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Disciplina:
Na obra ''O Cativeiro da terra'', o autor busca identificar o regime de colonato - nascido com
a crise do escravismo - enquanto uma relação não capitalista de produção. Martins tem uma visão
discordante do conceito de modo de produção para a América Latina, o autor, assim colocava o
Brasil no conhecido “capitalismo comercial”. Para Martins, o ponto crucial é o de empregar o
conceito de capitalismo utilizando uma concepção diversa das análises clássicas.
José de Souza Martins, trata em sua obra, da questão do processo de mudança do trabalho
escravo para o trabalho livre. O autor busca descobrir o ritmo das formas de difusão do capitalismo
no Brasil, rejeitando a afirmativa de que a crise do trabalho escravo resultou na utilização do
trabalho assalariado.
Na obra o autor expõe de maneira mais detalhada suas idéias acerca das relações de
produção não-capitalistas. Estas, segundo Martins, são produtos do capital que, ao se desenvolver,
redefine antigas relações, subordinando-as à sua reprodução, mas também gera relações não-
capitalistas, iguais e contraditoriamente necessárias à sua reprodução.
Os vínculos com o modo de produção capitalista dão-se neste caso por meio da troca. É
nesse sentido que se estabelece o nexo, ou na linguagem do autor, a articulação entre eles, porém
como partes de um único processo, mesmo quando disseminados por espaços diversos.
A obra enfatiza que com a crise do trabalho escravo, a servidão negra foi substituída pelo
trabalho assalariado. E propõe, também, a interpretação de que não foi a crise no trabalho escravo
que resultou na utilização do trabalho assalariado. Nesse prisma, o capitalismo, em sua expansão
acaba redefinindo as relações sociais e desenvolve relações não capitalistas e, ao mesmo tempo,
propulsoras da manutenção da reprodução do capital.
O autor afirma, que a transição da substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre não
foi um processo simples e rápido. O trabalhador entrou no processo produtivo como renda
capitalizada, pois o fazendeiro tinha que pagar o transporte, alimentação e instalação do colono e
sua família. Ocorreu o momento em que os colonos obtiveram o conhecimento de que estavam
sendo explorados e se revoltaram. Como consequência dessa revolta, os cafeicultores modificaram
os critérios de absorção do trabalho dos colonos. Resultando destas, surgiram diversas modalidades
de relacionamento entre colonos e fazendeiros, mantendo-se a exploração do colono, entretanto, de
maneira mais discreta.
O autor observou que a mudança de uma economia baseada na agricultura com trabalho
escravo para uma economia industrial, só foi possível graças ao tempo e as mudanças da
conscientização da classe burguesa industrial brasileira.