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O game Nintendo Wii tem dado uma tremenda ajuda para a pesquisa na

medicina. Por ser mais interativo que os outros consoles, ele permite a
utilização em estudos de motricidade, fisioterapia e geriatria.

Uma pesquisa da Universidade de Memphis, publicada no site PLoS ONE,


demonstrou um novo uso para o console. O doutor Rick Dale e seus
colaboradores puderam acompanhar os movimentos de uma pessoa ao
aprender uma tarefa. E conseguiram provar que um processo mental, como
o aprendizado, interfere também no ajuste motor. Para tanto, apenas um
computador foi necessário para medir a velocidade e a amplitude dos
movimentos. E o sensor utilizado, presente nos jogos da Nintendo, é muito
mais barato que os scanners que medem os movimentos em 3D.

Para os autores, o processo mental exigido no jogo, com os movimentos


naturais, cria uma atmosfera de total envolvimento do jogador. E isso pode
ser aproveitado em pesquisas, com a vantagem de a ferramenta de estudo
poder ser encontrada em qualquer loja de eletrônicos.

Na Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, foi apresentado


recentemente um sensor gravitacional que consegue reproduzir, na tela do
computador, movimentos em três dimensões muito mais realistas,
eliminando trancos, fricção e outras interferências.

Esse sensor parece uma saladeira com um palito flutuando no meio. A


movimentação do palito é mostrada na tela do computador com o
deslocamento de um objeto, dando uma impressão bastante realista da sua
ação tridimensional. Dez cópias desses quipamentos serão distribuídas para
grupos de pesquisa que utilizam campos gravitacionais para ler os
movimentos, em vez de cabos e leitores ópticos.

A interatividade com movimentos naturais é um dos maiores avanços em


prol da medicina na área dos jogos eletrônicos. É um caminho para maior
aceitação do jogo como uma ferramenta de aprendizado, e que pode
compensar parte dos efeitos psíquicos negativos dos jogos eletrônicos.
/ ciência e saúde / Videogames
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O Portal de Notícias da Globo


28/07/09 - 09h28 - Atualizado em 29/07/09 - 11h50

Videogames entram na
medicina e tratam de
depressão a tetraplegia
Jogos ajudam a 'treinar' o organismo a
funcionar corretamente.
Resultados são mais rápidos, e pacientes
sentem menos dor.
Marília Juste Do G1, em São Paulo
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Foto: Arquivo Pessoal


Biofeedback ajudou Michael Rigon a recuperar movimentos e voltar às
pistas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Após um acidente de carro há 11 anos, o veterinário Michael Rigon, de 32, perdeu todos
os movimentos do pescoço para baixo. Mas ele ainda consegue jogar videogame. Não
qualquer videogame -- um jogo especial, controlado pelos impulsos elétricos de seu
sistema nervoso, que o ajuda a recuperar parte da atividade perdida de seus membros.
Ele é um dos muitos pacientes, em diversos países, que estão usando os jogos
eletrônicos em tratamentos médicos. O objetivo é ter resultados mais rápidos e menos
doloridos.

O game que Rigon joga é parte de um programa chamado “biofeedback”, que surgiu
como técnica psicoterápica para a promoção de uma mudança de comportamento. Hoje,
o biofeedback rompeu fronteiras e é utilizado tanto como um auxiliar à clínica médica
como fora dela -- por exemplo, para ajudar equipes esportivas a melhorar seu
desempenho. Nele, eletrodos colocados em partes-chave do organismo ajudam o
paciente a entender como o movimento funciona e como recuperá-lo.

Tetraplégico desde os 21 anos, ele já cruzou duas vezes os quase três mil quilômetros
que separam Ariquemes, em Rondônia, onde mora, de São Paulo, onde passa por
sessões de biofeedback na fisioterapia. “Descobri músculos que, para mim, eu tinha
perdido”, afirma Rigon.

Com sessões diárias por cerca de um mês, o veterinário conseguiu recuperar parte dos
movimentos, por exemplo, do tríceps. Ele, que tinha dificuldade para locomover sua
cadeira de rodas e já tinha deixado de dirigir por falta de força nos braços, voltou ao
volante após a terapia e hoje até corre de kart, em um modelo adaptado.

A psicóloga Dirce Perissinotti, uma das pioneiras do biofeedback no país, explica como
ele funciona. “O aparelho se conecta ao indivíduo e transmite uma mensagem do corpo,
que não temos consciência, para um computador. Ele traduz essa imagem para uma
atividade prazerosa – para que o indivíduo possa entender o seu funcionamento
interno”. Essa “atividade prazerosa”, na prática, é um joguinho de computador – mas
controlado pela mente.

Os eletrodos são colocados em pontos estratégicos do corpo. No caso de pessoas que


querem se conhecer melhor para ajudar a resolver problemas psicológicos, o aparelho se
conecta à cabeça. Em quem quer, como Michael Rigon, recuperar o movimento de um
membro, o eletrodo fica no músculo afetado.

Dirce fez uma demonstração de como funciona essa técnica, simulando como seria o
biofeedback aplicado a um paciente com depressão clínica. Nesse caso, a máquina lê a
atividade elétrica do cérebro da pessoa. O paciente é, então, convidado a realizar uma
atividade – no nosso teste: manter uma música tocando. Confira no infográfico abaixo.
Entenda o que é e como tratar a depressão clínica

A música só tocava quando nossa voluntária tinha pensamentos tranquilos e felizes – o


que não é fácil com uma equipe de reportagem em cima, não se esqueça. Em um
processo normal, esse processo dura horas e semanas – cerca de 50 sessões de uma hora
cada; duas por semana, idealmente.

No fim de cada sessão, a médica levanta os dados da atividade cerebral da nossa


“paciente”. Em uma aplicação normal, isso é usado para que a pessoa aprenda o que a
deixa relaxada e como controlar isso. “O que nós fazemos é a modificação da atividade
elétrica daquela região específica do cérebro”, explica Dirce Perissinotti.

Ou seja: um paciente com depressão, de tanto praticar pensamentos positivos e


relaxantes no biofeedback, acaba aprendendo a controlar sua tristeza. “O ideal é que a
pessoa leve isso para seu dia-a-dia. Ela entende como funciona seu cérebro e sua
maneira de pensar. E aprende a controlar, por exemplo, pensamentos depressivos”, diz a
médica.
É importante ressaltar que a técnica não substitui a terapia convencional. O ideal é
utilizar ambas lado a lado. “O processo psicoterápico tem ficado muito mais efetivo e
você tem levado muito menos tempo para chegar ao mesmo ponto que uma terapia
convencional chegaria”, afirma a terapeuta.

No caso de Michael, os eletrodos são colocados no músculo que ele movimenta, mas o
resto é bastante parecido. Ao realizar a tarefa proposta na tela, ele, sozinho, descobre a
melhor maneira de alcançar os resultados que deseja. Quase inconscientemente, ele
acaba voltando a mexer partes do corpo que estavam imóveis.

O jogo escolhido varia de pessoa para pessoa e de doença para doença. Em alguns
casos, o que o médico procura é estimular a atividade elétrica em uma região específica
– mas, em outros, a intenção é diminuir essa atividade (como por exemplo, quando o
objetivo é tratar um transtorno de ansiedade).

Foto: Arquivo pessoal

Mônica (à esquerda, ao lado da irmã Jéssica) passou a andar com mais


facilidade após tratamento. (Foto: Arquivo pessoal)
O biofeedback também ajudou a paulistana Mônica, de 42 anos, tetraplégica desde os
seis meses de idade. Sua mãe, Solange Milano, diz que a evolução do quadro foi grande.
“Antes do biofeedback, a Mônica não conseguia mexer as pernas por que os joelhos
dela eram comprimidos. Hoje ela consegue dar pequenos passos com o andador”, conta
Solange. “O eletrodo no músculo permite que ela mesma descubra como é feito o
movimento e aprenda a melhor forma de lidar com isso, brincando, sem estresse”,
explica.

Jogos tradicionais
O biofeedback é um jogo especial, desenvolvido exclusivamente para a aplicação
médica. Mas outros games convencionais, com equipamentos que você encontra em
qualquer loja de eletroeletrônicos, também estão entrando nos hospitais. Em Santa
Catarina, o médico geriatra André Junqueira Xavier utiliza jogos online para tratar
idosos com problemas de memória. Em Israel, o cirurgião plástico Josef Haik usa um
Playstation 2 para tratar vítimas de queimaduras.

“Nosso organismo é feito para responder a estímulos e para se adaptar a eles. Quando
usamos um videogame de forma a estimular uma área específica do organismo, ele pode
ajudar a consertar um funcionamento errado”, explica Xavier, que trabalha na
Universidade do Sul de Santa Catarina e fez sua pesquisa com os videogames em seu
doutorado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em seu trabalho, Xavier forneceu jogos online simples (como “Tetris” e palavras
cruzadas) para idosos. “Cada jogo foi escolhido de acordo com o problema de memória
que cada pessoa tinha. O mais complexo que usamos foi o ‘The Sims’”, explica o
médico.

Os resultados foram positivos. “Cerca de 55% dos pacientes apresentaram melhoria na


memória”, afirma Xavier, que apresentou seu trabalho no Congresso Mundial de
Alzheimer.

Ainda não é possível afirmar, com certeza, que o que ele fez pode evitar o surgimento
da doença degenerativa. “Isso o futuro que vai dizer. O que podemos afirmar é que os
videogames estimulam a área do cérebro que cuida da memória e que isso pode ter um
efeito protetor”.

Queimaduras
O trabalho do israelense Haik também usa videogames, mas para um objetivo diferente:
ajudar na recuperação e na cicatrização de vítimas de queimaduras graves.

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jogadores, diz estudo

O trabalho dele na Universidade de Tel Aviv começou em uma imensa sala de realidade
virtual. Os custos do programa, no entanto, eram muito altos e o médico optou por uma
alternativa mais barata: o videogame.

Haik passou a utilizar um Playstation 2 com uma câmera chamada “EyeToy”, capaz de
fazer imagens do usuário e de as inserir diretamente no jogo, dispensando o uso de
controles. “O EyeToy é uma tecnologia bem simples, que existe há anos, que permite
que o paciente jogue sem precisar tocar em nada”, explica o médico.

Os jogos utilizados, nesse caso, também foram simples, como pingue-pongue e boliche.
“ É parecido com o Nintendo Wii, mas você usa o seu corpo para jogar e não um
controle”, afirma Haik.
A principal vantagem: o jogo distrai a pessoa e diminui a dor. “Na fisioterapia, o
paciente fica concentrado apenas no movimento que está fazendo. Isso faz com que ele
preste bastante atenção na dor. No videogame, eles se concentram no jogo e sua
preocupação é ter um bom resultado. Com isso, percebem menos a dor”, diz ele.

A abordagem também reduz o risco de infecções. “Como ninguém precisa encostar em


nada, o risco de se pegar uma infecção hospitalar é bem reduzido”, explica o médico.

Para Haik, todas as aplicações de videogames na medicina têm o mesmo objetivo:


ajudar o paciente de uma maneira prazerosa. “É levar a diversão para o tratamento
médico. Não por que medicina tenha que ser divertida, mas por que quando a pessoa
está sentindo prazer, as coisas são mais fáceis. O paciente resiste menos ao tratamento,
participa mais ativamente e intensamente. Os resultados são melhores e a dor, menos
intensa.”

(Esta reportagem estava programada para ser publicada no fim de semana passado
como anunciado na sexta-feira (24) , mas foi reagendada para esta terça-feira (28).)

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