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Neste sentido, a revisão sistemática e metanálise de Nakamura, Walker e Ikuta (2016)3 avaliou
os efeitos do jejum e da restrição calórica sobre os níveis de cortisol plasmático como um
indicador de estresse durante estas condições. Foram analisados 13 estudos (n=357), dos quais
4 empregaram o jejum em sua metodologia (com duração entre 2,5 a 6 dias; n=39) e os demais
a restrição calórica (duração de até 360 dias; n=318). Em comparação à restrição calórica, o
jejum ocasionou elevação mais significante do cortisol, o que sugere, segundo os autores, a
ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal em condições de restrição alimentar severa3.
Contudo, em situações menos severas de restrição calórica, os níveis de cortisol foram
aumentados apenas durante o primeiro período, e tendem a reduzir ao longo do tempo da
intervenção se aproximando aos níveis basais, indicando que esta elevação é transitória e mais
expressiva apenas durante o jejum mais severo em curto prazo3. Vale ressaltar que o cortisol
sérico não é considerado padrão-ouro na avaliação do estresse e, ademais, os estudos
incluídos apresentaram grande heterogeneidade de metodologias e baixo número amostral, o
que, em conjunto, impossibilita estabelecer uma relação causal.
Esses resultados são corroborados por outros trabalhos com metodologia semelhante, em
mulheres eutróficas e obesas, indicando efeitos benéficos do maior fracionamento das
refeições nos marcadores de insulina5-8. Entretanto, há estudos com resultados conflitantes
aos citados, que não encontraram melhora significativa nos níveis de insulina, mesmo entre
indivíduos com sobrepeso e/ou obesidade9-11. Assim, não há um consenso sobre os efeitos
desse tipo de intervenção em outros marcadores bioquímicos e antropométricos, nem
resultados com estudos de longo prazo.
Outro ponto de discussão com relação ao fracionamento diário das refeições é a sensação de
fome. A princípio, um maior fracionamento das refeições levaria ao controle da fome. De fato,
Bachman & Raynor (2012)12 encontraram essa relação: mulheres recebendo dietas (entre 1200
e 1500 calorias) fracionadas a cada 2 a 3 horas (totalizando cerca de 6 refeições/dia)
apresentaram redução significante da fome, após 6 meses de acompanhamento, quando
comparadas ao fracionamento diário de 3 refeições. Esses resultados são corroborados por
diversos estudos apresentados no simpósio “Eating Patterns and Energy Balance: A Look at
Eating Frequency, Snacking, and Breakfast Omission”, em 2009, indicando melhor controle do
apetite com o fracionamento de 6 refeições ao dia, quando comparado a 3 refeições/dia13.
Entretanto podemos destacar também resultados conflitantes: Leidy e colaboradores (2010)14
observaram que uma dieta hiperproteica é capaz de promover saciedade e plenitude
independentemente do fracionamento das refeições; porém quando comparado ao consumo
de 3 refeições por dia, o padrão com 6 refeições por dia promoveu menor plenitude,
independente da quantidade de proteína ingerida em indivíduos obesos ou com sobrepeso.
Contrariamente, indivíduos magros apresentaram mais fome e maior desejo de comer quando
consumiram 6 refeições ao dia, em comparação com 3 refeições/dia, associada com maior
área sobre a curva para as análises de glicemia e menores valores para a curva de
insulinemia15. Esses resultados indicam que essa intervenção não promoveu reduções nos
níveis de glicemia e insulina entre as refeições que pudessem influenciar a sensação de fome –
efeitos atribuídos ao consumo de dietas isocalóricas entre os dois modelos de intervenção15.
De acordo com a Academia Americana de Nutrição e Dietética, em seu mais recente Position
Paper sobre intervenções para o tratamento de adultos com sobrepeso e obesidade16, há
poucos estudos randomizados, controlados e de longo prazo sobre a influência da frequência
alimentar na perda de peso – e esses estudos não encontraram efeitos benéficos na perda de
peso com maior fracionamento das refeições.
Nesse sentido, fica evidente a importância de novas pesquisas sobre o efeito do fracionamento
das refeições e tempo de ingestão, já que esses fatores têm sido associados como possíveis
influenciadores da obesidade e desequilíbrios metabólicos. Ainda não há consenso sobre a real
influência dos padrões alimentares, como o hábito de “pular” refeições, realização de lanches
intermediários, padrão irregular e a frequência e momento da ingestão alimentar, no controle
do peso.
Por outro lado, estratégias que incluem restrição dietética e restrição calórica têm ganhado
força em virtude de recentes achados científicos indicando efeitos metabólicos benéficos.
O jejum tem sido praticado por milênios devido a crenças religiosas, sendo parte das principais
culturas mundiais. Por outro lado, alguns indivíduos têm o hábito de realizar períodos de jejum
por acreditarem em seus benefícios à saúde. Importante considerar que as pessoas são
expostas diariamente ao jejum, durante o período noturno, associado ao ritmo circadiano
humano – o corpo humano está muito bem adaptado a curtos períodos de jejum, e o jejum
noturno de 8 horas ou mais, é comum para a grande maioria das pessoas17.
Desta forma, podemos concluir que a ingestão alimentar de forma intermitente faz parte da
evolução humana e representa um pilar importante para nossa evolução. Por outro lado, já
estão bem estabelecidos os efeitos da modernização da alimentação e da maior
disponibilidade de alimentos de alta densidade energética na saúde humana.
Atualmente, a prática do jejum (em seus diferentes protocolos) tem sido realizada com o
objetivo de promover alteração no uso de substratos energéticos resultando assim, em
respostas metabólicas adaptativas para a saúde humana. Estima-se que com a redução do
glicogênio hepático induzida pelo jejum, o organismo potencializaria outras vias de geração de
energia incluindo gliconeogênese, lipólise, oxidação de gorduras e cetogênese21.
2. PROTOCOLOS DE JEJUM
A restrição calórica voluntária, definida como uma intervenção nutricional com redução do
consumo energético e manutenção da qualidade nutricional (distribuição de macronutrientes),
tem sido associada a efeitos benéficos na expectativa de vida e longevidade em modelos
experimentais com ratos e primatas, sendo uma das intervenções não genéticas e não
farmacológicas mais estudadas27,28. Preconiza-se que a restrição calórica corresponda a
redução de 20 a 40% do consumo calórico diário, porém com manutenção da frequência das
refeições. Estudos iniciais, desenvolvidos em 1935, demonstraram que a simples redução do
consumo calórico sem gerar desnutrição foi suficiente para praticamente dobrar a expectativa
de vida em ratos29.
Por último, o protocolo do jejum intermitente se refere à prática do jejum em dias alternados
ou em período específico do dia (que pode variar de 10 a 21 horas de restrição alimentar
total), enquanto que o jejum periódico se refere à restrição severa por dois ou mais dias de
forma periódica (a cada duas semanas, mensalmente, etc.)28.
Dentre os protocolos de jejum, alguns merecem destaque e têm sido mais estudados:
Método 16/8: Também chamado de “O protocolo Leangains” é composto por 2 refeições
diárias em uma janela de 8 horas (por exemplo, uma refeição às 13h e outra às 21h),
totalizando 16 horas de jejum.
Método do jejum completo: jejum durante 24 horas, uma ou duas vezes por semana.
Dieta 5:2: Ficou conhecida popularmente pelo livro “The Fast Diet”, onde em dois dias não
consecutivos da semana, os indivíduos só consomem 500-600 calorias e voltam a consumir
alimentos normalmente nos outros 5 dias.
O jejum com duração entre 12 e 24 horas pode resultar em redução de 20% ou mais dos níveis
de glicose e grande depleção do glicogênio hepático, além de levar a mudanças de vias
metabólicas onde a glicose extra-hepática, corpos cetônicos derivados de lipídios e os ácidos
graxos livres são utilizados como fontes de energia19. Esse mecanismo é essencial já que o
cérebro utiliza, preferencialmente, glicose como fonte de energia, diferente da maioria dos
tecidos corporais que pode usar ácidos graxos como fonte de energia. Em situações de
estresse energético como o jejum, o cérebro passa a utilizar, também, corpos cetônicos
(especificamente beta hidroxibutirato e acetoacetato) como substrato energético. O beta-
hidroxibutirato é tão importante para a saúde cerebral que seus níveis plasmáticos durante o
jejum são cerca de 5 vezes maiores do que os outros substratos.
Como dito anteriormente, o estresse energético severo, induzido pelo jejum resulta em
redução do tamanho de diversos órgãos (fígado, coração e rins) exceto do cérebro – refletindo,
de uma perspectiva evolucionária, a importância da manutenção da função cognitiva sob
condições de escassez alimentar.
Figura 3. Papel central dos sistemas nervoso e endócrino como mediadores das respostas
adaptativas nos principais órgãos em resposta ao jejum
BDNF: fator neurotrófico derivado do cérebro, FGF2: fator de crescimento de fibroblasto 2, HSP-70: proteína de
choque térmico 70, GRP-78: proteína-78 regulada pela glicose, HO-1: heme oxigenase 1, IGF-1: fator de crescimento
símile à insulina 1.
Fonte: Adaptado de Longo & Mattson (2014)19.
Dentre os possíveis mecanismos propostos para os efeitos benéficos do jejum, Patterson et al.
(2015)30 postulam que o jejum intermitente pode influenciar positivamente a regulação
metabólica por meio de efeitos no ciclo circadiano, na microbiota intestinal e fatores de estilo
de vida (Figura 4).
Além dos efeitos metabólicos supracitados, o jejum parece representar um forte estímulo
fisiológico equivalente a um estresse biológico moderado, ativando assim diferentes respostas
endócrinas e neurobiológicas (tanto ao nível sistêmico como em vias de sinalização molecular).
Diante disso, algumas hipóteses têm sido propostas para explicar seus efeitos benéficos à
saúde34:
1. Hipótese de resistência ao estresse: sugere que após o jejum (ou restrição calórica) ocorra
aumento na resistência ao estresse, o que permite que as células se tornem mais resistentes a
danos metabólicos, oxidativos e genotóxicos, indicando um possível efeito hormético do
jejum47-49.
2. Hipótese do estresse oxidativo: propõe que, sob jejum, há menor produção de radicais
Teng et al. (2013)56 desenvolveram um estudo com o objetivo de determinar o efeito do jejum
intermitente sobre parâmetros metabólicos e dano ao DNA. Para tanto, foram selecionados 56
indivíduos, aleatoriamente divididos em dois grupos para seguir o protocolo de jejum
intermitente (redução de 300-500 calorias/ dia combinado com dois dias de jejum Ramadã –
consumo de uma refeição leve pela manhã seguido de 13 horas de ausência total do consumo
alimentar com consumo de uma refeição completa após o pôr-do-sol) ou controle
(manutenção dos hábitos alimentares usuais). Ao final de 12 semanas, os indivíduos do grupo
jejum apresentaram redução significativa do peso corporal, IMC, porcentual de gordura, tecido
adiposo, pressão arterial, colesterol total e lipoproteína de baixa densidade. Houve ainda,
redução no dano ao DNA no grupo jejum, em comparação ao controle56.
Outro estudo conduzido pelo mesmo grupo de pesquisadores e utilizando o mesmo protocolo
de jejum, mostrou redução nos sintomas de depressão e no nível de estresse emocional57.
Corroborando com este, Hussin e colaboradores (2013)58 apontam que a prática de jejum
intermitente em indivíduos saudáveis esteve associada com melhora do estado de humor
(redução significativa dos sentimentos de tensão, raiva e confusão). Em ambos os estudos,
pode ser observada a redução significativa do peso corporal, IMC e porcentagem de gordura
nos participantes que seguiram o protocolo de jejum intermitente57,58.
Varady (2016)60 elaborou uma revisão de estudos com humanos que avaliaram o impacto do
jejum intermitente na homeostase da glicose. Os principais estudos avaliados são
apresentados a seguir, no quadro 2. O autor concluiu que ainda não está claro que essa
conduta é uma medida efetiva na regulação da glicemia devido à escassez de estudos,
indicando a necessidade de pesquisas clínicas para a recomendação do jejum como alternativa
para a prevenção e tratamento de desordens metabólicas.
Nesse sentido, devido às diferentes respostas adaptativas que o jejum é capaz de promover
em marcadores inflamatórios e metabólicos, pressupõe-se que tal estratégia de manipulação
nutricional, quando bem aplicada e controlada, poderia contribuir para o manejo clínico de
doenças crônicas com fisiopatologia permeada por estados inflamatórios. Entretanto são
necessários mais estudos clínicos bem delineados, de longa duração, para estabelecer os reais
efeitos do jejum no controle metabólico.
Os estudos sobre os efeitos do jejum no controle de peso em humanos ainda são escassos e
limitados. Entretanto, há indicadores de que diferentes protocolos podem contribuir com a
perda de peso, além de promover efeitos positivos em parâmetros metabólicos.
Corroborando com este achado, Harvie e colaboradores (2011)71 avaliaram os efeitos do jejum
intermitente (dois dias seguidos com ingestão de 25% das necessidades energéticas
acompanhados de 5 dias de consumo ad libitum) e da restrição calórica (25% das necessidades
energéticas) por 7 dias em 107 mulheres com IMC > 28kg/m². As duas intervenções propostas
levaram a reduções nos níveis de leptina, proteína C-reativa, perfil lipídico (colesterol total,
LDL-colesterol e triglicerídeos) e pressão arterial. Apesar de reduções modestas (p=0,04), o
protocolo de jejum promoveu melhores resultados nos níveis de insulina de jejum e resistência
a insulina71. Esses dados indicam, desta forma, que o protocolo do jejum intermitente é tão
efetivo quanto a restrição calórica contínua na redução do peso e melhora de marcadores
bioquímicos, representando uma alternativa interessante de tratamento dietoterápico.
Vale ressaltar que alguns indivíduos relatam dificuldade em controlar a fome durante os
períodos de jejum e que essa sensação não diminui ao longo do tempo 72 – desta forma a
aplicação prática dessa intervenção dietética deve ser cuidadosamente avaliada, respeitando-
se a individualidade bioquímica bem como as respostas de cada paciente, não representando,
portanto, uma intervenção de saúde pública viável.
Embora o grupo TRF tenha apresentado um menor consumo energético (em média, menos
650 kcal/ dia) em relação ao grupo controle, não houve diferença, entre os grupos, na
composição corporal. Ambos os grupos apresentaram aumento da área de secção transversa e
da força muscular. Apesar de não ter sido observada diferença significativa na força muscular
entre os grupos, os autores pontuaram que o tamanho do efeito foi maior no grupo TRF73.
Todavia, quando os estudos avaliam a performance de indivíduos em atividades de endurance,
os resultados são controversos. Estudo publicado em 201674 avaliou os efeitos do jejum
intermitente (três dias de jejum do amanhecer ao pôr do sol) sobre a performance física e
respostas metabólicas a sprints repetidos (2 séries: 5 tiros máximos de 5 segundos com 25
segundos de recuperação entre os tiros e 3 minutos de recuperação entre as séries, realizados
em esteira) em homens fisicamente ativos e mostrou que o jejum intermitente prejudicou o
desempenho (redução da velocidade) durante os dois primeiros sprints da segunda série74.
Entretanto, é importante ressaltar que esse protocolo avaliou a performance de maneira
aguda, não considerando as possíveis adaptações de longo prazo promovidas pelo jejum,
discutidas a seguir.
De forma oposta, Chaouachi et al.(2009)75 apontam em seu estudo com judocas de elite que o
jejum intermitente não está associado com a queda da performance tanto em atividades com
predominância aeróbia como anaeróbia – não houve diferença significativa entre os resultados
dos testes de corrida, Squat Jump e Counter movement Jump (os dois últimos, testes de
potência de membros inferiores), embora tenha sido relatado pelos atletas um aumento da
sensação de fadiga durante a prática do jejum intermitente.
É mostrado que a prática do exercício com baixos conteúdos de glicogênio muscular, como é o
caso da realização da atividade física em jejum, pode estimular o processo de biogênese
mitocondrial. Com a queda do glicogênio muscular, proteínas quinases (AMPK e p38MAPK) são
ativadas e, agindo de forma isolada ou em combinação, podem estimular subsequentemente
fatores de transcrição que aumentam a fosforilação e transcrição de PGC-1α (proteína co-
ativador 1 α do receptor ativado por proliferador do peroxisoma), um fator chave no aumento
do tamanho e quantidade de mitocôndrias80. Além disso, o exercício é capaz de ativar a
sirtuína-1 (SIRT-1), envolvida no aumento da PGC-1α.
Ainda no núcleo, a PGC-1α ativa e se liga a fatores de transcrição que podem induzir o
aumento da expressão de uma variedade de proteínas envolvidas no transporte e oxidação de
glicose e ácidos graxos e, desta forma, otimizar as reações oxidativas. Assim, sugere-se que a
prática do exercício físico em jejum, poderia potencializar as adaptações do treinamento de
endurance, por estimular fortemente a biogênese mitocondrial80.
Portanto, tanto o treinamento físico quanto o planejamento nutricional devem ser pensados
de forma a maximizar a ativação desta via. O exercício em jejum, a restrição de carboidratos
antes, durante e após o exercício ou ainda a dieta cetogênica, surgem como estratégias
nutricionais importantes para potencialização das adaptações ao treino de resistência80,82-87.
Outro estudo que tratou a questão de forma bastante coerente foi o de Hansen et al. (2005)88.
Sete homens destreinados foram submetidos a cinco sessões de endurance por semana,
durante 10 semanas, em cicloergômetro unilateral, dessa forma que cada perna podia ser
submetida a um regime de treino distinto. Uma das pernas era submetida a duas sessões de
treino no mesmo dia, a cada dois dias, enquanto a outra perna era submetida ao mesmo
treinamento, entretanto, com apenas uma sessão por dia. Assim, a perna que realizava dois
treinos no mesmo dia, fazia a segunda sessão com baixos níveis de glicogênio muscular,
enquanto a outra perna realizava todas as sessões de treino, com estoques de glicogênio altos.
Os resultados foram bastante semelhantes ao estudo anterior (aumento de glicogênio, e da
atividade das enzimas CS e β-HAD), entretanto, dessa vez, com aumento significativo na
performance, avaliada pelo tempo de exaustão (19,7 ± 2,4 vs. 11,9 ± 1,3 min, perna com baixo
glicogênio e perna com alto glicogênio, respectivamente)88.
Estes resultados levaram a criação de uma estratégia nutricional denominada train low,
compete high (treinar em baixa, competir em alta, se referindo à concentração de glicogênio
muscular), onde durante algumas semanas (em média, de 3-12 semanas) algumas sessões de
treino são realizadas deliberadamente com baixo nível de glicogênio muscular, com intuito de
potencializar as adaptações ao treinamento. Então, próximo à competição (em média, 1-3
semanas), a dieta volta a ser manipulada, agora com intuito de repor os estoques de glicogênio
muscular84,88.
Portanto, o uso do jejum (assim como de outras estratégias nutricionais) com intuito de
potencializar as adaptações ao treino de resistência possui respaldo em evidências científicas
recorrentes, já sendo inclusive, aplicado na preparação de maratonistas de elite84 . Entretanto,
o sucesso deste tipo de intervenção depende, invariavelmente, (1) da aceitação do atleta ao
difícil padrão dietético imposto, (2) do período de adaptação (pois os melhores resultados
parecem ocorrer após, no mínimo, 4-6 semanas de intervenção), bem como (3) do tipo de
modalidade praticada, já que as melhores respostas ocorrem em modalidades de endurance.
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