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SILVA, Vera Alice Cardoso.

O significado da participaçaã o dos mineiros na políítica


nacional, durante a Primeira Repuí blica. In: Centro de Estudos Mineiros. V
Seminaí rio de Estudos Mineiros: A Repuí blica Velha em Minas. Belo Horizonte:
UFMG, 1982. pp 145-163.

Questaã o central: “Como chegaram os polííticos mineiros a ter a importaâ ncia que
tiveram nos quadros da políítica nacional, durante a Primeira Repuí blica?” (p.145).

A despeito da importaâ ncia políítica dos mineiros, o Estado naã o apresentou um


desenvolvimento social e econoâ mico correspondente.

Nega que Minas representou uma das forças que levaram aà queda da Monarquia,
o que justificaria a sua importaâ ncia políítica na Repuí blica. “Efetivamente, as
contradiçoã es que se acirram e naã o acham lugar no sistema de representaçaã o
políítica vigente durante o Segundo Reinado naã o se originaram primariamente em
Minas. Estaã o ligadas aà reconfiguraçaã o das forças produtivas que vai ocorrendo,
especialmente a partir do uí ltimo quartel do seí culo XIX, nas zonas pioneiras do
cafeí , no chamado Oeste paulista” (p.146).

Ao contraí rio de Saã o Paulo, “em Minas o republicanismo foi um movimento tardio,
soí se tendo organizado de fato em 1888, com um conteuí do muito mais romaâ ntico
e panfletaí rio que propriamente de um programa políítico destinado a orientar a
efetiva açaã o partidaí ria” (p.147). A adesaã o ao partido foi pequena, e naã o atingiu os
grandes proprietaí rios de fazendas de cafeí .

“A presença de Minas começou a ser atuante apoí s a mudança políítica e muito


mais por gerar os novos quadros polííticos e garantir fluxos de legitimaçaã o formal
para a nova ordem” (p.147).

“Em Saã o Paulo, o republicanismo consistiu o instrumento de afirmaçaã o e


expressaã o políítica da burguesia em expansaã o; em Minas, foi muito mais um
‘movimento de ideias’, assumido por intelectuais com poucos víínculos, se tinham
algum, com a estrutura econoâ mica dominante, claramente composta de unidades
produtivas organizadas de modo colonial, naã o capitalista” (p.147-8).

“Naã o se pode compreender essa ascendeâ ncia [políítica de Minas na Repuí blica]
sem referi-la, em primeiro lugar, ao quadro institucional em que ocorreu”
(p.148). Lembra que a Constituiçaã o de 1891 aumento o nuí mero de participantes
polííticos formais no governo federal, senda as bancadas constituíídas em
proporçaã o direta ao do nuí mero de habitantes.

Tambeí m afirma que em Minas naã o havia uma burguesia cafeeira, como em Saã o
Paulo, mas uma aristocracia cafeeira. Em SP, a economia era mais capitalizada,
com trabalho livre mais difundido, enquanto em Minas persistiu o modelo
econoâ mico preí -capitalista. Isso diferenciu os moldes da representaçaã o políítica
desses dois Estados no níível federal. Minas era muito mais dependente dos
favores do governo federal que Saã o Paulo.
“Tendo as consideraçoã es anteriores como ponto de refereâ ncia, veâ -se que a
participaçaã o mineira nessa nova configuraçaã o da políítica republicana se orientou
para prover seus fluxos de legitimaçaã o e naã o tanto pra dirigir o processo de
políítica econoâ mica” (p.155). Esta uí ltima tarefa persistiu nas maã os da burguesia
paulista do cafeí .

Apoí s a primeira deí cada republicana, houve uma reforma da Repuí blica brasileira
que consistia em “garantir o controle estadual do poder a facçoã es que
conseguissem impor-se politicamente, de modo a sustentar o governo federal. O
mecanismo de realizaçaã o desse controle foi a criaçaã o de partidos uí nicos, de
aâ mbito estadual, jaí que se tratava de manipular as tensoã es locais, como preí -
requisito e condiçaã o de manutençaã o da ‘unidade nacional’. (...) Nesse quadro,
dentro de cada Estado da Uniaã o alguns grupos seriam fatalmente sacrificados ou
forçados a participar de modo mais disciplinado na organizaçaã o políítica estadual
e federal” (p.156). A seguir, a autora vai analisar como se deu a integraçaã o de
Minas no novo panorama da políítica republicana, na chamada “políítica dos
governadores”, e a formaçaã o do PRM.

Ateí 1898, naã o havia uma unidade efetiva no partido, o que impossibilitou a sua
atuaçaã o como um “fulcro efetivo de agregaçaã o das diferentes facçoã es em
confronto”. Dois fatores contribuiram para essa desagregaçaã o: 1) desarticulaçaã o
políítica do grupo republicano de Juiz de Fora, cindido entre os interesses tanto da
incipiente industrializaçaã o mineira como da zona cafeeira mais antiga do Estado;
2) a zona metaluí rgica, onde surgiu o citado partido, teve como lideranças os
polííticos adesíístas e naã o os republicanos histoí ricos – Joaã o Pinheiro, o histoí rico
mais respeitado, naã o teve papel essencial na reorganizaçaã o do PRM. Isso fez com
que predominassem os interessem da ala mais conservadora, de modo nenhum
industrialista, “isto eí , os interesses da aliança entre os cafeicultores do Sul do
Estado e os polííticos da Zona Metaluí rgica” (p.157). Essa regiaã o Sul naã o se
identifica com a Zona da Mata – a primeira estava muito mais ligada e
dependente aà expansaã o econoâ mica de Saã o Paulo e ao porto de Santos, enquanto
que a Mata estava ligada ao porto do Rio de Janeiro. “Se a Zona da mata podia
pretender reforçar a autonomia estadual para implementar um tipo de economia
semelhante aà paulista, o mesmo naã o sucede com o Sul, regiaã o bastante
dependente e destituíída de bases industriais. Por sua vez, a Zona Metaluí rgica,
nas treâ s primeiras deí cadas republicanas bastante estagnada economicamente,
reunia, de fato, os recursos polííticos do Estado: a burocracia puí blica e os homens
treinados em ‘fazer políítica’” (p.158).

“(...) a representaçaã o da Zona Metaluí rgica sempre foi a maior dentro da bancada
mineira, seguida, respectivamente, pelas representaçoã es da Mata e do Sul. A
supremacia da Zona Metaluí rgica em termos de representaçaã o políítica, sem
contrapartida numa estrutura econoâ mica dinaâ mica e em expansaã o, eí , a nosso ver,
grandemente responsaí vel pelo caraí ter clientelíístico progressivamente impresso
aà políítica econoâ mica do Estado.

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