Вы находитесь на странице: 1из 14

O Papel do Congresso Nacional

Por Verônica Gomes

O Congresso Nacional (Poder Legislativo) cumpre papel imprescindível perante a


sociedade do País, visto que desempenha três funções primordiais para a
consolidação da democracia: representar o povo brasileiro, legislar sobre os
assuntos de interesse nacional e fiscalizar a aplicação dos recursos
públicos (fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da Administração direta e indireta).

Compõem o Poder Legislativo (art. 44 da Constituição Federal) a Câmara dos


Deputados (com representantes do povo brasileiro), o Senado Federal (com
representantes dos Estados e do Distrito Federal), e o Tribunal de Contas da
União (órgão que presta auxílio ao Congresso Nacional nas atividades de controle e
fiscalização externa).

O sistema bicameral adotado pelo Brasil prevê a manifestação das duas Casas na
elaboração das normas jurídicas. Isto é, se uma matéria tem início na Câmara dos
Deputados, o Senado fará a sua revisão, e vice-versa, à exceção de matérias
privativas de cada órgão.

O Papel da Câmara dos Deputados

Nesse contexto, a Câmara dos Deputados, exerce atividades que viabilizam a


realização dos anseios da população, mediante discussão e aprovação de propostas
referentes às áreas econômicas e sociais, como educação, saúde, transporte,
habitação, entre outras, sem descuidar do correto emprego, pelos Poderes da
União, dos recursos arrecadados da população com o pagamento de tributos.
Assim, a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes de todos os Estados
e do Distrito Federal, o que resulta em um Parlamento com diversidade de idéias,
revelando-se uma Casa legislativa plural, a serviço da sociedade brasileira.

As competências privativas da Câmara dos Deputados, conforme o art. 51 da


Constituição Federal, incluem:

1. A autorização para instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente


da República e os Ministros de Estado;

2. A tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas no prazo


constitucional;

3. A elaboração do Regimento Interno;

4. A disposição sobre organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e a iniciativa de lei para
a fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, e;

5. A eleição dos membros do Conselho da República.

A Câmara dos Deputados é a Casa em que tem início o trâmite da maioria das
proposições legislativas. Órgão de representação mais imediata do povo, centraliza
muitos dos maiores debates e decisões de importância nacional.

De que forma é definido o número de parlamentares

O art. 45 da Constituição Federal determina que o número total de Deputados, bem


como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, deve ser estabelecido por
lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma das unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
A Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de 1993, estabelece que o número
de Deputados não pode ultrapassar quinhentos e treze. A Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fornece os dados estatísticos para a
efetivação do cálculo.

Feitos os cálculos, o Tribunal Superior Eleitoral encaminha aos Tribunais Regionais


Eleitorais e aos partidos políticos o número de vagas a serem disputadas. Além do
número mínimo de representantes, a lei determina que cada Território Federal será
representado por quatro Deputados Federais.

Já o Senado Federal, embora também composto por membros escolhidos em


eleição direta pelo povo, representa os interesses dos estados e do Distrito Federal
como unidades da federação, independentemente do tamanho da respectiva
população. Por isso, o número de senadores eleitos por estado e pelo Distrito
Federal não é proporcional ao número de habitantes, mas fixo, sendo sempre o
mesmo: 3 por unidade da federação, totalizando, hoje, 81 membros na Casa.

Número de Deputados por Estado


 Acre 8  Mato Grosso 8
 Alagoas 9  Pará 17
 Amazonas 8  Paraíba 12
 Amapá 8  Pernambuco 25
 Bahia 39  Piauí 10
 Ceará 22  Paraná 30
 Distrito Federal 8  Rio de Janeiro 46
 Espírito Santo 10  Rio Grande do Norte 8
 Goiás 17  Rondônia 8
 Maranhão 18  Roraima 8
 Minas Gerais 53  Rio Grande do Sul 31
 Mato Grosso do Sul 8  Santa Catarina 16
 Sergipe 8  Tocantins 8
 São Paulo 70

Como Funciona

O Congresso Nacional trabalha em períodos de tempo próprios, e "legislatura" é o


período de quatro anos em que o Congresso Nacional exerce as atribuições
previstas na Constituição Federal.

Cada legislatura é dividida, anualmente, em quatro sessões legislativas.


Cada sessão legislativa ordinária tem início em 2 de fevereiro, é interrompida
em 17 de julho, reiniciada em 1º de agosto e encerrada em 22 de dezembro.

O Regimento Interno da Câmara dos Deputados constitui importantíssimo


instrumento no processo de elaboração das leis do País. O Regimento, em sentido
geral, é uma lei com regras e procedimentos destinados a determinar a estrutura,
organização e funcionamento da Câmara dos Deputados, e, na condição de norma
infraconstitucional, está sujeito à Constituição.
A Mesa Diretora tem por atribuição dirigir os trabalhos legislativos e os serviços
administrativos da Casa. É um órgão colegiado, integrado por sete deputados
eleitos entre os parlamentares da Casa. A Mesa tem competências específicas,
como, por exemplo, a de promulgar, junto com a Mesa do Senado Federal, as
emendas à Constituição e de propor alterações ao Regimento Interno. O mandato
dos membros da Mesa é de dois anos.

O Presidente é o representante da Câmara dos Deputados quando ela se


pronuncia coletivamente e o supervisor dos seus trabalhos e da sua ordem. O cargo
é privativo de brasileiro nato. Sua principal competência é definir a pauta de
proposições a serem deliberadas pelo Plenário. Entre outras atribuições, o
Presidente da Câmara dos Deputados substitui o Presidente da República e integra
o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.

A Secretaria-Geral da Mesa (SGM) assessora a Mesa nos trabalhos legislativos e


a Presidência no desempenho de suas atribuições regimentais e constitucionais,
dirige, coordena e orienta as atividades legislativas da Câmara dos Deputados, bem
como acompanha e assessora as sessões plenárias e demais eventos de natureza
técnico-política relacionados às atividades legislativas.

O Plenário é o órgão máximo de deliberação da Casa. Nele, os representantes do


povo, reunidos em sua totalidade, discutem e votam soberanamente as proposições
em tramitação, no cumprimento da função constitucional conferida ao Poder
Legislativo de elaboração do ordenamento jurídico e de fiscalização financeira e
orçamentária.

Nas Comissões, as propostas são analisadas por grupos menores de


Parlamentares. É o local onde se busca aprofundar o debate das matérias antes de
elas serem submetidas à análise do Plenário. As Comissões podem ser
permanentes, temporárias ou mistas. Vale ressaltar os trabalhos desenvolvidos
pela Comissão de Legislação Participativa. Por seu intermédio, a Câmara dos
Deputados abre à sociedade civil a possibilidade de acesso ao sistema de produção
das normas que integram o ordenamento jurídico do País. Assim sendo,
organizações civis e empresas podem levar diretamente ao Parlamento sua
percepção sobre os problemas, demandas e necessidades da vida real e cotidiana
brasileira.

Maioria é o partido ou bloco parlamentar integrado pela maioria absoluta dos


Deputados. Como o total de membros da Casa é 513, a Maioria deve possuir 257
Deputados. No entanto, como o sistema de Governo adotado no País é o
presidencialista, torna-se muito difícil a um partido ou bloco parlamentar obter
a maioria absoluta na Casa. Por isso, o Regimento Interno fixa que, não havendo
agremiação partidária com tal composição, será considerado Maioria o partido ou
bloco que possuir o maior número de Deputados.

A Minoria é o maior partido ou bloco parlamentar em oposição ao pensamento da


Maioria sobre o Governo Federal (Poder Executivo). Assim, se a Maioria é favorável
ao Governo, a Minoria será o maior partido entre aqueles contrários ao
entendimento do Governo.

Os Deputados, agrupados em representações partidárias ou blocos parlamentares,


elegem seus Líderes, que, entre outras atribuições, encaminham as votações nas
Comissões e no Plenário, onde podem fazer uso da palavra, em qualquer tempo da
sessão, para tratar de assunto de relevância nacional ou defender determinada
linha política. Os Líderes também indicam os deputados para compor as Comissões
Técnicas e registram os candidatos para concorrer aos cargos da Mesa Diretora. O
Presidente da República poderá indicar deputado para exercer a Liderança do
Governo, composta de um Líder e dez Vice-Líderes.

Órgão de discussão e de negociação política, o Colégio de Líderes é fundamental


para o processo legislativo, pois viabiliza a conciliação entre os diferentes interesses
das categorias representadas na Casa. O Colégio e Líderes é composto pelos
Líderes da Maioria, da Minoria, dos partidos, dos blocos parlamentares e do
Governo.

Responsável pela defesa da Câmara, de seus órgãos e membros perante a


sociedade, em razão do exercício do mandato ou atribuições institucionais,
a Procuradoria Parlamentar providencia a defesa judicial e extrajudicial da Casa,
por meio de advogado, do Ministério Público ou da Advocacia-Geral da União, e
também promove a ampla publicidade reparadora, com direito de resposta, direito
à indenização por dano moral ou material, no caso de algum órgão de comunicação
veicular matéria ofensiva à Casa ou a seus membros. Ela é composta por onze
membros, designados pelo Presidente da Câmara, com mandato de dois anos e
trabalha em colaboração com a Mesa.

Após eleita, a Mesa designa quatro de seus membros efetivos para se


responsabilizarem, no exercício do cargo de Corregedor e de Corregedores
Substitutos, pela manutenção do decoro, da ordem e disciplina no âmbito da Casa.
O Corregedor preside inquérito que envolva deputado.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados é o órgão


encarregado do procedimento disciplinar destinado à aplicação de penalidades nos
casos de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar. Os
trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar são regidos por regulamento
próprio, que dispõe sobre os procedimentos a serem observados no processo
disciplinar parlamentar, de acordo com o disposto no Código de Ética e Decoro
Parlamentar e no Regimento Interno da Câmara dos Deputados. O Conselho, nos
casos de processo disciplinar, atua mediante provocação da Mesa. Cabe ao
Conselho, entre outras atribuições, zelar pela observância dos preceitos éticos,
cuidando da preservação da dignidade parlamentar; instaurar o processo disciplinar
e proceder aos os atos necessários à sua instrução; responder a consultas da Mesa,
de comissões e de Deputados sobre matéria de sua competência.

A Ouvidoria Parlamentar recebe, examina e encaminha denúncias de pessoas


físicas ou jurídicas sobre irregularidades ou ilegalidades praticadas na
Administração Pública. Tem o dever de responder aos cidadãos ou entidades
questões sobre as providências tomadas pela Câmara dos Deputados, além de
encaminhar as reclamações ou representações ao Ministério Público, Tribunal de
Contas da União ou outros órgãos competentes. A Ouvidoria Parlamentar é
composta por um Ouvidor-Geral e dois Ouvidores Substitutos, designados pelo
Presidente da Câmara, com mandato de dois anos, vedada a recondução. As ações
da Ouvidoria Parlamentar são amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação
da Casa.

Com o objetivo de dar suporte aos trabalhos legislativos, a estrutura funcional da


Câmara dos Deputados conta com a Diretoria-Geral, que cuida do planejamento,
da coordenação e do controle das atividades administrativas da Casa. É auxiliada
por outras três Diretorias: Administrativa, de Recursos Humanos e Legislativa.
Também integram a estrutura administrativa da Instituição nove departamentos,
três centros, três assessorias, duas secretarias e duas consultorias.

Como nascem as Leis

A elaboração de leis é fruto de um conjunto de procedimentos previamente


estabelecidos de que se servem os Parlamentares em sua função de legislar e
fiscalizar. Esse trâmite de ações é denominado processo legislativo.

A norma que orienta o processo legislativo na Câmara dos Deputados é o


Regimento Interno.
O processo legislativo tem início por meio da apresentação das seguintes
proposições: projeto de lei, projeto de resolução, projeto de decreto
legislativo, medida provisória e proposta de emenda à Constituição.

A iniciativa das leis pode ser dos Parlamentares, do Presidente da República,


do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador Geral
da República e de grupos organizados da sociedade.

Em ambas as Casas do Congresso Nacional, as proposições passam por diversas


etapas de análise e votação. A análise da constitucionalidade, da admissibilidade e
do mérito é feita nas Comissões. Já no Plenário, órgão máximo das decisões da
Câmara dos Deputados, são deliberadas as matérias que não tenham sido decididas
conclusivamente nas Comissões. Nesse caso, discutido e votado o projeto de lei nas
Comissões, é dispensada a sua votação pelo Plenário, excetuados os casos em que
houver recurso de um décimo dos membros da Casa.

Após a votação do Congresso Nacional, há ainda a deliberação executiva. Isto é, o


Presidente da República pode sancionar (aprovar) ou vetar (recusar) a proposição.
No primeiro caso, o projeto torna-se lei. Em caso de veto, as razões que o
fundamentam são encaminhadas ao Congresso Nacional, que mantém ou rejeita o
veto.

Se o projeto for sancionado, o Presidente da República tem o prazo de 48 horas


para ordenar a publicação da lei no Diário Oficial da União.

Como se organizam os trabalhos legislativos

1. As duas Casas do Congresso Nacional e o Sistema Bicameral

Compondo o Congresso Nacional, Câmara e Senado trabalham, na maior parte das


vezes, de forma independente e autônoma, seguindo cada um suas próprias regras
internas de funcionamento.

Para a apreciação de determinadas matérias, entretanto, a Constituição Federal


exige sua atuação em conjunto, caso em que as regras aplicáveis serão aquelas
previstas no Regimento Comum, ou Regimento Interno do Congresso Nacional, que
é justamente a norma disciplinadora dos procedimentos conjuntos de elaboração
legislativa pelas duas Casas.

Dependem de apreciação conjunta das duas Casas os projetos de leis relacionados


a matéria orçamentária, como o projeto de lei do orçamento anual (LOA), o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e o projeto de lei do plano
plurianual (PPA). Também os vetos presidenciais apostos a projetos de lei são
apreciados conjuntamente pelas duas Casas.

2. As duas fases do trabalho legislativo em cada Casa

Os trabalhos de elaboração de leis se desenvolvem, basicamente, em duas fases


distintas em cada Casa Legislativa: a das comissões e a do Plenário.

As comissões são órgãos compostos por pequeno número de parlamentares – no


mínimo 3,5% e no máximo 12% do total de deputados, no caso da Câmara. Sua
constituição atende a um princípio quase universal de organização parlamentar,
fundado na necessidade de divisão e especialização do trabalho em face do número
geralmente grande de integrantes das assembleias.

É no âmbito das comissões que os parlamentares, justamente por estarem reunidos


em número menor que no Plenário, conseguem examinar mais detidamente os
projetos que tramitam na Casa, descendo aos detalhes técnicos e jurídicos,
identificando os méritos e as falhas de cada um, ouvindo autoridades e
especialistas na matéria neles tratada, propondo-lhes eventuais alterações e
aperfeiçoamentos. Quando conclui o exame de cada matéria submetida a sua
apreciação, a comissão apresenta à Casa um parecer sobre o assunto,
recomendando aos demais parlamentares a aprovação, integral ou com alterações,
ou a rejeição do projeto examinado.

O Plenário é a instância de decisão final sobre a maior parte das matérias


apreciadas pela Casa Legislativa. Constitui-se do conjunto dos parlamentares
que compõem a Casa, e as decisões tomadas em seu âmbito têm caráter
definitivo e irrecorrível.

Não obstante o processo legislativo brasileiro venha se desenvolvendo, ao longo de


nossa história parlamentar, quase sempre amparado nessas duas fases de trabalho
– comissões e Plenário –, a Constituição de 1988 adotou um mecanismo inovador,
introduziu a possibilidade de uma variante dentro desse modelo mais tradicional:
deu poder de decisão às comissões para, em relação a algumas matérias, aprovar
ou rejeitar, autonomamente, os projetos de lei apresentados, dispensando a
realização da segunda fase, ou seja, sua apreciação pelo Plenário.

Na Câmara dos Deputados, esse mecanismo foi batizado de poder conclusivo de


deliberação das comissões. É aplicável, em princípio, aos projetos de lei em geral.
Ressalvados: os projetos de lei complementar; os de código; os de iniciativa
popular; os de autoria de comissão; os relativos a matéria que, de acordo com a
Constituição, não possa ser objeto de delegação; os que tenham recebido pareceres
divergentes por parte das comissões; os oriundos do Senado Federal, ou por ele
emendados, que tenham passado pelo Plenário daquela Casa; e os que se
encontrem em regime de urgência.

Convém esclarecer que, mesmo quando aplicável, o poder conclusivo de


deliberação das comissões não é um poder de decisão absoluto: com o apoio de
pelo menos dez por cento do total de membros da Casa, pode-se requerer, por
meio de um recurso próprio, que uma deliberação tomada por comissões deixe de
ter efeito decisório, passando a matéria a depender da apreciação do Plenário.
Nessa hipótese, diz-se que o poder conclusivo “cai”, devendo o projeto tramitar
segundo as regras do modelo tradicional de apreciação, isto é, devendo ser
submetido à segunda fase de deliberação, a do Plenário.

3. O encaminhamento de uma Casa à outra

Sendo o processo legislativo no nível federal do tipo bicameral, isto é, envolvendo,


como se viu, a participação das duas Casas Legislativas, Câmara dos Deputados e
Senado Federal, uma vez apreciado e aprovado um projeto ou proposta numa delas
(chamada Casa iniciadora), será ele remetido à outra (Casa revisora), devendo, lá,
passar também pelas fases de comissão e de Plenário (ou só de comissão, se se
tratar de matéria sujeita ao poder conclusivo dos órgãos técnicos).

Sendo o projeto aprovado pela Casa revisora com alguma alteração no texto
original, deverá ainda retornar à Casa iniciadora, para apreciação das modificações
propostas, seguindo, mais uma vez, o rito de apreciação comissões-plenário, ou só
comissões, conforme o caso.
4. Em Plenário

A apreciação de uma proposição pelo Plenário da Câmara dos Deputados constitui-


se das fases de discussão e votação.

A discussão

A discussão é a fase dos trabalhos em que a proposição é debatida pelos


parlamentares inscritos. A inscrição para uso da palavra é feita perante a Mesa,
antes de iniciar-se a discussão, devendo cada debatedor declarar previamente se
irá manifestar-se contra ou a favor da aprovação da proposição.

Com isso, a Mesa pode organizar duas listas de oradores, concedendo a palavra
alternadamente aos de um e de outra, de modo que a um orador favorável à
aprovação da matéria suceda, sempre que possível, um contrário.

Apresentação de emendas

A fase de discussão de uma proposição sujeita à apreciação do Plenário é também a


fase própria para que os deputados apresentem suas emendas (modificações) à
matéria.

As emendas eventualmente apresentadas poderão: 1) implicar a retirada de toda a


matéria da pauta de apreciação do Plenário e o encaminhamento do processo às
comissões competentes, para que deem seus pareceres sobre as emendas; ou 2)
receber parecer imediatamente, em Plenário, por meio de relatores designados pelo
presidente em substituição às comissões.

Encerramento da discussão

O encerramento da discussão ocorre quando não há mais oradores inscritos, ou


quando é aprovado pelo Plenário requerimento específico para esse fim. Um
requerimento desse tipo só pode ser apreciado depois que já tiverem usado a
palavra para discutir a matéria pelo menos quatro oradores. Exige-se, também, que
o requerimento seja subscrito por no mínimo cinco centésimos do total de membros
da Casa, ou por líderes que representem esse número.
A votação

A votação de uma proposição deve ocorrer imediatamente após o encerramento da


discussão, salvo se não houver quórum de presença para a votação ou se o
processo for retirado de pauta para encaminhamento às comissões, no caso de
recebimento de emendas.

O quórum de presença para votação é o mesmo exigido no âmbito das comissões:


maioria absoluta do total de membros, ou seja, em se tratando do Plenário,
constituído pelo conjunto da Casa,o equivalente hoje a no mínimo 257 deputados,
que é o primeiro número inteiro superior à metade do total de 513.

Para dar início a um processo de votação, a Presidência verificará primeiramente se


há presenças suficientes em plenário por meio dos nomes registrados no painel
eletrônico localizado no recinto de votação. Só após atingido o quórum no painel a
votação poderá ser iniciada, independentemente do processo de votação a ser
empregado.

Como nas comissões, também os processos de votação em Plenário podem ser de


dois tipos, o simbólico e o nominal. Por meio do processo simbólico, que é o usado
nas votações em geral, o presidente convida os deputados a favor da matéria a
permanecerem como estão, cabendo aos contrários manifestar-se, em geral
levantando uma das mãos. O resultado observado é declarado pelo presidente,
podendo vir a ser contestado por meio de um pedido de verificação, que
desconsidera a votação simbólica e conduz a novo processo de deliberação, dessa
vez pelo sistema nominal.

Pedidos de verificação de votação, para serem admitidos, devem ser apoiados por
pelo menos seis centésimos dos membros da Casa e só podem ser apresentados
depois de passada uma hora desde a última verificação processada. A votação
nominal no Plenário se faz por meio do painel eletrônico: cada deputado deve
digitar sua senha pessoal e seu voto nos terminais localizados nas bancadas e em
postos avulsos localizados no recinto de votação.

A duração desse processo fica nas mãos do presidente, que é o responsável por sua
abertura e encerramento. O resultado final só aparece no painel eletrônico após
encerrada a votação, sendo identificados os nomes dos votantes, os votos dados e
o total de votos sim, não e abstenção. Em alguns poucos casos em que se admite
votação secreta, os votos não são identificados, registrando o painel eletrônico
apenas os nomes dos que votaram e o resultado final da votação.
5. Encaminhamento para sanção ou veto

Serão encaminhados ao presidente da República, para sanção ou veto, os projetos


de lei aprovados que já tenham esgotado todos os estágios de tramitação em
ambas as Casas.

A sanção expressará a concordância do chefe do Poder Executivo com o conteúdo


do projeto aprovado pelo Poder Legislativo. O veto, ao contrário, demonstrará sua
oposição, total ou parcial, ao texto da proposição, que não poderá se transformar
em lei exceto se o veto vier a ser rejeitado pelo Congresso Nacional.

O presidente da República dispõe de quinze dias úteis para sancionar ou vetar


projeto de lei que lhe tenha sido encaminhado pelo Legislativo. Após esse prazo,
não tendo havido manifestação expressa em contrário, considerar-se-á sancionado
o projeto (sanção tácita), devendo ser encaminhado à promulgação.

O veto, se vier a ocorrer, deverá fundamentar-se em razões de constitucionalidade


ou de interesse público e ser comunicado pelo presidente da República ao
presidente do Congresso Nacional, a quem competirá convocar sessão conjunta das
duas Casas para sua apreciação.

O veto presidencial a projeto de lei só poderá ser derrubado pelo voto secreto da
maioria absoluta dos membros de cada uma das Casas do Congresso Nacional,
hipótese em que o projeto deverá ser reenviado ao presidente da República, para a
competente promulgação.

6. Promulgação

Promulgação é o ato pelo qual a autoridade competente dá ciência ao público em


geral de que uma lei foi aprovada e entrará em vigor.

A promulgação, na prática, é uma declaração sob a fórmula: “Faço saber que a


Câmara dos Deputados [ou, no caso de matéria conjunta, “que o Congresso
Nacional” ou, ainda, “que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal”, na
hipótese de emenda constitucional] aprovou e eu promulgo a seguinte lei” (ou
resolução, etc.). Sua consequência mais imediata é o encaminhamento do ato
normativo à publicação em veículo oficial, para que se torne conhecido e aplicável.

Serão encaminhadas diretamente à promulgação as emendas constitucionais


aprovadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, bem como os
decretos legislativos e as resoluções conjuntas das duas Casas e as privativas de
cada uma delas. Os projetos de lei aprovados irão à promulgação após a sanção ou
a eventual derrubada de veto presidencial por parte do Congresso Nacional.

As autoridades competentes para promulgar serão, no caso de emendas


constitucionais, as Mesas Diretoras de ambas as Casas; no de decretos legislativos
e resoluções conjuntas, o presidente do Congresso Nacional; no de resoluções
privativas da Câmara ou do Senado, o respectivo presidente; no de leis, o
presidente da República ou, na hipótese de sua omissão, o presidente do Senado
Federal.

A promulgação da proposição legislativa aprovada definitivamente constitui o último


ato do processo de feitura de uma lei, conduzindo à publicação do respectivo texto
nos órgãos da imprensa oficial para conhecimento público e aplicabilidade.

Referências Bibliográficas:

 Carneiro, André Corrêa de Sá; Santos, Luiz Claudio Alves dos; Nóbrega
Netto, Miguel Gerônimo da. Curso de Regimento Interno. Brasília: Edições
Câmara, 2013.
 Pacheco, Luciana Botelho. Como se fazem as leis. Brasília: Edições Câmara,
2013.
 Site da Câmara. http://www2.camara.leg.br/. Última consulta em
26/10/2014.

Вам также может понравиться