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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0050539-82.2012.4.01.0000/MG (d)

RELATÓRIO

Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão em que o MM. Juízo a quo
deferiu efeito suspensivo aos embargos à execução opostos pelo executado.
Em suas razões recursais, a agravante alega, em síntese que, de regra, os embargos à
execução não possui efeito suspensivo e está condicionado à comprovação de manifesto prejuízo
ao executado, de dano de difícil ou incerta reparação e que a alegação hipotética de litispendência
não pode servir de suporte para manutenção da decisão agravada.
Oportunizada resposta.
É o sucinto relatório.

DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS

VOTO

A regência do caso pelo CPC de 1973


A decisão recorrida foi proferida sob a vigência do CPC de 1973, de modo que não se lhe
aplicam as regras do CPC atual.
Com efeito, a lei processual apanha os feitos pendentes, mas, conforme o princípio do
isolamento dos atos processuais e o da irretroatividade da lei, as decisões já proferidas não são
alcançadas pela lei nova. Os pressupostos de existência e requisitos de validade dos atos
processuais são os definidos pela lei então vigente, e rege-se o recurso pela lei em vigor no
primeiro dia do prazo respectivo. Não se volta ao passado para invalidar decisões e aplicar regra
processual superveniente, inclusive no que se refere à distribuição dos ônus de sucumbências,
nos quais se incluem os honorários advocatícios, que devem ser mantidos sob a mesma disciplina
jurídica do CPC anterior.
Caso dos autos

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Nº Lote: 2016134475 - 2_0 - AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0050539-82.2012.4.01.0000/MG (d) - TR172003
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AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0050539-82.2012.4.01.0000/MG (d)

Oportuno registrar que com o advento da Lei 11.382/2006, que revogou o § 1.º do art. 739
do Código de Processo Civil de 1973, foi eliminado o efeito suspensivo automático da execução
pela oposição dos embargos à execução.
Todavia, de acordo com o art. 739-A, § 1º, do CPC/73, introduzido pela novel legislação, a
concessão de efeito suspensivo aos embargos do devedor dependerá de ordem judicial, a
requerimento do embargante, quando demonstrado que o prosseguimento da execução possa
acarretar ao executado dano de difícil ou incerta reparação.
No caso em apreço, verifico a ocorrência de fundamento relevante à concessão do efeito
suspensivo aos embargos, qual seja, a alegação de litispendência, que pode ensejar pagamento
em duplicidade, e, consequentemente, difícil ou incerta reparação.
Neste sentido, confira-se o seguinte julgado:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA
PÚBLICA. LEI 11.382/06. APLICABILIDADE. EXPEDIÇÃO DE
PRECATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. RESOLUÇÃO 122/CJF. AGRAVO
PROVIDO EM PARTE.
(...)
3. Quando demonstrado que o prosseguimento da execução possa
acarretar ao executado dano de difícil ou incerta reparação, poderá ser
concedido efeito suspensivo aos embargos do devedor, nos termos do art.
739-A, § 1º, do Código de Processo Civil.
4. A indisponibilidade do interesse público, associada à vultosa quantia
constante da impugnada expedição de precatório (mais de setecentos e
sessenta mil reais), evidencia dano de difícil ou incerta reparação a ensejar
a suspensão da execução.
5. Agravo de instrumento a que se dá parcial provimento apenas para
assegurar à União que, enquanto não transitada em julgado a sentença
dos embargos à execução, não seja paga a requisição de pagamento
acostada aos autos tampouco seja expedido novo requisitório.
(AG 0032460-94.2008.4.01.0000 / DF, Rel. DESEMBARGADOR
FEDERAL KASSIO NUNES MARQUES, PRIMEIRA TURMA, e-DJF1
p.316 de 22/02/2013)

Pelo exposto, nego provimento ao agravo de instrumento.


É como voto.

DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS

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