ao recurso, o que abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar
o termo ad quem definido no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do
CPP, a fim de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da
jurisprudência do STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da
ordem, apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em
relação a IBO, GLGF e JAB, todos também condenados nos autos da Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao


paciente até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

Em sendo assim, não vejo qualquer razão para a reconsideração da decisão que determinou a
expedição do mandado de prisão em desfavor do executado, pelo que a mantenho incólume,
frisando que a mesma deve ser cumprida no caso de não apresentação espontânea do executado
até a meia-noite do dia de hoje.

Providências necessárias.

Processo: 0805802-55.2016.4.05.8100
Assinado eletronicamente por: 18090819254355300000004953810
CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado

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08/09/2018
Processo Judicial Eletrônico: https://pje.jfce.jus.br/pje/Painel/painel_usuario/documentoHTML.seam...

Data e hora da assinatura: 08/09/2018 19:27:16


Identificador: 4058100.4947819

Para conferência da autenticidade do


documento:
https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo
/ConsultaDocumento/listView.seam

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18090822260192900000012306414
Data e hora da assinatura: 08/09/2018 22:26:40
Identificador: 4050000.12327117
3 de 3 Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3 20:43
08/09/2018
PROCESSO Nº 0813481-88.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS

IMPETRANTES: FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA


MARINHO, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA, TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, MARCELO LEAL DE
LIMA OLIVEIRA e LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE

PACIENTES: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, JERONIMO ALVES BEZERRA,


IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

IMPETRADO: JUÍZ O DA 12ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO CEARÁ

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE LUNA FREIRE - 1ª TURMA

PLANTÃO JUDICIÁRIO DO DIA 08.09.2018

DECISÃO

Cuida-se de Habeas Corpus impetrado em favor de GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,


JERONIMO ALVES BEZERRA, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS , condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da
Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, visando "seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução
Penal do Ceará, que suspenda o cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão
proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso
pelo Ministério Público."

Os Impetrantes alegam o seguinte:

" 1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei
nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de
Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi
suspensa por força de decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se
encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a
decisão proferida por esta Corte , o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em
que, desconsiderando que a ordem emanada por esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor,
determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meia noite do dia de hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL DA 5ª REGIÃO SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE -
EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do
recurso cabível, não podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de
exaurido o julgamento no tribunal a quo.

1/13
6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região
suspendendo as execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do
decisum, optou por formular requerimento direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de


prisão antes do trânsito em julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos
Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que,
em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida liminar suspendendo a
execução da pena.

8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado
monocraticamente não se conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração,
os quais foram improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de
Divergência .

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse
o cumprimento da pena perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte
alegando violação ao princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a
acusação não recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5
deferiu a liminar requerida, suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ .

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a
liberdade dos Pacientes até o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que
ainda não ocorreu .

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da
liminar anteriormente concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo
a execução da pena até o trânsito em julgado da mencionada medida, a defesa opôs embargos de
declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar até o exaurimento da
discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa , o Ministério
Público Federal, atuando perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução
fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº


0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse
reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do
Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração


opostos contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE

2/13
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa , pautados para julgamento na sessão da Primeira
Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum,
requerer a prisão diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão
acima mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no
acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

(...)

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE
PERANTE A 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU
NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5
AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR .

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a
autoridade coatora mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre
o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi
proferida a decisão desta Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de
setembro de 2018

(...)

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas
corpus impetrado pela defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à
alteração de regime de cumprimento de pena destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao
argumento de que não existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas
corpus anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco
eminente das penas serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018,
a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO DEUSMAR,
suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no
REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO.
Portanto, enquanto não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória
perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções Provisórias propostas em face dos
pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à
existência de decisão proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão
após o julgamento em segundo grau de jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de
Execução Penal do Ceará) requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a
determinação que se constitui em flagrante constrangimento ilegal. " [1]

3/13
É o Relatório. Decido.

A Impetração veio instruída com as seguintes peças:

1. Decisão proferida pelo Juízo da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará determinando o
prosseguimento da Execução Provisória :

" DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal.

A pena ficou em 09 (nove) anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa,
estes no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (...)" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do


magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial,
sob pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade .

Intimem-se as partes.

4/13
Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara

Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

2. Decisão indeferindo o Pedido de Reconsideração:

" DECISÃO

Trata-se de pedido formulado pela defesa no sentido de ver reconsiderada decisão prolatada por este
juízo na data de ontem, a qual determinava a adoção das providências necessárias para o início da
execução provisória das penas, nos termos da decisão proferida pelo c. Superior Tribunal de Justiça.

Sustenta o requerente, em brevíssima síntese, que a decisão em relação a qual se pede reconsideração
teria culminado por descumprir ordem do Exmo. Desembargador Relator do habeas corpus nº
080253035.2018.4.05.0000, que determinava expressamente a suspensão das execuções provisórias
penais respectivas.

Assim, requer " seja dada contraordem de prisão, recolhendo-se os mandados eventualmente expedidos
", alternativamente pleiteia que " antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao
Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional Federal da 5ª
Região para que este informe se a decisão de suspensão da execução continua em vigor ".

O Ministério Público Federal apresentou parecer pelo indeferimento do pedido.

Pois bem, esse sendo o relatório, no essencial, DECIDO.

Compulsando os autos e as inúmeras decisões prolatadas no feito que gerou a presente execução
provisória penal, observo que tem razão o Ministério Público ao sustentar a prevalência da decisão
prolatada pelo Exmo. Ministro Felix Fischer sobre aquelas proferidas por este juízo ou pelo do c.
Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Como bem apontou o Parquet , o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, foi claro ao
determinar, em decisão anexada aos autos, o início da execução provisória das penas,
independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte Especial, tanto na
TP 38 quanto no RESP 1449193.

Tanto isso é verdade que, nos autos do HC nº 080253035.2018.4.05.0000, em que foram suspensas as
execuções provisórias das penas de FRANCISCO DEUSMAR, IELTON, GERALDO e JERÔNIMO, o c.
Primeira Turma do e. Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim, decidiu, conforme ementa (grifos
ausentes no original):

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA


(STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246). REFORMATIO IN PEJUS. NORMA
ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA PELO STJ.
CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM
(ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.

5/13
1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara
Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime
previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ (EDcl no
AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação penal


confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste Tribunal, que,
segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência de norma
endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença condenatória, deve-se atentar
para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido, verifica-se que, após a interposição do
Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o Pedido de Tutela
Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo.
Em decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do efeito
suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído ao recurso, o que
abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem definido
no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim
de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do
STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IBO, GLGF e JAB, todos
também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente
até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a
extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

Em sendo assim, não vejo qualquer razão para a reconsideração da decisão que determinou a expedição
do mandado de prisão em desfavor do executado, pelo que a mantenho incólume, frisando que a mesma
deve ser cumprida no caso de não apresentação espontânea do executado até a meia-noite do dia de
hoje.

Providências necessárias.

CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado"

3. Decisão proferida pelo Exmo. Ministro Felix Fischer nos autos do REsp 1.449.193, deferindo o pedido
de Execução Provisória da Penas. [2]

4. Decisão proferida pelo Exmo Desembargador Federal Roberto Machado, Relator do Habeas Corpus
0802530-35.2018.4.05.0000 deferindo a Liminar. [3]

5. Decisão no Habeas Corpus 0802530-35.2018.4.05.0000, deferindo o extensão dos efeitos da Liminar


para os Pacientes Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alvez
Bezerra. [4]

Apresenta-se a Impetração acenando coação advinda de ato originário do 1º Grau de Jurisdição.

6/13
Revela-se, no entanto, resultante de percurso mais amplo, ao revolver outras irresignações já apreciadas
pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, tanto no exame, em sede de Recurso Especial, quanto na
interposição, frente à possibilidade e alcance da extensão do Cumprimento da Pena.

Em sede de renovação, o Pedido não tem como reaviventar o Objeto na atual impetração. A Liminar
antecedente entremostra o Objeto já apreciado e encartado no recurso de Divergência assinalado na
Decisão do Col. Superior Tribunal de Justiça.

Indefiro a Liminar.

Solicitem-se as Informações de estilo, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (artigo 662 do Código de
Processo Penal c/c artigos 160 e 161 do Regimento Interno do TRF-5ª Região [5] ). Redistribua-se
regularmente, após o Plantão, nos termos do art. 7º, § 2º, da Resolução n.º 71/2009, do CNJ [6] .

Recife, data da validação no Sistema.

Desembargador Federal Alexandre Luna Freire,

no Plantão

PSM/ALF

[1] " 1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da
Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi suspensa por força de
decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a decisão proferida por esta
Corte , o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em que, desconsiderando que a ordem emanada por
esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor, determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meianoite do dia de
hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE - EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do recurso cabível, não
podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de exaurido o julgamento no tribunal a quo.

6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendendo as
execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do decisum, optou por formular requerimento
direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de prisão antes do trânsito em
julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi
autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que, em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida
liminar suspendendo a execução da pena.

7/13
8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado monocraticamente não se
conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração, os quais foram
improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse o cumprimento da pena
perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte alegando violação ao
princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não recorreu, que a prisão estaria
condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5 deferiu a liminar requerida,
suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a liberdade dos Pacientes até
o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não ocorreu .

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da liminar anteriormente
concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo a execução da pena até o trânsito em julgado
da mencionada medida, a defesa opôs embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar
até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa , o Ministério Público Federal, atuando
perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como
contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante
este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª
Vara de Execução Penal do Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o acórdão da
Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802- 55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de
Declaração interpostos pela defesa , pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum, requerer a prisão
diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima mencionada, fundamentando seu
pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

19. São inúmeros os julgados daquela Corte, especialmente em casos nos quais a defesa busca precocemente provimento judicial
do STJ, sem que exaurida a manifestação dos Tribunal de origem, nos quais é reconhecida a indevida supressão de instância,
culminando no não conhecimento dos pedidos.

Confira-se:

HABEAS CORPUS - EXECUÇÃO PENAL - AGRAVO EM EXECUÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA, DO


RELATOR NO TRIBUNAL A QUO - AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO, EM NOVA DECISÃO MONOCRÁTICA DO

8/13
RELATOR - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ANTECEDENTE - HABEAS CORPUS
CONHECIDO.

1. O agravo regimental constitui o instrumento do qual a parte dispõe para submeter ao órgão colegiado a decisão monocrática
proferida por um de seus membros.

2. Tanto o Código de Processo Penal, no seu artigo 3º, quanto o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
no seu artigo 233, determinam que, caso não haja retratação por parte do relator - como ocorreu no caso em exame -, este deve
submeter o agravo regimental ao colegiado respectivo, para fins, inclusive, de exaurimento de instância recursal, sem a qual o
recurso especial estaria fadado à hipótese de não conhecimento.

3. De fato, a provocação da jurisdição de Corte Superior exige o prévio exaurimento da instância antecedente, de modo que
incorreta a decisão do relator, no Tribunal a quo, que não conheceu - em nova decisão monocrática - do agravo regimental
interposto pela defesa.

4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, a fim de que o agravo regimental interposto perante o
Tribunal de origem seja submetido ao respectivo colegiado.

(HC 446.987/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 5ª TURMA, jul. em 07/08/2018, DJe 15/08/2018)

20. Neste mesmo sentido, é possível citar centenas de decisões daquela Corte.

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE A 12ª VARA
DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR .

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a autoridade coatora
mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi proferida a decisão desta
Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de setembro de 2018:

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas corpus impetrado pela
defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena
destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao argumento de que não
existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas corpus anteriormente mencionado (HC
0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas serem
executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em
julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000,
apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO
DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto não transitada em
julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções
Provisórias propostas em face dos pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à existência de decisão
proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão após o julgamento em segundo grau de
jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará)
requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a determinação que se constitui em flagrante
constrangimento ilegal.

9/13
III - DO PEDIDO

28. Como se vê, existe evidente dúvida quanto ao alcance da decisão proferida pelo STJ, especialmente se ela revoga a decisão
proferida por este TRF5, que jamais foi atacada por qualquer recurso pelo Ministério Público, o que está gerando verdadeiro
tumulto processual que só pode ser resolvido a favor do Réu, ao menos até que se possa ter a certeza quanto ao seu alcance, o
que certamente pode ser feito oficiando-se o próprio STJ no primeiro horário de segunda-feira.

29. Assim, em sede de liminar, requer seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará, que suspenda o
cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta
Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso pelo Ministério Público.

30. No mérito, requer seja concedida a presente ordem de habeas corpus a fim de que se impeça a execução provisória da pena
enquanto estiver hígida a decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

P. deferimento. "

[2] PetExe nos EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE

(2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER

REQUERENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

REQUERIDO : JERÔNIMO ALVES BEZERRA

REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO

REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA

ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -

DF021932

DECISÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL , por meio de petição (fl. 1181-1196), requer a execução provisória das reprimendas
impostas aos requeridos.

Em resposta apresentada às fls. 1.200-1.205, os requeridos sustentam ser incabível o pedido de execução provisória da pena,
porquanto não houve o esgotamento da jurisdição.

É o breve relato. Decido.

O Supremo Tribunal Federal, julgando o HC n. 126.292/SP , sob relatoria do Exmo. Sr. Ministro Teori Zavascki, passou a
entender que o cumprimento provisório de pena não contraria o disposto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, uma vez
que, com o pronunciamento de Tribunal de hierarquia imediatamente superior, fica exaurido o exame sobre os fatos e provas,
concretizando-se assim, o duplo grau de jurisdição, cujo acesso em liberdade, respeitadas as hipóteses de segregação cautelar, é
constitucionalmente assegurado.

Na mesma esteira, o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça que, "[...] pendente o trânsito em julgado apenas pela
interposição de recurso de natureza extraordinária, é possível iniciar-se o cumprimento da pena [...]. Nesses moldes, é possível
iniciar-se o cumprimento da pena [...] porque eventual recurso de natureza extraordinária não é, em regra, dotado de efeito

10/13
suspensivo" (QO na APn n. 675/GO, Corte Especial , Rel. Min. Nancy Andrighi , DJe de 26/4/2016).

Ademais, não prosperam as alegações apresentadas pelos ora requeridos.

No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos consequentes embargos de
declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal
razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito suspensivo deve ser
dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que, independentemente da certificação do trânsito em julgado, a
Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em grau de apelação e das decisões
proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas.

P. e I.

Brasília (DF), 04 de setembro de 2018.

Ministro Felix Fischer

Relator"

Documento:

[3]

" DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, apontando
como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a suspensão da Execução Provisória da pena que
lhe imposta nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do
art. 27-C da Lei nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial
no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece viciado de abuso de
poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP, admitindo a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância, diante da ausência de efeito suspensivo
dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito
em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em favor do status
libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento firmado pelo STF, de cunho genérico,
deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de
seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da execução da pena imposta
a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo mandado de prisão.

11/13
Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº 0805802-55.2016.4.05.8100, até
julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018."

[4] " DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do início das Execuções
Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de
reclusão pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os requisitos para a extensão
da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a extensão da
ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial condenatório (no qual constou,
expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo
prevalecer sobre o entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação
análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente
suspensão das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018."

12/13
[5] CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1 o , o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada
como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo
que Ihe for apresentada a petição.

REGIMENTO INTERNO DO TRF-5

Art. 160. O Relator requisitará, se necessário, informações à autoridade impetrada, no prazo que fixar, podendo ainda:

I - deferir os pedidos liminares;

II - sendo relevante a matéria, nomear advogado para acompanhar e defender oralmente o pedido, se o impetrante não for
bacharel em Direito;

III - ordenar diligências necessárias à instrução do pedido;

IV - se convier, ouvir o paciente.

[6] Art. 7º. O serviço de plantão manterá registro próprio de todas as ocorrências e diligências havidas com relação aos fatos
apreciados, arquivando cópia das decisões, ofícios, mandados, alvarás, determinações e providências adotadas.

Parágrafo 1º. Os pedidos, requerimentos e documentos que devam ser apreciados pelo magistrado de plantão serão apresentados
em duas vias, ou com cópia, e recebidos pelo servidor plantonista designado para a formalização e conclusão ao juiz plantonista.

Parágrafo 2º. Os pedidos, requerimentos, comunicações, autos, processos e quaisquer papéis recebidos ou processados durante o
período de plantão serão recebidos mediante protocolo que consigne a data e a hora da entrada e o nome do recebedor, e serão
impreterivelmente encaminhados à distribuição ou ao juízo competente no início do expediente do primeiro dia útil imediato ao
do encerramento do plantão .

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado
18090901505603600000012308823
Data e hora da assinatura: 09/09/2018 01:55:46
Identificador: 4050000.12329526
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 13/13
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

09/09/2018

Número: 0813481-88.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
PACIENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
PACIENTE ielton barreto de oliveira
PACIENTE JERONIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
12327 08/09/2018 22:26 HABEAS CORPUS Petição Inicial
101

1/2
EM ANEXO

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
Valfrido BatistaA Santiago
Certificação Digital
Júnior pertence
- Diretor a: Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
de Secretaria Num. 12327101 - Pág. 1
18090902191439600000012308840
Data e hora da assinatura: 09/09/2018 02:19:14
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090822231444900000012306398
Identificador:
Número do documento: 4050000.12329543
18090822231444900000012306398
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
Segue em anexo, decisão proferida nos autos do processo: 0813481-88.2018.4.05.0000.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Valfrido Batista Santiago Júnior - Diretor de Secretaria
18090902191439600000012308839
Data e hora da assinatura: 09/09/2018 02:19:14
Identificador: 4050000.12329542
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

09/09/2018

Número: 0813481-88.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
PACIENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
PACIENTE ielton barreto de oliveira
PACIENTE JERONIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
12329 09/09/2018 01:55 Decisão Decisão
526

1/14
PROCESSO Nº 0813481-88.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS

IMPETRANTES: FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA


MARINHO, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA, TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, MARCELO LEAL DE
LIMA OLIVEIRA e LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE

PACIENTES: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, JERONIMO ALVES BEZERRA,


IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO CEARÁ

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE LUNA FREIRE - 1ª TURMA

PLANTÃO JUDICIÁRIO DO DIA 08.09.2018

DECISÃO

Cuida-se de Habeas Corpus impetrado em favor de GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,


JERONIMO ALVES BEZERRA, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS, condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da
Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, visando "seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução
Penal do Ceará, que suspenda o cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão
proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso
pelo Ministério Público."

Os Impetrantes alegam o seguinte:

"1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº
7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de
Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi
suspensa por força de decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se
encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a
decisão proferida por esta Corte, o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em
que, desconsiderando que a ordem emanada por esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor,
determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meia noite do dia de hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL DA 5ª REGIÃO SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE -
EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do
recurso cabível, não podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de
exaurido o julgamento no tribunal a quo.
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado Num. 12329526 - Pág. 1
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Número do documento: 18090901505603600000012308823
2/14
6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região
suspendendo as execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do
decisum, optou por formular requerimento direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de


prisão antes do trânsito em julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos
Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que,
em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida liminar suspendendo a
execução da pena.

8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado
monocraticamente não se conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração,
os quais foram improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de
Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse
o cumprimento da pena perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte
alegando violação ao princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a
acusação não recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5
deferiu a liminar requerida, suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a
liberdade dos Pacientes até o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que
ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da
liminar anteriormente concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo
a execução da pena até o trânsito em julgado da mencionada medida, a defesa opôs embargos de
declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar até o exaurimento da
discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa, o Ministério
Público Federal, atuando perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução
fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº


0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse
reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do
Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração


opostos contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado Num. 12329526 - Pág. 2
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090901505603600000012308823
Número do documento: 18090901505603600000012308823
3/14
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira
Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum,
requerer a prisão diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão
acima mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no
acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

(...)

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE
PERANTE A 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU
NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5
AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a
autoridade coatora mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre
o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi
proferida a decisão desta Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de
setembro de 2018

(...)

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas
corpus impetrado pela defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à
alteração de regime de cumprimento de pena destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao
argumento de que não existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas
corpus anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco
eminente das penas serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018,
a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO DEUSMAR,
suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no
REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO.
Portanto, enquanto não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória
perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções Provisórias propostas em face dos
pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à
existência de decisão proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão
após o julgamento em segundo grau de jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de
Execução Penal do Ceará) requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a
determinação que se constitui em flagrante constrangimento ilegal." [1]

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado Num. 12329526 - Pág. 3
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090901505603600000012308823
Número do documento: 18090901505603600000012308823
4/14
É o Relatório. Decido.

A Impetração veio instruída com as seguintes peças:

1. Decisão proferida pelo Juízo da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará determinando o
prosseguimento da Execução Provisória:

"DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal.

A pena ficou em 09 (nove) anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa,
estes no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (...)" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do


magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial,
sob pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade.

Intimem-se as partes.
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Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara

Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

2. Decisão indeferindo o Pedido de Reconsideração:

"DECISÃO

Trata-se de pedido formulado pela defesa no sentido de ver reconsiderada decisão prolatada por este
juízo na data de ontem, a qual determinava a adoção das providências necessárias para o início da
execução provisória das penas, nos termos da decisão proferida pelo c. Superior Tribunal de Justiça.

Sustenta o requerente, em brevíssima síntese, que a decisão em relação a qual se pede reconsideração
teria culminado por descumprir ordem do Exmo. Desembargador Relator do habeas corpus nº
080253035.2018.4.05.0000, que determinava expressamente a suspensão das execuções provisórias
penais respectivas.

Assim, requer "seja dada contraordem de prisão, recolhendo-se os mandados eventualmente expedidos",
alternativamente pleiteia que "antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao
Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional Federal da 5ª
Região para que este informe se a decisão de suspensão da execução continua em vigor".

O Ministério Público Federal apresentou parecer pelo indeferimento do pedido.

Pois bem, esse sendo o relatório, no essencial, DECIDO.

Compulsando os autos e as inúmeras decisões prolatadas no feito que gerou a presente execução
provisória penal, observo que tem razão o Ministério Público ao sustentar a prevalência da decisão
prolatada pelo Exmo. Ministro Felix Fischer sobre aquelas proferidas por este juízo ou pelo do c.
Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Como bem apontou o Parquet, o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, foi claro ao
determinar, em decisão anexada aos autos, o início da execução provisória das penas,
independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte Especial, tanto na
TP 38 quanto no RESP 1449193.

Tanto isso é verdade que, nos autos do HC nº 080253035.2018.4.05.0000, em que foram suspensas as
execuções provisórias das penas de FRANCISCO DEUSMAR, IELTON, GERALDO e JERÔNIMO, o c.
Primeira Turma do e. Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim, decidiu, conforme ementa (grifos
ausentes no original):

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA


(STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246). REFORMATIO IN PEJUS. NORMA
ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA PELO STJ.
CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM
(ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.
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1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara
Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime
previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ (EDcl no
AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação penal


confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste Tribunal, que,
segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência de norma
endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença condenatória, deve-se atentar
para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido, verifica-se que, após a interposição do
Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o Pedido de Tutela
Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo.
Em decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do efeito
suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído ao recurso, o que
abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem definido
no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim
de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do
STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IBO, GLGF e JAB, todos
também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente
até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a
extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

Em sendo assim, não vejo qualquer razão para a reconsideração da decisão que determinou a expedição
do mandado de prisão em desfavor do executado, pelo que a mantenho incólume, frisando que a mesma
deve ser cumprida no caso de não apresentação espontânea do executado até a meia-noite do dia de
hoje.

Providências necessárias.

CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado"

3. Decisão proferida pelo Exmo. Ministro Felix Fischer nos autos do REsp 1.449.193, deferindo o pedido
de Execução Provisória da Penas.[2]

4. Decisão proferida pelo Exmo Desembargador Federal Roberto Machado, Relator do Habeas Corpus
0802530-35.2018.4.05.0000 deferindo a Liminar.[3]

5. Decisão no Habeas Corpus 0802530-35.2018.4.05.0000, deferindo o extensão dos efeitos da Liminar


para os Pacientes Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alvez
Bezerra.[4]

Apresenta-se a Impetração acenando coação advinda de ato originário do 1º Grau de Jurisdição.


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Revela-se, no entanto, resultante de percurso mais amplo, ao revolver outras irresignações já apreciadas
pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, tanto no exame, em sede de Recurso Especial, quanto na
interposição, frente à possibilidade e alcance da extensão do Cumprimento da Pena.

Em sede de renovação, o Pedido não tem como reaviventar o Objeto na atual impetração. A Liminar
antecedente entremostra o Objeto já apreciado e encartado no recurso de Divergência assinalado na
Decisão do Col. Superior Tribunal de Justiça.

Indefiro a Liminar.

Solicitem-se as Informações de estilo, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (artigo 662 do Código de
Processo Penal c/c artigos 160 e 161 do Regimento Interno do TRF-5ª Região[5]). Redistribua-se
regularmente, após o Plantão, nos termos do art. 7º, § 2º, da Resolução n.º 71/2009, do CNJ[6].

Recife, data da validação no Sistema.

Desembargador Federal Alexandre Luna Freire,

no Plantão

PSM/ALF

[1] "1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da
Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi suspensa por força de
decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a decisão proferida por esta
Corte, o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em que, desconsiderando que a ordem emanada por
esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor, determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meianoite do dia de
hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE - EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do recurso cabível, não
podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de exaurido o julgamento no tribunal a quo.

6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendendo as
execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do decisum, optou por formular requerimento
direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de prisão antes do trânsito em
julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi
autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que, em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida
liminar suspendendo a execução da pena.

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8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado monocraticamente não se
conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração, os quais foram
improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse o cumprimento da pena
perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte alegando violação ao
princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não recorreu, que a prisão estaria
condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5 deferiu a liminar requerida,
suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a liberdade dos Pacientes até
o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da liminar anteriormente
concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo a execução da pena até o trânsito em julgado
da mencionada medida, a defesa opôs embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar
até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa, o Ministério Público Federal, atuando
perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como
contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante
este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª
Vara de Execução Penal do Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o acórdão da
Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802- 55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de
Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum, requerer a prisão
diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima mencionada, fundamentando seu
pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

19. São inúmeros os julgados daquela Corte, especialmente em casos nos quais a defesa busca precocemente provimento judicial
do STJ, sem que exaurida a manifestação dos Tribunal de origem, nos quais é reconhecida a indevida supressão de instância,
culminando no não conhecimento dos pedidos.

Confira-se:

HABEAS CORPUS - EXECUÇÃO PENAL - AGRAVO EM EXECUÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA, DO


RELATOR NO TRIBUNAL A QUO - AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO, EM NOVA DECISÃO MONOCRÁTICA DO
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RELATOR - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ANTECEDENTE - HABEAS CORPUS
CONHECIDO.

1. O agravo regimental constitui o instrumento do qual a parte dispõe para submeter ao órgão colegiado a decisão monocrática
proferida por um de seus membros.

2. Tanto o Código de Processo Penal, no seu artigo 3º, quanto o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
no seu artigo 233, determinam que, caso não haja retratação por parte do relator - como ocorreu no caso em exame -, este deve
submeter o agravo regimental ao colegiado respectivo, para fins, inclusive, de exaurimento de instância recursal, sem a qual o
recurso especial estaria fadado à hipótese de não conhecimento.

3. De fato, a provocação da jurisdição de Corte Superior exige o prévio exaurimento da instância antecedente, de modo que
incorreta a decisão do relator, no Tribunal a quo, que não conheceu - em nova decisão monocrática - do agravo regimental
interposto pela defesa.

4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, a fim de que o agravo regimental interposto perante o
Tribunal de origem seja submetido ao respectivo colegiado.

(HC 446.987/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 5ª TURMA, jul. em 07/08/2018, DJe 15/08/2018)

20. Neste mesmo sentido, é possível citar centenas de decisões daquela Corte.

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE A 12ª VARA
DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a autoridade coatora
mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi proferida a decisão desta
Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de setembro de 2018:

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas corpus impetrado pela
defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena
destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao argumento de que não
existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas corpus anteriormente mencionado (HC
0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas serem
executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em
julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000,
apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO
DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto não transitada em
julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções
Provisórias propostas em face dos pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à existência de decisão
proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão após o julgamento em segundo grau de
jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará)
requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a determinação que se constitui em flagrante
constrangimento ilegal.

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III - DO PEDIDO

28. Como se vê, existe evidente dúvida quanto ao alcance da decisão proferida pelo STJ, especialmente se ela revoga a decisão
proferida por este TRF5, que jamais foi atacada por qualquer recurso pelo Ministério Público, o que está gerando verdadeiro
tumulto processual que só pode ser resolvido a favor do Réu, ao menos até que se possa ter a certeza quanto ao seu alcance, o
que certamente pode ser feito oficiando-se o próprio STJ no primeiro horário de segunda-feira.

29. Assim, em sede de liminar, requer seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará, que suspenda o
cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta
Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso pelo Ministério Público.

30. No mérito, requer seja concedida a presente ordem de habeas corpus a fim de que se impeça a execução provisória da pena
enquanto estiver hígida a decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

P. deferimento."

[2] PetExe nos EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE

(2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER

REQUERENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

REQUERIDO : JERÔNIMO ALVES BEZERRA

REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO

REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA

ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -

DF021932

DECISÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por meio de petição (fl. 1181-1196), requer a execução provisória das reprimendas
impostas aos requeridos.

Em resposta apresentada às fls. 1.200-1.205, os requeridos sustentam ser incabível o pedido de execução provisória da pena,
porquanto não houve o esgotamento da jurisdição.

É o breve relato. Decido.

O Supremo Tribunal Federal, julgando o HC n. 126.292/SP, sob relatoria do Exmo. Sr. Ministro Teori Zavascki, passou a
entender que o cumprimento provisório de pena não contraria o disposto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, uma vez
que, com o pronunciamento de Tribunal de hierarquia imediatamente superior, fica exaurido o exame sobre os fatos e provas,
concretizando-se assim, o duplo grau de jurisdição, cujo acesso em liberdade, respeitadas as hipóteses de segregação cautelar, é
constitucionalmente assegurado.

Na mesma esteira, o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça que, "[...] pendente o trânsito em julgado apenas pela
interposição de recurso de natureza extraordinária, é possível iniciar-se o cumprimento da pena [...]. Nesses moldes, é possível
iniciar-se o cumprimento da pena [...] porque eventual recurso de natureza extraordinária não é, em regra, dotado de efeito
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suspensivo" (QO na APn n. 675/GO, Corte Especial, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe de 26/4/2016).

Ademais, não prosperam as alegações apresentadas pelos ora requeridos.

No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos consequentes embargos de
declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal
razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito suspensivo deve ser
dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que, independentemente da certificação do trânsito em julgado, a
Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em grau de apelação e das decisões
proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas.

P. e I.

Brasília (DF), 04 de setembro de 2018.

Ministro Felix Fischer

Relator"

Documento:

[3]

"DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, apontando
como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a suspensão da Execução Provisória da pena que
lhe imposta nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do
art. 27-C da Lei nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial
no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece viciado de abuso de
poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP, admitindo a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância, diante da ausência de efeito suspensivo
dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito
em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em favor do status
libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento firmado pelo STF, de cunho genérico,
deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de
seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da execução da pena imposta
a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo mandado de prisão.

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Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº 0805802-55.2016.4.05.8100, até
julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018."

[4] "DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do início das Execuções
Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de
reclusão pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os requisitos para a extensão
da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a extensão da
ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial condenatório (no qual constou,
expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo
prevalecer sobre o entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação
análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente
suspensão das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018."

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[5] CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada
como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo
que Ihe for apresentada a petição.

REGIMENTO INTERNO DO TRF-5

Art. 160. O Relator requisitará, se necessário, informações à autoridade impetrada, no prazo que fixar, podendo ainda:

I - deferir os pedidos liminares;

II - sendo relevante a matéria, nomear advogado para acompanhar e defender oralmente o pedido, se o impetrante não for
bacharel em Direito;

III - ordenar diligências necessárias à instrução do pedido;

IV - se convier, ouvir o paciente.

[6] Art. 7º. O serviço de plantão manterá registro próprio de todas as ocorrências e diligências havidas com relação aos fatos
apreciados, arquivando cópia das decisões, ofícios, mandados, alvarás, determinações e providências adotadas.

Parágrafo 1º. Os pedidos, requerimentos e documentos que devam ser apreciados pelo magistrado de plantão serão apresentados
em duas vias, ou com cópia, e recebidos pelo servidor plantonista designado para a formalização e conclusão ao juiz plantonista.

Parágrafo 2º. Os pedidos, requerimentos, comunicações, autos, processos e quaisquer papéis recebidos ou processados durante o
período de plantão serão recebidos mediante protocolo que consigne a data e a hora da entrada e o nome do recebedor, e serão
impreterivelmente encaminhados à distribuição ou ao juízo competente no início do expediente do primeiro dia útil imediato ao
do encerramento do plantão.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
Valfrido BatistaA Santiago
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- Diretor a: ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado
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18090902244116500000012308845
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Decisão proferida nos autos do processo 0813481-88.2018.4.05.0000.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Valfrido Batista Santiago Júnior - Diretor de Secretaria
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Data e hora da assinatura: 09/09/2018 02:24:41
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

09/09/2018

Número: 0813481-88.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
PACIENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
PACIENTE ielton barreto de oliveira
PACIENTE JERONIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
12329 09/09/2018 01:55 Decisão Decisão
526

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PROCESSO Nº 0813481-88.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS

IMPETRANTES: FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA


MARINHO, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA, TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, MARCELO LEAL DE
LIMA OLIVEIRA e LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE

PACIENTES: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, JERONIMO ALVES BEZERRA,


IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO CEARÁ

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE LUNA FREIRE - 1ª TURMA

PLANTÃO JUDICIÁRIO DO DIA 08.09.2018

DECISÃO

Cuida-se de Habeas Corpus impetrado em favor de GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,


JERONIMO ALVES BEZERRA, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS, condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da
Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, visando "seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução
Penal do Ceará, que suspenda o cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão
proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso
pelo Ministério Público."

Os Impetrantes alegam o seguinte:

"1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº
7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de
Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi
suspensa por força de decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se
encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a
decisão proferida por esta Corte, o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em
que, desconsiderando que a ordem emanada por esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor,
determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meia noite do dia de hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL DA 5ª REGIÃO SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE -
EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do
recurso cabível, não podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de
exaurido o julgamento no tribunal a quo.
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6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região
suspendendo as execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do
decisum, optou por formular requerimento direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de


prisão antes do trânsito em julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos
Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que,
em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida liminar suspendendo a
execução da pena.

8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado
monocraticamente não se conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração,
os quais foram improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de
Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse
o cumprimento da pena perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte
alegando violação ao princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a
acusação não recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5
deferiu a liminar requerida, suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a
liberdade dos Pacientes até o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que
ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da
liminar anteriormente concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo
a execução da pena até o trânsito em julgado da mencionada medida, a defesa opôs embargos de
declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar até o exaurimento da
discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa, o Ministério
Público Federal, atuando perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução
fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº


0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse
reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do
Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração


opostos contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
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QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira
Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum,
requerer a prisão diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão
acima mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no
acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

(...)

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE
PERANTE A 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU
NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5
AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a
autoridade coatora mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre
o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi
proferida a decisão desta Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de
setembro de 2018

(...)

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas
corpus impetrado pela defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à
alteração de regime de cumprimento de pena destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao
argumento de que não existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas
corpus anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco
eminente das penas serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018,
a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO DEUSMAR,
suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no
REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO.
Portanto, enquanto não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória
perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções Provisórias propostas em face dos
pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à
existência de decisão proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão
após o julgamento em segundo grau de jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de
Execução Penal do Ceará) requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a
determinação que se constitui em flagrante constrangimento ilegal." [1]

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É o Relatório. Decido.

A Impetração veio instruída com as seguintes peças:

1. Decisão proferida pelo Juízo da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará determinando o
prosseguimento da Execução Provisória:

"DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal.

A pena ficou em 09 (nove) anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa,
estes no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (...)" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do


magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial,
sob pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade.

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Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara

Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

2. Decisão indeferindo o Pedido de Reconsideração:

"DECISÃO

Trata-se de pedido formulado pela defesa no sentido de ver reconsiderada decisão prolatada por este
juízo na data de ontem, a qual determinava a adoção das providências necessárias para o início da
execução provisória das penas, nos termos da decisão proferida pelo c. Superior Tribunal de Justiça.

Sustenta o requerente, em brevíssima síntese, que a decisão em relação a qual se pede reconsideração
teria culminado por descumprir ordem do Exmo. Desembargador Relator do habeas corpus nº
080253035.2018.4.05.0000, que determinava expressamente a suspensão das execuções provisórias
penais respectivas.

Assim, requer "seja dada contraordem de prisão, recolhendo-se os mandados eventualmente expedidos",
alternativamente pleiteia que "antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao
Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional Federal da 5ª
Região para que este informe se a decisão de suspensão da execução continua em vigor".

O Ministério Público Federal apresentou parecer pelo indeferimento do pedido.

Pois bem, esse sendo o relatório, no essencial, DECIDO.

Compulsando os autos e as inúmeras decisões prolatadas no feito que gerou a presente execução
provisória penal, observo que tem razão o Ministério Público ao sustentar a prevalência da decisão
prolatada pelo Exmo. Ministro Felix Fischer sobre aquelas proferidas por este juízo ou pelo do c.
Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Como bem apontou o Parquet, o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, foi claro ao
determinar, em decisão anexada aos autos, o início da execução provisória das penas,
independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte Especial, tanto na
TP 38 quanto no RESP 1449193.

Tanto isso é verdade que, nos autos do HC nº 080253035.2018.4.05.0000, em que foram suspensas as
execuções provisórias das penas de FRANCISCO DEUSMAR, IELTON, GERALDO e JERÔNIMO, o c.
Primeira Turma do e. Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim, decidiu, conforme ementa (grifos
ausentes no original):

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA


(STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246). REFORMATIO IN PEJUS. NORMA
ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA PELO STJ.
CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM
(ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.
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1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara
Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime
previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ (EDcl no
AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação penal


confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste Tribunal, que,
segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência de norma
endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença condenatória, deve-se atentar
para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido, verifica-se que, após a interposição do
Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o Pedido de Tutela
Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo.
Em decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do efeito
suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído ao recurso, o que
abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem definido
no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim
de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do
STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IBO, GLGF e JAB, todos
também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente
até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a
extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

Em sendo assim, não vejo qualquer razão para a reconsideração da decisão que determinou a expedição
do mandado de prisão em desfavor do executado, pelo que a mantenho incólume, frisando que a mesma
deve ser cumprida no caso de não apresentação espontânea do executado até a meia-noite do dia de
hoje.

Providências necessárias.

CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado"

3. Decisão proferida pelo Exmo. Ministro Felix Fischer nos autos do REsp 1.449.193, deferindo o pedido
de Execução Provisória da Penas.[2]

4. Decisão proferida pelo Exmo Desembargador Federal Roberto Machado, Relator do Habeas Corpus
0802530-35.2018.4.05.0000 deferindo a Liminar.[3]

5. Decisão no Habeas Corpus 0802530-35.2018.4.05.0000, deferindo o extensão dos efeitos da Liminar


para os Pacientes Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alvez
Bezerra.[4]

Apresenta-se a Impetração acenando coação advinda de ato originário do 1º Grau de Jurisdição.


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Revela-se, no entanto, resultante de percurso mais amplo, ao revolver outras irresignações já apreciadas
pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, tanto no exame, em sede de Recurso Especial, quanto na
interposição, frente à possibilidade e alcance da extensão do Cumprimento da Pena.

Em sede de renovação, o Pedido não tem como reaviventar o Objeto na atual impetração. A Liminar
antecedente entremostra o Objeto já apreciado e encartado no recurso de Divergência assinalado na
Decisão do Col. Superior Tribunal de Justiça.

Indefiro a Liminar.

Solicitem-se as Informações de estilo, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (artigo 662 do Código de
Processo Penal c/c artigos 160 e 161 do Regimento Interno do TRF-5ª Região[5]). Redistribua-se
regularmente, após o Plantão, nos termos do art. 7º, § 2º, da Resolução n.º 71/2009, do CNJ[6].

Recife, data da validação no Sistema.

Desembargador Federal Alexandre Luna Freire,

no Plantão

PSM/ALF

[1] "1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da
Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi suspensa por força de
decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a decisão proferida por esta
Corte, o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em que, desconsiderando que a ordem emanada por
esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor, determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meianoite do dia de
hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE - EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do recurso cabível, não
podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de exaurido o julgamento no tribunal a quo.

6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendendo as
execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do decisum, optou por formular requerimento
direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de prisão antes do trânsito em
julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi
autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que, em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida
liminar suspendendo a execução da pena.

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8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado monocraticamente não se
conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração, os quais foram
improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse o cumprimento da pena
perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte alegando violação ao
princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não recorreu, que a prisão estaria
condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5 deferiu a liminar requerida,
suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a liberdade dos Pacientes até
o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da liminar anteriormente
concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo a execução da pena até o trânsito em julgado
da mencionada medida, a defesa opôs embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar
até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa, o Ministério Público Federal, atuando
perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como
contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante
este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª
Vara de Execução Penal do Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o acórdão da
Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802- 55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de
Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum, requerer a prisão
diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima mencionada, fundamentando seu
pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

19. São inúmeros os julgados daquela Corte, especialmente em casos nos quais a defesa busca precocemente provimento judicial
do STJ, sem que exaurida a manifestação dos Tribunal de origem, nos quais é reconhecida a indevida supressão de instância,
culminando no não conhecimento dos pedidos.

Confira-se:

HABEAS CORPUS - EXECUÇÃO PENAL - AGRAVO EM EXECUÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA, DO


RELATOR NO TRIBUNAL A QUO - AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO, EM NOVA DECISÃO MONOCRÁTICA DO
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RELATOR - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ANTECEDENTE - HABEAS CORPUS
CONHECIDO.

1. O agravo regimental constitui o instrumento do qual a parte dispõe para submeter ao órgão colegiado a decisão monocrática
proferida por um de seus membros.

2. Tanto o Código de Processo Penal, no seu artigo 3º, quanto o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
no seu artigo 233, determinam que, caso não haja retratação por parte do relator - como ocorreu no caso em exame -, este deve
submeter o agravo regimental ao colegiado respectivo, para fins, inclusive, de exaurimento de instância recursal, sem a qual o
recurso especial estaria fadado à hipótese de não conhecimento.

3. De fato, a provocação da jurisdição de Corte Superior exige o prévio exaurimento da instância antecedente, de modo que
incorreta a decisão do relator, no Tribunal a quo, que não conheceu - em nova decisão monocrática - do agravo regimental
interposto pela defesa.

4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, a fim de que o agravo regimental interposto perante o
Tribunal de origem seja submetido ao respectivo colegiado.

(HC 446.987/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 5ª TURMA, jul. em 07/08/2018, DJe 15/08/2018)

20. Neste mesmo sentido, é possível citar centenas de decisões daquela Corte.

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE A 12ª VARA
DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a autoridade coatora
mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi proferida a decisão desta
Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de setembro de 2018:

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas corpus impetrado pela
defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena
destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao argumento de que não
existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas corpus anteriormente mencionado (HC
0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas serem
executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em
julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000,
apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO
DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto não transitada em
julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções
Provisórias propostas em face dos pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à existência de decisão
proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão após o julgamento em segundo grau de
jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará)
requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a determinação que se constitui em flagrante
constrangimento ilegal.

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III - DO PEDIDO

28. Como se vê, existe evidente dúvida quanto ao alcance da decisão proferida pelo STJ, especialmente se ela revoga a decisão
proferida por este TRF5, que jamais foi atacada por qualquer recurso pelo Ministério Público, o que está gerando verdadeiro
tumulto processual que só pode ser resolvido a favor do Réu, ao menos até que se possa ter a certeza quanto ao seu alcance, o
que certamente pode ser feito oficiando-se o próprio STJ no primeiro horário de segunda-feira.

29. Assim, em sede de liminar, requer seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará, que suspenda o
cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta
Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso pelo Ministério Público.

30. No mérito, requer seja concedida a presente ordem de habeas corpus a fim de que se impeça a execução provisória da pena
enquanto estiver hígida a decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

P. deferimento."

[2] PetExe nos EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE

(2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER

REQUERENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

REQUERIDO : JERÔNIMO ALVES BEZERRA

REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO

REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA

ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -

DF021932

DECISÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por meio de petição (fl. 1181-1196), requer a execução provisória das reprimendas
impostas aos requeridos.

Em resposta apresentada às fls. 1.200-1.205, os requeridos sustentam ser incabível o pedido de execução provisória da pena,
porquanto não houve o esgotamento da jurisdição.

É o breve relato. Decido.

O Supremo Tribunal Federal, julgando o HC n. 126.292/SP, sob relatoria do Exmo. Sr. Ministro Teori Zavascki, passou a
entender que o cumprimento provisório de pena não contraria o disposto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, uma vez
que, com o pronunciamento de Tribunal de hierarquia imediatamente superior, fica exaurido o exame sobre os fatos e provas,
concretizando-se assim, o duplo grau de jurisdição, cujo acesso em liberdade, respeitadas as hipóteses de segregação cautelar, é
constitucionalmente assegurado.

Na mesma esteira, o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça que, "[...] pendente o trânsito em julgado apenas pela
interposição de recurso de natureza extraordinária, é possível iniciar-se o cumprimento da pena [...]. Nesses moldes, é possível
iniciar-se o cumprimento da pena [...] porque eventual recurso de natureza extraordinária não é, em regra, dotado de efeito
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suspensivo" (QO na APn n. 675/GO, Corte Especial, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe de 26/4/2016).

Ademais, não prosperam as alegações apresentadas pelos ora requeridos.

No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos consequentes embargos de
declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal
razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito suspensivo deve ser
dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que, independentemente da certificação do trânsito em julgado, a
Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em grau de apelação e das decisões
proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas.

P. e I.

Brasília (DF), 04 de setembro de 2018.

Ministro Felix Fischer

Relator"

Documento:

[3]

"DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, apontando
como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a suspensão da Execução Provisória da pena que
lhe imposta nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do
art. 27-C da Lei nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial
no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece viciado de abuso de
poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP, admitindo a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância, diante da ausência de efeito suspensivo
dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito
em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em favor do status
libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento firmado pelo STF, de cunho genérico,
deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de
seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da execução da pena imposta
a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo mandado de prisão.

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Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº 0805802-55.2016.4.05.8100, até
julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018."

[4] "DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do início das Execuções
Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de
reclusão pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os requisitos para a extensão
da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a extensão da
ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial condenatório (no qual constou,
expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo
prevalecer sobre o entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação
análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente
suspensão das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018."

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado Num. 12329526 - Pág. 12
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[5] CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada
como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo
que Ihe for apresentada a petição.

REGIMENTO INTERNO DO TRF-5

Art. 160. O Relator requisitará, se necessário, informações à autoridade impetrada, no prazo que fixar, podendo ainda:

I - deferir os pedidos liminares;

II - sendo relevante a matéria, nomear advogado para acompanhar e defender oralmente o pedido, se o impetrante não for
bacharel em Direito;

III - ordenar diligências necessárias à instrução do pedido;

IV - se convier, ouvir o paciente.

[6] Art. 7º. O serviço de plantão manterá registro próprio de todas as ocorrências e diligências havidas com relação aos fatos
apreciados, arquivando cópia das decisões, ofícios, mandados, alvarás, determinações e providências adotadas.

Parágrafo 1º. Os pedidos, requerimentos e documentos que devam ser apreciados pelo magistrado de plantão serão apresentados
em duas vias, ou com cópia, e recebidos pelo servidor plantonista designado para a formalização e conclusão ao juiz plantonista.

Parágrafo 2º. Os pedidos, requerimentos, comunicações, autos, processos e quaisquer papéis recebidos ou processados durante o
período de plantão serão recebidos mediante protocolo que consigne a data e a hora da entrada e o nome do recebedor, e serão
impreterivelmente encaminhados à distribuição ou ao juízo competente no início do expediente do primeiro dia útil imediato ao
do encerramento do plantão.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
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Assinado eletronicamente.
Valfrido BatistaA Santiago
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Decisão proferida nos autos do processo 0813481-88.2018.4.05.0000

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
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Identificador: 4050000.12329552
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Tribunal Regional Federal da 5ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Consulta Processual

09/09/2018

Número: 0813481-88.2018.4.05.0000
Classe: HABEAS CORPUS
Partes
Tipo Nome
PACIENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
PACIENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
PACIENTE ielton barreto de oliveira
PACIENTE JERONIMO ALVES BEZERRA
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira

Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
12329 09/09/2018 01:55 Decisão Decisão
526

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PROCESSO Nº 0813481-88.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS

IMPETRANTES: FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA


MARINHO, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA, TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, MARCELO LEAL DE
LIMA OLIVEIRA e LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE

PACIENTES: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, JERONIMO ALVES BEZERRA,


IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

IMPETRADO: JUÍZO DA 12ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO CEARÁ

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE LUNA FREIRE - 1ª TURMA

PLANTÃO JUDICIÁRIO DO DIA 08.09.2018

DECISÃO

Cuida-se de Habeas Corpus impetrado em favor de GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,


JERONIMO ALVES BEZERRA, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS, condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da
Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, visando "seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução
Penal do Ceará, que suspenda o cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão
proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso
pelo Ministério Público."

Os Impetrantes alegam o seguinte:

"1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº
7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de
Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi
suspensa por força de decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se
encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a
decisão proferida por esta Corte, o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em
que, desconsiderando que a ordem emanada por esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor,
determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meia noite do dia de hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL DA 5ª REGIÃO SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE -
EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do
recurso cabível, não podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de
exaurido o julgamento no tribunal a quo.
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6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região
suspendendo as execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do
decisum, optou por formular requerimento direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de


prisão antes do trânsito em julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos
Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que,
em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida liminar suspendendo a
execução da pena.

8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado
monocraticamente não se conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração,
os quais foram improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de
Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse
o cumprimento da pena perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte
alegando violação ao princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a
acusação não recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5
deferiu a liminar requerida, suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a
liberdade dos Pacientes até o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que
ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da
liminar anteriormente concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo
a execução da pena até o trânsito em julgado da mencionada medida, a defesa opôs embargos de
declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar até o exaurimento da
discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa, o Ministério
Público Federal, atuando perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução
fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº


0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse
reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do
Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração


opostos contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE
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QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira
Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum,
requerer a prisão diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão
acima mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no
acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

(...)

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE
PERANTE A 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU
NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5
AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a
autoridade coatora mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre
o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi
proferida a decisão desta Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de
setembro de 2018

(...)

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas
corpus impetrado pela defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à
alteração de regime de cumprimento de pena destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao
argumento de que não existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas
corpus anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco
eminente das penas serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018,
a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO DEUSMAR,
suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no
REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO.
Portanto, enquanto não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória
perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções Provisórias propostas em face dos
pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à
existência de decisão proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão
após o julgamento em segundo grau de jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de
Execução Penal do Ceará) requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a
determinação que se constitui em flagrante constrangimento ilegal." [1]

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É o Relatório. Decido.

A Impetração veio instruída com as seguintes peças:

1. Decisão proferida pelo Juízo da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará determinando o
prosseguimento da Execução Provisória:

"DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal.

A pena ficou em 09 (nove) anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa,
estes no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (...)" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do


magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial,
sob pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade.

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Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara

Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

2. Decisão indeferindo o Pedido de Reconsideração:

"DECISÃO

Trata-se de pedido formulado pela defesa no sentido de ver reconsiderada decisão prolatada por este
juízo na data de ontem, a qual determinava a adoção das providências necessárias para o início da
execução provisória das penas, nos termos da decisão proferida pelo c. Superior Tribunal de Justiça.

Sustenta o requerente, em brevíssima síntese, que a decisão em relação a qual se pede reconsideração
teria culminado por descumprir ordem do Exmo. Desembargador Relator do habeas corpus nº
080253035.2018.4.05.0000, que determinava expressamente a suspensão das execuções provisórias
penais respectivas.

Assim, requer "seja dada contraordem de prisão, recolhendo-se os mandados eventualmente expedidos",
alternativamente pleiteia que "antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao
Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional Federal da 5ª
Região para que este informe se a decisão de suspensão da execução continua em vigor".

O Ministério Público Federal apresentou parecer pelo indeferimento do pedido.

Pois bem, esse sendo o relatório, no essencial, DECIDO.

Compulsando os autos e as inúmeras decisões prolatadas no feito que gerou a presente execução
provisória penal, observo que tem razão o Ministério Público ao sustentar a prevalência da decisão
prolatada pelo Exmo. Ministro Felix Fischer sobre aquelas proferidas por este juízo ou pelo do c.
Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Como bem apontou o Parquet, o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, foi claro ao
determinar, em decisão anexada aos autos, o início da execução provisória das penas,
independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte Especial, tanto na
TP 38 quanto no RESP 1449193.

Tanto isso é verdade que, nos autos do HC nº 080253035.2018.4.05.0000, em que foram suspensas as
execuções provisórias das penas de FRANCISCO DEUSMAR, IELTON, GERALDO e JERÔNIMO, o c.
Primeira Turma do e. Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim, decidiu, conforme ementa (grifos
ausentes no original):

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA


(STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246). REFORMATIO IN PEJUS. NORMA
ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA PELO STJ.
CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM
(ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.
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1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara
Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime
previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ (EDcl no
AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação penal


confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste Tribunal, que,
segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência de norma
endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença condenatória, deve-se atentar
para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido, verifica-se que, após a interposição do
Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o Pedido de Tutela
Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo.
Em decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do efeito
suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído ao recurso, o que
abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem definido
no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim
de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do
STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IBO, GLGF e JAB, todos
também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente
até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a
extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

Em sendo assim, não vejo qualquer razão para a reconsideração da decisão que determinou a expedição
do mandado de prisão em desfavor do executado, pelo que a mantenho incólume, frisando que a mesma
deve ser cumprida no caso de não apresentação espontânea do executado até a meia-noite do dia de
hoje.

Providências necessárias.

CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado"

3. Decisão proferida pelo Exmo. Ministro Felix Fischer nos autos do REsp 1.449.193, deferindo o pedido
de Execução Provisória da Penas.[2]

4. Decisão proferida pelo Exmo Desembargador Federal Roberto Machado, Relator do Habeas Corpus
0802530-35.2018.4.05.0000 deferindo a Liminar.[3]

5. Decisão no Habeas Corpus 0802530-35.2018.4.05.0000, deferindo o extensão dos efeitos da Liminar


para os Pacientes Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alvez
Bezerra.[4]

Apresenta-se a Impetração acenando coação advinda de ato originário do 1º Grau de Jurisdição.


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Revela-se, no entanto, resultante de percurso mais amplo, ao revolver outras irresignações já apreciadas
pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, tanto no exame, em sede de Recurso Especial, quanto na
interposição, frente à possibilidade e alcance da extensão do Cumprimento da Pena.

Em sede de renovação, o Pedido não tem como reaviventar o Objeto na atual impetração. A Liminar
antecedente entremostra o Objeto já apreciado e encartado no recurso de Divergência assinalado na
Decisão do Col. Superior Tribunal de Justiça.

Indefiro a Liminar.

Solicitem-se as Informações de estilo, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (artigo 662 do Código de
Processo Penal c/c artigos 160 e 161 do Regimento Interno do TRF-5ª Região[5]). Redistribua-se
regularmente, após o Plantão, nos termos do art. 7º, § 2º, da Resolução n.º 71/2009, do CNJ[6].

Recife, data da validação no Sistema.

Desembargador Federal Alexandre Luna Freire,

no Plantão

PSM/ALF

[1] "1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da
Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi suspensa por força de
decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a decisão proferida por esta
Corte, o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em que, desconsiderando que a ordem emanada por
esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor, determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meianoite do dia de
hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE - EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do recurso cabível, não
podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de exaurido o julgamento no tribunal a quo.

6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendendo as
execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do decisum, optou por formular requerimento
direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de prisão antes do trânsito em
julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi
autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que, em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida
liminar suspendendo a execução da pena.

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8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado monocraticamente não se
conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração, os quais foram
improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse o cumprimento da pena
perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte alegando violação ao
princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não recorreu, que a prisão estaria
condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5 deferiu a liminar requerida,
suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a liberdade dos Pacientes até
o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não ocorreu.

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da liminar anteriormente
concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo a execução da pena até o trânsito em julgado
da mencionada medida, a defesa opôs embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar
até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa, o Ministério Público Federal, atuando
perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como
contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante
este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª
Vara de Execução Penal do Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o acórdão da
Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802- 55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de
Declaração interpostos pela defesa, pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum, requerer a prisão
diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima mencionada, fundamentando seu
pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

19. São inúmeros os julgados daquela Corte, especialmente em casos nos quais a defesa busca precocemente provimento judicial
do STJ, sem que exaurida a manifestação dos Tribunal de origem, nos quais é reconhecida a indevida supressão de instância,
culminando no não conhecimento dos pedidos.

Confira-se:

HABEAS CORPUS - EXECUÇÃO PENAL - AGRAVO EM EXECUÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA, DO


RELATOR NO TRIBUNAL A QUO - AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO, EM NOVA DECISÃO MONOCRÁTICA DO
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RELATOR - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ANTECEDENTE - HABEAS CORPUS
CONHECIDO.

1. O agravo regimental constitui o instrumento do qual a parte dispõe para submeter ao órgão colegiado a decisão monocrática
proferida por um de seus membros.

2. Tanto o Código de Processo Penal, no seu artigo 3º, quanto o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
no seu artigo 233, determinam que, caso não haja retratação por parte do relator - como ocorreu no caso em exame -, este deve
submeter o agravo regimental ao colegiado respectivo, para fins, inclusive, de exaurimento de instância recursal, sem a qual o
recurso especial estaria fadado à hipótese de não conhecimento.

3. De fato, a provocação da jurisdição de Corte Superior exige o prévio exaurimento da instância antecedente, de modo que
incorreta a decisão do relator, no Tribunal a quo, que não conheceu - em nova decisão monocrática - do agravo regimental
interposto pela defesa.

4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, a fim de que o agravo regimental interposto perante o
Tribunal de origem seja submetido ao respectivo colegiado.

(HC 446.987/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 5ª TURMA, jul. em 07/08/2018, DJe 15/08/2018)

20. Neste mesmo sentido, é possível citar centenas de decisões daquela Corte.

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE A 12ª VARA
DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR.

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a autoridade coatora
mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi proferida a decisão desta
Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de setembro de 2018:

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas corpus impetrado pela
defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena
destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao argumento de que não
existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas corpus anteriormente mencionado (HC
0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas serem
executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em
julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000,
apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO
DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto não transitada em
julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções
Provisórias propostas em face dos pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à existência de decisão
proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão após o julgamento em segundo grau de
jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará)
requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a determinação que se constitui em flagrante
constrangimento ilegal.

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III - DO PEDIDO

28. Como se vê, existe evidente dúvida quanto ao alcance da decisão proferida pelo STJ, especialmente se ela revoga a decisão
proferida por este TRF5, que jamais foi atacada por qualquer recurso pelo Ministério Público, o que está gerando verdadeiro
tumulto processual que só pode ser resolvido a favor do Réu, ao menos até que se possa ter a certeza quanto ao seu alcance, o
que certamente pode ser feito oficiando-se o próprio STJ no primeiro horário de segunda-feira.

29. Assim, em sede de liminar, requer seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará, que suspenda o
cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta
Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso pelo Ministério Público.

30. No mérito, requer seja concedida a presente ordem de habeas corpus a fim de que se impeça a execução provisória da pena
enquanto estiver hígida a decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

P. deferimento."

[2] PetExe nos EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE

(2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER

REQUERENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

REQUERIDO : JERÔNIMO ALVES BEZERRA

REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO

REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA

ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -

DF021932

DECISÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por meio de petição (fl. 1181-1196), requer a execução provisória das reprimendas
impostas aos requeridos.

Em resposta apresentada às fls. 1.200-1.205, os requeridos sustentam ser incabível o pedido de execução provisória da pena,
porquanto não houve o esgotamento da jurisdição.

É o breve relato. Decido.

O Supremo Tribunal Federal, julgando o HC n. 126.292/SP, sob relatoria do Exmo. Sr. Ministro Teori Zavascki, passou a
entender que o cumprimento provisório de pena não contraria o disposto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, uma vez
que, com o pronunciamento de Tribunal de hierarquia imediatamente superior, fica exaurido o exame sobre os fatos e provas,
concretizando-se assim, o duplo grau de jurisdição, cujo acesso em liberdade, respeitadas as hipóteses de segregação cautelar, é
constitucionalmente assegurado.

Na mesma esteira, o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça que, "[...] pendente o trânsito em julgado apenas pela
interposição de recurso de natureza extraordinária, é possível iniciar-se o cumprimento da pena [...]. Nesses moldes, é possível
iniciar-se o cumprimento da pena [...] porque eventual recurso de natureza extraordinária não é, em regra, dotado de efeito
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suspensivo" (QO na APn n. 675/GO, Corte Especial, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe de 26/4/2016).

Ademais, não prosperam as alegações apresentadas pelos ora requeridos.

No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos consequentes embargos de
declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal
razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito suspensivo deve ser
dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que, independentemente da certificação do trânsito em julgado, a
Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em grau de apelação e das decisões
proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas.

P. e I.

Brasília (DF), 04 de setembro de 2018.

Ministro Felix Fischer

Relator"

Documento:

[3]

"DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, apontando
como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a suspensão da Execução Provisória da pena que
lhe imposta nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do
art. 27-C da Lei nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial
no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece viciado de abuso de
poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP, admitindo a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância, diante da ausência de efeito suspensivo
dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito
em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em favor do status
libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento firmado pelo STF, de cunho genérico,
deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de
seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da execução da pena imposta
a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo mandado de prisão.

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Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº 0805802-55.2016.4.05.8100, até
julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018."

[4] "DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do início das Execuções
Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de
reclusão pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os requisitos para a extensão
da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a extensão da
ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial condenatório (no qual constou,
expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo
prevalecer sobre o entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação
análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente
suspensão das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018."

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[5] CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada
como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo
que Ihe for apresentada a petição.

REGIMENTO INTERNO DO TRF-5

Art. 160. O Relator requisitará, se necessário, informações à autoridade impetrada, no prazo que fixar, podendo ainda:

I - deferir os pedidos liminares;

II - sendo relevante a matéria, nomear advogado para acompanhar e defender oralmente o pedido, se o impetrante não for
bacharel em Direito;

III - ordenar diligências necessárias à instrução do pedido;

IV - se convier, ouvir o paciente.

[6] Art. 7º. O serviço de plantão manterá registro próprio de todas as ocorrências e diligências havidas com relação aos fatos
apreciados, arquivando cópia das decisões, ofícios, mandados, alvarás, determinações e providências adotadas.

Parágrafo 1º. Os pedidos, requerimentos e documentos que devam ser apreciados pelo magistrado de plantão serão apresentados
em duas vias, ou com cópia, e recebidos pelo servidor plantonista designado para a formalização e conclusão ao juiz plantonista.

Parágrafo 2º. Os pedidos, requerimentos, comunicações, autos, processos e quaisquer papéis recebidos ou processados durante o
período de plantão serão recebidos mediante protocolo que consigne a data e a hora da entrada e o nome do recebedor, e serão
impreterivelmente encaminhados à distribuição ou ao juízo competente no início do expediente do primeiro dia útil imediato ao
do encerramento do plantão.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Assinado eletronicamente.
Valfrido BatistaA Santiago
Certificação Digital
Júnior pertence
- Diretor a: ALEXANDRE LUNA FREIRE - Magistrado
de Secretaria Num. 12329526 - Pág. 13
18090902290444600000012308852
Data e hora da assinatura: 09/09/2018 02:29:04
https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18090901505603600000012308823
Identificador:
Número do documento: 4050000.12329555
18090901505603600000012308823
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 14/14
Decisão proferida nos autos do processo 0813481-88.2018.4.05.0000.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Valfrido Batista Santiago Júnior - Diretor de Secretaria
18090902290444600000012308851
Data e hora da assinatura: 09/09/2018 02:29:04
Identificador: 4050000.12329554
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PROCESSO Nº 0813481-88.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS

IMPETRANTES: FRANCISCO CÉSAR ASFOR ROCHA, ANASTACIO JORGE MATOS DE SOUSA


MARINHO, CAIO CESAR VIEIRA ROCHA, TIAGO ASFOR ROCHA LIMA, MARCELO LEAL DE
LIMA OLIVEIRA e LUIZ EDUARDO RUAS BARCELLOS DO MONTE

PACIENTES: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, JERONIMO ALVES BEZERRA,


IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS

IMPETRADO: JUÍZ O DA 12ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS DA SEÇÃO


JUDICIÁRIA DO CEARÁ

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ALEXANDRE LUNA FREIRE - 1ª TURMA

PLANTÃO JUDICIÁRIO DO DIA 08.09.2018

DECISÃO

Cuida-se de Habeas Corpus impetrado em favor de GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO,


JERONIMO ALVES BEZERRA, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA E FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS , condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da
Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, visando "seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução
Penal do Ceará, que suspenda o cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão
proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso
pelo Ministério Público."

Os Impetrantes alegam o seguinte:

" 1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei
nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de
Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi
suspensa por força de decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se
encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a
decisão proferida por esta Corte , o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em
que, desconsiderando que a ordem emanada por esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor,
determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meia noite do dia de hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL


FEDERAL DA 5ª REGIÃO SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE -
EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do
recurso cabível, não podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de
exaurido o julgamento no tribunal a quo.

1/13
6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região
suspendendo as execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do
decisum, optou por formular requerimento direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de


prisão antes do trânsito em julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos
Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que,
em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida liminar suspendendo a
execução da pena.

8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado
monocraticamente não se conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração,
os quais foram improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de
Divergência .

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse
o cumprimento da pena perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte
alegando violação ao princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a
acusação não recorreu, que a prisão estaria condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5
deferiu a liminar requerida, suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ .

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a
liberdade dos Pacientes até o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que
ainda não ocorreu .

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da
liminar anteriormente concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo
a execução da pena até o trânsito em julgado da mencionada medida, a defesa opôs embargos de
declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar até o exaurimento da
discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa , o Ministério
Público Federal, atuando perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução
fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº


0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse
reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª Vara de Execução Penal do
Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração


opostos contra o acórdão da Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-
55.2016.4.05.8100, 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE

2/13
QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO
ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos
Embargos de Declaração interpostos pela defesa , pautados para julgamento na sessão da Primeira
Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum,
requerer a prisão diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão
acima mencionada, fundamentando seu pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no
acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

(...)

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE
PERANTE A 12ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU
NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5
AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR .

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a
autoridade coatora mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre
o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi
proferida a decisão desta Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de
setembro de 2018

(...)

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas
corpus impetrado pela defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à
alteração de regime de cumprimento de pena destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao
argumento de que não existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas
corpus anteriormente mencionado (HC 0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco
eminente das penas serem executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la
provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, apreciado em 28/06/2018,
a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO DEUSMAR,
suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no
REsp nº 1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO.
Portanto, enquanto não transitada em julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória
perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções Provisórias propostas em face dos
pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à
existência de decisão proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão
após o julgamento em segundo grau de jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de
Execução Penal do Ceará) requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a
determinação que se constitui em flagrante constrangimento ilegal. " [1]

3/13
É o Relatório. Decido.

A Impetração veio instruída com as seguintes peças:

1. Decisão proferida pelo Juízo da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará determinando o
prosseguimento da Execução Provisória :

" DECISÃO

Trata-se de execução penal provisória em face de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, pelo


cometimento dos delitos previstos no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/1986 e no art. 27-C da Lei 6385/76, na
forma do art. 71 do Código Penal. Foi condenado a uma pena de 15 (quinze) anos e 10 (dez) meses de
reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado e a pena de multa no valor de 250 (duzentos e
cinqüenta) dias-multa, correspondendo cada dia-multa a 10 (dez) salários mínimos vigente à época dos
fatos no que diz respeito ao crime previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e multa de 03 (três) vezes o
montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime, qual seja três vezes os valores das
operações detectadas pela CVM no que diz respeito ao crime previsto no art. 27-C da Lei 6385/76. Os
valores serão corrigidos monetariamente.

O Tribunal Regional Federal da 5ª deu parcial provimento ao apelo da defesa para afastar a condenação
pelo delito previsto no art. 27-C da Lei n. 6.385/1976, mas manteve a condenação pelos delitos previstos
do art. 7º, IV, da Lei n. 7.492/1986, na forma do art. 71 do Código Penal.

A pena ficou em 09 (nove) anos e 02(dois) meses de reclusão em regime fechado, além de 250 dias-multa,
estes no valor de 10 salários mínimos vigentes à época dos fatos. (ID 4058100.1463938)

Juntada decisão monocrática da Primeira Turma do TRF5 "(...) Assim, determino que permaneçam
suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802-55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das
condenações impostas a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA,
GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de Declaração interpostos pela defesa,
pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2016. (...)" (ID 4050000.12079070).

Foi este juízo comunicado da decisão do e. Superior Tribunal de Justiça determinando o início da
execução provisória das penas.

É o relato necessário. DECIDO.

Ante a decisão do Superior Tribunal de Justiça, DETERMINO o prosseguimento desta execução


provisória, com início da pena imposta ao executado.

Expeça-se mandado de prisão. Considerando que o advogado do executado compareceu no gabinete do


magistrado que estava em substituição a essa vara e solicitou que, pelas condições pessoais e sociais do
réu, este pudesse se apresentar espontaneamente para início do cumprimento da pena, e tendo em vista
que ele respondeu a todo o processo solto e não demonstrou intenção de fuga, hei por bem acolher o
pleito, pelo que DETERMINO que a Polícia Federal somente dê cumprimento ao mandado após 24h do
seu recebimento - lapso durante o qual o executado deverá se apresentar perante a autoridade policial,
sob pena de ser preso onde for encontrado. Após a expedição do mandado de prisão, dê-se ciência ao
advogado do executado, por telefone.

Efetivada a prisão, fica desde já declinada a competência para a Justiça Estadual, devendo a Secretaria
expedir a respectiva guia de execução.

Cumpra-se com prioridade .

Intimem-se as partes.

4/13
Expedientes necessários.

Fortaleza, (datado eletronicamente).

Cintia Menezes Brunetta

Juiz Federal Titular da 35ª Vara Federal/CE, respondendo pela titularidade da 12ª Vara

Federal/CE.

(assinado eletronicamente)

2. Decisão indeferindo o Pedido de Reconsideração:

" DECISÃO

Trata-se de pedido formulado pela defesa no sentido de ver reconsiderada decisão prolatada por este
juízo na data de ontem, a qual determinava a adoção das providências necessárias para o início da
execução provisória das penas, nos termos da decisão proferida pelo c. Superior Tribunal de Justiça.

Sustenta o requerente, em brevíssima síntese, que a decisão em relação a qual se pede reconsideração
teria culminado por descumprir ordem do Exmo. Desembargador Relator do habeas corpus nº
080253035.2018.4.05.0000, que determinava expressamente a suspensão das execuções provisórias
penais respectivas.

Assim, requer " seja dada contraordem de prisão, recolhendo-se os mandados eventualmente expedidos
", alternativamente pleiteia que " antes de dar cumprimento a ordem de prisão, seja efetuada consulta ao
Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000 em curso perante o Tribunal Regional Federal da 5ª
Região para que este informe se a decisão de suspensão da execução continua em vigor ".

O Ministério Público Federal apresentou parecer pelo indeferimento do pedido.

Pois bem, esse sendo o relatório, no essencial, DECIDO.

Compulsando os autos e as inúmeras decisões prolatadas no feito que gerou a presente execução
provisória penal, observo que tem razão o Ministério Público ao sustentar a prevalência da decisão
prolatada pelo Exmo. Ministro Felix Fischer sobre aquelas proferidas por este juízo ou pelo do c.
Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Como bem apontou o Parquet , o STJ, intérprete autêntico de suas próprias decisões, foi claro ao
determinar, em decisão anexada aos autos, o início da execução provisória das penas,
independentemente do trânsito em julgado das decisões proferidas no âmbito da Corte Especial, tanto na
TP 38 quanto no RESP 1449193.

Tanto isso é verdade que, nos autos do HC nº 080253035.2018.4.05.0000, em que foram suspensas as
execuções provisórias das penas de FRANCISCO DEUSMAR, IELTON, GERALDO e JERÔNIMO, o c.
Primeira Turma do e. Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim, decidiu, conforme ementa (grifos
ausentes no original):

EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA


(STF - HC nº 126292, ADC Nº 43, ADC Nº 44, ARE Nº 964.246). REFORMATIO IN PEJUS. NORMA
ENDÓCRINA. RECURSO ESPECIAL. CONCESSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA PELO STJ.
CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM. CORRÉUS NÃO IMPETRANTES. EXTENSÃO DA ORDEM
(ART. 580 DO CPP). POSSIBILIDADE.

5/13
1. Habeas Corpus impetrado em favor de FDQ, apontando como ilegal decisão do Juízo da 12ª Vara
Federal do Ceará, que determinou a Execução Provisória da pena imposta ao paciente na Ação Penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (9 anos e 2 meses de reclusão, além de 250 dias-multa, pela prática do crime
previsto no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86), ainda pendente de julgamento de recurso no STJ (EDcl no
AgRg no REsp 1.449.193-CE).

2. Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de executar provisoriamente condenação penal


confirmada em segunda instância, quando há comando sentencial, não alterado neste Tribunal, que,
segundo os impetrantes, obsta a execução antes do trânsito em julgado da sentença.

3. Inobstante os argumentos lançados na impetração, bem como as possíveis divergências, nesta


Primeira Turma, quanto à possibilidade de execução provisória da pena, em face da existência de norma
endócrina que condiciona a execução ao trânsito em julgado da sentença condenatória, deve-se atentar
para as circunstâncias específicas do caso. Nesse sentido, verifica-se que, após a interposição do
Recurso Especial nº 1.449.193/CE pela própria defesa do paciente, formulou-se o Pedido de Tutela
Provisória nº 38, requerendo a concessão de liminar para atribuir efeito suspensivo ao apelo extremo.
Em decisão monocrática, o eminente Relator, Min. FÉLIX FISCHER, deferiu a liminar, para "sustar o
início da execução provisória da pena até ulterior julgamento final do presente pedido de tutela
antecipada".

4. Portanto, é da competência do Ministro Relator no STJ, não deste TRF5, a atribuição do efeito
suspensivo e, consequentemente, a fixação das condições em que tal efeito foi atribuído ao recurso, o que
abrange, por certo, a definição do seu alcance temporal. Logo, resta aguardar o termo ad quem definido
no âmbito do próprio STJ.

5. Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim
de garantir a extensão da ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do
STJ. No caso concreto, como se está elencando, para fins de concessão da ordem, apenas elementos
eminentemente objetivos, resta evidenciada situação análoga em relação a IBO, GLGF e JAB, todos
também condenados nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100.

6. Ordem parcialmente concedida, para suspender a execução provisória da pena imposta ao paciente
até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº 1.449.193/CE, com a
extensão da ordem aos corréus IBO, GLGF e JAB.

Em sendo assim, não vejo qualquer razão para a reconsideração da decisão que determinou a expedição
do mandado de prisão em desfavor do executado, pelo que a mantenho incólume, frisando que a mesma
deve ser cumprida no caso de não apresentação espontânea do executado até a meia-noite do dia de
hoje.

Providências necessárias.

CINTIA MENEZES BRUNETTA - Magistrado"

3. Decisão proferida pelo Exmo. Ministro Felix Fischer nos autos do REsp 1.449.193, deferindo o pedido
de Execução Provisória da Penas. [2]

4. Decisão proferida pelo Exmo Desembargador Federal Roberto Machado, Relator do Habeas Corpus
0802530-35.2018.4.05.0000 deferindo a Liminar. [3]

5. Decisão no Habeas Corpus 0802530-35.2018.4.05.0000, deferindo o extensão dos efeitos da Liminar


para os Pacientes Ielton Barreto de Oliveira, Geraldo de Lima Gadelha Filho e Jerônimo Alvez
Bezerra. [4]

Apresenta-se a Impetração acenando coação advinda de ato originário do 1º Grau de Jurisdição.

6/13
Revela-se, no entanto, resultante de percurso mais amplo, ao revolver outras irresignações já apreciadas
pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, tanto no exame, em sede de Recurso Especial, quanto na
interposição, frente à possibilidade e alcance da extensão do Cumprimento da Pena.

Em sede de renovação, o Pedido não tem como reaviventar o Objeto na atual impetração. A Liminar
antecedente entremostra o Objeto já apreciado e encartado no recurso de Divergência assinalado na
Decisão do Col. Superior Tribunal de Justiça.

Indefiro a Liminar.

Solicitem-se as Informações de estilo, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas (artigo 662 do Código de
Processo Penal c/c artigos 160 e 161 do Regimento Interno do TRF-5ª Região [5] ). Redistribua-se
regularmente, após o Plantão, nos termos do art. 7º, § 2º, da Resolução n.º 71/2009, do CNJ [6] .

Recife, data da validação no Sistema.

Desembargador Federal Alexandre Luna Freire,

no Plantão

PSM/ALF

[1] " 1. Os Pacientes foram condenados pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da
Lei nº 6.385/76, estando os autos sob jurisdição do STJ, pendente a análise de Embargos de Divergência opostos pela defesa.

2. Em que pese já haver se iniciado a execução provisória da pena perante o Juízo da Execução, esta foi suspensa por força de
decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região que ainda se encontra em vigor.

3. Não obstante, após receber comunicação oriunda do STJ referente a decisão que não atacou a decisão proferida por esta
Corte , o Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará proferiu decisão em que, desconsiderando que a ordem emanada por
esta Corte foi inatacada e, portanto, continua em vigor, determinou que os Pacientes sejam presos a partir da meianoite do dia de
hoje.

4. É contra essa decisão que se volta a presente impetração. Vejamos.

II - DA VIGÊNCIA DE ORDEM JUDICIAL PROFERIDA PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


SUSPENDENDO AS EXECUÇÕES PROVISÓRIAS DO PACIENTE - EVIDENTE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA

5. É regra comezinha de direito processual que as decisões judiciais devam ser atacadas pela via do recurso cabível, não
podendo, per saltum, se requerer provimento judicial em superior instância antes de exaurido o julgamento no tribunal a quo.

6. No caso, estando em plena vigência decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendendo as
execuções provisórias dos Pacientes, o Ministério Público, ao invés de recorrer do decisum, optou por formular requerimento
direto à instância superior. Explica-se.

7. Em face do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal quando a possibilidade de prisão antes do trânsito em
julgado, estando pendente julgamento de Recurso Especial, a defesa dos Pacientes ingressou com pedido cautelar que foi
autuado como Tutela Provisória 38, requerendo que, em face da plausibilidade dos argumentos trazidos no Resp, fosse concedida
liminar suspendendo a execução da pena.

7/13
8. A liminar foi concedida nos exatos termos requeridos, todavia, o Recurso Especial foi julgado monocraticamente não se
conhecendo das matérias de fundo por suposta violação da Súmula 7 do STJ.

9. Em face dessa decisão, a defesa interpôs Agravo Regimental e posteriores Embargos de Declaração, os quais foram
improvidos, estando o processo, atualmente, aguardando a apreciação de Embargos de Divergência.

10. A liminar antes deferida foi revogada pelo Relator, o que fez com que o Ministério Público requeresse o cumprimento da pena
perante o Juízo da execução.

11. Em vista disso, a defesa impetrou o habeas corpus nº 0802530-35.2018.4.05.0000 perante esta Corte alegando violação ao
princípio do non reformatio in pejus, uma vez que constou da sentença, da qual a acusação não recorreu, que a prisão estaria
condicionada ao trânsito em julgado da condenação.

12. Em face da existência de decisões neste mesmo sentido de Ministros da Suprema Corte, o TRF-5 deferiu a liminar requerida,
suspendendo a ordem de prisão até o julgamento final do writ.

13. Levado a julgamento, foi dado parcial provimento ao HC acima mencionado, a fim de garantir a liberdade dos Pacientes até
o trânsito em julgado de Tutela Provisória ingressada perante o STJ, o que ainda não ocorreu .

14. Entendendo ser a decisão contraditória por, ao mesmo tempo em que reconhece a revogação da liminar anteriormente
concedida na Tutela Provisória 38, com base nela conceder a ordem suspendendo a execução da pena até o trânsito em julgado
da mencionada medida, a defesa opôs embargos de declaração, alegando, entre outras coisas, que a suspensão deveria vigorar
até o exaurimento da discussão perante o Superior Tribunal de Justiça, ao menos, e que qualquer ordem de prisão deveria ser
devidamente fundamentada1.

15. Estando pendente o julgamento dos Embargos opostos exclusivamente pela defesa , o Ministério Público Federal, atuando
perante a Vara de Execuções requereu o prosseguimento da execução fundamentando-se, exatamente, no ponto apontado como
contraditório pela defesa.

16. Atenta a toda movimentação, a defesa formulou pedido ao Relator do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000, em curso perante
este Tribunal, relatando o fato e requerendo fosse reafirmada a decisão proferida por aquela Corte, a fim determinar à 12ª
Vara de Execução Penal do Ceará que mantivesse suspensa a execução provisória da pena imposta aos Pacientes, respeitando o
quanto determinado no acórdão já proferido naquele habeas corpus.

17. Em face dessa manifestação o Relator do mencionado writ proferiu decisão nos seguintes termos:

Considerando a possibilidade de atribuição de efeitos infringentes aos Embargos de Declaração opostos contra o acórdão da
Primeira Turma, proferido em 28/06/2018, defiro o pedido de id. 12078250.

Assim, determino que permaneçam suspensas as Execuções Provisórias Penais nos 0805802- 55.2016.4.05.8100,
0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e 0805812-02.2016.4.05.8100 (decorrentes das condenações impostas a
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVES BEZERRA, nos autos da Ação Penal nº 0012628.43.2010.4.05.8100), até o julgamento dos Embargos de
Declaração interpostos pela defesa , pautados para julgamento na sessão da Primeira Turma de 30/08/2018.

18. Não satisfeito com a decisão acima, o Ministério Público, ao invés de recorrer, resolveu, per saltum, requerer a prisão
diretamente ao STJ, sem informar dos embargos de declaração opostos e da decisão acima mencionada, fundamentando seu
pedido exatamente na contradição identificada pela defesa no acórdão do Regional e sobre a qual não recorreu.

19. São inúmeros os julgados daquela Corte, especialmente em casos nos quais a defesa busca precocemente provimento judicial
do STJ, sem que exaurida a manifestação dos Tribunal de origem, nos quais é reconhecida a indevida supressão de instância,
culminando no não conhecimento dos pedidos.

Confira-se:

HABEAS CORPUS - EXECUÇÃO PENAL - AGRAVO EM EXECUÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA DENEGATÓRIA, DO


RELATOR NO TRIBUNAL A QUO - AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO, EM NOVA DECISÃO MONOCRÁTICA DO

8/13
RELATOR - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA ANTECEDENTE - HABEAS CORPUS
CONHECIDO.

1. O agravo regimental constitui o instrumento do qual a parte dispõe para submeter ao órgão colegiado a decisão monocrática
proferida por um de seus membros.

2. Tanto o Código de Processo Penal, no seu artigo 3º, quanto o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul,
no seu artigo 233, determinam que, caso não haja retratação por parte do relator - como ocorreu no caso em exame -, este deve
submeter o agravo regimental ao colegiado respectivo, para fins, inclusive, de exaurimento de instância recursal, sem a qual o
recurso especial estaria fadado à hipótese de não conhecimento.

3. De fato, a provocação da jurisdição de Corte Superior exige o prévio exaurimento da instância antecedente, de modo que
incorreta a decisão do relator, no Tribunal a quo, que não conheceu - em nova decisão monocrática - do agravo regimental
interposto pela defesa.

4. Habeas corpus não conhecido. Contudo, ordem concedida de ofício, a fim de que o agravo regimental interposto perante o
Tribunal de origem seja submetido ao respectivo colegiado.

(HC 446.987/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, 5ª TURMA, jul. em 07/08/2018, DJe 15/08/2018)

20. Neste mesmo sentido, é possível citar centenas de decisões daquela Corte.

21. Após a remessa dos documentos pelo STJ, O PRÓPRIO MINISTÉRIO PÚBLICO OFICIANTE PERANTE A 12ª VARA
DE EXECUÇÃO PENAL DO CEARÁ, INICIALMENTE, SE MANIFESTOU NO SENTIDO DE QUE A DECISÃO DE
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO PROFERIDA PELO TRF5 AINDA SE ENCONTRA EM VIGOR .

22. É bem verdade que o mesmo Procurador, no dia de hoje, manifestou entendimento diverso, havendo a autoridade coatora
mantido sua decisão, todavia, isso demonstra a indefinição jurídica que se tem sobre o caso.

23. Como se isso não bastasse, o mencionado habeas corpus nº 0802530-5.2018.4.05.0000, em que foi proferida a decisão desta
Corte, encontra-se pronto para ser apreciado e já foi pautado para o dia 20 de setembro de 2018:

24. É importante ressaltar, também, que na mesma oportunidade será levado a julgamento outro habeas corpus impetrado pela
defesa destes Pacientes em que se discute matéria de dosimetria que pode levar à alteração de regime de cumprimento de pena
destes.

25. No mencionado HC, aliás, a defesa chegou a requerer liminar que apenas não foi concedida ao argumento de que não
existiria perigo na demora exatamente por força da decisão proferida no habeas corpus anteriormente mencionado (HC
0802530-35.2018.4.05.0000), confira-se:

Além disso, não me parece presente, neste azo, o requisito do perigo da demora, porque inexiste risco eminente das penas serem
executadas. Afinal, a decisão condenatória, proferida na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, ainda não transitou em
julgado. E, mesmo que se pretenda executá-la provisoriamente, tem-se que, nos autos do HC nº 0802530-35.2018.4.05.0000,
apreciado em 28/06/2018, a Primeira Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem em favor de FRANCISCO
DEUSMAR, suspendendo aludida execução até o julgamento final, pelo STJ, do Pedido de Tutela Provisória nº 38 no REsp nº
1.449.193/CE, com a extensão da ordem aos corréus IELTON, GERALDO e JERÔNIMO. Portanto, enquanto não transitada em
julgado a decisão proferida naquele pedido de Tutela Provisória perante o STJ, inexiste risco que voltar a correr as Execuções
Provisórias propostas em face dos pacientes.

26. A decisão proferida pelo Ministro Relator do Resp no STJ, no entanto, não fez qualquer menção à existência de decisão
proferida por este TRF-5, limitando-se a reafirmar a tese de cabimento da prisão após o julgamento em segundo grau de
jurisdição, o que, repita-se, não é o foco da presente impetração.

27. Esta defesa, chegou a protocolar petição dirigida à autoridade coatora (Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará)
requerendo fosse reconsiderado seu entendimento, todavia esta manteve a determinação que se constitui em flagrante
constrangimento ilegal.

9/13
III - DO PEDIDO

28. Como se vê, existe evidente dúvida quanto ao alcance da decisão proferida pelo STJ, especialmente se ela revoga a decisão
proferida por este TRF5, que jamais foi atacada por qualquer recurso pelo Ministério Público, o que está gerando verdadeiro
tumulto processual que só pode ser resolvido a favor do Réu, ao menos até que se possa ter a certeza quanto ao seu alcance, o
que certamente pode ser feito oficiando-se o próprio STJ no primeiro horário de segunda-feira.

29. Assim, em sede de liminar, requer seja determinado ao Juízo da 12ª Vara de Execução Penal do Ceará, que suspenda o
cumprimento da ordem de prisão até que seja confirmado se a decisão proferida pelo STJ revoga a decisão proferida por esta
Corte que, repita-se, não foi objeto de recurso pelo Ministério Público.

30. No mérito, requer seja concedida a presente ordem de habeas corpus a fim de que se impeça a execução provisória da pena
enquanto estiver hígida a decisão proferida por este Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

P. deferimento. "

[2] PetExe nos EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.449.193 - CE

(2014/0091750-6)

RELATOR : MINISTRO FELIX FISCHER

REQUERENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

REQUERIDO : FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS

REQUERIDO : JERÔNIMO ALVES BEZERRA

REQUERIDO : GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO

REQUERIDO : IELTON BARRETO DE OLIVEIRA

ADVOGADO : MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S) -

DF021932

DECISÃO

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL , por meio de petição (fl. 1181-1196), requer a execução provisória das reprimendas
impostas aos requeridos.

Em resposta apresentada às fls. 1.200-1.205, os requeridos sustentam ser incabível o pedido de execução provisória da pena,
porquanto não houve o esgotamento da jurisdição.

É o breve relato. Decido.

O Supremo Tribunal Federal, julgando o HC n. 126.292/SP , sob relatoria do Exmo. Sr. Ministro Teori Zavascki, passou a
entender que o cumprimento provisório de pena não contraria o disposto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, uma vez
que, com o pronunciamento de Tribunal de hierarquia imediatamente superior, fica exaurido o exame sobre os fatos e provas,
concretizando-se assim, o duplo grau de jurisdição, cujo acesso em liberdade, respeitadas as hipóteses de segregação cautelar, é
constitucionalmente assegurado.

Na mesma esteira, o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça que, "[...] pendente o trânsito em julgado apenas pela
interposição de recurso de natureza extraordinária, é possível iniciar-se o cumprimento da pena [...]. Nesses moldes, é possível
iniciar-se o cumprimento da pena [...] porque eventual recurso de natureza extraordinária não é, em regra, dotado de efeito

10/13
suspensivo" (QO na APn n. 675/GO, Corte Especial , Rel. Min. Nancy Andrighi , DJe de 26/4/2016).

Ademais, não prosperam as alegações apresentadas pelos ora requeridos.

No caso, verifica-se que, com o julgamento do recurso especial, além do agravo regimental e dos consequentes embargos de
declaração, houve o esgotamento da jurisdição pela eg. Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, sendo que, por tal
razão, houve a perda de objeto do pedido de tutela provisório anteriormente deferido na TP 38/CE.

Assim, com a interposição do recurso de embargos de divergência (fls. 1206-1301), o pedido de efeito suspensivo deve ser
dirigido ao órgão competência para julgamento da impugnação.

Diante disso, defiro o pedido formulado, determinando que, independentemente da certificação do trânsito em julgado, a
Coordenadoria da Quinta Turma remeta cópia da r. sentença, do v. acórdão proferido em grau de apelação e das decisões
proferidas nesta Corte para o MM. Juiz de primeira instância, a fim de que se proceda à execução provisória das penas.

P. e I.

Brasília (DF), 04 de setembro de 2018.

Ministro Felix Fischer

Relator"

Documento:

[3]

" DECISÃO

Trata-se de Habeas Corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, apontando
como autoridade coatora o Juízo da 12ª Vara Federal do Ceará, objetivando a suspensão da Execução Provisória da pena que
lhe imposta nos autos da Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual o paciente foi condenado, pela prática do crime do
art. 27-C da Lei nº 6.385/76, a nove (09) anos e dois (02) meses de reclusão, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial
no STJ (REsp 1.449.193-CE)).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que o ato combatido parece viciado de abuso de
poder.

Não se desconhece o entendimento do STF, firmado no HC 126.292/SP, nas ADC's 43 e 44 e no ARE 964.246/SP, admitindo a
possibilidade de execução provisória da pena após condenação em segunda instância, diante da ausência de efeito suspensivo
dos recursos extremos.

No caso concreto, todavia, constou expressamente da sentença condenatória: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito
em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal competente para a execução da pena aqui aplicada".

Tenho que aludido comando sentencial, a teor de precedente do próprio STF, constitui garantia erigida em favor do status
libertatis do réu, ora paciente, não me parecendo razoável que o famigerado entendimento firmado pelo STF, de cunho genérico,
deva prevalecer sobre uma norma endócrina, expressa na própria sentença condenatória, diferindo sua execução para depois de
seu trânsito em julgado.

Quanto ao perigo da demora, este se mostra evidente, porque o ato combatido determinou o início da execução da pena imposta
a FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS, com a expedição do respectivo mandado de prisão.

11/13
Desse modo, ad cautelam, melhor que não se cumpra, até ulterior deliberação, o ato impugnado.

Assim, defiro a liminar, determinando a suspensão da Execução Provisória da Pena nº 0805802-55.2016.4.05.8100, até
julgamento final deste writ.

Intime-se.

Oficie-se ao Juízo originário, para que preste informações, no prazo de 48h.

Depois, sigam os autos ao MPF, para o necessário parecer.

Recife, 15 de março de 2018."

[4] " DECISÃO

Trata-se de pedido de extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus, objetivando a suspensão do início das Execuções
Provisórias das penas impostas aos réus IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA na Ação Penal nº 0012628-43.2010.4.05.8100, na qual foram condenados a 5 (cinco) anos de
reclusão pela prática do crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, ainda pendente de julgamento de Recurso Especial no STJ (REsp
1.449.193-CE).

Relatei, decido.

A partir do exame superficial, próprio desta fase de cognição sumária, tenho que estão preenchidos os requisitos para a extensão
da liminar concedida.

O art. 580 do CPP prevê que, no concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

Ainda que o Habeas Corpus não se trate de recurso, a aplicação do disposto no art. 580 do CPP, a fim de garantir a extensão da
ordem do remédio heroico, é plenamente cabível, a teor da jurisprudência do STJ.

No caso concreto, a liminar neste writ foi concedida porque entendi que o comando sentencial condenatório (no qual constou,
expressamente: "determino, ainda, imediatamente após o trânsito em julgado desta sentença, a remessa dos autos à Vara Federal
competente para a execução da pena aqui aplicada") constitui garantia erigida em favor do status libertatis do réu, devendo
prevalecer sobre o entendimento firmado pelo STF a favor da execução antecipada da pena.

Desse modo, como a liminar foi concedida elencando apenas elementos eminentemente objetivos, resta evidenciada situação
análoga em relação aos peticionantes IELTON BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e
JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, inexistindo, pelo menos a princípio, qualquer peculiaridade que diferencie a situação deles da do
paciente FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS.

Assim, defiro o pedido de id. 10546202, determinando a extensão da liminar concedida neste Habeas Corpus a IELTON
BARRETO DE OLIVEIRA, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO e JERÔNIMO ALVEZ BEZERRA, com a consequente
suspensão das Execuções Provisórias nos 0805810-32.2016.4.05.8100, 0805805-10.2016.4.05.8100 e
0805812-02.2016.4.05.8100, até julgamento final deste writ.

Intime-se.

Comunique-se o teor desta decisão ao Juízo originário, com urgência.

Recife, 15 de março de 2018."

12/13
[5] CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1 o , o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada
como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo
que Ihe for apresentada a petição.

REGIMENTO INTERNO DO TRF-5

Art. 160. O Relator requisitará, se necessário, informações à autoridade impetrada, no prazo que fixar, podendo ainda:

I - deferir os pedidos liminares;

II - sendo relevante a matéria, nomear advogado para acompanhar e defender oralmente o pedido, se o impetrante não for
bacharel em Direito;

III - ordenar diligências necessárias à instrução do pedido;

IV - se convier, ouvir o paciente.

[6] Art. 7º. O serviço de plantão manterá registro próprio de todas as ocorrências e diligências havidas com relação aos fatos
apreciados, arquivando cópia das decisões, ofícios, mandados, alvarás, determinações e providências adotadas.

Parágrafo 1º. Os pedidos, requerimentos e documentos que devam ser apreciados pelo magistrado de plantão serão apresentados
em duas vias, ou com cópia, e recebidos pelo servidor plantonista designado para a formalização e conclusão ao juiz plantonista.

Parágrafo 2º. Os pedidos, requerimentos, comunicações, autos, processos e quaisquer papéis recebidos ou processados durante o
período de plantão serão recebidos mediante protocolo que consigne a data e a hora da entrada e o nome do recebedor, e serão
impreterivelmente encaminhados à distribuição ou ao juízo competente no início do expediente do primeiro dia útil imediato ao
do encerramento do plantão .

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Assinado eletronicamente por:
Valfrido Batista Santiago Júnior - Diretor de Secretaria
18090902353161400000012308859
Data e hora da assinatura: 09/09/2018 02:41:01
Identificador: 4050000.12329562
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 13/13
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
PROCESSO: 0813481-88.2018.4.05.0000 - HABEAS CORPUS

Polo ativo Polo passivo


Marcelo Leal de Lima Oliveira ADVOGADO 12ª VARA FEDERAL DE
IMPETRADO
FRANCISCO DEUSMAR DE EXECUÇÕES PENAIS
PACIENTE
QUEIRÓS
GERALDO DE LIMA
PACIENTE
GADELHA FILHO
ielton barreto de oliveira PACIENTE
JERONIMO ALVES
PACIENTE
BEZERRA

Outros participantes
Sem registros

CERTIDÃO

CERTIFICO que, em 09/09/2018 02:41, o(a) Sr(a) Marcelo Leal de Lima Oliveira foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 09/09/2018 01:55 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.

1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.

2 - A autenticidade desta Certidão poderá ser confirmada no endereço


https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam , através do código de autenticação
nº 18090902353161400000012308859 .

3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 09/09/2018 02:41 - Tribunal Regional Federal 5ª Região.

Processo: 0813481-88.2018.4.05.0000
Data e hora da inclusão: 09/09/2018 02:41:35
Identificador: 4050000.12329563

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