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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOGRAFIA

LARISSA THAIS DOS SANTOS DE MACEDO

MARCELINO SILVA FARIAS FILHO

SOLOS DO ALTO E MÉDIO CURSOS DO RIO MEARIM

SÃO LUÍS
2018
Nome do (a) Bolsista

Nome do (a) Orientador (a)

SOLOS DO ALTO E MÉDIO CURSOS DO RIO MEARIM

Relatório final 2017-2018 apresentado ao Programa


Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC, da
Universidade Federal do Maranhão.

São Luís
2018
RESUMO

O solo sempre foi um recurso fundamental da humanidade e contribuiu para o


assentamento de diversos povos devido aos seus atributos físicos e químicos.
Participante de um processo contínuo que envolve todos os sistemas atuantes na Terra,
eles fornecem equilíbrio do meio natural e fornece substrato para ações humanas. A
Bacia Hidrográfica do Rio Mearim é a maior bacia inteiramente maranhense,
abrangendo além do rio que lhe dá nome dois outros grade cursos d’água do estado:
Rios Pindaré e Grajaú. A ocupação da região formentou uma gama de usos
indiscriminados das classes de solos que existem na área, afetando os atributos químicos
e físicos dos mesmos. Os solos do alto e médio curso do Rio Mearim estão assentados
em formações geológicas que lhe conferem níveis de fertilidade mais elevados que os
solos do baixo curso. Sendo assim o objetivo deste trabalho foi caracterizar os solos do
alto e médio curso do rio Mearim e sua erodibilidade, classificando-os de forma
exploratória. Este trabalho foi desenvolvido através de revisão de literatura relacionada
à amostragem, classificação, atributos morfológicos e físicos dos usos dos solos, bem
como dos principais trabalhos já desenvolvidos na bacia hidrográfica do rio Mearim. As
formações que contribuem para os sedimentos do Rio serem mais ricos em minerais
são: Codó, Sambaíba, Mosquito, Motuca e Pedra de Fogo. Os solos do médio e alto
curso são os Argissolos Vermelho eutrófico e Luvissolos Crômicos Eutróficos. O alto
curso do rio Mearim é o mais propenso aos processos arraste de sedimentos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

O solo sempre foi um recurso fundamental da humanidade e contribuiu para o


assentamento de diversos povos devido aos seus atributos físicos e químicos. A
agricultura, as habitações, as estradas, etc., foram desenvolvidas sempre buscando as
melhores características de cada solo mesmo sem que houvesse o conhecimento
científico profundo acerca desse recurso.

Participante de um processo contínuo que envolve todos os sistemas atuantes


na Terra, eles fornecem equilíbrio do meio natural contra as enchentes, caso de solos
que estão sem sua estrutura física comprometida; protegem o habitat de milhares de
animais de pequeno porte como também de tamanhos maiores, a exemplo dos tatus
(Dasypodidae); ajuda no controle da temperatura quando este se encontra desprovido de
vegetação, fornece nutrientes para as plantas, entre outros.

Os atributos dos solos são originados a partir da interação dos fatores de


formação, a saber: rocha matriz, tempo, clima, microorganismos, e relevo. A rocha
matriz influencia na textura e fertilidade do solo; o tempo caracteriza os estágios de
formação do solo (jovem, adulto ou velho), o que pode indicar uma porcentagem de
nutrientes que ainda existe no solo; o clima atua na formação de solos bem
diferenciados quanto à profundidade, em zonas mais úmidas os solos tendem a serem
mais profundos e em áreas mais secas, tendem a serem mais rasos; os microorganismos
auxiliam a microestrutura do solo e na ciclagem dos nutrientes; o relevo “organiza” a
granulometria dos solos, indica níveis de água no solo, a velocidade de percolação da
água no solo, etc.

A Bacia Hidrográfica do rio Mearim, historicamente, agrega grande parte das


terras que garantiram o sucesso das empreitadas comerciais da Coroa Portuguesa no
inerente a penetração do homem ao interior da região no Período Colonial (PIRES e
FERREIRA, (1985) apud CUNHA (2003)). O IBGE (1995, p. 28) também atesta a
importância do vale do Mearim que após “a ocupação do litoral maranhense, tendo
como centro de irradiação a ilha do Maranhão, abril aos povoadores os vales dos rios
Mearim e Itapecuru, permitindo-lhes o acesso ao interior”. Desde o referido período, a
fertilidade dos solos vem sendo explorada com atividades extensivas vinculadas à
agropecuária que degradam imensamente os solos da região e que implicam em perdas
graves que se manifestam nos próprios solos, vegetação e nos rios, sob forma de
assoreamento, perda de qualidade das águas e diversidade e volume de pescado.

Na Bacia do Rio Mearim os elementos que mais influenciam na erosão do solo


é o tipo de solo, embasamento geológico, características do relevo, cobertura vegetal e
ocupação do solo (MARANHÃO, 2014). O entendimento desses processos auxilia na
compreensão da dinâmica dos sedimentos desprendidos e carreados pelos cursos dos
rios desta bacia hidrográfica.

A maior fertilidade dos solos da bacia pode ter justificado em sua área de
drenagem o desenvolvimento importante da história do Maranhão, visto que, o rio
proporcionou o estabelecimento de uma importante rota de penetração para o interior do
estado, e os solos garantiram a produção agrícola (CUNHA, 2003, p. 21-22) em escala
comercial, ainda que com os métodos tradicionais da agricultura de corte e queima.

No alto curso da bacia do rio Mearim, os rios drenam uma área de solos mais
férteis em relação às terras do seu baixo curso, o que permite que os solos aluvionares
de seu baixo curso sejam enriquecidos com minerais primários, normalmente inter-
estratificados do grupo das esmectitas. Os solos desta bacia tiveram seus atributos
alterados devido às ações antrópicas, principalmente para atividades ligadas à
agricultura e ocupação do solo.

A importância deste tema se revela no contexto histórico e econômico do


estado do Maranhão. As variáveis ambientais requerem atenção especial devido às suas
particularidades e por estarem atreladas às questões sociais e econômicas das
comunidades que se desenvolveram sob elas. Ainda busca-se também um melhor
conhecimento dos atributos dos solos maranhenses, visto o baixo nível de informação
que a população tem, sendo assim a produção científica acadêmica em conjunto com a
divulgação e utilização prática de seus resultados uma tentativa de contornar um pouco
dessa deficiência.

OBJETIVOS

Objetivo Geral
➢ Caracterizar os solos do alto curso do rio Mearim e sua erodibilidade,
classificando-os de forma exploratória.

METODOLOGIA

Área de Estudo

A Bacia Hidrográfica do Rio Mearim é uma bacia genuinamente maranhense


(Figura 01), sendo que as nascentes de seus principais rios estão no sudoeste
maranhense, em altitudes superiores a 300 m. O rio de maior destaque é o Mearim,
seguido pelos rios Grajaú e Pindaré, afluentes daquele pela margem esquerda.

O rio Mearim tem mais de 930 km de extensão e no seu médio e baixo curso há
possibilidade de navegação. Entre as principais cidades que são banhadas por este rio,
estão: Pedreiras, Vitória do Mearim, Barra do Corda, Arari e Bacabal. O IBGE (1995)
dividiu o rio Mearim em Alto (cabeceiras até a barra do rio das Flores), Médio (barra do
rio das Flores até Seco das Almas) e Baixo curso (Seco das Almas até a foz na baía de
São Marcos).

Figura 01: Bacia Hidrográfica do Rio Mearim

Fonte: SANTOS, A. L. (2018)


Materiais e Métodos

Este trabalho foi desenvolvido através de revisão de literatura relacionada à


amostragem, classificação, atributos morfológicos e físicos dos usos dos solos, bem
como dos principais trabalhos já desenvolvidos na bacia hidrográfica do rio Mearim.

RESULTADOS

O solo pode ser entendido como um material composto de minerais, gases,


água, substâncias orgânicas e microorganismos (BRADY e WAIL, 2013). Existem
diferentes tipos de solos ou classes, que possuem peculiaridades próprias de seus
processos de formação e transformação, e estão presentes em seus distintos horizontes.

Assim o sistema pedológico se define como um conjunto de horizontes


caracterizados por um mesmo tipo de dinâmica evolutiva; ocupa um espaço
tridimensional delimitado na unidade de paisagem, corresponde, também, a
uma unidade de funcionamento hidrodinâmico; é descrito, delimitado e
compreendido, inicialmente, pelas estruturas que o constituem (organizações
elementares, assembleias e horizonte) e, também, pelo seu funcionamento
(ZAPAROLI e GASPARETO, 2010).

Os atributos do solo variam com a dinâmica do seu ambiente, alterando tanto


superficialmente como modificando as estruturas internas desse corpo natural.
Conforme Campos (2016) entre os atributos do solo há diferenças quanto a sua
estabilidade. Partindo dessa afirmação destaca-se a necessidade de conhecer os atributos
para caracterizar com mais clareza as medidas mais adequadas de manejo para
determinado solo.

A má drenagem, os insetos, a seca e outros fatores podem limitar a produção,


mesmo quando a fertilidade é adequada (IPP, 1998). Não se deve analisar o solo como
um corpo isolado e constante. Mesmo apresentando um atributo como de boa qualidade,
deve-se haver a análise dos demais, pois cada característica depende do bom
desenvolvimento de outro atributo.

Baseado em Cunha (2003) o rio Mearim apresenta um desnível de cerca de 420


m entre o seu alto e médio curso, sinalizando que poder haver uma variedade de solos
em toda a bacia, como também uma variedade de atributos. No trabalho desenvolvido
por Sousa Júnior e Demattê (2008) alia-se à altura a variável declividade que também é
fundamental para os tipos de solos a serem formados.

Há sazonalidades diferentes na Bacia Hidrográfica do Rio Mearim, em


virtude do clima equatorial. Estas diferenças climáticas, aliadas aos diversos
tipos de solo existentes, acarretam maiores ou menores percentuais de
infiltração e escoamento subterrâneo ou superficial na bacia (Maranhão,
2014).

Rossetti e Goés (2003) propõem que a Bacia de São Luís-Grajaú representou


uma grande bacia oceânica cujas margens eram dominadas por sistemas deltaicos. Uma
parte do médio e do baixo curso do Rio Mearim está inserida nesta bacia, sendo que
essa conclusão corrobora para que a área estudada já tenha sido alvo de processos de
sedimentação há milhares de anos.

As atividades desenvolvidas em Bacias Hidrográficas interferem diretamente


no tipo de sólido que será carreado. De acordo com os resultados obtidos para a
microbacia do córrego Três Barras, município de Marinópolis (SP) apresentados por
Vanzela, Hernandez e Romesso (2008) as áreas com maior contribuição de sedimentos
de origem difusa são as áreas de agricultura (culturas perenes e anuais) e habitadas (área
urbana e moradias rurais). Na bacia do Mearim, historicamente houve a ocupação
urbana sem planejamento, além de que as atividades agrícolas crescem cada vez mais no
estado.

ATRIBUTOS AMBIENTAIS DO ALTO E MÉDIO CURSOS DO RIO MEARIM

GEOLOGIA

A influência do material de origem é fundamental para se desenvolver as


atividades relacionadas ao solo, assim como para o entendimento de sua dinâmica frente
ao intemperismo. “A Bacia Hidrográfica do Rio Mearim é composta pelos sedimentos
das bacias sedimentares do Parnaíba (Alto Curso), Alpercatas (Alto Curso) e Grajaú-
São Luís (Médio e Baixo Curso), sendo que esta ocupa cerca de 90% da área total da
bacia” (LIMA, 2013, p. 54). Conforme Maranhão (2014) o alto e médio curso do rio
Mearim é constituído pelas seguintes Formações Geológicas: Sambaíba, Corda, Grajaú.
Codó, Itapecuru, Grupo Barreiras e Depósitos Aluvionares. De acordo com Lima (2013)
o rio Mearim tem em sua litologia a Formação Corda, Formação Sambaíba, Formação
Mosquito, Formação Grajaú, Grupo Itapecuru, Formação Codó e Depósitos Flúvio-
Lagunares (Figura 02). Buna et al. (2017) encontrou 14 unidades, onde as
predominantes são a Formação Itapecuru, Cobertura Dentrito-Laterítica Paleogênica e
Formação Grajaú. No alto curso destacam-se ainda as Formações Corda, Codó,
Mosquito e Coluviões Pleistocênicos. Segundo Bandeira (2013) os depósitos Colúvio-
Eluviais, a Formação Mosquito, Formação Codó e a Formação Sambaíba estão na bacia
do Mearim, além das formações Pedra de Fogo e Motuca que estão nas áreas de
divisores desta bacia ao sul, em área próxima a nascente o referido rio.

Figura 02: Mapa geológico da bacia hidrográfica do Rio Mearim

Fonte: Lima (2013)

Geomorfologia

Um lineamento de sentido NW-SE divide o baixo e médio curso do Rio


Mearim (Grohmann e Riccomini, 2012 apud LIMA, 2013). Enquanto Rodrigues et al.,
(1994) apud Lima (2013) entendem que essa falha separa dois grande blocos: um alto, a
SW, e outro baixo, a NE. Boni (2017) relata 10 unidades de formas e litologias, sendo
que no alto e médio curso destacam-se os Tabuleiros do Rio Gurupi/Grajaú, Depressão
do Médio Tocantins, Patamar do Rio Mearim. Ainda conforme o mesmo autor a
altimetria da área varia entre 38 m abaixo do nível do mar e 668 m. Conforme Bandeira
(2013) a compartimentação geomorfológica do alto e médio curso do Mearim é formada
pela Depressão interplanáltica de Balsas, Chapadas do Alto Rio Itapecuru, Chapadas e
Mesetas de Estreito Carolina, Depressão do Médio Vale do Rio Tocantins, Baixos
Platôs de Barra do Corda, Planalto Dissecado Gurupi-Grajaú.

Clima

De acordo com Feitosa e Trovão (2006) o alto e médio curso do rio Mearim
estão sob clima sub-úmido e clima sub-úmido seco. A variação temporal do período
chuvoso do norte para o sul do Estado possibilita que durante boa parte do ano chova
seja no alto ou médio curso, considerando que Feitosa e Trovão (2006) atestam que no
sul do Maranhão (Alto curso) o período de chuva é entre outubro e maio e no norte do
Estado se estende entre janeiro a julho.

Vegetação

Boni (2017) reconheceu no alto e médio Mearim as atividades agrárias,


vegetação secundária e Floresta Ombrófila Densa Submontana como as vegetações
predominantes. A vegetação está diretamente relacionada à proteção do solo e na Bacia
Hidrográfica do Mearim grande parte já foi retirada ou encontra-se degradada em
função do manejo, principalmente para atividades de pecuária extensiva.

SOLOS DO ALTO E MÉDIO CURSOS DO RIO MEARIM

A importância das ações de erosão e sedimentação para este trabalho foi


observada em Cunha (2003) apontando o rio Mearim como um recurso natural dentro
de agroecologia, questão essa que não pode deixar de lado um rio como meio natural e
de equilíbrio do ambiente. Ainda ressalta a produtividade do solo nas culturas de
vazante que são bastante comuns na região (Baixada Maranhense).

Segundo Farias Filho (2013) os solos da baixada maranhense, localizada no


baixo curso do rio Mearim, são das classes dos Plintossolos e Argissolos nas áreas mais
altas e de Gleissolos, Vertissolos e Organossolos nas cotas mais baixas. São solos com
baixa capacidade catiônica, alto grau de intemperismo e baixa fertilidade.
“Encontra-se, às margens dos rios, uma baixada fluvial para onde as águas
carrearam grande quantidade de aluviões: são solos que possuem maior
número de bases trocáveis e, portanto, bastante propícios à prática da
agricultura. Os processos de laterização, na baixada, são menos evoluídos do
que ocorrem nos solos das superfícies elevadas; nota-se-lhe uma maior
variedade de colóides ativos que servem de sustento para a vida dos vegetais
do que os solos das partes elevadas” (IBGE, 1995, p. 64).

A ausência de fertilidade natural pode ser amenizada pelos sedimentos


oriundos das formações geológicas e dos solos mais férteis localizados no alto e médio
curso do rio Mearim. De acordo com Maranhão (2014) a nascente do rio Mearim está
em áreas com presença de formações ricas em calcário e basalto.

Conforme Bandeira (2013) desde o Neógeno até o Quaternário (23 Ma até


hoje) há um processo de alteração pela água das chuvas das rochas dos platôs da região
central do Maranhão e, às vezes, há desagregação e transporte desse material para as
encostas desses platôs, que formam os chamados Depósitos Colúvio-Eluviais.

As formações que contribuem para os sedimentos do Rio Mearim serem mais


ricos em minerais são: Codó, Sambaíba, Mosquito, Motuca e Pedra de Fogo. Que
podem originar solos e sedimentos ricos em basalto, calcário, folhelhos betuminosos,
arenitos de deposição eólica e com contribuição fluvial, silexitos (Bandeira, 2013).

Devido ao expressivo fenômeno de concentração e precipitação de carbonatos


nos processos de formação das rochas da Formação Codó, os solos originários dela
possuem de média a alta fertilidade, com razoáveis teores de P, bons níveis de Ca e Mg
e saturação por base alta (MOURA, 2006). Ainda segundo o mesmo autor é encontrada
na Formação Grajaú, unidade com características similares a Codó, pequenas manchas
de Latossolo Vermelho Eutrófico de boa fertilidade.

A Formação Mosquito é formada por rochas basálticas e derivadas que após a


intemperização formaram Latossolos Vermelho-Escuros e Nitossolos, ambos eutróficos
(Moura, 2006). De acordo com Muggler et al. (2005) regiões onde predominam
basaltos, esperam-se solos de boa fertilidade natural , já que o basalto é uma rocha rica
em minerais ferromagnesianos, ricos em elementos essenciais para as plantas, inclusive
micronutrientes como Cu e Zn. Outra unidade geológica oriunda de derramamento
basáltico e com uma pequena porção no médio (ou alto mearim) é a Formação Sardinha,
que possui baixo grau de intemperismo de suas rochas, ocasionando em grande parte em
solos das classes dos Chernossolos, Luvissolos e Cambissolos todos com excelentes
teores de nutrientes (MOURA 2006).

Os solos do médio e alto curso são os Argissolos Vermelho eutrófico e


Luvissolos Crômicos Eutróficos. Segundo Valladares et al., (2007, ) na porção norte da
microrregião do médio mearim, em extensas áreas em relevo suave ondulado, encontra-
se Argissolos eutróficos”. “Os Argissolos Vermelhos Eutróficos possuem saturação por
bases maior ou igual a 50% na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B
(inclusive BA)” (EMBRAPA, 2006, p. 103). Os Argissolos Vermelhos geralmente são
originados em ambientes bem drenados e ocorrem geralmente em áreas de relevo
ondulado.

“Nas áreas de relevo ondulado os Argissolos são mais profundos, enquanto


que nas áreas forte-onduladas, se apresentam mais rasos e com ocorrência de
cascalhos e matacões. Em alguns casos, tais fragmentos chegam a mais de
50% do volume dos horizontes onde ocorrem. Essa condição pode interferir
na disponibilidade de nutrientes e de água presentes por unidade de volume
de solo e também no preparo do terreno para o plantio, além de estarem
sujeitos a uma intensa ação erosiva” (Arruda, 2016).

“Os Luvissolos compreendem solos minerais, não hidromórficos, com


horizonte B textural com argila de atividade alta e saturação por bases alta,
imediatamente abaixo do horizonte A ou horizonte E” (EMBRAPA, 2006, p. 83). Os
Luvissolos Crômicos (Figura 03) são solos com caráter crômico na maior parte do
Horizonte B (Inclusive BA) (EMBRAPA, 2006, p. 176). Conforme Maranhão (2014) os
Luvissolos Crômicos representam 0,45 % da área da bacia hidrográfica do rio Mearim,
com 1.014,88 Km2. No mesmo trabalho constatou-se um valor de 0,043730 K para a
erosividade do Luvissolo Crômico, com um grau de erodibilidade muito alto.
Figura 03: Luvissolo Crômico na Bacia Hidrográfica do Rio Mearim

Fonte: Maranhão, 2014.

Os pontos da Bacia Hidrográfica do Rio Mearim que são mais propensos ao


desagregamento e arraste de sedimentos para o baixo curso estão no alto curso, onde há
um elevado número de corredeiras, um desnível total de até 400 m e uma declividade
média de 1,0 m/ Km (CUNHA, 2013).

CONCLUSÕES

O arcabouço geológico e os demais atributos ambientais formaram na Bacia


Hidrográfica do Rio Mearim classes de solos que possuem fertilidade acima da média.
Em contrapartida eles apresentam elevado grau de suscetibilidade à erosão,
principalmente aqueles afetados pelas formas de uso e ocupação desordenada aliada ao
relevo ondulado do alto e médio curso. O baixo curso do Mearim é enriquecido com os
minerais que sofrem arraste desde o alto curso, com destaque para as rochas basálticas,
sendo que esse processo ocorre há vários milhões de anos, mesmo quando os baixos
cursos dos rios que desaguam no golfão maranhense estavam afogados pelas
transgressões marinhas.

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