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FICHAMENTO - OS PROFESSORES COMO INTELECTUAIS: rumo a uma

pedagogia crítica da aprendizagem – Henry A. Giroux / Capítulo 9: Professores


como Intelectuais Transformadores – p. 157 a 163
Alexandro Muhlstedt1

1. Breve biografia do autor

Henry Armand Giroux nasceu em Providence, estado de Rhode Island, EUA,


em 18 de setembro de 1943.
É um crítico cultural e um dos teóricos fundadores da pedagogia crítica nos
Estados Unidos e bem conhecido por seu trabalho pioneiro no ensinopúblico, estudos
culturais, sobre a juventude, o ensino superior, a mídia e a teoria crítica.
Seu trabalho ilustra uma série de tradições teóricas que se estendem desde Marx
a Paulo Freire e Zygmunt Bauman. Também é um defensor dademocracia radical. Opõe-
se ao neoliberalismo, ao militarismo, ao imperialismo, ao fundamentalismo religioso e
aos ataques que ocorrem sob o estado neoliberal no salário social, na juventude, nos
pobres e na educação pública e superior.
Como crítico, propôs reflexões sobre as teorias educacionais, a escola e o papel
e influência dos professores nos processos de ensino aprendizagem.
Giroux considera a pedagogia libertadora como um veículo para a construção
da razão crítica, o que permitiria aos cidadãos romper com o padrão, ou seja, se tornarem
capazes de tomar uma posição crítica em relação ao domínio existente das pedagogias
tradicionais.
Iniciou, de fato, uma nova escola de pensamento e, com a sua voz afirmativa,
vibrante e empenhada, instigou à ação tanto os teóricos como os práticos da educação.
Ao advogar uma pedagogia da responsabilidade, assumiu a responsabilidade pelo seu
próprio papel social e político de acadêmico. Concentrou a sua atenção na redefinição e
no reforço da noção de ‘público’ em relação ao conhecimento, à educação e à vida cívica,
sobretudo incorporando conceitos tais como ‘tempo e espaço públicos’. Enquanto muitos
teóricos da educação se concentraram na influência da sociedade no contexto educativo,
Giroux, embora pondo criticamente a nú as forças políticas e econômicas que ameaçam
a independência e a criatividade na escola e na academia, é mais ousado e chama, de
forma clara, a atenção para o potencial transformador da escola e da academia no contexto
mais amplo da sociedade, recuperando, assim, a natureza política da atividade
pedagógica. Por fim, embora focalize o seu discurso nos aspectos gerais da educação, na
educação para a cidadania e nos estudos culturais, Giroux oferece, através das suas
propostas para a teoria e a prática educativas, aos teóricos e práticos da língua e da
comunicação intercultural os fundamentos para a renovação das suas visões e das suas
práticas.

2. Síntese do Capítulo 9 – Professores como Intelectuais Transformadores

Neste capítulo o autor apresenta que os movimentos de reforma educacional


atuais apresentam uma ameaça e um desafio.
Ameaça: “pouca confiança na capacidade dos professores da escola pública de
oferecerem uma liderança intelectual e moral aos jovens...” (p. 157). Muitas
recomendações ignoram que os professores são responsáveis pela preparação dos alunos
para serem cidadãos ativos ou críticos, inclusive ignorando as contribuições dos mesmos
nos debates, sua “...inteligência, julgamento e experiência...” (p. 157). Com isso, parece
que ao “...examinar criticamente a natureza e processo de reforma educacional” (p. 157)
os professores são descartados.
Desafio: união dos professores ao debate público com seus críticos (p. 157) e
também “a oportunidade de se engajarem em uma auto crítica muito necessária em
relação á natureza e finalidade da preparação dos professores, dos programas de
treinamento no trabalho e das formas dominantes de escolarização” (p. 157-8). o debate
oferece aos professores a “oportunidade de se organizarem coletivamente para melhorar
as condições em que trabalham e demosntrar ao público o papel fundamental que ele
devem desempenhar em qualquer tentativa de reformar as escolas públicas” (p. 158).
O autor também menciona que a atual crise pela qual a educação passa tem a
ver com o enfraquecimento dos professores em todos os níveis, sendo isso uma
precondição teórica para que se organizem e estabeleçam uma voz coletiva no debate
atual, bem como a crescente perda de poder em torno das condições de seu trabalho e
mudanças na percepção do público quanto a seu papel reflexivo (p. 158).
O autor examina dois problemas que tem a ver com a melhoria da atividade
docente:
1 – exame das forças ideológicas e materiais que têm contribuído para a
proletarização do trabalho docente – “tendência de reduzir os professores ao status de
técnicos especializados dentro da burocracia escolar” (p. 158) o que leva os professores
ao cumprimento de tarefas dos programas escolares do que desenvolver ou apropriar-se
criticamente de currículos que dêem conta de seus objetivos pedagógicos.
2 – necessidade de defesa da escola como instituição essencial na manutenção
e desenvolvimento de democracia crítica e defesa dos professores como intelectuais
transformadores – ênfase na “reflexão e prática acadêmica a serviço da educação dos
estudantes para que sejam cidadãoes reflexivos e críticos” (p. 158).
2. 1. Desvalorização e desabilitação do trabalho docente

Uma ameaça aos professores é o desenvolvimento de “ideologias instrumentais


que enbfatizam uma abordagem tecnocrática para a preparação dos professores e também
para a pedagogia da sala de aula” (p. 158).
O autor destaca problemas do tipo sepação da concepção de execução,
padronização do conhecimento escolar e desvalorização do trabalho crítico e intelectual
pela primazia de considerações práticas, o que confirgira uma racionalidade instruemental
(treinamento dos professores com orientação behaviorista nos EUA). Essa questão taz
como consequência a negação da própria necessidade de pensamento crítico (p. 159). O
autor também critica que futuros professores, nessa visão, acabam se preocupando em
aprender “como fazer”, “o que funciona” ou maneiras de ensinar dado conhecimento sem
os devidos questionamentos ou discussões (p. 159 – 60). Também reduz a autonomia dos
professores de carreira por impor “pacotes curriculares à prova dos professores, que
reserva a eles o “simples papel de executar procedimentos de conteúdos e instruções
determinados” (p. 160) legitimando a “pedagogia do gerenciamento” (que nada mais é
senão a suposição teórica de que o “comportamento dos professores precisa ser
controlado” (p. 160) novamente ignorando as peculiaridades de regiões, comunidades e
escolas). Essa pedagogia organiza a vida escolar em torno de especialistas em currículo,
instrução e avaliação que concebem o ensino, restando aos professores a tarefa de
implementação (p. 160).
O autor coloca-se contra tal concepção e prática evidenciando que está em
“desacordo com a premissa de que os professores deveriam estar ativamente envolvidos
na produção de materiais curriculares adequados aos contextos culturais e sociais em
quais ensinam (p. 160) e que há uma suposição errônea de que todos os estudantes podem
aprender a partir dos mesmos materiais, técnicas e modos de avaliação (p. 161). Essa
suposição descarta aquilo que é peculiar nas didferentes experiências, práticas
linguísticas, culturais e talentos dos estudantes.
2.2. Professores como Intelectuais Transformadores
O autor afirma a necessidade de repensar e reestruturar a natureza da atividade
docente encarando os professores como intelectuais transformadores. Para isso, na p. 161
apresenta três maneiras pelas quais essa categoria é útil:
1 – oferece base teórica para exame da prática docente contrária aos
instrumentalismos ou tecnicismos.
2 – esclarece os tipos de condições ideológicas e práticas necessárias para que
os professores funcionem como intelectuais.
3 – ajuda a esclarecer o papel que os professores desempenham na produção e
legitimação de interesses políticos, econômicos e sociais através de suas práticas
pedagógicas.
Ao entender o professor como intelectual, o autor parte do princípio de que
“toda atividade humana envolve alguma forma de pensamento” (p. 161) dignificando a
capacidade humana de integrar o pensamento a e a prática e os professores como “homens
e mulheres livres, com uma dedicação especial aos valores do intelecto e ao fenômeno da
capacidade crítica dos jovens” (p. 161). Também efatiza que os professores devem
“assumir responsabiliade ativa pelo levantamento de questões sérias acerca do que
ensinam, como devem ensinar e quais são as metas mais amplas pelas quais estão lutando”
(p. 161) sendo isso o compromisso pela formação dos propósitos e condições de
escolarização.
O autor volta a insistir que o papel de ensino não pode ser reduzido ao simples
treinamento de habilidades práticas e que a categoria de professores intelectuais contribui
para o desenvolvimento de sociedade livre e democrática, bem como a formação destes
como estudiosos e profissionais ativos e reflexivos – papel em termos políticos e
normativos (p. 162).
Sobre a função social dos professores enquanto intelectuais o autor assevera que
as escolas são “locais econômicos, culturais e sociais que estão inextrincavelmente
atrelados à questões de poder e controle” (p. 162) estando muito além de simplesmente
repassarr um conjunto comum de valores e conhecimento e sim, sendo lugares que
representam formas de conhecimento, práticas de linguagem, relações e valores sociais
que são selções e exclusões particulares da cultura mais ampla. Ou seja, as escolas servem
para “introduzir e legitar formas particulares de vida social” (p. 162). alega ainda que as
escolas são “esferas controversas que incorporam e expressam uma disputa acerca de que
formas de autoridade, tipos de conhecimentos, formas de regulação moral e versões do
passado e futuro devem ser legitimadas e transmitidas aos estudantes (p. 162). Com isso,
configura a escola como espaço que não é neutro e que os professores tampouco o são.
Reforça o autor que os professores como intelectuais “estruturam a natureza do
disurso, relações sociais em sala de aula e valores que eeles legitimam em sua atividade
de ensino” (p. 162) e somente a partir disso seriam capazes de educar os estudantes para
serem cidadãoes ativos e críticos.
Encerra o capítulo explicitando o argumento de que é necessário “tornar o
pedagógico mais político e o político mais pedagógico (p. 163).
- Pedagógico mais político – inserir a escolarização diretamente na esfera
política, argumentando que as escolas representam tanto um esforço para definir o
significado quanto a luta em torno das relações de poder, por meio de reflexãoe ação
crítica. Com isso, almeja-se “...uma fé profunda e duradoura na luta para superar
injustiças econômicas, políticas e sociais, e humanizarem-se ainda mais como parte desta
luta” (p. 163).
- Político mais pedagógico – utilizar formas de pedagogia que incorporem
interesses políticos que tenham natureza emancipadora, tratando os estudantes como
agentes críticos, tornando o conhecimento problemático, utilizando o diálogo crítico e
afirmativo e argumentando em prol de um mundo qualitativamente melhor para todas as
pessoas. Nesse sentido, os professores intelectuais transformadores assumem “a
necessidade de dar aos estudantes voz ativa em suas experiências de aprendizagem” e
desenvolvem uma “linguagem crítica que esteja atenta aos problemas experimentados em
nível da experiência cotidiana” (p. 163) especialmente em sala de aula. Para isso, é
imperativo o estudo coletivo conectado às peculiaridades, probelmas, esperanças e sonhos
dos diversos ambientes culturais, raciais, históricos e de classe e gênero (p. 163).
Por fim, “os intelectuais transformadores precisam desenvolver um discurso que
una a linguagem da crítica e alinguagem da possibilidade, de forma que os educadores
sociais reconheçam que podem promover mudanças” (p. 163). Nesse sentido, o professor
assume um compromisso contra as injustiças econômicas, políticas e sociais dentro e fora
da escola e mesmo sendo tarefa difícil é uma “luta que vale a pena travar”, até porque de
outro modo, é negar aos professores a chance de consolidarem a sua função enquanto
“intelectuais transformadores (p. 163).

3. Alguns comentários
Segundo Giroux (1997) ao assumir a postura de intelectual transformador, o
professor torna-se capaz de inovar e mudar. Com isso, a cidadania crítica do aluno seria
efetivada, pois o professor agiria com capacidades intelectuais para melhorar a prática
pedagógica.
O autor comenta que como resposta à ideologia da prática educacional
tradicional, surgiu com todo vigor, nos Estados Unidos e Inglaterra, a pedagogia radical
e crítica, preocupada em questionar a dominação social através da escola. Essa pedagogia
tenta desvelar como a escola reproduz a lógica do capital, visto que os tradicionalistas se
recusaram a questionar a natureza política do ensino, privilegiando o domínio de técnicas
pedagógicas e a escola como local de instrução, ignorando as escolas como locais de
políticas e culturas, omitindo a relação entre conhecimento, poder e dominação.
Os críticos radicais questionam essa ideologia educacional tradicional,
apontando o conhecimento transmitido pela escola como representação particular da
cultura dominante, num processo seletivo de exclusões. Nesta visão, as escolas são vistas
quase que exclusivamente como agências de reprodução social, produzindo trabalhadores
obedientes para o capital.
Apesar de trabalhar com a questão da reprodução das ideologias na escola,
Giroux aponta que os críticos radicais recuaram no questionamento que combinasse a
linguagem da crítica com a linguagem da possibilidade (re)construindo um discurso que
colocasse o professor como o centro das transformações no ensino, assim, oferece bases
teóricas para a realização de uma prática docente transformadora. Para esta realização
Giroux elenca dois elementos essenciais: a definição das escolas como esferas públicas
democráticas e a definição dos professores como intelectuais.
Giroux (1997) comenta que o clima político e ideológico não parece favorável
para os professores no momento. As reformas educacionais estão reduzindo os
professores ao status de técnicos de alto nível, cumprindo ordens e objetivos decididos
por especialistas, afastados da realidade cotidiana da sala de aula. Neste momento surge
a oportunidade da união dos professores em torno de um debate que examine as forças
ideológicas e materiais que tentam proletarizar a atividade docente. Para repensar esta
estrutura, os professores devem assumir a postura de intelectuais transformadores.
Ao encarar os professores como intelectuais, elucida-se a idéia de que toda
atividade humana envolve alguma forma de pensamento. E que os mesmos podem
contribuir efetivamente para o fomento da capacidade crítica dos alunos. Os professores
como intelectuais são necessários neste momento em que segundo Giroux (1997) é
necessário tornar o político mais pedagógico e o pedagógico mais político, na tentativa
de humanização da vida de todos os cidadãos.
Porém, como aponta Contreras, “o caráter programático da obra de Giroux
modstra qual deveria ser a situação dos professores enquanto intelectuais, mas não como
os professores que estão presos aos limites de suas salas de aula poderiam chegar a
construir semelhante posição crítica em relação à sua profissão” (2012, p. 178). Assim,
para efetivação de um programa de formação de professores entendidos como intelectuais
transformadores torna-se necessário investigar possibilidades para “as possíveis
articulações com as experiências concretas dos docentes” (CONTRERAS, 2012, p. 178).

4. Co-relação com o tema da pesquisa: Formação Continuada e Profissionalidade do


Professor
Minha pretensão de pesquisa é compreender os processos de construção da
profisisonalidade dos professores do Colégio Estadual do Paraná, nos momentos
semanais de formação continuada desenvolvidos nas horas atividades concentradas.
Essa inquietação surge como resultado do movimento de pesquisa que realizei
no PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) sobre a prática reflexiva dos
professores, no qual acabei me deparando com o conceito do professor como intelectual
transformador que abarca a reflexividade como elemento importante de atuação
pedagógica e de forma bem mais ampla.
Essa categoria de análise foi revelando-se a mim como um referencial crítico de
contribuição para que os professores problematizem os interesses que estão inscritos nas
formas institucionais e práticas cotidianas reproduzidas na escola. Fui notando também
que os professores como Intelectuais transformadores atuam de tal forma que a reflexão
e a prática estão intrinsecamente relacionadas, e como consequência, oferece uma contra-
ideologia. Esta é contrária às pedagogias tradicionais que instrumentalizam e administram
a separação da concepção de execução, ignoram a especificidade das experiências e as
formas subjetivas que moldam o comportamento dos estudantes e professores.
Mesmo sem os aportes teóricos necessários, movido por uma certa intuição e
baseado em leituras esparsas que realizei, fui percebendo que alguns professores
combinam reflexão e ação no interesse de fortalecerem o seu trabalho como ponto de
análise. Fui percebendo também que os estudantes, notadamente do Ensino Médio,
desenvolvem habilidades e conhecimentos necessários para abordarem as injustiças e
desigualdades e de serem atuantes críticos comprometidos com o desenvolvimento de um
mundo mais justo e democrático. E isso, sem movimentos opressivos e de exploração,
vão interpretando o mundo criticamente e buscando mudanças, incluindo lutas contra as
“pequenas injustiças” no interior da escola.
Algo que sempre chamou minha atenção, de forma positiva, é que certos
professores desenvolvem um tipo de trabalho pedagógico no qual oferecem
aos estudantes a oportunidade de tornarem-se cidadãos portadores de conhecimento e
coragem para lutarem por seus direitos, sem desespero. Por conta dessa intelectualidade
e transformação, Giroux (1997) mostrou-me que a questão do papel político dos
professores possibilita que sejam "mediadores, legitimadores e produtores de ideias e
práticas sociais".
Assim, aos poucos fui consolidando a ideia de que a formação docente,
considerando a que ocorre no interior da escola, especialmente na Hora Atividade,
poderia ser um momento de realizar a reflexão, a pesquisa e a discussão crítica com vista
à transformação social dos estudantes e a construção da profissionalidade balizada em
práticas conscientes, coerentes, éticas e responsáveis. Seria isso um tipo de exercício que
promove a real vivência da cidadania e da democratização do ensino?
Ancorando-se na ideia de Giroux (1997) sobre professor enquanto Intelectual
Transformador, a pesquisa pretendida almeja discutir e propor práticas docentes mais
críticas, criativas e democráticas que visam à formação do cidadão crítico e ativo, focada
na transformação social, contra os ditames dominantes. Torna-se um grande desafio
compreender a escola como campo político, composta pela tensão de poderes, reflexos
da sociedade mais ampla, pressupondo, então, a utilização de pedagogias que incluam
interesses políticos de essência emancipatória, que lutem pelo desenvolvimento dessa
escola como esfera emnentemente pública democrática, tornando “o pedagógico mais
político e o político mais pedagógico”.

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